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Avaliação de Impactos Ambientais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Edson Victor de Souza Revisão Textual: Maria Cecília Andreo Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) • Apresentar conceitos importantes sobre Avaliação de Impacto Ambiental; • Discorrer sobre estudos ambientais dentro da Avaliação de Impacto Ambiental; • Preparar o profissional de meio ambiente para coordenar a elaboração de uma Avaliação de Impacto Ambiental e conhecer todos os estudos envolvidos no processo. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Histórico; • Estudos Ambientais; • Atividades que Necessitam de Avaliação de Impacto Ambiental; • Avaliação de Impacto Ambiental – Configuração Genérica. UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Contextualização Trataremos nesta Unidade especificamente dos conceitos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e dos principais tipos de estudos ambientais. A unidade tem como obje- tivo apresentar conceitos importantes para o profissional de meio ambiente coordenar a elaboração de um estudo de impacto ambiental e conhecer todos os estudos envolvidos. Para tanto, é importante fazer um breve histórico de como foi introduzida a AIA mun- dialmente e no Brasil e quais os tipos de estudos ambientais existentes hoje, como e quando devem ser aplicados. O mais importante é deixar claro que a Avaliação de Impacto Ambiental é um ins- trumento que representou grande avanço em termos de política ambiental, obrigando a todos pensar nos aspectos ambientais nos estágios mais preliminares da concepção de um projeto. É também um importante instrumento de gestão, que aumenta a viabilidade em longo prazo de empreendimentos, ajudando a evitar erros que trariam custos am- bientais e econômicos significativos, podendo gerar contenção substancial de recursos econômicos ao empreendedor e de recursos ambientais à sociedade. 8 9 Introdução A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) facilita a gestão ambiental de um futuro em- preendimento, assegurando compromissos assumidos pelo empreendedor, que são pre- vistos no Estudo de Impacto Ambiental. Durante o processo de AIA são estabelecidas as medidas mitigadoras e compensatórias, seu cronograma de execução e os indicadores necessários para o monitoramento durante todo o ciclo de vida do empreendimento. O termo impacto ambiental, frequentemente, está associado a algum dano à natureza, como a mortalidade da fauna silvestre, o vazamento de produtos químicos ou tóxicos, que atinge, por exemplo, rios e lençóis freáticos, entre outras situações adversas que possam causar o desequilíbrio e a degradação do meio ambiente. De maneira conceitual, um impacto ambiental caracteriza-se como qualquer alteração, por intermédio da ação humana, do meio ambiente em um ou mais de seus elementos. Figura 1 – Exemplo de degradação do meio ambiente causada por um Lixão em Alagoinhas, estado da Bahia Fonte: institutoclaro.org.br Por isso, destaca-se a importância da Avaliação de Impacto de Ambiental, de modo que a implantação e o ciclo de vida de um empreendimento sejam adequados, causando o menor impacto possível ao meio ambiente. Resumidamente, podem ser destacados os seguintes objetivos da Avaliação de Im- pacto Ambiental: • Garantir que as especificidades e os aspectos ambientais sejam adequadamente tratados e incorporados ao processo decisório do empreendimento; • Prever, impedir, mitigar ou compensar os efeitos negativos do ponto de vista biofí- sico, social e/ou outros; • Preservar a produtividade e a capacidade de sistemas naturais; • Proporcionar o desenvolvimento sustentável, de forma a otimizar o uso e a gestão dos recursos naturais. 9 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) A Avaliação de Impacto Ambiental é elaborada para subsidiar as autorizações ou o licenciamento de um empreendimento, apresentando informações sobre as prováveis consequências de sua implantação e ciclo de vida, auxiliando na tomada de decisão. O processo de avaliação de impactos ambientais pode organizar o debate com os in- teressados, e a consulta pública é parte do processo, tendo o estudo de impactos am bientais como fonte de informação e base para as negociações visando à viabilização de um empreendimento. Histórico Na sequência, vejamos um breve histórico a respeito de Avaliação de Impacto Am- biental, de modo a fortalecer o entendimento do tema. Em 1972, ocorreu a primeira conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente , em Estocolmo (Suécia). Nesse evento, foi emitida a Declaração de Estocolmo, na qual foram definidos os princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam gover nar as decisões a respeito das questões ambientais com o objetivo de conciliar o desenvolvimento e a proteção ambiental e o uso consciente dos recursos naturais para benefícios atuais e futuros. Criou-se também um mecanismo institucional para tratar das questões ambientais no âmbito das Nações Unidas, o chamado Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A Avaliação de Impacto Ambiental foi criada na forma de uma Declaração de Im- pacto Ambiental, instituída para atender às demandas sociais da época no sentido de minimizar os impactos ambientais de grandes projetos. A AIA foi proposta pelos paí- ses desenvolvidos como um mecanismo de gestão ambiental para prevenir e subsidiar a tomada de decisão dos setores públicos. O modelo adotado nos diversos países se baseou no regulamentação Norte-Americana de 1969 (NEPA – National Environmental Policy Act), que instituiu a Avaliação de Im- pacto Ambiental (AIA). Essa regulamentação sugeriu que as agências federais: • Devem usar uma abordagem sistemática e interdisciplinar a fim de garantir que as matérias naturais, ambientais e sociais sejam usadas no planejamento e na tomada de decisão; • Precisam desenvolver e identificar métodos e procedimentos, para que as questões ambientais sejam consideradas nas tomadas de decisões juntamente com as ques- tões técnicas e econômicas; • Necessitam incluir em relatórios e proposições de legislação, e qualquer ação federal que afete a qualidade do ambiente humano, uma declaração sobre: impactos ambientais sobre a ação proposta; efeitos adversos que não podem ser evitados caso a proposta prossiga; alternativas para a ação proposta; correlações entre os usos do ambiente e a manutenção da produtividade ao longo do tempo; os comprometimentos de recursos irrecuperáveis envolvidos na ação proposta. 10 11 Após a criação da NEPA, os sistemas de AIA foram estabelecidos de várias formas e em diferentes partes do mundo. Esses sistemas variam muito entre os países: alguns são leis, normas ou estatutos, exigidos pelas autoridades antes da permissão para a implan- tação de um projeto; em alguns casos, apenas diretrizes sobre AIA foram estabelecidas, impondo algumas obrigações para os órgãos governamentais. Histórico da AIA no Brasil No Brasil, a partir da década de 1970, projetos de grande porte, que eram finan- ciados, foram submetidos à Avaliação de Impacto Ambiental, impulsionando, dessa ma- neira, a inclusão da AIA como um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, Lei Federal 6.938/81. Nessa mesma Lei Federal foi criado o Conselho Nacional do Meio Ambiente ( Conama), órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O Conama é um colegiado de cinco setores (órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e entidades ambientalistas) e tem como competência assessorar, estudar e propor o direcionamento para as políticas governamentais voltadas à exploração e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Além disso, o Conama pode criar normas e determinar padrões que objetivam a preservação do meio ambiente e o desenvolvi mento sustentável. Em 1986, foi editada a Resolução Conama 01/86, na qual foram estabelecidas as definições, responsabilidades, os critériosbásicos e as diretrizes para a Avaliação de Impacto Ambiental aplicada ao licenciamento ambiental de atividades que alteram o meio ambiente. A resolução apresenta alguns aspectos relevantes: • O Estudo de Impacto Ambiental prevê alternativas tecnológicas e de localização do projeto; • É definido o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental, incluindo: diagnós- tico ambiental; análise dos impactos ambientais; definição das medidas mitigado- ras; e proposição de programas de monitoramento e acompanhamento; • Põe a execução de audiência pública para a divulgação do projeto e seus impactos e discussão do RIMA. Seguindo a linha do tempo, na Constituição Federal de 1988, no artigo 225, dedicado ao meio ambiente, foi inserida a obrigação do poder público de exigir a elaboração do AIA para obras ou atividades com potencial de degradação do meio ambiente. Já em 1997, a resolução Conama 237 regulamentou as competências para o licen- ciamento nas esferas federal, estadual e distrital e as etapas de licenciamento, conferindo ao órgão ambiental a competência para a definição de outros estudos ambientais para o processo de licenciamento, caso o empreendimento não seja considerado causador de degradação ambiental. 11 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Estudos Ambientais Como exemplos de estudos ambientais, destacam-se, além do Estudo de Impacto Am- biental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o Relatório Ambiental Prévio (RAP), o Estudo Ambiental Simplificado (EAS), o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Todos esses estudos são variações de estudo ambiental. De acordo com a obra, o seu grau de impacto e o porte do empreendimento, o órgão competente para o licenciamento ambiental definirá, por meio do seu corpo técnico, qual estudo melhor se enquadra à situação. A sua impor- tância reside no fato de que, a partir dele, é possível obter um diagnóstico ambiental completo da área objeto da obra ou empreendimento, a fim de que possam ser adotadas as medidas ambientais cabíveis para a manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Além desses estudos ambientais, a Política Nacional do Meio Ambiente ins- tituiu eficazes instrumentos de gestão ambiental, como: o zoneamento ambiental; o es- tabelecimento de padrões de qualidade ambiental; a avaliação de impactos ambientais; a educação ambiental; a criação de Unidades de Conservação; o licenciamento ambiental propriamente dito, prévio, à construção, instalação, ampliação e funcionamento de es- tabelecimentos e atividades que fazem uso de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental (FERRAZ et al., 2012). Como vimos, existem diferentes estudos ambientais para necessidades especificas de projetos. A seguir, vamos apresentar definições de diversos estudos ambientais. Estudo Ambiental Simplificado (EAS) O Estudo Ambiental Simplificado (EAS) é o estudo ambiental apresentado em forma de relatório técnico que contém o conjunto de informações decorrentes da avaliação das consequências ambientais de atividades e empreendimentos considerados geradores de impactos ambientais pequenos, de abrangência local e não significativa. É um estudo técnico elaborado por equipe multidisciplinar e que oferece uma análise da viabilidade ambiental de um empreendimento considerado com potencial para causar danos am- bientais. Ele é utilizado para obter a licença ambiental prévia (LAP). O EAS deve conter o estudo da interação entre os elementos dos meios físico, bio- lógico e socioeconômico, elaborando um diagnóstico integrado da área de influência do empreendimento. O estudo deve apresentar a avaliação dos impactos resultantes da implantação do empreendimento e, se necessário, as medidas mitigadoras de controle ambiental e compensatórias. É importante ressaltar que, de acordo com o porte do empreendimento, da área envol- vida e da capacidade de suporte do meio, outros estudos poderão ser solicitados. Caso o EAS não seja suficiente para avaliar de forma segura o potencial de degradação ambien- tal, será solicitado o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA e RIMA). 12 13 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) O Relatório Ambiental Preliminar (RAP), como o EAS, é um estudo técnico elabo- rado por equipe multidisciplinar e que oferece uma análise da viabilidade ambiental de um empreendimento considerado com potencial para causar danos ambientais. Ele é utilizado para obter a licença ambiental prévia (LAP). Também como o EAS, o estudo deve conter a interação entre os elementos dos meios físico, biológico e socioeconômico, elaborando um diagnóstico integrado da área de influ- ência do empreendimento. O estudo deve apresentar a avaliação dos impactos resultantes da implantação do empreendimento e, se necessário, as medidas mitigadoras de controle ambiental e compensatórias. Caso o RAP não seja suficiente para avaliar os aspectos ambientais e sua viabilidade, será solicitada a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Os estudos de impacto ambiental denominados EIA são estudos técnicos e científicos elaborados por equipe multidisciplinar que, além de oferecer instrumentos para a aná- lise da viabilidade ambiental do empreendimento ou da atividade, destinam-se a avaliar sistematicamente as consequências consideradas efetiva ou potencialmente causado- ras de significativa degradação do meio ambiente, propondo medidas mitigadoras e/ou compensatórias com vistas à sua implantação. No EIA, os impactos são avaliados por meio de técnicas de medição mais detalhadas, capazes de medir qualitativa ou quantitati- vamente a magnitude e a importância dos impactos. É um estudo destinado a atividades de maior porte e com maior potencialidade de apresentar impactos significativos ao meio ambiente. Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um documento que apresenta os resulta- dos dos estudos técnicos e científicos de Avaliação de Impacto Ambiental, que sintetiza os resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Esse relatório deve ser escrito em linguagem objetiva e acessível à comunidade em geral, para a qual será dada publicidade. Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) surgiu como instrumento para identificar, avaliar e analisar os impactos ocorridos no meio urbano decorrentes da implantação de empreendimentos industriais, comerciais ou residenciais de maior porte. O EIV é seme- lhante ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) quanto à avaliação dos impactos, mas é bem diferente em relação aos objetivos. De forma geral, o Estudo de Impacto de Vizi- nhança é realizado para empreendimentos habitacionais, institucionais ou comerciais, públicos ou privados, que não estão sujeitos à apresentação de EIA, mas que causam impactos no meio urbano. O objetivo do EIA é apresentar ao poder público a análise do empreendimento. 13 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Na elaboração desse estudo é avaliada a repercussão do empreendimento sobre vários aspectos urbanos, como: a paisagem urbana; as atividades instaladas; a movimentação de pessoas e mercadorias; recursos naturais; recursos sociais (tudo isso da vizinhança do empreendimento, no intuito de verificar a viabilidade urbana e ambiental do projeto). O Estudo de Impacto de Vizinhança engloba a identificação, a valoração e a análise dos impactos previstos e as respectivas medidas de mitigação para haver a implantação de um empreendimento em área urbana. Os resultados do estudo são apresentados em relatórios de impacto de vizinhança (RIVI) e vão subsidiar a decisão para a aprovação do empreendimento ou impedir sua implementação. Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é solicitado pelos órgãos ambientais como parte do processo de licenciamento de atividades que degradam ou modificam o meio ambiente, e também após o empreendimento ter sido punido pela degradação ambiental. Resumidamente, o PRAD é o conjunto de medidas que propicia à área degradada condições de restabelecer o equilíbrio dinâmico, com solo apto para uso e paisagem reestabelecida. O PRAD objetiva o retorno do sítio degradado para uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo. É um instrumento de gestão ambiental para atividades como: desmatamentos; exploração de jazidas; recuperação de área de preservação permanente; reversa legal; terraplenagem etc. O PRAD é normalmente utilizado para solos e vegetação, podendo também benefi- ciar direta e indiretamente a reabilitação ambiental da área. Como já mencionamos, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem o objetivo de analisar as consequências ambientais prováveis de uma atividade humana no momento da proposição. Tais informações devem ser levadas em consideração na decisão, junta- mente com as partes financeira, técnica, legal e política. O objetivo principal é que as iniciativas respeitem o meio ambiente e todas as ações ambientais negativas determina- das desde o início do projeto e consideradas já na sua concepção. A ideia é melhorar o rendimento dos recursos naturais e diminuir ou compensar os efeitos desfavoráveis. De acordo com o referencial teórico e metodológico, a avaliação de impacto ambien- tal determina, prevê, interpreta, atenua e monitora os efeitos ambientais de uma ativi- dade proposta. No entanto, é possível encontrar algumas controvérsias sobre o termo e a aplicação. Alguns teóricos mencionam que a avaliação de impacto ambiental é um processo amplo que inclui instrumentos como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA); para outros, é uma das etapas de um processo mais amplo, que consiste no Estudo de Impacto Ambiental (PHILIPPI JR., 2004). Na nossa unidade, adotamos a concepção de AIA como um processo mais amplo, que inclui, entre outros instrumentos, o estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório Ambiental Preliminar (RAP) e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), entre outros. 14 15 Outro ponto em discussão é que, para alguns, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deve ser utilizado para projetos, e a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), para polí- ticas e planos. É importante ressaltar que as principais diferenças são que a Avaliação Ambiental Estratégica se ocupa dos impactos indiretos cumulativos de políticas, planos e programas, fornecendo subsídios para o desenvolvimento sustentável de uma região, com uma perspectiva mais ampla e baixo nível de detalhe; em contrapartida, o Estudo de Impacto Ambiental trataria de um projeto específico, avaliando, portanto, os efeitos característicos, com alto nível de detalhe e foco nas medidas mitigadoras. A AAE e o EIA são instrumentos complementares, no entanto, poucos países têm regulamento para AAE. No Brasil, a Avaliação Ambiental Estratégica vem sendo discutida de forma muito incipiente e ainda não foi regulamentada nem incorporada ao licenciamento ambiental. Termo de Referência (TR) Todos esses estudos ambientais e outros não mencionados aqui são aplicáveis a vários tipos de atividades e empreendimentos, e o órgão ambiental elabora para cada um o Termo de Referência (TR), que orienta a elaboração do estudo específico de cada empre- endimento, de acordo com as suas particularidades e o local proposto para a implantação. O Termo de Referência é o instrumento orientador da elaboração de qualquer tipo de estudo ambiental (EIA/RIMA; EIV; RAP, PRAD etc.). O TR deve ser elaborado minu- ciosamente, utilizando-se de todas as informações disponíveis sobre o empreendimento e sobre a área em que será implantado o projeto, incluindo toda a legislação pertinente. Em alguns casos, o órgão ambiental solicita que o empreendedor elabore o Termo de Referência, ficando com a função de julgar e aprovar. Licenciamento ambiental De acordo com o inciso I do art. 1º da Resolução Conama 237/1997, o licenciamento ambiental é um : procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendi- mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efe- tiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Ainda de acordo com essa resolução do Conama, o poder público expedirá as se- guintes licenças: • L icença Prévia (LP): concedida na fase de planejamento do empreendimento ou ati- vidade, em que se atesta a viabilidade ambiental da concepção e localização, determi- nando condicionantes que deverão ser atendidas na próxima fase de licenciamento; • Licença de Instalação (LI): concedida de modo a garantir o direito de construir ou instalar o empreendimento ou atividade conforme as especificações constantes dos 15 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) planos, programas e projetos aprovados, particularmente as medidas de controle ambiental definidas para a fase de obras ou implantação; • Licença de Operação (LO): possibilita a operação do empreendimento ou da ati- vidade, considerando as medidas expressas nas licenças anteriores, assim como as disposições previstas para a operação de todo o ciclo de vida do empreendimento. O Conama poderá definir, quando necessário, licenças específicas, de acordo com a natureza, as características e as peculiaridades do empreendimento ou da atividade. Na sequência, é apresentado um fluxograma que mostra os passos de um licencia- mento ambiental associado aos estudos ambientais descritos anteriormente. Empreendimento Empreendimento Empreendimento Empreendimento Consulta Termo de referência EIA/ RIMA Audiência pública Parecer técnico ConsemaLicença prévia Licença de instalações Licença de operações Relatório ambiental preliminar Relatório ambiental simpli�cado Figura 2 – Etapas do Licenciamento Fonte: BRASIL, 2014 Atividades que Necessitam de Avaliação de Impacto Ambiental Conforme descrito anteriormente, a avaliação de impacto ambiental é uma obrigação legal que antecede a instalação de qualquer empreendimento ou atividade com potencial de causar poluição ou degradação ambiental. Resumidamente, as principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas nas seguintes legislações: • Lei Federal 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; • Resolução Conama 001/86, que dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental, tendo sido publicada em 23/01/1986 e alte- rada posteriormente pelas Resoluções 11/1986, 05/1987, 237/1997 e 494/2020. 16 17 Empreendimentos sujeitos a licenciamento com necessidade de Avaliação de Impacto Ambiental Apresenta-se a seguir um quadro com os empreendimentos sujeitos a licenciamento com necessidade de Avaliação de Impacto Ambiental. Quadro 1 Atividades/ Empreendimentos sujeitos ao licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental • Sistema de captação, adução e tratamento de água, Estação de Tratamento de Água – ETA, transposição de bacias, adutora, sistema produtor de água; • Aeródromo, heliporto; • Usina de açúcar e álcool, áreas de plantios agroindustriais; • Aterro sanitário, aterro de resíduos industriais, aterro de codisposição, trans- bordo de resíduo sólido; • Barragem de controle de cheias, hidrovia, hidrelétrica (CGH, PCH, UHE), barragem para irrigação, barragem de aproveitamento múltiplo, barragem para abastecimento; • Sistema de drenagem urbana, canalização, retificação, dragagem (inclusive para hidrovia ou marinas) e desassoreamento,abertura de barras e emboca- duras, sistema de controle de cheias (p. ex., piscinão); • Gasoduto, oleoduto, adutora; • Unidade de recuperação energética, usina termelétrica, incinerador, sistema térmico de tratamento de resíduos sólidos; • Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, emissário; • Linhas, estações, pátios e outras instalações associadas a trens de passageiros ou cargas; • Instalações e plantas industriais em geral; • Parque temático, campus universitário, complexo turístico, estruturas de lazer; • Linha de transmissão, recabeamento, repotenciação, ramal, sistema elétrico, usina fotovoltaica, usina solar, usina eólica; • Linhas, estações, pátios e outras instalações de Metrô convencional, Veículo Leve sobre Trilhos e monotrilho; • Atividades e instalações de extração mineral; • Loteamento residencial, loteamento misto, distrito industrial, conjunto habitacional; • Rodovia, corredor de ônibus, dispositivo/obra de arte rodoviária (alça de acesso, ponte, viaduto, retorno); • Instalações logísticas, terminal portuário, porto, terminal de carga, terminal intermodal, estrutura de apoio a embarcações; • Presídio, penitenciária. Fonte: cetesb.sp.gov.br Avaliação de Impacto Ambiental – Configuração Genérica Cada empreendimento descrito anteriormente apresenta suas particularidades durante o processo de licenciamento ambiental. No entanto, para esses empreendimentos sujeitos a licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental, pode-se considerar que há simila- ridade na montagem e na estruturação de um Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. 17 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Destaca-se que a descrição da Avaliação dos Impactos Ambientais integra o RIMA, que deve ser elaborado para cada empreendimento com o objetivo de obtenção das licenças ambientais (licença prévia, licença de instalação e licença de operação). Nesse sentido, de maneira genérica, tem-se a seguinte itemização para a estruturação e apresentação de um Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: • Informações gerais do empreendedor; • Caracterização do empreendimento; • Apresentação de alternativas locacionais; • Análise de planos, programas e projetos existentes, relacionados com o empre- endimento; • Delimitação das áreas de influência do empreendimento (área de influência indireta, área de influência direta e área diretamente afetada), considerando os meios físico, biótico e socioeconômico; • Apresentação do diagnóstico ambiental, considerando, entre outros aspectos: meio físico (clima, qualidade do ar, ruído, geologia, relevo, solos, suscetibilidade a proces- sos de dinâmica superficial, águas superficiais, águas subterrâneas, restrições am- bientais), meio biótico (flora, fauna, unidades de conservação) e meio socioeconômico (histórico da região, uso e ocupação do solo, zoneamento urbano, infraestrutura, estrutura produtiva e serviços públicos, patrimônio histórico cultural); • Avaliação de impactos e programas ambientais; • Definição dos critérios para a avaliação dos impactos, tendo como exemplo: » Caráter: positivo ou negativo; » Probabilidade de ocorrência: certa, alta, média ou baixa; » Incidência: direta ou indireta; » Duração: temporária ou permanente; » Alcance: pontual, local ou regional; » Tempo de manifestação: curto, médio ou longo prazo; » Reversibilidade: reversível ou irreversível; » Cumulatividade: se pode ser intensificado com o tempo ou no espaço; » Sinergia: se pode ser intensificado ou alterado com a presença de outros impactos; » Magnitude: baixa, média ou alta. • Definição das medidas mitigadoras para cada impacto detectado; • Definição e estruturação de planos e programas ambientais, tendo como exemplos: » Programa de Controle de Processos Erosivos, Escorregamentos e Assoreamentos dos Corpos d’água; » Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais; » Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas e Nível d’água; » Programa de Monitoramento Geotécnico; » Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; 18 19 » Programa de Controle e Redução de Emissões Atmosféricas; » Programa de Monitoramento de Ruído; » Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna; » Programa de Compensação Ambiental (em razão da supressão de vegetação); » Programa de Controle e Monitoramento da Fauna Sinantrópica » Programa de Supressão de Vegetação; » Programa de Reflorestamento e Enriquecimento Florestal; » Plano de Recuperação de Áreas Degradadas; » Programa de Educação Ambiental; » Programa de Comunicação Social; » Planos e programas específicos para cada tipo de atividade do empreendimento estudado. • Prognóstico e conclusão. Em Síntese Nesta unidade, procuramos sintetizar informações sobre um processo que é muito rico e complexo: a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). Muitos conceitos foram bastante simplificados para não se perder uma visão de conjunto. Podemos aprofundá-los na bibliografia citada e nos demais recursos disponíveis na unidade. Outro aspecto importante é que a Avaliação de Impacto Ambiental torna transparente o pro- cesso de licenciamento, fazendo com que diferentes agentes sociais tomem conhecimento e se envolvam com os processos de desenvolvimento e gestão de um empreendimento. 19 UNIDADE Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Portal do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) https://bit.ly/3iGg6gg Vídeos Licenciamento ambiental: o que é e por que é importante? https://youtu.be/sWEQw6smo5w Avaliação de Impacto Ambiental – Fernanda Verones – BL 1 https://youtu.be/ewPQhm_BQuU Leitura Minuta de Manual para Elaboração de Estudos para Licenciamento com Avaliação de Impacto Ambiental https://bit.ly/3ohfgYz Painel de Informações de Colegiados (PIC) https://bit.ly/3psYG9e Estudo de Impacto Ambiental https://bit.ly/3iH2BwS 20 21 Referências BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília: 2009. CETESB. Manual Para Elaboração de Estudos Para o Licenciamento com Avalia- ção de Diagnóstico Ambiental, 2014. Disponível em: <https://licenciamento.cetesb. sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf>. Acesso em: 13/01/2021. CONAMA. Resolução 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 13/01/2021. FERRAZ, F. B.; FELIPE, T. J. S. Análise comparativa entre avaliação e estudo de im- pacto ambiental. Nomos – Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC, Fortaleza, v. 32., n. 2, 2012. PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, 2004. RODRIGUES, J. R. Roteiro básico para a elaboração de estudo de impacto am- biental. Manual de Orientação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo . Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental. 21 Avaliação de Impactos Ambientais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Edson Victor de Souza Revisão Textual: Maria Cecília Andreo Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais • Apresentar os principais métodos de Estudo de Impacto Ambiental para dar subsídios importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e elaborar um Estudo de Impacto Ambiental; • Conhecer os métodos mais utilizados para esse processo. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Fundamentos da Metodologia de Estudo de Impacto Ambiental (EIA); • Seleção da Metodologia. UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais Contextualização Nesta unidade, serão apresentadosos principais métodos de Estudo de Impacto Am- biental para dar subsídios importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e elaborar um Estudo de Impacto Ambiental e conhecer os métodos mais utilizados para esse processo. Como sabemos, o Estudo de Impacto Ambiental é um instrumento de planejamento e tem como finalidade identificar, prever e interpretar os efeitos de determinada ação humana sobre o ambiente. No início da década de 1960, houve a crescente sensibilidade de estudiosos, acadê- micos e gestores públicos apontando a necessidade urgente da criação de instrumentos capazes de complementar e ampliar a eficiência dos já tradicionais Estudos de Impacto Ambiental, utilizados no licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos. Com a consolidação dos conceitos de impactos ambientais, verificou-se que a ava- liação poderia ser realizada com objetividade. Para tanto, a avaliação deve ter carac- terísticas técnicas regulamentadas pelo poder público e traduzidas em um documento acessível a vários segmentos da sociedade interessados no processo de licenciamento. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução 001/86, definiu como deve ser feita a Avaliação de Impacto Ambiental (EIA), criando duas figu- ras utilizadas no Brasil: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 8 9 Introdução A partir da Resolução Conama 01/86, em que ficou instituída a necessidade do Estudo de Impacto ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), os ins- trumentos e métodos apresentaram um aperfeiçoamento tecnológico e técnico. Isso se deu tanto em relação às exigências impostas pelo corpo técnico dos órgãos ambientais como pelos avanços obtidos pelas empresas de consultoria que elaboram esses docu- mentos. As atividades que necessitam de licenciamento são elencadas nessa Resolução 01/86, entretanto, outras atividades podem ser incluídas e estabelecidas pela autoridade ambiental local. O quadro a seguir apresenta um resumo do conteúdo mínimo necessário em um Estudo de Impacto Ambiental. Quadro 1 O EIA deverá apresentar o seguinte conteúdo mínimo • Informações gerais do empreendedor (identificação, histórico, loca- lização etc.); • Caracterização do empreendimento (objetivos, etapas de implanta- ção, porte etc.); • Área de influência do empreendimento; • Diagnóstico ambiental da área de influência – análise dos meios físico, biológico e socioeconômico; • Análise dos impactos e suas alternativas – identificação, previsão de magnitude e importância dos impactos relevantes prováveis; • Definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos; • Definição de programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos e das medidas mitigadoras. Os problemas ambientais hoje são complexos e graves e se questiona o potencial produtivo dos ecossistemas e a sobrevivência dos seres vivos. Essa realidade registrada na história recente da civilização projeta na atualidade uma discussão entre o modelo de desenvolvimento econômico com caráter consumista e a preservação do ambiente. Fundamentos da Metodologia de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Existem muitos métodos disponíveis para a avaliação de impacto ambiental, muitos são resultado de outros já existentes. Há métodos adaptados de técnicas de planejamento regional, de estudos econômicos ou estudos de ecologia. Como exemplo, pode-se citar a análise de potencialidade de utilização do solo e de usos múltiplos de recursos naturais. Destaca-se que alguns foram concebidos considerando os requisitos legais envolvidos, como o método das matrizes e das redes de interação. Os métodos são necessários para disciplinar os raciocínios e os procedimentos desti- nados a identificar os agentes causadores e as respectivas modificações decorrentes de uma ação ou conjunto de ações (BRAGA, 2005). 9 UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais No entanto, os métodos passaram a se tornar cada vez mais específicos, à medida que o conhecimento foi se aprofundando, permitindo tipificar causas e efeitos corres- pondentes nos diferentes segmentos do ambiente, em razão de intervenções também específicas. Assim, tem-se, atualmente, métodos elaborados e detalhados de modo a avaliar impactos de empreendimentos dos mais diferentes tipos, como usinas e indús- trias com vários processos de produção; rodoviárias; habitacionais; obras hidráulicas e sanitárias; etc. Embora existam muitos métodos para a Avaliação de Impacto Ambiental, nenhum abrange todas as atividades ou possibilita a análise de quaisquer tipos de projetos ou sistemas ambientais. Munn, apud Braga, resume como atributo desejável de um método sua capacidade de atender às seguintes funções na avaliação de impactos: • Identificação; • Predição; • Interpretação; • Comunicação; • Monitoramento. Outro aspecto importante é que o método caracterize os impactos, a sua relevância e magnitude. Ainda assim, um método que atendesse a todas as características referidas, mas fosse inadequado no processo decisório por ser de difícil comunicação fora do aspecto técnico, já não cumpriria a função fundamental que se esperava dele. No entanto, as técnicas de comunicação, algumas delas elaboradas para facilitar a comunicação em audiências pú- blicas para avaliação de impactos ambientais, a facilidade de estabelecer a comunicação e favorecer o entendimento do público podem ser fatores fundamentais na decisão do método a ser utilizado. Para o conhecimento e a formação dentro dessa disciplina de Avaliação de Impacto Ambiental, são descritos a seguir os principais métodos de AIA. Método Ad Hoc No método Ad Hoc, o foco está em reuniões promovidas com técnicos e cientistas espe- cializados, com conhecimentos teóricos e práticos na área do empreendimento analisado. Em tais reuniões, podem ser utilizados questionários que são respondidos previa- mente pelas pessoas com interesse no assunto e circunstancialmente com formação científica ou profissional com relação ao tema sob análise, para subsidiar os pareceres dos especialistas. As reuniões são direcionadas para permitir uma visão integrada das questões am- bientais, no sentido de obter o mais rápido possível as informações a respeito dos im- pactos prováveis para possibilitar a classificação de alternativas. No entanto, tal método é passível de críticas, em razão da subjetividade envolvida nas opiniões e do risco de ser tendencioso desde a avaliação até a escolha dos participantes. 10 11 Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir: • Vantagens: é um método rápido para identificar os prováveis impactos e viabilizar a aplicação, mesmo com poucas informações ; • Desvantagens: é um método vulnerável aos itens subjetivos e tendencioso na escolha dos participantes. Na sequência, apresenta-se um exemplo resumido, em forma de tabela, que ilustra a aplicação desse método, qualificando os impactos sobre alguns componentes ambientais. Tabela 1 – Impacto ambiental Área ambiental EL EP EN B EA P CP LP R I Vida selvagem x x x Espécies ameaçadas x Vegetação x x x Vegetação exótica x Características do solo x Drenagem natural x Água subterrânea x X Ruído x x Áreas virgens x x x x EL – Efeito Nulo; EP – Efeito Positivo; EN – Efeito Negativo; B – Efeito Benéfico; EA – Efeito Adverso; P – Problemático; CP – Curto Prazo; LP – Longo Prazo; R – Reversível; I – Irreversível. O principal exemplo desse método é o Delfos, que tem como característica a aplica- ção para a tomada de decisão de empresários e autoridades governamentais, em que, a partir da escolha de especialistas, são preparados questionários, buscando o consenso em relação aos problemas identificados. Método das listagens de controle (checklist) As listagens de controle são uma evolução natural do método anterior. Especialistas preparam uma lista de fatores ambientais com potencial de afetar o meio ambiente pelas ações propostas.Essas listagens tornaram-se disponíveis para os empreendimentos e acessíveis por meio de bibliografia especializada. Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir: • Vantagens: aplicação simples e reduzida exigência na informação e nos dados; • Desvantagens: esse método não faz previsão ou identifica impactos de segunda ordem. Na sequência, são apresentadas divisões do método: listagens descritivas, listagens comparativas, listagens em questionário e listagens ponderais. Listagens descritivas Esse método é muito utilizado para orientar a elaboração de avaliações de impacto ambiental. A listagem descritiva correlaciona ações, componentes ambientais e as carac- terísticas que podem ser modificadas. Esse método reúne informações sobre as técnicas 11 UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais mais adequadas de medição e previsão dos indicadores ambientais e a ponderação rela- tiva dos impactos. A tabela a seguir apresenta um exemplo de listagem de controle descritiva empregada em estudo de impacto ambiental. Os impactos potenciais estão relacionados na primeira coluna e as respectivas fontes de informações e técnicas de previsão a serem utilizadas para avaliação são mostradas na coluna seguinte. Tabela 2 – Parte de uma listagem de controle descritiva – Fatores ambientais Impactos potenciais Dados necessários Fontes de informação Técnicas de previsão Qualidade do ar/Saúde Alterações nas concentrações de poluentes no ar pela fre- quência de ocorrência e número de pessoas ameaçadas. Concentrações atuais ambientais, emissões atuais e pre- vistas, modelos de dispersão, mapas demográficos. Qualidade do ar/ Incômodo Alterações na ocorrência de incômodos visuais (fumaça, névoa) ou odores e número de pessoas afetadas. Alterações dos níveis de ruído e frequência da ocorrência e número de pessoas incomodadas. Amostragens com cidadãos, processos industriais previsí- veis, volume de tráfego. Alterações no tráfego ou outras fontes de ruído e em barreiras de som: modelos de propaganda de ruídos, nor- mógrafos, relacionando níveis de tráfego, barreiras etc. Pesquisas e amostragens com cidadãos ou atual opinião quanto aos níveis de ruído. Qualidade da água Alterações nos usos permitidos ou tolerados da água e número de pessoas afetadas, por corpo de água relevante. Efluentes existentes e previstos, concentrações atuais am- bientes, modelos de qualidade da água. Fonte: Adaptado de SILVEIRA, MOREIRA, apud BRAGA, 2005 Listagens comparativas A listagem comparativa é uma evolução das anteriores. Houve, no entanto, a incor- poração de critérios de relevância aos indicadores ambientais. Constantemente, essas listagens são específicas para cada caso em estudo. Em alguns modelos do método, a duração do impacto também é considerada. Normalmente, a intensidade cresce com o número ou ordem alfabética da letra. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi desenvolvido um tipo de listagem comparativa que passou a ser usado também em outros países. O US Forest Service desenvolveu uma listagem associada a critérios de relevância, composta de fatores ambientais, bem como socioeconômicos, qualidade da água e habitats e vida selvagem, acompanhados de fatores desejáveis ou que sejam padrão para cada um deles (SILVEIRA; MOREIRA, 1987, apud BRAGA, 2005). Você Sabia? O US Forest Service é uma agência do Departamento de Agricultura dos EUA que administra as 154 florestas nacionais e 20 pastagens nacionais. Assim que o impacto previsto ultrapassa os valores estabelecidos, apresenta-se uma situação a ser considerada na análise ambiental. 12 13 Principais características desse método: • Padrões estabelecidos de acordo com as características do empreendimento, crité- rios de relevância e fatores ambientais; • A dimensão em relação ao tempo é considerada; • Ao aplicar esse método, é possível estabelecer a hierarquia entre as alternativas quanto aos impactos introduzidos por cada uma sobre os diversos componentes ambientais. O método, no entanto, não revela a hierarquia das alternativas no total dos impactos. Listagens em questionário A listagem em questionário procura resolver uma falha dos métodos anteriores, que consideram os impactos de um projeto isoladamente, sem levar em consideração as interdependências. São realizados questionários com instruções para preenchimento e a classificação dos impactos resultantes das ações descritas. A listagem é separada em categorias gené- ricas, como doenças, ecossistemas aquáticos etc. Listagens ponderais As listagens ponderais são uma evolução das listagens de controle comparativas. São conhecidas como método de Battelle (ou Environmental Evaluation System – EES), que melhor representa as listagens ponderais. É um método baseado na listagem de parâmetros ambientais. Nas listagens ponde- rais, é colocada em uma atribuição de pesos a importância de cada um dos parâmetros em relação à soma dos impactos do empreendimento. Uma equipe multidisciplinar é so- licitada para obter a distribuição de pesos entre os parâmetros e desenvolver as funções e valores dos índices de qualidade ambiental. O método de avaliação ambiental de Battelle é o mais expressivo das listagens pon- derais e apresenta as seguintes características principais: • Ao mesmo tempo é abrangente e seletivo; • Muito objetivo para comparar alternativas; • Não permite a interação dos impactos; • Permite a previsão de magnitude; • Não distingue a distribuição temporal. Os métodos que apresentam pesos como medida de avaliação dos impactos têm algumas fragilidades, tais como: • Com a transformação em números, uma parte das informações se perde. Não se sabe se os pesos dados aos atributos ambientais serão representantes na realidade futura; • A distribuição dos impactos entre os diferentes segmentos da população não é iden- tificada; • As medidas para a atenuação dos impactos não são evidenciadas. 13 UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais Método da superposição de cartas É um método de confecção de cartas temáticas referentes aos fatores ambientais que são afetados pelas alternativas, como tipo de solo, cobertura vegetal, geologia etc. Os resultados produzidos pelas informações são elencados de acordo com o conceito de fragilidade, dando origem às cartas de restrição ou potencial de uso. Com a ampliação da computação gráfica e sensoriamento associada a sistemas de informações geográficas digitalizadas, esse método tem ganhado bastante espaço. Atu- almente, é possível a produção de cartas de restrição de aptidão que são permanente- mente atualizadas. O principal exemplo de aplicação é o Método Mc Harg, utilizado inicialmente para a avaliação ambiental de rodovias, objetivando identificar e propor soluções de modo a proteger os aspectos sociais. Método de redes de interação Com a necessidade de identificar os impactos indiretos ou de ordem inferior, surgiram as redes de interação. Os impactos primários ou diretos são os impactos provenientes do projeto, como obras e equipamentos, e os impactos indiretos são os impactos decor- rentes do resultado do projeto, como a mudança de intensidade do tráfego. Os impactos diretos são mais fáceis de avaliar, já para os indiretos a dificuldade de avaliação é maior, pois são induzidos e dependentes de previsão, com um número maior de variáveis. Uma das maiores vantagens desse método é a identificação das ações que vão contri- buir para a magnitude do impacto. No entanto, da forma como as redes são construídas, elas só abrangem os impactos negativos. O principal exemplo de aplicação é o método impacto, elaborado pelo US Forest Service, aplicado para projetos florestais. Método das matrizes de interação Esse método é a evolução das listagens de controle. Os fatores ambientais são dispos- tos em coluna, enquanto nas linhas são representadas as ações decorrentes de um projeto. É possível relacionar os impactos decada ação nas quadrículas resultantes do cruzamento das colunas com as linhas, preservando-se as ações de causa e efeito (BRAGA, 2005). Cada uma das ações é elencada nas filas das matrizes e, ao percorrê-las, é possível detectar as potencialmente responsáveis pelo maior número de impactos. Para configu- rar o potencial de impacto de cada ação, são utilizados indicadores que qualificam ou quantificam os impactos, podendo-se, então, propor medidas mitigadoras aos impactos adversos ou amplificar os impactos benéficos. No entanto, as matrizes são tão vulneráveis e sujeitas a riscos como todos os métodos já vistos, pois as dificuldades para definir critérios de relevância e ponderação de indica- dores ambientais as colocam nessa posição. 14 15 Uma das matrizes mais utilizadas é conhecida como Matriz de Leopold. É realizado o cruzamento de 88 componentes (ou fatores) ambientais e 100 ações potencialmente alteradoras do ambiente, resultando em 8.800 quadrículas (BRAGA, 2005). São indica- dos algarismos que variam entre 1 e 10 em cada uma dessas quadrículas e que corres- pondem à magnitude e à importância do impacto. O número 1 corresponde à condição de menor magnitude, ou seja, mínimo de alteração ambiental e de menor importância, ou seja, mínima significância da ação sobre o componente ambiental considerado. Já o número 10 corresponde aos valores máximos desses atributos. O sinal + ou – na frente dos números mostra se o impacto é benéfico (+) ou adverso ( –). Como nos demais mé- todos mencionados anteriormente, esses valores apresentam o risco da subjetividade. Nesse método, cabem também muitas das observações feitas anteriormente a outros métodos, como: • A generalidade da abrangência limita a aplicabilidade caso a caso; • Com esse método, chega-se a uma matriz com quantidade muito alta de quadrícu- las preenchidas, dificultando a interpretação e a visualização dos impactos, sendo, portanto, necessária uma nova seleção para eliminar os de menor significância; • A matriz foi gerada para projetos com impactos e por territórios de grandes exten- sões, não sendo eficiente no caso de projetos urbanos. Método dos modelos de simulação Os modelos de simulação matemática caracterizam-se por representar a realidade, a estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, inter-relacionando os fatores físi- cos, biológicos e socioeconômicos (BRAGA, 2005). Esses modelos são baseados na defi- nição de objetivos, na escolha das variáveis estabelecendo a interpretação dos resultados. Ao fazer as simulações para as várias alternativas, conhece-se o estado ambiental an- tes e depois da implantação de cada alternativa, por meio das variáveis que caracterizam cada componente ambiental. Esse método apresenta as seguintes desvantagens: • Existe a dificuldade de encontrar dados disponíveis com a representatividade que o desenvolvimento do modelo necessita; • Necessidade frequente de empregar relações simplificadas entre as variáveis, em ra- zão da complexidade dos fenômenos representados ou de limitações computacionais; • Dificuldade de incorporar fatores como os fatores estéticos, sociais e outros; • Possibilidade de induzir as decisões. Apesar dessas restrições, esses modelos de simulação são bem versáteis para com- parar alternativas, permitindo fazer projeções temporais, e promovem a comunicação interdisciplinar incorporando as variáveis (BRAGA, 2005). O principal exemplo de aplicação é o Método KSIM (Kane Simulation Model), utilizado em análises de impactos ambientais de atividades que necessitam do tratamento de va- riáveis qualitativas e quantitativas, bem como da avaliação de seus aspectos interativos. 15 UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais Método da análise benefício-custo Por meio desse método, são computados custos e benefícios de um empreendimento ou de suas alternativas, objetivando compará-los e ordená-los a partir da relação benefí- cio-custo ou mesmo do benefício líquido. Como desvantagens, o método tem dificuldade na avaliação, na busca de um mesmo padrão de medida monetário dos bens e serviços ambientais gerados (caracterizados como os benefícios ambientais) e dos bens e serviços utilizados ou comprometidos para a implantação do empreendimento (custos ambientais). Método da análise multiobjetivo Esse método está baseado na definição dos objetivos que deverão ser considerados em uma situação de decisão. De forma geral, o método multiobjetivo pode ser colocado em forma de hierarquia, ou seja, um objetivo muito genérico pode ser atendido por objetivos específicos que são quantificados por atributos. Atributos podem ser entendidos como um aspecto mensurável de julgamento pelo qual uma variável de decisão pode ser caracterizada. Combinação de métodos Atualmente, há tendência em adotar a combinação de dois ou mais métodos, adap- tando-os às especificidades dos empreendimentos e das áreas a serem afetadas. Essa metodologia é bastante indicada para avaliar impactos negativos de projetos, sendo rápida, de baixo custo e de boa visualização. Como aplicação do método, pode-se uti- lizar o Local Environmental Sensitivity Program (LESA), desenvolvido em Israel, que consiste em três conjuntos de mapas (de uso e ocupação do solo, de recursos naturais e de impactos ambientais prováveis dos usos selecionados), além de um questionário de avaliação dos impactos. Seleção da Metodologia A seleção da metodologia escolhida para a avaliação dos impactos ambientais é es- pecífica para cada caso que se apresenta e deve partir da comparação entre os métodos de aplicação existentes. Os métodos descritos anteriormente utilizam técnicas diversas para a qualificação e quantificação dos impactos, assim como para comparar as alter- nativas de projeto. Ao analisar cada um dos métodos apresentados, ficam em evidência os diferentes graus de subjetividade envolvidos na sua aplicação e as dificuldades de quantificação. O melhor caminho para a seleção do método mais adequado a ser utilizado na ava- liação ambiental é o diálogo entre os profissionais com formação ambiental, e que estão familiarizados com as tecnologias, e os especialistas envolvidos no empreendimento. 16 17 Independentemente do tipo de método escolhido, a AIA consiste em classificar os impactos ambientais. Conforme determinado no inciso II do artigo 6º da Resolução Conama 01/86, a análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas deve ser realizada por meio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da im- portância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e ne- gativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e em médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 17 UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos de Avaliação de Impactos Ambientais Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Caderno de Licenciamento Ambiental elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente https://bit.ly/2Mp3H41 Leitura Metodologias de identificação de impactos ambientais e matrizes de impacto ambiental https://bit.ly/39dbo6q Matriz simplificada para avaliar impactos ambientais em pequenas centrais hidrelétricas (PCH) https://bit.ly/39dJA1O Método para Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) em projetos de grande porte: estudo de caso de uma usina termelétrica https://bit.ly/2Mp3s97 18 19 Referências BASSO, L. A.; VERDUM, R. Avaliação de Impacto Ambiental, EIA e RIMA como instrumentos técnicos de gestão ambiental. Porto Alegre: Ed. da Universidade UFRGS, 2006. BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, 2004. SÁNCHEZ, L. E. Avaliaçãode Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. 19 Avaliação de Impactos Ambientais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Edson Victor de Souza Revisão Textual: Maria Cecília Andreo O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável • Dar condições para o profissional de meio ambiente coordenar a elaboração de um estudo de impacto ambiental, conhecendo seu processo de avaliação, inclusive seu contexto no desenvol- vimento sustentável. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Processo de Avaliação de Impacto Ambiental; • Realizando um Estudo de Impacto Ambiental; • A AIA no Contexto do Desenvolvimento Sustentável. UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável Processo de Avaliação de Impacto Ambiental O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como principal caracte- rística ser um conjunto de normas, procedimentos e instrumentos relacionados à im- plantação de um empreendimento, desde sua fase de estudos até sua operação, em que são avaliadas as mudanças provocadas no meio ambiente. A AIA é parte integrante do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), servindo, inclusive, como instrumento de gestão ambiental ao longo do ciclo de vida do empreendimento, ou seja, estando presente desde sua concepção até sua desativação. Dentro do processo de AIA para um empreendimento, tem-se, em geral, três etapas distintas: etapas iniciais, análise detalhada e etapa pós-aprovação. Essas etapas, bem como seus principais componentes, estão representadas em forma de diagrama na figura a seguir. PROPOSTA PROCESSO COMPLETO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ETAPAS INICIAIS NÃO TALVEZ AVALIAÇÃO INICIAL ANÁLISE DETALHADA TERMOS DE REFERÊNCIA CONSULTA PÚBLICA ETAPA PÓS-APROVAÇÃO SIM SELEÇÃO (TRIAGEM) DAS AÇÕES OU PROJETOS PODEM CAUSAR IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS? ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL ANÁLISE TÉCNICA DECISÃOREPROVAÇÃO APROVAÇÃO MONITORAMENTO GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLES Figura 1 – Principais componentes e diagrama do procedimento da avaliação de impacto ambiental Fonte: Adaptado de SÁNCHEZ, 1998 A partir do diagrama apresentado na figura anterior, descreve-se na sequência as principais fases do processo de Avaliação de Impacto Ambiental. 8 9 Principais Fases do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental Seleção (Triagem) das Ações ou Projetos Nessa fase, serão selecionados os projetos que apresentem potenciais impactos no meio ambiente e que deverão ser submetidos ao procedimento de AIA. No Brasil, a Resolução CONAMA 01/86 estabelece a listagem de empreendimentos nos quais se deve elaborar o EIA. Estabelecimento Dos Objetivos e do Escopo dos Estudos de Impacto Ambiental (Termos de Referência) O produto dessa etapa é denominado Termo de Referência, em que são especifica- dos os aspectos relevantes a serem considerados pela AIA, de maneira específica para cada tipo de empreendimento. Ainda nessa fase, poderá ser definido o formato de participação pública (consulta pública), sendo que também poderá haver participação da sociedade na definição do próprio termo de referência. Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Essa fase é considerada a que apresenta maior conteúdo técnico-científico, deman- dando maior tempo e utilização de recursos. Configura-se como a base para os estudos de viabilidade ambiental do empreendimento. Deve-se destacar que um EIA é essencial em um processo de AIA e deve apresentar, minimamente: • Descrição detalhada do empreendimento, com informações relativas a planejamen- to, implantação e operação. Também pode estar descrita a fase de desativação do empreendimento; • Descrição da legislação aplicável, incluindo sua análise; • Apresentação do diagnóstico ambiental; • Identificação e avaliação dos impactos ambientais; • Detalhamento dos impactos identificados, incluindo a valoração e a relevância dos impactos; • Apresentação do plano de gestão ambiental, incluindo as medidas mitigadoras e de monitoramento. Comunicação dos Resultados (Consulta Pública) O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) precisa ter seus resultados comunicados ao órgão ambiental responsável pela aprovação, assim como, via consulta pública, à popu- lação direta e também àquela indiretamente envolvida. Após a contribuição da consulta popular e a análise técnica do EIA/RIMA pelas autoridades ambientais, deverá ser efetuada a revisão do EIA, de modo a adequar o do- cumento de acordo com os impactos ambientais verificados e que deverão ser tratados. 9 UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável Auditoria As auditorias ambientais ocorrem juntamente com a gestão ambiental definida para o empreendimento, em que é prevista a análise da eficácia da AIA, verificando os des- vios ocorridos nas previsões do EIA, desde o planejamento do empreendimento até sua implantação e operação. Realizando um Estudo de Impacto Ambiental Na sequência, são detalhadas as etapas típicas de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Descrição do Projeto A descrição de um projeto constitui-se de duas partes principais – uma se refere a in- formações técnicas e a outra a informações contextuais. Entre as informações técnicas, devem constar: • a localização do projeto; • a concepção física; • os métodos; • o cronograma de construção; • os requerimentos de energia e água; • os procedimentos para o funcionamento; • as vias de acesso; • as obras de serviços e apoio; • as matérias-primas e os insumos em todas as fases do processo; • tipo e quantidade de todas as emissões, incluindo emissões sólidas, líquidas, gasosas e ruído; • as formas de controle, planos e programas ambientais; • os custos do empreendimento; • os empregos diretos e indiretos criados em todas as fases; • os impostos e rendas gerados na implantação do projeto; • a vida útil do empreendimento; • o destino para o local após o término das atividades; e • programas para a recuperação da área. Resumindo, é necessário que sejam descritas todas as atividades e formas do desen- volvimento, todos os recursos utilizados, os produtos e os resíduos que serão gerados em 10 11 decorrência das atividades. Todas as ações e produtos que o projeto vai gerar deverão ser co- nhecidos. Isso é necessário para que se identifiquem posteriormente os impactos ambientais. Nas informações contextuais, deverão constar a justificativa da escolha do projeto e do local de sua implantação e a necessidade da sua implantação e execução, com a indicação dos benefícios econômicos, sociais, ambientais etc.; devem ser apresentadas também as alternativas tecnológicas do projeto e alternativas de localização. Descrição Ambiental da Área de Influência do Projeto Para descrever o meio ambiente, é necessário em primeiro lugar definir quais os limites da área de influência do projeto. Essa definição costuma ser feita com a equipe multidisciplinar em reuniões técnicas, com base em avaliações preliminares do alcance de cada impacto esperado. Em geral, cada impacto apresenta um comportamento. Como exemplo, tem-se uma área em que a poluição do ar pode se espalhar em razão da localização e atividade de um empreendimento. A área de influência deverá ser de- terminada de acordo com a direção e velocidade de ventos predominantes, da altura da chaminé, da quantidade de emissões, do relevo etc. Muito diferente da poluição hídrica, que se relaciona diretamente com os cursos d’água onde podem ser lançadas emissões líquidas. O ruído também tem uma área de abrangência específica. Então, podemos dizer que a área de influência será uma combinação dos limites de cada elemento do projeto. Classifica-sea área de influência em direta e indireta. A área de influência direta é a área localizada mais próxima do empreendimento e a que sofre, portanto, os efeitos diretos da implantação e operação do projeto. A área de influência indireta é aquela em que os efeitos são menos evidentes. A área de influência direta requer descrição mais detalhada e profunda. As áreas de influência, tanto a direta quanto a indireta, deverão ser apresentadas em cartas temáticas e de síntese. Tais áreas devem ser definidas e mui- to bem explicadas no EIA. Para a descrição da área de influência, são exigidos estudos bastante aprofundados, fundamentados em dados, quando existentes e disponíveis na literatura, e em levanta- mentos de campo para a coleta de dados, quando as informações não são existentes. As coletas costumam encarecer bastante o EIA e prolongam o processo, mas são extre- mamente necessárias em locais que ainda não foram estudados e para prospecções da área diretamente afetada. É muito importante que os dados obtidos sejam da área específica do projeto, e não de áreas similares, pois cada área tem aspectos únicos que são fatores-chave para a identificação dos impactos. Ao descrever a área de influência, os seguintes aspectos devem estar contemplados: o meio físico, o meio biológico e o meio antrópico. No meio físico, temos: clima e condições meteorológicas; ruído; qualidade do ar; solos; geologia; recursos hídricos etc. No meio biológico: os ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição. No meio antrópico, temos dinâmica populacional; uso e ocupação do solo; nível de vida; estrutura produtiva e de serviços; e organização social. 11 UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável O conhecimento do meio em que o projeto vai ser implantado permitirá identificar as possíveis alterações sobre os estados dos aspectos ambientais em consequência da implantação do projeto. Em razão da grande quantidade de aspectos que podem ser incluídos na descrição da área de influência, os órgãos ambientais responsáveis elaboram os termos de referên- cia, que indicam aos empreendedores e à equipe de elaboração dos EIAs. Esses termos são muito importantes, pois definem quais elementos do meio ambiente deverão estar incluídos nessa descrição, sendo considerados imprescindíveis para a análise do estudo. De modo geral, a descrição é um conjunto de informações na sua maioria não per- tencentes ao projeto, mas que servirão de base para a tomada de decisões. É importante que se trabalhe na descrição com elementos valorizados do ambiente, reconhecidos le- galmente e pela comunidade como elementos importantes, além de serem considerados por técnicos especializados. O Diagnóstico Ambiental No diagnóstico ambiental, deverão ser apresentadas a descrição e a análise dos fato- res ambientais e as interações entre eles, para fazer a caracterização da área de influên- cia antes da implantação do empreendimento. Os fatores ambientais englobam as variáveis suscetíveis de sofrer direta ou indireta- mente os efeitos das ações executadas na fase de planejamento, implantação e operação do empreendimento. No diagnóstico ambiental, é necessário expor as interações dos fatores ambientais, físicos, biológicos e socioeconômicos, indicando quais os métodos adotados para a sua análise, com o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos dos sistemas que serão afetados pelo empreendimento. Determinação e Avaliação dos Impactos Os impactos deverão ser determinados nas diferentes fases do empreendimento: pla- nejamento, construção, funcionamento e desativação. A determinação e a avaliação dos impactos são as etapas mais cruciais de um estudo ambiental, pois exigem um conhe- cimento profundo das atividades envolvidas e dos efeitos sobre os diferentes aspectos ambientais para que seja possível prever os impactos que ocorrerão com o empreendi- mento proposto. Os estudos ambientais em todo o mundo estão focando cada vez mais nos grupos interessados e nas populações que podem ser afetadas, positiva ou negativamente, pelo projeto para a definição desses impactos. Portanto, é de suma importância que se iden- tifiquem todos os envolvidos e que eles participem do processo, informando suas preo- cupações e expectativas em relação ao empreendimento. Vários métodos foram desenvolvidos para a determinação dos impactos. No entanto, o mais comum é que a equipe responsável pela elaboração do EIA acabe desenvolvendo uma metodologia própria, normalmente adaptada das metodologias já citadas em outras unidades. 12 13 Qualquer que seja a metodologia, a identificação dos impactos deve considerar todos os fatores e componentes do meio ambiente, incluindo os recursos naturais, culturais, econômicos, sociais, entre outros. Os impactos são normalmente classificados em categorias, e cada equipe adota a sua própria classificação. Algumas classificações são mais comuns, como elementos como mag- nitude do impacto, distribuição dos riscos e benefícios, pertinências às ordens legais etc. Outro ponto relevante é a classificação dos impactos diretos ou de primeira ordem, e dos impactos indiretos, de segunda, terceira e até quarta ordem. A seguir vamos apre- sentar um exemplo da classificação de impacto em diretos e indiretos: Quadro 1 – Desmatamento Impactos Diretos • Redução da fauna silvestre; • Aumento de pragas; • Perda da biodiversidade; • Aumento da Temperatura; • Aumento da erosão. Impactos Indiretos • Modificação do regime de ventos e chuvas; • Redução da fauna silvestre; • Aumento de pragas; • Modificação do regime de ventos e chuvas; • Turbidez da água; • Diminuição da fotossíntese; • Redução da ictiofauna; • Perda de renda. Fonte: Adaptado de PHILIPPI JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2004 Todas as fases de um empreendimento devem ter seus impactos descritos, incluindo: a preparação do terreno; a instalação das obras; a implementação; a construção; o fun- cionamento; e até a desativação, se houver. Os impactos são descritos para cada fase do empreendimento, pois os impactos são diferentes em cada fase. A avaliação dos impactos é feita após a indicação e a classificação dos efeitos e con- siste em dar magnitude e amplitude aos impactos previstos, a fim de poder determinar a ordem de prioridade de prevenção, de mitigação ou de compensação (PHILIPPI JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2004). Com a avaliação, é possível estabelecer a importância dos impactos, tarefa extremamente complexa e subjetiva. A avaliação não pode ser realizada por um único técnico, e sim por uma equipe multidisciplinar, normalmente com audiên- cia pública e consultoria especializada. A classificação e a importância dos impactos devem ser postas em ordem de priori- dades. É necessário centrar a atenção em alguns critérios, como: • Comparação de leis e regulamentos existentes; • Determinação do grau de importância que a população dispensa ao empreendimento; • Presença de áreas protegidas pela legislação localizadas dentro da área de influên- cia do empreendimento; • Compatibilidade com políticas e projetos do governo na área; 13 UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável • Trabalhos científicos na área; • Consulta a pessoas e órgãos envolvidos; • Alterações dos sistemas e processos ecológicos; • Intensidade do impacto negativo nos valores sociais; • Intensidade dos impactos negativos ou positivos sobre a saúde da população envolvida. Ao serem avaliados os impactos de forma comparativa, podemos chegar aos impac- tos que causam maior preocupação e que precisam ser evitados, diminuídos ou com- pensados e àqueles que são de menor importância. Com a avaliação dos impactos, é possível uma avaliação mais precisa sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, facilitando a comunicação com o público envolvido e com os órgãos competentes. Com a dificuldade que os técnicos encontram nas avaliações qualitativase nos testes estatísticos, vem crescendo a utilização de modelos matemáticos para dar mais confian- ça às previsões. Esses modelos são úteis para quantificar os parâmetros físicos, químicos e biológicos, permitindo o estudo de diferentes cenários para os fatores demográficos, econômicos e sociais. Medidas Mitigadoras As medidas de atenuação ou mitigação são aquelas aplicadas para prevenir, reduzir ou eliminar os efeitos ambientais negativos do empreendimento e, quando possível, me- lhorar a qualidade do meio. Para a mitigação, é necessário modificar aspectos do projeto para que sejam reduzidas ou eliminadas as consequências negativas no meio ambiente. Aos efeitos positivos de um projeto são propostas medidas que se potencializem, otimizando a utilização dos recursos, melhorando o rendimento ambiental. Várias formas podem ser propostas para que se obtenha sucesso na atenuação de um impacto, como alterar a localização de um projeto; modificar as técnicas construtivas e os equipamentos utilizados; alterar a concepção de um projeto; entre outras. Para cada impacto, cabe à equipe de elaboração do estudo exercer seu conhecimento e criatividade e propor essas medidas e discuti-las. É claro que os impactos de maior relevância são os que merecem uma maior atenção para que a magnitude e os riscos sejam reduzidos, até que fiquem em um ponto aceitável. Podemos dividir as medidas mitigadoras em medidas de engenharia ou estruturais; medidas de manejo ou não estruturais; e revisão de políticas. Entre as várias medidas de engenharia, podemos citar como exemplo o tratamento de efluentes com o uso de equipamentos alternativos para melhorá-los. As medidas de manejo incluem o estudo das condições de operação do processo para poder ajustá-las às condições ambientais. Essas medidas estão baseadas no conhecimento de que existem níveis toleráveis de impactos. Dessa forma, administra-se o processo para que os riscos ambientais fiquem dentro do tolerável. Podemos citar como exemplo a proibição de movimentar a terra nos períodos de chuva no intuito de minimizar a erosão e a consequente sedimentação dos corpos d’água. É fundamental que medidas mitigadoras sejam aplicadas em todos os impactos nega- tivos do projeto (PHILIPPI JR.; ROMÉRO; BRUNA, 2004). As medidas compensatórias 14 15 são consideradas depois de esgotadas as medidas preventivas e mitigadoras, permane- cendo, ainda assim, alguns impactos negativos em razão do projeto. Nessa situação, o empreendedor é obrigado a realizar a recuperação ambiental, mesmo em uma área que não esteja diretamente ligada ao projeto, mas que seja valorizada pelo grupo social afetado. Podemos dar como exemplo um empreendimento que, para sua instalação, precise remover a vegetação arbórea. Como medida compensatória, um número maior de árvores deverá ser plantado em uma área contígua, ou nas ruas do bairro ou outra área localizada na vizinhança deverá ser recuperada. Essas medidas podem também ser compensadas por valores em dinheiro. Nesse caso, atribui-se um valor aos danos causa- dos pelo empreendedor, que vai reembolsar o órgão ambiental. Monitoramento O monitoramento é a coleta de dados e avaliação que tem como objetivo determinar a eficácia das medidas de proteção adotadas e desenvolver a capacidade para melhor prever os impactos, verificando a relação entre os impactos previstos e os impactos re- ais, no sentido de subsidiar projetos futuros e melhorar a gestão dos projetos e de seus programas, protegendo, assim, o meio ambiente. O monitoramento atua em três frentes: • Supervisionar a conformidade do termo de referência que foi proposto pelo EIA e aprovado pelos órgãos ambientais; • Verificar se há conformidade com a legislação; • Supervisionar os efeitos, verificando se a previsão realizada está em acordo com a situação real, principalmente em relação à magnitude, e controlar a eficácia das medidas de atenuação dos impactos. Um programa de monitoramento ambiental é necessário para todo EIA/RIMA. Nesse programa devem constar os objetivos, os instrumentos utilizados e o período de amostragem. O programa de monitoramento deve definir todos os responsáveis pelas ações de monitoramento. O programa de monitoramento é muito importante, no sentido de que ele vai registrar toda a dinâmica do processo, podendo identificar impactos não previstos; verificando se os compromissos que foram assumidos estão sendo cumpridos; determinando a eficácia das medidas mitigadoras implantadas; e permitindo de forma eficaz a determinação das compensações pelos efeitos não mitigados. A AIA no Contexto do Desenvolvimento Sustentável O desenvolvimento sustentável deve atender às necessidades atuais sem comprome- ter o desenvolvimento local e as condições ambientais diretamente ou indiretamente relacionadas, garantindo condições adequadas para as gerações futuras. Nesse sentido, 15 UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável tem-se no conceito de desenvolvimento sustentável o equilíbrio na importância para o crescimento econômico, a equidade social e a conservação da natureza. Por essa razão, o processo de AIA mostra-se essencial na estratégia de implementação de um empreen- dimento considerando o desenvolvimento sustentável. A figura a seguir mostra a implantação de um parque eólico onshore, responsável pela geração de energia alternativa e renovável, em que, do ponto de vista de AIA, deve-se con- siderar os impactos negativos na implantação local (aerogeradores, torres de transmissão e demais unidades de infraestrutura) e os impactos positivos (como a geração de energia renovável), o que poderá potencializar o desenvolvimento local e regional. Figura 2 – Implantação de fonte de energia alternativa Fonte: Getty Images Assim, é possível constatar que uma AIA executada de maneira eficaz e completa para a implantação de um empreendimento pode apoiar e proporcionar modelos de de- senvolvimento sustentável, ou seja, pode garantir crescimento econômico, justiça social e proteção ambiental durante gerações. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Projeto de ampliação da Rodovia dos Tamoios https://youtu.be/YTJ1mVmCAHY O impacto ambiental do aeroporto no Ludo https://youtu.be/c30VF--Cdxc Desenvolvimento sustentável https://youtu.be/WYQauL2ZIJk Técnicas de Avaliação de Impactos Ambientais – Conceitos Básicos – Cursos CPT https://youtu.be/M09PPMaPeZ4 Leitura O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seus Objetivos https://bit.ly/3olo3c3 17 UNIDADE O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seu Contexto no Desenvolvimento Sustentável Referências BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, 2004. SÁNCHEZ, L. E. As etapas iniciais do processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Avaliação de Impacto Ambiental. São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, 1998. 18 Avaliação de Impactos Ambientais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Edson Victor de Souza Revisão Textual: Maria Cecília Andreo Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de Caso Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de Caso • Realizar um estudo de caso de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), analisando seu Relató- rio de Impacto Ambiental (RIMA); • Visualizar na prática um pouco do processo de elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e procurar fazer o link com toda a teoria que já foi abordada nas unidades anteriores; • Pontuar alguns itens do projeto, para que você, futuro(a) profissional em meio ambiente, per- ceba a complexidade do trabalho e veja como é realizado na prática, contribuindo para sua formação do profissional. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)
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