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Industrialização e imperialismo A Revolução Industrial ocasionou um aumento extraordinário da população mundial. Entre 1750 e 1850, a população mundial dobrou. Esse aumento extraordinário deveu-se à modernização da agricultura, à queda drástica nos índices de mortalidade infantil e ao avanço da medicina. Um exemplo de avanço, foi o surgimento da primeira vacina, a vacina contra Varíola. O crescimento da população foi acompanhado por um grande processo de deslocamento da população do campo para a cidade, a urbanização. Que aconteceu em um ritmo jamais visto. Com o crescimento das cidades, cresciam também os problemas urbanos, que atingiam principalmente os mais pobres. Quem em sua maioria vinham do campo e eram operários, que enfrentavam longas jornadas de trabalho em troca de salários que mal davam para sobreviver. Além disso, tinham que se adaptar a um novo modo de trabalhar. Na Grã-Bretanha da década de 1830, havia um grande número de pobres e indigentes, para reprimi-los, o governo baixou a Lei dos Pobres: com base nela, a polícia recolhia os pobres a centros de trabalhos, semelhantes a penitenciárias. Lá, os maridos eram separados das esposas e desencorajados a ter filhos; homens e mulheres eram submetidos a uma rotina exaustiva de trabalho, em troca de comida. Mas os operários reagiram a essas condições, formando associações, sindicatos e organizando greves para lutar por seus direitos. Nesse cenário tenso, três teorias ganharam destaque: o liberalismo, o socialismo e o anarquismo. Aceleração industrial O capitalismo ganhou um forte impulso, embalado por uma industrialização acelerada conhecida como Segunda Revolução Industrial. É atribuído a esse fenômeno dois fatores principais: ● o extraordinário crescimento dos mercados consumidores europeus; ● os capitais acumulados na Europa na Primeira Revolução Industrial. A Segunda Revolução Industrial caracterizou-se pela estreita relação entre ciência e tecnologia. Na indústria: o aço se tornou mais barato e aos poucos substituiu o ferro. Foi inventado o gerador, aparelho que transforma energia mecânica em elétrica, o que possibilitou o aproveitamento da energia elétrica em indústrias. Nos transportes: houve a substituição de cavalos por locomotivas, o crescimento das ferrovias e o uso do barco a vapor, e a fabricação dos primeiros automóveis, por volta de 1890. Nas comunicações: houve a invenção do telégrafo em 1836 e do telefone em 1876, o que permitiu a comunicação em várias partes do globo . Taylorismo, fordismo e produtividade O estadunidense Frederick W. Taylor propôs “a administração científica do trabalho”, segundo essa teoria a produção de cada trabalhador poderia ser medida cientificamente. Bastava, para isso, controlar seus movimentos, fazendo-o evitar gestos desnecessários e impondo um ritmo e uma quantidade a ser produzida por dia. Henry Ford aplicou o taylorismo na sua fábrica. Além disso, inovou introduzindo esteiras rolantes que conduziam o chassi e demais peças do automóvel pela fábrica, enquanto os operários perfilados nas laterais, e executando uma única tarefa, iam montando o veículo. A adoção do sistema taylorista-fordista na Ford Motor Company fez crescer a produtividade e o lucro, porém para os operários, no entanto, significou aumento de trabalho repetitivo. A concentração de capitais A fim de monopolizar a produção e a distribuição de um ou mais produtos, os grandes capitalistas da época compravam as empresas dos concorrentes ou os levavam à falência, esse processo de compras e/ou fusão deu origem a empresas gigantes ou associações de empresas. Holding: nasceu da associação da associação de várias empresas a uma grande empresa, que centraliza e controla as suas associadas e detém a maior parte de suas ações. Truste: originou-se da fusão de várias empresas em uma única. Essa empresa gigante passa, então, a controlar desde a obtenção de matéria prima até a comercialização do produto final. Com isso, passa a regular a oferta e a impor os preços finais. Cartel: resulta de acordos entre empresas independentes do mesmo ramo que, para evitar os desgastes da concorrência, dividem o mercado entre si e fixam preços comuns. Nesse processo, foi comum também os bancos passarem a controlar muitas empresas de outro ramo, ganhando com isso grande poder e influenciando decisões de seus governos. Esse fenômeno é chamado de “Capitalismo Financeiro” ou “Monopolista”. O imperialismo As potências europeias intensificaram a busca por mercados consumidores e por áreas produtoras de matéria prima, buscavam também oportunidades para investir suas capitais e colônias para acomodar parte de seu excedente populacional. Por isso lançaram-se em uma disputa acirrada pela Ásia, África e Oceania. Essa disputa é chamada de Imperialismo ou Neocolonialismo. Pensadores europeus formularam uma teoria chamada Darwinismo Social, segundo essa teoria, as raças humanas, assim como as espécies, também passam por uma longa evolução, durante o qual ocorre uma seleção natural e só as mais aptas sobrevivem. Na luta pela vida só as “raças superiores” triunfam, o que torna as guerras inevitáveis. Os racistas daquela época acreditavam em duas ideias equivocadas: a primeira é a de que existem raças humanas e a segunda é a de que a “raça branca” é superior à “raça negra”, à “raça amarela” e aos mestiços. Com base nessas e em outras teorias racistas, os europeus assumiram a tarefa de levar a civilização, isto é, o progresso e os “bons costumes” àqueles povos que consideravam incivilizados e racialmente inferiores. Defendiam então que eles tinham uma missão civilizadora. África: dominação e resistência Em 1880, os europeus ocupavam apenas 10% do continente Áfricano (pontos na faixa do litoral); em 1900, já eram senhores de 90%. E por meio da ciência, do uso da metralhadora, do barco a vapor e do quinino foram retalhando e se apossando de territórios africanos. Franceses na África: A França iniciou conquistando terras onde hoje é a Argélia, inicialmente os franceses instalaram nessas terras um protetorado, obrigando os governantes locais a exercerem a sua política. Posteriormente, assumiram o governo local, tomaram as terras dos nativos e os obrigaram a trabalhar. O governo francês prometia integrar os argelinos à “civilizção”, mas na prática, impedia que tivessem acesso a direitos básicos. Belgas na bacia do rio Congo: Leopoldo II apossou-se do Congo - um território dezenas de vezes maior que a Bélgica - e conseguiu que outras nações europeias reconhecem esse país africano como uma propriedade particular sua. Depois, dividiu o Congo em unidades, nomeou civis e militares belgas para administrá-lo e encarregou-os de forçar os congoleses a trabalhar na extração de borracha e marfim. Por meio da intimidação e da propaganda, o rei conseguiu manter um manto de silêncio sobre as atrocidades que ele e seus súditos vinham praticando no Congo. Britânicos na África: Os ingleses tiveram o domínio de vários lugares, como Egito, Sudão, Uganda, Quênia e etc. Os ingleses adotaram principalmente a administração indireta: os antigos chefes locais eram mantidos no poder e transformados em colaboradores dos ingleses. Os habitantes mulçomanos do Sudão, chamados de dervixes, resistiram ao imperialismo inglês pelas armas e chegaram a retomar Cartum, capital do país. A luta era vista por eles como “guerra santa” apesar de utilizar os armamentos mais modernos da época. Os ingleses os venceram na Batalha de Omdurman. Outros europeus que dominaram a África: Portugal, Espanha e Alemanha. A conferência de Berlim As principais potências perceberam que essa corrida imperialista poderia gerar uma guerra entre elas, então, no dia 28 de fevereiro de 1885, reuniram-se na Conferência de Berlim, que foi convocada para criar regras e condições favoráveis à ocupação da África. Com isso foi decidido: ● Permitir a livre navegação nas bacias dos rios Congo e Níger, duas rotas importantes para a penetração do continente; ● Liberar o comércio na bacia do rio Congo; ● Considerar que uma naçãoeuropeia só teria direito sobre um território africano se comunicasse sua ocupação as demais nações e enviasse para a área uma autoridade capaz de manter a ordem; ● Reconhecer o Estado Livre de Congo como propriedade particular do rei Leopoldo II da Bélgica. Esse território imenso serviu como Estado-tampão separando as demais áreas ocupadas pelos territórios europeus; ● Fixar regras para as futuras ocupações das costas da África. Os europeus dividiram a África segundo seus próprios interesses, fixando fronteiras artificiais : separaram povos de culturas semelhantes e misturaram, em um mesmo território, povos rivais, com línguas e costumes diferentes, o que alimentou e continua alimentando rivalidades e conflitos entre africanos. A partilha da Ásia Britânicos na Índia: Aos poucos, foram se impondo por meio da palavra e/ou da força. Ora criavam pequenas guerras contra marajás (príncipes e potentados da Índia) e nababos (equivalente a governador da Índia), ora aliaram-se a eles. Por volta de 1750, apoderaram-se de quase todo o território hindu, transformando-o em um protetorado inglês. Passaram a vender seus tecidos na Índia por preços baixos e aumentaram os impostos sobre os tecidos indianos, forçando o aumento dos seus preços, levando os produtos indianos à falência. Para os trabalhadores a situação piorou: trabalhavam mais tempo e apesar disso, viviam endividados, pois os impostos retiravam a maior parte daquilo que eles produziam. A Índia foi atingida por seis crises de fome, que mataram cerca de 15 milhões de hindus. A revolta dos Sipaios Os abusos das autoridades inglesas, o empobrecimento dos hindus e o racismo inglês provocaram a explosão da Revolta dos Sipaios. Os Sipaios começaram a rebelião atacando oficiais ingleses e logo obtiveram apoio popular, Porém a superioridade bélica dos ingleses acabou prevalecendo. O governo inglês dissolveu a Companhia Inglesa das Índias Orientais, que detinha o monopólio do comércio, e nomeou um vice-rei para governar o país. Britânicos na China Com uma civilização antiga e uma cultura material e espiritual variada e rica, a China sempre atraiu os Europeus, porém como os chineses não se interessavam por artigos europeus o comércio era sempre favorável a ela. Por volta de 1820, a situação mudou, quando os ingleses descobriram um produto - o ópio - que poderia ter grande aceitação entre os chineses, pois era capaz de viciar quem experimentasse. O ópio prejudicava a saúde dos chineses e arruinava famílias inteiras que se viciaram no consumo da droga. Em 1839, Lin Zexu, conselheiro do imperador chines, reclamou, em carta à rainha Vitória, dos prejuízos que o tráfico da droga trazia ao povo chines. A resposta da rainha foi o silêncio, então, o povo lançou ao mar 1400 toneladas de ópio que estavam em navios ingleses. Alegando prejuízos à propriedade privada, a Inglaterra iniciou uma guerra contra a China, a primeira Guerra do ópio - 1839 - 1842, e depois de vencê-la, obrigou-a a assinar o Tratado de Nanquim, que estabelecia: ● a abertura de cincos portos da China para que os mercadores ingleses pudessem comerciar livremente; ● o pagamento aos ingleses de uma indenização de 21 milhões de dólares pela perda do ópio jogado ao mar e pelos prejuízos causados pela guerra; ● o controle de Hong Kong pelos ingleses; ● o direito de os britânicos serem julgados por suas próprias leis, caso cometessem crime em território chines. Depois os estadunidenses, franceses e russos obtiveram dos chineses, por meio da intimidação, acordos que abriram os portos da China às grandes potências.
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