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Seja bem-vindo! Ao estudar com empenho as seguintes páginas e aprender técnicas de jardinagem, você, como aluno, deverá também transformar sua atitude diante da vida, buscando apropriar- se de noções e hábitos de ecologia e cidadania, tornando-se assim apto ao desempenho de um importante papel como profissional e cidadão em sua comunidade. Idealizada pela Camargo Corrêa Desenvolvi- mento Imobiliário e pelo Instituto Camargo Cor- rêa em parceria com a Associação Obra do Berço e Itubanaiá, a iniciativa nasceu como parte das atividades do Viveiro Te Amo São Paulo. O obje- tivo é formar jovens com idade entre 16 e 24 anos, moradores dos bairros próximos, em educação ambiental e jardinagem. A aplicação da linha pedagógica é totalmente embasada nos preceitos da sustentabilidade, contribuindo para a inserção social e profissional desses jovens. O projeto é de- senvolvido em ciclos de seis meses e são formadas quatro turmas por ano. Ciclo 1 • Gestão pessoal e profissional: segundas, quartas e sextas, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. • Núcleo Técnico em Jardinagem: terças e quintas, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. • Visitas técnicas Ciclo 2 • Clube de Oportunidades • Formação continuada e encaminhamento para o mercado de trabalho de acordo com as oportunidades. Com sete mil metros quadrados de terreno, o viveiro faz parte de um projeto da Camargo Corrêa Desenvolvi- mento Imobiliário de reurbanização do bairro Jardim Sul. É um espaço de utilização e demonstração de tecnologias sustentáveis, como reuso da água pluvial para irrigação das plantas do viveiro e aquecimento solar, além de tecnologias agrícolas, como hidroponia, compostagem e minhocário. O objetivo é desenvolver atividades relacionadas ao aspecto ambiental, produzindo mudas de plantas ornamentais, flores, forrações, árvores nativas, frutíferas e exóticas para utilização em programas de compensação ambiental, arborização urbana e formação de jovens em projetos socioambientais. O viveiro está também de portas abertas para a convivência e visitação da comunidade. A Associação Obra do Berço foi fundada na década de 30 por Mère Amedée com o objetivo de confeccionar e distribuir enxovais a recém-nascidos carentes. Na década de 80, passou a atuar também com os Programas Clube de Mães, Clu- be Infantil e Ambulatório Odontológico. Nos anos 90, continuou a expandir seus programas ampliando a faixa etária dos atendidos, para contribuir, também, na qualificação de adolescentes e para sua inserção no mercado de trabalho. A Obra do Berço tem como missão promover ações educativas, culturais, sociais e de saúde para crianças, adolescentes e suas famílias, visando à formação de um ser humano participativo e consciente de seu papel como cidadão. Criado em dezembro de 2000, é o responsável pelo investi- mento social do Grupo Camargo Corrêa. Sua missão é promover o desenvolvimento comunitário sustentável, investindo em crian- ças, adolescentes e jovens. Para tanto, criou quatro programas: o Infância Ideal, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento saudável de crianças de zero a seis anos; o Escola Ideal, que traba- lha pela melhoria da qualidade de gestão da escola pública; o Futuro Ideal, voltado para o empreen- dedorismo juvenil e a geração de trabalho e renda; o Ideal Voluntário, que facilita a ação voluntária dos profissionais das empresas do grupo. O projeto Semeando Oportunidades é uma ação do Pro- grama Futuro Ideal. Desde sua criação, em 1996, a empresa prima pela qualidade de seus imóveis e pela garantia de entrega no prazo, mantendo a tradição consolidada nos mais de 70 anos de existência do Grupo Camargo Corrêa. A CCDI é hoje uma das maiores companhias em incorporação de empreendimentos residenciais e comer- ciais de alta qualidade. Para garantir seu padrão de qualidade, os empreendimentos incorporados reúnem o que há de melhor em termos de projeto. Tudo é cuidadosamente pensado para oferecer imóveis amplos, confortáveis, seguros, valorizados e distintos. Idealizada e criada no ano de 2004, a empresa é volta- da para o desenvolvimento de idéias e projetos paisagísticos e ambientais, tendo como tema principal a água e as práti- cas sustentáveis de tecnologias agrícolas de vanguarda que abraçam a causa. A Itubanaiá atua não apenas na elaboração de seus projetos ambientais, mas também na formação do ser humano, entendendo que o homem é mais um componente da natureza, devendo interagir no ecossistema. ÍNDICE: 1 – O profissional e o jardim 9 2 – Ferramentas 11 3 – Manutenção de máquinas e equipamentos 15 4 – As plantas e as suas necessidades básicas 17 5 – Tipo de solo 23 6 – Calagem 27 7 – Adubação 30 8 – Compostagem 40 9 – Vermicompostagem 43 10 – Horticultura e produção de mudas a céu aberto e em cultivo protegido 45 11 – Plantio de forrações de sol 51 12 – Plantio de forrações de sol e sombra 58 13 – Plantio de árvores e arbustos 63 14 – Manutenção de forrações 69 15 – Manutenção de gramados 71 16 – Manutenção de árvores e arbustos 75 17 – Poda de árvores e arbustos 77 18 – Transplante 83 19 – Plantio e manutenção de vasos em cultivo protegido 88 20 – Controle de pragas e doenças 91 21 – Leitura de desenhos, mapas e projetos paisagísticos 95 1. O jardineiro e suas funções 2. Comportamentos profissionais 3. Atuações esperadas 4. Respeito, assiduidade e capricho 5. O jardim 1 O jardineiro e suas funções Jardineiro é o trabalhador que cuida do jardim, de alguns locais próximos (horta, piscina, calçada), além de fazer a zeladoria externa de uma casa. Muitas vezes, o jardineiro também faz o trabalho de encanador, eletricista e pedreiro. É comum o responsável pelo jardim consertar um cano quebrado (encanador), desli- gar a energia quando se percebe um curto circuito (eletricista), ou assentar uma pedra do piso que saiu do lugar, evitando alguns acidentes (pedreiro), entre outras atividades. O jardineiro faz seus serviços sempre com calma, asseio e de forma organizada; está pronto a intervir e ajudar em outros serviços, quando necessário. O bom profissional, além de cuidar das plantas, zela pelo bem-estar das pessoas que habitam a casa, bem como dos animais de criação que vivem no jardim. 2 Comportamento profissional O bom jardineiro é aquele que é um profissional que age como pessoa especializada em cuidar das plantas e à zelar por pessoas e por tudo que está próximo. Existem duas condições que fazem o profissional do jardim, a primeira, é cuidar das coisas, como se fossem suas plantas materiais, pessoas – familiares; e a segunda é sempre ser observador, observar as necessidades das plantas e das pessoas. 3 Atuações esperadas Geralmente,o trabalho do jardineiro é feito com a presença dos moradores da residência; por essa razão, precisa ser discreto, causando o mínimo ruído possível. Por exemplo, quando alguém estiver na piscina, é recomendável que o jardineiro trabalhe do outro lado da casa; quando alguém estiver dormindo, o profissional jamais deve cortar a grama ou fazer outros tipos de ruído. 4 Respeito, assiduidade e capricho. O jardineiro trabalha com o que é bonito, limpo, organizado, portanto, é obrigação desse profissional manter ferramentas e local de trabalho sempre limpos e organizados. O jardineiro deve ainda colaborar com as pessoas para o bom andamento dos serviços, evitando envolver-se 9 MÓDULO 1 O PROFISSIONAL E O JARDIM em problemas alheios e fofocas. O zelo com as ferramentas deve ser constante. É comum, por exemplo, deixar a enxada no chão com o corte virado para cima durante o trabalho, o que pode causar um acidente do qual tanto o jardineiro quanto outras pessoas podem ser vítimas, principalmente crianças. Com o tempo, o profissional torna-se conhecido na vizinhança e surgem ofertas para fazer outros serviços, os chamados “bicos”. Aos poucos, os bicos podem aumentar, mas o trabalho prin- cipal ( jardim) não pode ser abandonado. No inicio, ninguém nota, mas com o passar das semanas, o jardim vai-se deteriorando, o que pode ocasionar o desligamento (demissão) do profissional. Além de cuidar do jardim, outras atividades estão ligadas ao trabalho do jardineiro: limpeza de calhas, caixa d’água, canil e calçadas, manutenção de horta e piscina, inspeção do sistema de drenagem, entre outras. 5 O jardim No jardim urbano, que compreende o espaço de praças e parques, o jardineiro deve, além das tarefas que lhe são próprias, agir como guardião do local, orientando as pessoas. As áreas trabalhadas serão grandes e certamente haverá outros jardineiros. Assim, o trabalho em equipe é essencial. Não pode faltar companheirismo, amizade e solidariedade. No jardim rural, em chácaras, sítios e fazendas, o jardineiro deverá observar que, além de as áreas serem maiores, alguns cuidados na preservação das criações e plantações devem ser segui- dos. Imagine se você for fazer um jardim e encontrar um formigueiro de saúvas próximo do local. Você então pega um pacote de formicida granulado e coloca no carreiro (caminho) das formigas. Só que aquela vaca campeã de produção de leite na fazenda acha o formicida e come. Com certe- za, a vaca irá morrer. Se não morrer, o leite do animal será contaminado. Esse foi um exemplo, mas vários problemas podem ser evitados tomando-se cuidados simples, como, por exemplo, com o uso e a armazenagem de objetos de seu uso no trabalho. O segredo para que o jardineiro execute suas tarefas sem causar transtornos, prejuízos ou acidentes é observar, pensar e planejar. 10 1 Tipos de ferramenta As ferramentas do jardim são classificas em três tipos: de impacto, de corte e de precisão. O que muda de um tipo para o outro é a forma como o equipamento é usado e os cuidados ne- cessários para cada um. Existem algumas ferramentas e materiais que não se enquadram nessa classificação, mas que são muito úteis, como pulverizadores, equipamentos de proteção indivi- dual, garfo, gadanho, trena, caixa, copos para medida, balança e sacos vazios. A) FERRAMENTAS DE IMPACTO – Precisam de força e, principalmente, velocidade no seu uso. Por exemplo, ao usarmos um enxadão, devemos levantá-lo até a altura dos olhos; quando ele desce, devemos aplicar um pouco mais de força para que a sua velocidade aumente. O que faz com que ele penetre na terra é a velocidade da queda e não a força. São ferramentas desse tipo: enxadão, chibanca, picareta, machado e pá curva. B) FERRAMENTAS DE CORTE – Precisam estar sempre afiadas e com o corte impecável, já que o seu uso não exige força. São ferramentas desse tipo: enxada, pá reta (vanga), facão, tesoura de grama, tesoura corta-galhos, serrote, aparador de cerca viva, cortador de grama, sacho, en- xadinha e motosserra. C) FERRAMENTAS DE PRECISÃO – Em sua maioria, imitam o trabalho da mão do homem. Também têm o corte impecável. São ferramentas desse tipo: canivete, tesoura de poda, serrote curto (trapezoidal), plantador, espaçador, rastelo, firmino, vassoura (esses últimos sem corte). Seu uso não necessita de força. 2 Ferramentas de uso múltiplo É muito comum encontrar jardineiros que usam apenas uma enxada, um facão e uma vas- soura para o seu trabalho – o que é errado. Ao cavoucar a terra com a enxada, além de forçar a ferramenta, o rendimento do trabalho cai, e a coluna do profissional é forçada, causando dores nas costas ao final do dia. Cavar com a enxada também não é bom para o jardim, porque a enxa- da não penetra muito fundo na terra. Quando você corta um galho com o facão, quase sempre o galho se racha, e a cicatrização daquela ferida é difícil e lenta, o que pode trazer doenças para a planta. Se o facão foi usado para cortar terra, é ainda pior, porque ela pode trazer doenças para o galho. Além disso, cortar a terra com o facão danifica o seu corte. O bom jardineiro é aquele que tem um conjunto de ferramentas e as utiliza de maneira adequada, sem improvisar. 11 1. Tipos de ferramenta 7. Usos adequados e 2. Ferramentas de uso múltiplo profissional inadequados 3. Encabamento 4. Afiação 5. Manutenção 6. Ergonometria MÓDULO 2 FERRAMENTAS 3 Encabamento A maioria das ferramentas tem cabo de madeira. Ao encabarmos uma ferramenta, devemos atentar para três questões. A) TAMANHO DO CABO – Cada ferramenta tem um cabo próprio, pois o seu tamanho interfe- re no rendimento do serviço e pode ocasionar dor nas costas. O cabo deve ser medido de acordo com a altura da pessoa que vai usar a ferramenta. Para isso, usamos o seguinte método: Enxada: o cabo estará na altura ideal, se ele tocar o queixo da pessoa que vai usá-la. Se for maior, será muito pesado. Se for menor, a pessoa ficará arcada durante o trabalho, causando prejuízos à coluna. Enxadão: o comprimento ideal do cabo é a distância entre o chão e o umbigo do jardineiro. Vanga: o comprimento ideal é a distância entre o chão e o peito do jardineiro. B) CUNHA – Para fixar o cabo na ferramenta, ele deverá ser rachado (fendido), e devemos bater vigo- rasamente com uma cunha de madeira. Nunca usar pedras, pregos e metais, pois eles saem com o tempo. A cunha deve ser feita de madeira bem dura, para que não rache facilmente. O ideal é que seja ipê (piúva). Nunca encabar uma ferramenta com o cabo úmido ou ainda verde, pois em poucos dias sairá do cabo. C) ÂNGULO – Todos já ouviram falar em enxada “de pé” ou “deitada”. Isso se refere ao ângulo que a lâmina forma com o cabo. Enxada deitada “corre” pela superfície da terra, enquanto en- xada “de pé” afunda na terra. Já o enxadão deve ser sempre encabado “de pé”, pois deitado não funciona. Conseguimos mudar a posição da enxada fazendo cavas na parte de cima do cabo (frente) e na parte debaixo (atrás) da lâmina. Quanto mais cavamos, mais deitada ficará a enxada. 4 Afiação O rendimento no uso de uma ferramenta depende do seu corte. É preciso tomar alguns cui- dados na hora de afiar (amolar) uma ferramenta de corte e precisão. A) MATERIAL USADO – Podemos usar para afiar, pedras de amolar, limas e esmeril, quando o corte é muito preciso, muito fino ou a ferramenta delicada, usamos a pedra, quando o corte é grosso, usamos o esmeril lembrar que o esmeril, desbasta (desgasta) muito a lâmina e devemos usá-lo sempre junto com água, para molhar ligeiramente lâmina, pois o esmerilhar produz calor que “tira” a temperatura (a dureza) do metal. B) LADO A SER AFIADO – Com exceção do machado e dos serrotes, que são afiados dos dois lados, todas as outras ferramentas são afiadas somente de um lado. No outro lado, “acerta-se”12 o corte. Algumas ferramentas apontam qual lado deve ser afiado, como em tesouras, foices e canivetes. Afiar significa diminuir a espessura das lâminas (afinar o corte). Em um canivete, por exemplo, há um vazado para indicar o lado que deve ser afiado. Depois de afiar um lado e acertar o corte do outro, devemos “quebrar o fio”, passando a pe- dra de afiar ou a lima várias vezes, dos dois lados, como faz o açougueiro com a faca e o fuzil. Fuzil é um tipo de lima redonda, com dentes bem finos. No caso da vanga e de outras ferramentas, para saber qual lado devemos afiar, basta simular que estamos trabalhando. O lado que olhamos é o que deve ser afiado, e o outro é o lado em que o corte deve ser acertado. Quase sempre, o lado a ser afiado é aquele que fica para cima (com exceção de enxadas e enxadões). Nas tesouras de poda, apenas a lâmina cortante é afiada. C) CUIDADOS – Muitos acidentes de jardim acontecem no momento de afiação das ferramen- tas. Algumas vezes, por descuido, no correr de pedras e limas. Outras, por pedaços de pedra ou de metal lançados pelo esmeril contra os olhos, quando não se usam óculos de proteção. Há também o estilhaçamento da lima, que ocorre quando se põe muita força no seu manuseio. A lima não se quebra, pois é feita de um material muito duro, mas se estilhaça, e os pedaços podem atingir o rosto do jardineiro. 5 Manutenção As lâminas das ferramentas são de metal, e os cabos são de madeira. Seu principal inimigo é a chuva (umidade), mas os adubos também enferrujam os metais. Por isso, é preciso sempre guardar as ferramentas em local protegido; antes, elas devem ser lavadas, eliminando-se a terra ou outro material. Deve-se também aplicar uma camada de óleo lubrificante ao guardá-las. Não havendo óleo, pode-se esfregar tronco de bananeiras ou helicônias nas partes metálicas, pois impedem que enferrujem. Nunca guardar máquinas ou ferramentas junto com adubos químicos ou orgânicos. 6 Ergonometria Os cuidados de afiação, manutenção e encabamento das ferramentas proporcionam maior conforto ao jardineiro durante seu trabalho. Os tamanhos dos cabos proporcionam a postura correta, e a afiação adequada favorece para que haja menor tensionamento dos músculos. Esse conforto reflete-se no final do dia e na saúde ao longo dos anos. O uso inadequado das ferramentas compromete a postura do físico do jardineiro. Por exem- plo, quem é destro (trabalha com a mão direita) não pode usar tesoura de poda feita para ca- nhotos. O contrário também é válido, pois, se um destro usar uma tesoura canhota, em pouco 13 tempo seus tendões e ligamentos da mão irão inflamar, causando dor. 7 Usos adequados e inadequados O que não se pode fazer com as ferramentas: • Nunca cavar terra com enxada ou rastelo (ancinho). • Nunca capinar com enxadão. • Tesoura de poda não é alicate; portanto, não deve ser usada para cortar arame. • Não use cabos curtos nas ferramentas, acreditando que assim serão mais leves e você tra- balhará menos. • Toda ferramenta deve ser bem afiada. • Ao usar tesoura de poda, não fazer esforço para os lados. • Facão é ferramenta que deve ser pouco usada no jardim. • A vanga faz serviço superior ao enxadão e à chibanca. • A pedra de afiar faz melhor serviço do que a lima. • A lima faz um serviço melhor que o esmeril. • Nunca abandonar as ferramentas em pé ou com o corte virado para cima. • Nunca cortar raízes sujas de terra com tesouras ou serrotes. • Todo jardineiro deve vacinar-se contra tétano. 14 1 Pulverizadores São equipamentos constituídos de tanque, pistão, gatilho/regismo, mangueiras e bicos. Tan- ques e mangueiras não podem ter furos, e o gatilho deve estancar totalmente o fluxo de produ- to. Mais cuidados devem ser dados a bicos e pistão. Este último tem como manutenção apenas a lubrificação dos reparos de borracha ou nylon. Para essa lubrificação, deve-se usar graxa ou vaselina, lubrificando-se todo o embolo na parte interna e cuidando para retirar o excesso que pode entupir filtros e bicos. A lubrificação deve ocorrer a cada 40 horas de uso. Mesmo fazendo periodicamenthe a lubrificação, com o uso os reparos se desgastam, e o pulverizador perde a eficiência, fazendo com que o trabalho seja prejudicado. Por isso, a cada lubrificação, deve ser feito o teste para verificar se os reparos funcionam bem. Basta colocar um pouco de água no tanque, manter o registro/gatilho fechado e bombar, dando pressão pouco maior que a de tra- balho. Na última bombada, a haste de bombeamento deve ficar no alto. Aguarde um minuto e observe se a haste se movimentou para baixo. Se isso ocorrer, os reparos devem ser trocados. Os bicos devem estar sempre limpos, e a limpeza deve ser feita com água. Nunca devemos assoprá- los com a boca ou enfiar arames ou outro material de ponta para limpá-los. Eles devem ser trocados a cada 200 horas de uso e também ser bem aperta- dos. Quando abertos, eles produzem gotas maiores que são mandadas mais longe. O bico aberto pode ser usado esporadicamente para uso em locais mais altos, mas o jato é irregular. Para aplicação de inseticidas e fungicidas, de- vem-se usar bicos que produzem jatos circulares. Já para os herbicidas, bicos que produzem jatos retos. O pulverizador deve ser constantemente lavado e após cada pulverização, abastecido com um pou- co de água (2 litros) e agitado. Essa calda deve ser repulverizada nas plantas trabalhadas, e esse pro- cedimento deve ser repetido mais duas vezes. Se, depois disso, houver necessidade de mais limpe- za, é necessária uma segunda etapa, colocando-se algumas gotas de detergente. Essa água deve ser descartada. Nunca usar cloro ou produtos químicos dessa base, pois ressecam os reparos. 15 1. Pulverizadores 2. Roçadeiras 3. Microtrator MÓDULO 3 MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 16 2 Roçadeiras As roçadeiras podem ser costais/laterais, de carrinho e movidas a energia elétrica ou gasolina. - Costais/laterais elétricas – Não exigem muita manutenção; basicamente, sua conservação consiste na afiação das lâminas, acoplamento perfeito, travamento dos plugues elétricos e lu- brificação do rolamento do cotovelo da haste. - Costais/laterais a gasolina: podem ser de dois tempos ou quatro tempos. A diferença é que as máquinas de dois tempos usam óleo misturado a gasolina, e as de quatro tempos têm tanque de óleo. Ambas têm vantagens e desvantagens. A manutenção básica dos dois tipos consiste na lubrificação do cotovelo da haste, afiação da lâmina, limpeza de filtros de ar, limpeza do carburador e manutenção de velas. Essas máquinas, principalmente as de dois tempos, são motivos de preocupação para o jardineiro, pois, quando param, demoram horas para voltar a funcionar. Alguns cuidados são necessários para o bom fun- cionamento da máquina no dia seguinte. • Usar a quantidade correta de mistura óleo/gasolina; para modelos 2T (dois tempos), usar sempre o medidor. Misturas abaixo do recomendado diminuem a vida da máquina, e misturas acima do recomendado causam muita fumaça e encharcamento da vela. • Usar gasolina de boa qualidade, não aditivada, com pouco álcool e pouca água. • Após o uso, esperar a máquina esfriar, retirar o combustível do tanque e fazer o mo- tor funcionar, até acabar o combustível. Para isso, deve-se dar a partida novamente, até queimar toda a gasolina. • Trocar velas de acordo com a recomendação do fabricante. Queimar velas, lixar e deixar no suco de limão são medidas paliativas. 2 tempos 4 tempos gastam mais combustível gastam pouco combustível precisa-se adicionar óleo à gasolina não necessita óleo na gasolina mais potente menos potentes mais resistentes menos resistentes de maior manutenção de menor manutenção 17 - De carrinho elétrica: sua manutenção consiste em manter em perfeito estado plugues elétricos e lâmina afiada. No processo de afiação, é recomendada a retirada da lâmina do corpo da máquina, porque isso evita acidentes. Na recolocação, certifique-sede que a lâmina foi montada no sentido correto e que os parafusos de fixação foram bem apertados. - De carrinho a gasolina: pode também ser de 2T e 4T. Sua manutenção e cuidados são parecidos com as máquinas costais/laterais movidas a gasolina e não necessita de lubrificação do rolamento da haste. Cuidar para não trabalhar em locais muito inclinados quando trabalhar com motor 4T, pois sua lubrificação nessas condições é deficiente. 3 Microtrator Tem todas as necessidades de manutenção das máquinas de carrinho a gasolina, somados à lubrifi- cação de partes móveis (eixos, hastes) e ao abastecimento de água no radiador. A operação exige mais cuidados de segurança do operador e de terceiros. Você já parou para pensar de que é feita uma planta? É simples: quase tudo é água.e sais mi- nerais. Tanto que, se queimarmos uma planta, a cinza que sobra é salgada, porque ali estão os sais minerais. E de onde vêm esses sais minerais? Geralmente da terra, mas a planta os tira também do ar e dos gases que nele se encontram. Tudo o que a planta “come” é misturado em seu organismo. A luz solar funciona como uma cola que fixa os nutrientes em seu organismo, produzindo o que os cientistas chamam de açúcar. Esse modo de juntar água, ar, sais minerais com luz e produzir açúcar é chamado de fotossíntese. Você deve estar perguntando: O que a planta come? Lá vai: Das maiores para as menores quantidades: água (H2O), Gás Carbônico (CO2), Nitrogênio(N), Fósforo(P), Potássio(K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre(S), Ferro (Fe), Man- ganês (Mn), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Boro (B), Molibdênio (Mo), Cloro (Cl), , (Co). Note que, após cada nome, há um símbolo. Como jardineiro, você deverá conhecer essas e ou- tras letrinhas, pois os adubos são vendidos usando essas referências. Um dia, você já ouviu falar num adubo N P K 04 -14 -08, mas não sabia o que era. É simples: significa que o adubo tinha, para cada 100 gramas dele, 4 gramas de nitrogênio, 14 gramas de fósforo e 8 gramas de potássio. 1. Solo 2. Água 3. Luz 4. Nutrientes 5. Reconhecimento visual das carências MÓDULO 4 AS PLANTAS E AS SUAS NECESSIDADES BÁSICAS 18 1 Solo Um boa terra é aquela que permite às raízes das plantas penetrarem facilmente, que o excesso de água vá para baixo, que o ar passe e ainda que segure uma parte para a planta. Você já se perguntou por que, quando vamos fazer um plantio, cavamos (revolvemos) a terra? Fa- zemos isso para deixá-la solta, fofa, cheia de poros, pois é nesses poros que os sais minerais (adubos) ficarão; é por esses poros que a água e o ar circulam; é por esses “poros” que as raízes crescem. Flor de Victoria Amazônica – Primeiro dia da Antese Flor de Victoria Amazônica – Segundo dia da Antese 19 Bem, voltando ao corpo da planta, é importante então saber que todos ou quase todos os sais minerais que o formam vêm do solo; assim, precisamos conhecer um pouco sobre o solo, sobre a água e sobre a luz. Se você olhar de frente para o barranco, verá que, conforme vai crescendo em profundidade, a terra vai ficando mais clara, mais arenosa e mais pobre, havendo diminuição do número de raízes; em contrapartida, é mais úmida. Lembre-se de que, em função dessa forma do solo, as raízes das plantas superficiais são responsá- veis por retirar os sais minerais (adubo) da terra, e as raízes mais fundas respondem por absorver água e pela fixação da planta na terra. 2 Água As plantas têm no seu corpo 60% (troncos) a 95% de água (frutos e folhas novas). Por exem- plo, para produzir 1 kg de folhas de grama secas, o gramado gasta 600 litros de água. Para um caule de Helicônia florescer após um ano, ela precisa gastar 400 litros de água; para produzir um pé de alface, precisamos de 700 litros de água. Daí a importância da água. Ela auxilia: • Na turgescência – Faz com que a planta fique firme, traz sustentação, flexibilidade e resis- tência contra a quebra. • Nos trabalhos da planta – É responsável por transportar os sais minerais no solo e dentro da planta, além de participar nas transformações. • No armazenamento – A água é o depósito de sais minerais e açúcares. • Transpiração – É a água que regula a temperatura da planta, e isso permite que a planta fi- que exposta ao sol sem se queimar. É a terra que, juntamente com as chuvas e as regas, controla 20 a quantidade de água que vai para as plantas; então, devemos saber que algumas condições da terra facilitam ou aumentam a água disponível. São elas: A) PRESENÇA DE ARGILA – Quanto mais argilosa (vermelha), mais a terra segura a água, tor- nando mais difícil trabalhá-la. B) POROSIDADE – Quanto mais porosa e mais fofa a terra, mais água ela segura. C) MATÉRIA ORGÂNICA – Quanto mais esterco, húmus e substrato, mais água a terra segura. Cada tipo (espécie) de planta possui uma necessidade de água, e é difícil definir qual é a quan- tidade exata para cada planta. De forma geral, as plantas de sol exigem menos água do que as de sombra; plantas de folhas compridas são menos exigentes que as de folhas redondas; plantas com folhas com pelos ou espinhos são menos exigentes que as de folhas lisas, plantas de folhas pequenas exigem menos água que as de folhas grandes; plantas de folhas carnosas têm meno- res exigências de água do que as de folhas pouco espessas. É importante ainda saber que, em duas fases da vida da planta, não pode faltar água: na germinação e no florescimento. É difícil dizer quanto de água devemos dar às plantas, mas po- demos fazer um exercício. Em São Paulo, chove no ano 1200 milímetros (mm); isso quer dizer 1200 litros de água para cada metro quadrado no ano. Se fizermos: 1200 l / 365 dias = 3,28 litros por dia Vemos que todos usam aproximadamente de três a quatro litros de água por metro quadra- do. A questão é saber de quanto em quanto tempo. Nunca devemos esperar pelos sinais que as plantas nos dão, tais como: murchamento, enrolamento das folhas, encarquilhamento (diminui- ção do tamanho) e mudanças de cor (cor mais clara ou azulada) para iniciar a irrigação. Um método é usar as plantas marcadoras e observá-las, pois elas sempre sentem a falta de água primeiro. São elas: Maria-sem-vergonha, fazendeiro (picão branco), picão preto, caruru. 21 3 Luz Cada planta requer uma quantidade de luz e não existe planta que viva sem luz; então, é quase impossível uma planta viver dentro de casa. Saiba que dá pra contar nos dedos as plantas que “vivem” muito tempo dentro de casa, sem luz. Para fabricar os açúcares, as plantas necessi- tam de luz, lembra-se? CO2 + H2O --------(Luz)--------- C6H12O6 + O2 Gás carbônico + água, em presença de luz = açúcar + oxigênio. Podemos separar as plantas em três grupos, conforme a necessidade de luz: A) PLANTAS DE SOL – Aquelas que precisam de no mínimo seis horas de luz por dia. B) PLANTAS DE MEIA SOMBRA – Aquelas que toleram apenas o sol da manhã. C) PLANTAS DE SOMBRA – Não toleram luz direta; não gostam, mas precisam de claridade. Lembre-se de que, quando for plantar qualquer planta, estas têm suas preferências por sol ou por sombra. Quando o jardim tem um projeto, cada planta tem seu lugar determinado, segundo a necessidade de luminosidade. De forma geral, plantas de folhas fixas e com flores coloridas são de pleno sol; plantas de folhas grossas, grandes ou folhas coloridas são de sombra. Deve- mos preocupar-nos com a luz que a planta receberá não só na hora de plantar, mas também na condução (manejo) do jardim. É importante pensarmos nisso. Se você podar uma árvore frondosa e embaixo dela existirem plantas rasteiras (forrações), qual deveria ser a atitude correta? O certo seria, antes de realizar a poda, retirar a forração; de- pois que a árvore brotasse novamente, fazer o replantio da forração. 4 Nutrientes Assim como nós, a planta alimenta-se de diversos nutrientes. Nós comemos arroz (carboi- drato = energia), carne (proteínas= reguladoras do funcionamento), batata (amido = reserva)etc. Já a planta come sais de Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Ferro (Fe), Boro (B), entre outros. São, ao todo, dezoito itens; cada um tem uma fun- ção na planta: • Nitrogênio: forma toda a parte verde da planta e as proteínas. • Fósforo: responsável pelo crescimento das raízes, pela floração e frutificação. • Potássio: proporciona resistência ao frio, à seca, ao ataque de pragas e doenças, ao que- bramento etc. • Cálcio e Magnésio: responsáveis também por proporcionar resistência e pelo melhor apro- veitamento da alimentação da planta. • Enxofre: responsável pelo crescimento da parte verde das plantas. Ca Mg Mo LUZ Zn B Cu Fe Co S K P N H O2 • Outros (Fe, B, Zn): são também chamados micronu- trientes, porque as plantas os absorvem em quantida- des muito pequenas. Têm a função de regular o funcio- namento da planta. São como as vitaminas compradas em farmácia. Todos esses sais minerais estão no solo, geralmen- te de forma equilibrada, mas quando algum deles está abaixo do que a planta precisa, ela não consegue de- senvolver-se. Daí usarmos adubos, tanto os químicos quanto os orgânicos. Sua função é equilibrar a quan- tidade de sais minerais no solo. Uma adubação inteli- gente é aquela que repõe os elementos minerais que estão em falta. Em nada adianta adicionarmos os outros elementos, se o sal mineral limitante não tiver seu nível elevado. Os solos do Brasil, normalmente, são pobres em fósforo, cálcio e magnésio, e ricos em ferro, alumínio e manganês, que, por vezes, existem em quantidades tão grandes que chegam a ser tóxico para as plantas. Barril de Nutrientes: Lei do Mínimo 22 5 Reconhecimento visual das carências Seguem algumas dicas que as plantas nos dão para que facilmente se saiba qual nutriente está em falta. Com um pouco de treino, ao olhar as folhas fica fácil saber: • Folhas velhas secam e folhas novas são amareladas – Nitrogênio. • Folhas ficam em tom vermelho e marrom – Fósforo. • Folhas ficam enroladas – Micronutrientes. • Planta fica cheia de brotos –Micronutrientes. • Planta não cresce mesmo quando adubada – Cálcio e Magnésio. • Planta quebra facilmente e é muito atacada por pragas – Potássio. • Flores não vingam – Fósforo. • Frutos racham e caem – Potássio. 23 1 Cor e textura Você pode não acreditar, mas a terra é viva, e tem movimento. Lá dentro, vivem pequenos animais (microfauna) e pequenas plantas (microflora). No solo, se movimentam água, ar e sais minerais; além disso, o solo concentra energia funcionando como um ímã que tem poder de reter a água e os sais minerais, o que faz com que o solo seja fértil. Entre outros elementos, ele é composto pela combinação de argila, areia e matéria orgânica. Argila – É o que dá cor vermelha à terra;é uma substância muito pequena, toda furada por dentro, parecendo que é formada por escamas empilhadas. A água e os minerais entram no meio dessas escamas e ali ficam guardados, por isso, é rica. É muito pegajosa e gruda em tudo; por isso, quando molhada, é difícil ser trabalhada e compactada; “pila” com facilidade. Areia – É o resultado da quebra das pedras. É dura, tem as paredes lisas e não segura água nem nutrientes; por isso, é pobre. Quase sempre, tem cor amarela e seca com facilidade. É fácil de ser trabalhada. Matéria orgânica – É formada pelos restos de plantas e animais e tem muitos minerais na sua composição. Apresentam aspecto de esponja e tem muitos poros, o que deixa a terra solta e fácil de ser trabalhada. Guarda, além dos nutrientes, muita água. A cor da terra pode dizer-nos se ela é boa (fértil). Podemos ter: A) TERRA PRETA – Rica em matéria orgânica, algumas vezes é ácida. B) TERRA VERMELHA – Tem muita argila, muitos nutrientes, mas é compacta, “pila” muito facilmente. C) TERRA CINZA – Fica sempre inundada. É rica, mas apresenta problemas de acidez. D) TERRAS AMARELAS – têm muita areia. São pobres em P, K e micronutrientes. 1. Cor e textura 2. Preparo do solo 3. Análises da fertilidade do solo Perfil de solo extraído de Campo de Golfe MÓDULO 5 TIPO DE SOLO 2 Preparo do solo Já vimos que cavamos o solo para deixá-lo mais poroso e “fofo”, o que facilita o crescimento das raízes, a circulação da água e do ar e também a retirada dos nutrientes pela planta. Existem duas obeservações a se fazer quanto ao preparo do solo e ao revolvimento da terra. A) A QUE PROFUNDIADE CAVACAR? É difícil definir um padrão, mas pense que a profundidade ideal a cavacar deve ser aquela que as raízes atingirão no final do crescimento. É fácil notar quando se planta alface, pois suas raízes chegam no máximo a vinte centímetros. Mas é impossível mensurar a profundidade certa para uma árvore, por exemplo. B) ELIMINAÇÃO DO MATO – Normalmente, é feito com enxada. Se, no terreno, existem er- vas daninhas, seu controle deve ser feito com ajuda de produtos químicos, os herbicidas. Para cada erva ou grupo delas, é recomendado produto comercial diferente. • Tiriricas – Sempra ou Fusidade. • Alho bravo e Trevos – DMA ou Tordon. • Capim Napier, Capim Colonião, Grama Seda, Cladólio, Losna Gramas, Glyphosate ou Round up. C) ANÁLISE DO SOLO – Exame de laboratório que analisa as quantidades de todos os sais minerais que existem no solo. É parecido com o exame de sangue pedido pelo médico. D) APLICAÇÃO DE CORRETIVOS – Após o resultado da análise, fazemos uso dos minerais que faltam para atingir o equilíbrio dos elementos no solo. No próximo item, veremos mais sobre a análise dos solos e as correções. 24 FUNDURA A CAVACAR IMPOSSÍVEL CAVACAR NESSA FUNDURA Preparo de solo pra plantio de flores anuais 3 Análises da fertilidade do solo Nem toda terra é boa para todas as plantas. Cada solo é mais adaptado a um tipo específico de planta. É difícil, num jardim ou numa horta/pomar, deixar a terra boa para todo tipo de planta; já no plantio em vasos, é mais fácil acertar a quantidade (fertilidade) da terra. Temos dois métodos para avaliar a fertilidade dos solos: A) VISUAL - Além da cor da terra, podemos avaliar sua fertilidade pelas espécies de ervas da- ninhas que nela se desenvolvem. Em terras pobres e com baixos teores de sais minerais e ácidos, normalmente predominam: • Retirada do entulho • Eliminação do mato – química ou manual • Análise do solo • Aplicação de corretivos: plantas de folhas finas e compridas amareladas, de pontas secas, com muitos brotos, enfezadas, com raízes em grandes quantidades e curtas, normalmente são capins, como sapé, barba de bode, rabo de burro, braquiárias, samambaias e trevos. Em terras ricas e com altos teores de sais minerais, crescem plantas de folhas arredondadas e com raízes bem distribuídas. São indicadores de terra boa: fazendeiro, mentruz, beldroega, serra- lha, picã, rubi, carvorana e caruru. B) ANÁLISE DE SOLO – É um método totalmente seguro e eficiente, pois fornece dados das quantidades dos elementos maléficos e benéficos que podem ser retirados pela planta da terra, ofe- recendo orientação para correções e adubações. O primeiro passo para uma análise de solo deve ser a retirada das amostras com um balde limpo e uma vanga. Você deve retirar a terra pelo menos em cinco pontos do terreno. Em cada ponto, deve ser feita uma limpeza prévia do mato; depois, retira- se um “bife” de terra, até vinte centímetros de profundidade. Tomar cuidado para não tirar terra dos locais que possam ter algum problema, como formigueiros, cupinzeiros, montes de lixo, masseiras etc. Você deve observar que, toda vez que muda o declínio, a terra muda. E que, toda vez que muda a cor da terra ou as ervas que nascem, as amostras devem ser independentes. 25 Após coletar cinco sub-amostras, que devem ser bem misturadas, você deve coletar mais ou menos 500 gramas (meio quilo), embalar e mandar ao laboratório. Peça para que o resultado ve- nha acompanhado das recomendações de correção e adubação, informando ao laboratório o tipo de planta que você planeja plantar. Sevocê não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com muitos números e terá que levá-lo a um agrônomo para fazer a leitura. De forma simples, dá pra você mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim. Basta olhar o resultado da coluna que mede a saturação em bases ou %V. Se o seu solo tiver %V maior que 50%, você já tem uma terra boa. Se for superior a 70% sua terra é muito boa. Se você não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com um monte de números, que terá que levar para um agrônomo para que ele possa fazer a leitura. De forma simples, dá pra você mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim, basta olhar o resultado duma coluna que mede a saturação em bases ou %V, se seu solo tiver %V maior que 50%, você já tem uma terra boa, se for superior á 70% sua terra é muito boa. 26 1 Acidez Você já deve ter ouvido falar de acidez. Tudo que existe na terra é ácido (azedo), ou é alcalino (se parece com soda). Quando o solo está muito ácido, as plantas têm dificuldade para crescer, porque elas não conseguem alimentar-se corretamente e absorver os elementos minerais, o que dificulta o seu desenvolvimento. É como se houvesse veneno no solo e as raízes não conseguis- sem retirar da terra os sais. De forma um pouco mais técnica, um solo ácido caracteriza-se pela pouca quantidade de cálcio e magnésio e pela alta quantidade de hidrogênio, ferro, alumínio e manganês. Ao invés de a planta absorver Ca e Mg, ela absorve Fe, Al, Mn. 2 Índice de pH O pH é uma medida que mede a facilidade ou a dificuldade da planta retirar da terra os mi- nerais, têm a seguinte variação: A grande maioria das plantas prefere desenvolver-se no pH entre 6,5 e 7. Algumas poucas preferem solos ácidos, como os rododendrons, éricas, jasmim, primaveras, camélias e hortên- sias. Esta última tem características bem particulares. Se o solo for ácido, suas flores são azuis; e se o solo for alcalino, as flores serão cor-de-rosa. A escala de pH mede a dificuldade que a planta tem de retirar os nutrientes do solo. É preciso saber que, a cada ponto na escala, a difi- culdade é multiplicada por dez; assim, em um pH 6,0, a planta tem dez vezes mais dificuldades de alimentar-se do que num pH 7,0. Em um pH 5,0, a dificuldade é 100 vezes maior que no pH 7,0. Falando de outra forma: no pH seis, precisaríamos colocar dez vezes mais adubo do que no pH sete para obter o mesmo efeito. Num pH cinco, precisaríamos colocar cem vezes mais adubo, e assim por diante. 27 1. Acidez 2. Índice de pH 3. Corretivos da acidez 4. Dosagem 5. Forma de aplicação 6. Épocas de Aplicação + ácido Faixa ideal para o desenvolvimento da maioria das plantas 6,5 70 14 + alcalino MÓDULO 6 CALAGEM Pelo gráfico, vê-se que no pH 4 o B, Cu, Fe, Zn e Al, são muito disponíveis e os outros (P,N.S,K,Ca,Mg) são pouco disponíveis, já que o pH 7 a situação é contraria. Você sempre deve ter em mente, de que em nada adianta adubar a terra se o pH estiver ácido. 3 Corretivos da acidez Para corrigir o problema do veneno causado pela acidez da terra, é necessário aumentar a quantida- de de Ca e Mg do solo. Para isso, existem vários produtos. A eficiência de um produto usado para corrigir a acidez depende da concentração de cálcio e mag- nésio e da sua granulometria (finura), pois, quanto mais fino for o material, mais rápida será a reação química. Assim, da união da soma de cálcio e magnésio com a finura do pó, nasce o poder de neutralizar a acidez. Todo produto comercial expressa esse índice, que é chamado de PRNT e deve ser próximo de 100%; isso significa que todo corretivo usado é efetivamente gasto. 4 Dosagem O grande problema é definir a quantidade correta de calcário que deve ser utilizado. Quando a análise de solo for feita com recomendação, fica fácil, pois lá encontramos instruções sobre a dosa- gem de quilos por metro quadrado (kg/m²). O máximo a ser colocado gira em torno de 500g/m², e o mínimo perto de 100g/m². O fator determinante é a acidez da terra que você está trabalhando. Se você não tiver uma análise em mãos, observe o tipo de mato que nasce. Nascendo trevos, samambaias ou sapés, coloque 500g/m². Se nascerem ervas daninhas “boas”,(caruru, fazendeiro, 28 Produto Ca Mg Calcáreo Calcítico 45% 3% Calcáreo Dolomítico 30% 20% Calcáreo Magnesiano Cal Agrícola 35% 25% Cinza de Madeira 20% 5% Teor de Ca e Mg 4 5 6 7 8 PH disponibilidade do nutriente P B, Cu, Fe, Zn e Al N, S K, Cae Mg mentruz), use 100g/m² . Um grande problema é medir a quantidade, pois toda recomendação é em g/m², e você não terá uma balança no jardim para resolver esse problema. Há três meios. A) “MÃOZADA” – É comum o jardineiro usar a mão como medida para fazer esse cálculo, mas esse mé- todo apresenta alguns problemas. Primeiro, porque as mãos são diferentes; e segundo, porque, dependen- do da posição em que você fecha a mão para formar uma concha, pode caber mais ou menos quantidade do produto; o terceiro é que cada produto tem um peso diferente. Uma “mãozada” de calcário pesa, em média, 600g; já uma “mãozada” de NPK 06-26-12 pesa, em média, 450g; uma mãozada de uréia pesa mais ou menos 300g. O calcário tem densidade perto de 1,4 kg/l. Ou melhor, cada litro de calcário pesa um quilo e quatrocentos gramas. Se você jogar calcário na água, ele afunda, pois é mais pesado do que a água. B) PESAR PREVIAMENTE UMA MEDIDA – Vamos dizer que você precisa achar uma medida de cerca de 350 gramas de calcário. No depósito do jardim, há latas velhas, e você escolhe uma de extrato de tomate. Nesse caso, basta enchê-la de calcário e levá-la até um comércio onde existir uma balança e pesá-la. A lata de extrato cheia pesará mais ou menos 720 gramas; assim, basta preencher de terra apenas a metade da lata que você terá 350 gramas de calcário. C) USAR A CABEÇA – Com a ajuda da matemática, podemos resolver muitas questões. Por exemplo, no depósito do jardim, há dois tipos de copos plásticos, esses que usamos para beber água. Em um, cabem 200 mililitros (ml) de água; no outro, 250 ml. Temos o volume do copo e sabemos a densidade do calcário. Agora, basta fazer uma regra de três, que é uma conta feita quando se quer achar a relação de quatro medidas que pertençam a dois grupos. Se 1 litro de calcário pesa 1,4 quilos (mil e quatrocentos gramas) 0,2 l pesa quantos quilos? É só fazer as contas cruzadas. 1 litro – 1,4 kg 0,2 litro (200 ml) – Y 1Y = 1,4 x 0,2 Y = 0,28 kg Y = 280 gramas Se 1l de calcário pesa 1,4 quilos 0,25l (250 ml) pesa quantos quilos? 1 litro - 1,4 kg 0,25 litro (250 ml) - Y 1Y = 1,4 X 0,25 Y = 035 kg ou 350g 350g é o que precisamos. O modo “C” pode parecer mais trabalhoso, pois, para obtermos o resultado correto, preci- samos fazer uma ou duas regras de três, mas, em contrapartida, você não gastará corretivos a mais ou a menos, o que aconteceria com a mãozada (modo “A”), e não teria o trabalho de ir ao mercado ou padaria pedir para usar a balança (modo “B”). Lembre-se de que a regra de três vai ser importante para toda a vida. Para calcular adubos, defensivos, mudas, trabalho, salário etc. 29 5 Forma de aplicação Todo corretivo deve ser muito bem misturado em toda a terra que as raízes das plantas usa- rão. Para isso, é recomendável que o corretivo seja espalhado sobre o solo antes do preparo. Com o cavacamento, o material será misturado por igual. Em plantas já instaladas, devemos colocá-lo sobre a terra, porque, aos poucos, o corretivo se dissolverá e penetrará no solo. 6 Épocas de aplicação Para que o corretivo funcione adequadamente ele precisa sofrer algumas reações químicas para se dissolver. É um processo demorado e utiliza água; por isso, em épocas de chuva, a ação é mais rápida. No jardim, como temos necessidade de plantio rápido, devemos sempre trabalhar com pro- dutos de ação mais rápida, como cal agrícola, calcário dolomítico e cinzas, que, em 60 dias, terãofeito sua ação. Produtos como o calcário calcítico têm ação lenta e levam meses para agir. 1 Definição de adubo Adubo é todo produto que quando colocado no solo, tem o poder de nutrir a planta, pro- porcionando seu bom desenvolvimento. Existem vários tipos de adubo: químicos, orgânicos, mistos, foliares, solúveis, de lenta liberação, quelatizados etc. Antes de utilizar um adubo, devemos conhecê-lo muito bem, pois o uso incorreto causa des- perdício de dinheiro, polui a terra e polui águas; muitas vezes, matam as plantas. 30 1. Definição de adubo 7. Época de adubação 2. Adubos químicos 3. Adubos orgânicos 4. Tipos e composição dos adubos 5. Doses de adubo 6. Formas da aplicação Calagem MÓDULO 7 ADUBAÇÃO 3 Adubos orgânicos Têm origem nos resíduos produzidos por animais e vegetais. São normalmente ricos em hú- mus. Podem ser estercos, compostos, substratos ou resíduos de agroindústrias. Ao compararmos as características de adubos químicos e orgânicos, teríamos: 2 Adubos químicos Têm basicamente duas origens: ou são rochas moídas, ou vêm do petróleo. São sais muito concentrados; por isso, o uso errado “queima” as plantas. Têm ação muito rápida, pois os sais estão “prontos” para serem absorvidos pelas plantas. 4 Tipos e composição dos adubos Existe uma infinidade de tipos de adubos ou de misturas possíveis que podem ser divididos em: A) ADUBOS SIMPLES – Não receberam misturas e vêm quase sempre de rochas, petróleo ou orgânicos. 31 Químico Orgânico Absorção rápida (horas, dias) Absorção Lenta (dias, semanas) Efeito residual por semanas ou meses Efeito residual por anos Perdem-se por lavagem (lixiviação) Dificilmente são lixiviados Perdem-se por evaporação (volatilização) Dificilmente são volatilizados Aumentam a acidez da terra Diminuem a acidez da terra Prejudicam microfauna e microflora da terra Beneficiam microfauna e microflora do solo Produtos baratos Produtos caros Fácil utilização Difícil utilização Excesso é prejudicial à planta e ao solo Excesso não é prejudicial à planta e ao solo Não deixa o solo poroso Deixa o solo mais solto e poroso Usado em qualquer época da vida da planta Usado preferencialmente no plantio 32 Tipo de adubo Nutriente esxistente %N %P2O5 %V2O Amônia Amidria 82 - - Sulfato de Amônia 20 - - Nitrato de Amônia 34 - - Uréia 45 - - Termofosfato Magnesiano - 18 - Superfosfato Triplo - 47 - Fosfato de Amônia 18 46 - Cloreto de Potássio - - 60 Sulfato de Potássio - - 50 Nitrato de Potássio 13 - 46 Tortas Vegetais (mamona, algodão, etc) 5 8 3 Farinha de Sangue 4 6 8 Esterco de Galinha 3,5 6 8 Esterco de Coelho 3,5 6 7 Esterco de Frango 3 5 4 Esterco de Porco 2 2 3 Esterco de Cavalo 2 2 3 Esterco de Gado 1,5 2 3 Húmus Minhoca 1,5 2 3 Composto Orgânico 1,5 2 3 Substrato depende do fabricante depende do fabricante depende o fabricante São matérias-primas para fazer os adubos compostos: B) ADUBOS COMPOSTOS – São aqueles em que varias matérias-primas foram misturadas, para que obtenhamos um adubo completo, balanceado, com vários sais minerais necessários á planta. Os mais comuns, são os populares NPK. 06 - 26 -12 (6% de nitrogênio, 26% de fósforo, 12% de potássio). Adubo usado no plantio, fase em que as plantas absorvem pouco nitrogênio e muito fósforo. 15 – 05 – 15 (15% de nitrogênio, 5% de fósforo, 15% de potássio). Adubo utilizado em cobertura (+- 30 dias após o plantio) época em que a planta absorve muito nitrogênio e pouco fósforo. Os adubos ainda podem ser de liberação controlada, onde cada grânulo, é revestido com uma espécie de cerâmica que só libera os nutrientes, quando a umidade do solo alcança 70% e a temperatura está acima de 20ºC. 5 Doses de adubo É muito difícil ter uma regra geral para adubação, pois a quantidade depende do tipo de planta, da época do ano e do tipo de adubo que vamos utilizar. Como regra básica, a adubação divide-se em duas etapas: plantio ou manutenção (cobertura). A) ADUBAÇÃO DE PLANTIO – Mistura-se o adubo na terra do canteiro ou na terra da cova, sempre em relação ao volume de terra que vamos cavoucar ou do tamanho da cova. Em um canteiro de 10 cm de profundidade, teríamos: 5 litro por metro quadrado (l/m²) de húmus de minhoca, 30 grama por metro quadrado (g/m²) de superfosfato simples, 20 g/m² de cloreto de potássio. Quando você cava a 10cm de profundidade, em cada metro quadrado você revolve 100l de terra; então, para adubar esses 100l, o gasto foi o acima; se você vai cavar 20cm, o volume de terra revolvido é de 200l; assim a quantidade de adubo é o dobro. Fazendo um quadro, temos: 33 Fundura (m) Adubo a utilizar Húmus Superfosfato simples Cloreto de potássio 10cm = 0,1m = 100l 5l 30g 20g 20cm = 0,2m = 200l 10l 60g 40g 30cm = 0,3m = 300l 15l 90g 60g 40cm = 0,4m = 400l 20l 120g 80g 50cm = 0,5m = 500l 25l 150g 100g O problema é quando o plantio deixa de ser canteiro e passa a ser cova, pois, seguindo o mesmo pensamento, precisamos calcular o volume de uma cova. O volume da cova (cubo) é feito multiplicando-se um lado pelo outro e ainda pela profundida- de (volume= Lado x Lado x Altura), tomando-se o cuidado de sempre multiplicar as unidades em metros, o resultado sairá em metro cúbico (m3). Então o volume da cova de 30 cm x 30 cm x 30 cm seria: 0,3m x 0,3m x 0,3m = 0,027 m3. Lembra-se da regra de três? Podemos usá-la para transformar m3 em litros: 1m3 1000l 0,027 m3 X X= 27l Outro jeito é multiplicar o resultado encontrado por 1000. 34 Agora quanto seria o volume de uma cova de 40 cm x 40 cm x 40 cm? Volume = Lado x Lado x Altura Volume = 40cm x 40cm x 40cm Volume = 0,064 m³ Para transformar m³ em volume, basta multiplicar por 1000 assim: 0,064 x 1000 = 64l. Se fizermos um quadro para achar a quantidade de adubo com covas de vários tamanhos, teríamos: Olhando o quadro, você vê que a quantidade de adubo é proporcional ao tamanho da cova. Note que uma cova de 1m x 1m x 1m é como se tivéssemos um canteiro onde cavássemos a um metro de profundidade. Assim, as quantidades de adubo foram achadas com regras de três e com base na adubação do canteiro de 10cm de onde revolvemos 100 litros de terra. Para o Húmus: Quando revolvemos 100 l, usamos usamos 5l de Húmus. Quando revolvemos 27 l, usamos x (l de húmus). X= 1,35l de húmus Para o Superfosfato simples: Quando revolvemos 100 l, usamos 30g de superfosfato. Quando revolvemos 27 l usamos x g de superfosfato. X= 8,1 gramas de superfosfato 35 Tamanho da cova Volume de terra cavocado (l) Adubo a utilizar Húmus Superfosfato simples Cloreto de potássio 0,3m X 0,3m X 0,3m 27 1,35l 8,1g 5,4g 0,4m X 0,4m X 0,4m 64 3,2l 19,2g 12,8g 0,5m X 0,5m X 0,5m 125 6,25l 37,5g 25g 0,6m X 0,6m X 0,6m 216 10,8l 64,8g 43,2g 0,7m X 0,7m X 0,7m 343 17,15l 102,9g 68,6g 0,8m X 0,8m X 0,8m 512 25,6l 153,6g 102,4g 0,9m X 0,9m X 0,9m 729 36,45l 218,7g 145,8g 1m X 1m X 1m 1000 50l 300g 200g Outro problema comum, quando vamos adubar, é o de não encontrarmos o adubo desejado no comercio, tendo que usar um substituto. Digamos que você vai plantar uma árvore e, para isso, abriu uma cova de 1m x 1m x 1m. Consultando a tabela na hora de colocar o superfosfato simples, você conatatou que tinha o superfosfato triplo, que é mais concentrado. Como você resolveria quantos gramas colocar na cova? Superfosfato Simples = 20% de fósforo Superfosfato triplo = 47% de fósforo Quantidade nova = Quantidade nova = Quantidade nova = 127,66 gramas Observe que a quantidade nova é menor que a quantidade original, porque o superfosfato triplo é mais concentrado. Se o método para achar a nova quantidade fosse pela regra de três, a conta teria dado errado, porque a regra de três teria que ser invertida. B) ADUBAÇÃO DE COBERTURA – É aquela feita quando a planta está em desenvolvimento e já formou raízes. Deve-se respeitara fase da vida da planta, principalmente no que se refere ao tipo de adubo usado. Normalmente, são usados adubos químicos devido a sua forma de aplicação. 6 Formas de aplicação Como regra geral, os adubos orgânicos são aplicadas antes do plantio. Após a planta germi- nada, ou a muda “pega”, é quase impossível fazer adubações com adubos orgânicos, a não ser que formem “bolsas” na projeção da copa das plantas. Você deve estar perguntando: Por que não posso colocar adubo orgânico sobre a terra? Mui- to simples: primeiro, porque ele se perderá quase todo, sendo “queimado” pelo sol; segundo, porque as raízes, percebendo o adubo na superfície, subirão em direção a ele, tornando seu sistema radicular superficial. Toda planta com raízes pouco profundas é sensível a secas e ao ataque de pragas e doenças. 36 Quantidade original X Concentração original Concentração Nova 300 g X 20% 47% A adubação de plantio deve ser feita, colocando-se os adubos tanto orgânicos, como químicos de plantio, o mais fundo possível, incentivando as raízes á “descerem” á sua procura. Nos canteiros, deve-se misturá-los bem. Já nas covas, devem ser colocados no fundo, mistura- dos com a terra da superfície (preta e vermelha) de melhor qualidade, assim: Os adubos de cobertura, são aplicados á lanço, procurando distribuí-los em área total, já nos arbustos e árvores, o interessante é fazê-lo na projeção da copa. Toda adubação deve ser seguida de irrigação/rega. 37 7 Época de adubação Devemos tomar cuidado com a época em que se faz a adubação, principalmente aquelas de cobertura, pois uma adubação errada pode comprometer a vida da planta. Lembremo-nos de que cada elemento dos nutrientes principais é responsável por uma tare- fa: o nitrogênio forma as partes verdes das plantas e é responsável pelo crescimento; o fósforo, pela formação das raízes, flores e frutos; o potássio é responsável pela resistência. Vamos pensar em duas plantas diferentes e como funciona seu ciclo: Pensando na azaléia, a adubação deve seguir a seguinte regra: • De fevereiro a julho, rica em fósforo – preparo das flores. • De julho a setembro, rica em potássio – devido ao desgaste da floração. • De setembro a janeiro – rica em nitrogênio – brotação/crescimento, Para a helicônia • De julho a novembro – nitrogênio. • De novembro a março – fósforo. • De março a julho – potássio. O que aconteceria, se as adubações fossem trocadas, por exemplo para a azaléia: • De fevereiro a julho – nitrogênio. • De julho a setembro – fósforo. • De setembro a janeiro – potássio. Certamente, não floresceria e teria todas as suas funções (metabolismo) alteradas e ficaria mais sensível ao ataque de pragas e doenças, ou a frio. É muito comum os jardineiros usarem a uréia como único adubo. Afirma-se que a uréia faz com que as plantas fiquem verdes, o que é verdade, mas não haverá flores nesse jardim; quando o inverno chegar, as doenças serão visíveis, e a recuperação, na primavera, muito lenta. Um bom jardineiro tem a sua disposição quatro ou cinco tipos de adubos diferentes, para que ele possa fazer a adubação certa, na hora em que a planta precisa. 38 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan preparação dos botões florescimento meses Azaléia Helicôniaflorescimentoflorescimento paralisia brotação/crescimento crescimento 39 Fertirrigação. Maquina dosadora de adubo na linha de irrigação Fertirrigação. Maquina dosadora de adubo na linha de irrigação 1 Definição Todo material orgânico resíduos agroindustriais, resíduos vegetais, estercos animais etc. deve, antes de ser usado fermentado ou curtido, deve sofrer transformações (químicas e mi- crobianas), para que os nutrientes possam ser absorvidos pela plantas. Esse processo é chama- do compostagem e deve ser feito longe do contato das plantas, pois, se for feito próximo das raízes, trará deficiência de nutrientes, podendo matar as plantas de “fome”. O fato de “secar” o esterco ou as tortas não resolve o problema, apenas torna o processo mais lento. 2 Tipos de compostagem Existem dois tipos básicos de compostagem: aquela feita por microorganismos (fungos e bactérias que precisam do ar para viver processo aeróbico) e a que pode ser realizada sem que os microorganismos precisem de oxigênio (anaeróbico) O processo aeróbico é mais rápido e produz um composto de melhor qualidade. 3 Épocas do ano A melhor época para a compostagem é a primavera/verão, pois, nessa época, temos temperatura mais alta e chuvas, e a umidade do ar aumenta. Nessas estações, o tempo de fermentação costuma ser a metade do que ocorre no inverno. 4 Materiais a utilizar Todo material orgânico pode ser utilizado: estercos, tortas, serragem, cascas, folhas etc., desde que sua origem seja animal ou vegetal. Deve-se cuidar para que os materiais não tenham contaminantes, como óleos, tintas, metais, ácidos, sodas ou qualquer outro produto químico. Restos de alimento são problemáticos, porque atraem ratos. Quanto mais fino for o material, mais rápida será a decomposição. Existem alguns produtos que ajudam ou abreviam o tempo da fermentação. São eles: • Fermentos próprios • Bokashi 40 1. Definição 7. Aeração 2. Tipos de compostagem 8. Ponto de Utilização 3. Épocas do ano 4. Materiais a utilizar 5. Formatos das Pilhas 6. Hidratação MÓDULO 8 COMPOSTAGEM • Compostos já fermentados e substratos • Terra preta (orgânica) • Adubos nitrogenados e fosfatos • Calcário 5 Formato das pilhas O ideal é que você faça pilhas de matéria com altura mínima de 1,5 m e a máxima de 2m. A largura deve variar entre 2m a 4m, sempre dependendo da quantidade de material que você tem para decompor. Deve-se começar uma pilha e, num período de vinte dias, ela deve ser iso- lada, e começando-se outra pilha. 6 Hidratação Como os microorganismos que fazem a fermentação, o curtimento precisa de água para vi- ver; como o processo de fermentação produz calor que causa perda da água com a evaporação, precisamos repor essa água semanalmente. A quantidade de água necessária para umedecer a pilha é maior no início do processo e diminui conforme a fermentação vai ocorrendo. A água da chuva não é suficiente para isso; então, você precisa completar. Em média, o gas- to de água é de 50l/m3 por semana, isto é, se a pilha tiver a altura de um metro, a cada metro quadrado, você gastará 50l de água. Já se a altura for de dois metros, o gasto será de 100l/m². Se você não molhar e deixar a cargo da chuva, a fermentação ocorrerá, mas de forma muito lenta, levando meses para ocorrer. 7 Aeração Como os microorganismos precisam de oxigênio do ar para viver, aquelas re- giões do centro e da parte baixa da pilha terão dificuldades para que o “apodreci- mento” ocorra, porque, com o peso do material de cima, a base será compac- tada, “pilada”, fazendo com que o ar vá embora. Então, semanalmente, antes de molhar, você deve revirar, revolver a pilha, colocando o que estava em cima para baixo e o que estava embaixo para cima. Assim como ocorre com falta de água, se você não revolver, a fermenta- ção ocorrerá, mas será muito lenta, le- vando meses para ocorrer. 41 O material a ser fermentado tem sua temperatura aumentada. Isso acontece com todomate- rial orgânico que passa por fermentação do esterco e do composto ao vinho e ao pão. A tempe- ratura pode atingir 70ºC. No início, a temperatura é alta e vai caindo com o passar dos dias. Se você notar que o material está frio, apesar de ainda não decomposto, tenha certeza de que ou está faltando água ou falta ar (revolvimento). 8 Ponto de utilização Com o passar das semanas, você notará que o material usado na compostagem diminui de tamanho e se quebra em pedaços menores. A pilha também diminuirá de volume, e o trabalho de revolvimento será cada vez maisdifícil. A coloração mudará de cinza/marrom para preta. O cheiro passará a ser de terra preta, e a temperatura vai aos poucos baixando. Quando o material estiver na temperatura ambiente, ou mais frio, desde que úmido e aerado, significa que a maior parte da fermentação acabou. Aqueles materiais orgânicos (matérias-pri- mas) usados agora são adubo orgânico rico em húmus, ou melhor, voltaram a ser sais minerais. Quando frio, o material deve ser coberto ou ensacado e levado ao depósito, pois, agora, a chuva pode lavar os sais minerais, empobrecendo-os. É muito importante lembrar que, quando a compostagem é bem feita, com pilhas altas, com irrigação e revolvimento, todas as sementes de ervas daninhas, pragas e doenças de planta mor- rem; mas, se a terra não receber o material e o cuidado semanal de revirar e molhar o composto, ela será um berço de problemas para a horta e o jardim. 42 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª semanas temperatura ºC 70ºC Aquecimento e Estabilização VERMICOMPOSTAGEM – é a produção de composto, de adubo orgânico, com a ajuda das minhocas. 1 Espécies de minhoca Existem três grupos de minhoca, e cada grupo tem várias espécies,com diferentes hábitos de alimentação. A) MINHOCAS BRANCAS – São aquelas em tons claros. lentas e curtas. Elas comem a terra construindo galerias bem fundas. B) MINHOCAS PRETAS – Tem tons marrons/pretos. São muito rápidas e brilhantes, têm pele dura e são popularmente chamadas de puladeiras. Alimentam-se de restos de folhas e normal- mente habitam a superfície da terra. C) MINHOCAS AMERICANAS – São escuras e finas. Vivem em grandes colônias, porque colo- cam muito ovos. Elas são originárias dos Estados Unidos, e a mais comum delas é a californiana. Essa espécie é usada para produção de húmus, pois alimenta-se de esterco. São de nosso interesse, na vermicompostagem apenas as minhocas do grupo B e C, ou seja, aquelas que comem folhas e estercos. 2 Substratos O material de que dispomos para produzir adubo orgânico determina o tipo de minhoca que usaremos. Se dispusermos de folhas e restos de vegetais, devermos colocar as minhocas pretas em contato; se o material for esterco, devemos trabalhar com as espécies americanas. Se inver- termos o papel, colocando as americanas junto com as folhas e as pretas no esterco, elas morre- rão, ou abandonarão o local. Também não devemos misturar os materiais (folhas + esterco) e os grupos de minhoca, pois as americanas são mais eficientes e mais rápidas que as pretas; assim, a parte dos estercos será transformada bem antes que a parte das folhas. Quanto mais fino e mais hidratado estiver o material, melhor para as minhocas. No caso das que digerem o esterco, elas só agem quando o material já estiver ligeiramente decomposto (fer- mentado), ou seja, quando aquela fase de alta temperatura do esterco já passou. É comum os produtores de húmus lavarem o esterco antes de o colocarem nos canteiros das minhocas. O objetivo é lavar a urina, pois, sem a urina, a fermentação é mais lenta e não há risco de matar as minhocas; no entanto, a melhor parte do esterco é eliminada junto à urina, gerando 43 1. Espécies de minhocas 2. Substratos 3. Cuidados na montagem 4. Uso e Aproveitamento MÓDULO 9 VERMICOMPOSTAGEM um produto final pobre. 3 Cuidados na montagem As minhocas são criadas em canteiros a céu aberto, onde o material que será trabalhado é coloca- do e mantido úmido e coberto com palha ou sombrite. A altura ideal do material que será colocado é entre 40 e 50cm; conforme o material for adensando (abaixando), deve-se colocar mais matéria por cima, até que o momento da retirada do húmus che- gue. Devem-se montar os canteiros em local aberto, livre da possibilidade de enchente e, de preferên- cia, ligeiramente inclinado. Além disso, galinhas não podem ser criadas próximas do local . Observar sempre a presença de centopéias e piolhos de cobra, pois são predadores (comedores) de minhocas. Se encontrar esses ver- mes, deve-se peneirar todo o material, retirando-os. 4 Uso e aproveitamento A vermicompostagem é mais trabalhosa que a compostagem comum. Apesar de não exigir revolvimento, ela exige controle muito mais minucioso da água (umidade) e também exige penei- ramento. O resultado final é um produto de qualidade bem superior. Com o acúmulo de húmus no fundo do canteiro, deve-se remover cuidadosamente a camada superficial (ainda não decompos- ta) para outro canteiro e, conforme for sendo feito o peneiramento das minhocas, estas devem ser colocadas junto do material não decomposto. Nunca devemos esperar as minhocas decomporem todo o material de um canteiro, pois elas “fugirão”, ou morrerão de fome. Vão-se aos poucos colocando camadas de um material não de- composto sobre aquele já compostado. Para as minhocas californianas, a cada trinta ou quarenta dias, é feito o esvaziamento do can- teiro.Já para o grupo das minhocas pretas, o peneiramento acontece a cada 3 ou 4 meses. Para o peneiramento, devemos usar primeiro uma peneira de malha 1cm, que reterá apenas o material não decomposto. Depois, devemos usar uma peneira de 0,5 ou 0,6cm, que reterá o material mais grosso e as minhocas, deixando passar o húmus e os ovos. Depois de peneirado, o húmus deverá ser ensacado e abrigado da luz e da umidade. O diferencial entre húmus e os outros compostos ou adubos orgânicos é que, ao ser traba- lhado pelas minhocas, estas produzem compostos (enzimas) que facilitam o desenvolvimento radicular das plantas. 44 A horticultura ou produção de hortaliças tem como segredo básico a produção das mudas. Das mudas até o ponto de colheita, o processo é simples. Estudaremos basicamente a produção das mudas, que se assemelha, em muito, ao processo de produção das mudas do jardim. Essa pode ser a céu aberto, quando o plantio é realizado sem nenhuma proteção, ou mesmo protegido. A proteção pode ser feita com telas de sombre- amento, que impedem a entrada da luz do sol, normalmente em índices que variam de 50% a 70%. Quando a cobertura é feita por plásticos, esse cultivo é totalmente controlado, tanto na irrigação quanto na fertilidade; dependendo do caso, há controle da temperatura diurna e noturna. Essa é a grande vantagem do cultivo em estufas, pois, com o manejo da saída do ar diurno, podemos aumentar a temperatura noturna, o que proporciona melhor desenvol- vimento às plantas. A qualidade da terra não melhora apenas soltando minhocas. Na verdade, ela precisa ter al- gumas condições que permitam o desenvolvimento das minhocas. Se você quiser criar minhocas pretas, você deve primeiro corrigir a acidez. Depois da correção de acidez, deve-se, mensalmente, fazer aplicações de esterco no solo. Ob- serve, então, que criar a minhoca preta típica do Brasil é mais fácil: basta oferecer calcário + mul- ching, condições aliás que trarão muitos outros benefícios às plantas. 45 1. Preparo do Solo 7. Propagação das Plantas 2. Época de Plantio 3. Plantio Direto / Indireto 4. Produção de Mudas em Bandejas ou Tubetes 6. Uso de Substratos Estufa Agrícola modelo Capela com abertura zenital, controle de temperatura, umidade e luminosidade Construção de Estufa Agrícola MÓDULO 10 HORTICULTURA E PRODUÇÃO DE MUDAS A CÉU ABERTO E EM CULTIVO PROTEGIDO 1 Preparo do solo Para melhorar o plantio de hortaliças em canteiros, devemos tornar o solo mais orgânico possível, pois as hortaliças, com raras exceções, são muito exigentes em porosidade e fertilida- de da terra. Já para a produção de mudas de plantas ornamentais, quando for feito por estacas, deve-se reduzir a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorga- nismos que vão apodrecer a região do corte da estaca. 2 Época de plantio A melhor época para o plantio de hortaliças é o outono/inverno. Já para as ornamentais, o ideal é que sejam plantadas de agosto a janeiro. 46 Plantio de Hortaliças a céu aberto, defronte a umaestufa agrícola. Plantio de abobrinhas em vasos 47 3 Plantio direto / indireto Quanto ao plantio de hortaliças em canteiros, quanto mais orgânico o solo, melhor, pois as hortaliças, com raras exceções, são muito exigentes em porosidade e fertilidade da terra. Já para a produção de mudas de plantas ornamentais, quando for feito por estacas, devemos reduzir muito a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorganismos que vão apodrecer a região do corte da estaca. 4 Produção de mudas em bandejas ou tubetes Podem ser de plástico, ou isopor, com células (vazios) com volume de 20ml a 1l. A grande vantagem da produção em bandeja é o fato de podermos transportá-la facilmente; além disso, fica suspensa, evitando o crescimento da raiz para fora da célula. Isso permite produzir muitas mudas numa pequena área, sem desenvolvimento de raízes enoveladas. Necessariamente, a produção exige substrato que funciona como um facilitador no momen- Fúcsias (Brincos de Princesa) – Produzidos em Estufa Jardim de Hotel feito com flores produzidas em estufa, no próprio empreendimento, minimizando custos e aumentando qualidade. Mesmo Jardim, no verão. Alta rotatividade e dinâmico. No inverno (ao lado) plantio com Amor – perfeito e no verão (acima) plantio com Impatiens. to da remoção da muda, é isento de pragas e doenças, e a porosidade trabalha a favor. Já os tubetes, que são estruturas tubulares (cilíndricas) com ranhuras internas, se prestam mais à produção de mudas de raízes longas, como as das árvores. Como o volume de substrato disponível para a planta é muito pequeno, precisamos ter atenção com a irrigação e com as adubações, que devem ser feitas de forma semelhante à adubação de vasos. 48 Produção de mudas dentro de estufa, em vasos. Vasos em estufa com fertirrigação Produção de tomates em estufa. Manejo Integrado. 49 5 Produção de mudas em saquinhos Os sacos plásticos são mais utilizados para o cultivo de ornamentais do que hortaliças, pois ocupam maior volume e tem maior peso, além de serem individuais. Tem custo menor e exigem menor estrutura que bandejas/tubetes. Os grandes inconvenientes de seu uso são a forma ar- redondada e o contato com o solo, que geram raízes enoveladas, conseqüentemente muda de padrão inferior. Quando for plantar em saquinhos, cuidar para que árvores e arbustos de porte grande sejam plantados (semeados) em sacos estreitos e compridos, isso diminui o problema de enovelamento. 6 Uso de substratos Quando o plantio de forrações for feito pelo método de estacas (lenhosas ou ponteiros), não devemos usar substratos orgânicos, mas, sim, areia lavada, vermiculita, ou terra argilosa (verme- lha), pois estas possuem poucos microorganismos, e isso trará maiores índices de enraizamento. Após formadas as raízes, as estacas podem ser transplantadas para substratos orgânicos. 7 Propagação das plantas A produção de mudas nem sempre é feita por sementes. Vários métodos podem ser usados para propagar uma planta: • Sementes – árvores e hortaliças • Divisão de Touçeiras – forrações • Estacas Lenhosas/ ponteiros – arbustos, forrações • Alporquia – arbustos • Mergulhia – trepadeiras • Enxertia – frutíferas de clima frio, ou de produção tardia A) PRODUÇÃO POR SEMENTES – O plantio de sementes é um método demorado e de re- sultado incerto, pois as plantas produzidas são diferentes entre si. Devemos conhecer algumas características das sementes, como: Viabilidade – É o tempo de vida útil em que boa parte das sementes germinam. Pode ser de dias, como no caso das sementes aladas, como os ipês, por exemplo; ou pode ser de meses, como no caso das sementes grandes e com grande reserva, como as abóboras, que, inclusive, pode chegar a décadas, mesmo as de casca dura, como o guapururu. Dormência – É uma característica de sementes que estão preparadas para sofrer agressões (seca, fogo, neve) e não germinar. Elas só germinam quando estimuladas, ou seja, quando a dormência é quebrada. Para quebrá-la, podemos usar: • Ácido sulfúrico a 0,2% por duas horas • Água quente – a 80ºC por 5 min – flamboyant • Água fria – 24 horas – feijão • Lixamento ou corte de casca – guapuruvu. • Choque frio – a 0ºC por 48 horas – plantas de origem fria. • Estratificação – colocam-se as sementes sob camada de areia úmida (espessura de cinco vezes o comprimento da semente) – palmeiras. Degenerescência – É a perda de características boas das plantas por replantio das mesmas sementes. Podemos observar esse fenômeno em margaridas, quando há a diminuição do tama- nho das flores ano após ano. B) PRODUÇÃO POR ESTACAS / CLONAGEM – É o plantio de galhos ou parte deles postos para criar raiz num ambiente apropriado. A vantagem é que as plantas filhas serão iguais à mãe, e a produção é precoce. As estacas podem ser: Estaca de folha – Quando se cultiva apenas a folha em ambiente estéril, com temperatura entre 20ºC e 22ºC e umidade do ar entre 80% e 90%. Comum em violetas e calanchoe. Estaca de ponteiro – Cultiva-se uma estaca da ponta do ramo de 5cm a 10cm, mantendo 20% a 30% da área foliar, tendo a estaca de três a cinco gemas viáveis. É comum em azaleias, hortênsias e lavanda. Estaca lenhosa – Normalmente, nos cipós, onde se utiliza estaca com três a cinco gemas viá- veis. Em trepadeiras longas, uma torção em circulo em parte do tronco melhora o enraizamento. Enxertia – É um tipo de estaquia onde se utilizam as raízes de uma planta e a copa de outra planta do mesmo gênero, somando-se características favoráveis das duas. O tipo de enxertia mais comum é a borbulhia, onde se retira uma gema (borbulha) de uma plan- ta em produção e se coloca sob a casca fendida da planta que serve como cavalo; a ferida é isolada da umidade e, quando a gema inicia o desenvolvimento, a parte da copa do cavalo é cortada. C) DIVISÃO DE TOUCEIRAS – Quando retiramos as mudas que perfilham junto ao colo da planta mãe. Produz plantas iguais à planta-mãe e, por vezes, florescem imediatamente. É muito fácil: basta dividir a touceira e, na maioria dos casos, imediatamente fazer a poda das raízes e da parte aérea. D) ALPORQUIA – Induzimos a planta a formar raízes a partir de um ramo aéreo, que pode ser encostado no solo e enterrado, ou o ramo é envolvido com musgo (esfagno) úmido, que deve ser firmemente envolvido com um plástico. Nesse ambiente, a planta se enraíza. A alporquia é comum em trepadeiras. 50 Você deve reconhecer como forração de um jardim as plantas de porte (altura) baixo (até 0,5m) e que, quando plantadas, forram a terra, por formarem touceiras, ou por rastejarem por ela. Existem alguns cuidados nesse plantio, como veremos a seguir: 1 Limpeza do terreno A grande vantagem do plantio de forrações em relação ao plantio de grama é que as forra- ções exigem pouca manutenção, mas, para isso, o solo deve estar livre de entulhos e de ervas daninhas (ver módulos V, 2, B) no momento do plantio. 2 Preparo do solo A terra deve ser revolvida (cavoucada) na profundidade da forração a ser plantada, isto é, devo pensar no tamanho (profundidade) que as raízes da planta atingirão quando adultas. É um erro afo- far a terra só na profundidade e apenas do saquinho (recipiente) no qual a planta está plantada. Antes mesmo de cavar a terra, é interessante aplicar o calcário, para que, com cavoucamen- to, ele se misture bem ao solo. A quantidade que devemos usar é aquela do módulo VI, 4. Já os adubos e os condicionadores de solo são colocados após o afofamento da terra. São espalhados por cima da terra, que já deve estar nivelada, e ser misturada a ela. Se você colocar os adubos e os condicionadores de solo antes do primeiro cavoucamento, correrá o risco de concentrar os adubos mais de um lado que de outro. A quantidade de adubos é aquela vista no módulo VII, 5, A. . Já a quantidade de condicionador será discutida no módulo XX – Substratos. Mas, de forma geral, os condicio- nadores não têm um limite
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