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IMPACTOS AMBIENTAIS

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Avaliação de 
Impactos Ambientais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Edson Victor de Souza
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Introdução à Avaliação de 
Impactos Ambientais (AIA)
 
 
• Apresentar conceitos importantes sobre Avaliação de Impacto Ambiental;
• Discorrer sobre estudos ambientais dentro da Avaliação de Impacto Ambiental; 
• Preparar o profissional de meio ambiente para coordenar a elaboração de uma Avaliação de 
Impacto Ambiental e conhecer todos os estudos envolvidos no processo.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Histórico;
• Estudos Ambientais;
• Atividades que Necessitam de Avaliação de Impacto Ambiental;
• Avaliação de Impacto Ambiental – Configuração Genérica.
UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Contextualização
Trataremos nesta Unidade especificamente dos conceitos de Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA) e dos principais tipos de estudos ambientais. A unidade tem como obje-
tivo apresentar conceitos importantes para o profissional de meio ambiente coordenar a 
elaboração de um estudo de impacto ambiental e conhecer todos os estudos envolvidos. 
Para tanto, é importante fazer um breve histórico de como foi introduzida a AIA mun-
dialmente e no Brasil e quais os tipos de estudos ambientais existentes hoje, como e 
quando devem ser aplicados.
O mais importante é deixar claro que a Avaliação de Impacto Ambiental é um ins-
trumento que representou grande avanço em termos de política ambiental, obrigando a 
todos pensar nos aspectos ambientais nos estágios mais preliminares da concepção de 
um projeto. É também um importante instrumento de gestão, que aumenta a viabilidade 
em longo prazo de empreendimentos, ajudando a evitar erros que trariam custos am-
bientais e econômicos significativos, podendo gerar contenção substancial de recursos 
econômicos ao empreendedor e de recursos ambientais à sociedade.
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Introdução
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) facilita a gestão ambiental de um futuro em-
preendimento, assegurando compromissos assumidos pelo empreendedor, que são pre-
vistos no Estudo de Impacto Ambiental. Durante o processo de AIA são estabelecidas as 
medidas mitigadoras e compensatórias, seu cronograma de execução e os indicadores 
necessários para o monitoramento durante todo o ciclo de vida do empreendimento.
O termo impacto ambiental, frequentemente, está associado a algum dano à natureza, 
como a mortalidade da fauna silvestre, o vazamento de produtos químicos ou tóxicos, 
que atinge, por exemplo, rios e lençóis freáticos, entre outras situações adversas que 
possam causar o desequilíbrio e a degradação do meio ambiente.
De maneira conceitual, um impacto ambiental caracteriza-se como qualquer alteração, 
por intermédio da ação humana, do meio ambiente em um ou mais de seus elementos.
Figura 1 – Exemplo de degradação do meio ambiente 
causada por um Lixão em Alagoinhas, estado da Bahia
Fonte: institutoclaro.org.br
Por isso, destaca-se a importância da Avaliação de Impacto de Ambiental, de modo 
que a implantação e o ciclo de vida de um empreendimento sejam adequados, causando 
o menor impacto possível ao meio ambiente.
Resumidamente, podem ser destacados os seguintes objetivos da Avaliação de Im-
pacto Ambiental:
• Garantir que as especificidades e os aspectos ambientais sejam adequadamente 
tratados e incorporados ao processo decisório do empreendimento;
• Prever, impedir, mitigar ou compensar os efeitos negativos do ponto de vista biofí-
sico, social e/ou outros;
• Preservar a produtividade e a capacidade de sistemas naturais;
• Proporcionar o desenvolvimento sustentável, de forma a otimizar o uso e a gestão 
dos recursos naturais.
9
UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
A Avaliação de Impacto Ambiental é elaborada para subsidiar as autorizações ou o 
licenciamento de um empreendimento, apresentando informações sobre as prováveis 
consequências de sua implantação e ciclo de vida, auxiliando na tomada de decisão. 
O processo de avaliação de impactos ambientais pode organizar o debate com os in-
teressados, e a consulta pública é parte do processo, tendo o estudo de impactos am 
bientais como fonte de informação e base para as negociações visando à viabilização de 
um empreendimento.
Histórico
Na sequência, vejamos um breve histórico a respeito de Avaliação de Impacto Am-
biental, de modo a fortalecer o entendimento do tema. 
Em 1972, ocorreu a primeira conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente , 
em Estocolmo (Suécia). Nesse evento, foi emitida a Declaração de Estocolmo, na qual 
foram definidos os princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam 
gover nar as decisões a respeito das questões ambientais com o objetivo de conciliar o 
desenvolvimento e a proteção ambiental e o uso consciente dos recursos naturais para 
benefícios atuais e futuros. Criou-se também um mecanismo institucional para tratar das 
questões ambientais no âmbito das Nações Unidas, o chamado Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A Avaliação de Impacto Ambiental foi criada na forma de uma Declaração de Im-
pacto Ambiental, instituída para atender às demandas sociais da época no sentido de 
minimizar os impactos ambientais de grandes projetos. A AIA foi proposta pelos paí-
ses desenvolvidos como um mecanismo de gestão ambiental para prevenir e subsidiar 
a tomada de decisão dos setores públicos.
O modelo adotado nos diversos países se baseou no regulamentação Norte-Americana 
de 1969 (NEPA – National Environmental Policy Act), que instituiu a Avaliação de Im-
pacto Ambiental (AIA). Essa regulamentação sugeriu que as agências federais:
• Devem usar uma abordagem sistemática e interdisciplinar a fim de garantir que as 
matérias naturais, ambientais e sociais sejam usadas no planejamento e na tomada 
de decisão;
• Precisam desenvolver e identificar métodos e procedimentos, para que as questões 
ambientais sejam consideradas nas tomadas de decisões juntamente com as ques-
tões técnicas e econômicas;
• Necessitam incluir em relatórios e proposições de legislação, e qualquer ação 
federal que afete a qualidade do ambiente humano, uma declaração sobre: 
impactos ambientais sobre a ação proposta; efeitos adversos que não podem ser 
evitados caso a proposta prossiga; alternativas para a ação proposta; correlações 
entre os usos do ambiente e a manutenção da produtividade ao longo do tempo; os 
comprometimentos de recursos irrecuperáveis envolvidos na ação proposta.
10
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Após a criação da NEPA, os sistemas de AIA foram estabelecidos de várias formas e 
em diferentes partes do mundo. Esses sistemas variam muito entre os países: alguns são 
leis, normas ou estatutos, exigidos pelas autoridades antes da permissão para a implan-
tação de um projeto; em alguns casos, apenas diretrizes sobre AIA foram estabelecidas, 
impondo algumas obrigações para os órgãos governamentais.
Histórico da AIA no Brasil
No Brasil, a partir da década de 1970, projetos de grande porte, que eram finan-
ciados, foram submetidos à Avaliação de Impacto Ambiental, impulsionando, dessa ma-
neira, a inclusão da AIA como um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, 
Lei Federal 6.938/81. 
Nessa mesma Lei Federal foi criado o Conselho Nacional do Meio Ambiente ( Conama), 
órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O 
Conama é um colegiado de cinco setores (órgãos federais, estaduais e municipais, setor 
empresarial e entidades ambientalistas) e tem como competência assessorar, estudar 
e propor o direcionamento para as políticas governamentais voltadas à exploração e 
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Além disso, o Conama pode 
criar normas e determinar padrões que objetivam a preservação do meio ambiente e o 
desenvolvi mento sustentável.
Em 1986, foi editada a Resolução Conama 01/86, na qual foram estabelecidas as 
definições, responsabilidades, os critériosbásicos e as diretrizes para a Avaliação de 
Impacto Ambiental aplicada ao licenciamento ambiental de atividades que alteram o 
meio ambiente. A resolução apresenta alguns aspectos relevantes: 
• O Estudo de Impacto Ambiental prevê alternativas tecnológicas e de localização 
do projeto;
• É definido o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental, incluindo: diagnós-
tico ambiental; análise dos impactos ambientais; definição das medidas mitigado-
ras; e proposição de programas de monitoramento e acompanhamento;
• Põe a execução de audiência pública para a divulgação do projeto e seus impactos 
e discussão do RIMA.
Seguindo a linha do tempo, na Constituição Federal de 1988, no artigo 225, dedicado 
ao meio ambiente, foi inserida a obrigação do poder público de exigir a elaboração do 
AIA para obras ou atividades com potencial de degradação do meio ambiente.
Já em 1997, a resolução Conama 237 regulamentou as competências para o licen-
ciamento nas esferas federal, estadual e distrital e as etapas de licenciamento, conferindo 
ao órgão ambiental a competência para a definição de outros estudos ambientais para 
o processo de licenciamento, caso o empreendimento não seja considerado causador de 
degradação ambiental.
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UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Estudos Ambientais
Como exemplos de estudos ambientais, destacam-se, além do Estudo de Impacto Am-
biental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o Relatório Ambiental 
Prévio (RAP), o Estudo Ambiental Simplificado (EAS), o Estudo de Impacto de Vizinhança 
(EIV) e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Todos esses estudos são 
variações de estudo ambiental. De acordo com a obra, o seu grau de impacto e o porte 
do empreendimento, o órgão competente para o licenciamento ambiental definirá, por 
meio do seu corpo técnico, qual estudo melhor se enquadra à situação. A sua impor-
tância reside no fato de que, a partir dele, é possível obter um diagnóstico ambiental 
completo da área objeto da obra ou empreendimento, a fim de que possam ser adotadas 
as medidas ambientais cabíveis para a manutenção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. Além desses estudos ambientais, a Política Nacional do Meio Ambiente ins-
tituiu eficazes instrumentos de gestão ambiental, como: o zoneamento ambiental; o es-
tabelecimento de padrões de qualidade ambiental; a avaliação de impactos ambientais; a 
educação ambiental; a criação de Unidades de Conservação; o licenciamento ambiental 
propriamente dito, prévio, à construção, instalação, ampliação e funcionamento de es-
tabelecimentos e atividades que fazem uso de recursos ambientais, considerados efetiva 
ou potencialmente poluidores, ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental (FERRAZ et al., 2012).
Como vimos, existem diferentes estudos ambientais para necessidades especificas de 
projetos. A seguir, vamos apresentar definições de diversos estudos ambientais.
Estudo Ambiental Simplificado (EAS)
O Estudo Ambiental Simplificado (EAS) é o estudo ambiental apresentado em forma 
de relatório técnico que contém o conjunto de informações decorrentes da avaliação das 
consequências ambientais de atividades e empreendimentos considerados geradores de 
impactos ambientais pequenos, de abrangência local e não significativa. É um estudo 
técnico elaborado por equipe multidisciplinar e que oferece uma análise da viabilidade 
ambiental de um empreendimento considerado com potencial para causar danos am-
bientais. Ele é utilizado para obter a licença ambiental prévia (LAP).
O EAS deve conter o estudo da interação entre os elementos dos meios físico, bio-
lógico e socioeconômico, elaborando um diagnóstico integrado da área de influência 
do empreendimento. O estudo deve apresentar a avaliação dos impactos resultantes da 
implantação do empreendimento e, se necessário, as medidas mitigadoras de controle 
ambiental e compensatórias.
É importante ressaltar que, de acordo com o porte do empreendimento, da área envol-
vida e da capacidade de suporte do meio, outros estudos poderão ser solicitados. Caso o 
EAS não seja suficiente para avaliar de forma segura o potencial de degradação ambien-
tal, será solicitado o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto 
Ambiental (EIA e RIMA).
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Relatório Ambiental Preliminar (RAP)
O Relatório Ambiental Preliminar (RAP), como o EAS, é um estudo técnico elabo-
rado por equipe multidisciplinar e que oferece uma análise da viabilidade ambiental de 
um empreendimento considerado com potencial para causar danos ambientais. Ele é 
utilizado para obter a licença ambiental prévia (LAP).
Também como o EAS, o estudo deve conter a interação entre os elementos dos meios 
físico, biológico e socioeconômico, elaborando um diagnóstico integrado da área de influ-
ência do empreendimento. O estudo deve apresentar a avaliação dos impactos resultantes 
da implantação do empreendimento e, se necessário, as medidas mitigadoras de controle 
ambiental e compensatórias.
Caso o RAP não seja suficiente para avaliar os aspectos ambientais e sua viabilidade, 
será solicitada a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto 
Ambiental (EIA/RIMA).
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Os estudos de impacto ambiental denominados EIA são estudos técnicos e científicos 
elaborados por equipe multidisciplinar que, além de oferecer instrumentos para a aná-
lise da viabilidade ambiental do empreendimento ou da atividade, destinam-se a avaliar 
sistematicamente as consequências consideradas efetiva ou potencialmente causado-
ras de significativa degradação do meio ambiente, propondo medidas mitigadoras e/ou 
compensatórias com vistas à sua implantação. No EIA, os impactos são avaliados por 
meio de técnicas de medição mais detalhadas, capazes de medir qualitativa ou quantitati-
vamente a magnitude e a importância dos impactos. É um estudo destinado a atividades 
de maior porte e com maior potencialidade de apresentar impactos significativos ao 
meio ambiente.
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um documento que apresenta os resulta-
dos dos estudos técnicos e científicos de Avaliação de Impacto Ambiental, que sintetiza 
os resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Esse relatório deve ser escrito em 
linguagem objetiva e acessível à comunidade em geral, para a qual será dada publicidade.
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)
O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) surgiu como instrumento para identificar, 
avaliar e analisar os impactos ocorridos no meio urbano decorrentes da implantação de 
empreendimentos industriais, comerciais ou residenciais de maior porte. O EIV é seme-
lhante ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) quanto à avaliação dos impactos, mas é 
bem diferente em relação aos objetivos. De forma geral, o Estudo de Impacto de Vizi-
nhança é realizado para empreendimentos habitacionais, institucionais ou comerciais, 
públicos ou privados, que não estão sujeitos à apresentação de EIA, mas que causam 
impactos no meio urbano. O objetivo do EIA é apresentar ao poder público a análise 
do empreendimento.
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UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Na elaboração desse estudo é avaliada a repercussão do empreendimento sobre vários 
aspectos urbanos, como: a paisagem urbana; as atividades instaladas; a movimentação 
de pessoas e mercadorias; recursos naturais; recursos sociais (tudo isso da vizinhança 
do empreendimento, no intuito de verificar a viabilidade urbana e ambiental do projeto).
O Estudo de Impacto de Vizinhança engloba a identificação, a valoração e a análise 
dos impactos previstos e as respectivas medidas de mitigação para haver a implantação 
de um empreendimento em área urbana. Os resultados do estudo são apresentados em 
relatórios de impacto de vizinhança (RIVI) e vão subsidiar a decisão para a aprovação do 
empreendimento ou impedir sua implementação.
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é solicitado pelos órgãos 
ambientais como parte do processo de licenciamento de atividades que degradam ou 
modificam o meio ambiente, e também após o empreendimento ter sido punido pela 
degradação ambiental. Resumidamente, o PRAD é o conjunto de medidas que propicia 
à área degradada condições de restabelecer o equilíbrio dinâmico, com solo apto para 
uso e paisagem reestabelecida.
O PRAD objetiva o retorno do sítio degradado para uma forma de utilização, de 
acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo. É um instrumento de gestão 
ambiental para atividades como: desmatamentos; exploração de jazidas; recuperação de 
área de preservação permanente; reversa legal; terraplenagem etc.
O PRAD é normalmente utilizado para solos e vegetação, podendo também benefi-
ciar direta e indiretamente a reabilitação ambiental da área.
Como já mencionamos, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem o objetivo de 
analisar as consequências ambientais prováveis de uma atividade humana no momento 
da proposição. Tais informações devem ser levadas em consideração na decisão, junta-
mente com as partes financeira, técnica, legal e política. O objetivo principal é que as 
iniciativas respeitem o meio ambiente e todas as ações ambientais negativas determina-
das desde o início do projeto e consideradas já na sua concepção. A ideia é melhorar 
o rendimento dos recursos naturais e diminuir ou compensar os efeitos desfavoráveis.
De acordo com o referencial teórico e metodológico, a avaliação de impacto ambien-
tal determina, prevê, interpreta, atenua e monitora os efeitos ambientais de uma ativi-
dade proposta.
No entanto, é possível encontrar algumas controvérsias sobre o termo e a aplicação. 
Alguns teóricos mencionam que a avaliação de impacto ambiental é um processo amplo 
que inclui instrumentos como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA); para outros, é uma 
das etapas de um processo mais amplo, que consiste no Estudo de Impacto Ambiental 
(PHILIPPI JR., 2004).
Na nossa unidade, adotamos a concepção de AIA como um processo mais amplo, 
que inclui, entre outros instrumentos, o estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório 
Ambiental Preliminar (RAP) e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), entre outros.
14
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Outro ponto em discussão é que, para alguns, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
deve ser utilizado para projetos, e a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), para polí-
ticas e planos. É importante ressaltar que as principais diferenças são que a Avaliação 
Ambiental Estratégica se ocupa dos impactos indiretos cumulativos de políticas, planos 
e programas, fornecendo subsídios para o desenvolvimento sustentável de uma região, 
com uma perspectiva mais ampla e baixo nível de detalhe; em contrapartida, o Estudo 
de Impacto Ambiental trataria de um projeto específico, avaliando, portanto, os efeitos 
característicos, com alto nível de detalhe e foco nas medidas mitigadoras. A AAE e o 
EIA são instrumentos complementares, no entanto, poucos países têm regulamento para 
AAE. No Brasil, a Avaliação Ambiental Estratégica vem sendo discutida de forma muito 
incipiente e ainda não foi regulamentada nem incorporada ao licenciamento ambiental.
Termo de Referência (TR)
Todos esses estudos ambientais e outros não mencionados aqui são aplicáveis a vários 
tipos de atividades e empreendimentos, e o órgão ambiental elabora para cada um o 
Termo de Referência (TR), que orienta a elaboração do estudo específico de cada empre-
endimento, de acordo com as suas particularidades e o local proposto para a implantação.
O Termo de Referência é o instrumento orientador da elaboração de qualquer tipo de 
estudo ambiental (EIA/RIMA; EIV; RAP, PRAD etc.). O TR deve ser elaborado minu-
ciosamente, utilizando-se de todas as informações disponíveis sobre o empreendimento 
e sobre a área em que será implantado o projeto, incluindo toda a legislação pertinente.
Em alguns casos, o órgão ambiental solicita que o empreendedor elabore o Termo de 
Referência, ficando com a função de julgar e aprovar.
Licenciamento ambiental
De acordo com o inciso I do art. 1º da Resolução Conama 237/1997, o licenciamento 
ambiental é um : 
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendi-
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efe-
tiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais 
e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Ainda de acordo com essa resolução do Conama, o poder público expedirá as se-
guintes licenças:
• L icença Prévia (LP): concedida na fase de planejamento do empreendimento ou ati-
vidade, em que se atesta a viabilidade ambiental da concepção e localização, determi-
nando condicionantes que deverão ser atendidas na próxima fase de licenciamento;
• Licença de Instalação (LI): concedida de modo a garantir o direito de construir ou 
instalar o empreendimento ou atividade conforme as especificações constantes dos 
15
UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
planos, programas e projetos aprovados, particularmente as medidas de controle 
ambiental definidas para a fase de obras ou implantação;
• Licença de Operação (LO): possibilita a operação do empreendimento ou da ati-
vidade, considerando as medidas expressas nas licenças anteriores, assim como as 
disposições previstas para a operação de todo o ciclo de vida do empreendimento.
O Conama poderá definir, quando necessário, licenças específicas, de acordo com 
a natureza, as características e as peculiaridades do empreendimento ou da atividade. 
Na sequência, é apresentado um fluxograma que mostra os passos de um licencia-
mento ambiental associado aos estudos ambientais descritos anteriormente.
Empreendimento
Empreendimento
Empreendimento
Empreendimento
Consulta
Termo de
referência
EIA/ RIMA
Audiência pública
Parecer técnico
ConsemaLicença prévia
Licença de
instalações
Licença de
operações
Relatório ambiental
preliminar
Relatório ambiental
simpli�cado
Figura 2 – Etapas do Licenciamento 
Fonte: BRASIL, 2014
Atividades que Necessitam de 
Avaliação de Impacto Ambiental
Conforme descrito anteriormente, a avaliação de impacto ambiental é uma obrigação 
legal que antecede a instalação de qualquer empreendimento ou atividade com potencial 
de causar poluição ou degradação ambiental. Resumidamente, as principais diretrizes 
para a execução do licenciamento ambiental estão expressas nas seguintes legislações:
• Lei Federal 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus 
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências;
• Resolução Conama 001/86, que dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais 
para a Avaliação de Impacto Ambiental, tendo sido publicada em 23/01/1986 e alte-
rada posteriormente pelas Resoluções 11/1986, 05/1987, 237/1997 e 494/2020.
16
17
Empreendimentos sujeitos a licenciamento com 
necessidade de Avaliação de Impacto Ambiental
Apresenta-se a seguir um quadro com os empreendimentos sujeitos a licenciamento 
com necessidade de Avaliação de Impacto Ambiental.
Quadro 1
Atividades/
Empreendimentos 
sujeitos ao 
licenciamento com
Avaliação de Impacto 
Ambiental
• Sistema de captação, adução e tratamento de água, Estação de Tratamento 
de Água – ETA, transposição de bacias, adutora, sistema produtor de água;
• Aeródromo, heliporto;
• Usina de açúcar e álcool, áreas de plantios agroindustriais;
• Aterro sanitário, aterro de resíduos industriais, aterro de codisposição, trans-
bordo de resíduo sólido;
• Barragem de controle de cheias, hidrovia, hidrelétrica (CGH, PCH, UHE), 
barragem para irrigação, barragem de aproveitamento múltiplo, barragem 
para abastecimento;
• Sistema de drenagem urbana, canalização, retificação, dragagem (inclusive 
para hidrovia ou marinas) e desassoreamento,abertura de barras e emboca-
duras, sistema de controle de cheias (p. ex., piscinão);
• Gasoduto, oleoduto, adutora;
• Unidade de recuperação energética, usina termelétrica, incinerador, sistema 
térmico de tratamento de resíduos sólidos;
• Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, emissário;
• Linhas, estações, pátios e outras instalações associadas a trens de passageiros 
ou cargas;
• Instalações e plantas industriais em geral;
• Parque temático, campus universitário, complexo turístico, estruturas de lazer;
• Linha de transmissão, recabeamento, repotenciação, ramal, sistema elétrico, 
usina fotovoltaica, usina solar, usina eólica;
• Linhas, estações, pátios e outras instalações de Metrô convencional, Veículo Leve 
sobre Trilhos e monotrilho;
• Atividades e instalações de extração mineral;
• Loteamento residencial, loteamento misto, distrito industrial, conjunto 
habitacional;
• Rodovia, corredor de ônibus, dispositivo/obra de arte rodoviária (alça de acesso, 
ponte, viaduto, retorno);
• Instalações logísticas, terminal portuário, porto, terminal de carga, terminal 
intermodal, estrutura de apoio a embarcações;
• Presídio, penitenciária.
Fonte: cetesb.sp.gov.br 
Avaliação de Impacto Ambiental – 
Configuração Genérica
Cada empreendimento descrito anteriormente apresenta suas particularidades durante 
o processo de licenciamento ambiental. No entanto, para esses empreendimentos sujeitos 
a licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental, pode-se considerar que há simila-
ridade na montagem e na estruturação de um Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.
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UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Destaca-se que a descrição da Avaliação dos Impactos Ambientais integra o RIMA, 
que deve ser elaborado para cada empreendimento com o objetivo de obtenção das 
licenças ambientais (licença prévia, licença de instalação e licença de operação).
Nesse sentido, de maneira genérica, tem-se a seguinte itemização para a estruturação 
e apresentação de um Relatório de Impacto Ambiental – RIMA:
• Informações gerais do empreendedor;
• Caracterização do empreendimento;
• Apresentação de alternativas locacionais;
• Análise de planos, programas e projetos existentes, relacionados com o empre-
endimento;
• Delimitação das áreas de influência do empreendimento (área de influência indireta, 
área de influência direta e área diretamente afetada), considerando os meios físico, 
biótico e socioeconômico;
• Apresentação do diagnóstico ambiental, considerando, entre outros aspectos: meio 
físico (clima, qualidade do ar, ruído, geologia, relevo, solos, suscetibilidade a proces-
sos de dinâmica superficial, águas superficiais, águas subterrâneas, restrições am-
bientais), meio biótico (flora, fauna, unidades de conservação) e meio socioeconômico 
(histórico da região, uso e ocupação do solo, zoneamento urbano, infraestrutura, 
estrutura produtiva e serviços públicos, patrimônio histórico cultural);
• Avaliação de impactos e programas ambientais;
• Definição dos critérios para a avaliação dos impactos, tendo como exemplo: 
 » Caráter: positivo ou negativo;
 » Probabilidade de ocorrência: certa, alta, média ou baixa;
 » Incidência: direta ou indireta;
 » Duração: temporária ou permanente;
 » Alcance: pontual, local ou regional;
 » Tempo de manifestação: curto, médio ou longo prazo;
 » Reversibilidade: reversível ou irreversível;
 » Cumulatividade: se pode ser intensificado com o tempo ou no espaço;
 » Sinergia: se pode ser intensificado ou alterado com a presença de outros impactos;
 » Magnitude: baixa, média ou alta.
• Definição das medidas mitigadoras para cada impacto detectado;
• Definição e estruturação de planos e programas ambientais, tendo como exemplos:
 » Programa de Controle de Processos Erosivos, Escorregamentos e Assoreamentos 
dos Corpos d’água;
 » Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais;
 » Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas e Nível d’água;
 » Programa de Monitoramento Geotécnico;
 » Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
18
19
» Programa de Controle e Redução de Emissões Atmosféricas;
» Programa de Monitoramento de Ruído;
» Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna;
» Programa de Compensação Ambiental (em razão da supressão de vegetação);
» Programa de Controle e Monitoramento da Fauna Sinantrópica
» Programa de Supressão de Vegetação;
» Programa de Reflorestamento e Enriquecimento Florestal;
» Plano de Recuperação de Áreas Degradadas;
» Programa de Educação Ambiental;
» Programa de Comunicação Social;
» Planos e programas específicos para cada tipo de atividade do empreendimento 
estudado.
• Prognóstico e conclusão.
Em Síntese
Nesta unidade, procuramos sintetizar informações sobre um processo que é muito rico 
e complexo: a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). Muitos conceitos foram bastante 
simplificados para não se perder uma visão de conjunto. Podemos aprofundá-los na 
bibliografia citada e nos demais recursos disponíveis na unidade.
Outro aspecto importante é que a Avaliação de Impacto Ambiental torna transparente o pro-
cesso de licenciamento, fazendo com que diferentes agentes sociais tomem conhecimento 
e se envolvam com os processos de desenvolvimento e gestão de um empreendimento.
19
UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Portal do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
https://bit.ly/3iGg6gg
 Vídeos
Licenciamento ambiental: o que é e por que é importante?
https://youtu.be/sWEQw6smo5w
Avaliação de Impacto Ambiental – Fernanda Verones – BL 1
https://youtu.be/ewPQhm_BQuU
 Leitura
Minuta de Manual para Elaboração de Estudos para Licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental
https://bit.ly/3ohfgYz
Painel de Informações de Colegiados (PIC) 
https://bit.ly/3psYG9e
Estudo de Impacto Ambiental
https://bit.ly/3iH2BwS
20
21
Referências
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia 
ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília: 
2009.
CETESB. Manual Para Elaboração de Estudos Para o Licenciamento com Avalia-
ção de Diagnóstico Ambiental, 2014. Disponível em: <https://licenciamento.cetesb.
sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf>. Acesso em: 13/01/2021.
CONAMA. Resolução 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e 
complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. 
Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 13/01/2021.
FERRAZ, F. B.; FELIPE, T. J. S. Análise comparativa entre avaliação e estudo de im-
pacto ambiental. Nomos – Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da 
UFC, Fortaleza, v. 32., n. 2, 2012.
PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. 
Barueri: Manole, 2004.
RODRIGUES, J. R. Roteiro básico para a elaboração de estudo de impacto am-
biental. Manual de Orientação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo . 
Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental.
21
Avaliação de 
Impactos Ambientais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Edson Victor de Souza
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
 
 
• Apresentar os principais métodos de Estudo de Impacto Ambiental para dar subsídios 
importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e elaborar um Estudo de 
Impacto Ambiental;
• Conhecer os métodos mais utilizados para esse processo.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Fundamentos da Metodologia 
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
• Seleção da Metodologia.
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Contextualização
Nesta unidade, serão apresentadosos principais métodos de Estudo de Impacto Am-
biental para dar subsídios importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e 
elaborar um Estudo de Impacto Ambiental e conhecer os métodos mais utilizados para 
esse processo.
Como sabemos, o Estudo de Impacto Ambiental é um instrumento de planejamento 
e tem como finalidade identificar, prever e interpretar os efeitos de determinada ação 
humana sobre o ambiente.
No início da década de 1960, houve a crescente sensibilidade de estudiosos, acadê-
micos e gestores públicos apontando a necessidade urgente da criação de instrumentos 
capazes de complementar e ampliar a eficiência dos já tradicionais Estudos de Impacto 
Ambiental, utilizados no licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos.
Com a consolidação dos conceitos de impactos ambientais, verificou-se que a ava-
liação poderia ser realizada com objetividade. Para tanto, a avaliação deve ter carac-
terísticas técnicas regulamentadas pelo poder público e traduzidas em um documento 
acessível a vários segmentos da sociedade interessados no processo de licenciamento.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução 001/86, 
definiu como deve ser feita a Avaliação de Impacto Ambiental (EIA), criando duas figu-
ras utilizadas no Brasil: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA).
8
9
Introdução
A partir da Resolução Conama 01/86, em que ficou instituída a necessidade do 
Estudo de Impacto ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), os ins-
trumentos e métodos apresentaram um aperfeiçoamento tecnológico e técnico. Isso se 
deu tanto em relação às exigências impostas pelo corpo técnico dos órgãos ambientais 
como pelos avanços obtidos pelas empresas de consultoria que elaboram esses docu-
mentos. As atividades que necessitam de licenciamento são elencadas nessa Resolução 
01/86, entretanto, outras atividades podem ser incluídas e estabelecidas pela autoridade 
ambiental local.
O quadro a seguir apresenta um resumo do conteúdo mínimo necessário em um 
Estudo de Impacto Ambiental.
Quadro 1
O EIA deverá apresentar 
o seguinte conteúdo 
mínimo
• Informações gerais do empreendedor (identificação, histórico, loca-
lização etc.);
• Caracterização do empreendimento (objetivos, etapas de implanta-
ção, porte etc.);
• Área de influência do empreendimento;
• Diagnóstico ambiental da área de influência – análise dos meios físico, 
biológico e socioeconômico;
• Análise dos impactos e suas alternativas – identificação, previsão de 
magnitude e importância dos impactos relevantes prováveis;
• Definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos;
• Definição de programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos e das medidas mitigadoras.
Os problemas ambientais hoje são complexos e graves e se questiona o potencial 
produtivo dos ecossistemas e a sobrevivência dos seres vivos. Essa realidade registrada 
na história recente da civilização projeta na atualidade uma discussão entre o modelo 
de desenvolvimento econômico com caráter consumista e a preservação do ambiente.
Fundamentos da Metodologia 
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Existem muitos métodos disponíveis para a avaliação de impacto ambiental, muitos 
são resultado de outros já existentes. Há métodos adaptados de técnicas de planejamento 
regional, de estudos econômicos ou estudos de ecologia. Como exemplo, pode-se citar a 
análise de potencialidade de utilização do solo e de usos múltiplos de recursos naturais. 
Destaca-se que alguns foram concebidos considerando os requisitos legais envolvidos, 
como o método das matrizes e das redes de interação. 
Os métodos são necessários para disciplinar os raciocínios e os procedimentos desti-
nados a identificar os agentes causadores e as respectivas modificações decorrentes de 
uma ação ou conjunto de ações (BRAGA, 2005).
9
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
No entanto, os métodos passaram a se tornar cada vez mais específicos, à medida 
que o conhecimento foi se aprofundando, permitindo tipificar causas e efeitos corres-
pondentes nos diferentes segmentos do ambiente, em razão de intervenções também 
específicas. Assim, tem-se, atualmente, métodos elaborados e detalhados de modo a 
avaliar impactos de empreendimentos dos mais diferentes tipos, como usinas e indús-
trias com vários processos de produção; rodoviárias; habitacionais; obras hidráulicas e 
sanitárias; etc.
Embora existam muitos métodos para a Avaliação de Impacto Ambiental, nenhum 
abrange todas as atividades ou possibilita a análise de quaisquer tipos de projetos ou 
sistemas ambientais.
Munn, apud Braga, resume como atributo desejável de um método sua capacidade 
de atender às seguintes funções na avaliação de impactos:
• Identificação;
• Predição;
• Interpretação;
• Comunicação;
• Monitoramento.
Outro aspecto importante é que o método caracterize os impactos, a sua relevância 
e magnitude.
Ainda assim, um método que atendesse a todas as características referidas, mas fosse 
inadequado no processo decisório por ser de difícil comunicação fora do aspecto técnico, 
já não cumpriria a função fundamental que se esperava dele. No entanto, as técnicas de 
comunicação, algumas delas elaboradas para facilitar a comunicação em audiências pú-
blicas para avaliação de impactos ambientais, a facilidade de estabelecer a comunicação 
e favorecer o entendimento do público podem ser fatores fundamentais na decisão do 
método a ser utilizado.
Para o conhecimento e a formação dentro dessa disciplina de Avaliação de Impacto 
Ambiental, são descritos a seguir os principais métodos de AIA.
Método Ad Hoc
No método Ad Hoc, o foco está em reuniões promovidas com técnicos e cientistas espe-
cializados, com conhecimentos teóricos e práticos na área do empreendimento analisado.
Em tais reuniões, podem ser utilizados questionários que são respondidos previa-
mente pelas pessoas com interesse no assunto e circunstancialmente com formação 
científica ou profissional com relação ao tema sob análise, para subsidiar os pareceres 
dos especialistas.
As reuniões são direcionadas para permitir uma visão integrada das questões am-
bientais, no sentido de obter o mais rápido possível as informações a respeito dos im-
pactos prováveis para possibilitar a classificação de alternativas. No entanto, tal método 
é passível de críticas, em razão da subjetividade envolvida nas opiniões e do risco de ser 
tendencioso desde a avaliação até a escolha dos participantes.
10
11
Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir:
• Vantagens: é um método rápido para identificar os prováveis impactos e viabilizar 
a aplicação, mesmo com poucas informações ;
• Desvantagens: é um método vulnerável aos itens subjetivos e tendencioso na 
escolha dos participantes.
Na sequência, apresenta-se um exemplo resumido, em forma de tabela, que ilustra a 
aplicação desse método, qualificando os impactos sobre alguns componentes ambientais.
Tabela 1 – Impacto ambiental
Área ambiental EL EP EN B EA P CP LP R I
Vida selvagem x x x
Espécies ameaçadas x
Vegetação x x x
Vegetação exótica x
Características do solo x
Drenagem natural x
Água subterrânea x X
Ruído x x
Áreas virgens x x x x
EL – Efeito Nulo; EP – Efeito Positivo; EN – Efeito Negativo; B – Efeito Benéfico; EA – Efeito Adverso; P – Problemático; CP – Curto Prazo; LP – Longo 
Prazo; R – Reversível; I – Irreversível.
O principal exemplo desse método é o Delfos, que tem como característica a aplica-
ção para a tomada de decisão de empresários e autoridades governamentais, em que, a 
partir da escolha de especialistas, são preparados questionários, buscando o consenso 
em relação aos problemas identificados. 
Método das listagens de controle (checklist)
As listagens de controle são uma evolução natural do método anterior. Especialistas 
preparam uma lista de fatores ambientais com potencial de afetar o meio ambiente pelas 
ações propostas.Essas listagens tornaram-se disponíveis para os empreendimentos e 
acessíveis por meio de bibliografia especializada.
Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir:
• Vantagens: aplicação simples e reduzida exigência na informação e nos dados;
• Desvantagens: esse método não faz previsão ou identifica impactos de segunda ordem.
Na sequência, são apresentadas divisões do método: listagens descritivas, listagens 
comparativas, listagens em questionário e listagens ponderais.
Listagens descritivas
Esse método é muito utilizado para orientar a elaboração de avaliações de impacto 
ambiental. A listagem descritiva correlaciona ações, componentes ambientais e as carac-
terísticas que podem ser modificadas. Esse método reúne informações sobre as técnicas 
11
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
mais adequadas de medição e previsão dos indicadores ambientais e a ponderação rela-
tiva dos impactos.
A tabela a seguir apresenta um exemplo de listagem de controle descritiva empregada 
em estudo de impacto ambiental. Os impactos potenciais estão relacionados na primeira 
coluna e as respectivas fontes de informações e técnicas de previsão a serem utilizadas 
para avaliação são mostradas na coluna seguinte.
Tabela 2 – Parte de uma listagem de controle descritiva – Fatores ambientais 
Impactos potenciais
Dados necessários
Fontes de informação
Técnicas de previsão
Qualidade do ar/Saúde
Alterações nas concentrações de poluentes no ar pela fre-
quência de ocorrência e número de pessoas ameaçadas.
Concentrações atuais ambientais, emissões atuais e pre-
vistas, modelos de dispersão, mapas demográficos.
Qualidade do ar/ Incômodo
Alterações na ocorrência de incômodos visuais (fumaça, 
névoa) ou odores e número de pessoas afetadas.
Alterações dos níveis de ruído e frequência da ocorrência e 
número de pessoas incomodadas.
Amostragens com cidadãos, processos industriais previsí-
veis, volume de tráfego.
Alterações no tráfego ou outras fontes de ruído e em 
barreiras de som: modelos de propaganda de ruídos, nor-
mógrafos, relacionando níveis de tráfego, barreiras etc. 
Pesquisas e amostragens com cidadãos ou atual opinião 
quanto aos níveis de ruído.
Qualidade da água
Alterações nos usos permitidos ou tolerados da água e 
número de pessoas afetadas, por corpo de água relevante.
Efluentes existentes e previstos, concentrações atuais am-
bientes, modelos de qualidade da água.
Fonte: Adaptado de SILVEIRA, MOREIRA, apud BRAGA, 2005
Listagens comparativas
A listagem comparativa é uma evolução das anteriores. Houve, no entanto, a incor-
poração de critérios de relevância aos indicadores ambientais. Constantemente, essas 
listagens são específicas para cada caso em estudo. Em alguns modelos do método, a 
duração do impacto também é considerada. Normalmente, a intensidade cresce com o 
número ou ordem alfabética da letra.
Nos Estados Unidos, por exemplo, foi desenvolvido um tipo de listagem comparativa 
que passou a ser usado também em outros países. O US Forest Service desenvolveu 
uma listagem associada a critérios de relevância, composta de fatores ambientais, bem 
como socioeconômicos, qualidade da água e habitats e vida selvagem, acompanhados 
de fatores desejáveis ou que sejam padrão para cada um deles (SILVEIRA; MOREIRA, 
1987, apud BRAGA, 2005).
Você Sabia?
O US Forest Service é uma agência do Departamento de Agricultura dos EUA que administra 
as 154 florestas nacionais e 20 pastagens nacionais. 
Assim que o impacto previsto ultrapassa os valores estabelecidos, apresenta-se uma 
situação a ser considerada na análise ambiental.
12
13
Principais características desse método:
• Padrões estabelecidos de acordo com as características do empreendimento, crité-
rios de relevância e fatores ambientais;
• A dimensão em relação ao tempo é considerada;
• Ao aplicar esse método, é possível estabelecer a hierarquia entre as alternativas 
quanto aos impactos introduzidos por cada uma sobre os diversos componentes 
ambientais. O método, no entanto, não revela a hierarquia das alternativas no total 
dos impactos.
Listagens em questionário
A listagem em questionário procura resolver uma falha dos métodos anteriores, 
que consideram os impactos de um projeto isoladamente, sem levar em consideração 
as interdependências.
São realizados questionários com instruções para preenchimento e a classificação 
dos impactos resultantes das ações descritas. A listagem é separada em categorias gené-
ricas, como doenças, ecossistemas aquáticos etc.
Listagens ponderais
As listagens ponderais são uma evolução das listagens de controle comparativas. São 
conhecidas como método de Battelle (ou Environmental Evaluation System – EES), que 
melhor representa as listagens ponderais.
É um método baseado na listagem de parâmetros ambientais. Nas listagens ponde-
rais, é colocada em uma atribuição de pesos a importância de cada um dos parâmetros 
em relação à soma dos impactos do empreendimento. Uma equipe multidisciplinar é so-
licitada para obter a distribuição de pesos entre os parâmetros e desenvolver as funções 
e valores dos índices de qualidade ambiental.
O método de avaliação ambiental de Battelle é o mais expressivo das listagens pon-
derais e apresenta as seguintes características principais:
• Ao mesmo tempo é abrangente e seletivo;
• Muito objetivo para comparar alternativas;
• Não permite a interação dos impactos;
• Permite a previsão de magnitude;
• Não distingue a distribuição temporal.
Os métodos que apresentam pesos como medida de avaliação dos impactos têm 
algumas fragilidades, tais como:
• Com a transformação em números, uma parte das informações se perde. Não se sabe 
se os pesos dados aos atributos ambientais serão representantes na realidade futura;
• A distribuição dos impactos entre os diferentes segmentos da população não é iden-
tificada;
• As medidas para a atenuação dos impactos não são evidenciadas.
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Método da superposição de cartas
É um método de confecção de cartas temáticas referentes aos fatores ambientais 
que são afetados pelas alternativas, como tipo de solo, cobertura vegetal, geologia etc. 
Os resultados produzidos pelas informações são elencados de acordo com o conceito de 
fragilidade, dando origem às cartas de restrição ou potencial de uso.
Com a ampliação da computação gráfica e sensoriamento associada a sistemas de 
informações geográficas digitalizadas, esse método tem ganhado bastante espaço. Atu-
almente, é possível a produção de cartas de restrição de aptidão que são permanente-
mente atualizadas.
O principal exemplo de aplicação é o Método Mc Harg, utilizado inicialmente para 
a avaliação ambiental de rodovias, objetivando identificar e propor soluções de modo a 
proteger os aspectos sociais.
Método de redes de interação
Com a necessidade de identificar os impactos indiretos ou de ordem inferior, surgiram 
as redes de interação. Os impactos primários ou diretos são os impactos provenientes 
do projeto, como obras e equipamentos, e os impactos indiretos são os impactos decor-
rentes do resultado do projeto, como a mudança de intensidade do tráfego. Os impactos 
diretos são mais fáceis de avaliar, já para os indiretos a dificuldade de avaliação é maior, 
pois são induzidos e dependentes de previsão, com um número maior de variáveis.
Uma das maiores vantagens desse método é a identificação das ações que vão contri-
buir para a magnitude do impacto. No entanto, da forma como as redes são construídas, 
elas só abrangem os impactos negativos.
O principal exemplo de aplicação é o método impacto, elaborado pelo US Forest 
Service, aplicado para projetos florestais.
Método das matrizes de interação
Esse método é a evolução das listagens de controle. Os fatores ambientais são dispos-
tos em coluna, enquanto nas linhas são representadas as ações decorrentes de um projeto. 
É possível relacionar os impactos decada ação nas quadrículas resultantes do cruzamento 
das colunas com as linhas, preservando-se as ações de causa e efeito (BRAGA, 2005).
Cada uma das ações é elencada nas filas das matrizes e, ao percorrê-las, é possível 
detectar as potencialmente responsáveis pelo maior número de impactos. Para configu-
rar o potencial de impacto de cada ação, são utilizados indicadores que qualificam ou 
quantificam os impactos, podendo-se, então, propor medidas mitigadoras aos impactos 
adversos ou amplificar os impactos benéficos.
No entanto, as matrizes são tão vulneráveis e sujeitas a riscos como todos os métodos 
já vistos, pois as dificuldades para definir critérios de relevância e ponderação de indica-
dores ambientais as colocam nessa posição.
14
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Uma das matrizes mais utilizadas é conhecida como Matriz de Leopold. É realizado 
o cruzamento de 88 componentes (ou fatores) ambientais e 100 ações potencialmente 
alteradoras do ambiente, resultando em 8.800 quadrículas (BRAGA, 2005). São indica-
dos algarismos que variam entre 1 e 10 em cada uma dessas quadrículas e que corres-
pondem à magnitude e à importância do impacto. O número 1 corresponde à condição 
de menor magnitude, ou seja, mínimo de alteração ambiental e de menor importância, 
ou seja, mínima significância da ação sobre o componente ambiental considerado. Já o 
número 10 corresponde aos valores máximos desses atributos. O sinal + ou – na frente 
dos números mostra se o impacto é benéfico (+) ou adverso ( –). Como nos demais mé-
todos mencionados anteriormente, esses valores apresentam o risco da subjetividade.
Nesse método, cabem também muitas das observações feitas anteriormente a outros 
métodos, como:
• A generalidade da abrangência limita a aplicabilidade caso a caso;
• Com esse método, chega-se a uma matriz com quantidade muito alta de quadrícu-
las preenchidas, dificultando a interpretação e a visualização dos impactos, sendo, 
portanto, necessária uma nova seleção para eliminar os de menor significância;
• A matriz foi gerada para projetos com impactos e por territórios de grandes exten-
sões, não sendo eficiente no caso de projetos urbanos.
Método dos modelos de simulação
Os modelos de simulação matemática caracterizam-se por representar a realidade, a 
estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, inter-relacionando os fatores físi-
cos, biológicos e socioeconômicos (BRAGA, 2005). Esses modelos são baseados na defi-
nição de objetivos, na escolha das variáveis estabelecendo a interpretação dos resultados.
Ao fazer as simulações para as várias alternativas, conhece-se o estado ambiental an-
tes e depois da implantação de cada alternativa, por meio das variáveis que caracterizam 
cada componente ambiental.
Esse método apresenta as seguintes desvantagens:
• Existe a dificuldade de encontrar dados disponíveis com a representatividade que o 
desenvolvimento do modelo necessita;
• Necessidade frequente de empregar relações simplificadas entre as variáveis, em ra-
zão da complexidade dos fenômenos representados ou de limitações computacionais;
• Dificuldade de incorporar fatores como os fatores estéticos, sociais e outros;
• Possibilidade de induzir as decisões.
Apesar dessas restrições, esses modelos de simulação são bem versáteis para com-
parar alternativas, permitindo fazer projeções temporais, e promovem a comunicação 
interdisciplinar incorporando as variáveis (BRAGA, 2005).
O principal exemplo de aplicação é o Método KSIM (Kane Simulation Model), utilizado 
em análises de impactos ambientais de atividades que necessitam do tratamento de va-
riáveis qualitativas e quantitativas, bem como da avaliação de seus aspectos interativos.
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Método da análise benefício-custo
Por meio desse método, são computados custos e benefícios de um empreendimento 
ou de suas alternativas, objetivando compará-los e ordená-los a partir da relação benefí-
cio-custo ou mesmo do benefício líquido.
Como desvantagens, o método tem dificuldade na avaliação, na busca de um mesmo 
padrão de medida monetário dos bens e serviços ambientais gerados (caracterizados 
como os benefícios ambientais) e dos bens e serviços utilizados ou comprometidos para 
a implantação do empreendimento (custos ambientais).
Método da análise multiobjetivo
Esse método está baseado na definição dos objetivos que deverão ser considerados 
em uma situação de decisão. 
De forma geral, o método multiobjetivo pode ser colocado em forma de hierarquia, 
ou seja, um objetivo muito genérico pode ser atendido por objetivos específicos que são 
quantificados por atributos. Atributos podem ser entendidos como um aspecto mensurável 
de julgamento pelo qual uma variável de decisão pode ser caracterizada.
Combinação de métodos
Atualmente, há tendência em adotar a combinação de dois ou mais métodos, adap-
tando-os às especificidades dos empreendimentos e das áreas a serem afetadas. Essa 
metodologia é bastante indicada para avaliar impactos negativos de projetos, sendo 
rápida, de baixo custo e de boa visualização. Como aplicação do método, pode-se uti-
lizar o Local Environmental Sensitivity Program (LESA), desenvolvido em Israel, que 
consiste em três conjuntos de mapas (de uso e ocupação do solo, de recursos naturais 
e de impactos ambientais prováveis dos usos selecionados), além de um questionário de 
avaliação dos impactos.
Seleção da Metodologia
A seleção da metodologia escolhida para a avaliação dos impactos ambientais é es-
pecífica para cada caso que se apresenta e deve partir da comparação entre os métodos 
de aplicação existentes. Os métodos descritos anteriormente utilizam técnicas diversas 
para a qualificação e quantificação dos impactos, assim como para comparar as alter-
nativas de projeto.
Ao analisar cada um dos métodos apresentados, ficam em evidência os diferentes 
graus de subjetividade envolvidos na sua aplicação e as dificuldades de quantificação.
O melhor caminho para a seleção do método mais adequado a ser utilizado na ava-
liação ambiental é o diálogo entre os profissionais com formação ambiental, e que estão 
familiarizados com as tecnologias, e os especialistas envolvidos no empreendimento.
16
17
Independentemente do tipo de método escolhido, a AIA consiste em classificar os 
impactos ambientais. Conforme determinado no inciso II do artigo 6º da Resolução 
Conama 01/86, a análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas deve 
ser realizada por meio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da im-
portância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e ne-
gativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e em médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas 
e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
17
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Caderno de Licenciamento Ambiental elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente
https://bit.ly/2Mp3H41
 Leitura
Metodologias de identificação de impactos ambientais e matrizes de impacto ambiental
https://bit.ly/39dbo6q
Matriz simplificada para avaliar impactos ambientais em pequenas centrais hidrelétricas (PCH)
https://bit.ly/39dJA1O
Método para Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) em 
projetos de grande porte: estudo de caso de uma usina termelétrica
https://bit.ly/2Mp3s97
18
19
Referências
BASSO, L. A.; VERDUM, R. Avaliação de Impacto Ambiental, EIA e RIMA como 
instrumentos técnicos de gestão ambiental. Porto Alegre: Ed. da Universidade 
UFRGS, 2006.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia 
ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: 
Manole, 2004.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliaçãode Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2013.
19
Avaliação de 
Impactos Ambientais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Edson Victor de Souza
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
O Processo de Avaliação de Impacto 
Ambiental e seu Contexto no 
Desenvolvimento Sustentável
 
 
• Dar condições para o profissional de meio ambiente coordenar a elaboração de um estudo de 
impacto ambiental, conhecendo seu processo de avaliação, inclusive seu contexto no desenvol-
vimento sustentável.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Processo de Avaliação de Impacto Ambiental;
• Realizando um Estudo de Impacto Ambiental;
• A AIA no Contexto do Desenvolvimento Sustentável.
UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
Processo de Avaliação 
de Impacto Ambiental
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como principal caracte-
rística ser um conjunto de normas, procedimentos e instrumentos relacionados à im-
plantação de um empreendimento, desde sua fase de estudos até sua operação, em que 
são avaliadas as mudanças provocadas no meio ambiente. A AIA é parte integrante 
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), 
servindo, inclusive, como instrumento de gestão ambiental ao longo do ciclo de vida do 
empreendimento, ou seja, estando presente desde sua concepção até sua desativação.
Dentro do processo de AIA para um empreendimento, tem-se, em geral, três etapas 
distintas: etapas iniciais, análise detalhada e etapa pós-aprovação. Essas etapas, bem como 
seus principais componentes, estão representadas em forma de diagrama na figura a seguir.
PROPOSTA
PROCESSO COMPLETO
DE AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL
ETAPAS INICIAIS
NÃO TALVEZ
AVALIAÇÃO INICIAL
ANÁLISE DETALHADA
TERMOS DE REFERÊNCIA
CONSULTA PÚBLICA
ETAPA PÓS-APROVAÇÃO
SIM
SELEÇÃO (TRIAGEM) DAS AÇÕES OU PROJETOS PODEM
CAUSAR IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS?
ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL E
RELATÓRIO DE
IMPACTO AMBIENTAL
ANÁLISE TÉCNICA
DECISÃOREPROVAÇÃO
APROVAÇÃO
MONITORAMENTO
GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL SIMPLES
Figura 1 – Principais componentes e diagrama 
do procedimento da avaliação de impacto ambiental
Fonte: Adaptado de SÁNCHEZ, 1998
A partir do diagrama apresentado na figura anterior, descreve-se na sequência as 
principais fases do processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
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Principais Fases do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental
Seleção (Triagem) das Ações ou Projetos
Nessa fase, serão selecionados os projetos que apresentem potenciais impactos no 
meio ambiente e que deverão ser submetidos ao procedimento de AIA. No Brasil, a 
Resolução CONAMA 01/86 estabelece a listagem de empreendimentos nos quais se 
deve elaborar o EIA.
Estabelecimento Dos Objetivos e do Escopo dos 
Estudos de Impacto Ambiental (Termos de Referência)
O produto dessa etapa é denominado Termo de Referência, em que são especifica-
dos os aspectos relevantes a serem considerados pela AIA, de maneira específica para 
cada tipo de empreendimento.
Ainda nessa fase, poderá ser definido o formato de participação pública (consulta 
pública), sendo que também poderá haver participação da sociedade na definição do 
próprio termo de referência.
Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Essa fase é considerada a que apresenta maior conteúdo técnico-científico, deman-
dando maior tempo e utilização de recursos. Configura-se como a base para os estudos 
de viabilidade ambiental do empreendimento. 
Deve-se destacar que um EIA é essencial em um processo de AIA e deve apresentar, 
minimamente:
• Descrição detalhada do empreendimento, com informações relativas a planejamen-
to, implantação e operação. Também pode estar descrita a fase de desativação do 
empreendimento;
• Descrição da legislação aplicável, incluindo sua análise;
• Apresentação do diagnóstico ambiental;
• Identificação e avaliação dos impactos ambientais;
• Detalhamento dos impactos identificados, incluindo a valoração e a relevância dos 
impactos;
• Apresentação do plano de gestão ambiental, incluindo as medidas mitigadoras e 
de monitoramento.
Comunicação dos Resultados (Consulta Pública)
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) precisa ter seus resultados comunicados ao 
órgão ambiental responsável pela aprovação, assim como, via consulta pública, à popu-
lação direta e também àquela indiretamente envolvida. 
Após a contribuição da consulta popular e a análise técnica do EIA/RIMA pelas 
autoridades ambientais, deverá ser efetuada a revisão do EIA, de modo a adequar o do-
cumento de acordo com os impactos ambientais verificados e que deverão ser tratados.
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UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
Auditoria
As auditorias ambientais ocorrem juntamente com a gestão ambiental definida para 
o empreendimento, em que é prevista a análise da eficácia da AIA, verificando os des-
vios ocorridos nas previsões do EIA, desde o planejamento do empreendimento até sua 
implantação e operação.
Realizando um Estudo 
de Impacto Ambiental
Na sequência, são detalhadas as etapas típicas de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Descrição do Projeto
A descrição de um projeto constitui-se de duas partes principais – uma se refere a in-
formações técnicas e a outra a informações contextuais. Entre as informações técnicas, 
devem constar:
• a localização do projeto; 
• a concepção física; 
• os métodos; 
• o cronograma de construção; 
• os requerimentos de energia e água; 
• os procedimentos para o funcionamento; 
• as vias de acesso; 
• as obras de serviços e apoio; 
• as matérias-primas e os insumos em todas as fases do processo; 
• tipo e quantidade de todas as emissões, incluindo emissões sólidas, líquidas, gasosas 
e ruído; 
• as formas de controle, planos e programas ambientais;
• os custos do empreendimento; 
• os empregos diretos e indiretos criados em todas as fases; 
• os impostos e rendas gerados na implantação do projeto; 
• a vida útil do empreendimento; 
• o destino para o local após o término das atividades; e 
• programas para a recuperação da área.
Resumindo, é necessário que sejam descritas todas as atividades e formas do desen-
volvimento, todos os recursos utilizados, os produtos e os resíduos que serão gerados em 
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decorrência das atividades. Todas as ações e produtos que o projeto vai gerar deverão ser co-
nhecidos. Isso é necessário para que se identifiquem posteriormente os impactos ambientais.
Nas informações contextuais, deverão constar a justificativa da escolha do projeto 
e do local de sua implantação e a necessidade da sua implantação e execução, com a 
indicação dos benefícios econômicos, sociais, ambientais etc.; devem ser apresentadas 
também as alternativas tecnológicas do projeto e alternativas de localização.
Descrição Ambiental da Área de Influência do Projeto
Para descrever o meio ambiente, é necessário em primeiro lugar definir quais os 
limites da área de influência do projeto. Essa definição costuma ser feita com a equipe 
multidisciplinar em reuniões técnicas, com base em avaliações preliminares do alcance 
de cada impacto esperado. Em geral, cada impacto apresenta um comportamento. 
Como exemplo, tem-se uma área em que a poluição do ar pode se espalhar em razão 
da localização e atividade de um empreendimento. A área de influência deverá ser de-
terminada de acordo com a direção e velocidade de ventos predominantes, da altura da 
chaminé, da quantidade de emissões, do relevo etc. Muito diferente da poluição hídrica, 
que se relaciona diretamente com os cursos d’água onde podem ser lançadas emissões 
líquidas. O ruído também tem uma área de abrangência específica. Então, podemos dizer 
que a área de influência será uma combinação dos limites de cada elemento do projeto.
Classifica-sea área de influência em direta e indireta. A área de influência direta é 
a área localizada mais próxima do empreendimento e a que sofre, portanto, os efeitos 
diretos da implantação e operação do projeto. A área de influência indireta é aquela em 
que os efeitos são menos evidentes. A área de influência direta requer descrição mais 
detalhada e profunda. As áreas de influência, tanto a direta quanto a indireta, deverão 
ser apresentadas em cartas temáticas e de síntese. Tais áreas devem ser definidas e mui-
to bem explicadas no EIA.
Para a descrição da área de influência, são exigidos estudos bastante aprofundados, 
fundamentados em dados, quando existentes e disponíveis na literatura, e em levanta-
mentos de campo para a coleta de dados, quando as informações não são existentes. 
As coletas costumam encarecer bastante o EIA e prolongam o processo, mas são extre-
mamente necessárias em locais que ainda não foram estudados e para prospecções da 
área diretamente afetada.
É muito importante que os dados obtidos sejam da área específica do projeto, e não 
de áreas similares, pois cada área tem aspectos únicos que são fatores-chave para a 
identificação dos impactos.
Ao descrever a área de influência, os seguintes aspectos devem estar contemplados: o 
meio físico, o meio biológico e o meio antrópico. No meio físico, temos: clima e condições 
meteorológicas; ruído; qualidade do ar; solos; geologia; recursos hídricos etc. No meio 
biológico: os ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição. No meio antrópico, temos 
dinâmica populacional; uso e ocupação do solo; nível de vida; estrutura produtiva e de 
serviços; e organização social.
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UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
O conhecimento do meio em que o projeto vai ser implantado permitirá identificar 
as possíveis alterações sobre os estados dos aspectos ambientais em consequência da 
implantação do projeto.
Em razão da grande quantidade de aspectos que podem ser incluídos na descrição 
da área de influência, os órgãos ambientais responsáveis elaboram os termos de referên-
cia, que indicam aos empreendedores e à equipe de elaboração dos EIAs. Esses termos 
são muito importantes, pois definem quais elementos do meio ambiente deverão estar 
incluídos nessa descrição, sendo considerados imprescindíveis para a análise do estudo.
De modo geral, a descrição é um conjunto de informações na sua maioria não per-
tencentes ao projeto, mas que servirão de base para a tomada de decisões. É importante 
que se trabalhe na descrição com elementos valorizados do ambiente, reconhecidos le-
galmente e pela comunidade como elementos importantes, além de serem considerados 
por técnicos especializados.
O Diagnóstico Ambiental
No diagnóstico ambiental, deverão ser apresentadas a descrição e a análise dos fato-
res ambientais e as interações entre eles, para fazer a caracterização da área de influên-
cia antes da implantação do empreendimento.
Os fatores ambientais englobam as variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indireta-
mente os efeitos das ações executadas na fase de planejamento, implantação e operação 
do empreendimento.
No diagnóstico ambiental, é necessário expor as interações dos fatores ambientais, 
físicos, biológicos e socioeconômicos, indicando quais os métodos adotados para a sua 
análise, com o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, 
abióticos e antrópicos dos sistemas que serão afetados pelo empreendimento.
Determinação e Avaliação dos Impactos
Os impactos deverão ser determinados nas diferentes fases do empreendimento: pla-
nejamento, construção, funcionamento e desativação. A determinação e a avaliação dos 
impactos são as etapas mais cruciais de um estudo ambiental, pois exigem um conhe-
cimento profundo das atividades envolvidas e dos efeitos sobre os diferentes aspectos 
ambientais para que seja possível prever os impactos que ocorrerão com o empreendi-
mento proposto.
Os estudos ambientais em todo o mundo estão focando cada vez mais nos grupos 
interessados e nas populações que podem ser afetadas, positiva ou negativamente, pelo 
projeto para a definição desses impactos. Portanto, é de suma importância que se iden-
tifiquem todos os envolvidos e que eles participem do processo, informando suas preo-
cupações e expectativas em relação ao empreendimento.
Vários métodos foram desenvolvidos para a determinação dos impactos. No entanto, o 
mais comum é que a equipe responsável pela elaboração do EIA acabe desenvolvendo uma 
metodologia própria, normalmente adaptada das metodologias já citadas em outras unidades.
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Qualquer que seja a metodologia, a identificação dos impactos deve considerar todos 
os fatores e componentes do meio ambiente, incluindo os recursos naturais, culturais, 
econômicos, sociais, entre outros.
Os impactos são normalmente classificados em categorias, e cada equipe adota a sua 
própria classificação. Algumas classificações são mais comuns, como elementos como mag-
nitude do impacto, distribuição dos riscos e benefícios, pertinências às ordens legais etc.
Outro ponto relevante é a classificação dos impactos diretos ou de primeira ordem, e 
dos impactos indiretos, de segunda, terceira e até quarta ordem. A seguir vamos apre-
sentar um exemplo da classificação de impacto em diretos e indiretos:
Quadro 1 – Desmatamento
Impactos Diretos
• Redução da fauna silvestre;
• Aumento de pragas;
• Perda da biodiversidade;
• Aumento da Temperatura;
• Aumento da erosão.
 Impactos Indiretos
• Modificação do regime de ventos e chuvas;
• Redução da fauna silvestre;
• Aumento de pragas;
• Modificação do regime de ventos e chuvas;
• Turbidez da água;
• Diminuição da fotossíntese;
• Redução da ictiofauna;
• Perda de renda.
Fonte: Adaptado de PHILIPPI JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2004
Todas as fases de um empreendimento devem ter seus impactos descritos, incluindo: 
a preparação do terreno; a instalação das obras; a implementação; a construção; o fun-
cionamento; e até a desativação, se houver. Os impactos são descritos para cada fase do 
empreendimento, pois os impactos são diferentes em cada fase.
A avaliação dos impactos é feita após a indicação e a classificação dos efeitos e con-
siste em dar magnitude e amplitude aos impactos previstos, a fim de poder determinar 
a ordem de prioridade de prevenção, de mitigação ou de compensação (PHILIPPI JR.; 
ROMÉRO; BRUNA, 2004). Com a avaliação, é possível estabelecer a importância dos 
impactos, tarefa extremamente complexa e subjetiva. A avaliação não pode ser realizada 
por um único técnico, e sim por uma equipe multidisciplinar, normalmente com audiên-
cia pública e consultoria especializada.
A classificação e a importância dos impactos devem ser postas em ordem de priori-
dades. É necessário centrar a atenção em alguns critérios, como:
• Comparação de leis e regulamentos existentes;
• Determinação do grau de importância que a população dispensa ao empreendimento;
• Presença de áreas protegidas pela legislação localizadas dentro da área de influên-
cia do empreendimento;
• Compatibilidade com políticas e projetos do governo na área;
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UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
• Trabalhos científicos na área;
• Consulta a pessoas e órgãos envolvidos;
• Alterações dos sistemas e processos ecológicos;
• Intensidade do impacto negativo nos valores sociais;
• Intensidade dos impactos negativos ou positivos sobre a saúde da população envolvida.
Ao serem avaliados os impactos de forma comparativa, podemos chegar aos impac-
tos que causam maior preocupação e que precisam ser evitados, diminuídos ou com-
pensados e àqueles que são de menor importância. Com a avaliação dos impactos, é 
possível uma avaliação mais precisa sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, 
facilitando a comunicação com o público envolvido e com os órgãos competentes.
Com a dificuldade que os técnicos encontram nas avaliações qualitativase nos testes 
estatísticos, vem crescendo a utilização de modelos matemáticos para dar mais confian-
ça às previsões. Esses modelos são úteis para quantificar os parâmetros físicos, químicos 
e biológicos, permitindo o estudo de diferentes cenários para os fatores demográficos, 
econômicos e sociais.
Medidas Mitigadoras
As medidas de atenuação ou mitigação são aquelas aplicadas para prevenir, reduzir 
ou eliminar os efeitos ambientais negativos do empreendimento e, quando possível, me-
lhorar a qualidade do meio. Para a mitigação, é necessário modificar aspectos do projeto 
para que sejam reduzidas ou eliminadas as consequências negativas no meio ambiente.
Aos efeitos positivos de um projeto são propostas medidas que se potencializem, 
otimizando a utilização dos recursos, melhorando o rendimento ambiental.
Várias formas podem ser propostas para que se obtenha sucesso na atenuação de um 
impacto, como alterar a localização de um projeto; modificar as técnicas construtivas e 
os equipamentos utilizados; alterar a concepção de um projeto; entre outras. Para cada 
impacto, cabe à equipe de elaboração do estudo exercer seu conhecimento e criatividade 
e propor essas medidas e discuti-las. É claro que os impactos de maior relevância são os 
que merecem uma maior atenção para que a magnitude e os riscos sejam reduzidos, até 
que fiquem em um ponto aceitável.
Podemos dividir as medidas mitigadoras em medidas de engenharia ou estruturais; 
medidas de manejo ou não estruturais; e revisão de políticas. Entre as várias medidas 
de engenharia, podemos citar como exemplo o tratamento de efluentes com o uso de 
equipamentos alternativos para melhorá-los. As medidas de manejo incluem o estudo das 
condições de operação do processo para poder ajustá-las às condições ambientais. Essas 
medidas estão baseadas no conhecimento de que existem níveis toleráveis de impactos. 
Dessa forma, administra-se o processo para que os riscos ambientais fiquem dentro do 
tolerável. Podemos citar como exemplo a proibição de movimentar a terra nos períodos de 
chuva no intuito de minimizar a erosão e a consequente sedimentação dos corpos d’água.
É fundamental que medidas mitigadoras sejam aplicadas em todos os impactos nega-
tivos do projeto (PHILIPPI JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2004). As medidas compensatórias 
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são consideradas depois de esgotadas as medidas preventivas e mitigadoras, permane-
cendo, ainda assim, alguns impactos negativos em razão do projeto. Nessa situação, 
o empreendedor é obrigado a realizar a recuperação ambiental, mesmo em uma área 
que não esteja diretamente ligada ao projeto, mas que seja valorizada pelo grupo social 
afetado. Podemos dar como exemplo um empreendimento que, para sua instalação, 
precise remover a vegetação arbórea. Como medida compensatória, um número maior 
de árvores deverá ser plantado em uma área contígua, ou nas ruas do bairro ou outra 
área localizada na vizinhança deverá ser recuperada. Essas medidas podem também ser 
compensadas por valores em dinheiro. Nesse caso, atribui-se um valor aos danos causa-
dos pelo empreendedor, que vai reembolsar o órgão ambiental.
Monitoramento
O monitoramento é a coleta de dados e avaliação que tem como objetivo determinar 
a eficácia das medidas de proteção adotadas e desenvolver a capacidade para melhor 
prever os impactos, verificando a relação entre os impactos previstos e os impactos re-
ais, no sentido de subsidiar projetos futuros e melhorar a gestão dos projetos e de seus 
programas, protegendo, assim, o meio ambiente.
O monitoramento atua em três frentes:
• Supervisionar a conformidade do termo de referência que foi proposto pelo EIA e 
aprovado pelos órgãos ambientais;
• Verificar se há conformidade com a legislação;
• Supervisionar os efeitos, verificando se a previsão realizada está em acordo com 
a situação real, principalmente em relação à magnitude, e controlar a eficácia das 
medidas de atenuação dos impactos.
Um programa de monitoramento ambiental é necessário para todo EIA/RIMA. 
Nesse programa devem constar os objetivos, os instrumentos utilizados e o período de 
amostragem. O programa de monitoramento deve definir todos os responsáveis pelas 
ações de monitoramento.
O programa de monitoramento é muito importante, no sentido de que ele vai registrar 
toda a dinâmica do processo, podendo identificar impactos não previstos; verificando se 
os compromissos que foram assumidos estão sendo cumpridos; determinando a eficácia 
das medidas mitigadoras implantadas; e permitindo de forma eficaz a determinação das 
compensações pelos efeitos não mitigados.
A AIA no Contexto do 
Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável deve atender às necessidades atuais sem comprome-
ter o desenvolvimento local e as condições ambientais diretamente ou indiretamente 
relacionadas, garantindo condições adequadas para as gerações futuras. Nesse sentido, 
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UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
tem-se no conceito de desenvolvimento sustentável o equilíbrio na importância para o 
crescimento econômico, a equidade social e a conservação da natureza. Por essa razão, 
o processo de AIA mostra-se essencial na estratégia de implementação de um empreen-
dimento considerando o desenvolvimento sustentável.
A figura a seguir mostra a implantação de um parque eólico onshore, responsável pela 
geração de energia alternativa e renovável, em que, do ponto de vista de AIA, deve-se con-
siderar os impactos negativos na implantação local (aerogeradores, torres de transmissão 
e demais unidades de infraestrutura) e os impactos positivos (como a geração de energia 
renovável), o que poderá potencializar o desenvolvimento local e regional.
Figura 2 – Implantação de fonte de energia alternativa
Fonte: Getty Images
Assim, é possível constatar que uma AIA executada de maneira eficaz e completa 
para a implantação de um empreendimento pode apoiar e proporcionar modelos de de-
senvolvimento sustentável, ou seja, pode garantir crescimento econômico, justiça social 
e proteção ambiental durante gerações.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Projeto de ampliação da Rodovia dos Tamoios
https://youtu.be/YTJ1mVmCAHY
O impacto ambiental do aeroporto no Ludo
https://youtu.be/c30VF--Cdxc
Desenvolvimento sustentável
https://youtu.be/WYQauL2ZIJk
Técnicas de Avaliação de Impactos Ambientais – Conceitos Básicos – Cursos CPT
https://youtu.be/M09PPMaPeZ4
 Leitura
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seus Objetivos
https://bit.ly/3olo3c3
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UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental 
e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável
Referências
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia 
ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: 
Manole, 2004.
SÁNCHEZ, L. E. As etapas iniciais do processo de Avaliação de Impacto Ambiental. 
Avaliação de Impacto Ambiental. São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, 1998.
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Avaliação de 
Impactos Ambientais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Edson Victor de Souza
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de Caso
Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA/RIMA) – Estudo de Caso
 
 
• Realizar um estudo de caso de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), analisando seu Relató-
rio de Impacto Ambiental (RIMA);
• Visualizar na prática um pouco do processo de elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA) e procurar fazer o link com toda a teoria que já foi abordada nas unidades anteriores;
• Pontuar alguns itens do projeto, para que você, futuro(a) profissional em meio ambiente, per-
ceba a complexidade do trabalho e veja como é realizado na prática, contribuindo para sua 
formação do profissional.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)

Outros materiais