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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA AULA 2 Prof. Silvio Persona Filho 2 CONVERSA INICIAL Em um mundo globalizado, onde a concorrência é acirrada, o cuidado com os investimentos é de fundamental importância. Os investidores se sentem pressionados pelos diversos fatores que dificultam a implementação de novos projetos e lhes trazem o receio de empregar os seus recursos financeiros nas atividades produtivas. Por vezes, os investidores tendem a manter os seus recursos aplicados no mercado financeiro, tendo em vista os riscos inerentes aos negócios empresariais. Para mitigar os riscos dos negócios, os investidores analisam as diversas oportunidades de empregar o seu dinheiro e só tomam a decisão por investir se tiverem suporte de um estudo de viabilidade econômico- financeira. Nesta aula, estudaremos as ferramentas utilizadas na análise de investimentos, tema extremamente relevante no ambiente empresarial. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO As incertezas que o futuro dos investimentos traz aos detentores do dinheiro os obrigam a serem cautelosos na aplicação dos seus recursos. Para cada projeto a ser investido é necessário se fazer um estudo de viabilidade conhecido como “análise de investimentos”. Mesmo em países desenvolvidos, com economias estáveis, a verificação da viabilidade dos investimentos é realizada. Imagine então como é necessário se fazer esses estudos em países que possuem economias instáveis, como é o caso do Brasil. A análise de investimentos tem o objetivo de identificar a melhor opção entre diferentes possibilidades de investimento e, para isso, possui diversas ferramentas de cálculos que devem ser usadas em conjunto para se determinar se um projeto é viável ou não. Nenhuma análise deverá se basear em um único indicador, pois se assim for feito, o risco de se tomar uma decisão errada é muito grande. 3 TEMA 1 – TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) E VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) Antes de iniciar qualquer estudo de viabilidade, é preciso saber qual é a “referência” para a análise. Na análise de investimentos, a mencionada referência de análise se chama Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Podemos defini-la como sendo a taxa de juros considerada como minimamente aceitável para remunerar o investimento que será realizado. Em outras palavras, a TMA é a taxa de juros mínima que o investidor quer receber por realizar o investimento. Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010), a TMA “é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros”. A determinação da TMA depende exclusivamente dos parâmetros estabelecidos pelo próprio investidor. Normalmente a sua formação considera três variáveis: custo de oportunidade, risco do investimento e a sua liquidez. Figura 1 – Taxa mínima de atratividade De forma genérica, a TMA será formada pelo custo de oportunidade acrescido de uma sobretaxa (que irá cobrir o risco e a liquidez). Observe, a seguir, o detalhamento dessas variáveis: Custo de oportunidade: é o custo que o investidor tem por abrir mão de uma alternativa de investimento para aplicar em outra. Assim, se você retirar o seu dinheiro de uma aplicação financeira que rende 0,5% ao mês para aplicar em um determinado projeto, você irá desejar que ele renda pelo menos os 0,5% ao mês de antes, certo? Então, esse é o custo de oportunidade. Risco do negócio: todo negócio tem um risco (pode falir, diminuir a sua riqueza etc.). Então você irá desejar que o seu projeto lhe proporcione uma remuneração pela qual valha a pena correr o risco de perder o próprio investimento. Perceba que se você comprar títulos do Governo 4 Federal, cuja remuneração é baseada na taxa Selic, o seu risco é praticamente nulo. Se você retirar o seu dinheiro dessa aplicação e investir em um negócio, você incorrerá em riscos. Só existe uma maneira de você aceitar esses riscos: ganhar mais. Liquidez: esse conceito se refere à capacidade/velocidade em que você converte os seus ativos em dinheiro. Assim sendo, a liquidez de um negócio mede a velocidade em que você consegue sair dele, transformando-o em dinheiro. Assim, terá maior liquidez aquele ativo que é convertido em dinheiro mais rapidamente, por exemplo: • Duas pessoas possuem R$ 200.000,00 cada. A primeira aplicou o seu dinheiro na poupança e a segunda comprou um apartamento. O investimento com maior liquidez foi o da primeira pessoa, ou seja, a poupança, pois a qualquer momento ela poderá sacar o seu dinheiro, enquanto a segunda pessoa levará um tempo maior, pois terá que vender o apartamento. A definição da sobretaxa é muito subjetiva, por isso cada investidor define a sua. Se a remuneração dos títulos do governo rende, por exemplo, 10,0% ao ano (taxa Selic), o investidor poderá considerar essa remuneração como sendo o seu custo de oportunidade. Então, para definir a sua TMA, ele irá acrescentar uma sobretaxa para cobrir os riscos do negócio e a diminuição na liquidez. Digamos que, para um investidor, uma sobretaxa de 6% ao ano irá cobrir o risco do negócio em que está prestes a investir seus recursos financeiros, bem como irá recompensá-lo pela diminuição da liquidez do seu ativo. Desta forma, a sua TMA será de 16% ao ano. ATENÇÃO: Para os investimentos realizados pela pessoa jurídica, é comum se considerar o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) como sendo a TMA, uma vez que, em uma empresa, os critérios devem evitar a subjetividade. O CMPC nada mais é do que a média entre o custo do capital próprio e o custo do capital de terceiros, sendo esses custos ponderados pelos percentuais que cada um representa na estrutura patrimonial da empresa. Vamos agora tratar do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE). Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010), “este método consiste em achar a série uniforme anual (A) equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), ou seja, acha-se a série uniforme equivalente a 5 todos os custos e receitas para cada projeto utilizando-se a TMA. O Melhor projeto é aquele que tiver o maior saldo positivo”. Para o melhor entendimento vamos a um exemplo numérico: uma determinada empresa deseja ampliar a sua linha de produção e para isso deverá investir na compra de uma nova máquina. Após consulta ao mercado, verificou que possui duas alternativas de investimento: Compra da máquina Alfa, que tem um valor de investimento igual a R$ 60.000,00, sendo que a máquina irá gerar receitas anuais de R$ 12.000,00 por 10 anos. Compra da máquina Beta, que tem um valor de investimento igual a R$ 50.000,00, sendo que a máquina irá gerar receitas anuais de R$ 10.000,00 por 10 anos. Considerando que a TMA utilizada pela empresa é de 12% ao ano, qual alternativa é mais viável? Para resolvermos essa questão, primeiramente devemos calcular qual seria a remuneração mínima (em R$) exigida anualmente em cada projeto considerando a TMA. Depois, devemos subtrair da receita anual que cada máquina irá gerar o valor exigido como mínimo pela TMA. Vamos utilizar a calculadora HP12C para efetuar os cálculos. Tabela 1 – Máquina Alfa TECLAS VISOR SIGNIFICADO 60.000 CHS P V - 60.000,00 Lançamento do Valor Presente (valor do investimento) 10 10,00 Lançamento do número de anos 12 12,00 Lançamento da TMA 0 0,00 Procedimento de segurança para eliminar valores residuais, para que não interfiram no cálculo. Se antes de iniciar os lançamentos você zerou os registradores, esse procedimento é dispensável. 10.619,05 Valor anual mínimo exigido. VAUE = 12.000,00 – 10.619,05 = 1.380,95 6 Tabela 3 – Máquina Beta TECLAS VISOR SIGNIFICADO 50.000 CHS P V - 50.000,00 Lançamento do Valor Presente(valor do investimento) 10 10,00 Lançamento do número de anos 12 12,00 Lançamento da TMA 0 0,00 Procedimento de segurança para eliminar valores residuais, para que não interfiram no cálculo 8.849,21 Valor anual mínimo exigido VAUE = 10.000,00 – 8.849,21 = 1.150,79 Conclusão: Pelo Valor Anual Uniforme Equivalente, a máquina Alfa é mais viável que a Beta, tendo em vista que ela irá gerar a remuneração mínima exigida pela TMA (R$ 10.619,05) e ainda irá resultar em um adicional anual de R$ 1.380,95, ou seja, a Alfa gera uma entrada líquida anual superior em R$ 230,16 quando comparada com a Beta (1.380,95 – 1.150,79). O cálculo do VAUE é bastante simples, e para reforçar o entendimento da lógica da análise vamos detalhar o que significam os valores calculados. Tomemos a máquina Alfa para exemplificar: Tabela 4 – Cálculo do VAUE A B C D E Tempo (Ano) Valor do Investimento Remuneração exigida pela TMA Remuneração Gerada pela Máquina Ganho Além do Mínimo Exigido pela TMA 0 60.000,00 1 10.619,05 12.000,00 1.380,95 2 10.619,05 12.000,00 1.380,95 3 10.619,05 12.000,00 1.380,95 4 10.619,05 12.000,00 1.380,95 5 10.619,05 12.000,00 1.380,95 6 10.619,05 12.000,00 1.380,95 7 10.619,05 12.000,00 1.380,95 8 10.619,05 12.000,00 1.380,95 9 10.619,05 12.000,00 1.380,95 10 10.619,05 12.000,00 1.380,95 a. Nessa coluna temos o período de análise do projeto, ou seja, 10 anos. b. Valor do investimento para adquirir a máquina Alfa. 7 c. Como a TMA é de 12% ao ano, o valor mínimo exigido que a máquina deve gerar de entrada é de R$ 10.619,05 ao ano, ou seja, esse valor irá cobrir exatamente o custo do dinheiro estabelecido pelo investidor. Ele quer ganhar no mínimo 12% ao ano e o valor de R$ 10.619,05 representa exatamente esse percentual mínimo. d. Essas são as entradas que a máquina irá gerar efetivamente, tendo em vista a sua capacidade de produção. e. Esses valores são os ganhos adicionais, por ano, que a máquina irá gerar além do mínimo exigido pelo investidor. Ele quer ganhar no mínimo R$ 10.619,05 e a máquina proporciona R$ 12.000,00 por ano, então, se o investidor optar por essa máquina, ele vai ganhar um adicional de R$ 1.380,95 por ano. O mesmo raciocínio deve ser utilizado para a máquina Beta, de forma a verificar qual das duas irá gerar o maior ganho para o investimento. Diante do exposto, podemos elencar os critérios de análise quando utilizamos o VAUE para verificar a viabilidade de projetos: Se o VAUE for negativo, o projeto é inviável, pois não ofereceu a remuneração mínima exigida. Se o VAUE for igual a zero, o projeto é indiferente, ou seja, ele oferece exatamente o mínimo que o investidor deseja ganhar. Ele pode aceitar ou não, pois os dados analisados são oriundos de projeções que podem sofrer variações no longo prazo (existe aqui um componente de risco). Se na determinação da TMA o investidor já incluiu uma sobretaxa para cobrir o risco do negócio de forma adequada, ele se sentirá mais seguro em aceitar o projeto. Se o VAUE for positivo, o projeto é viável, pois cobrirá o mínimo exigido e ainda irá gerar um adicional. Se na análise existirem dois ou até mesmo mais projetos, o investidor deverá optar por aquele que oferecer o maior VAUE. Caso queira realizar os cálculos por meio de fórmula, utilize a apresentada a seguir, em que o valor já representa o ganho anual obtido: VAUE = - Valor do Investimento x (1+i)n x i (1+i)n − 1 + Entradas Anuais 8 TEMA 2 – VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) O Valor Presente Líquido é uma técnica muito utilizada na análise de investimentos, tendo em vista a sua confiabilidade. A técnica consiste em trazer ao valor presente todas as entradas líquidas de caixa que foram projetadas ao longo do período de análise e depois comparar o valor presente total com o valor do investimento realizado. Veja a seguir: Figura 2 – Valor Presente Líquido Perceba que todas as entradas foram levadas a Valor Presente, ou seja, foram descontadas para o tempo “zero”. O Valor Presente total (VP) será obtido pela somatória de todos os valores presentes, ou seja: VP = VP da entrada 1 + VP da Entrada 2 + VP da entrada 3 Para descontar as entradas líquidas futuras e trazê-las ao tempo zero, utilizaremos a TMA: VP = 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 1 (1+ 𝑇𝑀𝐴 100 )1 + 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 2 (1+ 𝑇𝑀𝐴 100 )2 + 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 3 (1+ 𝑇𝑀𝐴 100 )3 O VPL é o resultado obtido pela subtração do Valor Presente das entradas de caixa pelo valor do investimento. VPL = Valor Presente das entradas de caixa – Investimento VPL = VP – I 9 O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. Exemplo: Uma pessoa está pensando em realizar um investimento de R$ 500.000,00 em um determinado projeto. Para tomar a decisão, ela irá analisar a viabilidade econômico-financeira do projeto por meio do cálculo do VPL. Considerando que ele deseja receber, no mínimo, 12% ao ano (TMA), vamos aos cálculos: Tabela 5 – Dados do exemplo Ano Investimento (R$) Entradas (R$) PV das Entradas TMA = 12% a.a. (R$) 0 500.000,00 - 1 - 75.000,00 66.964,29 2 - 80.000,00 63.775,51 3 - 90.000,00 64.060,22 4 - 95.000,00 60.374,22 5 - 100.000,00 56.742,69 6 - 105.000,00 53.196,27 7 - 108.000,00 48.853,72 8 - 110.000,00 44.427,16 9 - 115.000,00 41.470,15 10 - 120.000,00 38.636,79 Total 538.501,00 VPL = VP – I VPL = 538.501,00 – 500.000,00 VPL = 38.501,00 Para facilitar os cálculos vamos usar a calculadora financeira HP12C. Cabe salientar que para esse cálculo deveremos utilizar as funções da HP que realizam cálculos para séries de pagamentos não uniformes, conhecidas como funções de Fluxo de Caixa (Cash Flow – CF): 10 Tabela 6 – Simulação do exemplo Ano Investimento VISOR SIGNIFICADO 0 500.000,00 - 500.000,00 Valor do investimento 1 75.000,00 75.000,00 Entrada do primeiro Fluxo de Caixa 2 80.000,00 80.000,00 Entrada do segundo Fluxo de Caixa 3 90.000,00 90.000,00 Entrada do terceiro Fluxo de Caixa 4 95.000,00 95.000,00 Entrada do quarto Fluxo de Caixa 5 100.000,00 100.000,00 Entrada do quinto Fluxo de Caixa 6 105.000,00 105.000,00 Entrada do sexto Fluxo de Caixa 7 108.000,00 108.000,00 Entrada do sétimo Fluxo de Caixa 8 110.000,00 110.000,00 Entrada do oitavo Fluxo de Caixa 9 115.000,00 115.000,00 Entrada do nono Fluxo de Caixa 10 120.000,00 120.000,00 Entrada do décimo Fluxo de Caixa 12 12,00 Lançamento da TMA 38.501,00 Valor Presente Líquido Tabela 7 – Critérios de análise VPL > 0 O investimento é viável, pois remunera o investidor acima do que ele deseja como mínimo. VPL = 0 O investimento é indiferente, ou seja, cabe ao investidor aceita-lo ou não, pois ele terá exatamente a remuneração que exige na TMA. Como em toda a análise de longo prazo, existem riscos de variação dos valores projetados, e cabe ao investidor avaliar a aceitação. VPL < 0 O investimento é inviável, pois remunera o investidor abaixo do que ele considera como mínimo. Assim, o investimento será viável, pois o VPL é maior que zero. 11 TEMA 3 – TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) Antes de conceituar a taxa interna de retorno, é conveniente se analisar um fluxo de caixa e entender o que ele apresenta. Sendo assim, analise o fluxo a seguir: Figura 3 – Fluxo de caixa 1 .0 0 0 ,0 0 3 6 7 ,2 1 3 6 7 ,2 1 3 6 7 ,2 1 i=5 %a .m . 1 2 3 m e s e s Fonte: XXX Conclusões: 1. O fluxo de caixa evidencia que houve uma saída de caixa de R$ 1.000,00, ou seja, houve uma aplicação em um determinado investimento. 2. O período desse investimento é de 3 meses. 3. O investimento resultou em entradas mensais de caixa novalor de R$ 367,21 cada. 4. A taxa de juros capaz de produzir entradas mensais de R$ 367,21 durante 3 meses a partir de um investimento de R$ 1.000,00 é de 5% a.m. As conclusões são óbvias, no entanto, são necessárias para se entender melhor o significado da TIR. Observe que nesse investimento três valores "retornaram" ao caixa, ou seja, o investimento de R$ 1.000,00, utilizando a taxa de juros de 5% a.m., gerou "retornos" mensais de R$ 367,21. A taxa capaz de gerar esse retorno é chamada de Taxa Interna de Retorno. Resta ainda analisar o seguinte: entendendo que o fluxo de caixa apresentado é uma série de recebimentos, verifica-se que PMT = 367,21 n = 3 meses i =TIR = 5% a.m. 12 Para se calcular o Valor Presente de uma série postecipada, como a apresentada no exemplo, tem-se: VP PMT i n i n i . . 1 1 1 VP 367 21 1 0 05 3 1 1 0 05 3 0 05 , . , , . , VP 367 21 0 157625 0 05788125 , . , , PV = 367,21 x 2,723248 PV = 1.000,00 Usando a HP12C, teremos os seguintes lançamentos: Tabela 7 – Simulação do exemplo TECLAS VISOR SIGNIFICADO 367,21 CHS - 367,21 Lançamento das entradas mensais 3 3,00 Lançamento do número de entradas 5 5,00 Lançamento da taxa de juros 0 0,00 Procedimento de segurança para eliminar valores residuais, para que não interfiram no cálculo P V 1.000,00 Valor Presente Observação: se a calculadora não estiver habilitada para cálculo de rendas postecipadas, o aluno deverá apertar as teclas “g” e depois “end”, antes de pedir o “PV”. Considerando que: VPL = PV – I onde: VPL é o Valor Presente Líquido; PV é o Valor Presente da série; e I é o investimento realizado, tem-se que: 13 VPL = 1.000,00 – 1.000,00 = 0 Assim sendo, pode-se conceituar a TIR como sendo: "Taxa de juro que torna o Valor Presente Líquido de um fluxo igual a zero" ou "Taxa de desconto que faz com que o Valor Presente das entradas de caixa se igualem ao investimento realizado". Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010), “o método da Taxa Interna de Retorno requer o cálculo da taxa que zera o Valor Presente dos fluxos de caixa das alternativas”. Por ser o seu cálculo, em alguns casos, impossível de se resolver algebricamente, deve-se efetuá-lo por meio de: 1. tentativa e erro; 2. calculadora financeira; 3. consulta a tabelas financeiras; 4. planilhas eletrônicas. Para o melhor entendimento, vamos a alguns exemplos. 1. Calcular a taxa interna de retorno correspondente a um investimento de R$ 2.000,00 que gerou 6 retornos anuais de R$ 300,00, R$ 350,00; R$ 400,00; R$ 450,00; R$ 500,00 e R$ 600,00, consecutivamente. Figura 4 – Dados do exemplo A equação para resolver esse problema é a seguinte: 2000 300 1 1 350 1 2 400 1 3 450 1 4 500 1 5 600 1 6 i i i i i i Como já foi comentado, existem basicamente quatro maneiras de se resolver esse problema. Portanto, deve-se descartar o cálculo algébrico e partir para uma das maneiras recomendadas. 14 Utilizando os programas internos de uma calculadora financeira, o cálculo se torna bastante simples. Observe, porém, o diagrama de fluxo de caixa apresentado acima e entenda que o que a calculadora está fazendo é, pelo método de "tentativa e erro", simplesmente achar a taxa de juro que faz com que a somatória dos valores de entradas descontados para o tempo zero se iguale ao investimento realizado. Para resolver esse problema utilizando-se da calculadora HP 12C, deve- se seguir os seguintes passos: Tabela 8 – Simulação do exemplo Conforme cálculo acima, a Taxa Interna de Retorno é de 7,18% ao ano. Agora, pense: esse investimento é viável? Para responder a essa pergunta, é necessário se ter um parâmetro de comparação – que, nesse caso, será a TMA. Assim, os critérios de avaliação são os seguintes: 15 Tabela 9 – Critérios de avaliação TIR > TMA O investimento é viável. TIR = TMA O investimento é indiferente. TIR < TMA O investimento é inviável. O exercício anterior tinha como foco somente o cálculo da TIR. Agora, vamos resolver um exercício que tenha o objetivo de verificar a viabilidade do investimento. Um determinado projeto requer um investimento de R$ 200.000,00. O estudo projetou os fluxos de caixas líquidos (receitas menos gastos) para um período de cinco anos, nas seguintes grandezas: Ano 1, entrada líquida de R$ 50.000,00 Ano 2, entrada líquida de R$ 60.000,00 Ano 3, entrada líquida de R$ 70.000,00 Ano 4, entrada líquida de R$ 80.000,00 Ano 5, entrada líquida de R$ 90.000,00 Considerando que a Taxa Mínima de Atratividade do investidor é de 14% ao ano, o projeto é viável? Resolução: a. Para termos uma visão melhor do investimento e os seus efeitos financeiros, vamos elaborar o seu diagrama de Fluxo de Caixa: Figura 5 – Fluxo de caixa b. Cálculos pela HP12C Tabela 10 – Resolução do exemplo 16 A Taxa Interna de Retorno do projeto é de 19,71% ao ano. Como o investidor deseja receber, no mínimo, 14% ao ano, o projeto é viável. Não esqueça: a TIR é a taxa de remuneração que o projeto “oferece” e a TMA é a taxa de juros que o investidor “quer” ganhar, no mínimo. TEMA 4: PAYBACK E ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE (IL) O payback é um método de análise de investimentos que tem o objetivo de calcular o tempo de retorno do investimento, ou seja, o tempo em que o valor do investimento será integralmente recuperado. Existem duas modalidades de payback: o simples e o descontado. Payback simples: é o período de tempo necessário para que as entradas nominais de caixa do projeto se igualem ao valor do investimento. Entende-se por entradas nominais os valores obtidos sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo, assim, nenhuma taxa de juros é considerada nesse cálculo. Payback descontado: é o período de tempo necessário para que as entradas reais de caixa do projeto se igualem ao valor do investimento. 17 Entende-se por entradas reais os valores obtidos considerando o valor do dinheiro no tempo, ou seja, utilizando uma taxa de juros no cálculo. 4.1 Cálculo do payback simples Um determinado projeto requer um investimento de R$ 300.000,00. O estudo projetou os Fluxos de Caixas líquidos (receitas menos gastos) para um período de cinco anos, nas seguintes grandezas: Ano 1, entrada de R$ 80.000,00 Ano 2, entrada de R$ 90.000,00 Ano 3, entrada de R$ 130.000,00 Ano 4, entrada de R$ 150.000,00 Ano 5, entrada de R$ 170.000,00 Para calcular o tempo de retorno, vamos preencher uma tabela com os dados do projeto e calcular os saldos devedores, por período: Tabela 11 – Resolução do exemplo Conforme os dados expostos na Tabela 11, o payback será de 3 anos. Agora, vamos entender o que aconteceu em cada ano: Ano 0: Registramos o valor do investimento. Como o investimento é uma saída de caixa, vamos considerá-lo com um valor negativo na tabela. Ano 1: Registramos o valor da entrada (R$ 80.000,00). Esse valor irá retornar para o investidor; assim, o saldo para ainda recuperar, nesse momento, é de R$ 220.000,00, ou seja: • R$ - 300.000,00 + R$ 80.000,00 = R$ - 220.000,00 18 Ano 2: Registramos o valor da entrada (R$ 90.000,00). Esse valor irá retornar para o investidor; assim, o saldo para recuperar, nesse momento, é de R$ 130.000,00. • R$ - 220.000,00 + R$ 90.000,00 = R$ - 130.000,00 Ano 3: Registramos o valor da entrada (R$ 130.000,00). Esse valor irá retornar para o investidor, assim o saldo para recuperar, nesse momento, é de R$ 0,00, ou seja, todo o valor do investimento foi recuperado. Assim, o payback do exercício é de 3 anos: • R$ - 130.000,00+ R$ 130.000,00 = R$ 0,00 Ano 4: Registramos o valor da entrada (R$ 150.000,00). Esse valor irá exceder o valor do investimento, ou seja, no período anterior todo o investimento já foi recuperado e o saldo passa a ser positivo: • R$ 0,00 + R$ 150.000,00 = R$ 150.000,00 Ano 5: Registramos o valor da entrada (R$ 170.000,00). Esse valor irá se somar ao saldo já positivo de caixa: • R$ 150.000,00 + R$ 170.000,00 = R$ 320.000,00 4.2 Cálculo do payback descontado Como dito anteriormente, o payback descontado leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Nesse caso, para o cálculo do prazo de retorno, utilizaremos uma taxa de remuneração exigida pelo investidor, ou seja, a Taxa Mínima de Atratividade. Vamos a um exemplo: um determinado projeto requer um investimento de R$ 300.000,00. O estudo projetou os Fluxos de Caixas líquidos (receitas menos gastos) para um período de cinco anos, nas seguintes grandezas: Ano 1, entrada de R$ 80.000,00 Ano 2, entrada de R$ 90.000,00 Ano 3, entrada de R$ 130.000,00 Ano 4, entrada de R$ 150.000,00 Ano 5, entrada de R$ 170.000,00 Considerando que a TMA é de 18% ao ano, calcule o prazo de retorno do investimento pelo método do payback descontado. 19 Tabela 12 – Resolução do exemplo Agora vamos entender o que aconteceu em cada ano: Ano 0: Registramos o valor do investimento. Como o investimento é uma saída de caixa, vamos considerá-lo com um valor negativo na tabela. Ano 1: Registramos o valor da entrada (R$ 80.000,00) e calculamos o valor da entrada descontada, ou seja, trouxemos o valor dessa entrada para o tempo zero, conforme abaixo: VP = 80.000 (1+0,18)1 = 67.796,61 Podemos, ainda, calcular pela HP12C: 80.000 1 18 Depois de calcularmos o valor da entrada para o tempo zero, abatemos do saldo devedor: – R$ 300.000,00 + R$ 67.796,61 = R$ - 232.203,39 Ano 2: Registramos o valor da entrada (R$ 90.000,00) e calculamos o valor da entrada descontada, ou seja, trouxemos o valor dessa entrada para o tempo zero, conforme abaixo: VP = 90.000 (1+0,18)2 = 64.636,60 Podemos, ainda, calcular pela HP12C: 90.000 2 18 20 Depois de calcularmos o valor da entrada para o tempo zero, abatemos do saldo devedor: – R$ -232.203,39 + R$ 64.636,60 = R$ - 167.566,79 Ano 3: Registramos o valor da entrada (R$ 130.000,00) e calculamos o valor da entrada descontada, ou seja, trouxemos o valor dessa entrada para o tempo zero, conforme abaixo: VP = 130.000 (1+0,18)3 = 79.122,01 Podemos, ainda, calcular pela HP12C: 130.000 3 18 Depois de calcularmos o valor da entrada para o tempo zero, abatemos do saldo devedor: R$ - 167.566,79 + R$ 79.122,01 = R$ - 88.444,78 Ano 4: Registramos o valor da entrada (R$ 150.000,00) e calculamos o valor da entrada descontada, ou seja, trouxemos o valor dessa entrada para o tempo zero, conforme abaixo: VP = 150.000 (1+0,18)4 = 77.368,33 Podemos, ainda, calcular pela HP12C: 150.000 4 18 Depois de calcularmos o valor da entrada para o tempo zero, abatemos do saldo devedor: R$ - 88.444,78 + R$ 77.368,33 = R$ -11.076,45 Ano 5: Registramos o valor da entrada (R$ 170.000,00) e calculamos o valor da entrada descontada, ou seja, trouxemos o valor dessa entrada para o tempo zero, conforme abaixo: 21 VP = 170.000 (1+0,18)5 = 74.308,57 Podemos, ainda, calcular pela HP12C: 170.000 5 18 Depois de calcularmos o valor da entrada para o tempo zero, abatemos do saldo devedor: – R$ 11.076,45 + R$ 74.308,57 = R$ 62.232,12 Agora vamos determinar qual foi o prazo de retorno. Observe que ao término da quarta entrada o saldo devedor ainda é negativo, mas na quinta entrada fica positivo. Então, o prazo de retorno está entre o quarto ano e o quinto. Para saber exatamente o prazo de retorno, utilize a fórmula abaixo: Prazo = 4 + 11.076,45 74.308,57 = 4,1491 anos Para saber o prazo em anos, meses e dias, faça os seguintes cálculos: Figura 6 – Resolução do exemplo Resposta: 4 anos, 1 mês e 24 dias. 4.3 Cálculo do Índice de Lucratividade É um índice que apresenta quanto se ganha por unidade monetária investida no projeto, ou seja, ele apresenta qual foi o retorno financeiro do projeto para cada R$ 1,00 investido. Segundo Assaf Neto (2010), o “índice de lucratividade (IL), ou índice de valor presente, é uma variante do método do NPV; é determinado por meio da 22 divisão do valor presente dos benefícios líquidos de caixa pelo valor presente dos dispêndios (desembolso de capital)”. A sua fórmula é: IL = Valor Presente das Entradas líquidas de Caixa Valor Presente das Saidas de Caixa A taxa de juros que será utilizada no cálculo do valor presente é a TMA estabelecida pelo investidor. Para verificar a viabilidade de um projeto em função do IL, têm-se os seguintes critérios: Tabela 13 – Viabilidade do projeto Se IL > 1 O investimento é viável. Se IL = 1 O investimento é indiferente. Se IL < 1 O investimento é inviável. Exemplo: Calcular o índice de lucratividade obtido em um investimento de R$ 200.000,00 e que gerou 5 retornos anuais líquidos de R$ 50.000,00, R$ 60.000,00; R$ 70.000,00; R$ 80.000,00 e R$ 90.000,00 consecutivamente. Considere uma TMA de 14% ao ano. Figura 7 – Resolução do exemplo Por fórmula: IL = 50.000,00 (1+0,14)1 + 60.000,00 (1+0,14)2 + 70.000,00 (1+0,14)3 + 80.000,00 (1+0,14)4 + 90.000,00 (1+0,14)5 200.000,00 IL = 231.385,31 200.000,00 = 1,16 Pela HP12C: 23 Tabela 14 – Resolução do exemplo Resultado: O investimento é viável pois o IL é maior do que 1, ou seja, para cada R$ 1,00 investido, o retorno será de R$ 1,16. TEMA 5: ANÁLISE DE INVESTIMENTOS SOB CONDIÇÃO DE RISCO OU INCERTEZA Em uma análise de investimentos é preciso projetar valores de receitas, custos e despesas para determinar os fluxos de caixa líquidos. Considerando que a análise de um projeto normalmente é feita para o longo prazo, existe um grau de variabilidade nos valores projetados que, consequentemente, pode afetar o resultado esperado. Conforme Assaf Neto (2010), “como os fluxos de caixa dos projetos não são conhecidos com certeza, são usadas técnicas de avaliação de risco geralmente baseadas em uma distribuição de probabilidades”. Então, vamos agora apresentar uma síntese de duas metodologias utilizadas na avaliação dos riscos dos projetos de investimento. 5.1 Análise de sensibilidade Essa análise mostra em quanto o Valor Presente Líquido de um investimento poderá ser modificado frente às alterações de algumas variáveis dos fluxos de caixa. 24 É uma análise ceteris paribus1, tendo em vista que o seu objetivo é determinar o resultado atingido quando uma variável é alterada, mantendo-se todas as outras constantes. Conforme Weston e Brigham (2004), “em uma análise de sensibilidade, cada variável é alterada em vários pontos percentuais específicos acima e abaixo do valor esperado, com outros fatores mantendo-se constantes; então, um novo VPL é calculado para cada um desses valores”. Quando se tem mais de uma opção de investimento como, por exemplo, dois projetos, a análise se faz relevante no sentido de saber qual projeto é mais sensível às alterações nas variáveis. Quanto maior a sensibilidade, maior o risco do projeto. Imagine dois projetos, A e B, em que o projeto “B” tem maior sensibilidade às variações de determinados fatores. Esse projeto é considerado de maior risco pois um desvio em uma variável, por exemplo nos custos variáveis, provocaria uma variação maior no VPL. 5.2 Análise de cenário Entende-se por cenário, para o tema em questão, um conjunto de fatos e situações que ocorrem em um determinado momento do tempo e que exercem influência no investimento realizado. Assim,essa análise irá considerar a criação de cenários diferentes do existente no momento da realização dos cálculos e análise do investimento a ser realizado. Como a análise de investimentos trata de valores que irão ocorrer no futuro, a análise de cenário simula a ocorrência de “coisas” boas ou ruins. Os analistas deverão se questionar: “E se acontecer isso?” “E se acontecer aquilo?”, e assim estabelecer os cenários para então recalcular os principais indicadores do projeto. Conforme Weston e Brigham (2004), a análise de cenário é uma abordagem da análise de risco que considera tanto a sensibilidade do VPL a mudanças em variáveis- chave quanto a extensão provável dos valores variáveis. Em uma análise de cenário, o analista financeiro pede aos gerentes operacionais que selecionem uma série de circunstâncias “ruins” (baixas unidades de vendas, baixos preços de vendas, altos custos variáveis por unidade, altos custos de construção e assim por diante) e uma série de circunstâncias boas. Os VPLs sob as condições ruins e 1 Ceteris paribus quer dizer "todo o mais é constante" ou ainda "mantidas inalteradas todas as outras variáveis". 25 boas são calculados e comparados com o VPL do caso esperado, ou básico. De forma sintética, há analistas que projetam dois cenários: o otimista e o pessimista. No otimista considera-se a possibilidade de a receita se realizar em valores maiores que os projetados, assim como os custos, despesas e o próprio investimento ocorrerem em valores menores. Exemplo: Tabela 15 – Simulação de cenário otimista Item Realização Receita Maior em 20% Custos Menor em 5% Despesas Menor em 5% Investimento Menor em 10% Com base nos dados do cenário otimista se calculam novamente os indicadores. No cenário pessimista, considera-se a ocorrência de variações que reduzam os retornos esperados, tais como: redução da receita e aumento dos custos, despesas e do investimento. Exemplo: Tabela 16 – Simulação de cenário pessimista Item Realização Receita Menor em 20% Custos Maior em 5% Despesas Maior em 5% Investimento Maior em 10% Com base nesse cenário são calculados os novos indicadores para a tomada da melhor decisão de investimento. TROCANDO IDEIAS Já pensou em começar uma atividade empresarial do zero? Vamos imaginar que uns amigos de faculdade convidaram você para montar uma 26 empresa e você está propenso a aceitar. Assim, converse com os colegas e discutam as seguintes questões: Vocês fariam um estudo de viabilidade do novo negócio? Por quê? Como vocês determinariam a Taxa Mínima de Atratividade? Com relação aos riscos do negócio, o que vocês fariam para mitigá-los? NA PRÁTICA Uma pessoa deseja investir em um novo negócio. Considerando a natureza do negócio, foram calculados os gastos com a estrutura e a projeção das vendas e, com isso, concluiu-se que o projeto irá gerar cinco entradas líquidas e anuais de R$ 160.000,00. Considerando que o valor do investimento é de R$ 500.000,00 e que a sua Taxa Mínima de Atratividade é de 14% ao ano, calcule: o Valor Anual Uniforme Equivalente; o Valor Presente Líquido; a Taxa Interna de Retorno; o payback (simples e descontado); e o Índice de Lucratividade. Ao final, apresente um relatório informando se o projeto é viável ou não. FINALIZANDO Neste material você iniciou os estudos sobre a análise de investimentos, e aqui foram apresentados os conceitos fundamentais para aumentar a segurança dos valores investidos. Vimos que: A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é a referência para a análise de investimentos, pois ela representa o mínimo que o investidor deseja ganhar em um determinado projeto. O Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE) é uma ferramenta que calcula a série uniforme anual equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos, utilizando-se a TMA, sendo que o melhor projeto será aquele que resultar em um maior saldo positivo. O Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica que consiste em trazer ao valor presente todas as entradas líquidas de caixa que foram projetadas 27 ao longo do período de análise e, depois, comparar o valor presente total com o valor do investimento realizado. O projeto será viável se o VPL for maior do que zero. A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros gerada na operação do projeto, ou seja, é a taxa que o projeto oferece de remuneração. O projeto será viável se a TIR for maior do que a TMA. O payback é um método de análise de investimentos que calcula o tempo de retorno do investimento, ou seja, o tempo em que o valor do investimento será integralmente recuperado. Existem dois tipos de payback: o simples e o descontado, sendo este último descontado pela TMA. O Índice de Lucratividade apresenta o quanto se ganha por unidade monetária investida no projeto, ou seja, ele apresenta qual foi o retorno financeiro do projeto para cada R$ 1,00 investido. O projeto será viável se o IL for maior do que 1. Na análise de investimentos sob condição de risco ou incerteza, fazem- se necessárias duas análises básicas: a de sensibilidade e a de cenários. A análise de sensibilidade verifica o impacto que a alteração de uma variável provoca no resultado do projeto, e a análise de cenários cria uma situação otimista e uma outra pessimista na realização dos valores. 28 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. MACEDO, J. J.; CORBARI, E. C. Análise de projetos e orçamento empresarial. Curitiba: InterSaberes, 2014. WESTON, J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da administração financeira. 10. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
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