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VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei no 8.069/90, em seu artigo 5o estabelece que: “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.” O Ministério da Saúde define a violência que acomete crianças e adolescentes: "Quaisquer atos ou omissões dos pais, parentes, responsáveis, instituições e, em última instância, da sociedade em geral, que redundam em dano físico, emocional, sexual e moral às vítimas” (BRASIL, 2001). • Atualmente a violência é reconhecida como um grave problema de saúde pública, requisitando um preparo tanto dos profissionais quanto das instituições de saúde para atuarem frente a esta questão. A estatística mostra que de todas as crianças que morrem entre 5 e 9 anos, 47% são vítimas de violência; entre 10 e 14 anos, o percentual é de 54%; e no grupo de 15 a 19 anos o percentual é de 70%, ou seja, a população infanto-juvenil está morrendo mais por causas e conflitos sociais do que por doença. VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL Tipos e natureza das principais violências que atingem crianças e adolescentes • Existe uma dificuldade para se chegar a um diagnóstico preciso e a decisão sobre a conduta mais adequada exige uma abordagem multiprofissional. • A enfermagem deve ter conhecimento sobre as mais variadas formas de violência para com a criança uma vez que nossa atuação profissional favorece o acompanhamento diário da relação criança família, tendo a responsabilidade de investigar as suspeitas, confirmar e encaminhar a outros serviços, profissionais e instituições. VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL • CONCEITO O abuso infantil é toda ação praticada ou omitida por indivíduos, instituição ou pelo estado e sociedade e que resulte em alterações que venham privar a criança de liberdade e de seus diretos, prejudicando seu desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social. VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL • É qualquer ação única ou repetida, danosa à integridade física da criança ou adolescente, cometida por um adulto agressor e sempre com caráter intencional. • Pode variar desde lesões leves a consequências mais graves como a morte. VIOLENCIA FÍSICA Pode ser praticada por meio de tapas, beliscões, chutes e arremessos de objetos, o que causa lesões, traumas, queimaduras e mutilações. Apesar de subnotificada, é a mais identificada pelos serviços de saúde. • VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA (abuso emocional) Caracteriza-se pelo dano ao psiquismo da criança causados por atos ou omissões do adulto cuidador que levam a perturbações do desenvolvimento afetivo, intelectual e social. Apresenta-se de formas variadas sendo a mais comum a agressão verbal. Tem consequências graves que vão desde problemas com autoestima até TOC (transtorno) podendo manifestar-se na adolescência e quando adulto. VIOLENCIA PSICOLÓGICA • Inclui quaisquer contatos ou práticas eróticas e/ou sexuais impostos a criança ou adolescente por um agente agressor que esteja em estagio psicossexual mais adiantado que ela, mediante violência física, ameaças ou indução de sua vontade e que tenha intenção de estimulá-la sexualmente ou utilizá-la para obtenção de prazer. • Estão incluídos neste conceito exploração do tipo prostituição e pornografia. VIOLENCIA SEXUAL Pode ocorrer em uma variedade de situações como: estupro, incesto, assédio sexual, exploração sexual, pornografia, pedofilia, manipulação de genitália, mamas e ânus, até o ato sexual com penetração, imposi- ção de intimidades, exibicionismo, jogos sexuais e práticas eróticas não consentidas e impostas e “voyeurismo” (obtenção de prazer sexual por meio da observação) (BRASIL, 2004). VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL • Privar a criança de algo que ela necessita e essencial ao seu desenvolvimento. Refere- se ainda a atos de omissão, nos quais o adulto responsável não provê adequadamente o que ela precisa para seu desenvolvimento físico e psicoemocional, mostrando-se física e emocionalmente indisponível para a criança. • Tais situações só podem ser consideradas abusivas quando não são devidas a carências de recursos sócio-econômicos. • ABANDONO: Forma extrema de negligência NEGLIGÊNCIA • INTERVEÇÃO Modelo psiquiátrico – pressupõe perturbações de personalidade ou distúrbios psicológicos tanto do agressor quanto da vítima. Modelo sociológico – pressupõe que o problema é determinado pelas condições sociais, como pobreza e desemprego. Modelo interacional – estabelece que as situações de abuso são multifatoriais, interagindo num contexto sócio-situacional que resulta no abuso. VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL • O tratamento de situações de abuso deve ser centrado na família, envolvendo vários serviços e profissionais para o atendimento desta criança. • O plano desenvolvido por esta equipe multiprofissional tem que objetivar atender as necessidades biopsicossociais da criança e da família. • A enfermagem deve saber se posicionar frente ao tema, comprometer-se, informar-se de seus deveres e buscar agir preventivamente de modo a evitar que a violência contra a criança se perpetue. VIOLENCIA E VITIMIZAÇÃO INFANTIL ATENDIMENTO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA LINHA DE CUIDADO PARA A ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E SUAS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIAS REFERÊNCIAS PEREIRA, S.R.; SILVA, C.V.; CAMPOS, Z.A.N.; A criança e a família: uma abordagem sobre o abuso infantil; cap.29 COCCO, M. et all; Violência contra crianças e adolescentes: estratégias de cuidados adotadas por profissionais de saúde; Cien Cuid Saude; Abr/jun 1010. ZOTTIS, G.A.H.; ALGERI, S.; PORTELLA, V.C.C.; Violência intra- familiar contra a criança e as atribuições do profissional de enfermagem. Fam.Saúde e Desenvolv., Curitiba, v.8, maio/ago.2006.
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