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GERÊNCIA DE PROJETOS: INICIAÇÃO E PLANEJAMENTO APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Professor Esp. Lucas Farias Vieira ● Especialista em Controladoria e Custos (UniFatecie). ● Bacharel em Ciências Contábeis (UniFatecie). ● Professor Formador EAD - UniFatecie. Ampla experiência como professor tutor, mediador e conteudista. Na área empresarial, atuou como Encarregado de Certificação, com vasta conhecimentos em processos de auditorias externas para Certificação e Recertificação dos selos: Forest Stewardhip Council – FSC (Empresa Certificadora Control Union), Qualidade de Produto (Empresa Certificadora Certa Qualidade), Pintura em Superfície Metálica (Empresa Certificadora Instituto Falcão Bauer) e Ecolabelling - Rótulo Ecológico (Instituto Falcão Bauer). Atuou também com consultorias e assessorias empresariais com foco na contabilidade gerencial, redução de custos e precificação, além de desempenhar função de Encarregado de Compras e Suprimentos em indústrias do setor moveleiro no Noroeste do Paraná. #CURRÍCULO LATTES# http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8984174J8 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8984174J8 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Olá Aluno(a). Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre os conceitos acerca da Gestão de Projetos, onde aprofundaremos um pouco mais sobre gerência de projetos, planejamento e gerência de projeto de software, a qualidade de software, e por fim, o monitoramento na gerência de projetos. Deste modo, na Unidade I começaremos a nossa jornada pela contextualização e conceituação sobre Gestão de Projetos. Veremos também a metodologia do planejamento e gestão de projetos, as áreas do conhecimento com base no Guia PMBOK, e, por fim, a iniciação e planejamento de projetos de software. Já na Unidade II, você mergulhará no planejamento e gerência de projetos de software, onde estudaremos sobre o termo de abertura e identificação de partes interessadas, definição de escopo, EAP e atividades, estimativa de recursos e desenvolvimento de cronograma, e estimativa de custos e orçamentação. Na Unidade III, vamos ampliar nossos conhecimentos sobre a qualidade. Assim, veremos sobre o planejamento da qualidade, planejamento de recursos humanos, planejamento de comunicação, planejamento de riscos, planejamento de aquisições, e o uso de ferramenta computacional para o planejamento. Por fim, na Unidade IV, o foco é trazido para o monitoramento na gerência de projeto. Deste modo, veremos os grupos de processo, execução, monitoramento & controle, e encerramento, veremos sobre a execução de um projeto, controle de mudanças, processo de encerramento e as ferramentas Scrum; CMMI e MPS.BR. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! UNIDADE I – GERÊNCIA DE PROJETOS Professor Especialista Lucas Farias Vieira Plano de Estudo: ● Contextualização e Conceituação sobre Gestão de Projetos; ● Metodologia do planejamento e gestão de projetos; ● Áreas do conhecimento com base no Guia PMBOK; ● Iniciação e Planejamento de projetos de Software. Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer os principais conceitos sobre gestão de projetos; ● Discutir sobre a metodologia do processo de planejamento em gestão de projetos; ● Conhecer os impactos da gestão de projetos aplicada em projetos de software. INTRODUÇÃO Olá Cara(o) Aluna(o)! A Gestão de Projetos é uma área do conhecimento que pode ser aplicada em diversos contextos e cenários. Você pode encontrar a gestão de projetos na construção civil, no setor automobilístico, em indústrias dos diversos setores da economia, e até mesmo no mercado de softwares. Deste modo, eu pergunto a você caro(a) aluno(a): afinal, você sabe o que é a Gestão de Projetos e como ela pode ser aplicada? Nesta primeira unidade da nossa disciplina, iremos conhecer a área de conhecimento da Gestão de Projetos. Em primeiro momento, vamos entender os conceitos necessários referente ao tema; em diante, compreenderemos sobre as metodologias da gestão de projetos, utilizando como base o Guia PMBOK (que é um conjunto de práticas na gestão de projetos, considerado a base do conhecimento sobre gestão de projetos por profissionais da área), assim, buscaremos entender como deve ser elaborado um projeto para que ele seja eficiente e eficaz quanto aos seus objetivos. Ainda nesta unidade, veremos que dentro de um projeto há uma série de atividades que precisam ser executadas, que devem ser previamente planejadas, controladas e monitoradas antes e durante a sua execução. Sendo assim, vamos aprofundar nos grupos de processos, e sua função e importância para o contexto geral de um projeto. Por fim, nesta unidade vamos abordar a iniciação e planejamento de projetos de software. Assim, voltaremos o foco para os processos de software, com suas particularidades e características. Venha comigo! 1 CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITUAÇÃO SOBRE GESTÃO DE PROJETOS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/professional-project-manager-icons- about-planning-1335698219 Caro(a) aluno(a), quando alguém utiliza o termo “projeto”, o que vem a sua mente? Sem dúvida, o termo projeto é muito utilizado em nosso cotidiano, e é também aplicado nas diversas áreas do conhecimento, tais como engenharias, administração, contabilidade, análise e desenvolvimento de sistemas, entre tantas outras. Deste modo, imagine o seguinte: você e seu amigo irão fazer um bolo de chocolate, ambos receberam os mesmos ingredientes, a mesma receita, o mesmo tempo para a preparação, mesmo forno, enfim, as mesmas condições foram postas a vocês. Você acredita que sairá o mesmo resultado? Certamente não, mesmo com as condições iguais é possível que saia um resultado diferente, visto que cada um terá uma maneira de executar o ‘projeto’. Não obstante, em um mercado cada vez mais competitivo e acirrado, que tem levado as organizações a viverem em permanente estado de mudança, percebe-se https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/professional-project-manager-icons-about-planning-1335698219 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/professional-project-manager-icons-about-planning-1335698219 que nos últimos anos, especialmente no Brasil, há uma busca incessante das empresas no uso de melhores práticas de gerenciamento de projetos. Assim, por projeto, podemos entender como um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Assim, necessita de objetivos claros, medidas de resultados, datas e cronogramas que atendam aos requisitos negociados e explícitos dos envolvidos (stakeholders). De acordo com o Guia PMBOK, que é o guia das melhores práticas do gerenciamento de projetos, “projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (XAVIER CARLOS; XAVIER LUIZ FERNANDO; REINERT; STOECKICHT, 2014). Assim, podemos entender o projeto como um processo único, que consiste em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término. Deste modo, perceba que um projeto se caracteriza por três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. Deste modo, o quadro abaixo apresenta de forma resumida as características de um projeto. Quadro 01– Características de um projeto Fonte: Adaptação de Xavier Carlos; Xavier Luiz Fernando; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 08) Neste sentido, quem pensa em gerir um projeto deve ter em mente que comandar um projeto é realizar a administração prática e realista de elementos em Temporário Único Progressivo Todo projeto tem início, meio e fim. O produto ou serviço gerado é diferente. As características do projeto são mais detalhadas à medida que em que é maior o entendimento do produto ou serviço. prol de um objetivo comum, que pode ser a construção de um imóvel, o desenvolvimento de um sistema, a construção de um modelo novo de carro, etc. Em suma, gerir um projeto é alocar recursos necessários (material, pessoas, financeiro) para tal e se planejar de alguma forma; é administrar. É fato que os projetos ocorrem em praticamente todas as empresas e em todas as suas áreas e níveis, gerando produtos e/ou serviços para clientes internos e/ou externos. Como exemplo de projetos, de acordo com Xavier Carlos; Xavier Luiz Fernando; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 08), podemos citar: ● Lançamento de um novo produto ou serviço; ● Construção de uma garagem; ● Desenvolvimento de um software; ● Implantação de uma nova tecnologia; ● Realização de uma viagem; ● Publicação de um livro; ● Organização de um evento (festa, reunião, congresso, torneio esportivo etc.); ● Planejamento e implementação de uma mudança organizacional; ● Pesquisa de um novo produto; ● Construção de um edifício; ● Implantação de um novo treinamento para os funcionários. Ainda assim, é importante ficar claro que a Gestão de Projetos visa otimizar o tempo, o custo e a qualidade de um projeto, buscando maneiras efetivas de se atingir um objetivo (GAUTHIER; IKA, 2012 apud DIAS; GONZALEZ; GUIMARÃES, 2017, p. 02), utilizando um tempo determinado, assim como orçamento e características previamente estabelecidas. Deste modo, podemos afirmar que a gestão de projetos destaca-se pelos seguintes benefícios/características: I. Simplicidade de propósito: um projeto deve possuir metas e objetivos facilmente compreendidos. II. Clareza de propósito: o projeto pode ser descrito claramente em poucos termos: objetivos, escopo, limitações, recursos, administração, qualidade de resultados e assim por diante. III. Controle independente: pode ser protegido do mercado ou de outras flutuações que afetam operações rotineiras. IV. Facilidade de mediação: o andamento do projeto pode ser monitorado por meio de sua comparação com metas e padrões (indicadores) definidos de desempenho. V. Flexibilidade de Emprego: a administração do projeto pode empregar especialistas e peritos de alto padrão por períodos limitados, sem prejudicar os arranjos de longo prazo na lotação de cargos. VI. Conduz à motivação e moral da equipe: a novidade e o interesse específico do trabalho do projeto devem ser atraentes às pessoas e leva à formação de equipes entusiásticas e automotivadas. VII. Sensibilidade ao estilo de administração e liderança: embora às vezes capazes de autogestão, as equipes de especialistas automotivadas reagem criticamente a certos estilos de liderança. VIII. Útil ao desenvolvimento individual: trabalhar com uma equipe eficiente favorece o desenvolvimento acelerado e a capacitação pessoal. IX. Favorece a discrição e a segurança: os projetos podem ser protegidos de ação hostil ou atividade de informação para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança de produtos sensíveis ao mercado ou de alto valor. X. Mobilidade: os projetos podem ser executados em locais remotos, países estrangeiros e assim por diante; são independentes. XI. Facilidade de distribuição: a administração ou condução de um projeto inteiro pode ficar livre de contrato, como, por exemplo, em um acordo BOT de construção, operação e transferência (KEELLING, 2002). Caro(a) aluno(a), já deve ter ficado claro para você que projeto e processos são diferentes, embora possuam algumas características similares. Repare no quadro abaixo as principais similaridades e convergências relacionadas aos termos. Quadro 02 –Projetos x Processos Operacionais Trabalho nas organizações Tipos Operações/Processos Projetos Similaridades Realizados por pessoas; Limitados aos recursos disponíveis; Planejados, executados e controlados. Diferenças Contínuo e repetitivo Temporários e únicos Fonte: Adaptação de Xavier Carlos; Xavier Luiz Fernando; Reinert; Stoeckicht (2014, p. 09) Assim, a Gestão de Projetos é uma técnica que pode ser utilizada de diversas formas em diferentes setores e tipos de organizações. No ramo da pesquisa e do desenvolvimento, ferramentas e técnicas são utilizadas e implementadas para realizar projetos mais complexos de desenvolvimento de produtos, de maneira efetiva. Na área da construção civil, a Gestão de Projetos é utilizada como ferramenta de planejamento, gestão e controle dos projetos. No campo da engenharia, utiliza-se cronograma de projetos e métodos quantitativos com o objetivo de alcançar maior produtividade dentro dos sistemas manufaturados (KWAK; ANBARI, 2009 apud DIAS; GONZALEZ; GUIMARÃES, 2017, p. 02). REFLITA O que é sucesso em um projeto? As respostas variam bastante, mas a tendência é que as melhores sempre variem entre algumas opções, especialmente quanto ao atendimento da Tripla Restrição. A Tripla Restrição é um conceito que diz que existem 'dimensões' do projeto que não podem ser alteradas sem afetar as demais dimensões. Por exemplo, não é possível diminuir o prazo pela metade e entregar o mesmo escopo, com o mesmo custo (e com a mesma qualidade). O mesmo é válido para as demais dimensões. Ao conhecer a Tripla Restrição, as pessoas adquirem a tendência de atribuir sucesso a um projeto se este atender a todas as restrições, ou seja, terminar no prazo, dentro do custo orçado e entregando o escopo esperado. Correta? Apenas parcialmente. Um projeto sempre é uma iniciativa que existe para resolver um problema de alguém. O dono do problema chama-se "parte interessada", (é uma das muitas que um projeto tem). Muitas vezes, um projeto entrega o que estava previsto, mas a parte interessada descobre que o seu problema não foi resolvido. O projeto teve sucesso? No meu entendimento, a resposta é clara: não! A grande questão é que o escopo deve então resolver o problema. Mas não queremos apenas resolver o problema. Queremos fazer isto gastando o valor pretendido, dentro de um prazo adequado. Se não for assim, é possível que criemos outros problemas. Dessa forma, “resolver o problema" é obtido através dos resultados que o projeto gera e que, muitas vezes, não são automáticos. A isso, eu chamo de benefícios. Assim, atender à expectativa das partes interessadas, resolvendo o problema esperado, é fundamental para o sucesso do projeto. É adequado fazer isso gastando mais, demorando mais, entregando apenas uma parte do escopo e sem a qualidade esperada? É óbvio que não. Sendo assim, a fórmula do sucesso em um projeto é muito simples. Atenda às restrições e gere os benefícios esperados: S = B + R. Fonte: Vignochi (2017, p. 133). #REFLITA# 2 METODOLOGIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PROJETOS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/businesswoman-write- business-plan-idea-strategy-1670341933 O Gerenciamento de Projetos (GP) é um ramo da Ciência da Administração que trata da iniciação, do planejamento, da execução, do monitoramento, do controle e do fechamento de projetos. Assim sendo, o Gerenciamento de Projetos envolve a aplicação de conhecimento, técnicas, ferramentas e habilidades às atividades do projeto, a fim de atender aos seus requisitos. Sua aplicação ao longo de todo o trabalho permite a avaliação do desempenho, o aprendizado contínuo e a antecipação do desempenho futuro comrazoável confiabilidade. Portanto, podemos dizer que o gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do projeto (XAVIER CARLOS; XAVIER LUIZ FERNANDO; REINERT; STOECKICHT, 2014). As características e circunstâncias específicas do projeto podem influenciar as restrições nas quais a equipe de gerenciamento do projeto precisa se concentrar. Esses fatores estão relacionados de tal forma que se algum deles mudar, pelo menos um outro fator provavelmente será afetado. Imagine por exemplo se o cronograma for abreviado, muitas vezes o orçamento precisará ser ajustado para incluir recursos adicionais a fim de concluir a mesma quantidade de trabalho em menos tempo. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/businesswoman-write-business-plan-idea-strategy-1670341933 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/businesswoman-write-business-plan-idea-strategy-1670341933 Deste modo, se não for possível um aumento no orçamento, o escopo ou a qualidade do projeto poderão ser reduzidos para entregar o produto do projeto em menos tempo, com o mesmo orçamento. Portanto, devido a potenciais mudanças, o desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto é uma atividade elaborada de forma progressiva e interativa ao longo do ciclo de vida do projeto. No que tange ao planejamento, consiste em uma prática administrativa que procura ordenar as ideias das pessoas, de forma que seja possível criar uma visão do caminho que deve ser seguido (estratégia) e, também, ordenar as ações que serão realizadas através do plano estratégico, permitindo o alcance da visão de futuro. Ainda assim, é importante frisarmos que a fase de planejamento de um projeto é a etapa responsável pelo detalhamento de tudo aquilo que será realizado pelo projeto, incluindo cronogramas, interdependências entre atividades, alocação dos recursos envolvidos, análise de custos etc., para que, no final desta etapa, ele esteja suficientemente detalhado para ser executado sem dificuldades e imprevistos (LEANDRO, 2012, p. 42). No entanto, dentro do período de um projeto são identificadas duas fases perfeitamente distintas do projeto, sendo a fase de planejamento e a fase de execução. Na etapa de planejamento deve-se definir os objetivos do projeto, sua forma de evolução e as providências necessárias para materializá-lo a partir da situação atual para a situação desejada (produto/ serviço), especificando as oportunidades de comprometimento e participação. Esta fase se encerra com a elaboração e aprovação do plano do projeto, que refere-se a uma linha de ação predeterminada, planejada. No plano de projeto é evidenciado como evoluirá a fase de execução. Durante o planejamento, o escopo é definido e descrito com maior especificidade conforme as informações a respeito do projeto são conhecidas (ENAP, 2014). Em seguida, com a aprovação do plano do projeto, inicia-se então a fase de execução das atividades. Repare que agora, na fase de execução, todas as atividades de planejamento já foram realizadas, restando agora a materialização do que já foi planejado. 3 ÁREAS DO CONHECIMENTO COM BASE NO GUIA PMBOK Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/back-view-businessman-on- rooftop-managing-558833797 As diretrizes fornecidas pelo PMBOK para o gerenciamento de projetos fundamentam-se não apenas em conceitos e definições teóricas, mas na exposição de boas práticas usadas por profissionais pioneiros na área de gerenciamento de projetos. Para o gerenciamento de projetos, com a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, com o objetivo de atender aos anseios e propósitos para o qual ele está sendo executado, o Guia PMBOK propõe dez áreas de conhecimento: escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, risco, aquisições, stakeholders e integração, sendo esta a responsável pela consistência do gerenciamento. Quadro 03 – As áreas de conhecimento do Gerenciamento de Projetos https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/back-view-businessman-on-rooftop-managing-558833797 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/back-view-businessman-on-rooftop-managing-558833797 Fonte: D’Ávila (2006). I. Gerenciamento de integração do projeto: são os processos que integram os diversos elementos do gerenciamento de projetos, que são identificados, definidos, combinados, unificados e coordenados dentro dos grupos de processos e gerenciamento de projetos. II. Gerenciamento do escopo do projeto: são os processos envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e apenas o trabalho necessário, para que seja concluído com sucesso. III. Gerenciamento de tempo do projeto: são os processos necessários para que ocorra o término do projeto no prazo correto. IV. Gerenciamento de custos do projeto: são os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. V. Gerenciamento da qualidade do projeto: são os processos envolvidos na garantia de que o projeto irá satisfazer aos objetivos para os quais foram realizados. VI. Gerenciamento de recursos humanos no projeto: são os processos que organizam e gerenciam as pessoas (capital humano) envolvido no projeto. VII. Gerenciamento das comunicações do projeto: são os processos referentes à geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das informações pertinentes ao projeto de forma oportuna e adequada. VIII. Gerenciamento de risco do projeto: são os processos relativos à realização do controle e gerenciamento das ameaças e oportunidades em um projeto. IX. Gerenciamento de aquisições do projeto: são os processos referentes às compras e aquisições de produtos, serviços ou resultados, além dos necessários ao gerenciamento de contratos. X. Gerenciamento de stakeholders do projeto: são os processos necessários para que sejam gerenciadas as pessoas e os grupos envolvidos, impactados ou afetados pelo projeto (pessoas envolvidas). Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são os principais determinantes para o objetivo de um projeto: entregar um resultado de acordo com o escopo, no prazo e no custo definidos, com qualidade adequada. Já os recursos Humanos e Aquisições são os insumos para produzir o trabalho do projeto. Comunicações, Partes interessadas e Riscos devem ser continuamente tratados para manter as expectativas e as incertezas sob controle, assim como o projeto no rumo certo. Por fim, a Integração abrange a orquestração de todos estes aspectos. 4 INICIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming- coding-technologies-website-design-613464041 Lidar com equipes e com ambiente corporativo diverso, visando desenvolvimento de (novos) sistemas ou produtos de software, requer uma habilidade que combina arte e ciência e a isso se denomina gestão de projetos (de software) (PORTAL DEVMEDIA, ONLINE, 2009). Deste modo, como já vimos, planejar é uma maneira de prever o futuro, e assim, minimizar, de maneira lógica, os imprevistos decorrentes da execução de qualquer atividade. Qualquer que seja o tipo de projeto com o qual você esteja envolvido, o plano de projeto é um documento essencial o qual o gerente de projeto “vive e respira” ao longo de todo o projeto, pois é através do plano de projeto que se executa e acompanha uma linha de ação predeterminada, planejada. No plano de projeto é evidenciado como evoluirá a fase de execução (PORTAL DEVMEDIA, ONLINE, 2009). Além disso, é obrigatório o desenvolvimento e manutenção do plano de projeto. Ele define os marcos de projeto e as principais atividades necessárias à execução do https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming-coding-technologies-website-design-613464041https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming-coding-technologies-website-design-613464041 projeto. Define também a data de cada marco de projeto, as atividades associadas, os artefatos gerados e respectivos responsáveis. Deste modo, o processo gerencial, também denominado de funções da administração (planejamento, organização, direção e controle), pode ser muito facilitado quando os softwares ou sistemas de informação são efetivos, objetivos, diretos, modernos e direcionados a auxiliar na tomada de decisão. Neste cenário, quanto às funções de planejamento, organização, direção e controle, o quadro abaixo apresenta as principais atribuições e definições quanto a essas funções. Quadro 04 - Funções de planejamento, organização, direção e controle Planejamento Desenvolver alternativas e escolher uma entre as alternativas identificadas, à luz das premissas que as envolvem, tendo em vista a consecução de determinado objetivo futuro, utilizando-se de instrumentos e respectivos recursos. [...] para a aplicação no desenvolvimento de sistemas de informação, deve-se utilizar uma metodologia estruturada de projeto, onde é planejado todo o seu roteiro de desenvolvimento, com fases, subfases, produtos, equipe etc., cada atividade desta com suas respectivas atividades organizadas. Com relação às atividades de sistemas e software, o planejamento deve abranger os níveis estratégicos, tático (ou gerencial) e operacional da organização. Todo e qualquer planejamento deve abranger um plano de trabalho. Organização Consiste em determinar as atividades especificas necessárias ao alcance dos objetivos planejados (especialização), em agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização) e em designar as atividades às especificas posições e pessoas (cargos e tarefas). Para aplicação no desenvolvimento de sistema de informação, também se deve utilizar uma metodologia estruturada de projeto para sua organização de construção. [...] com relação às atividades de sistemas e software, devem ser organizadas as atividades de toda a Unidade de Informática, da equipe, de forma coletiva e individual, agrupando processos e atividades, embasadas em metodologias de trabalho. Direção Pressupõe a habilidade para integrar funções operacionais e gerenciais, como a capacidade de obtenção de resultados por meio de pessoas, onde surge a interação direta entre gestores e executores, envolvendo liderança e motivação. A direção está relacionada com a ação, com o colocar-se em marcha, e tem muito a ver com as pessoas. [...] Para aplicação no desenvolvimento de sistemas de informação e com relação as atividades de software, deve-se utilizar o direcionamento e a orientação na execução das fases da metodologia estruturada de projeto onde são gerados os respectivos produtos e envolvidas as pessoas, responsabilidades por atividades e direção de recursos diversos pertinentes, principalmente treinando e acompanhando todos. Aplicado na utilização de sistemas e softwares, deve-se também direcionar seu uso correto, possibilitando orientações para geração de informações úteis, precisas e efetivas. Controle Revela a condição de avaliar se o esforço de planejamento está de acordo com os resultados práticos obtidos e os decorrentes da execução que devem ser constantemente avaliados, bem como identificar os desvios que devem ser corrigidos, replanejados ou ajustados. A finalidade do controle é assegurar que os resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os objetivos ou resultados desejados, gerando os seus respectivos retornos (feedbacks). [...] Para aplicação no desenvolvimento de sistemas de informação e nas atividades de software, deve-se utilizar o controle da execução das atividades da metodologia estruturada de projeto onde são gerados os respectivos produtos, verificando as ações das pessoas, das responsabilidades por atividades e dos recursos diversos necessários. [...] Para utilização de sistemas e softwares deve-se também controlar o acesso às informações, seu uso correto, avaliando distorções e resultado de seus produtos. Fonte: Adaptação de Rezende (2005, p. 66 - 67). Sendo assim, quando se discute sobre a gestão de software, podemos entendê-la como a primeira camada da Engenharia de Software, porque abrange todo o processo de desenvolvimento, do seu início ao fim. Todavia, a aplicação dos conhecimentos requer a adoção eficaz de processos apropriados. Cada área de conhecimento abrange diversos processos no gerenciamento de projetos. Neste sentido, o projeto divide-se em fases que compreendem um conjunto de atividades interdependentes de modo a se obter um controle melhor e criar uma interdependência entre as atividades, constituindo o ciclo de vida do projeto. O ciclo de vida define, para cada fase, as técnicas que serão utilizadas e as pessoas envolvidas (MOLINARI, 2010). Assim, em um projeto tipicamente padrão temos 04 fases principais: iniciação, planejamento, implementação ou execução e encerramento. Quadro 05 – Fases de um projeto Fonte: Elaboração do autor. A primeira fase do ciclo de vida do projeto é a fase de Iniciação, ela é o ponto inicial dos projetos. Nesta etapa devem ser definidos os objetivos preliminares e o custo-benefício entre outros pontos do projeto. Ainda nesta fase o objetivo ou necessidade do projeto é identificado, podendo ser um problema ou uma oportunidade comercial. Na fase de Iniciação devem ser executadas algumas tarefas, como por exemplo: a identificação de necessidade e/ou oportunidade; tradução dessas necessidades e/ou oportunidades em um problema; equacionamento e definição do problema; determinação dos objetivos e metas a serem alcançadas; análise do ambiente do problema; análise das potencialidades ou recursos disponíveis; avaliação da viabilidade de atingimento dos objetivos; levantamento ou estimativa dos recursos necessários; elaboração da proposta do projeto; apresentação da proposta e venda da ideia; avaliação e seleção com base na proposta submetida; e decisão quanto à execução do projeto (MENEZES, 2009). Em sequência, a segunda fase, denominada de Planejamento, envolve a definição de uma metodologia de Gestão de Projetos a ser utilizada. Na prática, isso significa escolher as melhores estratégias tendo em vista os recursos mobilizados e os objetivos que devem ser perseguidos, juntamente com a estratégia para produzi- los. Isso também é referido como “gerenciamento de escopo” (CAMARGO, 2019). Ainda assim, vale ressaltar que a fase do planejamento inicia-se com uma ideia ou um conceito já definido no estágio anterior, nesse ponto essa ideia deve ser revisada e aprofundada, junto com o levantamento prévio de materiais, recursos humanos e a programação de atividades do projeto. Iniciação Planejamento Implementação/Ex ecução Conclusão Já na fase de Implementação/ Execução ocorre, de fato, a execução de todas as ações programadas na fase anterior e junto com isso são controlados os recursos e o tempo de execução para que esse projeto não saia do que foi planejado (KEELLING, 2002). Durante esta fase do projeto, as pessoas estão realizando as tarefas e as informações de progresso estão sendo relatadas através de reuniões regulares da equipe. O gerente do projeto usa essas informações para manter o controle sobre a direção do projeto, comparando os relatórios de progresso com o plano do projeto para medir o desempenho das atividades do projeto e tomar medidas corretivas conforme necessário. Nesta fase ocorre a realização de algumas etapas, tais como: a execução das etapas previstas e programadas; ativa-se a comunicaçãoentre os membros da equipe do projeto; utilizam-se os recursos humanos e materiais, sempre que possível dentro do que foi programado (quantidade e períodos de utilização); e efetuam-se as programações no projeto segundo seu status que é adotando os planos e programas iniciais como diretrizes eventualmente, mutáveis (MENEZES, 2009). Por fim, no último estágio do ciclo de vida de um projeto, denominado de Conclusão, na qual é o momento de entregar as atividades, encerrar contas bancárias, devolver maquinário e prestar as contas de encerramento do projeto. Entretanto, a gestão de um projeto de software bem-sucedido compreende o escopo do trabalho (abrangência, amplitude, objetivos) a ser realizado, os riscos em que se incorre em custos e benefícios; os recursos exigidos e respectivas responsabilidades; as tarefas a serem executadas; os marcos de referência a serem acompanhados (pontos de revisão, aprovação, com seus respectivos produtos); o esforço e custo despendido e a programação a ser seguida (FERNANDES, 1995 apud REZENDE, 2005). SAIBA MAIS Diferença do Ciclo de vida de um projeto e de um produto Muitos gestores, em diferentes ramos de negócios, têm dificuldades para distinguir o ciclo de vida de um projeto do ciclo de vida de um produto. Isso decorre de um problema relacionado à visualização da duração de cada ciclo. O ciclo de vida de um produto não tem fim, ao passo que o ciclo de um projeto tem prazo determinado para ser concluído. Além disso, é importante entender que o ciclo do projeto está referenciado em uma etapa específica de uma cadeia produtiva. Vejamos um exemplo relacionado à produção de um determinado produto — como uma nova marca de xampu. Uma empresa que produza e comercialize esse produto precisa dominar e dedicar-se a uma série de operações, como: ● adequação às exigências de agências reguladoras; ● testes para se verificar a qualidade dos produtos produzidos; ● pesquisas de mercado para entender qual é a demanda do consumidor; ● estratégias de marketing para apresentação da marca; ● produção e fabricação do xampu. O ciclo de vida do produto diz respeito a todas as etapas descritas. O ciclo do projeto, por sua vez, está relacionado a apenas uma dessas etapas. Imagine, por exemplo, um projeto voltado a reestruturar o setor de marketing dessa empresa. Nesse ciclo, as ações estarão circunscritas àquele setor e pouco ou nada terão a ver com atividades que não sejam ligadas ao marketing. Implementadas as estratégias de reestruturação, o ciclo do projeto terá sido concluído. Por outro lado, o ciclo de vida do produto permanecerá existindo, uma vez que o xampu não deixará de ser fabricado. Fonte: Portal Artia, 2020. Ciclo de vida de um projeto. Disponível em: https://artia.com/blog/ciclo-de- vida-de-um-projeto/. Acesso em: 27/04/2021. #SAIBA MAIS# CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), Nesta unidade foi apresentado a você os principais aspectos conceituais sobre os temas projeto e gestão de projetos. Em primeiro momento, entendemos os conceitos necessários referente ao tema; em diante, compreenderemos sobre as metodologias da gestão de projetos, utilizando como base o Guia PMBOK (que é um conjunto de práticas na gestão de projetos, considerado a base do conhecimento sobre gestão de projetos por profissionais da área). Assim, você já deve ter compreendido que um projeto um projeto se caracteriza por três características essenciais: ser único, temporário e progressivo. Ainda assim, um projeto é composto por fases essenciais, sendo a iniciação, o planejamento, a implementação ou execução e, por fim, o encerramento. Um projeto há uma série de atividades que precisam ser executadas, que devem ser previamente planejadas, controladas e monitoradas antes e durante a sua execução. Sendo assim, vimos a iniciação e planejamento de projetos de software. Qualquer que seja o tipo de projeto com o qual você esteja envolvido, o plano de projeto é um documento essencial o qual o gerente de projeto “vive e respira” ao longo de todo o projeto, pois é através do plano de projeto que se executa e acompanha uma linha de ação predeterminada, planejada. No plano de projeto é evidenciado como evoluirá a fase de execução (PORTAL DEVMEDIA, ONLINE, 2009). Deste modo, te aguardo no próximo capítulo para aprofundarmos ainda mais nosso conhecimento. Nos vemos no próximo capítulo! LIVRO Título: Fundamentos em Gestão de Projetos: Construindo competências para gerenciar projetos Autor: Marly Monteiro de Carvalho; Roque Rabechini Júnior Editora: Atlas; 4ª edição (3 junho 2015) Sinopse: Este livro apresenta um recorte que o difere dos demais publicados neste campo de estudo. Sem deixar de abordar as práticas gerenciais adotadas na última versão do PMBOK (Project Management Body of Knowledge), o texto enfatiza a importância do gerenciamento de projetos em termos organizacionais. Ou seja, dedica boa parte de seu conteúdo na apresentação e no estudo de temas como: maturidade, competências em gerenciamento de projetos, bem como carteira (portfólio) de projetos, estruturas e estratégias organizacionais. A obra, também, dá uma contribuição bastante significativa aos alunos e profissionais da área de gerenciamento de projetos, pois se propõe a discutir casos reais e fictícios de empresas, além de apresentar uma série de exercícios, que podem ser desenvolvidos nos mais diferentes níveis de treinamento. Livro-texto para as disciplinas de Gestão de Projetos dos cursos de Engenharia de Produção e de Administração de Empresas. Obra recomendada também para cursos de especialização e MBA. FILME/VÍDEO Título: A grande aposta Ano: 2015 Sinopse: Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve. Tal decisão gera complicações junto aos investidores, já que nunca antes alguém havia apostado contra o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o dono de uma corretora que enfrenta problemas pessoais desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente, dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso. REFERÊNCIAS CAMARGO, Robson. Ciclo de vida de um projeto: saiba cumprir etapas para ter mais sucesso; 2019. Disponível em: https://robsoncamargo.com.br/blog/Ciclo-de- vida-de-um-projeto. Acesso em: 27/04/2021. D’ÁVILA, Márcio, 2006. PMBOK e Gerenciamento de Projetos. Disponível em: http://www.mhavila.com.br/topicos/gestao/pmbok.html. Acesso em: 27/04/2021. DIAS, Joyce Abrantes; GONZALEZ, Victor Manuel Gomez; GUIMARÃES, Julio Cesar Ferro de. Gestão de Projetos: Origens e Trajetória para o Alinhamento com a Sustentabilidade Ambiental; XVII Mostra de Iniciação Científica – Universidade Católica de Caixas do Sul, Caxias do Sul, 2017. ENAP – ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Gestão de Projetos: teoria e prática; Brasília: Editora ENAP, 2014. KEELLING, Ralph. Gestão de Projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva. 2002. LEANDRO, Gilsomar Calafange. Um estudo sobre o gerenciamento de projetos; Campina Grande: Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, 2012. MENEZES, Luís César de Moura. Gestão de Projetos. São Paulo: Atlas, 2009. MOLINARI, Leonardo da Mata Rezende. Gestão de Projetos: teoria, técnicas e práticas; São Paulo: Editora Érica, 2010. PORTAL ARTIA, 2020. Ciclo de vida de umprojeto. Disponível em: https://artia.com/blog/ciclo-de-vida-de-um-projeto/. Acesso em: 27/04/2021 PORTAL DEVMEDIA, 2009. Gestão de projetos de software. Disponível em: https://www.devmedia.com.br/gestao-de-projetos-de-software/9143. Acesso em: 27/04/2021. REZENDE, Denis Alcides. Engenharia de software e sistemas de informação; 3ªed.; Rio de Janeiro: Brasport, 2005. VIGNOCHI, Leandro, et al. O Gerente de Projetos Inteligente: depoimentos de quem sabe fazer projetos. Rio de Janeiro: Brasport, 2017. XAVIER, Carlos Magno da Silva; XAVIER, Luiz Fernando da Silva; REINERT, Juliano Heinzelmann; STOECKICHT, Ingrid Paola. Gerenciamento de projetos de inovação, pesquisa e desenvolvimento (P&D): uma adaptação da metodologia Basic Methodware; Rio de Janeiro: Brasport, 2014. UNIDADE II – PLANEJAMENTO E GERÊNCIA DE PROJETO DE SOFTWARE Professor Especialista Lucas Farias Vieira Plano de Estudo: ● Termo de Abertura e Identificação de partes interessadas; ● Definição de Escopo, EAP e Atividades; ● Estimativa de Recursos e Desenvolvimento de Cronograma; ● Estimativa de Custos e Orçamento. Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer os principais conceitos sobre escopo de projeto; ● Discutir sobre o desenvolvimento, controle e monitoramento do cronograma; ● Conhecer os impactos da gestão de custos nos projetos; ● Compreender o processo de estimativa de recursos e orçamentação . INTRODUÇÃO Olá Cara(o) Aluna(o)! Estamos avançando um passo a mais na trilha de conhecimento da Gestão de Projetos. Como visto até aqui, a Gestão de Projetos é uma área do conhecimento que pode ser aplicada em diversos contextos e cenários e é uma área que vem recebendo grande destaque no mercado. Deste modo, convido você a agora, conhecermos sobre Termo de Abertura e Identificação de partes interessadas. Posteriormente, entenderemos o que é um escopo, como desenvolver, planejar e gerenciar um escopo, e validação e controle de escopo. Em contrapartida, entenderemos ainda sobre estimativa de recursos e desenvolvimento de cronograma. Ambos os assuntos são essenciais para um projeto preciso, estruturado e de qualidade. Por fim, abordaremos ainda sobre estimativa de custos. Os custos são um fator de grande impacto em um projeto e precisam ser constantemente monitorados, pois podem impactar diretamente na rentabilidade do projeto. Deste modo, vamos compreender também o processo de elaboração e desenvolvimento de orçamentos, e como podem impactar na eficácia e eficiência de um projeto. Então vamos lá, vamos estudar estes conceitos e entender como tudo isso poderá ser utilizado ao seu favor na gestão de um projeto e no controle de uma ferramenta para apoiá-lo nesta gestão. Venha comigo! 1 TERMO DE ABERTURA E IDENTIFICAÇÃO DE PARTES INTERESSADAS Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-technology- concept-communication-network-gui-1681063054 Os projetos variam em tamanho e complexidade, porém, todos os projetos podem ser mapeados através de uma estrutura genérica de ciclo de vida que compõe: início do projeto, organização e preparação, execução do trabalho e preparação, execução do trabalho do projeto, e encerramento do projeto (PMI, 2017). Neste sentido, abordaremos neste primeiro momento a fase de início de um projeto, bem como o termo de abertura e identificação de partes interessadas em um projeto. Por isto, de acordo com o Guia PMBOK (PMI, 2017, p.62), o grupo de processos de iniciação “consiste nos processos realizados para definir um novo produto ou uma nova fase de um projeto obtendo autorização para iniciar o projeto ou a fase”. Diante disto, podemos compreender que nesta fase ocorre a definição inicial do escopo, e o comprometimento dos recursos financeiros iniciais. Devem ainda, ser identificadas as partes interessadas (interna e externas). Se ainda não foi designado, o gerente do projeto será selecionado. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-technology-concept-communication-network-gui-1681063054 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-technology-concept-communication-network-gui-1681063054 Estas informações são capturadas no termo de abertura do projeto e no registro das partes interessadas. Assim, quando o termo de abertura é aprovado, o projeto é oficialmente autorizado. Não obstante, sem dúvida, o termo projeto é muito utilizado em nosso cotidiano, e é também aplicado nas diversas áreas do conhecimento, tais como engenharias, administração, contabilidade, análise e desenvolvimento de sistemas, entre tantas outras. Deste modo, em um projeto é normal haver várias partes interessadas neste processo. Mas afinal, o que é uma parte interessada? Uma parte interessada, caro(a) aluno(a), é um indivíduo, grupo ou organização que pode afetar, ser afetada, ou sentir-se afetada por uma decisão, atividade ou resultado de um projeto. Assim, as partes interessadas podem estar ativamente envolvidas no projeto ou ter interesses que possam ser positivas ou negativamente afetados pelo desempenho ou término do projeto. As diferentes partes interessadas podem ter expectativas opostos que podem criar conflitos no âmbito do projeto. As diferentes partes interessadas também podem exercer influência sobre o projeto, suas entregas e sobre a equipe do projeto a fim de atingir um conjunto de resultados que atenda objetivos de negócios estratégicos, ou outras necessidades. Sendo assim, as partes interessadas incluem todos os membros da equipe do projeto, assim como todas as entidades interessadas dentro ou fora da organização. A equipe do projeto identifica as partes interessadas internas e externas, positivas e negativas, e as partes executoras e orientadoras, com o objetivo de determinar os requisitos do projeto e as expectativas de todas as partes envolvidas. Quadro 01 – Partes interessadas no projeto Fonte: Elaboração do Autor, 2021. Portanto, podemos observar que as partes interessadas possuem níveis de responsabilidade e autoridade diferentes quando participam de um projeto. Este nível pode mudar ao longo do decorrer do ciclo de vida do projeto. Ainda assim, seu envolvimento pode variar, desde contribuições ocasionais em pesquisas e grupos de discussão até o patrocínio total do projeto, que inclui o fornecimento de apoio financeiro, político, ou outro tipo de apoio. Sendo assim, a identificação das partes interessadas deve ser um processo contínuo em todo o ciclo de um projeto. Por outro lado, a identificação das partes interessadas, a compreensão do seu grau relativo de influência em um projeto e o balanceamento de suas exigências, necessidades e expectativas são fundamentais para o sucesso de um projeto (PMI, 2017). 2 DEFINIÇÃO DE ESCOPO, EAP E ATIVIDADES Projeto Fornecedores Patrocinador Equipe do projeto Clientes/usuários Outras partes interessadas Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/direction-decision-chance- opportunity-intersection-concept-261757220 Baseado no PMI, o escopo pode ser compreendido como a soma dos produtos, serviços e resultados a serem fornecidos na forma de um projeto. Consiste na definição do trabalho que deve ser executado para entregar o produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. Assim, avançar um projeto sem uma definição clara do escopo e um bom gerenciamento afetará de forma direta setores relacionados ao prazo, custo e qualidade, podendo gerar prejuízos e levar o projeto ao fracasso. Por mais que cada profissional confie na qualidade e nas virtudes de seu trabalho, muitas vezes se vê frente a frente com tarefas que vão muito além do tempo proposto e das tarefas inicialmente propostas. Por isso é fundamentaldefinir limites do que é preciso fazer. Como consequência, em gestão de projetos, este ato denomina-se de escopo (MOLINARI, 2010). Para os requisitos da norma NBR ISO 10006:2000, o termo escopo deve incluir uma descrição do produto do projeto, suas características e como elas serão medidas ou avaliadas. Estes processos visam: traduzir as necessidades do cliente, e de outras partes interessadas, em atividades a serem organizadas e realizadas para alcançar https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/direction-decision-chance-opportunity-intersection-concept-261757220 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/direction-decision-chance-opportunity-intersection-concept-261757220 os objetivos do projeto; assegurar que as pessoas trabalhem dentro do escopo, durante a realização das atividades; assegurar que as atividades realizadas no projeto atendam aos requisitos descritos no escopo. Neste contexto, em síntese, os processos relacionados ao escopo são os seguintes, de acordo com a NBR ISO 10006 (2000, p.06): I. Desenvolvimento conceitual: definição das linhas gerais sobre o que o produto do Projeto irá fazer; II. Desenvolvimento e controle do escopo: documentação e controle das características do produto do Projeto em termos mensuráveis; III.Definição de atividades: identificação e documentação das atividades e etapas necessárias para alcançar os objetivos do Projeto; IV.Controle de atividades: controle do trabalho efetivo realizado no Projeto. O termo “Gerenciamento de Escopo” é um dos temas mais complexos referentes à gestão de projetos. Em uma pesquisa feita em 2013 pelo PMSURVEY sobre os principais problemas identificados por empresas quanto ao tema “Projetos” aparece em destaque as dificuldades: escopo não definido adequadamente (com 59,6% dos entrevistados); e mudança de escopo constantes (52,5% dos entrevistados) (PORTAL IMPARIAMO, ONLINE, 2014). Assim, é evidente que sem uma definição apropriada do escopo do projeto, não é possível gerenciar eficientemente o mesmo. A questão é determinar o que, afinal, se pretende fazer. Deste modo, o escopo deve definir e abordar todo o trabalho que tem de ser desenvolvido. Desde a definição das atividades e seu sequenciamento, passando pelos custos associados e os recursos necessários. Desta forma, é de extrema importância definir o escopo do projeto com o nível de detalhe adequado, objetivando clareza do trabalho que tem de ser desenvolvido para todos os envolvidos, bem como facilitando a negociação e aprovação do projeto junto ao cliente (KEELING; BRANCO, 2014). Já quanto ao planejamento do escopo, que é o processo de elaborar e documentar progressivamente o trabalho do projeto (escopo do projeto) produzindo o produto, serviço ou resultado do projeto. Assim, o planejamento do escopo começa com as entradas iniciais da descrição do produto, project charter, e a definição inicial das restrições e premissas. As saídas do planejamento do escopo são a declaração do escopo e o plano de gerenciamento do escopo. As equipes do projeto desenvolvem múltiplas declarações de escopo que deverão ser apropriadas para o seu nível de decomposição do trabalho do projeto. Neste cenário, o desenvolvimento do escopo, para utilização como base para a concepção e desenvolvimento do projeto, convém que as características do produto do projeto sejam identificadas e documentadas da forma mais completa possível em termos mensuráveis. Ainda assim, interessa que seja especificado como estas características devem ser medidas ou como deve ser avaliado o atendimento aos requisitos do cliente e de outras partes interessadas (stakeholders). Convém que as características do produto tenham ligação com os requisitos do cliente e de outras partes interessadas (NBR ISO 10006, 2000, p.06). Para Molinari (2010, p.62), o foco principal do escopo é a definição e controle do que deve ser considerado no projeto. Seus processos principais são: I. Iniciação: comprometimento da organização para iniciar a próxima fase do projeto ou o produto. II. Planejamento do escopo: determinar, por escrito, o escopo como fundamento para futuras decisões do projeto. III. Definição do escopo: dividir os resultados do projeto em principal em componentes menores (etapas ou marcos), e mais gerenciáveis. IV. Verificação do escopo: formalizar a aceitação do escopo do projeto. V. Controle de mudança do escopo: controlar as mudanças do escopo do projeto. Em síntese, a área de gerenciamento do escopo inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclua somente o trabalho necessário, para que se possa terminar o projeto com sucesso. Ainda neste sentido, os principais aspectos envolvidos em um projeto e no seu gerenciamento são: integração, escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos, aquisições e, por fim, a parte interessada. Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são os principais determinantes para o objetivo de um projeto: entregar um resultado de acordo com o escopo, no prazo e no custo definidos, com qualidade adequada. Já os recursos Humanos e Aquisições são os insumos para produzir o trabalho do projeto. Comunicações, Partes interessadas e Riscos devem ser continuamente tratados para manter as expectativas e as incertezas sob controle, assim como o projeto no rumo certo. Por fim, a Integração abrange a orquestração de todos estes aspectos. Por outro lado, quanto a definição de atividades tem função primordial no planejamento, execução e controle de um projeto. Pois é através das atividades que se delegam as ações que cada pessoa envolvida deve desenvolver no projeto, que se define o trabalho necessário para o cumprimento das entregas prometidas ao cliente, e que determina o caminho crítico do projeto e ainda servirá de base para o cálculo do custo do trabalho para a montagem do orçamento do projeto. Deste modo, a definição de atividades envolve identificar e documentar as atividades específicas que devem ser realizadas para produzir os diversos níveis de subprodutos identificados na Estrutura Analítica do Projeto (EAP). A Estrutura Analítica do Projeto (EAP), é a principal entrada para a definição da atividade; ela define as entregas do projeto e sua decomposição em “pacotes de trabalho”, fornecendo assim uma visão estruturada das entregas do projeto e é um ótimo instrumento para alinhar o entendimento do projeto e integrar todas as áreas (PORTAL UVAGP, ONLINE, 2017). Podemos dizer então que, há entradas neste processo (a EAP, declaração de escopo, informações históricas, restrições, premissas, e avaliação especializada). Como técnicas e ferramentas, destaca-se a decomposição e modelos (templates). A decomposição, dentro do contexto do processo da definição de atividade, a decomposição envolve subdividir os pacotes de trabalho do projeto em componentes menores e mais manejáveis para fornecer melhor controle do gerenciamento. Já os modelos (templates), refere-se a uma lista de atividades, ou uma parte de uma lista de atividades de projetos anteriores, é freqüentemente útil como modelo ou referência para um novo projeto. A atividades no modelo também podem conter uma lista dos perfis de recursos e suas respectivas horas de esforço, identificação dos riscos, produtos esperados e outras informações. Por fim, como saídas da definição das atividades, destaca-se listas de atividades, detalhamento do suporte, e atualizações na EAP. Quadro 02 – Processo de Definição de Atividades Fonte: Adaptação de UVAGP (2017, p. 05). SAIBA MAIS O Kanban e o Scrum É muito comum confundir o kanban com o Scrum, ou achar que o Scrum necessariamente precisa do kanban para funcionar, mas não é bem assim. O Scrum é um método ágil para gestão de projetos. Ele é muito utilizado em equipes de desenvolvimento de software porque reúne um conjunto de boaspráticas que facilitam o trabalho em equipes dessa natureza, como reuniões periódicas, lista de requisitos a serem atendidos, feedbacks constantes sobre o produto, entre outros. O Scrum é extremamente prescritivo, ou seja, para que um projeto dê certo dentro desse método é preciso seguir suas principais recomendações à risca, já que o Scrum define desde os papéis dentro da equipe de trabalho até a duração ideal das reuniões. Já o kanban é um sistema, ou seja, uma ferramenta para auxiliar no trabalho da equipe, como uma linguagem de programação, por exemplo. Ele não é prescritivo ou impõe regras para que o trabalho seja feito corretamente, apenas possibilita que o time de trabalho execute suas tarefas com mais clareza e colaboração. E é por isso que, obviamente, o kanban não funciona como um substituto para o Scrum, no entanto, se utilizados juntos podem formar um casamento perfeito. EAP; Declaração do Escopo; Informações históricas; Restrições; Premissas. Entradas Decomposição; Modelo. Ferramentas e Técnicas Lista de atividades; Detalhes de suporte; Atualizações. Saídas O Scrum exige que seja identificada uma lista de funcionalidades que precisam ser desenvolvidas para que o produto chegue ao objetivo esperado, o chamado Product Backlog. Essa lista é traduzida em Sprints: ciclos de tempo onde pequenas partes do produto são planejadas, executadas e entregues, e é justamente aí que o kanban pode entrar como um facilitador. O kanban pode incorporar as Sprints e traduzir todo o trabalho que precisa ser executado em cartões, facilitando a gestão das tarefas para agilizar as entregas e garantir autonomia ao time de desenvolvimento, que pode “puxar” as próprias tarefas, princípios tão importantes para que o Scrum funcione da melhor maneira. Além disso, o kanban garante outras vantagens ao Scrum Team: ✔ Facilita a visualização dos riscos do projeto; ✔ Permite que o Product Owner e o Time de Desenvolvimento visualizem possíveis gargalos que estão atrasando entregas; ✔ Indica produtividade individual de cada membro, já que cada cartão entregue pode ter um responsável definido. Fonte: Portal Artia, 2019. Kanban: O que é e tudo sobre como gerenciar fluxos de trabalho. Disponível em: https://artia.com/kanban/. Acesso em: 30/04/2021. #SAIBA MAIS# 3 ESTIMATIVA DE RECURSOS E DESENVOLVIMENTO DE CRONOGRAMA Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/top-view-young- businessman-making-decision-128335388 Devido à necessidade de se obter um melhor aproveitamento do tempo (eficiência) e de se atingir objetivos e melhores resultados (eficácia), a gestão do tempo vem sendo colocada em pauta. Isto exige a melhoria de hábitos e comportamentos, bem como o uso de técnicas e instrumentos para gerir, com maior eficiência, as atividades no tempo (ESTRADA; FLORES; SCHIMITH, 2011, p. 316). Neste contexto, na gestão de projetos também é extremamente importante saber gerir o recurso tempo, bem como cumprir cronogramas, estimar recursos e prazos e sequenciar atividades e outras técnicas relacionadas ao recurso tempo; e é o que veremos a seguir. Quanto ao processo de estimar a duração das atividades, de acordo com o PMI (2017, p.60) é “obter avaliações quantitativas do número provável de períodos de trabalho necessários para a conclusão de uma atividade do cronograma”. Estimar o número de períodos de trabalho que serão necessários para concluir as atividades individuais do cronograma nem sempre é uma tarefa fácil, pois depende https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/top-view-young-businessman-making-decision-128335388 https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/top-view-young-businessman-making-decision-128335388 da segurança e do conhecimento da equipe do projeto, além do esforço despendido para cada atividade. Por outro lado, a definição do tempo necessário para a execução das atividades não significa determinar as datas em que as atividades realmente serão executadas. Assim, para Araújo; Barbosa (2008 apud LEMES 2018, p. 45), a estimativa de duração deve ser baseada em alguns critérios, sendo: I. Esforço ou número de períodos – tempo – necessários para completar as atividades; II. Recursos humanos – quantidade, disponibilidades, perfil, etc. – que irão executar as atividades; III. Produtividade – ambiente, tarefas multidisciplinares – que os recursos poderão ter para executar as atividades; IV. Premissas ou restrições – físicas, externas, etc. – que deverão ser consideradas na estimativa de duração das atividades; V. Informações históricas com dados de estimativa de projetos anteriores; e VI. Riscos envolvidos nas atividades. Neste contexto, há algumas técnicas que buscam fundamentar ainda mais a estimativa de tempo das atividades, tais como o cronograma tipo calendário; cronograma de GANTT; e a rede PERT-CPM (TORRES; LÉLIS, 2008). Na qual veremos a seguir sobre cada um deles. Posteriormente, a partir do momento em que temos a definição das atividades do projeto, sua inter-relação com outras ações e seu encadeamento lógico, deve ser preparada um cronograma geral para todo o período de execução, no qual devem constar o desenvolvimento físico e os gastos financeiros correspondentes (MOLINARI, 2010). Assim, o cronograma deve ser elaborado baseado na Estrutura Analítica do Projeto (EAP), criado a partir das relações de dependências das atividades e estimativas de tempo de execução. Por outro lado, os cronogramas podem ser elaborados de três maneiras distintas normalmente usadas, que são: o cronograma tipo calendário; cronograma de GANTT; e a rede PERT-CPM (TORRES; LÉLIS, 2008). O cronograma tipo calendário é o mais simples de ser elaborado, basta identificar quais as tarefas específicas e quando (o prazo) se pretende realizar cada uma dessas tarefas. Para facilitar a representação deste tipo de cronograma, recomenda-se formatar em forma de planilha com quatro colunas no máximo: item; descrição da tarefa, data de início e data de término. Já o cronograma de GANTT, além de ser o mais utilizado, envolve mais complexidades. Além da tabela com as principais informações referentes a cada tarefa a ser executada, este tipo de cronograma também exibe de maneira gráfica as relações de dependência entre as demais tarefas em forma de barras horizontais e em uma escala de tempo. O GANTT possibilita uma visão geral e mais clara de todo o projeto. No cronograma de GANTT, as atividades são distribuídas dentro de uma hierarquia já definida pela EAP, e as durações devem ser representadas por barras em sentido horizontal. Em linhas gerais o cronograma deve apresentar um gráfico em barras nos períodos de execução ao longo do projeto, seus custos, e tempo de execução conforme figura 07. Quadro 07 - Cronograma de GANTT Fonte: Molinari (2010, p. 79). Sendo assim, este tipo de gráfico é vantajoso na medida em que são simples de entender e de fáceis alterações. É o meio mais simples de retratar o progresso (ou a ausência dele), e pode facilmente ser expandido para identificar elementos específicos que possam estar adiantados ou atrasados no cronograma (HERZNER, 2015). Por fim, o tipo de calendário rede PERT-CPM foi um modelo desenvolvido com o objetivo de resolver alguns inconvenientes do cronograma de barras para controle e programação de projetos mais complexos. A sigla vem do inglês “Program, Evaluation and Review Technique – PERT”, que significa Técnica de Revisão e Avaliação de Programa e “Critical Path Method”, que é o Método do Caminho Crítico. Primeiramente surgiu o PERT, entre as décadas de 50 e 60, desenvolvido pela marinha dos Estados Unidos. Concomitantemente, na década de 60, foi desenvolvido o método CPM, tendo como fundador J. E. Kelley, com a finalidade de planejamento de manutenções em grandes equipamentos.A fusão das duas metodologias ocorreu em 1962, passando assim a ser conhecido como PERT-CPM (TORRES; LÉLIS, 2008). SAIBA MAIS Não há como fugir: saber como manter um projeto dentro do prazo faz toda a diferença para o sucesso do empreendimento. Ao ser concluído sem atrasos, a empresa consegue manter o controle do orçamento e garantir o retorno do investimento, sem surpresas desagradáveis no final do projeto. Zelar pelos cumprimentos dos marcos e atender as datas de entrega são compromissos que devem ser assumidos seriamente por todos os gerentes de projetos. Afinal, comprometer esses deadlines — por procrastinação, falta de mecanismos de controle ou falta de foco nas prioridades, por exemplo — prejudica drasticamente a credibilidade do gestor e a sua interação com a alta administração, equipes e clientes. Portanto, é preciso saber como manter um projeto dentro do prazo, dominando habilidades essenciais e estabelecendo um cronograma, a fim de otimizar processos, priorizar demandas e manter o foco em uma tarefa por vez. Convém destacar que o gerenciamento de projetos consiste num aprendizado diário. E, para se antecipar ao erro, evitando atrasos, adotar algumas atitudes fará com que você seja capaz de manter um projeto dentro do prazo sem grandes dificuldades. Acompanhe os tópicos seguintes e saiba mais! 1. Compreenda as dores do cliente Antes de desperdiçar energia em demandas pouco relevantes, o ideal é, primeiramente, conversar com o cliente, entender quais são as suas expectativas referentes às entregas que o projeto irá viabilizar e conhecer os prazos inadiáveis. Durante esse diálogo, é possível descobrir se existe alguma tarefa prioritária, se existem facilitadores ou ofensores a monitorar, bem como se preparar para as etapas mais difíceis ou delicadas do projeto. Ou seja: é sobretudo nessa ocasião que o gestor deve se sentir à vontade para expor e dirimir todas as suas dúvidas. Uma conversa clara e honesta evita ruídos na comunicação e, é claro, no gerenciamento de projetos. Utilizando um software de gerenciamento de projetos, essa formalização se torna muito mais simples, já que tudo pode ser registrado e compartilhado com os envolvidos. 2. Assuma compromissos factíveis Assumir compromissos factíveis significa não se render a pressões externas (cliente) ou internas (direção da empresa ou equipe). Isto é, o gestor precisa ter a consciência e o bom senso de assumir somente tarefas que é capaz de cumprir. Por isso, desde o princípio, é preciso desenvolver uma relação de confiança mútua, sendo sincero e entendendo, de fato, o que precisa e pode ser feito. Afinal, antes de assumir a demanda, é preciso ter certeza se o deadline é passível de cumprimento, levando em consideração as restrições de tempo, o conhecimento técnico e os recursos disponíveis, por exemplo. Convém dizer que, na medida em que uma solução de gestão é empregada, os recursos podem ser mais bem dimensionados, viabilizando a simulação de cenários e a melhor tomada de decisão. 3. Organize e compartilhe informações Não se pode ser o único a saber o que, como e quando deve ser feito. Ou seja, o gestor deve mover esforços na organização do planejamento, desenvolvendo um cronograma e compartilhando as informações com a equipe, fazendo com que todos conheçam seus papéis e responsabilidades. É preciso estipular datas de entrega, priorizar tarefas e deixar tudo isso muito claro, não só junto ao cliente, mas também com a equipe do projeto, evitando conflitos e desentendimentos futuros. Afinal, quando se definem datas exatas, monitorar os avanços se torna muito mais simples, otimizando intervenções, quando necessário. Dessa forma, o gestor pode controlar o progresso das entregas e identificar atrasos. Como não poderia deixar de ser, uma ferramenta gerencial cumpre perfeitamente o papel de dar publicidade ao planejamento, já que centraliza as informações de forma clara e sistemática. 4. Monitore as ações Nenhum gestor pode se dar ao luxo de escolher quais demandas quer atacar primeiro, daí a importância do cronograma e de suas respectivas tarefas, das mais simples às mais complexas e prioritárias. Então, é preciso ponderar sobre as atividades, avaliando quais devem começar primeiro, quais são as mais urgentes e quais os vínculos existentes entre as entregas. O gestor deve levar em consideração as diferentes variáveis que envolvem os pacotes de trabalho, organizando as demandas por prazo, complexidade, necessidade de recursos e relações de dependência. E, é claro, tudo isso se torna mais simples com um software de gerenciamento de projetos. 5. Tome notas de marcos e compromissos Ao anotar os principais compromissos que são assumidos, bem como quando se destacam os marcos mais importantes, o gerente de projetos é capaz de exercer melhor controle das pendências, bem como manter um projeto dentro do prazo. Uma das iniciativas mais eficientes para evitar atrasos e surpresas desagradáveis é criar lembretes regulares que alertem sobre possíveis restrições que devem ser observadas em determinado trabalho ou destacar entregas que carecem de finalização eminente. Para tanto, podem ser usados desde post-its, anotações em agenda ou mesmo sinalização em calendários, mas nada substitui um bom software de gerenciamento de projetos, já que a ferramenta, em geral, exibe os pontos críticos e as demandas em atraso. 6. Desenvolva materiais de apoio Se for o caso de o projeto demandar estudos de viabilidade, pesquisas de mercado ou outros, é essencial manter esses documentos devidamente organizados e de fácil acesso, evitando comprometer um tempo valioso na sua procura. Nesse sentido, deve-se usar plataformas de armazenamento e compartilhamento em nuvem (Google Drive e Dropbox, por exemplo), sobretudo quando se tem essa possibilidade em um sistema de gestão, porque o acesso à documentação se torna ainda mais rápido e fácil. 7. Forme um bom time Em linhas gerais, o ideal é que a equipe envolvida no projeto seja heterogênea, composta por pessoas com diferentes habilidades e até mesmo provenientes de mercados diversos. Assim, é possível fomentar a inovação dos processos, por exemplo. É claro, é essencial contar com especialistas, com profissionais com larga experiência no tipo de projeto em si, mas não se deve subestimar a importância de ter uma equipe de talentos diversificados. É importante dizer que as constantes variações de escopos, metas e objetivos, em conjunto com as peculiaridades de cada projeto, concedem aos empreendimentos identidade única, tornando o atendimento ao cronograma um desafio constante. Por isso, é preciso compreender, de fato, o real panorama em termos de perspectivas, as razões de existir do projeto, os principais recursos com os quais se pode contar, bem como os seus obstáculos. Somente assim, quando se associam conhecimentos e habilidades, e sobretudo um software de gerenciamento de projetos, se é capaz de superar as adversidades inerentes à sua gestão. Percebe como manter um projeto dentro do prazo não precisa ser tão difícil assim? Fonte: PORTAL ARTIA, ONLINE, 2019. Saiba como manter um projeto dentro do prazo. Disponível em: https://artia.com/blog/saiba-como-manter-um-projeto-dentro-do-prazo/. Acesso em: 03/05/2021. #SAIBA MAIS# 4 INICIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE Imagem do tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming- coding-technologies-website-design-613464041 Os projetos são frequentemente utilizados como um meio direto ou indireto de alcançar os objetivos do plano estratégico de uma organização. Assim, o planejamento consiste em uma prática administrativa que procura ordenar as ideias das pessoas, de forma que seja possível criar uma visão do caminho que deve ser seguido (estratégia) e, também,ordenar as ações que serão realizadas através do plano estratégico, permitindo o alcance da visão de futuro. Deste modo, na etapa de planejamento deve-se definir os objetivos do projeto, sua forma de evolução e as providências necessárias para materializá-lo a partir da situação atual para a situação desejada (produto/ serviço), especificando as oportunidades de comprometimento e participação. Esta fase se encerra com a elaboração e aprovação do plano do projeto, que refere-se a uma linha de ação predeterminada, planejada. No plano de projeto é evidenciado como evoluirá a fase de execução. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming-coding-technologies-website-design-613464041 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/developing-programming-coding-technologies-website-design-613464041 Ainda assim, durante o planejamento, o escopo é definido e descrito com maior especificidade conforme as informações a respeito do projeto são conhecidas (ENAP, 2014). O primeiro passo é especificar o que se espera do projeto, ou seja, seus objetivos e requisitos. Para atingir esses objetivos e requisitos, é necessário definir as atividades a serem desenvolvidas na fase de execução. Para cada atividade devem ser identificados quais recursos (pessoas, equipamentos, instalações, etc) serão necessários, e os prazos previstos. Deste modo, os gerentes de projetos devem elaborar progressivamente planos detalhados (estratégias) no decorrer do ciclo de vida do projeto a partir de informações de alto nível. Ora, o sucesso de um projeto é medido pela qualidade do produto (resultado) e do projeto, pela pontualidade, pelo cumprimento do orçamento e dos requisitos, e pelo grau de satisfação do cliente. REFLITA “Planejar sem agir é fútil, e agir sem planejar é fatal.” – Cornelius Fitchner. #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) Aluno(a), Chegamos ao fim da nossa segunda unidade da disciplina de Gestão de Projetos: Iniciação e Planejamento. Nesta unidade debatemos sobre o planejamento e gerência do projeto. Vimos que, o grupo de processos de iniciação consiste nos processos realizados para definir um novo produto ou uma nova fase de um projeto obtendo autorização para iniciar o projeto ou a fase. Deste modo, você pode compreender que nesta fase deve ocorrer a definição inicial do escopo, e o comprometimento dos recursos financeiros iniciais. Além ainda, de serem identificadas as partes interessadas (interna e externas). E que, se ainda não foi designado, o gerente do projeto será selecionado. Em seguida, entendemos que o escopo é uma peça fundamental para o bom andamento dos processos em um projeto. Vimos que, baseado no PMI, o escopo pode ser compreendido como a soma dos produtos, serviços e resultados a serem fornecidos na forma de um projeto. Consiste na definição do trabalho que deve ser executado para entregar o produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. Portanto, avançar um projeto sem uma definição clara do escopo e um bom gerenciamento afetará de forma direta setores relacionados ao prazo, custo e qualidade, podendo gerar prejuízos e levar o projeto ao fracasso. Ainda assim, em nossa trilha do conhecimento, vimos a importância da estimativa de recursos e de prazos. Lembre-se, trata-se de uma estimativa e não de uma certeza, pois imprevistos podem ocorrer. Sendo assim, o processo de estimar a duração das atividades, de acordo com o PMBOK (2017) é “obter avaliações quantitativas do número provável de períodos de trabalho necessários para a conclusão de uma atividade do cronograma”. Por fim, vimos ainda sobre iniciação e planejamento de projetos de software. Entendemos que na etapa de planejamento deve-se definir os objetivos do projeto, sua forma de evolução e as providências necessárias para materializá-lo a partir da situação atual para a situação desejada (produto/ serviço), especificando as oportunidades de comprometimento e participação. O encerramento desta fase ocorre com a elaboração e aprovação do plano do projeto, que refere-se a uma linha de ação predeterminada, planejada. No plano de projeto é evidenciado como evoluirá a fase de execução. Deste modo, espero que você tenha compreendido esses processos e suas importâncias para a gestão eficiente de um projeto. Ainda assim, aguardo você na nossa próxima unidade. Nos vemos no próximo capítulo! LIVRO Título: Gerenciamento de projetos fora da caixa: fique com o que é relevante Autor: Fabiana Bigão Silva Editora: Alta Books Sinopse: Este livro procura mostrar como a gestão de projetos acontece, desde seu nascimento até seu encerramento, por meio de experiências reais, explicando para que serve cada ação de gerenciamento, usando os principais guias de mercado como trilha. Mas sem ter a obrigação de explicar cada um deles. Ao contrário dos livros que focam apenas em um guia ou método para explicar a dinâmica do gerenciamento de projetos (PMBOK, métodos ágeis, Prince2 ou outro), este livro aborda a gestão dos projetos na sua essência, incorporando aspectos fundamentais desses guias ao longo do ciclo do projeto. Essa é a grande sacada do gerenciamento de projetos: saber o que usar e adaptar os métodos existentes à sua realidade. Não há ferramentas milagrosas, porque simplesmente não há receitas prontas para um gerenciamento de projetos eficaz! O diferencial deste livro está em dar o olhar da informação ao gerenciamento do projeto. A cada ação que executamos para conduzir o projeto, desde seu nascimento até sua entrega, é importante pensar: de que informação precisamos para executar essa ação? Certamente, se todas pessoas pensassem desta forma, teríamos muito menos desperdício de tempo guardando informações desnecessárias e usando informações erradas. FILME/VÍDEO Título: Vôo da Fénix Ano: 2004. Sinopse: Após um acidente de avião no Deserto de Gobi, o capitão Frank Towns, seu copiloto e seus passageiros enfrentam um bando de contrabandistas cruéis e, juntos, tentam reconstruir a aeronave em uma luta pela sobrevivência. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO Brasileira De Normas Técnicas (2000), NBR ISO 10006. Gestão da qualidade: diretrizes para a qualidade no gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 18 p. ENAP – ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Gestão de Projetos: teoria e prática; Brasília: Editora ENAP, 2014. ESTRADA, Rolando Juan Soliz; FLORES, Gilberto Tim; SCHIMITH, Cristiano Descovi. Gestão do tempo como apoio ao planejamento estratégico pessoal; Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria; Santa Maria, v.4 n.2, p.315-332, 2011. HERZNER, Harold R.. Gerenciamento de projetos: uma abordagem sistêmica para planejamento, programação e controle; São Paulo: Editora Blucher, 2015. KEELING, Ralph; BRANCO, Renato Henrique Ferreira. Gestão de Projetos: uma abordagem global; 3ª Ed.; São Paulo: Editora Saraiva, 2014. LEMES, Giovanni Bugni. Elaboração de análises e projetos; São Paulo: Clube dos autores, 2018. MOLINARI, Leonardo da Mata Rezende. Gestão de Projetos: teoria, técnicas e práticas; São Paulo: Editora Érica, 2010. PMI – Project Management Institute. A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide). 6th ed. Newtown Square: PMI, 2017. PORTAL ARTIA, 2019. Kanban: O que é e tudo sobre como gerenciar fluxos de trabalho. Disponível em: https://artia.com/kanban/. Acesso em: 30/04/2021. PORTAL ARTIA, 2019. Saiba como manter um projeto dentro do prazo. Disponível em: https://artia.com/blog/saiba-como-manter-um-projeto-dentro-do- prazo/. Acesso em: 03/05/2021. PORTAL IMPARIAMO, 2014. Escopo do Projeto e Escopo do Produto: o que é importante saber sobre
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