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PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: PERÍCIA CRIMINAL I. IDENTIFICAÇÃO DO ACADÊMICO I. Descrição Descreva os seguintes elementos do caso: 1.As modalidades de perícia que foram realizadas e a conclusão de cada uma delas. Partiremos do pressuposto que a criminalística é uma ciência natural que se baseia no método científico, na física, na química e na biologia. Por esse motivo a mesma abrange outras ciências para alcançar a aplicação prática de métodos de investigação para atender seu objetivo, que é esclarecer o material coletado da cena do crime para entregar os resultados às autoridades correspondentes. Devido à complexidade do caso Mércia Mikie Nakaschima, foram utilizadas diversas modalidades de perícia, dentre as principais estão à botânica forense, computação forense, balística forense, perícia veicular e a própria medicina legal (Traumatologia forense e Tanatologia Forense) Botânica Forense: Foram periciados os sapatos, aspirador da casa de Mizael e materiais de algas coletadas no fundo da represa onde Mércia fora encontrada. O organismo encontrado nos sapatos de Mizael era microscópico, e uma amostra foi enviada para o Professor Carlos Eduardo Bicudo, do Instituto de Botânica da USP. Segundo o biólogo, os resíduos deixados no sapato do réu eram recentes, e a alga morre rapidamente fora d’agua, mais ainda mantem as características necessárias para a ACADÊMICO: FRANCISCO CARLOS MATOS RODRIGUES , RENAN MOTA FERREIRA, SARA BARBOSA GOMES. CODIGO DO ACADEMICO: 1611310, 2063894, 2013563 UNIDADE: ITAPAJÉ-CE TUTOR: ANTONIO JOSÉ GOMES análise por cerca de 10 a 15 dias. Com isso, o mesmo concluiu que Mizael esteve na represa cerca de 10 dias antes da análise do material. Computação Forense: Nesse caso o dispositivo utilizado foi o celular, possuidor de hardware, que possibilita o armazenamento de dados, bem como o GPS que fora colocado no carro a pedido de Mércia e sem o conhecimento do réu, contribuindo para que o veículo fosse rastreado, e como prova circunstancial colocar Mizael por um longo tempo, período de 4 horas parado em frente a um hospital, que ele não soube explicar, se contradizendo em muitos pontos. O perito computacional depois de coletar, examinar e analisar chega a resultados com uma margem de erros bem pequena. Depois de cruzar os dados do dispositivo do acusado, encontrou um suposto número que Mizael havia ocultado da polícia até que dados muito concretos o fizeram assumir ser um número pré-pago que havia comprado no Shopping. Ele usara o mesmo para se comunicar com seu comparsa Evandro, com quem falou com muita frequência dias antes do homicídio. O perito entra na investigação com o objetivo de procurar ligar o suspeito Mizael Bispo, ao local e hora em que o crime fora cometido, através do cruzamento de dados tanto do seu aparelho quanto do de Evandro. A estação rádio base (ERB) detectou a presença do aparelho celular do suspeito próximo à cena do crime (margem de erro de 100 metros). Essa prova circunstancial ajudou a condenar o suspeito após ele ter negado que estava próximo à represa no momento do crime. Também foram feitas interceptações telefônicas, quebra de sigilo bancário... Segundo o investigador Alexandre Simoni Silva houve 19 ligações entre o réu e Evandro o coautor do crime no dia do ocorrido. O GPS do carro de Mizael estava parado no hospital de Guarulhos, no entanto o seu celular permaneceu em movimento, mostrando incompatibilidade com o depoimento e atipicidade no fato de um está parado e o outro em movimento. Balística Forense: Foram apreendidas e levadas para serem periciadas no Instituto de criminalística de SP, as armas do acusado Mizael Bispo; sendo elas um revólver 38 e uma pistola 380. A vitima foi baleada no braço esquerdo, o que indica uma tentativa de defesa, e o outro tiro atingiu a mão transfixando-a até atingir o maxilar. A perícia concluiu que os tiros foram dados do banco do carona, e que a trajetória do projétil foi de cima para baixo, indicando que o assassino atirou para matar. O perito Renato pattoli responsável pela análise disse que provavelmente o acusado se utilizou de algo para silenciar os tiros visto que o pescador não os ouviu. Concluiu que tanto pode ter sido um silenciador como uma jaqueta, ou mesmo um travesseiro. No entanto não foi o tiro que a matou, mais o afogamento, visto que a mesma desmaiou em razão da lesão, antes do carro ser empurrado para dentro da represa. Também em um dos pares de sapato de Mizael, regularmente apreendido e periciado, foram encontradas partículas ósseas, com probabilidade acentuada de ser osso humano, resquícios de substância hematóide e partículas de cobre e zinco que, agrupadas, formam o chamado “latão”, material encontrado em projéteis de arma semiencamisadas (fls 1310/1535 altos do processo). Tais fragmentos encontrados correspondem ao verificado nos projéteis calibre 38, encontrados na cena do crime.Não obstante o árduo trabalho da perícia os resultados foram inconclusos já que a lesão produzida foi comprometida devido o tempo que o corpo ficou submerso na água. Verificou-se apenas sinal de luta devido tiro ter acertado no braço esquerdo e o outro no maxilar, causando uma fratura na face e mão. A vítima, segundo exame necroscópico apontou, teve morte por afogamento, o competente declarou com certeza que Mércia morreu afogada dentro do carro devido a grande quantidade de cabelo que havia no seu interior. Concluiu-se apenas que um dos projéteis é de um revólver calibre 38, porém incompatível com a arma do acusado, no entanto Pattoli também disse que os projéteis de arma de fogo encontrados na casa de Mizael têm uma liga metálica semelhante aos encontrados no carro da vítima. A marca de chamuscada na lesão da vítima mostrou que o tiro foi a curta distância. Perícia veicular: Segundo a pericia, muitos vestígios foram comprometidos devido o modo de retirada do carro da represa, já que fora uma iniciativa da família, após saberem de um suposto pescador que no mesmo dia do crime vira um carro ser empurrado represa abaixo, já que estava pescando na hora do ocorrido. O corpo da vítima foi impulsionado para fora do carro devido manuseio do veículo na tentativa de retirá-lo da represa (Corpo de Bombeiros).Perícia concluiu pelo estado do carro e o modo como ele se encontrava interiormente que, o banco do motorista estava a 59 cm do volante; já o do carona estava a 88 cm do encosto no último trilho, existindo assim correspondência com a altura da vítima (1,55) e a altura do possível assassino, que deveria ser de estatura mediana. O câmbio do carro estava desengatado e o freio solto para facilitar o manuseio do mesmo na tentativa frustrada de esconder ou ocultar o cadáver, bem como os vestígios do crime. Além das muitas modalidades de perícia que foram importantes para elucidar esse caso, podemos ainda citar meios auxiliares que foram utilizados como suporte para ratificar as demais pericias, sendo elas a tanatologia que possibilitou um estudo detalhado dos mecanismos e aspectos forenses da morte, tais como mudanças corporais que acompanham o período após a morte. No caso de Mércia se observou um fenômeno transformativo conservador, mais conhecido como saponificação ou adipocera. Esse fenômeno transforma o cadáver a ponto de conservá-lo da decomposição, deixando-o parecido com um boneco de cera. Ficando impossível reconhecer o corpo, a não ser por causa das roupas e de um exame de DNA (Genética Forense). Ainda assim o processo de saponificação ajudou a conservar as lesões produzidas por instrumento perfuro contundente (Traumatologia Forense), um. Revólver calibre 38, também tendo sido encontrado um projétil referente à outra arma que não fora identificada. Além das algas a perícia encontrou nos sapatos pequenas manchasde sangue, fragmentos de osso e chumbo, correspondente ao verificado nos projétil calibre 38 encontrado na cena do crime. Não foi possível fazer exame de DNA no material coletado, já que não possuíam quantidade suficiente de sangue e de tecido ósseo. II.A perícia determinante para a aprovação de autoria e seus resultados. O perito chefe da investigação do Caso Mércia Nakaschima, Renato Domingues Pattoli disse que após analisar os sapatos de Mizael Bispo concluiu que o mesmo esteve em contato direto com a água e com a vegetação do lugar, pois ficou colado na sola dos mesmos. Não existe segundo ele, outra possibilidade cabível para esse fato. O perito ainda observou que a terra encontrada nos sapatos do réu não é compatível com as que existem na represa. Havia ainda uma substância de alga que se encontra em poucos lugares no mundo, e que na represa Nazaré Paulista o mesmo tipo é abundante. Embora a quantidade de terra analisada fosse bem pequena, pode-se concluir irrefutavelmente que a terra não era compatível com a mesma encontrada na represa. Os sapatos foram também encaminhados para o Instituto de Botânica da USP, sob os cuidados do Professor e Biólogo Carlos Eduardo Bicudo, que é doutor em Taxonomia de algas, para que a substancia encontrada fosse analisada por um especialista no assunto. Após analise minuciosa, descobriu que a alga tem pelo menos 90% de possibilidade de ser do tipo stigeoclonium, que só pode ser encontrada em água doce e parada, meio aquático e subaquático, podendo ficar a cerca de 20 a 50 cm de profundidade. A mesma alga precisa necessariamente de um substrato para se fixar, sendo eles as rochas e plantas. Nesse caso o substrato também foi encontrado na sola do sapato do réu. Necessariamente o assassino de Mércia precisou entrar na represa para ter contato com tal alga, e seu substrato. Reforçou ainda que algas desse tipo não se desenvolvem na terra ou em uma poça d’agua, e que não há relatos da existência da mesma no Estado de São Paulo, a não ser na represa de Atibainha em Nazaré Paulista. Afirmou ainda que a ela(alga) é sazonal, e que se reproduz na época fria do ano, que vai de abril a setembro, período em que Mércia foi assassinada. Por fim, o mesmo perito confirmou ser recente o organismo (substância) que foi encontrada nos sapatos do acusado, tendo no mínimo de 10 a 15 dias, antes do material(sapatos) serem analisados; também os tapetes do carro de Mizael apresentava as mesmas algas encontradas no sapato, sendo compatíveis com àquelas encontradas na represa de Nazaré paulista. Para a perícia essa foi à prova determinante para condenar Mizael Bispo de Souza a 20 anos de prisão, e que mais tarde foi aumentada para 22 anos e 8 meses devido às apelações feitas pela defesa de Mércia. Atualmente segue em regime semiaberto na penitenciaria de Tremembé II. No Brasil foi o primeiro caso em que o conhecimento de botânica foi primordial e determinante para encontrar o autor do crime. Também foi o primeiro julgamento televisionado no país, tendo muita repercussão, foi conduzido com maestria pelo Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito Leandro Jorge Bittencourt Cano. Elementos analisados de maneira resumida e condensada! ANTENA DE CELULAR Laudo mostra que foram feitas pelo menos seis ligações para o celular de Mizael. Exame identifica que, pelas Estações Rádios Bases (ERbs) é possível indicar que o ex-namorado de Mércia estava perto saindo de Nazaré Paulista e indo para Guarulhos perto do horário em que a vítima foi morta em 23 de maio de 2010 RASTREADOR DO CARRO O laudo demonstra que Mizael circulou ao redor da casa de Mércia e que veículo dele ficou parado das 18h37 às 22h12 no estacionamento de um hospital em Guarulhos no horário do crime. Para a acusação, o ex havia ido com Mércia no carro dela para Nazaré nesse horário. ALGA NO SAPATO Biólogo detectou que alga achada no sapato de Mizael é compatível com a encontrada no fundo da represa de Nazaré Paulista, onde Mércia foi morta. SANGUE NO SAPATO Exame não é conclusivo para saber de quem é material genético, mas indica que a substância é humana. PARTÍCULAS DE OSSO Estilhaços de material que seria osso humano foram achados no calçado e veículo de Mizael. Quando Mércia foi baleada, teve fratura nos ossos da face e da mão. PARTÍCULAS DE LATÃO Parte de material metálico, que seria de bala, foi encontrada no calçado e veículo de Mizael. Acusação suspeita que seja parte das balas que atingiram Mércia. 3. A PERSONALIDADE DO CRIMINOSO SEGUNDO PARECER DE ESPECIALISTAS. Mizael Bispo é considerado como o típico perfil do criminoso passional, pois os motivos que levaram ao cometimento do crime foram motivados por uma forte emoção, que tem poder de provocar no autor do crime um sentimento de paixão doentia. Mizael demonstra ser uma pessoa fria. É o perfil de um psicopata, de uma pessoa que não aceita o término do relacionamento, além de perfil psicopata ser considerado como uma pessoa sem o mínimo de empatia, ciúmes doentiu,possessivo,agressivo,machista,inseguro. II. Análise da Prática Realizada. Análise relativa ao trabalho realizado 1. Como as provas periciais contribuíram para a solução do caso? Foram provas inequívocas ou deram margem a dúvidas? As provas periciais contribuíram muito para a solução do caso pois o pedaço microscópico de uma alga é a prova principal do assassinato da advogada Mércia Nakashima. Ela estava em um dos sapatos apreendidos na casa do policial aposentado Mizael Bispo de Souza.Segundo a perícia é vegetação igual a da represa de Nazaré Paulista, onde o carro e o corpo da advogada foram encontrados. No mesmo sapato havia vestígio sangue e osso. Quanto essas provas nao existe duvidas,o perito responsavel destacou que deveria ter sido feito isolamento do local antes de remover o veiculo de dentro da represa,pois provavelmente na hora de remover o carro a janela estava aberta e o cadaver deve ter saido de dentro do veiculo. Questionou se tambem o porque do veiculo do suposto coparsa de Mizael nao ter cido periciado,mas de acordo com a policia o veiculo nunca foi encontrado. 2. Descreva a dinâmica do crime considerando as provas periciais. Mercia Nakashima,28 anos ,advogada .a vitima foi vista pela ultima vez em 23 de Maio de 2010 apos sair da casa de seus familiares em Guarulhos Grande Sao Paulo.Uma testemunha ocular,apos ver os noticiarios interligou o caso e foi prestar depoimento,estava pescanco e diz ter visto um veiculo parecido com o dela um Honda Fit sendo empurrado para dentro da represa na Nazare Paulista no mesmo dia do seu desaparecimento e ter ouvido gritos,acionados os bombeiros foram feitos mergulhos e localizaram o carro no dia 10 de Junho de 2010 e seu corpo no dia 11 de Junho de 2010.Olaudo feito pelo Instituto Medico Legal indica que a advogada morreu afogada em 23 de Maio apos ter sido baleada e desmaiada. Mizael e seu suposto comparsa Evandro são acusado de participar da morte de Mercia, para Policia Mizael matou Mercia por ciumes e pelo fato de nao aceitar o fim do relacionamento. As provas periciais colocam Mizael na represa no dia do crime,foram encontrados vestigios de algas,sague,os projeteis de uma arma calibre 38 encontrados no veiculo sao compativeis com as lesoes na vitima.O testemunho do réu nao coincidem com os locais descrito por ele e as chamadas telefonicas com GPS do veiculo. O acusado nega ter matado a advogada,e ter estado na represa,mais Evandro em depoimento diz ter ido buscar o amigo la neste dia. Mizael foi condenado a 22 anos de prisao,os agravantes foram motivos torpes,emprego de crueldade e impossibilidade de defesa da vitima. Evandro foi condenado a 18 anos de prisao por homicidio doloso com duas qualificaçoes: meio cruel e recurso queimpossibilitou a defesa da vitima.Misael nunca confessou o crime.
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