Buscar

Estudo e Prática das Normas Internacionais de Contabilidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEMA 01 - ADOÇÃO INICIAL DA LEI
11.638/07 E DA LEI 11.941/09
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento dos mercados globalizados, a contabilidade
passa ser a linguagem de comunicação entre as diversas empresas e entre os
diversos países, em uma linguagem não uniforme, devido às diferentes regras
contábeis de cada nação.
Nesse sentido, os padrões internacionais de contabilidade vêm a
minimizar tais diferenças com a finalidade de melhorar a comparabilidade
entre as empresas e para que as informações possam ser mais úteis e
compreendidas em qualquer parte do mundo.
No Brasil, esse movimento se deu com o advento da Lei 11.638/07, pela
qual o Brasil passou a adotar as chamadas “Normas Internacionais de
Contabilidade” que, desde então, passaram a reger a contabilidade societária
vigente em nosso país, da mesma forma que em outras 166 jurisdições.
Adoção Inicial da Lei nº.
11.638/07 e da Lei nº 11.941/09.
Contexto da Internacionalização da Contabilidade
Por ser uma ciência social aplicada, a Contabilidade é fortemente influenciada
pelo meio em que está inserida. Os fatores sociais, econômicos, tecnológicos,
políticos, entre outros, têm impacto direto nas práticas contábeis. Por consequência, a
linguagem adotada para evidenciação da informação contábil acaba não sendo
homogênea e apresentando variações, devido às diferentes práticas contábeis
existentes entre os países do mundo.
Essas diferenças de práticas contábeis são geralmente observadas quando as
demonstrações contábeis de uma determinada empresa são preparadas de acordo
com as normas contábeis de outro país.
Um exemplo clássico é a empresa alemã Daimler Benz AG, que, nas
demonstrações de 1993, exibia um lucro de US$ 370 milhões pelas regras locais
alemãs. Mas, ao elaborar as mesmas demonstrações pelas normas norte-americanas
(US-GAAP), exibiu um prejuízo de US$ 1 bilhão. Inegavelmente, isso constitui um
motivo de desconforto para a empresa e seus investidores, que ficam em dúvida sobre
o verdadeiro valor da companhia.
O desenvolvimento de um mercado de capitais mundial fica, dessa forma,
prejudicado pela existência de desarmonização contábil, conforme evidencia o caso da
Daimler-Benz AG. Além disso, essa limitação também ocorre pelo fato de as empresas
terem que expressar e ajustar suas demonstrações segundo certas normas contábeis
para poderem ofertar seus títulos em outras bolsas do mundo. Tudo isso provoca
dispêndios de tempo e de dinheiro. A desarmonização prejudica também a análise dos
usuários dessas demonstrações, pois não há comparabilidade. Assim, os usuários
precisam conhecer primeiro as características das normas contábeis locais para
poderem analisar e decidir com mais suporte.
Nesse sentido, surge um movimento internacional de harmonização das normas
contábeis pelos principais organismos mundiais de contabilidade, com o objetivo de
estabelecer um conjunto de normas contábeis, a fim de reduzir as diferenças entre os
padrões contábeis entre os diferentes países, aumentando a comparabilidade das
informações contábeis em nível mundial reportadas pelas entidades, contribuindo
com o fluxo de investimento internacional entre as organizações e reduzindo os custos
de divulgação das informações contábeis.
Quer saber mais?? Sugiro a leitura do seguinte artigo:
http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/view/151/199
Harmonização versus Padronização Contábil
O processo de harmonização das normas contábeis tem como intenção
aproximar e possibilitar comparações entre as demonstrações contábeis,
sendo ainda flexível, preservando as particularidades inerentes a cada país,
convergindo extremos, e universalizando procedimentos e normas de registro
contábil. Já a padronização contábil é mais rigorosa, pois busca igualar a
informação e não admite flexibilidade em seus conceitos, e é a determinação
de procedimentos que devem obrigatoriamente ser seguidos pelas
companhias
http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/view/151/199
O Brasil no Processo de Convergência
O movimento teve início no ano de 2000, quando foi encaminhado à Câmara de
Deputados o Anteprojeto de Lei de reforma da Lei 6.404/76 pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). A atual legislação brasileira necessitava adequar-se à nova
realidade mundial e às normas internacionais de contabilidade.
Em 13 de julho de 2007 foi publicada a Instrução CVM nº 457/07, que tornava
obrigatório às companhias de capital aberto apresentar, a partir do exercício social
findo em 31 de dezembro de 2010, suas demonstrações financeiras consolidadas
adotando o padrão contábil internacional (IFRS – International Financial Reporting
Standards), de acordo com os pronunciamentos emitidos pelo International
Accounting Standards Board – IASB, que foram trazidos para a realidade brasileira pelo
Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC.
Em 28 de dezembro de 2007, passados sete anos de tramitação na Câmara de
Deputados, o Projeto de Lei (PL) número 3.741/00, foi aprovado pelo Senado Federal
e, em 28 de dezembro de 2007, foi sancionado pelo Presidente da República,
tornando-se a Lei 11.638/07 que modificou a Lei 6.404/76. A contabilidade brasileira
começou a derrubar as barreiras que a impediam de adotar os padrões internacionais
de contabilidade. A citada Lei não significou, exatamente, adoção das normas
internacionais, mas um marco inicial para o processo de convergência e início da
adoção dos novos padrões na contabilidade brasileira. Assim, a Lei 11.638/07 ajudou o
Brasil a seguir o caminho de diversos países e realizar mudanças nos sistemas
contábeis, convergindo-os com as normas internacionais e permitindo maior
comparabilidade das informações.
Segue link para leitura na integra da Lei 11.638/07:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
A reformulação foi proposta com a intenção, principalmente, de se alcançar os
seguintes aspectos, conforme mencionado pela CVM:
● corrigir impropriedades e erros da Lei societária de 1976;
● adaptar a Lei às mudanças sociais e econômicas decorrentes da evolução do
mercado;
● fortalecer o mercado de capitais, mediante implementação de normas
contábeis e de auditoria internacionalmente reconhecidas.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
Um dos maiores desafios enfrentados neste processo foi a desvinculação da
nossa contabilidade societária dos aspectos tributários, pois nossas normas eram
extremamente conservadoras, justamente derivada do nosso complexo sistema
tributário.
Em dezembro de 2008, 11 meses após a entrada em vigor da nova Lei, editou-se
a Medida Provisória 449/08 (MP) para corrigir algumas falhas apresentadas,
principalmente tendo em vista o conflito com o imposto de renda e o código civil,
transformada na Lei 11.941, de 27 de maio de 2009.
Segue link para leitura na integra da Lei 11.941/09:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm
A Lei 11.941/09 criou o Regime Tributário de Transição, que basicamente
resolveu o conflito com o imposto de renda: Nenhuma alteração oriunda do processo
de convergência às Normas Internacionais de Contabilidade deveria gerar impactos
tributários.
O objetivo central da Lei 11.638/07 e da Lei 11.941/09 foi o de atualizar a
legislação societária brasileira possibilitando a convergência das práticas contábeis
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm
adotadas no Brasil com as normas internacionais de contabilidade que são emitidas
pelo International Accounting Standards Board – IASB, e permitir que novas normas e
procedimentos contábeis sejam expedidos pela CVM com base nas normas
internacionais de contabilidade.
Essas alterações foram desde os demonstrativos contábeis obrigatórios até uma
mudança de paradigmas, em que nossa contabilidade é desvinculada dos fins fiscais.
Agora temos muito clara uma contabilidade societária com foco nas informações
apresentadas aos usuários da contabilidade, e,em separado, uma apuração fiscal
conforme as regras estabelecidas pela Receita Federal do Brasil.
Sugestão de Leitura para aprofundarem os conhecimentos:
https://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-lei-11-6
38-2007/
http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf
Na prática, em razão dos seguintes fatores: i) a tradução das IFRS’s e dos IAS’s
em vigor pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC; ii) a normatização desses
pronunciamentos pelos órgãos competentes pela regulação da contabilidade
financeira no Brasil, através da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e do Conselho
Federal de Contabilidade - CFC; e iii) negociação entre empresas e governo sobre a
questão da neutralidade tributária oriunda dos ajustes decorrentes da adoção das
https://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-lei-11-638-2007/
https://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-lei-11-638-2007/
http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf
normas internacionais de contabilidade, que resultou com a Lei 11.941/09, que entrou
em vigor em 2010, e com a edição da Medida Provisória 627, em novembro de 2013,
que foi convertida na Lei 12.973, de maio de 2014, às primeiras demonstrações
financeiras elaboradas pelas companhias abertas brasileiras no padrão full IFRS,
foram publicadas apenas no período findo em 31 de dezembro de 2010. Dessa
maneira, foi somente a partir dessas demonstrações financeiras de 2010, publicadas
em 2011, que essas companhias passaram a declarar conformidade com o IFRS em
suas demonstrações financeiras consolidadas e em conformidade com os CPC’s em
suas demonstrações financeiras individuais, e os auditores independentes passaram a
opinar que “as demonstrações financeiras [...] apresentam adequadamente [...] a
posição patrimonial e financeira [...], o desempenho consolidado de suas operações e
os seus fluxos de caixa [...], de acordo com as normas internacionais de relatório
financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board – IASB, e
com práticas contábeis adotadas no Brasil”.
De acordo com o pronunciamento técnico CPC 37 (R1) - Adoção Inicial das Normas
Internacionais de Contabilidade, que faz correlação com o IFRS 1, First-time Adoption
of Internacional Financial Reporting Standards, o procedimento contábil apropriado à
adoção das normas internacionais de contabilidade pela primeira vez requer a
elaboração e apresentação de um balanço patrimonial de abertura em IFRS do
período mais remoto para o qual a entidade apresenta informação contábil
comparativa. Portanto, a entidade deve reconhecer e mensurar ativos, passivos e
patrimônio líquido na data de transição em conformidade com o IFRS. Sabendo-se que
o primeiro conjunto completo de demonstrações contábeis elaboradas pelas
companhias abertas brasileiras se refere ao exercício findo em 31 de dezembro de
2010 e que as empresas precisaram reapresentar pelo menos um ano retroativo em
conformidade com o IFRS para fins de comparabilidade, a data de transição foi 1º de
janeiro de 2009. Dessa forma, em 2011 as companhias publicaram as demonstrações
contábeis de 2010 e de 2009 em conformidade com o IFRS, tendo reconhecido os
ajustes de transição em contrapartida do patrimônio líquido na data de transição, em
1º de janeiro de 2009.
TEMA 02 - ESTRUTURA CONCEITUAL
Introdução
Neste capítulo, a abordagem centra-se na Estrutura Conceitual e sua relevância
para convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais. As Normas
Internacionais de Contabilidade são elaboradas pelo International Accounting Standard
Board (IASB), que é oórgão normalizador independente da Fundação IFRS. Seus
membros são responsáveis pelo desenvolvimento e publicação das International
Financial Reporting Standards(IFRS) e pela aprovação de interpretações das IFRS
desenvolvidas pelo Comitê de Interpretações IFRS.
No Brasil, o marco legal para o processo de harmonização às normas
internacionais de contabilidade foi a promulgação da Lei 11.638 de 28 de dezembro de
2007, com a mudança da Lei das Sociedades por Ações, 6404/76, pois possibilitou à
contabilidade brasileira adesão aos padrões internacionais, mais especificamente, aos
padrões definidos pelo IASB.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, criado pela resolução CFC
1.055/05, foi concebido pela união de esforços e comunhão de objetivos da Associação
Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas e
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores de
São Paulo (BM & Bovespa), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e Fundação Instituto de Pesquisas
Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI)tem como objetivo o estudo, o preparo e a
emissão de Pronunciamentos Técnicos, suas interpretações e orientações sobre
procedimentos de contabilidade societária e divulgação de informações dessa
natureza,que permitam a emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras.
O CPC 00 foi recepcionado pelo CFC em 2011, e tem como propósito alinhar as
práticas contábeis brasileiras às preconizadas internacionalmente e, neste contexto,
apresenta os conceitos basilares para convergência das normas contábeis aos padrões
internacionais. Em 1° de novembro de 2019, a Coordenadoria Técnica do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) tornou pública a aprovação do PRONUNCIAMENTO
TÉCNICO CPC 00 (R2), que passou a viger a partir de janeiro de 2020.
Assim, a Estrutura Conceitual institui as bases para pronunciamentos que
contribuem com a transparência, ao aperfeiçoar a comparabilidade internacional e a
qualidade de informações financeiras, fortalecem a prestação de contas, com a redução
da lacuna existente entre provedores de capital e tomadores desse capital. Os
pronunciamentos elaborados com suporte na Estrutura Conceitual fornecem
informações sobre quão eficiente e eficaz, a administração cumpre suas
responsabilidades no uso dos recursos econômicos da entidade. Favorece a eficiência
econômica, auxiliando investidores na identificação de oportunidades e riscos, no
mundo, o que concorre para melhorar a alocação de capital. Para os negócios, a
utilização de linguagem contábil confiável reduz o custo de capital e os custos de
relatórios internacionais. Esses pronunciamentos como fonte de informações
mundialmente comparáveis são de vital importância para os órgãos reguladores
mundiais.
1 Relatório financeiro para fins gerais: objetivo
Considerando o texto da norma, ou seja, do CPC 00 (R2), o objetivo revela-se
como base da estrutura conceitual e as características qualitativas de informações
financeiras úteis, a condição restritiva de custo sobre tais informações, o conceito de
entidade que relata a informação, reconhecimento e desreconhecimento, mensuração e
divulgação são decorrência lógica do objetivo.
Neste contexto, define que o objetivo do relatório financeiro para fins gerais
é fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta esejam úteis
para investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e
potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade.
Evidencia que são decisões envolvendo:
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida;
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que
afetam o uso dos recursos econômicos da entidade.
Em análise, destaca que essas decisões dependem dos retornos que os
existentes e potenciais investidores, credores por empréstimos e outros credores
esperam e, exemplifica como: dividendos, pagamentos de principal e juros ou aumentos
no preço de mercado. As expectativas dos investidores, credores por empréstimos e
outros credores quanto aos retornos dependem de sua avaliação do valor, daépoca e
da incerteza (perspectivas) de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a
entidade. Dependem também de sua avaliação da gestão de recursos da administração
sobre os recursos econômicos da entidade. Investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, precisam de informações para ajudá-los a fazer
essas avaliações.
Outro destaque da norma coloca que investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, para validar suas avaliações precisam de
informações, sobre:
(a) os recursos econômicos da entidade, reivindicações contra a entidade e alterações
nesses recursos e reivindicações;e
(b) a eficiência e eficácia da administração e do órgão de administração da entidade no
cumprimento de suas responsabilidades sobre o uso dos recursos econômicos da
entidade.
No pronunciamento destaca-se que investidores, credores por empréstimos e
outros credores potenciais e existentes não podem exigir que as entidades forneçam
informações de forma direta a eles. Tem de se basear em relatórios financeiros para fins
gerais é isso os caracteriza como principais usuários aos quais se destinam os relatórios
financeiros. Os mencionados relatórios financeiros não fornecem sequer podem fornecer
a totalidade das informações financeiras que esses usuários necessitam e,para tanto,
precisam considerar informações concernentes, de outras fontes para suprir a
necessidade dessas informações.
Relatórios financeiros para fins gerais não tem como propósito apresentar o valor
da entidade que reporta e, sim fornecer informações que contribuam para auxiliar aos
usuários na estimativa do valor da entidade que reporta. Usuários Primários individuais
necessitam e aspiram informações distintas e com possibilidades de serem conflitantes.
No desenvolvimento dos pronunciamentos, a busca centra-se no fornecimento de
informações que atenda a necessidade do maior número de principais usuários(CPC 00
(R2)).
Consoante ao CPC 00 (R2)), a administração da entidade também tem interesse
em informações financeiras sobre a entidade, mas não tem necessidade de ter como
suporte os relatórios financeiros para fins gerais, pois a ela é oportunizada obter
internamente as informações de que precisa. Reguladores e o público também podem
fazer uso de relatórios financeiros para fins gerais, mas a Norma esclarece que, na sua
essência, não são direcionados a esses grupos.
Em grande medida,conforme a norma, relatórios financeiros assentam-se em
estimativas, julgamentos e modelos e não em representação exata e a Estrutura
Conceitual define os conceitos subjacentes a essas estimativas, julgamentos e modelos.
Conceitos são: a meta que os responsáveis pela elaboração se esmeram para atingir.
Ressalta-se na norma, que a visão da Estrutura Conceitual de relatório financeiro ideal é
improvável de ser atingida, nomeadamente, no curto prazo, pois demanda tempo
compreender, aceitar e implementar novos formatos de análises das transações e outros
eventos. Entretanto, estabelecer uma meta a ser atingida é essencial para evolução do
relatório financeiro com a finalidade de aperfeiçoar sua utilidade.
2 Características qualitativas de informações financeiras úteis
Relatórios financeiros fornecem informações sobre os recursos econômicos da
entidade que reporta, reivindicações contra a mesma entidade e os efeitos de
transações e outros eventos e condições que alteram esses recursos e reivindicações.
Na Estrutura Conceitual as informações são referenciadas como informações sobre os
fenômenos econômicos. Existem relatórios financeiros que incluem também material
explicativo sobre as expectativas e estratégias da administração para a entidade que
reporta e outros tipos de informações prospectivas.
As características qualitativas de informações financeiras úteis se aplicam a
informações financeiras fornecidas nas demonstrações contábeis, bem como a
informações financeiras fornecidas de outras formas. O custo, que é uma
restrição generalizada sobre a capacidade da entidade que reporta de fornecer
informações financeiras úteis, se aplica de forma similar. Contudo, as
considerações, ao se aplicarem as características qualitativas e a restrição de
custo, podem ser diferentes para tipos diferentes de informações. Por exemplo,
aplicá-las a informações prospectivas pode ser diferente de aplicá-las a
informações sobre recursos econômicos e reivindicações existentes e a
alterações nesses recursos e reivindicações. (CPC 00 (R2)item 2.3).
Informação contábil financeira relevante é a capacidade que essa informação tem
de fazer a diferença na tomada de decisão, e representar com fidedignidade implica
representar o que se propõe representar. Para ser fidedigna, a informação precisa ser
completa,neutra e livre de erro. A utilidade das informações financeiras é ampliada se
forem comparáveis, verificáveis, tempestivas e compreensíveis.
2.1Características qualitativas fundamentais
Em análise ao CPC 00 (R2)tem-se que características qualitativas fundamentais
são relevância e representação fidedigna.
A figura, na sequência, ilustra as características qualitativas fundamentais das
informações financeiras úteis.
Figura 1 Características Qualitativas fundamentais
Fonte: (CPC 00 (R2)).
A figura a seguir ilustra os atributos da relevância.
Figura 2: Atributos da relevância
Fonte: (CPC 00 (R2)).
Informações financeiras relevantes devem ser capazes de fazer diferença nas
decisões tomadas pelos usuários. Informações podem ser capazes de fazer diferença
em uma decisão ainda que alguns usuários optem por não utilizá-las ou já tenham
conhecimento destas a partir de outras fontes.
Informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se
tiverem valor preditivo ou valor confirmatório, ou ambos, pois informações que
possuem valor preditivo, muitas vezes, possuem também valor confirmatório
Informações financeiras têm valor preditivo se podem ser utilizadas como
informações em processos empregados pelos usuários para prever resultados
futuros. Informações financeiras não precisam ser previsões ou prognósticos para
ter valor preditivo. Informações financeiras com valor preditivo são aplicadas por
usuários ao fazer suas próprias previsões. Informações financeiras têm valor
confirmatório se fornecem feedback sobre avaliações anteriores. (CPC 00 (R2)).
Informação material significa que sua omissão, distorção ou obscuridade
puder influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários de
relatórios financeiros para fins gerais tomam com base nos relatórios. De outro
modo, materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade. Tem
como base a natureza ou magnitude, ou ambas, dos itens aos quais as
informações se referem no contexto do relatório financeiro da entidade individual.
Como consequência, não se pode especificar um limite quantitativo uniforme para
materialidade ou predeterminar o que pode ser material em uma situação
específica.
A figura, na sequência, apresenta os atributos da representação fidedigna.
Figura 3 Atributos da representação fidedigna
Fonte: (CPC 00 (R2)).
Relatórios financeiros representam fenômenos econômicos em palavras e
números e para serem úteis, informações financeiras devem representar fenômenos
relevantes e também representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos que
buscam representar.
Para representar de forma perfeitamente fidedigna, a representação deve ter três
atributos: completa, neutra e isenta de erros. Representação fidedigna inclui todas as
informações necessárias para que o usuário tenha a compreensão dos fenômenos que
estão sendo representados. Já a representação neutra não pode ser tendenciosa na
seleção ou apresentação das informações financeiras, não possui inclinações, é
imparcial, não é enfatizada ou deixa de ser enfatizada e também não pode ser
manipulada, ou seja, deve ser livre de vieses favoráveis ou desfavoráveis.
A neutralidade é apoiada pelo exercícioda prudência. Prudência é o exercício de
cautela ao fazer julgamentos sob condições de incerteza. O exercício de
prudência significa que ativos e receitas não estão superavaliados e passivos e
despesas não estão subavaliados. (CPC 00 (R2) item 2.16).
Do mesmo modo, conforme a norma,exercitar a prudência não permite
subavaliação de ativos, ou receitas ou superavaliação de passivos ou despesas.
Divulgações com essas distorções podem conduzir à superavaliação ou subavaliação de
receitas ou despesas em períodos futuros.
Aplicação das características qualitativas fundamentais pressupõe que,
informações financeiras, tanto devem ser relevantes quanto fornecer representação
fidedigna do que pretendem representar para serem úteis. Nem a representação
fidedigna de fenômeno irrelevante,nem a representação não fidedigna de fenômeno
relevante auxiliam os usuários na tomada de boas decisões.
2.2 Características qualitativas de melhoria
Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e
compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade de
informações que sejam tanto relevantes como forneçam representação fidedigna do que
pretendem representar. As características qualitativas de melhoria podem auxiliar
também na determinação qual de duas formas deve ser utilizada para representar o
fenômeno caso se considere que ambas fornecem informações igualmente relevantes e
representação igualmente fidedigna desse fenômeno. Considerando o CPC 00 (R2),
as características qualitativas de melhoria são:
a) Comparabilidade: informações sobre a entidade que reporta são mais úteis
se puderem ser comparadas a informações similares sobre outras
entidades e similares à própria entidade no que se refere a outro período
ou a outra data.
b) Capacidade de verificação: a capacidade de verificação auxilia na garantia
aos usuários que as informações representem de forma fidedigna os
fenômenos econômicos que pretendem representar. Capacidade de
verificação significa que observadores diferentes,bem informados e
independentes podem chegar ao consenso, embora, não a acordo
necessariamente completo, de que a representação específica é
representação fidedigna.
c) Tempestividade: significa disponibilizar informações aos tomadores de
decisões a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões.
d) Compreensibilidade: classificar, caracterizar e apresentar informações de
modo claro e conciso as torna compreensíveis.Existem fenômenos,
inerentemente complexos e de difícil compreensão. Excluir informações
sobre esses fenômenos dos relatórios financeiros pode facilitar a
compreensão das informações, entretanto, esses relatórios seriam
incompletos e, portanto, possivelmente distorcidos.
Aplicar as características qualitativas de melhoria é um processo iterativo que não
segue uma ordem prescrita. Em algumas circunstâncias, determinada característica
qualitativa de melhoria pode ter de ser diminuída para maximizar outra característica
qualitativa de melhoria.
3 Demonstrações contábeis e a entidade que reporta e elementos das
demonstrações contábeis
Demonstrações contábeis tem por objetivo, fornecer informações
financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da
entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das demonstrações contábeis
na avaliação das perspectivas para futuros fluxos de entrada de caixa líquidos
para a entidade que reporta e na avaliação da gestão de recursos da
administração sobre os recursos econômicos da entidade.(CPC 00 (R2)). Essas
informações são fornecidas, conforme item 3.3da referida norma:
(a) no balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos e patrimônio líquido;
(b) na demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente,
ao reconhecer receitas e despesas; e
(c) em outras demonstrações e notas explicativas, ao apresentar e divulgar
informações sobre:
(i) ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos,incluindo
informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes desses ativos e passivos
reconhecidos;
(ii) ativos e passivos que não foram reconhecidos incluindo informações sobre sua
natureza e sobre os riscos resultantes deles;
(iii) fluxos de caixa;
(iv) contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio e distribuições a eles; e
(v) os métodos, premissas e julgamentos utilizados na estimativa dos valores
apresentados ou divulgados, e mudanças nesses métodos, premissas e julgamentos.
3.1 Período de relatório, perspectiva e premissa de continuidade operacional
As demonstrações contábeis são elaboradas para um período de tempo
específico (período de relatório) e fornecem informações sobre:
(a) ativos e passivos
(b) receitas e despesas para o período de relatório.
A perspectiva adotada nas demonstrações contábeis considera que
as demonstrações contábeis fornecem informações sobre transações e outros eventos
observados do ponto de vista da entidade que reporta, como um todo e, não, do ponto
de vista de qualquer grupo específico de investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes ou potenciais, da entidade
Demonstrações contábeis são normalmente elaboradas com base na hipótese de
que a entidade que reporta está em continuidade operacional e continuará em operação
no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a
necessidade de entrar em liquidação ou deixar de negociar. Se existe essa intenção ou
necessidade, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em base
diferente. Em caso afirmativo, as demonstrações contábeis descrevem a base utilizada.
3.2 Elementos das demonstrações contábeis
Os elementos das demonstrações contábeis definidos pela Estrutura
Conceitual CPC 00 (R2) são:
(a) ativos passivos e patrimônio líquido, que se referem à posição financeira
da entidade que reporta; e
(b) receitas e despesas, que se referem ao desempenho financeiro da
entidade que reporta.
Esses elementos estão vinculados aos recursos econômicos, reivindicações e
mudanças em recursos econômicos e reivindicações abordadas no capítulo um.
O quadro um, na sequência, apresenta os elementos das demonstrações contábeis.
Quadro 1 Elementos das demonstrações contábeis
Fonte: (CPC 00 (R2),item 4.2).
Ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como
resultado de eventos passados; recurso econômico é um direito que tem
potencial de produzir benefícios econômicos, aanálise centra-se emtrês aspectos
de tais definições, conforme CPC 00 (R2):
Direitos que têm o potencial de produzir benefícios econômicos assumem muitas
formas, incluindo:
(a)direitos que correspondem à obrigação de outra parte que podem ser: direitos
de receber caixa, direitos de receber produtos ou serviços, direitos de trocar recursos
econômicos com outra parte em condições favoráveis e direitos de beneficiar-se de
obrigação de outra parte para transferir um recurso econômico se ocorrer evento futuro
incerto especificado.
(c) direitos que não correspondem à obrigação de outra parte tais como
direitos sobre bens corpóreos, tais como imobilizado ou estoques e,direitos
de utilizar propriedade intelectual.
Passivo, consoante o CPC 00 (R2) é uma obrigação presente da entidade de
transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados. Para que exista
passivo, três critérios devem ser satisfeitos:
(a) a entidade tem uma obrigação;
(b) a obrigação é de transferir um recurso econômico; e
(c) a obrigação é uma obrigação presente que existe como resultado de eventos
passados.
Ativo e passivo: unidade de conta é o direito ou o grupo de direitos, a obrigação
ou o grupo de obrigações, ou o grupo de direitos e obrigações, aos quais se aplicam
critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração.
Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a
dedução de todos os seus passivos. (CPC 00 (R2)).
Direitos sobre o patrimônio líquido sãodireitos sobre a participação residual nos
ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. De outra forma, são
reivindicações contra a entidade que não atendem à definição de passivo. Essas
reivindicações podem ser estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares, e
incluem, na medida em que não atendem à definição de passivo:
(a) ações de diversos tipos emitidas pela entidade; e
(b) algumas obrigações da entidade de emitir outro direito sobre o patrimônio
líquido.
Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores
de direitos sobre o patrimônio.
Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em
reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores
de direitos sobre o patrimônio.
Decorre dessas definições de receitas e despesas que contribuições de detentores de
direitos sobre o patrimônio não são receitas, e distribuições a detentores de direitos
sobre o patrimônio não são despesas.
Receitas e despesas são os elementos das demonstrações contábeis que se
referem ao desempenho financeiro da entidade. Os usuários das demonstrações
contábeis precisam de informações tanto sobre a posição financeira da entidade como
de seu desempenho financeiro.
4 Reconhecimento, desreconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação
Analisando o CPC 00 (R2), tem-se que reconhecimento é o processo de
captação para inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado e na
demonstração do resultado abrangente de item que atenda à definição de um dos
elementos das demonstrações contábeis, ou seja, ativo, passivo, patrimônio líquido,
receita ou despesa. Reconhecimento envolve refletir o item em uma dessas
demonstrações, isoladamente ou em conjunto com outros itens, em palavras e por
meio do valor monetário, e incluir esse valor em um ou mais totais nessa
demonstração. O valor pelo qual ativo, passivo ou patrimônio líquido é reconhecido
no balanço patrimonial é referido como o seu valor contábil.
A mesma norma define em seu item 5.2:
O balanço patrimonial, demonstração do resultado e a demonstração do
resultado abrangente refletem o ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e
despesas reconhecidos da entidade em sumários estruturados que se destinam
a tornar as informações financeiras comparáveis e compreensíveis. Uma
característica importante das estruturas desses sumários é que os valores
reconhecidos em uma demonstração estão incluídos nos totais e, se aplicável,
nos subtotais que vinculam os itens reconhecidos na demonstração.
Desreconhecimento é a exclusão de parte ou da totalidade de ativo ou passivo
reconhecido do balanço patrimonial da entidade. O desreconhecimento, regra geral,
acontece quando esse item não atende mais à definição de ativo ou passivo:
(a) para o ativo, o desreconhecimento regularmente ocorre quando a entidade
deixa de ter o controle da totalidade ou de parte do ativo reconhecido;
(b) para o passivo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade
não possui mais uma obrigação presente pela totalidade ou parte do passivo
reconhecido.(CPC 00 (R2)).
4.1Mensuração
Os elementos reconhecidos nas demonstrações contábeis são quantificados em
termos monetários. Isso exige a seleção de uma base de mensuração. A base de
mensuração é uma característica identificada que exemplificando pode ser: custo
histórico, valor justo ou valor de cumprimento de item sendo mensurado. Aplicar a base
de mensuração a ativo ou passivo cria uma mensuração para esse ativo ou passivo e
para as respectivas receitas e despesas. (CPC 00 (R2)).
- Bases de mensuração, consoante ao CPC 00 (R2)).
- Custo histórico: fornece informações monetárias sobre ativos, passivos e
respectivas receitas e despesas, utilizando informações derivadas, do preço da
transação ou outro evento que os originou.
- Valor atual: as mensurações ao valor atual fornecem
informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas receitas e despesas,
utilizando informações atualizadas para refletir condições na data de mensuração.
- Valor justo: é o preço que seria recebido pela venda de ativo
ou que seria pago pela transferência de passivo em transação ordenada entre
participantes do mercado na data de mensuração.
- Valor em uso e valor de cumprimento:Valor em uso é o valor
presente dos fluxos de caixa, ou outros benefícios econômicos, que a entidade
espera obter do uso de ativo e de sua alienação final. Valor de cumprimento é o
valor presente do caixa, ou de outros recursos econômicos, que a entidade
espera ser obrigada a transferir para cumprir a obrigação.
- Custo corrente: O custo corrente de ativo é o custo de ativo
equivalente na data de mensuração, compreendendo a contraprestação que seria
paga na data de mensuração mais os custos de transação que seriam incorridos
nessa data. O custo corrente de passivo é a contraprestação que seria recebida
pelo passivo equivalente na data de mensuração menos os custos de transação
que seriam incorridos nessa data.
Ao selecionar uma base de mensuração, necessário se faz considerar a
natureza das informações que a base de mensuração produzirá tanto no balanço
patrimonial como na demonstração do resultado e na demonstração do resultado
abrangente.
4.2Apresentação e divulgação como ferramentas de comunicação
A entidade que relata, comunica informações sobre seus ativos, passivos,
patrimônio líquido, receitas e despesas apresentando e divulgando informações em suas
demonstrações contábeis.(CPC 00 (R2)).
A comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis torna
essas informações mais relevantes e contribui para uma representação fidedigna
de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade. Também
aprimora a compreensibilidade e comparabilidade das informações nas
demonstrações contábeis. A comunicação efetiva de informações nas
demonstrações contábeis requer, conforme o CPC OO (R2):
(a) concentrar-se em princípios e objetivos de divulgação e apresentação em vez
de concentrar-se em regras;
(b) classificar informações de maneira a agrupar itens similares e separar itens
diferentes; e
(c) agregar informações de tal modo que não sejam obscurecidas por detalhes
desnecessários ou por agregação excessiva.
5 Conceitos de capital e manutenção de capital
Consoante ao CPC 00 (R2)a conceituação de capital financeiro é adotada
pela maioria das entidades na elaboração das suas demonstrações contábeis.
Considerando o conceito de capital financeiro, como caixa investido, ou poder de
compra investido, capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da
entidade. Considerando o conceito de capital físico, tal como capacidade
operacional, o capital é apontado como a capacidade produtiva da entidade e
pode ter como parâmetro, as unidades de produção diária.
Selecionar o conceito de capital adequado para a entidade deve ter como base as
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis. Neste contexto, se os
usuários tiverem interesse na manutenção do capital nominal investido ou no poder de
compra do capital investido, o conceito de capital financeiro deve ser adotado. Se, no
entanto, os interesses dos usuários estiverem centrados na capacidade operacional da
entidade o conceito a ser adotado é o de capital físico. O conceito escolhido indica o
objetivo a ser alcançado na determinação do lucro, mesmo que existam dificuldades de
mensuração ao operacionalizar o conceito. (CPC 00 (R2)).
5.1Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro
Os conceitos de capital originam os seguintes conceitos de manutenção de
capital, em conformidade com o CPC 00 (R2), 2019, item 8.3):
(a) Manutenção de capital financeiro. Sob esse conceito, o lucro é auferido
somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no final do
período exceder o montante financeiro(ou dinheiro) dos ativos líquidos no início
do período, após excluir quaisquer distribuições para, e contribuições de, sócios
durante o período. A manutenção de capital financeiro pode ser mensurada em
unidades monetárias nominais ou em unidades de poder aquisitivo constante.
(b) Manutenção de capital físico. Sob esse conceito, o lucro é auferido
somente se a capacidade produtiva física (ou capacidade operacional) da
entidade (ou os recursos ou fundos necessários para alcançar essa capacidade)
no final do período exceder a capacidade produtiva física no início do período,
após excluir quaisquer distribuições para, e contribuições de, sócios durante o
período.
Desta forma, para a mesma norma, o conceito de manutenção de capital
concerne à forma pela qual a entidade define o capital que busca manter. O capital
representa um elo entre os conceitos de capital e os conceitos de lucro, já que apresenta
um ponto de referência para a mensuração de lucro. É condição essencial para distinguir
retorno sobre o capital da entidade e seu retorno de capital. Apenas os ingressos de
ativos que excedam os montantes necessários para manutenção do capital podem ser
considerados como lucro, ou seja, como retorno sobre o capital.
Para manutenção do conceito de manutenção do capital físico, exige a adoção do
custo corrente como base de mensuração. Já o conceito de manutenção de capital
financeiro não requer o uso de uma base específica de mensuração, a escolha da base
em conformidade com este conceito, vai depender do tipo de capital financeiro que a
entidade procura manter.
A diferença principal entre os dois conceitos de manutenção de capital está no
tratamento dos. Em termos gerais, a entidade terá mantido o seu capital se tiver
tanto capital no fim do período quanto tinha no início do período. Qualquer valor
acima daquele necessário para manter o capital no início do período representa lucro.
Sob o conceito de manutenção de capital financeiro, em que o capital é definido
em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento no capital
monetário nominal ao longo do período. Já sob o conceito de manutenção de capital
físico, quando o capital é definido em termos de capacidade produtiva física, o lucro
representa o aumento desse capital ao longo do período.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
CPC 00 (R2) disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=
80
Sugestãode vídeo:
vídeo da TV CRC/RJ do livro: IFRS na prática. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=MJ-v4k67oAc&list=PLzISOqM3lFGf6h-8ke8G
QuyVUJnBRVmlT&index=1&ab_channel=TVCRCRJ
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
https://www.youtube.com/watch?v=MJ-v4k67oAc&list=PLzISOqM3lFGf6h-8ke8GQuyVUJnBRVmlT&index=1&ab_channel=TVCRCRJ
https://www.youtube.com/watch?v=MJ-v4k67oAc&list=PLzISOqM3lFGf6h-8ke8GQuyVUJnBRVmlT&index=1&ab_channel=TVCRCRJ
https://www.youtube.com/watch?v=MJ-v4k67oAc&list=PLzISOqM3lFGf6h-8ke8GQuyVUJnBRVmlT&index=1&ab_channel=TVCRCRJ
TEMA 03 - REDUÇÃO AO VALOR
RECUPERÁVEL DE ATIVOS
INTRODUÇÃO
O Conselho Federal de Contabilidade aprovou o Pronunciamento Técnico CPC
01, emitindo a NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, cujo objetivo é
estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos
estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de
recuperação.
Esse Pronunciamento Técnico trata sobre um importante assunto oriundo das
Normas Internacionais de Contabilidade (IAS 36 Impairment of Assets), traz definições,
fatores que ajudam a identificar se os ativos podem estar desvalorizados, tratamento
do reconhecimento e mensuração das perdas e também especifica quando a entidade
deve reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as divulgações
requeridas. Vamos estudá-lo!
Redução ao Valor Recuperável de
Ativos (impairment)
Definições
Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o
maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu
valor em uso.
Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados
que devam advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa.
Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de um
ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.
Unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que
gera entradas de caixa, entradas essas que são em grande parte
independentes das entradas de caixa de outros ativos ou outros grupos de
ativos.
Identificação de Ativos Desvalorizados
O ativo não deve figurar nas demonstrações contábeis das entidades por
valores superiores àqueles que sejam passíveis de serem recuperados através
do uso em sua atividade ou pelo seu valor de venda.
Os ativos de uma entidade devem ser avaliados, pelo menos na ocasião
da elaboração das Demonstrações Financeiras Anuais, quando houver alguma
indicação de que seus ativos ou conjunto de ativos tiveram perda econômica
significativa.
Caso venha a ser comprovada essa perda, a entidade deve proceder
com o reconhecimento dessa eventual perda nos registros contábeis.
Importante salientar quais ativos estão sujeitos à aplicação do teste de
recuperabilidade, ou “impairmente test”:
● Bens do Imobilizado;
● Investimentos;
● Intangível; e
● Imóveis para fins de alocações, desde que não submetidos ao valor
justo.
Portanto, um ativo será submetido ao teste de “impairment”, sempre que
houver alguma indicação de que houve desvalorização. Importante: o
Goodwill e demais Intangíveis com vida única indefinida DEVEM ser testados
anualmente, independentemente de existir indicação.
Esses indicativos podem ser obtidos através de fontes internas e
externas, como veremos a seguir, lembrando que os mesmos não são
exaustivos, a entidade poderá identificar outras indicações ou fontes de
informação.
Indicadores Internos
● evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo;
● mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram
durante o período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão
pela qual, ou na maneira na qual, um ativo é ou será utilizado. Essas
mudanças incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, planos para
descontinuidade ou reestruturação da operação à qual um ativo
pertence, planos para baixa de ativo antes da data anteriormente
esperada e reavaliação da vida útil de ativo como finita ao invés de
indefinida;
● evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o
desempenho econômico de um ativo é ou será pior que o esperado;
Indicadores Externos
● há indicações observáveis de que o valor do ativo diminuiu
significativamente durante o período mais do que seria de se esperar
como resultado da passagem do tempo ou do uso normal;
● mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram
durante o período, ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente
tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual a entidade opera
ou no mercado para o qual o ativo é utilizado;
● as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno
sobre investimentos aumentaram durante o período, e esses aumentos
provavelmente afetarão a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor
em uso de um ativo e diminuirão materialmente o valor recuperável do
ativo;
● o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor
de suas ações no mercado;
Mensuração
O pronunciamento técnico CPC 01 define valor recuperável como “o
maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo
ou de unidade geradora de caixa e o seu valor em uso”.
Portanto, se o valor recuperável for maior que o valor contábil, não
haverá desvalorização a serreconhecida.
Agora vocês devem estar se perguntando: como estabelecer o valor
líquido de venda e também o valor em uso de um ativo, para se chegar no
valor recuperável?
Pois bem, o valor líquido de venda de um ativo pode ser obtido através
de um contrato de compra e venda realizado entre partes independentes,
deduzindo-se as despesas necessárias para que essa venda ocorra, ou,
quando não existir contrato, empresa deverá olhar para o mercado ativo onde
o bem é negociado ou tentar verificar e comparar operações semelhantes.
Entretanto, se não for possível chegar ao valor líquido de vendas, o valor em
uso pode ser utilizado como seu valor recuperável.
As despesas com a baixa, exceto as que já foram reconhecidas como
passivo, devem ser deduzidas ao se mensurar o valor justo líquido de
despesas de alienação. Exemplos desses tipos de despesas são as despesas
legais, tributos, despesas com a remoção do ativo e gastos diretos
incrementais para deixar o ativo em condição de venda. Entretanto, as
despesas com demissão de empregados e as associadas à redução ou
reorganização de um negócio em seguida à baixa de um ativo não são
despesas incrementais para baixa do ativo.
Já o valor em uso é obtido através de análise financeira, através da
demonstração de fluxos de caixa do ativo, tendo os seguintes elementos
refletidos no cálculo:
(a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter
com esse ativo;
(b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no
período de ocorrência desses fluxos de caixa futuros;
(c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de
juros livre de risco;
(d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e
(e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do
mercado iriam considerar ao precificar os fluxos de caixa futuros
esperados da entidade, advindos do ativo.
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
(a) estimar futuras entradas e saídas de caixa derivadas do uso
contínuo do ativo e de sua baixa final; e
(b) aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa
futuros.
Mensuração do valor recuperável de ativo
intangível com vida útil indefinida
Lembre-se que um ativo intangível com vida útil indefinida deve ser
testado, no mínimo, uma vez ao ano, comparando o seu valor contábil com
seu valor recuperável, independentemente de haver, ou não, alguma indicação
de que possa existir redução ao valor recuperável. Entretanto, o mais recente
cálculo detalhado do valor recuperável de tal ativo, efetuado em período
anterior, pode ser utilizado no teste do valor recuperável para esse ativo no
período corrente, desde que todos os seguintes critérios sejam atendidos:
● se o ativo intangível não gerar entradas de caixa decorrentes do uso
contínuo, que são, em grande parte, independentes daquelas
decorrentes de outros ativos ou de grupo de ativos, sendo o ativo,
portanto, testado para fins de valor recuperável como parte de unidade
geradora de caixa à qual pertence, e os ativos e passivos que compõem
essa unidade não tiverem sofrido alteração significativa desde o cálculo
mais recente do valor recuperável;
● o cálculo mais recente do valor recuperável tiver resultado em valor que
exceda o valor contábil do ativo com uma margem substancial; e
● baseado em análise de eventos que ocorreram e em circunstâncias que
mudaram desde o cálculo mais recente do valor recuperável, for remota
a probabilidade de que a determinação do valor recuperável corrente
seja menor do que o valor contábil do ativo.
Reconhecimento e Mensuração da Perda por
Desvalorização
Sempre que o valor recuperável for inferior ao seu valor contábil, uma
perda deverá ser reconhecida por essa desvalorização. Se o ativo não tiver
passado por nenhum processo de reavaliação (antiga reserva de reavaliação,
extinta com a Lei 11.638/07), a perda irá diretamente para o Resultado do
período. Nos casos dos ativos que passaram por um processo de reavaliação
(aquelas empresas que mantiveram a conta no Balanço), a baixa deverá ser
feita na própria conta reserva reavaliação.
Se o valor recuperável do ativo for menor que o seu valor contábil, a
diferença existente entre esses valores deve ser ajustada pela provisão para
perdas (redutora ativo) em contrapartida ao resultado do período.
D – Perda Impairment (RESULTADO)
C – Provisão Perdas Impairment (ATIVO)
No caso de ativos reavaliados, o montante da redução deve reverter
uma reavaliação anterior, sendo debitada em reserva do PL. Caso essa
reserva seja insuficiente, o excesso deverá ser contabilizado no resultado do
período.
Após o reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de
depreciação, amortização ou exaustão dos ativos desvalorizados deve ser
calculada em períodos futuros pelo novo valor contábil apurado, ajustado ao
período de sua vida útil remanescente.
Reversão da Perda por Desvalorização
A entidade deve avaliar na data de encerramento do balanço se há
alguma indicação, com base em fontes externas e internas de informação, que
uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores deva ser
reduzida ou eliminada.
Em caso positivo, a provisão constituída deve ser revertida total ou
parcialmente a crédito no resultado do período, desde que anteriormente
debitada. Nos casos em que tenha sido debitada a reserva de reavaliação,
essa deverá ser recomposta.
Dicas Importantes:
Jamais um ativo deverá ter seu valor contábil inicial aumentado em
função de aumento do valor recuperável, pois isso seria uma reavaliação de
ativos, o que é proibido. A reversão tem como limite as perdas já
reconhecidas, ou seja, no máximo o ativo voltaria ao seu valor contábil original.
Não se aplica a reversão no caso de perda no ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill).
Goodwill
O Goodwill (boa vontade ou bom será em inglês) surge apenas em
aquisição ou combinação de negócios. Ele representa o valor que uma
empresa adquirente está disposta a pagar além do valor justo dos ativos e
passivos da empresa que está sendo adquirida. Vejamos o exemplo abaixo::
O valor contábil de qualquer empresa é obtido por meio do seu PL, que
reflete tudo que a empresa tem (no ativo) menos tudo aquilo que a empresa
deve (seu passivo). Em nosso exemplo, a empresa que está sendo adquirida
tem contábil / PL de R$10 milhões.
Durante a negociação, a empresa que está sendo adquirida passa por
uma avaliação, onde especialistas fazem uma avaliação (valuation) para se
chegar ao valor justo dessa empresa (que não estará refletido simplesmente
pelo PL, devido ao valor dos ativos intangíveis que aquela empresa possui,
como: reputação da marca, carteira de clientes, etc.). Suponhamos que nessa
avaliação o valor justo ou de mercado dessa empresa vale R$13 milhões.
Portanto, os R$3 milhões de diferença entre o valor do PL e o Valor Justo é
chamado de “Ágio”.
Se, mesmo sabendo seu valor justo, a empresa adquirente resolve
comprar tal empresa por um valor superior ao seu valor justo – por exemplo,
R$ 15 milhões, surge o chamado “goodwill”, que é um ágio sobre a expectativa
de rentabilidade futura, ou seja esse valor pago a mais do que o “ágio”, na
visão da empresa adquirente, irá vai trazer um retorno ainda maior para ela.
Nesse exemplo, a contabilização deve ser reconhecida em três parcelas
distintas, valor do PL (R$10 milhões), mais o Ágio (R$3 milhões), mais o
Goodwill (R$2 milhões), conforme ilustrado na figura abaixo:
Figura 1 Divisão entre o Valor Contábil, o Ágio e o Goodwill.
Fonte: O autor
Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de
ativos:
(a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do
período e a linha da demonstração do resultado na qual essas perdas por
desvalorização foram incluídas;
(b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no
resultado do período e a linha da demonstraçãodo resultado na qual essas
reversões foram incluídas;
(c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados
reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período; e
(d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos
reavaliados reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período.
Demais divulgações necessárias devem ser pesquisadas na íntegra no
pronunciamento técnico.
 
 
TEMA 04 – ATIVO INTANGÍVEL 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O grupo de contas denominado Intangível surgiu através da Lei 11.638/07, que 
estudamos no primeiro capítulo da disciplina. O Pronunciamento Técnico – 
CPC 04, transformado em norma pelo CFC através da NBC TG 04 - Ativo 
Intangível, determina como as entidades devem seguir essas novas definições 
para o novo tratamento contábil dos ativos intangíveis, quais os critérios para 
seu o reconhecimento e mensuração, bem como efetuar as divulgações 
específicas referentes a esses ativos. 
As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações 
com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de 
recursos intangíveis como conhecimento científico ou técnico, projeto e 
implantação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade 
intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas 
registradas. Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas 
são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes 
cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de 
pesca, quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou 
fornecedores, fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de 
comercialização. Porém nem todos itens descritos se enquadram na definição 
de Ativo Intangível. Então vamos estudar bem o assunto!! 
 
 
Definições e Identificação 
 A definição utilizada no pronunciamento técnico CPC 04 para um ativo 
intangível é “um ativo não monetário identificável e sem substância física”, ou 
seja, incorpóreo. 
 Vamos analisar essa definição por partes: 
... é um ativo não monetário ... 
Ativo Monetário é aquele representado por dinheiro ou por direitos a ser 
recebidos em uma quantia fixa ou determinável de dinheiro. Logo, um dos 
requisitos para enquadrarmos determinado ativo como intangível é que esse 
ativo seja não monetário, ou seja, não deve ser representado por dinheiro ou 
por direitos que gerem dinheiro. 
... identificável ... 
Essa característica é fundamental na definição de Ativo Intangível. Esse 
aspecto se torna necessário porque o ativo é imaterial/incorpóreo. 
Os ativos corpóreos/materiais não precisam ser identificáveis porque nós 
conseguimos tocar, enxergar o ativo. Por outro lado, os ativos intangíveis não 
podem ser tocados, não os visualizamos. Logo, a característica de 
identificação é fundamental para a existência de um ativo intangível. 
Existem três características que devem ser atendidas para que um item seja 
identificado como ativo intangível intangível: 
 
 
 Identificação: i) ativo de ser separável, isso é, capaz de ser 
separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, 
alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um 
contrato, ativo ou passivo relacionado; ou então, ii) resulte de direitos 
contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejam 
transferíveis, quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e 
obrigações, como por exemplo as concessões. 
 Controle: quando a entidade detém o poder de obter benefícios 
econômicos futuros gerados pelo recurso subjacente e de restringir o 
acesso de terceiros a esses benefícios. 
 Benefícios Econômicos Futuros: receita da venda de produtos ou 
serviços. 
Para que um item seja classificado como "Ativo Intangível" exige-se que a 
entidade demonstre que ele atende: 
a. a "Definição" de Ativo Intangível (itens 8 a 17 do pronunciamento); e 
b. os critérios de "reconhecimento" (itens 21 a 23 do pronunciamento). 
Este requerimento é aplicável a custos incorridos inicialmente para adquirir ou 
gerar internamente um Ativo Intangível e aos custos incorridos posteriormente 
para acrescentar algo, substituir parte ou recolocá-lo em condições de uso. 
Portanto, podemos concluir que não são todos os ativos intangíveis que serão 
reconhecidos no balanço patrimonial. Vejamos quais são Esses critérios de 
reconhecimento: 
Um Ativo Intangível deve ser reconhecido apenas se: 
 
 
a. for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis 
ao ativo serão gerados em favor da entidade; e 
b. o custo do ativo possa ser mensurado com segurança. 
A entidade deve avaliar a probabilidade de geração dos benefícios 
econômicos futuros utilizando premissas razoáveis e comprováveis que 
representem a melhor estimativa da administração em relação ao conjunto de 
condições econômicas que existirão durante a vida útil do ativo. 
A entidade utiliza seu julgamento para avaliar o grau de certeza relacionado ao 
fluxo de benefícios econômicos futuros atribuíveis ao uso do ativo, com base 
nas evidências disponíveis no momento do reconhecimento inicial, dando 
maior peso às evidências externas. 
 
Ativo Intangível Gerado 
Internamente 
O CPC 04 informa que às vezes é difícil avaliar se um ativo intangível gerado 
internamente se qualifica para o reconhecimento, devido às dificuldades para: 
i) identificar se, e quando, existe um ativo identificável que gerará benefícios 
econômicos futuros esperados; e 
ii) determinar com confiabilidade o custo do ativo. Em alguns casos não é 
possível separar o custo incorrido com a geração interna de ativo intangível do 
 
 
custo da manutenção ou melhoria do ágio derivado da expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente ou com as operações 
regulares (do dia-a-dia) da entidade. 
Nesse sentido, o CPC 04 estabelece que, além de atender às exigências 
gerais de reconhecimento e mensuração inicial de ativo intangível, a 
entidade deve aplicar os requerimentos e orientações, a seguir, a todos 
os ativos intangíveis gerados. 
Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa deve ser reconhecido. Os 
gastos com pesquisa devem ser reconhecidos como despesa quando 
incorridos. 
O CPC 04 explica que durante a fase de pesquisa de projeto interno, a 
entidade não está apta a demonstrar a existência de ativo intangível que 
gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Portanto, tais gastos 
devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos. 
O CPC 04 destaca os seguintes exemplos de atividades de pesquisa: 
(a) atividades destinadas à obtenção de novo conhecimento; 
(b) busca avaliação e seleção final das aplicações dos resultados de pesquisa 
ou outros conhecimentos; 
(c) busca de alternativas para materiais, dispositivos, produtos, processos, 
sistemas ou serviços; e 
 
 
(d) formulação, projeto, avaliação e seleção final de alternativas possíveis para 
materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou 
aperfeiçoados. 
Já os gastos com desenvolvimento devem ser reconhecidos somente se a 
entidade puder demonstrar todos os aspectos enumerados a seguir: 
(a) viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja 
disponibilizado para uso ou venda; 
(b) intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo; 
(c) capacidade para usar ou vender o ativo intangível; 
(d) forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. 
Entre outros aspectos, a entidade deve demonstrar a existência de mercado 
para os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso 
esse se destine ao uso interno, a sua utilidade; 
(e) disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos 
adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo 
intangível; e 
(f) capacidade de mensurar com confiabilidadeos gastos atribuíveis ao ativo 
intangível durante seu desenvolvimento. 
 Observe que o objetivo dessas exigências estabelecidas pelo CPC 04 é 
identificar se o ativo intangível é capaz de gerar benefícios econômicos 
futuros. 
 
 
O CPC 04 destaca os seguintes exemplos de atividades de desenvolvimento: 
(a) projeto, construção e teste de protótipos e modelos pré-produção ou pré-
utilização; 
(b) projeto de ferramentas, gabaritos, moldes e matrizes que envolvam nova 
tecnologia; 
(c) projeto, construção e operação de fábrica-piloto, desde que já não esteja 
em escala economicamente viável para produção comercial; e 
(d) projeto, construção e teste da alternativa escolhida de materiais, 
dispositivos, produtos, processos, sistemas e serviços novos ou 
aperfeiçoados. 
Os critérios acima se aplicam à pesquisa e desenvolvimento internos. Se a 
empresa adquirir um projeto de pesquisa de outra empresa, deverá classificá-
lo como intangível. 
Atenção: marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens 
similares, gerados internamente, não devem ser reconhecidos como ativos 
intangíveis. 
 Ex: marca Coca Cola não pode ser registrada no Balanço da Coca Cola 
devido ao fato de a marca ter sido gerada pela própria Coca Cola. 
 
 
 Os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de 
clientes e outros itens similares não podem ser separados dos custos 
relacionados ao desenvolvimento do negócio como um todo. Dessa 
forma, esses itens não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis. 
 Agora, se a Coca Cola comprar, por exemplo, a “Guaraná Antártica”, o 
valor pago pela marca será ativado como um intangível, pois se trata de uma 
aquisição separada. Logo, a Companhia Coca-Cola pode mensurar com 
confiabilidade o valor pago pela marca e, portanto, atende ao critério de 
reconhecimento. 
Normalmente, o preço que a entidade paga para adquirir separadamente um 
ativo intangível reflete sua expectativa sobre a probabilidade de os benefícios 
econômicos futuros esperados, incorporados no ativo, serem gerados a seu 
favor. Em outras palavras, a entidade espera que haverá benefícios 
econômicos a seu favor, mesmo que haja incerteza em relação à época e ao 
valor desses benefícios econômicos. Portanto, a condição de probabilidade 
que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão 
gerados em favor da entidade é sempre considerada atendida para ativos 
intangíveis adquiridos separadamente. 
Além disso, o custo de ativo intangível adquirido em separado pode 
normalmente ser mensurado com confiabilidade, sobretudo quando o valor é 
pago em dinheiro ou com outros ativos monetários. 
 
 
 
Ágio Derivado da Expectativa de 
Rentabilidade Futura Gerado 
Internamente 
Nos termos do CPC 04, o ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura 
(goodwill) gerado internamente não deve ser reconhecido como ativo. 
 O CPC 04 explica que esse ágio não é reconhecido como ativo porque 
não é um recurso identificável (ou seja, não é separável nem advém de 
direitos contratuais ou outros direitos legais) controlado pela entidade que 
pode ser mensurado com confiabilidade ao custo. 
 Por fim, o Pronunciamento informa que as diferenças entre o valor justo 
da entidade e o valor contábil de seu patrimônio líquido, a qualquer momento, 
podem incluir uma série de fatores que afetam o valor justo da entidade. No 
entanto, essas diferenças não representam o custo dos ativos intangíveis 
controlados pela entidade. 
 
Vida Útil 
Segundo o CPC 04, vida útil é: 
 
 
(a) o período de tempo no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou 
(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a 
entidade espera obter pela utilização do ativo. 
Nos termos do CPC 04, a entidade deve avaliar se a vida útil de ativo 
intangível é definida ou indefinida e, no primeiro caso, a duração ou o volume 
de produção ou unidades semelhantes que formam essa vida útil. 
 A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um ativo intangível quando, 
com base na análise de todos os fatores relevantes, não existe um limite 
previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa 
líquidos positivos para a entidade. 
A contabilização de ativo intangível baseia-se na sua vida útil. Um ativo 
intangível com vida útil definida deve ser amortizado, enquanto a de um ativo 
intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado. 
Muitos fatores devem ser considerados na determinação da vida útil de ativo 
intangível, inclusive: 
(a) a utilização prevista de um ativo pela entidade e se o ativo pode ser 
gerenciado eficientemente por outra equipe de administração; 
(b) os ciclos de vida típicos dos produtos do ativo e as informações públicas 
sobre estimativas de vida útil de ativos semelhantes, utilizados de maneira 
semelhante; 
(c) obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo; 
 
 
(d) a estabilidade do setor em que o ativo opera e as mudanças na demanda 
de mercado para produtos ou serviços gerados pelo ativo; 
(e) medidas esperadas da concorrência ou de potenciais concorrentes; 
(f) o nível dos gastos de manutenção requerido para obter os benefícios 
econômicos futuros do ativo e a capacidade e a intenção da entidade para 
atingir tal nível; 
(g) o período de controle sobre o ativo e os limites legais ou similares para a 
sua utilização, tais como datas de vencimento dos arrendamentos/locações 
relacionados; e 
(h) se a vida útil do ativo depende da vida útil de outros ativos da entidade. 
O CPC 04 também destaca que podem existir tanto fatores econômicos como 
fatores legais influenciando a vida útil do ativo intangível. 
 Os fatores econômicos determinam o período durante o qual a entidade 
receberá benefícios econômicos futuros, enquanto os fatores legais podem 
restringir o período durante o qual a entidade controla o acesso a esses 
benefícios. Nesse sentido, a vida útil a ser considerada deve ser a menor dos 
períodos determinados por esses fatores. 
 Segundo o CPC 04, a existência dos seguintes fatores, entre outros, 
indica que a entidade está apta a renovar os direitos contratuais ou outros 
direitos legais sem custo significativo: 
 
 
(a) existem evidências, possivelmente com base na experiência, de que os 
direitos contratuais ou outros direitos legais serão renovados. Se a renovação 
depender de autorização de terceiros, devem ser incluídas evidências de que 
essa autorização será concedida; 
(b) existem evidências de que quaisquer condições necessárias para obter a 
renovação serão cumpridas; e 
(c) o custo de renovação para a entidade não é significativo se comparado aos 
benefícios econômicos futuros que se espera fluam para a entidade a partir 
dessa renovação. 
Caso esse custo seja significativo, quando comparado aos benefícios 
econômicos futuros esperados, o custo de “renovação” deve representar, em 
essência, o custo de aquisição de um novo ativo intangível na data da 
renovação. 
 
Amortização 
A amortização é a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de 
propriedade e quaisquer outros com existência ou exercício de duração 
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou 
contratualmente limitado. 
 A amortização segue a mesma lógica de contabilização da depreciação, 
porém, de aplicabilidade nos bens imateriais. Destaca-se que nem todos os 
 
 
bens do ativo intangível estão sujeitos à amortização. Assim, o fator que 
determina a aplicação ou não da amortização é a vida útil do intangível. 
Um ativo Intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado, enquanto 
aqueles com vida útil definida devem ser amortizados. Para os bens de vida 
útil indefinida aplica-se, no entanto, o teste de recuperabilidade, ao final de 
cada exercício social. 
Nos termos do CPC 04, o valoramortizável de ativo intangível com vida útil 
definida deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil 
estimada. 
 Início da amortização: a amortização deve ser iniciada a partir do 
momento em que o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se 
encontrar no local e nas condições necessárias para que possa funcionar da 
maneira pretendida pela administração. 
 Término da amortização: a amortização deve cessar na data em que o 
ativo é classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de 
ativos classificado como mantido para venda ou, ainda, na data em que ele é 
baixado, o que ocorrer primeiro. 
 
 
 
Mensuração 
Um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao custo. Assim, está 
claro que inicialmente o ativo intangível deve ser reconhecido pelo custo 
(incorrido). 
Após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser apresentado 
ao custo, menos a eventual amortização acumulada e a perdas acumuladas 
por impairment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA 05 – ATIVO IMOBILIZADO 
 
 
 
 
Introdução 
 Na maioria das empresas, o Ativo Imobilizado representa um 
significativo percentual do total do ativo, razão pela qual a gestão eficaz 
deste grupo patrimonial da empresa, se reveste de fundamental 
importância. 
 Estabelecer o adequado tratamento contábil para ativos imobilizados 
é o propósito do CPC 27(R4), de maneira que os usuários das 
demonstrações contábeis possam distinguir com clareza a informação 
sobre o investimento da entidade em seu ativo imobilizado, bem como suas 
alterações. Tópicos de extrema relevância a serem considerados, quando 
do registro contábil do ativo imobilizado são o reconhecimento dos ativos, a 
determinação de seus valores contábeis, os valores de depreciação e 
perdas por desvalorização a serem reconhecidos, relacionados a estes 
itens. 
 Neste contexto, o estudo tem por finalidade evidenciar e apresentar 
as determinações do CPC 27 (R4) - Imobilizado, para que se tenha a 
compreensão do adequado tratamento do registro contábil do Ativo 
Imobilizado nas entidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Objetivo, alcance e definições do CPC 27 (R4) 
 O CPC 27 (R4) apresenta, inicialmente, seu objetivo, alcance e definições que 
vão nortear as entidades para a correta aplicação da norma no registro contábil deste 
ativo, permitindo aos usuários das informações contábeis o discernimento da informação 
sobre o investimento da entidade em seus ativos imobilizados. 
a) Objetivo 
 Em seu item 1(um), o CPC 27 (R4), define que o objetivo da norma é: 
 
O objetivo desta Norma é estabelecer o tratamento contábil para ativos 
imobilizados, de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam 
discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos 
imobilizados, bem como suas mutações. Os principais pontos a serem 
considerados na contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos 
ativos, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e 
perdas por desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos. 
 
 Assim, a norma supracitada defende que os usuários das informações contábeis 
tenham acesso às informações sobre o ativo imobilizado da entidade, que lhes permita a 
perceber a extensão dos investimentos neste item patrimonial. 
b) Alcance 
 O item 2 (dois) do CPC 27 (R4) determina que a norma deve ser aplicada 
quando do registro contábil de ativos imobilizados, à exceção da exigência de outra 
norma que permita tratamento contábil diferente. Esclarece, ainda, em quais situações não 
deve ser utilizada. 
c) Definições 
 
 Estabelecendo os termos e os significados específicos, O CPC 27 (R4) em 
seu item 6 (seis): 
a) planta portadora é uma planta viva que: 
 
 - é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas; 
- é cultivada para produzir frutos por mais de um período; 
- tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola, exceto 
para eventual venda como sucata. 
 
 
b) valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da 
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas. 
c) custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de 
qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou 
construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando 
inicialmente reconhecido de acordo com as disposições específicas de outras 
normas, como, por exemplo, o CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações. 
d) valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, 
menos o seu valor residual. 
e) depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao 
longo da sua vida útil. 
 
f) valor específico para a entidade (valor em uso) é o valor presente dos fluxos 
de caixa que a entidade espera (i) obter com o uso contínuo de um ativo e com a 
alienação ao final da sua vida útil ou (ii) incorrer para a liquidação de um passivo. 
g) valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria 
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre 
participantes do mercado na data de mensuração 
h) perda por redução ao valor recuperável é o valor pelo qual o valor contábil de 
um ativo ou de uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável. 
i) ativo imobilizado é o item tangível que: 
- é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, 
para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e 
- se espera utilizar por mais de um período. 
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os 
riscos e o controle desses bens. 
 
j) valor recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda 
de um ativo e seu valor em uso 
 
k) valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a 
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já 
tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil. 
 
l) vida útil é: - o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o 
ativo; ou o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a 
entidade espera obter pela utilização do ativo. 
 
2 Reconhecimento, custos iniciais e custos subsequentes 
 
 Destaca o CPC 27 (R4) que o custo de um item de ativo imobilizado deve ser 
reconhecido como ativo se, e tão somente se: 
 
 
a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão 
para a entidade; e 
b) o custo do item puder ser mensurado confiavelmente. 
 A mesma norma determina que sobressalentes, peças de reposição, ferramentas 
de uso interno serão classificados como ativo imobilizados quando a entidade espera 
usá-los por mais de um período. Se sua utilização acontecer somente relacionada com 
itens do ativo imobilizado, o registro contábil do item também deve ser como imobilizado. 
 O CPC 27 (R4) ressalta que não determina a unidade de medida para o 
reconhecimento de um item do imobilizado, sendo necessário exercer o julgamento, 
quando da aplicação dos critérios de reconhecimento, considerando as especifidades da 
entidade. Define ainda que, a entidade deve avaliar segundo esse princípio de 
reconhecimento os custos de ativos imobilizados no momento em que são incorridos. Os 
referidos custos incluem custos incorridos inicialmente para a aquisição ou construção 
de um item do ativo imobilizado e os custos posteriores para renovar, substituir partes ou 
mesmo os custos de manutenção desse item do imobilizado. 
 
2.1 Custos iniciais e custos subsequentes 
 
 Esclarece a norma que itens do ativo imobilizado podem ter sua aquisição 
relacionada a razões de segurança ou ambientais.

Outros materiais