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Formação de Jardineiros

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Seja bem-vindo!
Ao estudar com empenho as seguintes páginas e aprender 
técnicas de jardinagem, você, como aluno, deverá também 
transformar sua atitude diante da vida, buscando apropriar-
se de noções e hábitos de ecologia e cidadania, tornando-se 
assim apto ao desempenho de um importante papel como 
profissional e cidadão em sua comunidade.
Idealizada pela Camargo Corrêa Desenvolvi-
mento Imobiliário e pelo Instituto Camargo Cor-
rêa em parceria com a Associação Obra do Berço 
e Itubanaiá, a iniciativa nasceu como parte das 
atividades do Viveiro Te Amo São Paulo. O obje-
tivo é formar jovens com idade entre 16 e 24 anos, moradores dos bairros próximos, em educação 
ambiental e jardinagem. A aplicação da linha pedagógica é totalmente embasada nos preceitos da 
sustentabilidade, contribuindo para a inserção social e profissional desses jovens. O projeto é de-
senvolvido em ciclos de seis meses e são formadas quatro turmas por ano.
Ciclo 1
•	 Gestão	pessoal	e	profissional:	segundas,	quartas	e	sextas,	das	8	às	12	horas	e	das	13	às	17	horas.
•	 Núcleo	Técnico	em	Jardinagem:	terças	e	quintas,	das	8	às	12	horas	e	das	13	às	17	horas.
•	 Visitas	técnicas
Ciclo 2
•	 Clube	de	Oportunidades
•	 Formação	 continuada	 e	 encaminhamento	 para	 o	mercado	 de	 trabalho	 de	 acordo	 com	 as	
oportunidades. 
Com sete mil metros quadrados de terreno, o viveiro 
faz parte de um projeto da Camargo Corrêa Desenvolvi-
mento	 Imobiliário	 de	 reurbanização	 do	 bairro	 Jardim	 Sul.	
É um espaço de utilização e demonstração de tecnologias 
sustentáveis, como reuso da água pluvial para irrigação das 
plantas do viveiro e aquecimento solar, além de tecnologias 
agrícolas, como hidroponia, compostagem e minhocário. O 
objetivo é desenvolver atividades relacionadas ao aspecto 
ambiental, produzindo mudas de plantas ornamentais, flores, forrações, árvores nativas, frutíferas e 
exóticas para utilização em programas de compensação ambiental, arborização urbana e formação 
de jovens em projetos socioambientais. O viveiro está também de portas abertas para a convivência e 
visitação da comunidade.
A	Associação	Obra	do	Berço	foi	 fundada	na	década	de	30	por	Mère	Amedée	
com o objetivo de confeccionar e distribuir enxovais a recém-nascidos carentes. 
Na	década	de	80,	passou	a	atuar	também	com	os	Programas	Clube	de	Mães,	Clu-
be	Infantil	e	Ambulatório	Odontológico.	Nos	anos	90,	continuou	a	expandir	seus	
programas ampliando a faixa etária dos atendidos, para contribuir, também, na 
qualificação de adolescentes e para sua inserção no mercado de trabalho. A Obra 
do Berço tem como missão promover ações educativas, culturais, sociais e de 
saúde	para	crianças,	adolescentes	e	suas	famílias,	visando	à	formação	de	um	ser	
humano participativo e consciente de seu papel como cidadão. 
Criado	 em	 dezembro	 de	 2000,	 é	 o	 responsável	 pelo	 investi-
mento	social	do	Grupo	Camargo	Corrêa.	Sua	missão	é	promover	
o desenvolvimento comunitário sustentável, investindo em crian-
ças,	adolescentes	e	jovens.	Para	tanto,	criou	quatro	programas:	o	
Infância Ideal, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento 
saudável de crianças de zero a seis anos; o Escola Ideal, que traba-
lha	pela	melhoria	da	qualidade	de	gestão	da	escola	pública;	o	Futuro	Ideal,	voltado	para	o	empreen-
dedorismo juvenil e a geração de trabalho e renda; o Ideal Voluntário, que facilita a ação voluntária 
dos profissionais das empresas do grupo. O projeto Semeando Oportunidades é uma ação do Pro-
grama	Futuro	Ideal.	
Desde	 sua	 criação,	 em	 1996,	 a	 empresa	 prima	 pela	
qualidade de seus imóveis e pela garantia de entrega no 
prazo,	mantendo	a	 tradição	consolidada	nos	mais	de	70	
anos	de	 existência	 do	Grupo	Camargo	Corrêa.	A	CCDI	 é	
hoje uma das maiores companhias em incorporação de empreendimentos residenciais e comer-
ciais de alta qualidade. Para garantir seu padrão de qualidade, os empreendimentos incorporados 
reúnem	o	que	há	de	melhor	em	termos	de	projeto.	Tudo	é	cuidadosamente	pensado	para	oferecer	
imóveis amplos, confortáveis, seguros, valorizados e distintos.
Idealizada	 e	 criada	 no	 ano	 de	 2004,	 a	 empresa	 é	 volta-
da para o desenvolvimento de idéias e projetos paisagísticos 
e ambientais, tendo como tema principal a água e as práti-
cas sustentáveis de tecnologias agrícolas de vanguarda que 
abraçam a causa. A Itubanaiá atua não apenas na elaboração 
de seus projetos ambientais, mas também na formação do 
ser humano, entendendo que o homem é mais um componente da natureza, devendo interagir 
no ecossistema. 
ÍNDICE:
1 – O profissional e o jardim 9
2 – Ferramentas 11
3 – Manutenção de máquinas e equipamentos 15
4 – As plantas e as suas necessidades básicas 17
5 – Tipo de solo 23
6 – Calagem 27
7 – Adubação 30
8 – Compostagem 40
9 – Vermicompostagem 43
10 – Horticultura e produção de mudas 
a céu aberto e em cultivo protegido 45
11 – Plantio de forrações de sol 51
12 – Plantio de forrações de sol e sombra 58
13 – Plantio de árvores e arbustos 63
14 – Manutenção de forrações 69
15 – Manutenção de gramados 71
16 – Manutenção de árvores e arbustos 75
17 – Poda de árvores e arbustos 77
18 – Transplante 83
19 – Plantio e manutenção de vasos 
em cultivo protegido 88
20 – Controle de pragas e doenças 91
21 – Leitura de desenhos, mapas e 
projetos paisagísticos 95
1. O jardineiro e suas funções 
2. Comportamentos profissionais 
3.	Atuações	esperadas	
4. Respeito, assiduidade e capricho
5. O jardim
1 O jardineiro e suas funções
Jardineiro	é	o	trabalhador	que	cuida	do	jardim,	de	alguns	locais	próximos	(horta,	piscina,	calçada),	além	
de	fazer	a	zeladoria	externa	de	uma	casa.	Muitas	vezes,	o	jardineiro	também	faz	o	trabalho	de	encanador,	
eletricista	e	pedreiro.	É	comum	o	responsável	pelo	jardim	consertar	um	cano	quebrado	(encanador),	desli-
gar	a	energia	quando	se	percebe	um	curto	circuito	(eletricista),	ou	assentar	uma	pedra	do	piso	que	saiu	do	
lugar,	evitando	alguns	acidentes	(pedreiro),	entre	outras	atividades.
O jardineiro faz seus serviços sempre com calma, asseio e de forma organizada; está pronto a intervir 
e	ajudar	em	outros	serviços,	quando	necessário.	O	bom	profissional,	além	de	cuidar	das	plantas,	zela	pelo	
bem-estar das pessoas que habitam a casa, bem como dos animais de criação que vivem no jardim.
 
2 Comportamento profissional
O bom jardineiro é aquele que é um profissional que age como pessoa especializada em 
cuidar	das	plantas	e	à	zelar	por	pessoas	e	por	tudo	que	está	próximo.	Existem	duas	condições	
que fazem o profissional do jardim, a primeira, é cuidar das coisas, como se fossem suas plantas 
materiais, pessoas – familiares; e a segunda é sempre ser observador, observar as necessidades 
das plantas e das pessoas.
3 Atuações esperadas
Geralmente,o	 trabalho	do	 jardineiro	é	 feito	 com	a	presença	dos	moradores	da	 residência;	
por essa razão, precisa ser discreto, causando o mínimo ruído possível. Por exemplo, quando 
alguém estiver na piscina, é recomendável que o jardineiro trabalhe do outro lado da casa; 
quando alguém estiver dormindo, o profissional jamais deve cortar a grama ou fazer outros 
tipos de ruído.
4 Respeito, assiduidade e capricho.
O jardineiro trabalha com o que é bonito, limpo, organizado, portanto, é obrigação desse 
profissional manter ferramentas e local de trabalho sempre limpos e organizados. O jardineiro 
deve ainda colaborar com as pessoas para o bom andamento dos serviços, evitando envolver-se 
9
MÓDULO
1
O PROFISSIONAL E O JARDIM
em problemas alheios e fofocas. 
O zelo com as ferramentas deve ser constante. É comum, por exemplo, deixar a enxada no 
chão com o corte virado para cima durante o trabalho, o que pode causar um acidente do qual 
tanto o jardineiro quanto outras pessoas podem ser vítimas, principalmente crianças.
Com o tempo, o profissional torna-se conhecido na vizinhança e surgem ofertas para fazer 
outros serviços, os chamados “bicos”. Aos poucos, os bicos podem aumentar, mas o trabalho prin-
cipal	( jardim)	não	pode	ser	abandonado.	No	inicio,	ninguém	nota,	mas	com	o	passar	das	semanas,	
o	jardim	vai-se	deteriorando,	o	que	pode	ocasionar	o	desligamento	(demissão)	do	profissional.	
Além	de	cuidar	do	jardim,	outras	atividades	estão	ligadas	ao	trabalho	do	jardineiro:	limpeza	
de calhas, caixa d’água, canil e calçadas, manutenção de horta e piscina, inspeção do sistema 
de drenagem, entre outras. 
5 O jardim
No	 jardim	urbano,	que	compreende	o	espaço	de	praças	e	parques,	o	 jardineiro	deve,	além	
das tarefas que lhe são próprias, agir como guardião do local, orientando as pessoas. As áreas 
trabalhadas serão grandes e certamente haverá outros jardineiros. Assim, o trabalho em equipe 
é	essencial.	Não	pode	faltar	companheirismo,	amizade	e	solidariedade.
No	 jardim	rural,	em	chácaras,	 sítios	e	 fazendas,	o	 jardineiro	deverá	observar	que,	além	de	as	
áreas serem maiores, alguns cuidados na preservação das criações e plantações devem ser segui-
dos.	Imagine	se	você	for	fazer	um	jardim	e	encontrar	um	formigueiro	de	saúvas	próximo	do	local.	
Você	então	pega	um	pacote	de	formicida	granulado	e	coloca	no	carreiro	(caminho)	das	formigas.	
Só que aquela vaca campeã de produção de leite na fazenda acha o formicida e come. Com certe-
za, a vaca irá morrer. Se não morrer, o leite do animal será contaminado. Esse foi um exemplo, mas 
vários problemas podem ser evitados tomando-se cuidados simples, como, por exemplo, com o 
uso e a armazenagem de objetos de seu uso no trabalho. O segredo para que o jardineiro execute 
suas tarefas sem causar transtornos, prejuízos ou acidentes é observar, pensar e planejar.
10
1 Tipos de ferramenta
As	ferramentas	do	jardim	são	classificas	em	três	tipos:	de	impacto,	de	corte	e	de	precisão.	O	
que muda de um tipo para o outro é a forma como o equipamento é usado e os cuidados ne-
cessários para cada um. Existem algumas ferramentas e materiais que não se enquadram nessa 
classificação,	mas	que	são	muito	úteis,	como	pulverizadores,	equipamentos	de	proteção	indivi-
dual, garfo, gadanho, trena, caixa, copos para medida, balança e sacos vazios.
A) FERRAMENTAS DE IMPACTO – Precisam de força e, principalmente, velocidade no seu 
uso. Por exemplo, ao usarmos um enxadão, devemos levantá-lo até a altura dos olhos; quando 
ele desce, devemos aplicar um pouco mais de força para que a sua velocidade aumente. O que 
faz com que ele penetre na terra é a velocidade da queda e não a força. São ferramentas desse 
tipo:	enxadão,	chibanca,	picareta,	machado	e	pá	curva.
B) FERRAMENTAS DE CORTE – Precisam estar sempre afiadas e com o corte impecável, já que 
o	seu	uso	não	exige	 força.	São	 ferramentas	desse	 tipo:	enxada,	pá	 reta	 (vanga),	 facão,	 tesoura	
de grama, tesoura corta-galhos, serrote, aparador de cerca viva, cortador de grama, sacho, en-
xadinha e motosserra.
C) FERRAMENTAS DE PRECISÃO – Em sua maioria, imitam o trabalho da mão do homem. 
Também	têm	o	corte	impecável.	São	ferramentas	desse	tipo:	canivete,	tesoura	de	poda,	serrote	
curto	 (trapezoidal),	plantador,	 espaçador,	 rastelo,	 firmino,	 vassoura	 (esses	últimos	 sem	corte).	
Seu uso não necessita de força. 
2 Ferramentas	de	uso	múltiplo
É muito comum encontrar jardineiros que usam apenas uma enxada, um facão e uma vas-
soura para o seu trabalho – o que é errado. Ao cavoucar a terra com a enxada, além de forçar a 
ferramenta, o rendimento do trabalho cai, e a coluna do profissional é forçada, causando dores 
nas costas ao final do dia. Cavar com a enxada também não é bom para o jardim, porque a enxa-
da não penetra muito fundo na terra. Quando você corta um galho com o facão, quase sempre o 
galho se racha, e a cicatrização daquela ferida é difícil e lenta, o que pode trazer doenças para a 
planta. Se o facão foi usado para cortar terra, é ainda pior, porque ela pode trazer doenças para 
o galho. Além disso, cortar a terra com o facão danifica o seu corte. O bom jardineiro é aquele 
que tem um conjunto de ferramentas e as utiliza de maneira adequada, sem improvisar.
11
1.	Tipos	de	ferramenta																																													7.	Usos	adequados	e
2.	Ferramentas	de	uso	múltiplo	profissional												inadequados
3.	Encabamento	 																																																			
4. Afiação 
5.	Manutenção
6. Ergonometria 
MÓDULO
2
FERRAMENTAS
3 Encabamento 
A maioria das ferramentas tem cabo de madeira. Ao encabarmos uma ferramenta, devemos 
atentar para três questões.
A) TAMANHO DO CABO – Cada ferramenta tem um cabo próprio, pois o seu tamanho interfe-
re no rendimento do serviço e pode ocasionar dor nas costas. O cabo deve ser medido de acordo 
com	a	altura	da	pessoa	que	vai	usar	a	ferramenta.	Para	isso,	usamos	o	seguinte	método:
Enxada: o cabo estará na altura ideal, se ele tocar o queixo da pessoa que vai usá-la. Se for maior, será 
muito	pesado.	Se	for	menor,	a	pessoa	ficará	arcada	durante	o	trabalho,	causando	prejuízos	à	coluna. 
Enxadão: o comprimento ideal do cabo é a distância entre o chão e o umbigo do jardineiro. 
Vanga: o comprimento ideal é a distância entre o chão e o peito do jardineiro.
B) CUNHA	–	Para	fixar	o	cabo	na	ferramenta,	ele	deverá	ser	rachado	(fendido),	e	devemos	bater	vigo-
rasamente	com	uma	cunha	de	madeira.	Nunca	usar	pedras,	pregos	e	metais,	pois	eles	saem	com	o	tempo.	
A	cunha	deve	ser	feita	de	madeira	bem	dura,	para	que	não	rache	facilmente.	O	ideal	é	que	seja	ipê	(piúva).	
Nunca	encabar	uma	ferramenta	com	o	cabo	úmido	ou	ainda	verde,	pois	em	poucos	dias	sairá	do	cabo.
C) ÂNGULO – Todos já ouviram falar em enxada “de pé” ou “deitada”. Isso se refere ao ângulo 
que a lâmina forma com o cabo. Enxada deitada “corre” pela superfície da terra, enquanto en-
xada	“de	pé”	afunda	na	terra.	Já	o	enxadão	deve	ser	sempre	encabado	“de	pé”,	pois	deitado	não	
funciona. Conseguimos mudar a posição da enxada fazendo cavas na parte de cima do cabo 
(frente)	e	na	parte	debaixo	(atrás)	da	lâmina.	Quanto	mais	cavamos,	mais	deitada	ficará	a	enxada. 
 
4 Afiação
O rendimento no uso de uma ferramenta depende do seu corte. É preciso tomar alguns cui-
dados	na	hora	de	afiar	(amolar)	uma	ferramenta	de	corte	e	precisão.	
A) MATERIAL USADO – Podemos usar para afiar, pedras de amolar, limas e esmeril, quando o 
corte é muito preciso, muito fino ou a ferramenta delicada, usamos a pedra, quando o corte é 
grosso,	usamos	o	esmeril	lembrar	que	o	esmeril,	desbasta	(desgasta)	muito	a	lâmina	e	devemos	
usá-lo sempre junto com água, para molhar ligeiramente lâmina, pois o esmerilhar produz calor 
que	“tira”	a	temperatura	(a	dureza)	do	metal.
B) LADO A SER AFIADO – Com exceção do machado e dos serrotes, que são afiados dos dois 
lados,	 todas	as	outras	 ferramentas	são	afiadas	somente	de	um	 lado.	No	outro	 lado,	“acerta-se”12
o corte. Algumas ferramentas apontam qual lado deve ser afiado, como em tesouras, foices e 
canivetes.	Afiar	significa	diminuir	a	espessura	das	lâminas	(afinar	o	corte).	Em	um	canivete,	por	
exemplo, há um vazado para indicar o lado que deve ser afiado.
Depois de afiar um lado e acertar o corte do outro, devemos “quebrar o fio”, passando a pe-
dra de afiar ou a lima várias vezes, dos dois lados, como faz o açougueiro com a faca e o fuzil. 
Fuzil	é	um	tipo	de	lima	redonda,	com	dentes	bem	finos.	
No	caso	da	vanga	e	de	outras	ferramentas,	para	saber	qual	lado	devemos	afiar,	basta	simular	
que estamos trabalhando. O lado que olhamos é o que deve ser afiado, e o outro é o lado em que 
o	corte	deve	ser	acertado.	Quase	sempre,	o	lado	a	ser	afiado	é	aquele	que	fica	para	cima	(com	
exceção	de	enxadas	e	enxadões).	Nas	tesouras	de	poda,	apenas	a	lâmina	cortante	é	afiada.	
C) CUIDADOS	–	Muitos	acidentes	de	jardim	acontecem	no	momento	de	afiação	das	ferramen-
tas. Algumas vezes, por descuido, no correr de pedras e limas. Outras, por pedaços de pedra ou de 
metal lançados pelo esmeril contra os olhos, quando não se usam óculos de proteção. Há também 
o estilhaçamento da lima, que ocorre quando se põe muita força no seu manuseio. A lima não se 
quebra, pois é feita de um material muito duro, mas se estilhaça, e os pedaços podem atingir o 
rosto do jardineiro.
5	Manutenção
As lâminas das ferramentas são de metal, e os cabos são de madeira. Seu principal inimigo é a 
chuva	(umidade),	mas	os	adubos	também	enferrujam	os	metais.	Por	isso,	é	preciso	sempre	guardar	
as ferramentas em local protegido; antes, elas devem ser lavadas, eliminando-se a terra ou outro 
material.	 Deve-se	 também	 aplicar	 uma	 camada	 de	 óleo	 lubrificante	 ao	 guardá-las.	 Não	 havendo	
óleo, pode-se esfregar tronco de bananeiras ou helicônias nas partes metálicas, pois impedem que 
enferrujem.	Nunca	guardar	máquinas	ou	ferramentas	junto	com	adubos	químicos	ou	orgânicos.
6 Ergonometria 
Os cuidados de afiação, manutenção e encabamento das ferramentas proporcionam maior 
conforto ao jardineiro durante seu trabalho. Os tamanhos dos cabos proporcionam a postura 
correta,	e	a	afiação	adequada	favorece	para	que	haja	menor	tensionamento	dos	músculos.	Esse	
conforto	reflete-se	no	final	do	dia	e	na	saúde	ao	longo	dos	anos.
O uso inadequado das ferramentas compromete a postura do físico do jardineiro. Por exem-
plo,	quem	é	destro	 (trabalha	com	a	mão	direita)	não	pode	usar	 tesoura	de	poda	 feita	para	ca-
nhotos. O contrário também é válido, pois, se um destro usar uma tesoura canhota, em pouco 
13
tempo seus tendões e ligamentos da mão irão inflamar, causando dor.
7	Usos	adequados	e	inadequados	
O	que	não	se	pode	fazer	com	as	ferramentas:	
•	Nunca	cavar	terra	com	enxada	ou	rastelo	(ancinho).
•	Nunca	capinar	com	enxadão.
•	Tesoura	de	poda	não	é	alicate;	portanto,	não	deve	ser	usada	para	cortar	arame.
•	Não	use	cabos	curtos	nas	ferramentas,	acreditando	que	assim	serão	mais	leves	e	você	tra-
balhará menos.
•	Toda	ferramenta	deve	ser	bem	afiada.
•	Ao	usar	tesoura	de	poda,	não	fazer	esforço	para	os	lados.
•	Facão	é	ferramenta	que	deve	ser	pouco	usada	no	jardim.
•	A	vanga	faz	serviço	superior	ao	enxadão	e	à	chibanca.
•	A	pedra	de	afiar	faz	melhor	serviço	do	que	a	lima.
•	A	lima	faz	um	serviço	melhor	que	o	esmeril.
•	Nunca	abandonar	as	ferramentas	em	pé	ou	com	o	corte	virado	para	cima.
•	Nunca	cortar	raízes	sujas	de	terra	com	tesouras	ou	serrotes.
•	Todo	jardineiro	deve	vacinar-se	contra	tétano.
14
1 Pulverizadores
São equipamentos constituídos de tanque, pistão, gatilho/regismo, mangueiras e bicos. Tan-
ques e mangueiras não podem ter furos, e o gatilho deve estancar totalmente o fluxo de produ-
to.	Mais	cuidados	devem	ser	dados	a	bicos	e	pistão.	Este	último	tem	como	manutenção	apenas	
a lubrificação dos reparos de borracha ou nylon. Para essa lubrificação, deve-se usar graxa ou 
vaselina, lubrificando-se todo o embolo na parte interna e cuidando para retirar o excesso que 
pode	entupir		filtros	e	bicos.	A	lubrificação	deve	ocorrer	a	cada	40	horas	de	uso.	Mesmo	fazendo	
periodicamenthe a lubrificação, com o uso os reparos se desgastam, e o pulverizador perde a 
eficiência, fazendo com que o trabalho seja prejudicado. Por isso, a cada lubrificação, deve ser 
feito o teste para verificar se os reparos funcionam bem. Basta colocar um pouco de água no 
tanque, manter o registro/gatilho fechado e bombar, dando pressão pouco maior que a de tra-
balho.	Na	última	bombada,	a	haste	de	bombeamento	deve	ficar	no	alto.	Aguarde	um	minuto	e	
observe se a haste se movimentou para baixo. Se isso ocorrer, os reparos devem ser trocados.
Os bicos devem estar sempre limpos, e a limpeza 
deve	 ser	 feita	 com	 água.	 Nunca	 devemos	 assoprá-
los com a boca ou enfiar arames ou outro material 
de ponta para limpá-los. Eles devem ser trocados a 
cada	 200	 horas	 de	 uso	 e	 também	 ser	 bem	 aperta-
dos. Quando abertos, eles produzem gotas maiores 
que são mandadas mais longe. O bico aberto pode 
ser usado esporadicamente para uso em locais mais 
altos, mas o jato é irregular. 
Para aplicação de inseticidas e fungicidas, de-
vem-se	usar	bicos	que	produzem	jatos	circulares.	Já	
para os herbicidas, bicos que produzem jatos retos. 
O pulverizador deve ser constantemente lavado e 
após cada pulverização, abastecido com um pou-
co	de	água	 (2	 litros)	e	agitado.	Essa	calda	deve	 ser	
repulverizada nas plantas trabalhadas, e esse pro-
cedimento deve ser repetido mais duas vezes. Se, 
depois disso, houver necessidade de mais limpe-
za, é necessária uma segunda etapa, colocando-se 
algumas gotas de detergente. Essa água deve ser 
descartada.	Nunca	usar	cloro	ou	produtos	químicos	
dessa base, pois ressecam os reparos.
15
1. Pulverizadores 
2. Roçadeiras 
3.	Microtrator
MÓDULO
3
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
16
2 Roçadeiras
As roçadeiras podem ser costais/laterais, de carrinho e movidas a energia elétrica ou gasolina.
- Costais/laterais elétricas	–	Não	exigem	muita	manutenção;	basicamente,	sua	conservação	
consiste na afiação das lâminas, acoplamento perfeito, travamento dos plugues elétricos e lu-
brificação do rolamento do cotovelo da haste.
- Costais/laterais a gasolina:	podem	ser	de	dois	tempos	ou	quatro	tempos.	A	diferença	é	que	
as máquinas de dois tempos usam óleo misturado a gasolina, e as de quatro tempos têm tanque 
de óleo. Ambas têm vantagens e desvantagens. 
A manutenção básica dos dois tipos consiste na lubrificação do cotovelo da haste, afiação da 
lâmina, limpeza de filtros de ar, limpeza do carburador e manutenção de velas. Essas máquinas, 
principalmente as de dois tempos, são motivos de preocupação para o jardineiro, pois, quando 
param, demoram horas para voltar a funcionar. Alguns cuidados são necessários para o bom fun-
cionamento da máquina no dia seguinte.
•	 Usar	 a	 quantidade	 correta	 de	mistura	 óleo/gasolina;	 para	modelos	 2T	 (dois	 tempos),	
usar	sempre	o	medidor.	Misturas	abaixo	do	recomendado	diminuem	a	vida	da	máquina,	
e misturas acima do recomendado causam muita fumaça e encharcamento da vela.
•	Usar	gasolina	de	boa	qualidade,	não	aditivada,	com	pouco	álcool	e	pouca	água.	
•	 Após	 o	 uso,	 esperar	 a	máquina	 esfriar,	 retirar	 o	 combustível	 do	 tanque	 e	 fazer	 o	mo-
tor funcionar, até acabar o combustível. Para isso, deve-se dar a partida novamente, até 
queimar toda a gasolina.
•	Trocar	velas	de	acordo	com	a	recomendação	do	fabricante.	Queimar	velas,	lixar	e	deixar	
no suco de limão são medidas paliativas.
2 tempos 4 tempos
gastam mais combustível gastam pouco combustível
precisa-se	adicionar	óleo	à	gasolina não necessita óleo na gasolina
mais potente menos potentes
mais resistentes menos resistentes
de maior manutenção de menor manutenção
17
- De carrinho elétrica:	 sua	manutenção	consiste	em	manter	em	perfeito	estado	plugues	elétricos	e	
lâmina	afiada.	No	processo	de	afiação,	é	recomendada	a	retirada	da	lâmina	do	corpo	da	máquina,	porque	
isso	evita	acidentes.	Na	recolocação,	certifique-sede	que	a	lâmina	foi	montada	no	sentido	correto	e	que	os	
parafusos	de	fixação	foram	bem	apertados.
- De carrinho a gasolina:	pode	também	ser	de	2T	e	4T.	Sua	manutenção	e	cuidados	são	parecidos	com	
as	máquinas	costais/laterais	movidas	a	gasolina	e	não	necessita	de	 lubrificação	do	rolamento	da	haste.	
Cuidar	para	não	trabalhar	em	locais	muito	inclinados	quando	trabalhar	com	motor	4T,	pois	sua	lubrificação	
nessas	condições	é	deficiente.
3 Microtrator 
Tem	todas	as	necessidades	de	manutenção	das	máquinas	de	carrinho	a	gasolina,	somados	à	 lubrifi-
cação	de	partes	móveis	 (eixos,	hastes)	e	ao	abastecimento	de	água	no	radiador.	A	operação	exige	mais	
cuidados de segurança do operador e de terceiros.
Você	já	parou	para	pensar	de	que	é	feita	uma	planta?	É	simples:	quase	tudo	é	água.e	sais	mi-
nerais. Tanto que, se queimarmos uma planta, a cinza que sobra é salgada, porque ali estão os sais 
minerais.	E	de	onde	vêm	esses	sais	minerais?	Geralmente	da	terra,	mas	a	planta	os	tira	também	do	
ar e dos gases que nele se encontram.
Tudo o que a planta “come” é misturado em seu organismo. A luz solar funciona como uma cola 
que	fixa	os	nutrientes	em	seu	organismo,	produzindo	o	que	os	cientistas	chamam	de	açúcar.	Esse	
modo	de	juntar	água,	ar,	sais	minerais	com	luz	e	produzir	açúcar	é	chamado	de	fotossíntese.	Você	
deve	estar	perguntando:	O	que	a	planta	come?	
Lá	vai:	Das	maiores	para	as	menores	quantidades:	água	(H2O),	Gás	Carbônico	(CO2),
Nitrogênio(N),	Fósforo(P),	Potássio(K),	Cálcio	(Ca),	Magnésio	(Mg),	Enxofre(S),	Ferro	(Fe),	Man-
ganês	(Mn),	Cobre	(Cu),	Zinco	(Zn),	Boro	(B),	Molibdênio	(Mo),	Cloro	(Cl),	,	(Co).
Note	que,	após	cada	nome,	há	um	símbolo.	Como	jardineiro,	você	deverá	conhecer	essas	e	ou-
tras	letrinhas,	pois	os	adubos	são	vendidos	usando	essas	referências.	Um	dia,	você	já	ouviu	falar	
num	adubo	N	P	K	04	-14	-08,	mas	não	sabia	o	que	era.	É	simples:	significa	que	o	adubo	tinha,	para	
cada	100	gramas	dele,	4	gramas	de	nitrogênio,	14	gramas	de	fósforo	e	8	gramas	de	potássio.
1. Solo 
2. Água 
3.	Luz	
4.	Nutrientes	
5. Reconhecimento visual das carências
MÓDULO
4
AS PLANTAS E AS SUAS NECESSIDADES BÁSICAS
18
1 Solo
Um	boa	terra	é	aquela	que	permite	às	raízes	das	plantas	penetrarem	facilmente,	que	o	excesso	de	
água vá para baixo, que o ar passe e ainda que segure uma parte para a planta. 
Você	já	se	perguntou	por	que,	quando	vamos	fazer	um	plantio,	cavamos	(revolvemos)	a	terra?	Fa-
zemos	isso	para	deixá-la	solta,	fofa,	cheia	de	poros,	pois	é	nesses	poros	que	os	sais	minerais	(adubos)	
ficarão; é por esses poros que a água e o ar circulam; é por esses “poros” que as raízes crescem.
Flor de Victoria 
Amazônica – 
Primeiro dia da 
Antese
Flor de Victoria 
Amazônica – 
Segundo dia da 
Antese
19
Bem, voltando ao corpo da planta, é importante então saber que todos ou quase todos os sais 
minerais que o formam vêm do solo; assim, precisamos conhecer um pouco sobre o solo, sobre a água 
e sobre a luz.
Se você olhar de frente para o barranco, verá que, conforme vai crescendo em profundidade, a 
terra	vai	ficando	mais	clara,	mais	arenosa	e	mais	pobre,	havendo	diminuição	do	número	de	raízes;	em	
contrapartida,	é	mais	úmida.
Lembre-se de que, em função dessa forma do solo, as raízes das plantas superficiais são responsá-
veis	por	retirar	os	sais	minerais	(adubo)	da	terra,	e	as	raízes	mais	fundas	respondem	por	absorver	água	
e pela fixação da planta na terra.
2 Água
As	plantas	têm	no	seu	corpo	60%	(troncos)	a	95%	de	água	(frutos	e	folhas	novas).	Por	exem-
plo,	para	produzir	1	kg	de	folhas	de	grama	secas,	o	gramado	gasta	600	litros	de	água.	Para	um	
caule	de	Helicônia	florescer	após	um	ano,	ela	precisa	gastar	400	litros	de	água;	para	produzir	um	
pé	de	alface,	precisamos	de	700	litros	de	água.	Daí	a	importância	da	água.	Ela	auxilia:
• Na turgescência	–	Faz	com	que	a	planta	fique	firme,	traz	sustentação,	flexibilidade	e	resis-
tência contra a quebra.
• Nos trabalhos da planta – É responsável por transportar os sais minerais no solo e dentro 
da planta, além de participar nas transformações.
• No armazenamento	–	A	água	é	o	depósito	de	sais	minerais	e	açúcares.
• Transpiração – É a água que regula a temperatura da planta, e isso permite que a planta fi-
que exposta ao sol sem se queimar. É a terra que, juntamente com as chuvas e as regas, controla 
20
a quantidade de água que vai para as plantas; então, devemos saber que algumas condições da 
terra	facilitam	ou	aumentam	a	água	disponível.	São	elas:
A) PRESENÇA DE ARGILA –	Quanto	mais	argilosa	(vermelha),	mais	a	terra	segura	a	água,	tor-
nando mais difícil trabalhá-la.
B) POROSIDADE – Quanto mais porosa e mais fofa a terra, mais água ela segura.
C) MATÉRIA ORGÂNICA –	Quanto	mais	esterco,	húmus	e	substrato,	mais	água	a	terra	segura.	
Cada	tipo	(espécie)	de	planta	possui	uma	necessidade	de	água,	e	é	difícil	definir	qual		é	a	quan-
tidade exata para cada planta. De forma geral, as plantas de sol exigem menos água do que as 
de sombra; plantas de folhas compridas são menos exigentes que as de folhas redondas; plantas 
com folhas com pelos ou espinhos são menos exigentes que as de folhas lisas, plantas de folhas 
pequenas exigem menos água que as de folhas grandes; plantas de folhas carnosas têm meno-
res exigências de água do que as de folhas pouco espessas.
É	 importante	 ainda	 saber	 que,	 em	 duas	 fases	 da	 vida	 da	 planta,	 não	 pode	 faltar	 água:	 na	
germinação	e	no	florescimento.	É	difícil	dizer	quanto	de	água	devemos	dar	às	plantas,	mas	po-
demos	 fazer	um	exercício.	 Em	São	Paulo,	 chove	no	ano	1200	milímetros	 (mm);	 isso	quer	dizer	
1200	litros	de	água	para	cada	metro	quadrado	no	ano.	Se	fizermos:
1200 l / 365 dias = 3,28 litros por dia
Vemos que todos usam aproximadamente de três a quatro litros de água por metro quadra-
do.	A	questão	é	saber	de	quanto	em	quanto	tempo.	Nunca	devemos	esperar	pelos	sinais	que	as	
plantas	nos	dão,	tais	como:	murchamento,	enrolamento	das	folhas,	encarquilhamento	(diminui-
ção	do	tamanho)	e	mudanças	de	cor	(cor	mais	clara	ou	azulada)	para	iniciar	a	irrigação.
Um	método	é	usar	as	plantas	marcadoras	e	observá-las,	pois	elas	sempre	sentem	a	falta	de	
água	primeiro.	São	elas:	Maria-sem-vergonha,	fazendeiro	(picão	branco),	picão	preto,	caruru.
21
3 Luz
Cada planta requer uma quantidade de luz e não existe planta que viva sem luz; então, é 
quase impossível uma planta viver dentro de casa. Saiba que dá pra contar nos dedos as plantas 
que	“vivem”	muito	tempo	dentro	de	casa,	sem	luz.	Para	fabricar	os	açúcares,	as	plantas	necessi-
tam de luz, lembra-se? 
CO2 + H2O	--------(Luz)---------	 C6H12O6 + O2
Gás	carbônico	+	água,	em	presença	de	luz	=	açúcar	+	oxigênio.
Podemos	separar	as	plantas	em	três	grupos,	conforme	a	necessidade	de	luz:
A) PLANTAS DE SOL – Aquelas que precisam de no mínimo seis horas de luz por dia.
B) PLANTAS DE MEIA SOMBRA – Aquelas que toleram apenas o sol da manhã.
C) PLANTAS DE SOMBRA –	Não	toleram	luz	direta;	não	gostam,	mas	precisam	de	claridade.	
Lembre-se de que, quando for plantar qualquer planta, estas têm suas preferências por sol ou 
por sombra. Quando o jardim tem um projeto, cada planta tem seu lugar determinado, segundo 
a necessidade de luminosidade. De forma geral, plantas de folhas fixas e com flores coloridas 
são de pleno sol; plantas de folhas grossas, grandes ou folhas coloridas são de sombra. Deve-
mos preocupar-nos com a luz que a planta receberá não só na hora de plantar, mas também na 
condução	(manejo)	do	jardim.	É	importante	pensarmos	nisso.
Se	você	podar	uma	árvore	 frondosa	e	embaixo	dela	existirem	plantas	 rasteiras	 (forrações),	
qual deveria ser a atitude correta? O certo seria, antes de realizar a poda, retirar a forração; de-
pois que a árvore brotasse novamente, fazer o replantio da forração.
4	Nutrientes
Assim	como	nós,	 a	planta	 alimenta-se	de	diversos	nutrientes.	Nós	 comemos	arroz	 (carboi-
drato	=	 energia),	 carne	 (proteínas=	 reguladoras	do	 funcionamento),	 batata	 (amido	=	 reserva)etc.	Já	a	planta	come	sais	de	Nitrogênio	(N),	Fósforo	(P),	Potássio	(K),	Cálcio	(Ca),	Magnésio	(Mg),	
Enxofre	(S),	Ferro	(Fe),	Boro	(B),	entre	outros.	São,	ao	todo,	dezoito	itens;	cada	um	tem	uma	fun-
ção	na	planta:
• Nitrogênio: forma toda a parte verde da planta e as proteínas.
• Fósforo: responsável pelo crescimento das raízes, pela floração e frutificação.
• Potássio:	proporciona	 resistência	ao	 frio,	à	seca,	ao	ataque	de	pragas	e	doenças,	ao	que-
bramento etc.
• Cálcio e Magnésio: responsáveis também por proporcionar resistência e pelo melhor apro-
veitamento da alimentação da planta.
• Enxofre: responsável pelo crescimento da parte verde das plantas.
Ca
Mg
Mo LUZ
Zn
B Cu Fe Co
S
K
P
N
H O2
• Outros (Fe, B, Zn): são também chamados micronu-
trientes, porque as plantas os absorvem em quantida-
des muito pequenas. Têm a função de regular o funcio-
namento da planta. São como as vitaminas compradas 
em farmácia. 
Todos esses sais minerais estão no solo, geralmen-
te de forma equilibrada, mas quando algum deles está 
abaixo do que a planta precisa, ela não consegue de-
senvolver-se. Daí usarmos adubos, tanto os químicos 
quanto os orgânicos. Sua função é equilibrar a quan-
tidade	 de	 sais	 minerais	 no	 solo.	 Uma	 adubação	 inteli-
gente é aquela que repõe os elementos minerais que 
estão em falta. Em nada adianta adicionarmos os outros 
elementos, se o sal mineral limitante não tiver seu nível 
elevado. Os solos do Brasil, normalmente, são pobres em fósforo, cálcio e magnésio, e ricos em 
ferro, alumínio e manganês, que, por vezes, existem em quantidades tão grandes que chegam 
a ser tóxico para as plantas.
Barril de 
Nutrientes: 
Lei do Mínimo
22
5 Reconhecimento visual das carências 
Seguem algumas dicas que as plantas nos dão para que facilmente se saiba qual nutriente 
está	em	falta.	Com	um	pouco	de	treino,	ao	olhar	as	folhas	fica	fácil	saber:	
•	Folhas	velhas	secam	e	folhas	novas	são	amareladas	–	Nitrogênio.
•	Folhas	ficam	em	tom	vermelho	e	marrom	–	Fósforo.
•	Folhas	ficam	enroladas	–	Micronutrientes.
•	Planta	fica	cheia	de	brotos	–Micronutrientes.
•	Planta	não	cresce	mesmo	quando	adubada	–	Cálcio	e	Magnésio.
•	Planta	quebra	facilmente	e	é	muito	atacada	por	pragas	–	Potássio.
•	Flores	não	vingam	–	Fósforo.
•	Frutos	racham	e	caem	–	Potássio.
23
1 Cor e textura 
Você pode não acreditar, mas a terra é viva, e tem movimento. Lá dentro, vivem pequenos 
animais	 (microfauna)	e	pequenas	plantas	 (microflora).	No	solo,	se	movimentam	água,	ar	e	sais	
minerais; além disso, o solo concentra energia funcionando como um ímã que tem poder de 
reter a água e os sais minerais, o que faz com que o solo seja fértil. Entre outros elementos, ele 
é composto pela combinação de argila, areia e matéria orgânica.
Argila	–	É	o	que	dá	cor	vermelha	à	terra;é	uma	substância	muito	pequena,	toda	furada	por	
dentro, parecendo que é formada por escamas empilhadas. A água e os minerais entram no 
meio dessas escamas e ali ficam guardados, por isso, é rica. É muito pegajosa e gruda em tudo; 
por isso, quando molhada, é difícil ser trabalhada e compactada; “pila” com facilidade.
Areia – É o resultado da quebra das pedras. É dura, tem as paredes lisas e não segura água 
nem nutrientes; por isso, é pobre. Quase sempre, tem cor amarela e seca com facilidade. É fácil 
de ser trabalhada.
Matéria orgânica – É formada pelos restos de plantas e animais e tem muitos minerais na 
sua composição. Apresentam aspecto de esponja e tem muitos poros, o que deixa a terra solta 
e	fácil	de	ser	trabalhada.	Guarda,	além	dos	nutrientes,	muita	água.	A	cor	da	terra	pode	dizer-nos	
se	ela	é	boa	(fértil).	Podemos	ter:
A) TERRA PRETA – Rica em matéria orgânica, algumas vezes é ácida.
B) TERRA VERMELHA – Tem muita argila, muitos nutrientes, mas é compacta, “pila” muito facilmente.
C) TERRA CINZA	–	Fica	sempre	inundada.	É	rica,	mas	apresenta	problemas	de	acidez.
D) TERRAS AMARELAS	–	têm	muita	areia.	São	pobres	em	P,	K	e	micronutrientes.
 
1. Cor e textura
2. Preparo do solo 
3.	Análises	da	fertilidade	do	solo
Perfil de solo 
extraído de 
Campo de Golfe
MÓDULO
5
TIPO DE SOLO
2 Preparo do solo 
Já	vimos	que	cavamos	o	solo	para	deixá-lo	mais	poroso	e	“fofo”,	o	que	facilita	o	crescimento	
das raízes, a circulação da água e do ar e também a retirada dos nutrientes pela planta. Existem 
duas obeservações a se fazer quanto ao preparo do solo e ao revolvimento da terra.
A) A QUE PROFUNDIADE CAVACAR?
É difícil definir um padrão, mas pense que a profundidade ideal a cavacar deve ser aquela 
que as raízes atingirão no final do crescimento. É fácil notar quando se planta alface, pois suas 
raízes	chegam	no	máximo	a	vinte	centímetros.	Mas	é	impossível	mensurar	a	profundidade	certa	
para uma árvore, por exemplo.
B) ELIMINAÇÃO DO MATO	–	Normalmente,	é	 feito	com	enxada.	Se,	no	terreno,	existem	er-
vas daninhas, seu controle deve ser feito com ajuda de produtos químicos, os herbicidas. 
Para cada erva ou grupo delas, é recomendado produto comercial diferente.
•	Tiriricas	–	Sempra	ou	Fusidade.
•	Alho	bravo	e	Trevos	–	DMA	ou	Tordon.
•	Capim	Napier,	Capim	Colonião,	Grama	Seda,	Cladólio,	Losna	Gramas,	Glyphosate	ou	Round	up.
C) ANÁLISE DO SOLO – Exame de laboratório que analisa as quantidades de todos os sais 
minerais que existem no solo. É parecido com o exame de sangue pedido pelo médico.
D) APLICAÇÃO DE CORRETIVOS – Após o resultado da análise, fazemos uso dos minerais 
que	 faltam	para	 atingir	 o	 equilíbrio	 dos	 elementos	 no	 solo.	No	próximo	 item,	 veremos	
mais sobre a análise dos solos e as correções.
24
FUNDURA A CAVACAR IMPOSSÍVEL 
CAVACAR NESSA 
FUNDURA
Preparo de solo 
pra plantio de 
flores anuais
3 Análises da fertilidade do solo
Nem	toda	terra	é	boa	para	todas	as	plantas.	Cada	solo	é	mais	adaptado	a	um	tipo	específico	de	
planta. É difícil, num jardim ou numa horta/pomar, deixar a terra boa para todo tipo de planta; já 
no	plantio	em	vasos,	é	mais	fácil	acertar	a	quantidade	(fertilidade)	da	terra.
Temos	dois	métodos	para	avaliar	a	fertilidade	dos	solos:
A) VISUAL - Além da cor da terra, podemos avaliar sua fertilidade pelas espécies de ervas da-
ninhas que nela se desenvolvem.
Em	terras	pobres	e	com	baixos	teores	de	sais	minerais	e	ácidos,	normalmente		predominam:
• Retirada do entulho
• Eliminação do mato – química ou manual
• Análise do solo
• Aplicação de corretivos: plantas de folhas finas e compridas amareladas, de pontas secas, 
com muitos brotos, enfezadas, com raízes em grandes quantidades e curtas, normalmente são 
capins, como sapé, barba de bode, rabo de burro, braquiárias, samambaias e trevos.
Em terras ricas e com altos teores de sais minerais, crescem plantas de folhas arredondadas e 
com	raízes	bem	distribuídas.	São	indicadores	de	terra	boa:	fazendeiro,	mentruz,	beldroega,	serra-
lha, picã, rubi, carvorana e caruru.
B) ANÁLISE DE SOLO – É um método totalmente seguro e eficiente, pois fornece dados das 
quantidades dos elementos maléficos e benéficos que podem ser retirados pela planta da terra, ofe-
recendo orientação para correções e adubações. O primeiro passo para uma análise de solo deve ser 
a retirada das amostras com um balde limpo e uma vanga. Você deve retirar a terra pelo menos em 
cinco pontos do terreno. Em cada ponto, deve ser feita uma limpeza prévia do mato; depois, retira-
se um “bife” de terra, até vinte centímetros de profundidade. Tomar cuidado para não tirar terra dos 
locais que possam ter algum problema, como formigueiros, cupinzeiros, montes de lixo, masseiras 
etc. Você deve observar que, toda vez que muda o declínio, a terra muda. E que, toda vez que muda 
a cor da terra ou as ervas que nascem, as amostras devem ser independentes.
25
Após coletar cinco sub-amostras, que devem ser bem misturadas, você deve coletar mais ou 
menos	500	gramas	(meio	quilo),	embalar	e	mandar	ao	laboratório.	Peça	para	que	o	resultado	ve-
nha acompanhado das recomendações de correção e adubação, informando ao laboratório o tipo 
de planta que você planeja plantar.
Sevocê não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com muitos 
números	 e	 terá	que	 levá-lo	 a	um	agrônomo	para	 fazer	 a	 leitura.	De	 forma	 simples,	 dá	pra	 você	
mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim. Basta olhar o resultado da coluna que mede a 
saturação	em	bases	ou	%V.	Se	o	seu	solo	tiver	%V	maior	que	50%,	você	já	tem	uma	terra	boa.	Se	
for	superior	a	70%	sua	terra	é	muito	boa.
Se você não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com um monte 
de	números,	que	terá	que	levar	para	um	agrônomo	para	que	ele	possa	fazer	a	leitura.
De forma simples, dá pra você mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim, basta olhar 
o	resultado	duma	coluna	que	mede	a	saturação	em	bases	ou	%V,	se	seu	solo	tiver	%V	maior	que	
50%,	você	já	tem	uma	terra	boa,	se	for	superior	á	70%	sua	terra	é	muito	boa.
26
1 Acidez
Você	já	deve	ter	ouvido	falar	de	acidez.	Tudo	que	existe	na	terra	é	ácido	(azedo),	ou	é	alcalino	
(se	parece	com	soda).	Quando	o	solo	está	muito	ácido,	as	plantas	têm	dificuldade	para	crescer,	
porque elas não conseguem alimentar-se corretamente e absorver os elementos minerais, o que 
dificulta o seu desenvolvimento. É como se houvesse veneno no solo e as raízes não conseguis-
sem retirar da terra os sais. De forma um pouco mais técnica, um solo ácido caracteriza-se pela 
pouca quantidade de cálcio e magnésio e pela alta quantidade de hidrogênio, ferro, alumínio e 
manganês.	Ao	invés	de	a	planta	absorver	Ca	e	Mg,	ela	absorve	Fe,	Al,	Mn.
2 Índice de pH
O pH é uma medida que mede a facilidade ou a dificuldade da planta retirar da terra os mi-
nerais,	têm	a	seguinte	variação:
	A	grande	maioria	das	plantas	prefere	desenvolver-se	no	pH	entre	6,5	e	7.	Algumas	poucas	
preferem solos ácidos, como os rododendrons, éricas, jasmim, primaveras, camélias e hortên-
sias.	Esta	última	tem	características	bem	particulares.	Se	o	solo	for	ácido,	suas	flores	são	azuis;	
e se o solo for alcalino, as flores serão cor-de-rosa. A escala de pH mede a dificuldade que a 
planta tem de retirar os nutrientes do solo. É preciso saber que, a cada ponto na escala, a difi-
culdade	é	multiplicada	por	dez;	assim,	em	um	pH	6,0,	a	planta	tem	dez	vezes	mais	dificuldades	
de	alimentar-se	do	que	num	pH	7,0.	Em	um	pH	5,0,	a	dificuldade	é	100	vezes	maior	que	no	pH	
7,0.	Falando	de	outra	forma:	no	pH	seis,	precisaríamos	colocar	dez	vezes	mais	adubo	do	que	no	
pH	sete	para	obter	o	mesmo	efeito.	Num	pH	cinco,	precisaríamos	colocar	cem	vezes	mais	adubo,	
e assim por diante.
27
1. Acidez 
2. Índice de pH 
3.	Corretivos	da	acidez	
4. Dosagem
5.	Forma	de	aplicação
6. Épocas de Aplicação 
+ ácido
Faixa ideal para o desenvolvimento
da maioria das plantas
6,5 70 14
+ alcalino
MÓDULO
6
CALAGEM
Pelo	gráfico,	vê-se	que	no	pH	4	o	B,	Cu,	Fe,	Zn	e	Al,	são	muito	disponíveis	e	os	outros	(P,N.S,K,Ca,Mg)	são	
pouco	disponíveis,	já	que	o	pH	7	a	situação	é	contraria.
Você sempre deve ter em mente, de que em nada adianta adubar a terra se o pH estiver ácido.
3 Corretivos da acidez
Para corrigir o problema do veneno causado pela acidez da terra, é necessário aumentar a quantida-
de	de	Ca	e	Mg	do	solo.	Para	isso,	existem	vários	produtos.	
A	eficiência	de	um	produto	usado	para	corrigir	a	acidez	depende	da	concentração	de	cálcio	e	mag-
nésio	e	da	sua	granulometria	 (finura),	pois,	quanto	mais	fino	for	o	material,	mais	rápida	será	a	reação	
química.	Assim,	da	união	da	soma	de	cálcio	e	magnésio	com	a	finura	do	pó,	nasce	o	poder	de	neutralizar	
a	acidez.	Todo	produto	comercial	expressa	esse	índice,	que	é	chamado	de	PRNT	e	deve	ser	próximo	de	
100%;	isso	significa	que	todo	corretivo	usado	é	efetivamente	gasto.
4 Dosagem
O grande problema é definir a quantidade correta de calcário que deve ser utilizado. Quando a 
análise de solo for feita com recomendação, fica fácil, pois lá encontramos instruções sobre a dosa-
gem	de	quilos	por	metro	quadrado	(kg/m²).	O	máximo	a	ser	colocado	gira	em	torno	de	500g/m²,	e	o	
mínimo	perto	de	100g/m².	O	fator	determinante	é	a	acidez	da	terra	que	você	está	trabalhando.
Se	você	não	tiver	uma	análise	em	mãos,	observe	o	tipo	de	mato	que	nasce.	Nascendo	trevos,	
samambaias	ou	sapés,	coloque	500g/m².	Se	nascerem	ervas	daninhas	“boas”,(caruru,	fazendeiro,	
28
Produto Ca Mg
Calcáreo Calcítico 45% 3%
Calcáreo Dolomítico 30% 20%
Calcáreo	Magnesiano
Cal Agrícola 35% 25%
Cinza	de	Madeira 20% 5%
Teor	de	Ca	e	Mg
4 5 6 7 8 PH
disponibilidade
do nutriente
P
B, Cu, Fe, Zn e Al
N, S
K, Cae Mg
mentruz),	use	100g/m²	.	Um	grande	problema	é	medir	a	quantidade,	pois	toda	recomendação	é	
em	g/m²,	e	você	não	terá	uma	balança	no	jardim	para	resolver	esse	problema.	Há	três	meios.
A) “MÃOZADA” – É comum o jardineiro usar a mão como medida para fazer esse cálculo, mas esse mé-
todo apresenta alguns problemas. Primeiro, porque as mãos são diferentes; e segundo, porque, dependen-
do da posição em que você fecha a mão para formar uma concha, pode caber mais ou menos quantidade 
do	produto;	o	terceiro	é	que	cada	produto	tem	um	peso	diferente.	Uma	“mãozada”	de	calcário	pesa,	em	
média,	600g;	já	uma	“mãozada”	de	NPK	06-26-12	pesa,	em	média,	450g;	uma	mãozada	de	uréia	pesa	mais	
ou	menos	300g.	O	calcário	tem	densidade	perto	de	1,4	kg/l.	Ou	melhor,	cada	litro	de	calcário	pesa	um	quilo	
e quatrocentos gramas. Se você jogar calcário na água, ele afunda, pois é mais pesado do que a água.
B) PESAR PREVIAMENTE UMA MEDIDA – Vamos dizer que você precisa achar uma medida de 
cerca	de	350	gramas	de	calcário.	No	depósito	do	jardim,	há	latas	velhas,	e	você	escolhe	uma	de	extrato	
de	tomate.	Nesse	caso,	basta	enchê-la	de	calcário	e	levá-la	até	um	comércio	onde	existir	uma	balança	
e	pesá-la.	A	lata	de	extrato	cheia	pesará	mais	ou	menos	720	gramas;	assim,	basta	preencher	de	terra	
apenas	a	metade	da	lata	que	você	terá	350	gramas	de	calcário.
C) USAR A CABEÇA – Com a ajuda da matemática, podemos resolver muitas questões. Por 
exemplo, no depósito do jardim, há dois tipos de copos plásticos, esses que usamos para beber 
água.	Em	um,	cabem	200	mililitros	 (ml)	de	água;	no	outro,	250	ml.	Temos	o	volume	do	copo	e	
sabemos a densidade do calcário. Agora, basta fazer uma regra de três, que é uma conta feita 
quando se quer achar a relação de quatro medidas que pertençam a dois grupos. 
Se 1 litro de calcário pesa 	1,4	quilos	(mil	e	quatrocentos	gramas)
0,2	l	pesa	quantos	quilos?
É só fazer as contas cruzadas.
1 litro – 1,4 kg
0,2	litro	(200	ml)	–	Y
1Y	=	1,4	x	0,2
Y	=	0,28	kg
Y	=	280	gramas
Se 1l de calcário pesa 1,4 quilos 
0,25l	(250	ml)	pesa	quantos	quilos?	
1 litro - 1,4 kg
0,25	litro	(250	ml)	-	Y
1Y	=	1,4	X	0,25
Y	=	035	kg	ou	350g
350g	é	o	que	precisamos.	
O modo “C” pode parecer mais trabalhoso, pois, para obtermos o resultado correto, preci-
samos fazer uma ou duas regras de três, mas, em contrapartida, você não gastará corretivos a 
mais	ou	a	menos,	o	que	aconteceria	com	a	mãozada	(modo	“A”),	e	não	teria	o	trabalho	de	ir	ao	
mercado	ou	padaria	pedir	para	usar	a	balança	(modo	“B”).	Lembre-se	de	que	a	regra	de	três	vai	
ser importante para toda a vida. Para calcular adubos, defensivos, mudas, trabalho, salário etc.
29
5 Forma	de	aplicação
Todo corretivo deve ser muito bem misturado em toda a terra que as raízes das plantas usa-
rão. Para isso, é recomendável que o corretivo seja espalhado sobre o solo antes do preparo. 
Com o cavacamento, o material será misturado por igual. Em plantas já instaladas, devemos 
colocá-lo sobre a terra, porque, aos poucos, o corretivo se dissolverá e penetrará no solo.
6 Épocas de aplicação
Para que o corretivo funcione adequadamente ele precisa sofrer algumas reações químicas para 
se dissolver. É um processo demorado e utiliza água; por isso, em épocas de chuva, a ação é mais 
rápida.	No	jardim,	como	temos	necessidade	de	plantio	rápido,	devemos	sempre	trabalhar	com	pro-
dutos	de	ação	mais	 rápida,	como	cal	agrícola,	calcário	dolomítico	e	cinzas,	que,	em	60	dias,	 terãofeito sua ação. Produtos como o calcário calcítico têm ação lenta e levam meses para agir.
1 Definição de adubo
Adubo é todo produto que quando colocado no solo, tem o poder de nutrir a planta, pro-
porcionando	 seu	 bom	 desenvolvimento.	 Existem	 vários	 tipos	 de	 adubo:	 químicos,	 orgânicos,	
mistos,	foliares,	solúveis,	de	lenta	liberação,	quelatizados	etc.
Antes de utilizar um adubo, devemos conhecê-lo muito bem, pois o uso incorreto causa des-
perdício de dinheiro, polui a terra e polui águas; muitas vezes, matam as plantas.
30
1.	Definição	de	adubo																																					7.	Época	de	adubação																														
2. Adubos químicos 
3.	Adubos	orgânicos	 																																							
4. Tipos e composição dos adubos
5. Doses de adubo 
6.	Formas	da	aplicação
Calagem
MÓDULO
7
ADUBAÇÃO
3 Adubos orgânicos 
Têm	origem	nos	resíduos	produzidos	por	animais	e	vegetais.	São	normalmente	ricos	em	hú-
mus.	Podem	ser	estercos,	compostos,	substratos	ou	resíduos	de	agroindústrias.
Ao	compararmos	as	características	de	adubos	químicos	e	orgânicos,	teríamos:
2 Adubos químicos 
Têm	basicamente	duas	origens:	ou	são	 rochas	moídas,	ou	vêm	do	petróleo.	São	sais	muito	
concentrados; por isso, o uso errado “queima” as plantas. Têm ação muito rápida, pois os sais 
estão “prontos” para serem absorvidos pelas plantas.
4 Tipos e composição dos adubos 
Existe	uma	infinidade	de	tipos	de	adubos	ou	de	misturas	possíveis	que	podem	ser	divididos	em:
A) ADUBOS SIMPLES –	Não	receberam	misturas	e	vêm	quase	sempre	de	rochas,	petróleo	ou	orgânicos.	
31
Químico Orgânico
Absorção	rápida	(horas,	dias) Absorção	Lenta	(dias,	semanas)
Efeito residual por semanas ou meses Efeito residual por anos
Perdem-se	por	lavagem	(lixiviação) Dificilmente	são	lixiviados
Perdem-se por evaporação 
(volatilização)
Dificilmente	são	volatilizados
Aumentam a acidez da terra Diminuem a acidez da terra
Prejudicam microfauna e 
microflora da terra
Beneficiam	microfauna	e	
microflora do solo
Produtos baratos Produtos caros
Fácil	utilização Difícil utilização
Excesso é prejudicial 
à	planta	e	ao	solo
Excesso não é prejudicial 
à	planta	e	ao	solo
Não	deixa	o	solo	poroso Deixa o solo mais solto e poroso
Usado	em	qualquer	época	
da vida da planta
Usado	preferencialmente	no	plantio
32
Tipo de adubo
Nutriente	esxistente
%N %P2O5 %V2O
Amônia Amidria 82 - -
Sulfato de Amônia 20 - -
Nitrato	de	Amônia 34 - -
Uréia 45 - -
Termofosfato	Magnesiano - 18 -
Superfosfato Triplo - 47 -
Fosfato	de	Amônia 18 46 -
Cloreto de Potássio - - 60
Sulfato de Potássio - - 50
Nitrato	de	Potássio 13 - 46
Tortas Vegetais 
(mamona,	algodão,	etc)
5 8 3
Farinha	de	Sangue 4 6 8
Esterco	de	Galinha 3,5 6 8
Esterco de Coelho 3,5 6 7
Esterco	de	Frango 3 5 4
Esterco de Porco 2 2 3
Esterco de Cavalo 2 2 3
Esterco	de	Gado 1,5 2 3
Húmus	Minhoca 1,5 2 3
Composto Orgânico 1,5 2 3
Substrato depende do 
fabricante
depende do 
fabricante
depende o
fabricante
São	matérias-primas	para	fazer	os	adubos	compostos:
B) ADUBOS COMPOSTOS – São aqueles em que varias matérias-primas foram misturadas, 
para que obtenhamos um adubo completo, balanceado, com vários sais minerais necessários á 
planta.	Os	mais	comuns,	são	os	populares	NPK.
06	-	26	-12	(6%	de	nitrogênio,	26%	de	fósforo,	12%	de	potássio).
Adubo usado no plantio, fase em que as plantas absorvem pouco nitrogênio e muito fósforo.
15	–	05	–	15	(15%	de	nitrogênio,	5%	de	fósforo,	15%	de	potássio).
Adubo	utilizado	 em	 cobertura	 (+-	 30	 dias	 após	 o	 plantio)	 época	 em	que	 a	 planta	 absorve	
muito nitrogênio e pouco fósforo.
Os adubos ainda podem ser de liberação controlada, onde cada grânulo, é revestido com 
uma	espécie	de	cerâmica	que	só	libera	os	nutrientes,	quando	a	umidade	do	solo	alcança	70%	e	
a	temperatura	está	acima	de	20ºC.
5 Doses de adubo
É muito difícil ter uma regra geral para adubação, pois a quantidade depende do tipo de 
planta, da época do ano e do tipo de adubo que vamos utilizar.
Como	regra	básica,	a	adubação	divide-se	em	duas	etapas:	plantio	ou	manutenção	(cobertura).
A) ADUBAÇÃO DE PLANTIO	–	Mistura-se	o	adubo	na	terra	do	canteiro	ou	na	terra	da	cova,	
sempre em relação ao volume de terra que vamos cavoucar ou do tamanho da cova. Em um 
canteiro	de	10	cm	de	profundidade,	teríamos:
5 litro por metro quadrado (l/m²) de húmus de minhoca,
30 grama por metro quadrado (g/m²) de superfosfato simples,
20 g/m² de cloreto de potássio.
Quando	você	cava	a	10cm	de	profundidade,	em	cada	metro	quadrado	você	revolve	100l	de	
terra;	então,	para	adubar	esses	100l,	o	gasto	 foi	o	acima;	se	você	vai	cavar	20cm,	o	volume	de	
terra	revolvido	é	de	200l;	assim	a	quantidade	de	adubo	é	o	dobro.	Fazendo	um	quadro,	temos:
33
Fundura	(m)
Adubo a utilizar
Húmus Superfosfato 
simples
Cloreto de 
potássio
10cm	=	0,1m	=	100l 5l 30g 20g
20cm	=	0,2m	=	200l 10l 60g 40g
30cm	=	0,3m	=	300l 15l 90g 60g
40cm	=	0,4m	=	400l 20l 120g 80g
50cm	=	0,5m	=	500l 25l 150g 100g
O problema é quando o plantio deixa de ser canteiro e passa a ser cova, pois, seguindo o 
mesmo pensamento, precisamos calcular o volume de uma cova.
O	volume	da	cova	(cubo)	é	feito	multiplicando-se	um	lado	pelo	outro	e	ainda	pela	profundida-
de	(volume=	Lado	x	Lado	x	Altura),	tomando-se	o	cuidado	de	sempre	multiplicar	as	unidades	em	
metros,	o	resultado	sairá	em	metro	cúbico	(m3).
Então	o	volume	da	cova	de	30	cm	x	30	cm	x	30	cm	seria:
0,3m	x	0,3m	x	0,3m	=	0,027	m3.
Lembra-se	da	regra	de	três?	Podemos	usá-la	para	transformar	m3	em	litros:
1m3		 	1000l
0,027	m3 	X
X=	27l
Outro	jeito	é	multiplicar	o	resultado	encontrado	por	1000.
34
Agora	quanto	seria	o	volume	de	uma	cova	de	40	cm	x	40	cm	x	40	cm?
Volume = Lado x Lado x Altura
Volume = 40cm x 40cm x 40cm
Volume = 0,064 m³
Para	transformar	m³	em	volume,	basta	multiplicar	por	1000	assim:	0,064	x	1000	=	64l.
Se fizermos um quadro para achar a quantidade de adubo com covas de vários tamanhos, 
teríamos:
Olhando o quadro, você vê que a quantidade de adubo é proporcional ao tamanho da cova. 
Note	que	uma	cova	de	1m	x	1m	x	1m	é	como	se	tivéssemos	um	canteiro	onde	cavássemos	a	um	
metro de profundidade. Assim, as quantidades de adubo foram achadas com regras de três e 
com	base	na	adubação	do	canteiro	de	10cm	de	onde	revolvemos	100	litros	de	terra.
Para	o	Húmus:
Quando	revolvemos	100	l,	usamos	 	usamos	5l	de	Húmus.
Quando	revolvemos	27	l,	usamos	 x	(l	de	húmus).
X=	1,35l	de	húmus
Para	o	Superfosfato	simples:
Quando	revolvemos	100	l,	usamos	 	30g	de	superfosfato.
Quando	revolvemos	27	l	usamos	 x g de superfosfato.
X=	8,1	gramas	de	superfosfato
35
Tamanho da cova
Volume 
de terra 
cavocado 
(l)
Adubo a utilizar
Húmus Superfosfato 
simples
Cloreto de 
potássio
0,3m	X	0,3m	X	0,3m 27 1,35l 8,1g 5,4g
0,4m	X	0,4m	X	0,4m 64 3,2l 19,2g 12,8g
0,5m	X	0,5m	X	0,5m 125 6,25l 37,5g 25g
0,6m	X	0,6m	X	0,6m 216 10,8l 64,8g 43,2g
0,7m	X	0,7m	X	0,7m 343 17,15l 102,9g 68,6g
0,8m	X	0,8m	X	0,8m 512 25,6l 153,6g 102,4g
0,9m	X	0,9m	X	0,9m 729 36,45l 218,7g 145,8g
1m	X	1m	X	1m 1000 50l 300g 200g
Outro problema comum, quando vamos adubar, é o de não encontrarmos o adubo desejado 
no comercio, tendo que usar um substituto. Digamos que você vai plantar uma árvore e, para 
isso, abriu uma cova de 1m x 1m x 1m. Consultando a tabela na hora de colocar o superfosfato 
simples, você conatatou que tinha o superfosfato triplo, que é mais concentrado. Como você 
resolveria quantos gramas colocar na cova?
Superfosfato Simples	=	20%	de	fósforo
Superfosfato triplo	=	47%	de	fósforo
Quantidade nova	=
Quantidade nova	=
Quantidade nova	=	127,66	gramas
Observe que a quantidade nova é menor que a quantidade original, porque o superfosfato 
triplo é mais concentrado. Se o método para achar a nova quantidade fosse pela regra de três, 
a conta teria dado errado, porque a regra de três teria que ser invertida.
B) ADUBAÇÃO DE COBERTURA – É aquela feita quando a planta está em desenvolvimento e já 
formou raízes. Deve-se respeitara fase da vida da planta, principalmente no que se refere ao tipo 
de	adubo	usado.	Normalmente,	são	usados	adubos	químicos	devido	a	sua	forma	de	aplicação.
6 Formas	de	aplicação
Como regra geral, os adubos orgânicos são aplicadas antes do plantio. Após a planta germi-
nada, ou a muda “pega”, é quase impossível fazer adubações com adubos orgânicos, a não ser 
que formem “bolsas” na projeção da copa das plantas. 
Você	deve	estar	perguntando:	Por	que	não	posso	colocar	adubo	orgânico	sobre	a	terra?	Mui-
to	 simples:	 primeiro,	 porque	 ele	 se	perderá	quase	 todo,	 sendo	“queimado”	pelo	 sol;	 segundo,	
porque as raízes, percebendo o adubo na superfície, subirão em direção a ele, tornando seu 
sistema radicular superficial. Toda planta com raízes pouco profundas é sensível a secas e ao 
ataque de pragas e doenças.
36
Quantidade	original	X	Concentração	original
																Concentração	Nova
300	g	X					20%		
47%
A adubação de plantio deve ser feita, colocando-se os adubos tanto orgânicos, como químicos 
de plantio, o mais fundo possível, incentivando as raízes á “descerem” á sua procura.
Nos	canteiros,	deve-se	misturá-los	bem.	Já	nas	covas,	devem	ser	colocados	no	fundo,	mistura-
dos	com	a	terra	da	superfície	(preta	e	vermelha)	de	melhor	qualidade,	assim:
Os adubos de cobertura, são aplicados á lanço, procurando distribuí-los em área total, já nos 
arbustos e árvores, o interessante é fazê-lo na projeção da copa.
Toda adubação deve ser seguida de irrigação/rega.
37
7 Época de adubação
Devemos tomar cuidado com a época em que se faz a adubação, principalmente aquelas de 
cobertura, pois uma adubação errada pode comprometer a vida da planta.
Lembremo-nos de que cada elemento dos nutrientes principais é responsável por uma tare-
fa:	o	nitrogênio	forma	as	partes	verdes	das	plantas	e	é	responsável	pelo	crescimento;	o	fósforo,	
pela formação das raízes, flores e frutos; o potássio é responsável pela resistência.
Vamos	pensar	em	duas	plantas	diferentes	e	como	funciona	seu	ciclo:
Pensando	na	azaléia,	a	adubação	deve	seguir	a	seguinte	regra:
• De fevereiro a julho, rica em fósforo – preparo das flores.
• De julho a setembro, rica em potássio – devido ao desgaste da floração.
• De setembro a janeiro – rica em nitrogênio – brotação/crescimento,
Para a helicônia
• De julho a novembro – nitrogênio.
• De novembro a março – fósforo.
• De março a julho – potássio.
O	que	aconteceria,	se	as	adubações	fossem	trocadas,	por	exemplo	para	a	azaléia:
• De fevereiro a julho – nitrogênio.
• De julho a setembro – fósforo.
• De setembro a janeiro – potássio.
Certamente,	não	 floresceria	e	 teria	 todas	as	suas	 funções	 (metabolismo)	alteradas	e	 ficaria	
mais sensível ao ataque de pragas e doenças, ou a frio.
É	muito	comum	os	 jardineiros	usarem	a	uréia	como	único	adubo.	Afirma-se	que	a	uréia	 faz	
com que as plantas fiquem verdes, o que é verdade, mas não haverá flores nesse jardim; quando 
o	inverno	chegar,	as	doenças	serão	visíveis,	e	a	recuperação,	na	primavera,	muito	lenta.	Um	bom	
jardineiro tem a sua disposição quatro ou cinco tipos de adubos diferentes, para que ele possa 
fazer a adubação certa, na hora em que a planta precisa.
38
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan
preparação dos botões florescimento
meses
Azaléia
Helicôniaflorescimentoflorescimento paralisia
brotação/crescimento
crescimento
39
Fertirrigação. 
Maquina dosadora 
de adubo na linha 
de irrigação
Fertirrigação. 
Maquina dosadora 
de adubo na linha 
de irrigação
1 Definição
Todo material orgânico resíduos agroindustriais, resíduos vegetais, estercos animais etc. 
deve,	 antes	 de	 ser	 usado	 fermentado	 ou	 curtido,	 deve	 sofrer	 transformações	 (químicas	 e	mi-
crobianas),	para	que	os	nutrientes	possam	ser	absorvidos	pela	plantas.	Esse	processo	é	chama-
do compostagem e deve ser feito longe do contato das plantas, pois, se for feito próximo das 
raízes, trará deficiência de nutrientes, podendo matar as plantas de “fome”. O fato de “secar” o 
esterco ou as tortas não resolve o problema, apenas torna o processo mais lento.
2 Tipos de compostagem
Existem	 dois	 tipos	 básicos	 de	 compostagem:	 aquela	 feita	 por	microorganismos	 (fungos	 e	
bactérias	que	precisam	do	ar	para	viver	processo	aeróbico)	e	a	que	pode	ser	realizada	sem	que	
os	microorganismos	precisem	de	oxigênio	(anaeróbico)
O processo aeróbico é mais rápido e produz um composto de melhor qualidade.
3 Épocas do ano
A melhor época para a compostagem é a primavera/verão, pois, nessa época, temos
temperatura	mais	alta	e	chuvas,	e	a	umidade	do	ar	aumenta.	Nessas	estações,	o	 tempo	de	
fermentação costuma ser a metade do que ocorre no inverno.
4	Materiais	a	utilizar
Todo	 material	 orgânico	 pode	 ser	 utilizado:	 estercos,	 tortas,	 serragem,	 cascas,	 folhas	 etc.,	
desde que sua origem seja animal ou vegetal. Deve-se cuidar para que os materiais não tenham 
contaminantes, como óleos, tintas, metais, ácidos, sodas ou qualquer outro produto químico. 
Restos de alimento são problemáticos, porque atraem ratos. Quanto mais fino for o material, 
mais rápida será a decomposição.
Existem	alguns	produtos	que	ajudam	ou	abreviam	o	tempo	da	fermentação.	São	eles:
•	Fermentos	próprios
•	Bokashi
40
1.	Definição																																												7.	Aeração	 														
2.	Tipos	de	compostagem																				8.	Ponto	de	Utilização	 				
3.	Épocas	do	ano	 																																	
4.	Materiais	a	utilizar	 			
5.	Formatos	das	Pilhas
6. Hidratação 
MÓDULO
8
COMPOSTAGEM
•	Compostos	já	fermentados	e	substratos
•	Terra	preta	(orgânica)
•	Adubos	nitrogenados	e	fosfatos
•	Calcário
5	Formato	das	pilhas
O ideal é que você faça pilhas de matéria com altura mínima de 1,5 m e a máxima de 2m. A 
largura deve variar entre 2m a 4m, sempre dependendo da quantidade de material que você 
tem para decompor. Deve-se começar uma pilha e, num período de vinte dias, ela deve ser iso-
lada, e começando-se outra pilha.
6 Hidratação
Como os microorganismos que fazem a fermentação, o curtimento precisa de água para vi-
ver; como o processo de fermentação produz calor que causa perda da água com a evaporação, 
precisamos repor essa água semanalmente. A quantidade de água necessária para umedecer a 
pilha é maior no início do processo e diminui conforme a fermentação vai ocorrendo.
A água da chuva não é suficiente para isso; então, você precisa completar. Em média, o gas-
to	de	água	é	de	50l/m3	por	semana,	 isto	é,	se	a	pilha	tiver	a	altura	de	um	metro,	a	cada	metro	
quadrado,	você	gastará	50l	de	água.	Já	se	a	altura	for	de	dois	metros,	o	gasto	será	de	100l/m².	Se	
você não molhar e deixar a cargo da chuva, a fermentação ocorrerá, mas de forma muito lenta, 
levando meses para ocorrer.
7 Aeração
Como os microorganismos precisam 
de oxigênio do ar para viver, aquelas re-
giões do centro e da parte baixa da pilha 
terão dificuldades para que o “apodreci-
mento” ocorra, porque, com o peso do 
material de cima, a base será compac-
tada, “pilada”, fazendo com que o ar vá 
embora. Então, semanalmente, antes 
de molhar, você deve revirar, revolver a 
pilha, colocando o que estava em cima 
para baixo e o que estava embaixo para 
cima. Assim como ocorre com falta de 
água, se você não revolver, a fermenta-
ção ocorrerá, mas será muito lenta, le-
vando meses para ocorrer.
41
O material a ser fermentado tem sua temperatura aumentada. Isso acontece com todomate-
rial orgânico que passa por fermentação do esterco e do composto ao vinho e ao pão. A tempe-
ratura	pode	atingir	70ºC.	No	início,	a	temperatura	é	alta	e	vai	caindo	com	o	passar	dos	dias.	Se	
você notar que o material está frio, apesar de ainda não decomposto, tenha certeza de que ou 
está	faltando	água	ou	falta	ar	(revolvimento).
8 Ponto de utilização
Com o passar das semanas, você notará que o material usado na compostagem diminui de 
tamanho e se quebra em pedaços menores. A pilha também diminuirá de volume, e o trabalho 
de revolvimento será cada vez maisdifícil. A coloração mudará de cinza/marrom para preta. O 
cheiro passará a ser de terra preta, e a temperatura vai aos poucos baixando.
Quando	o	material	estiver	na	temperatura	ambiente,	ou	mais	frio,	desde	que	úmido	e	aerado,	
significa	que	a	maior	parte	da	fermentação	acabou.	Aqueles	materiais	orgânicos	(matérias-pri-
mas)	usados	agora	são	adubo	orgânico	rico	em	húmus,	ou	melhor,	voltaram	a	ser	sais	minerais.
Quando frio, o material deve ser coberto ou ensacado e levado ao depósito, pois, agora, a 
chuva pode lavar os sais minerais, empobrecendo-os.
É muito importante lembrar que, quando a compostagem é bem feita, com pilhas altas, com 
irrigação e revolvimento, todas as sementes de ervas daninhas, pragas e doenças de planta mor-
rem; mas, se a terra não receber o material e o cuidado semanal de revirar e molhar o composto, 
ela será um berço de problemas para a horta e o jardim.
42
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª semanas
temperatura 
ºC
70ºC Aquecimento e Estabilização
VERMICOMPOSTAGEM – é a produção de composto, de adubo orgânico, com a ajuda das minhocas.
1 Espécies de minhoca 
Existem três grupos de minhoca, e cada grupo tem várias espécies,com diferentes hábitos 
de alimentação.
A) MINHOCAS BRANCAS – São aquelas em tons claros. lentas e curtas. Elas comem a terra 
construindo galerias bem fundas.
B) MINHOCAS PRETAS – Tem tons marrons/pretos. São muito rápidas e brilhantes, têm pele 
dura e são popularmente chamadas de puladeiras. Alimentam-se de restos de folhas e normal-
mente habitam a superfície da terra.
C) MINHOCAS AMERICANAS – São escuras e finas. Vivem em grandes colônias, porque colo-
cam	muito	ovos.	Elas	são	originárias	dos	Estados	Unidos,	e	a	mais	comum	delas	é	a	californiana.	
Essa	espécie	é	usada	para	produção	de	húmus,	pois	alimenta-se	de	esterco.	
São de nosso interesse, na vermicompostagem apenas as minhocas do grupo B e C, ou seja, 
aquelas que comem folhas e estercos.
2 Substratos
O material de que dispomos para produzir adubo orgânico determina o tipo de minhoca que 
usaremos. Se dispusermos de folhas e restos de vegetais, devermos colocar as minhocas pretas 
em contato; se o material for esterco, devemos trabalhar com as espécies americanas. Se inver-
termos o papel, colocando as americanas junto com as folhas e as pretas no esterco, elas morre-
rão,	ou	abandonarão	o	local.	Também	não	devemos	misturar	os	materiais	(folhas	+	esterco)	e	os	
grupos de minhoca, pois as americanas são mais eficientes e mais rápidas que as pretas; assim, a 
parte dos estercos será transformada bem antes que a parte das folhas.
Quanto	mais	 fino	e	mais	hidratado	estiver	o	material,	melhor	para	as	minhocas.	No	caso	das	
que	digerem	o	esterco,	elas	só	agem	quando	o	material	já	estiver	ligeiramente	decomposto	(fer-
mentado),	ou	seja,	quando	aquela	fase	de	alta	temperatura	do	esterco	já	passou.
É	comum	os	produtores	de	húmus	lavarem	o	esterco	antes	de	o	colocarem	nos	canteiros	das	
minhocas. O objetivo é lavar a urina, pois, sem a urina, a fermentação é mais lenta e não há risco 
de	matar	as	minhocas;	no	entanto,	a	melhor	parte	do	esterco	é	eliminada	junto	à	urina,	gerando	
43
1. Espécies de minhocas
2. Substratos 
3.	Cuidados	na	montagem	
4.	Uso	e	Aproveitamento
MÓDULO
9
VERMICOMPOSTAGEM
um produto final pobre.
3	Cuidados na montagem
As minhocas são criadas em canteiros a céu aberto, onde o material que será trabalhado é coloca-
do	e	mantido	úmido	e	coberto	com	palha	ou	sombrite.
A	altura	ideal	do	material	que	será	colocado	é	entre	40	e	50cm;	conforme	o	material	for	adensando	
(abaixando),	deve-se	colocar	mais	matéria	por	cima,	até	que	o	momento	da	retirada	do	húmus	che-
gue. Devem-se montar os canteiros em local aberto, livre da possibilidade de enchente e, de preferên-
cia, ligeiramente inclinado.
Além disso, galinhas não podem ser criadas próximas do local . Observar sempre a presença de 
centopéias	e	piolhos	de	cobra,	pois	são	predadores	(comedores)	de	minhocas.	Se	encontrar	esses	ver-
mes, deve-se peneirar todo o material, retirando-os.
4	Uso	e	aproveitamento
A vermicompostagem é mais trabalhosa que a compostagem comum. Apesar de não exigir 
revolvimento,	ela	exige	controle	muito	mais	minucioso	da	água	(umidade)	e	também	exige	penei-
ramento.	O	resultado	final	é	um	produto	de	qualidade	bem	superior.	Com	o	acúmulo	de	húmus	no	
fundo	do	canteiro,	deve-se	remover	cuidadosamente	a	camada	superficial	(ainda	não	decompos-
ta)	para	outro	canteiro	e,	conforme	for	sendo	feito	o	peneiramento	das	minhocas,	estas	devem	ser	
colocadas junto do material não decomposto.
Nunca	devemos	esperar	as	minhocas	decomporem	todo	o	material	de	um	canteiro,	pois	elas	
“fugirão”, ou morrerão de fome. Vão-se aos poucos colocando camadas de um material não de-
composto sobre aquele já compostado.
Para as minhocas californianas, a cada trinta ou quarenta dias, é feito o esvaziamento do can-
teiro.Já	para	o	grupo	das	minhocas	pretas,	o	peneiramento	acontece	a	cada	3	ou	4	meses.	Para	o	
peneiramento, devemos usar primeiro uma peneira de malha 1cm, que reterá apenas o material 
não	decomposto.	Depois,	devemos	usar	uma	peneira	de	0,5	ou	0,6cm,	que	reterá	o	material	mais	
grosso	e	as	minhocas,	deixando	passar	o	húmus	e	os	ovos.	Depois	de	peneirado,	o	húmus	deverá	
ser ensacado e abrigado da luz e da umidade.
O	diferencial	 entre	húmus	 e	 os	 outros	 compostos	ou	 adubos	orgânicos	 é	que,	 ao	 ser	 traba-
lhado	 pelas	 minhocas,	 estas	 produzem	 compostos	 (enzimas)	 que	 facilitam	 o	 desenvolvimento	
radicular das plantas.
44
A horticultura ou produção de hortaliças tem como segredo básico a produção das mudas. Das 
mudas até o ponto de colheita, o processo é simples. Estudaremos basicamente a produção das 
mudas, que se assemelha, em muito, ao processo de produção das mudas do jardim. Essa pode ser a 
céu aberto, quando o plantio é realizado sem 
nenhuma proteção, ou mesmo protegido. A 
proteção pode ser feita com telas de sombre-
amento, que impedem a entrada da luz do sol, 
normalmente	em	índices	que	variam	de	50%	a	
70%.	Quando	a	cobertura	é	feita	por	plásticos,	
esse cultivo é totalmente controlado, tanto na 
irrigação quanto na fertilidade; dependendo 
do caso, há controle da temperatura diurna e 
noturna. Essa é a grande vantagem do cultivo 
em estufas, pois, com o manejo da saída do 
ar diurno, podemos aumentar a temperatura 
noturna, o que proporciona melhor desenvol-
vimento	às	plantas.
A	qualidade	da	 terra	não	melhora	apenas	soltando	minhocas.	Na	verdade,	ela	precisa	 ter	al-
gumas condições que permitam o desenvolvimento das minhocas. Se você quiser criar minhocas 
pretas, você deve primeiro corrigir a acidez. 
Depois da correção de acidez, deve-se, mensalmente, fazer aplicações de esterco no solo. Ob-
serve,	então,	que	criar	a	minhoca	preta	típica	do	Brasil	é	mais	fácil:	basta	oferecer	calcário	+	mul-
ching,	condições	aliás	que	trarão	muitos	outros	benefícios	às	plantas.
45
1.	Preparo	do	Solo																																																	7.	Propagação	das	Plantas														
2. Época de Plantio 
3.	Plantio	Direto	/	Indireto
4.	Produção	de	Mudas	em	Bandejas	ou	Tubetes	
6.	Uso	de	Substratos	
Estufa Agrícola modelo 
Capela com abertura 
zenital, controle de 
temperatura, umidade
e luminosidade
Construção de 
Estufa Agrícola
MÓDULO
10
HORTICULTURA E PRODUÇÃO DE MUDAS A 
CÉU ABERTO E EM CULTIVO PROTEGIDO
1 Preparo do solo
Para melhorar o plantio de hortaliças em canteiros, devemos tornar o solo mais orgânico 
possível, pois as hortaliças, com raras exceções, são muito exigentes em porosidade e fertilida-
de	da	terra.	Já	para	a	produção	de	mudas	de	plantas	ornamentais,	quando	for	feito	por	estacas,	
deve-se reduzir a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorga-
nismos que vão apodrecer a região do corte da estaca.
2 Época de plantio
A	melhor	época	para	o	plantio	de	hortaliças	é	o	outono/inverno.	Já	para	as	ornamentais,	o	
ideal é que sejam plantadas de agosto a janeiro.
46
Plantio de Hortaliças a céu 
aberto, defronte a umaestufa agrícola.
Plantio de abobrinhas 
em vasos
47
3 Plantio direto / indireto
Quanto ao plantio de hortaliças em canteiros, quanto mais orgânico o solo, melhor, pois as 
hortaliças,	com	raras	exceções,	são	muito	exigentes	em	porosidade	e	fertilidade	da	terra.	Já	para	
a produção de mudas de plantas ornamentais, quando for feito por estacas, devemos reduzir 
muito a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorganismos que 
vão apodrecer a região do corte da estaca.
4 Produção de mudas em bandejas ou tubetes
Podem	ser	de	plástico,	ou	 isopor,	 com	células	 (vazios)	 com	volume	de	20ml	a	1l.	A	grande	
vantagem da produção em bandeja é o fato de podermos transportá-la facilmente; além disso, 
fica suspensa, evitando o crescimento da raiz para fora da célula. Isso permite produzir muitas 
mudas numa pequena área, sem desenvolvimento de raízes enoveladas.
Necessariamente,	a	produção	exige	substrato	que	funciona	como	um	facilitador	no	momen-
Fúcsias (Brincos de Princesa)
 – Produzidos em Estufa
Jardim de Hotel feito com flores produzidas em estufa, no próprio 
empreendimento, minimizando custos e aumentando qualidade.
Mesmo Jardim, no verão. Alta rotatividade e dinâmico.
No inverno (ao lado) plantio com Amor – perfeito e no verão 
(acima) plantio com Impatiens.
to da remoção da muda, é isento de pragas e doenças, e a porosidade trabalha a favor.
Já	os	 tubetes,	que	 são	estruturas	 tubulares	 (cilíndricas)	 com	 ranhuras	 internas,	 se	prestam	
mais	à	produção	de	mudas	de	raízes	longas,	como	as	das	árvores.
Como o volume de substrato disponível para a planta é muito pequeno, precisamos ter atenção com 
a	irrigação	e	com	as	adubações,	que	devem	ser	feitas	de	forma	semelhante	à	adubação	de	vasos.
48
Produção de mudas 
dentro de estufa,
em vasos.
Vasos em estufa com 
fertirrigação
Produção de tomates 
em estufa. Manejo 
Integrado.
49
5 Produção de mudas em saquinhos 
Os sacos plásticos são mais utilizados para o cultivo de ornamentais do que hortaliças, pois 
ocupam maior volume e tem maior peso, além de serem individuais. Tem custo menor e exigem 
menor estrutura que bandejas/tubetes. Os grandes inconvenientes de seu uso são a forma ar-
redondada e o contato com o solo, que geram raízes enoveladas, conseqüentemente muda de 
padrão inferior.
Quando for plantar em saquinhos, cuidar para que árvores e arbustos de porte grande sejam 
plantados	(semeados)	em	sacos	estreitos	e	compridos,	isso	diminui	o	problema	de	enovelamento.
6 Uso	de	substratos
Quando	o	plantio	de	forrações	for	feito	pelo	método	de	estacas	(lenhosas	ou		ponteiros),	não	
devemos	usar	substratos	orgânicos,	mas,	sim,	areia	lavada,	vermiculita,	ou	terra	argilosa	(verme-
lha),	pois	estas	possuem	poucos	microorganismos,	e	isso	trará	maiores	índices	de	enraizamento.	
Após formadas as raízes, as estacas podem ser transplantadas para substratos orgânicos.
7	Propagação das plantas
A produção de mudas nem sempre é feita por sementes. Vários métodos podem ser usados 
para	propagar	uma	planta:
• Sementes – árvores e hortaliças
• Divisão de Touçeiras – forrações
• Estacas Lenhosas/ ponteiros – arbustos, forrações
• Alporquia – arbustos
• Mergulhia – trepadeiras
• Enxertia – frutíferas de clima frio, ou de produção tardia
A) PRODUÇÃO POR SEMENTES – O plantio de sementes é um método demorado e de re-
sultado incerto, pois as plantas produzidas são diferentes entre si. Devemos conhecer algumas 
características	das	sementes,	como:
Viabilidade	 –	 É	o	 tempo	de	vida	útil	 em	que	boa	parte	das	 sementes	germinam.	Pode	 ser	
de dias, como no caso das sementes aladas, como os ipês, por exemplo; ou pode ser de meses, 
como no caso das sementes grandes e com grande reserva, como as abóboras, que, inclusive, 
pode chegar a décadas, mesmo as de casca dura, como o guapururu.
Dormência – É uma característica de sementes que estão preparadas para sofrer agressões 
(seca,	 fogo,	 neve)	 e	 não	 germinar.	 Elas	 só	 germinam	 quando	 estimuladas,	 ou	 seja,	 quando	 a	
dormência	é	quebrada.	Para	quebrá-la,	podemos	usar:
• Ácido sulfúrico a 0,2% por duas horas
• Água quente – a 80ºC por 5 min – flamboyant
• Água fria – 24 horas – feijão
• Lixamento ou corte de casca – guapuruvu.
• Choque frio – a 0ºC por 48 horas – plantas de origem fria.
• Estratificação – colocam-se as sementes sob camada de areia úmida (espessura de cinco 
vezes o comprimento da semente) – palmeiras.
Degenerescência – É a perda de características boas das plantas por replantio das mesmas 
sementes. Podemos observar esse fenômeno em margaridas, quando há a diminuição do tama-
nho das flores ano após ano.
B) PRODUÇÃO POR ESTACAS / CLONAGEM – É o plantio de galhos ou parte deles postos 
para	criar	raiz	num	ambiente	apropriado.	A	vantagem	é	que	as	plantas	filhas	serão	iguais	à	mãe,	
e	a	produção	é	precoce.	As	estacas	podem	ser:
Estaca de folha – Quando se cultiva apenas a folha em ambiente estéril, com temperatura 
entre	20ºC	e	22ºC	e	umidade	do	ar	entre	80%	e	90%.	Comum	em	violetas	e	calanchoe.
Estaca de ponteiro	 –	 Cultiva-se	 uma	 estaca	da	ponta	 do	 ramo	de	 5cm	a	 10cm,	mantendo	
20%	a	30%	da	área	 foliar,	 tendo	a	estaca	de	 três	a	cinco	gemas	viáveis.	É	comum	em	azaleias,	
hortênsias e lavanda.
Estaca lenhosa	–	Normalmente,	nos	cipós,	onde	se	utiliza	estaca	com	três	a	cinco	gemas	viá-
veis. Em trepadeiras longas, uma torção em circulo em parte do tronco melhora o enraizamento.
Enxertia – É um tipo de estaquia onde se utilizam as raízes de uma planta e a copa de outra 
planta do mesmo gênero, somando-se características favoráveis das duas.
O	tipo	de	enxertia	mais	comum	é	a	borbulhia,	onde	se	retira	uma	gema	(borbulha)	de	uma	plan-
ta em produção e se coloca sob a casca fendida da planta que serve como cavalo; a ferida é isolada 
da umidade e, quando a gema inicia o desenvolvimento, a parte da copa do cavalo é cortada.
C) DIVISÃO DE TOUCEIRAS – Quando retiramos as mudas que perfilham junto ao colo da 
planta	mãe.	Produz	plantas	iguais	à	planta-mãe	e,	por	vezes,	florescem	imediatamente.	É	muito	
fácil:	basta	dividir	a	 touceira	e,	na	maioria	dos	casos,	 imediatamente	 fazer	a	poda	das	 raízes	e	
da parte aérea.
D) ALPORQUIA – Induzimos a planta a formar raízes a partir de um ramo aéreo, que pode ser 
encostado	no	solo	e	enterrado,	ou	o	ramo	é	envolvido	com	musgo	(esfagno)	úmido,	que	deve	
ser	firmemente	envolvido	com	um	plástico.	Nesse	ambiente,	a	planta	se	enraíza.	A	alporquia	é	
comum em trepadeiras.
50
Você	deve	 reconhecer	 como	 forração	de	 um	 jardim	 as	 plantas	 de	porte	 (altura)	 baixo	 (até	
0,5m)	e	que,	quando	plantadas,	 forram	a	terra,	por	 formarem	touceiras,	ou	por	 rastejarem	por	
ela.	Existem	alguns	cuidados	nesse	plantio,	como	veremos	a	seguir:
1 Limpeza do terreno
A grande vantagem do plantio de forrações em relação ao plantio de grama é que as forra-
ções exigem pouca manutenção, mas, para isso, o solo deve estar livre de entulhos e de ervas 
daninhas	(ver	módulos	V,	2,	B)	no	momento	do	plantio.
2 Preparo do solo
A	terra	deve	ser	revolvida	(cavoucada)	na	profundidade	da	forração	a	ser	plantada,	isto	é,	devo	
pensar	no	tamanho	(profundidade)	que	as	raízes	da	planta	atingirão	quando	adultas.	É	um	erro	afo-
far	a	terra	só	na	profundidade	e	apenas	do	saquinho	(recipiente)	no	qual	a	planta	está	plantada.
Antes mesmo de cavar a terra, é interessante aplicar o calcário, para que, com cavoucamen-
to,	ele	se	misture	bem	ao	solo.		A	quantidade	que	devemos	usar	é	aquela	do	módulo	VI,	4.	Já	os	
adubos e os condicionadores de solo são colocados após o afofamento da terra. São espalhados 
por cima da terra, que já deve estar nivelada, e ser misturada a ela. Se você colocar os adubos 
e os condicionadores de solo antes do primeiro cavoucamento, correrá o risco de concentrar os 
adubos mais de um lado que de outro.
A	quantidade	de	adubos	é	aquela	vista	no	módulo	VII,	5,	A.	.	Já	a	quantidade	de
condicionador	será	discutida	no	módulo	XX	–	Substratos.	Mas,	de	forma	geral,	os	condicio-
nadores não têm um limite

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