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MANUAL DOS TÉCNICOS MANUAL DOS TÉCNICOS - 1 MANUAL DOS TÉCNICOS – 2 Caros técnicos, É meu grande prazer apresentar o Manual dos Técnicos da AIBA. Este documento é o resultado de muitas horas de trabalho de nossos membros da Comissão Técnica e representa o primeiro manual técnico padronizado para se tornar disponível para todas as federações membro da AIBA e será parte importante do programa de desenvolvimento da AIBA. Nós só podemos desejar desenvolver o esporte do boxe mundialmente se tivermos técnicos suficientemente qualificados em todos os níveis. Até agora, os técnicos confiaram em manuais desenvolvidos de acordo com estilos locais, cada um se utilizando dos documentos de suas próprias federações nacionais de boxe ou emprestando-os de outras federações. Em última análise, os técnicos frequentemente acham difícil adaptar manuais criados em diferentes culturas de boxe às suas próprias necessidades. A fim de resolver este problema, a Comissão dos Técnicos da AIBA e a Academia AIBA trabalharam juntos durante junho de 2010 em Becancour, Canadá, para produzir o primeiro Manual dos Técnicos da AIBA. A Primeira Parte do Manual dos Técnicos da AIBA objetiva técnicos de nível iniciante que apenas começaram em suas carreiras de técnico e mira desenvolver suas habilidades para qualificação como Técnicos AIBA 1-Estrela. Ela trata de assuntos como estilos de treinamento, métodos de ensino e treinos, técnicas básicas, avaliações, responsabilidade em competição e anti-doping. A Parte 2 almeja Técnicos 2 e 3 Estrelas que objetivam futuramente reforçar suas habilidades e conhecimentos, finalmente permitindo a eles ganhar experiência em diferentes estilos de boxear e adaptar seu conhecimento e habilidades para sua cultura local de boxe. O Manual dos Técnicos da AIBA foi escrito de forma muito simples e com ilustrações para auxiliar o entendimento de seu conteúdo e para permitir aos técnicos implementar as habilidades e conhecimento do manual sem dificuldade. Eu gostaria de aproveitar a oportunidade de agradecer a todos os envolvidos nesse projeto – em particular aos membros da Comissão dos Técnicos da AIBA – por todo seu trabalho duro. Estou convencido que técnicos aspirantes irão encontrar nesse novo Manual dos Técnicos um trabalho de referência indispensável e um incentivo a estudá-lo em profundidade a fim de ajudá-los a desenvolver suas carreiras de técnico. Saudações pugilísticas, Ching-Kuo Wu - Presidente da AIBA. MANUAL DOS TÉCNICOS 3 MANUAL DOS TÉCNICOS - 4 Início Como uma iniciativa da AIBA este Manual dos Técnicos foi desenvolvido a fim de auxiliar os técnicos que estão trabalhando com atletas jovens e iniciantes O objetivo deste manual é desenvolver uma carreira de técnico e sua habilidade de iniciante até avançado, para padronizar os métodos de ensino e para criar material de referência utilizável pelos técnicos. O treinamento contemporâneo do boxe é um processo complexo e segmentado. Técnicos iniciantes devem fatores fundamentais que irão determinar e influenciar o resultado dos treinamentos. Para controlar e gerenciar o processo de treinamento adequadamente é necessário ter conhecimento e habilidades abrangentes, porque o técnico é totalmente responsável pelo desenvolvimento e progresso esportivo de seu boxeador. Finalmente é importante lembrar que o treino de boxe é variável, um processo não-constante e que deve ser adaptado a várias condições. Neste manual, você poderá encontrar recomendações, verificações, caminhos metodológicos e racionais de alcançar objetivos de treinamento. É impossível cobrir todo o conhecimento de boxe em um manual. Ainda assim, este manual cobre apenas os aspectos mais importantes de treinamento, como a organização dos ciclos de treinamento, técnica, tática e preparação física. As ilustrações selecionadas e a parte descritiva deste manual apresenta técnicas elementares de boxe de um jeito fácil de ser entendido. Alguns aspectos adicionais também estão cobertos brevemente. Os exemplos de métodos básicos de ensino serão úteis aos técnicos e irão ajuda-los a se tornar melhores treinadores. Comissão Técnica da AIBA MANUAL DOS TÉCNICOS – 5 MANUAL DOS TÉCNICOS - 06 Índice Capítulo 1: Técnicos.................................................................................................................9 1.1. Definições..............................................................................................................11 1.1.1. O Técnico........................................................................................................11 1.1.2. O Segundo.......................................................................................................11 1.2. Sistema de Gestão de Técnicos da AIBA...............................................................11 1.2.1. Política de Qualificação de Técnicos..............................................................11 1.2.2. Gestão de Desenvolvimento de Qualidade dos Técnicos...............................12 1.2.3. Gerenciamento do Rendimento dos Técnicos – Avaliação dos Técnicos.......12 1.2.4. Gerenciamento dos Técnicos em Competições.............................................13 1.2.5. Banco de Dados dos Técnicos.........................................................................13 1.2.6. Gerenciamento Acadêmico dos Técnicos.......................................................14 1.2.7. Gerenciamento de Técnicos do World Series of Boxing (WSB).....................14 1.3. Habilidades e Responsabilidades..........................................................................15 1.4. Estilos de Treinamento..........................................................................................16 1.4.1.O Treinamento autocrático..........................................................................16 1.4.2. O Treinamento Democrático.......................................................................16 1.4.3. O Treinamento Casual.................................................................................16 CAPÍTULO 2: TREINAMENTO ................................................................................17 2.1. Treinamento com Iniciantes............................................................................19 2.1.1. Estágios de Treinamento........................................................................19 2.1.1.1. Estágio de iniciação/inicial.....................................................20 2.1.1.2. Estágio Básico.........................................................................20 2.1.1.3. Estágio de Especialização.......................................................21 2.1.1.4. – Estágio de Alto Rendimento................................................21 2.2. Treinamento em Grupo..................................................................................22 2.3. Métodos de Ensino e Treinamento................................................................23 2.3.1. Métodos de Ensino................................................................................23 2.3.2. Métodos de treinamento......................................................................25 2.4. Organizando Sessões de Treinamento...........................................................27 2.4.1. Instalações.............................................................................................27 2.4.2. Equipamento.........................................................................................28 2.4.3. Preparando Programas de Treinamento..............................................292.5. Técnicas de Boxe ...........................................................................................32 2.5.1. Postura no Boxe.....................................................................................32 2.5.2. Passos de Boxe.......................................................................................34 2.5.3. Golpes Básicos........................................................................................38 2.5.3.1. Golpes retos............................................................................39 2.5.3.2. Cruzado (hook)........................................................................44 2.5.3.3. Upper Cut................................................................................49 2.5.4. Defesas Básicas.......................................................................................54 2.5.5. Combinações de Golpes .........................................................................67 2.5.6. Fintando...................................................................................................68 2.5.7. Boxe nas várias distâncias.......................................................................69 2.6. Treinamento Físico...........................................................................................70 2.6.1. Resistência. .............................................................................................70 2.6.2. Força .......................................................................................................71 2.6.3. Velocidade...............................................................................................72 2.6.4. Coordenação............................................................................................73 2.7. Treinamento Tático ..........................................................................................74 2.7.1. Boxeando contra os diversos tipos de boxe. ...........................................75 2.7.2. Boxe nas cordas e no corner. ..................................................................76 2.8. Treinamento Sem Equipamento.......................................................................77 2.9. Motivação do Atleta. ........................................................................................78 2.10 Recuperação....................................................................................................79 2.11. Avaliação ....... ................................................................................................80 2.11.1. Sessões de Treinamento. ......................................................................80 2.11.2. Desenvolvimento Técnico......................................................................81 2.11.3. Desenvolvimento Físico.........................................................................82 2.11.4. Desenvolvimento Tático........................................................................83 CAPÍTULO 3 – COMPETIÇÃO..................................................................................85 3.1. Antes da Competição........................................................................................87 3.2. Durante a Competição .....................................................................................95 3.2.1. Antes da Luta...........................................................................................95 3.2.2. Durante a Luta.........................................................................................98 3.2.3. Depois da Luta.........................................................................................99 3.3. Depois da Competição ...................................................................................100 3.4. Regras e Regulamentos ...................... ..........................................................101 3.4.1. Classificação por Idade..........................................................................101 3.4.2. Categorias de Peso.................................................................................101 3.4.3. Elegibilidade dos Boxeadores................................................................103 3.4.4. Duração e número de Rounds. .............................................................103 3.4.5. A Decisão. .............................................................................................103 CAPÍTULO 4 – ASPECTOS ADICIONAIS NO BOXE ...............................................107 4.1. Aspectos Médicos...........................................................................................109 4.1.1. Ferimentos.............................................................................................109 4.1.2. Prevenção de Ferimentos......................................................................109 4.1.3. Tratamento de Ferimentos Menores...................................................110 4.1.4. Tratamento de ferimentos graves. ......................................................112 4.2. Nutrição .........................................................................................................113 4.3. Monitoramento do Peso.................................................................................114 4.4. Teste anti-doping............................................................................................114 4.4.1. Teste de doping em competição.................................................................114 4.4.2. Teste de doping fora de competição...........................................................115 CAPÍTULO 5 – TÉCNICAS AVANÇADAS..................................................................117 5.1. Técnicas Avançadas – Europa. .......................................................................121 5.1.1. Postura de boxe.....................................................................................121 5.1.2. Trabalho de Pés.....................................................................................129 5.1.3. Ataques..................................................................................................133 5.1.4. Defesas...................................................................................................134 5.1.5. Fintas......................................................................................................135 5.1.6. Desenvolvimento de um Plano de Treinamento. .................................136 5.1.7. Preparação psicológica..........................................................................142 5.1.8. Táticas....................................................................................................143 5.1.9. Atividades durante a Competição.........................................................144 5.2. Técnicas Avançadas – Rússia.........................................................................146 5.2.1. Postura de boxe.....................................................................................146 5.2.2. Trabalho de Pés.....................................................................................153 5.2.3. Ataques..................................................................................................157 5.2.4. Defesas..................................................................................................159 5.2.5. Fintas......................................................................................................161 5.2.6. Desenvolvimento de um Plano de Treinamento. ..................................162 5.2.7. Preparação psicológica..........................................................................173 5.2.8. Táticas....................................................................................................174 5.2.9. Atividades durante a Competição..........................................................1755.3. Técnicas Avançadas Estados Unidos...............................................................177 5.3.1. Postura de boxe.....................................................................................177 5.3.2. Trabalho de Pés.....................................................................................181 5.3.3. Ataques..................................................................................................186 5.3.4. Defesas..................................................................................................187 5.3.5. Fintas.....................................................................................................190 5.3.6. Desenvolvimento de um Plano de Treinamento. ................................191 5.3.7. Preparação psicológica.........................................................................201 5.3.8. Táticas...................................................................................................202 5.3.9. Atividades durante a Competição.........................................................203 5.4. Técnicas Avançadas – Cuba ..........................................................................204 5.4.1. Postura de boxe.....................................................................................204 5.4.2. Trabalho de Pés.....................................................................................212 5.4.3. Ataques..................................................................................................214 5.4.4. Defesas...................................................................................................216 5.4.5. Fintas......................................................................................................218 5.4.6. Desenvolvimento de um Plano de Treinamento...................................219 5.4.7. Preparação psicológica.........................................................................230 5.4.8. Táticas....................................................................................................231 5.4.9. Atividades durante a Competição.........................................................232 5.5. Treinamento Avançado..................................................................................234 5.5.1. Treinamento Isométrico........................................................................234 5.5.2. Treinamento Pliométrico......................................................................235 5.5.3. Excesso de Treinamento – over training..............................................236 CAPÍTULO 6: INDIVIDUALIZAÇÃO . ....................................................................237 6.1. Unidade de Treinamento..............................................................................239 6.2. Controle e Monitoração de Treinamento....................................................241 Apêndice A – Treinamento Físico – Exemplos de Exercícios Apêndice B – Treinamento Isométrico Apêndice C – Treinamento Pliométrico Apêndice D – Avaliação das Habilidades dos Boxeadores MANUAL DOS TÉCNICOS - 10 CAPÍTULO I TÉCNICOS MANUAL DOS TÉCNICOS – 11 MANUAL DOS TÉCNICOS – 12 1.1 DEFINIÇÕES 1.1.1. O TÉCNICO O técnico é um professor, um modelo e um amigo no boxe que organiza, supervisiona e conduz o treinamento para ajudar alcançar o melhor potencial do atleta. “Todo técnico leva o jogador onde ele não pôde levar a si mesmo”. – Bill McCartney (Técnico de Futebol Americano “Eu acho que ser pai e ser treinador ou professor são a mesma coisa. E estas são as duas mais importantes profissões do mundo.” – John Wooden (Técnico de Basquete). “Um bom técnico fará seus jogadores perceberem que eles podem ser melhores do que já são.” - Ara Parasheghian (Técnico de Futebol Americano) 1.1.2. O SEGUNDO Quando o técnico entra no FOP* a ele/ela deve-se referir como o Segundo. O Segundo deve ser um técnico que toma conta de um lutador antes, durante e depois da luta. Ele/ela deve seguir as regras e regulamentos da AIBA. A primeira prioridade do segundo é a segurança do boxeador. Filed Of Play significa a área de competição que se estende por pelo menos 6 metros para fora da plataforma do ringue. 1.2. SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE TÉCNICOS DA AIBA 1.2.1. POLÍTICA DE QUALIFICAÇÃO DE TÉCNICOS - Todos os Técnicos da AIBA devem ser membros de Federações Nacionais. - A AIBA apenas reconhece técnicos filiados as Federações Nacionais. - Apenas Técnicos certificados da AIBA receberão todos os benefícios do Fundo de Solidariedade IOC e serão permitidos estar presentes na AIBA e nas competições de Confederações. - Os Técnicos AIBA se tornarão Técnicos WSB após terem seguido o programa de técnicos WSB - Os Técnicos WSB poderão ser Técnicos AIBA sem quaisquer restrições. - Técnicos AIBA também podem ocupar cargos nas Federações Nacionais como membros eleitos. MANUAL DOS TÉCNICOS – 13 1.2.2. GERENCIAMENTO DO APRIMORAMENTO DA QUALIDADE DOS TÉCNICOS Novas iniciativas em desenvolver novas competições e metodologia dos Técnicos, implementação do Sistema de Gerenciamento R&J e as orientações em eventos aprovadas pela AIBA, requerem o desenvolvimento de um plano de aprimoramento global na competições de boxe. Normalmente existe uma falta de melhoria no nível de qualidade dos Técnicos pelas nações e continentes. O ensino dos Técnicos, o treinamento e a certificação não é implementada e os técnicos deveriam ser instruídos sobre ética, trajes recomendados, etc. 1.2.3. GERENCIAMENTO DO DESEMPENHO DOS TÉCNICOS – AVALIAÇÃO DOS TÉCNICOS A fim de se tornar um Técnico AIBA qualificado, seus dados devem ser submetidos a AIBA que deverá avalia-los através da Comissão dos Técnicos da AIBA. No Apêndice E você encontra um exemplo desse formulário de dados. Apenas os dados submetidos pela Federação Nacional serão levados em consideração. Todos os dados dos Técnicos enviados por uma Federação Nacional receberão o status de dados oficiais da AIBA. A avaliação será de acordo com os seguintes critérios: TÉCNICO 3 ESTRELAS - Diretor Técnico atual da Federação Nacional - Ex Diretor Técnico da Federação Nacional nos últimos 10 anos. - O Técnico que possua o mais alto certificado por escola nacional. - O Técnico com mais de 20 anos de experiência ininterrupta (*) Qualquer técnico que satisfaça 3 condições dessas 4 exigências. TÉCNICO DUAS ESTRELAS - Diretor Técnico atual da Federação Nacional - Ex Diretor Técnico da Federação Nacional nos últimos 10 anos. - O Técnico que possua o mais alto ou o segundo mais alto certificado por escola nacional. - O Técnico com mais de 20 anos de experiência ininterrupta (*) Qualquer técnico que satisfaça 2 condições dessas 4 exigências. Ou - O atual assistente do Diretor Técnico Nacional - Um técnico que possua um certificado da escola nacional - Um técnico com mais de 10 anos de experiência ininterrupta TÉCNICO UMA ESTRELA - Atual Diretor Técnico Nacional. - Um Técnico com mais de 5 anos de experiência técnica ininterrupta. - Um Técnico que possua um Certificado de escola nacional. (*) qualquer técnico que satisfaça duas condições dessas 3 exigências. MANUAL DOS TÉCNICOS – 14 1.2.4. GESTÃO DE TÉCNICOS EM COMPETIÇÕES Para todos os Eventos AIBA 3 Estrelas cada federação participante deve ter pelo menos um técnico nível 3 Estrelas porque somente Técnicos 3 Estrelas são permitidosna posição de Segundos. Neste caso, cada país (federação) pode ter um Técnico 3 Estrelas obrigatório junto com um técnico de outro nível. No registro do formulário da equipe da delegação, uma cópia do certificado de Técnico 3 Estrelas será submetido e os Técnicos precisarão da validação do seu cartão de identificação da AIBA. Ainda a inscrição de eventos 3 estrelas deverá ser verificada pela base de dados AIBA para se ter certeza de que a inscrição é válida. Até o novo Sistema de Gestão dos Técnicos estar funcionando, um período de graça de dois anos está ativo até o final de dezembro de 2012 para todos os técnicos. TÉCNICO NÍVEL 1 ESTRELA - Todos os técnicos que são qualificados até o nível nacional e estão ativos em eventos nacionais e eventos AIBA 1 Estrela apenas. TÉCNICO NÍVEL DUAS ESTRELAS - Todos os técnicos que são qualificados até o nível nacional e internacional e estão ativos em eventos continentais e eventos AIBA 2 Estrelas apenas. TÉCNICO NÍVEL 3 ESTRELAS - Todos os Técnicos que são qualificados como Técnicos Nacionais e estão ativos em eventos AIBA 3 Estrelas. TESTE DE CONTROLE DOS TÉCNICOS Para assegurar que os técnicos continuem ativos e atualizados com as exigências técnicas da AIBA os Técnicos devem estar ativos em eventos sancionados pela AIBA correspondente a seu status de acordo com a frequência mencionada abaixo. Se não, o técnico perde seu status de Estrela e um Teste de Controle de Técnicos da AIBA precisará ser realizado. - técnico uma estrela – a cada 4 anos - técnico duas estrelas – a cada 3 anos - técnico 3 estrelas – a cada 2 anos. O período de validade da licença será estendido de 4 a 2 anos da data em que o torneio teve início. 1.2.5. BASE DE DADOS DOS TÉCNICOS Todos os formulários de dados dos Técnicos enviados por suas Federações Nacionais serão registrados na base de dados dos Técnicos da AIBA. Neste caso, as federações nacionais são responsáveis por enviar os arquivos das fichas de dados dos Técnicos (encontrada no APÊNDICE E) para o escritório central da AIBA. Todos os técnicos inscritos receberão uma certificação da AIBA quando forem avaliados. MANUAL DOS TÉCNICOS - 15 1.2.6. Gerenciamento Acadêmico de técnicos A Comissão de Técnicos da AIBA não apenas avalia o nível atual dos Técnicos, ela também ministra cursos de formação e exames em cada nível. Isso permite que todos os técnicos possam obter o nível correto de certificações. - Graduação de técnico 2 estrelas para tornar-se Técnico 3 Estrelas, todo o curso e exames serão organizados pela Comissão de Técnicos e só podem ter lugar na AIBA BOXING ACADEMY*nota do tradutor: atualmente, http://www.aiba.org/aiba-world-boxing-academy/ - Para obtenção de graduação de Técnico 1 ou de 1 para se tornar 2 Estrelas, exames terão lugar em diferentes regiões pelos Instrutores da Academia e pelos examinadores designados pela AIBA. - Para obtenção de certificações 1 ou 2 estrelas, o formulário dos Técnicos deve ser enviado ao escritório central da AIBA e uma avaliação pela Comissão de Técnicos determinará seu nível de acordo com os critérios estipulados. Detalhes dos cursos, exames e treinamentos dos instrutores da Academia ainda estão em desenvolvimento pela BOXING ACADEMY para abrir suas portas, mas o Treinamento é um dos principais pilares da Academia. 1.2.7. GESTÃO DE TÉCNICOS DO WORLD SERIES OF BOXING (W.S.B.) Com o lançamento do WSB em 2010 o desenvolvimento futuro e orientações são definidos em direção aos treinadores envolvidos neste novo e excitante programa. As seguintes questões são aplicáveis aos Técnicos WSB: - Todos os Técnicos WSB devem ser treinados por Técnicos AIBA atuais. - Todos os Técnicos WSB devem se desenvolver a partir da graduação de Técnico 3 Estrelas. - A AIBA irá preparar um grupo de técnicos disponíveis para cada franquia a contratar. - Os Técnicos AIBA poderão se tornar Técnicos WSB após terem seguido o programa de Treinamento WSB. - A AIBA deve também permitir que Técnicos WSB voltem a AIBA sem restrições. MANUAL DOS TÉCNJCOS – 16 http://www.aiba.org/aiba-world-boxing-academy/ 1.3. HABILIDADES E RESPONSABILIDADES HABILIDADES A fim de se comunicar efetivamente com os boxeadores e todas as outas pessoas envolvidas no processo de treinamento, habilidades de comunicação são necessárias. A fim de efetivamente transferir os conhecimentos e ajudar na compreensão do boxeador, é necessário habilidade para o ensinamento. Habilidades de ensinamento incluem demonstração, explanação e habilidades de liderança. A fim de efetivamente planejar e conduzir o treinamento, preparar boxeadores para competição, habilidades de organização são necessárias. RESPONSABILIDADES - A primeira e mais importante tarefa do Técnico é a segurança do boxeador. O Técnico deve se assegurar que o boxeador está saudável o tempo todo. - Deve providenciar um ambiente seguro para o boxeador treinar, competir, viajar e outras atividades relacionadas ao boxe. - Uma abordagem de ensino apropriada deve ser aplicada de forma não abusiva. Nem todos os boxeadores tem a mesma capacidade de aprendizado. - Planejar e preparar sessões de treinamento antes das sessões de treinamento. O Calendário de Competições deve ser considerado durante o planejamento. - Comunicação com os boxeadores e todos os outros envolvidos. - Avaliação do Programa de Treinamento, do progresso dos boxeadores, e do desempenho do boxeador durante a competição. - Deve saber e conhecer as regras de competição e os regulamentos da AIBA e obedecer o Código de Conduta*. *(nota do tradutor: este outro manual da AIBA será traduzido posteriormente). MANUAL DOS TÉCNICOS – 17 1.4. ESTILOS DE TREINAMENTO 1.4.1. TREINAMENTO AUTOCRÁTICO O Técnico toma todas as decisões relacionadas ao treinamento e todos os outros aspectos no boxe. O boxeador deverá seguir o comando, ouvir e cumprir. Permite que os boxeadores sejam muito disciplinados e estruturados. Contudo, esse estilo de treinamento pode também impedir que o boxeador desenvolva seus/suas próprias habilidades de raciocínio. 1.4.2. TREINAMENTO DEMOCRÁTICO O Técnico toma decisões baseado nas opiniões e sugestões do boxeador. O boxeador participa do processo de formação e de todos os outros aspectos do boxe. Permite aos técnicos construir um relacionamento excelente com o boxeador, contudo, esse estilo requer um Técnico altamente conhecedor e experiente para trabalhar de forma eficaz. 1.4.3. TREINAMENTO CASUAL O Técnico tem uma pequena participação no treinamento e outros aspectos do boxe. Aos boxeadores é permitido executar seu próprio programa de treinamento em seu ritmo e condição. Permite aos boxeadores apreciar seu treinamento e ajuda a desenvolver habilidades de raciocínio. Contudo, esse estilo pode atrasar o desenvolvimento do boxeador em aspectos físicos e técnicos do boxe. MANUAL DOS TÉCNICOS – 18 _________________________________________ CAPÍTULO II TREINAMENTO MANUAL DOS TÉCNICOS – 19 MANUAL DOS TÉCNJCOS - 20 2.1. TREINAMENTO COM INICIANTES - Desenvolvimento de uma boa forma geral deve ser uma prioridade para o boxeador iniciante, independente de idade ou experiência. - Nessa etapa em particular, é também importante desenvolver a coordenação e a velocidade. O desenvolvimento de coordenação e um treinamento de velocidade devem ser implementados. - O treinamento de força com pesos elevados não é recomendado, especialmente para boxeadores de idade mais jovem. Esse tipo de treinamento pode interferir em seu desenvolvimentofísico. - Cada sessão de treinamento deve ser planejada em conformidade para ensinar e treinar ambos os elementos físico e técnico. - Sempre iniciar o ensino partindo de tarefas simples para tarefas complexas. Quanto mais complexas as tarefas, mais fácil é o boxeador perder a atenção e o interesse. - Devem-se incorporar jogos diferentes e brincadeiras nas sessões de treinamento para criar um apreciável e interessante ambiente de treinamento. 2.1.1. ESTÁGIO DE TREINAMENTO Quando trabalhar com boxeadores iniciantes, o Técnico deve ter em mente que os resultados virão em estágios mais tardios e todo o processo de treinamento deve ser dividido em etapas separadas de acordo com a condição de crescimento físico e de idade do boxeador, melhoria de sua boa forma e aquisição de habilidades técnicas. Etapa inicial. Etapa básica Etapa de especialização Etapa de alto rendimento - Expor os boxeadores iniciantes a vários movimentos e habilidades técnicas, através da realização de um treinamento multilateral físico e técnico. - Desenvolver uma estrutura corporal harmoniosa e uma correta postura corporal - Desenvolver resistência aeróbica básica - Desenvolver velocidade, coordenação, flexibilidade, equilíbrio e conscientização através de movimentos naturais. - Desenvolve a capacidade de trabalhar aplicando exercícios físicos gerais e específicos - Desenvolve e melhora a coordenação, flexibilidade e resistência aeróbica - Desenvolve corretas técnicas de execução - melhora a concentração, determinação e motivação - desenvolve uma tática individual com ênfase nas defesas. - melhora coordenação, velocidade e resistência - Desenvolvimento Técnico - Melhoria nas habilidades táticas - desenvolve habilidades psicológicas - desenvolve táticas e estratégias de competição - Alcança o maior nível de rendimento. - Melhora habilidades psicológicas - Melhorar no boxeador o conhecimento relacionado ao boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 21 2.1.1.1. ESTÁGIO DE INICIAÇÃO OBJETIVOS DE TREINAMENTO - De maneira geral, treinamento multilateral físico e técnico, expondo o boxeador iniciante a vários movimentos e habilidades técnicas. - Desenvolver uma estrutura corporal harmoniosa e uma correta postura corporal - Desenvolver resistência aeróbica básica, sem expor o iniciante a cargas de treinamento muito pesadas. - Desenvolver velocidade, coordenação, flexibilidade, equilíbrio e conscientização através dos movimentos naturais. REALIZAÇÃO - Introdução dos elementos básicos das técnicas do boxe - Execução de exercícios de correr, saltar e arremessar - Treinamento de exercícios de força com o próprio peso corporal ou do parceiro, não com equipamentos com pesos. - Participação em sparring técnico com diferentes socos, com ênfase em golpes retos. - Participar de vários eventos de boxe; Ênfase em ganho de experiência, com diversão e motivação para vencer, mas sem colocar stress na vitória. - Participar em vários esportes, jogos esportivos com regras simplificadas, como basquete, futebol e outros esportes de equipe. - Variar os exercícios a fim de gerar interesse no boxeador. 2.1.1.2. ESTÁGIO BÁSICO OBJETIVOS DE TREINAMENTO - Desenvolver a capacidade de trabalhar aplicando exercícios físicos gerais e específicos - Desenvolver e melhorar a coordenação, flexibilidade e resistência aeróbica - Desenvolver corretas técnicas de execução - melhorar a concentração, determinação e motivação - desenvolver táticas individuais com ênfase nas defesas. IMPLEMENTAÇÃO - Exercícios para boa forma, como corrida, pular corda e etc. - Exercícios para coordenação e flexibilidade - Exercícios de resistência com todos os esportes de equipe, corrida de longa distância e corrida alternada com caminhada em diferentes condições. - Exercícios de força com o próprio peso corporal ou o do parceiro. - Técnicas de boxe: aprendendo e melhorando as habilidades técnicas básicas. - Participação em algumas lutas de exibição de acordo com as capacidades individuais. MANUAL DOS TÉCNICOS - 22 2.1.1.3. ESTAPA DE ESPECIALIZAÇÃO OBJETIVOS DE TREINAMENTO - Desenvolver habilidades motoras que são prevalentes no boxe, como coordenação, velocidade, resistência - Desenvolvimento Técnico - Melhorar as habilidades táticas - Desenvolver habilidades psicológicas, como a de antecipação, para superar ansiedade, tomada de decisões e etc. - desenvolver táticas e estratégias de competição REALIZAÇÃO - Exercícios específicos de boxe, como o saco pesado (heavy bag), sparing, manoplas e etc. - Continuidade dos exercícios de boa forma - Exercícios de coordenação e velocidade - Exercícios para uma melhora geral na resistência - A adoção de uma resistência específica. - Treinamento de força com pesos - Participação em diferentes competições contra oponentes variados - Aumento do volume e intensidade da carga de trabalho sem alcançar a fadiga completa 2.1.1.4. ETAPA DE ALTA PERFORMANCE OBJETIVOS DE TREINAMENTO - Alcançar a melhor forma esportiva. - melhorar as habilidades psicológicas, como iniciativa, autocontrole, lidar com o stress no treinamento e em competição. - melhora o conhecimento do boxeador relacionado ao boxe - Determinação para vencer REALIZAÇÃO - Continuação dos exercícios de habilidades motoras com ênfase no potencial individual e nas necessidades pessoais. - Aumento no volume e intensidade de treinamento. - Exercícios para melhoria nas habilidades físicas individuais. - Continuidade no treinamento técnico e tático. - Focar em vencer. - Administrar a recuperação adequada. MANUAL DOS TÉCNICOS – 23 2.2. TREINAMENTO EM EQUIPE - Quando for treinar uma equipe, é essencial que os técnicos se posicionem onde puderem observar todos os movimentos e ações e serem vistos por todos os boxeadores. - Quando estiver treinando um grupo de boxeadores que tenha diferentes conjuntos de habilidades e características físicas, é recomendado dividir os grupos baseado nos conjuntos de habilidades e nas características físicas. Por exemplo, boxeadores de habilidade avançada com avançados, garotos mais baixos com boxeadores mais baixos, boxeadores altos com boxeadores altos e por categorias de peso. MANUAL DOS TÉCNICOS – 24 2.3. MÉTODOS DE ENSINO E TREINAMENTO 2.3.1. MÉTODO DE ENSINO MÉTODO DEMONSTRATIVO Demonstrar, passo a passo, usando a demonstração física exata se possível. Enquanto demonstrando, explicar a razão e o significado de cada passo. Para ser efetivo, planejar a demonstração a fim de que o Técnico possa se assegurar de mostrar os passos na sequência apropriada e incluir todos os passos. Esse método é recomendado para o ensino de habilidades relacionadas à técnica porque ele cobre todos os passos necessários a um efetivo aprendizado organizado. Essa etapa demonstrativa dá aos alunos a oportunidade de ver e ouvir. Eficácia - Treinamento técnico - treinamento físico MÉTODO EXPLANATIVO A explanação é o uso de afirmações para descrever fatos que irão clarear questões de contextos obscuros. Para ser eficaz usando o método explanativo no ensinamento, o técnico ou instrutor deve ter um claro entendimento dos fatos ou da pessoa de quem se vai explanar. Esse método é diferente do demonstrativo. Enquanto o demonstrativo é bom para clarear ou ajudar a entender a maneira de agir, fisicamente, o método explanativo ajuda o aprendiz a entender os assuntos. Eficácia - treinamento tático - compreensão do programa de treinamento - compreensão do gerenciamento do Peso e Nutrição. MÉTODO ARGUMENTATIVO A discussão é um fórum aberto no qual técnico e instrutor expressam suas opiniões e situações, assim como os alunos também expressam suas opiniões. O Método Argumentativo é uma oportunidade natural para o aluno e o técnico interagire construir um entendimento. O Método Argumentativo pode auxiliar o técnico e o atleta a dividir uma variedade de informações incluindo atitudes, opiniões, inspirações (insights) e talentos. Eficácia - treinamento tático - treinamento mental - motivação MANUAL DOS TÉCNICOS 25 MÉTODO ANALÍTICO O ensinamento do Método Analítico decompõe um assunto complexo ou informação em partes pequenas para ajudar o aprendiz com uma melhor compreensão do assunto ou informação. Para ser eficaz, o técnico tem que apresentar um planejamento e um pré-estudo do assunto ou informação. Este método é recomendado durante a revisão do treinamento do boxeador, desempenho em competição e o progresso do desenvolvimento do boxeador. Eficácia - Treinamento técnico - Treinamento físico - revisão de sessões de treinamento - revisão de desempenho em competição MÉTODO VISUAL Materiais visuais são ferramenta muito importante no ensinamento. Dependendo de uma ferramenta diferente, o método visual pode ensinar os atletas do aspecto físico ao mental. O técnico deve selecionar o produto visual apropriado, a fim de aumentar a efetividade e atingir o propósito. Contudo, uma desvantagem do método visual é a falta de interação e o material visual possível é muito generalista para se focar em questões específicas. Eficácia: - Treinamento Técnico - Treinamento Físico - Treinamento tático - Treinamento mental MANUAL DOS TÉCNICOS – 26 2.3.2. MÉTODO DE TREINAMENTO Métodos de treinamento, que são aplicáveis ao processo de treinamento, são divididos em dois grupos: Método ininterrupto e método interrompido. O método Ininterrupto é o treinamento de exercícios específicos, sem período de descanso entre os intervalos. O Método Interrompido é o treinamento de exercícios com períodos de descanso entre os intervalos. Terminologias - Sets (séries): grupo de repetições. - Repetições: número de exercícios - Rest period: intervalo para descanso - Frequência cardíaca: número de batidas do coração durante certo período de tempo. - Período de trabalho: Duração do exercício MÉTODO ININTERRUPTO O princípio essencial do método ininterrupto é a falta de período de descanso entre exercícios. O Método Ininterrupto pode também ser dividido em duas categorias: de intensidade estável e intensidade instável/variável. A intensidade refere-se a quanto trabalho e esforço os atletas colocam nos exercícios. A intensidade pode ser medida pela frequência cardíaca do atleta. Quando a frequência cardíaca é muito além (quase o dobro) de uma frequência cardíaca normal, significa que a intensidade do exercício foi alta, quando a frequência cardíaca estiver próxima do normal significa que o exercício foi realizado com baixa intensidade. MÉTODO ININTERRUPTO DE INTENSIDADE ESTÁVEL Realiza o exercício sem mudanças constantes de dificuldade ou intensidade. Por exemplo, corrida de longa distância num campo com superfícies macias, num local estável. Efeitos do treinamento: Desenvolvimento de uma resistência geral e uma resistência de força MÉTODO ININTERRUPTO DE INTENSIDADE INSTÁVEL/VARIÁVEL Realiza o exercício com constantes mudanças na dificuldade para mudar a intensidade. Por exemplo, corrida de longa distância num local com subidas, descidas, superfícies macias e duras. Efeitos do treinamento: Desenvolvimento de uma resistência geral e uma resistência de força em grau avançado. MANUAL DOS TÉCNICOS 27 MÉTODO INTERROMPIDO O princípio essencial no Método Interrompido é a combinação e a relação entre intensidade e duração do exercício e período de descanso. MÉTODO REPETITIVO O método repetitivo é uma combinação de 3 elementos: duração do exercício, número de repetições do exercício e período de descanso. No método de treinamento repetitivo, a intensidade do exercício deve ser máxima, entretanto, a fim de alcançar melhores resultados, a execução do exercício deve ser familiar ao atleta. O período de descanso no método repetitivo deve ser longo o suficiente para que o atleta consiga se recuperar totalmente (próximo de uma frequência cardíaca normal). A razão pela qual o atleta deve alcançar a recuperação total é porque ele ou ela devem continuar no mesmo exercício novamente, com intensidade máxima. Sem a recuperação total, o método de exercícios com repetições não pode ser realizado adequadamente. No método repetitivo, uma série de exercícios não deve ter mais que 6 ou 8 repetições e deve ter não mais que 3 ou 4 séries. Efeitos do Treinamento: Desenvolvimento de velocidade, resistência de velocidade, força máxima e força dinâmica. MÉTODO INTERVALADO Para o método intervalado, o técnico tem que programar a sessão de treinamento com cuidado, considerando a duração do exercício, a intensidade do exercício e o período de descanso. Diferente do Método Repetitivo, o atleta não deve ter períodos de descanso suficientes a sua recuperação total. Por exemplo, uma corrida de curta distância com máxima intensidade por 30 segundos, seguida de 30 segundos de descanso, começando em seguida outra corrida de curta distância com intensidade máxima por 30 segundos, com 30 segundos de descanso e assim sucessivamente. Em consonância com os objetivos do treinamento, o técnico deve selecionar a duração e o esforço apropriados, a duração do descanso e o número de repetições. Eficácia do Treinamento: Desenvolvimento de resistência específica, resistência de velocidade, resistência de força. MANUAL DOS TÉCNICOS 28 2.4. ORGANIZANDO SESSÕES DE TREINAMENTO 2.4.1. INSTALAÇÃO EQUIPAMENTO DE GINÁSTICA - Ringue de boxe com 4 cordas (Dimensão mínima: 4,9m x 4,9m) - Saco de pancada pesado (heavy bag) de 20kg (Dimensão mínima 120 cm x 40 cm) - Maize Bag de 8 kg (*bolsa para uppercut pesada de 8kg) - Double ended bags (Tetos-solos) - Speed Bags (Pêra) - Diferentes tipos de luvas - colchonetes (Dimensão mínima 2 metros x 1 metro x 0,05 mm de espessura) - escadas de madeira* (dimensão mínima: 2,5m x 1m) *step e escada de agilidade - paredes almofadadas e espelhos na parede - Medicine Balls (de pesos diferentes). - pesos livres e halteres (de pesos diferentes) - bolas de tênis - cordas de pular - balança eletrônica - Timer/ cronômetro ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA - Academia/ginásio de BOXE - O material do piso da academia deve ser antiderrapante - iluminação apropriada em toda academia - A ventilação apropriada do ginásio é essencial, não apenas pelo odor, mas também pela qualidade do ar e questões de higiene. - Seguir as leis de construção nacionais, regionais e locais (estaduais e municipais) - Vestiários separados para homens e mulheres. - o ringe de boxe deve ser posto a no mínimo 2 metros das paredes - para cada ringue de boxe, os corners devem bem almofadados, as cordas e lonas de boxe devem estar em boas condições (não desgastadas) - O saco pesado (heavy bag) deve ser preso de forma segura - Havendo vários sacos pesados (heavy bags), cada um deve ser colocado a dois metros do outro e longe da parede - Todo equipamento deve ser mantido guardado e preso na parede ou no teto. - Todo equipamento deve estar em boas condições (não desgastado) - Todos os atletas na academia devem usar calçados apropriados ou de solado plano. - Abordagem de Segurança pelo Técnico: - Todas as atividades na academia e nos armários individuais devem ser supervisionadas o tempo todo pelo técnico ou assistentes. - todo o equipamento deve ser constantemente examinado durante o dia. - manter anotações com as informações sobre o atleta, incluindo: - Contato em caso de emergência - informação física do boxeador (altura, peso, etc) - Data do primeiro exame médico. MANUAL DOS TÉCNICOS – 29 - Ferimentos e doenças passados. - Condições médicas atuais (ferimentos, doenças, alergias) 2.4.2. EQUIPAMENTO - EQUIPAMENTO DE TREINAMENTODO BOXEADOR - Protetor de cabeça com proteção de bochecha e queixo. - Luvas de boxe de 12 a 16 onças. - protetor bucal e bandagens - coquilha (homens) e protetor de seios (mulheres) - equipamento pessoal (calções, camisetas e calçados) - EQUIPAMENTO DO TÉCNICO - Manopla de foco - assobio - protetor de corpo - cronômetro - agasalho de corrida - tênis de corrida - Diário do Técnico MANUAL DOS TÉCNICOS – 30 2.4.3. PREPARANDO O PROGRAMA DE TREINAMENTO PROGRAMA DE TREINAMENTO DIÁRIO O programa de treinamento diário é um elemento essencial no desenvolvimento do atleta. O programa de treinamento pode ser planejado diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente e etc. O Técnico deve monitorar o progresso do atleta e mudar o programa de treinamento de acordo com seu desenvolvimento. Cada programa de treinamento deve incluir: Objetivo da sessão de treinamento Método de treinamento exercícios carga de trabalho: Duração dos exercícios e períodos de descanso entre os exercícios e número de repetições. Organização do Treinamento (localização, instalações, equipamento). Programas de treinamento devem ser bem organizados e planejados antecipadamente a maximizar o benefício e cada sessão de treinamento deve incluir um aquecimento apropriado e sessões de resfriamento para evitar lesões e internações. - Começo – Aquecimento o - Alongamento o - Jogging (corrida leve) - Principal - treinamento o - Treinamento técnico o ´Treinamento Tático o - Treinamento Físico - Encerramento - resfriamento o - Alongamento o - Jogging o - Relaxamento MANUAL DOS TÉCNICOS 31 MANUAL DOS TÉCNICOS – 32 PROGRAMA DE TREINAMENTO SEMANAL NOME Joe Boxeador DATA 15/06/2010 EXERCÍCIOS Decurso (MIN) OBJETIVOS LOCALIZAÇ ÃO DURAÇÃO OBSERV AÇÕES Segunda 15 de junho Aprender e treinar golpes retos com a mão da frente na cabeça academia 90 min Terça 16 de junho Desenvolver resistência e velocidade Ao ar livre 60 min Quarta 17 de junho Aprender e treinar defesa contra golpe reto com a mão da frente na cabeça (jab) Ginásio 90 min Quinta 18 de junho Desenvolver resistência geral (jogging) Ao ar livre 60 min Sexta 19 de junho Aprender e treinar golpe reto com a mão de trás na cabeça Academia 90 min MANUAL DOS TÉCNICOS – 33 2.5. TÉCNICAS DE BOXE 2.5.1. POSTURA DE BOXE Uma postura apropriada no boxe permite ao boxeador efetivamente mover-se no ringue, tanto atacar quanto defender-se enquanto mantém constantemente uma postura equilibrada. *Nota do tradutor: Orthodox: Destro; southpaw: canhoto. 1-O boxeador se posiciona lateralmente (num ângulo aproximado de 45 graus) 2- Posiciona os pés alinhados com a largura dos ombros 3- Distribui igualmente o peso corporal em ambos os pés. 4- Dobra seus joelhos ligeiramente para baixo e para dentro 5- Dedos do pé da frente apontam ligeiramente para dentro enquanto os dedos do pé de trás apontam para frente. 6- O tronco gira para dentro 7- Eleva levemente o calcanhar do pé de trás 8- Posiciona a mão da frente no nível dos olhos 9- Mantém o queixo para dentro e o protege com o ombro da frente 10-Maneja o cotovelo do braço de trás próximo ao corpo (quase tocando a área das costelas) 11-Mantém o punho do braço de trás erguido e próximo ao queixo 12- Pulso alinhado (reto), a fim de que as costas da mão estejam em linha reta com o antebraço. MANUAL DOS TÉCNICOS 34 ERROS COMUNS NA POSTURA DE BOXE Pés muito abertos – dificultando movimentos rápidos Pés muito estreitados – perturba o equilíbrio Os dois calcanhares planos, rentes ao solo – dificultando um movimento fluente Manter-se muito ereto – criando um alvo maior para o oponente levantando o queixo para cima – uma chance maior de ser atingido no queixo, que é um ponto de ocorrência de nocaute. A postura no Boxe, de um ângulo diferente: (nota do tradutor: orthodox – destro; southpaw: canhoto) MANUAL DOS TÉCNICOS – 35 2.5.2. OS PASSOS DE BOXE Os passos no boxe – o modo como os boxeadores se movem no ringue. O pé que fica mais próximo da direção de movimento é o que inicia o movimento primeiro. Erros comuns nos passos de boxe: A postura de boxe com os pés muito estreitos ou muito separados. movimentos com os pés muito rentes ao solo (*no original, flat footed) movimentos sob os calcanhares peso corporal não distribuído igualmente nas duas pernas Postura de boxe vista de um ângulo diferente: Passo a frente (forward step) (nota do tradutor: orthodox – destro; southpaw: canhoto) 1- Permanecer na postura de boxe 2- Erguer ligeiramente o pé da frente 3- Empurrar o corpo para frente usando o pé de trás 4- Após os dedos do pé da frente tocarem o solo, deslizar o pé de trás para frente 5- Manter os pés na largura dos ombros e manter a distribuição do peso nas duas pernas MANUAL DOS TÉCNICOS -36 PASSO PARA TRÁS (nota do tradutor: orthodox – destro; southpaw: canhoto) 1.Manter a postura de boxe 2.Erguer o pé de trás bem superficialmente 3.Empurrar o corpo para trás com o pé da frente 4.Após a parte da frente do pé de trás tocar o chão, deslizar o pé da frente para trás. 5.Manter pés alinhados na distância dos ombros e peso distribuído entre as duas pernas. MANUAL DOS TÉCNICOS 37 PASSO LATERAL PARA A ESQUERDA 1- Destro e canhoto: Manter a postura de boxe PASSO LATERAL PASSO LATERAL DESTRO (orthodox) CANHOTO (southpaw) Passo lateral à esquerda para destro: 2- Erguer o pé da frente levemente 3- Empurrar o corpo para o lado esquerdo com o pé de trás 4- Após dedos do pé da frente tocar o solo, o pé de trás o segue Passo lateral à esquerda para canhoto 2- erguer o pé de trás devagar 3- empurrar o corpo para o lado esquerdo com o pé da frente 4 - após os dedos do pé de trás tocarem o solo, o pé da frente o segue Ambos: 5- Manter pés alinhados com ombros e a distribuição do peso entre as pernas MANUAL DOS TÉCNICOS 38 PASSO LATERAL PARA A DIREITA 1- Manter a postura de boxe DESTRO 2- Erguer o pé de trás levemente 3- Empurrar o corpo para o lado direito com o pé da frente 4- Depois que os dedos do pé de trás tocam o solo, o pé da frente segue CANHOTO 2- erguer o pé da frente suavemente 3- empurrar o corpo para o lado direito com o pé de trás 4 Depois que os dedos do pé da frente tocarem o solo, o pé de trás o segue 5- AMBOS: Manter pé e ombros alinhados e a distribuição do peso entre as pernas MANUAL DOS TÉCNICOS – 39 2.5.3. GOLPES BÁSICOS DE BOXE Nos estágios iniciais das técnicas de aprendizado, todos os socos, golpes retos, cruzados e uppercut devem ser praticados e dominados na postura de boxe antes do treinamento dos passos do boxe. Então, praticar os golpes em conjunto com os passos do boxe. O ensinamento e a abordagem de treinamento para socos deve seguir a seguinte sequência: golpes na postura parado golpes com passos a frente e para trás golpes com passos laterais Aprender a golpear na postura e então em movimento, aprender o próximo golpe na postura parado E com movimento. Após dominar pelo menos dois golpes tanto parado quanto em movimento, aprender a usar esses dois golpes como uma combinação de golpear parado e em seguida, em movimento. Erros comuns nos golpes básicos do boxe: golpes sem rotacionar (girar) o corpo peso corporal deslocado para o lado errado queixo erguido para cima queixo não protegido cabeça inclinada para frente, para trás ou para os lados pernas na postura errada antes e depois de golpe com passos os punhos não giram corretamente recolher o braço para baixo ou para os lados após acertar um golpe recolher a mão muito devagar de volta a postura básica MANUAL DOS TÉCNICOS – 40 2.5.3.1. GOLPES RETOS OBJETIVOS DE TREINAMENTO Golpes retos são muito úteis contra oponentes situados na longa distância. A longa distância refere-se a distância entre dois boxeadores estando longe o suficiente para que o boxeador não consiga atirar o soco sem precisar dar um passo a frente. O golpe reto é um golpe importante que pode ser usado como preparação para o ataque principal numa luta. Pode também ser usado para medir a distância apropriada do oponente, para perturbar as ações do oponente e para pontuar golpes. Existem dois tipos de golpes retos, golpes retos na cabeça e golpes retos no corpo. Ainda estes são divididos entre golpes retos na cabeça ou corpo usando o braço da frente e golpe reto na cabeça ou no corpo usando o braço de trás. A fim de treinar efetivamente um boxeador, a seguinte sequência de ensinamento e treinamento é recomendada: - Golpe reto na cabeça com o braço da frente na postura parado - Golpe reto na cabeça com o braço da frente e passo a frente - golpe reto na cabeça com o braço da frente com passo para trás e passos laterais. - golpe reto na cabeça com o braço de trás na postura parado - golpe reto na cabeça com o braço de trás e passo a frente - golpe reto na cabeça com o braço de trás com passo para trás e passos laterais - golpe reto no corpo com o braço da frente na postura parado - golpe reto no corpo como braço da frente e passo a frente - golpe reto no corpo com o braço da frente e passo para trás e passos laterais - golpe reto no corpo com o braço de trás na postura parado - golpe reto no corpo com o braço de trás e passo a frente - golpe reto no corpo com o braço de trás e passo para trás e passos laterais Após o boxeador dominar os socos com movimentação, o técnico deve começar o ensinamento básico de defesas contra os golpes que ele/ ela aprendeu. Após dominar a defesa básica, o técnico deve começar a ensinar e treinar o contra ataque. Manual dos técnicos 41 GOLPE RETO COM A MÃO DA FRENTE NA CABEÇA 1- Da postura de boxe 2- Mirar o queixo do oponente com as juntas dos dedos da mão da frente 3- Mudar o peso corporal da perna de trás para a perna da frente 4- Girar o corpo em direção ao lado de trás* (*nota do tradutor: lado que se refere ao braço de trás é o lado de trás; que se refere ao braço da frente, o lado da frente) 5- Manter o queixo para baixo 6- Estender o braço da frente em direção ao alvo a: nós dos dedos (juntas dos dedos) para cima, palmas das mão para baixo 7- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente pelo mesmo caminho realizado 8- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 42 GOLPE RETO COM O BRAÇO DE TRÁS NA CABEÇA 1- Da postura de boxe 2- Mirar o queixo do oponente com os nós dos dedos (juntas) do punho da frente 3- Deslocar o peso corporal para a perna da frente 4- Girar o corpo para o lado da frente 5- Manter a mão da frente erguida para proteger a cabeça e o cotovelo para proteger o corpo 6- Estender o braço de trás direto para o alvo a. Nós dos dedos, ou juntas dos punhos erguidos com palmas para baixo 7- Após ter acertado o alvo, retrair rapidamente o braço pelo mesmo caminho que o golpe foi entregue. 8- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS - 43 GOLPE RETO COM A MÃO DA FRENTE NO CORPO 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos para deixar o ombro da frente alinhado com o alvo no corpo do oponente 3- Manter os olhos na área alvo do oponente 4- O peso corporal muda para a perna da frente 5- Girar o quadril e o ombro levemente em direção ao lado da frente 6- O braço da frente estende-se em direção ao alvo 7- Juntas dos dedos para o alto, palmas para baixo 8- O queixo está protegido pelo ombro da mão da frente e pela mão de trás com a guarda alta. 9- Após ter atingido o alvo, retraia o braço rapidamente pelo mesmo caminho que o golpe foi entregue 10- Retorne a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS - 44 GOLPE RETO NO CORPO COM A MÃO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos para que o ombro que está à frente se alinhe com o alvo no corpo do oponente. 3- Manter o queixo para baixo 4- Manter o braço da frente erguido e rígido para proteger a cabeça 5- Manter os olhos na área alvo do oponente 6- Peso corporal muda para a perna da frente 7- Girar o corpo para o lado da frente 8- Braço de trás se estende direto para o alvo a- Juntas dos dedos para o alto, palmas para baixo 9. Após ter atingido o alvo, retrair o braço rapidamente ao longo do mesmo caminho que o golpe foi entregue. 10. Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS - 45 2.5.3.2. CRUZADOS – (*nota: no original do manual, “Hooks”) OBEJTIVOS DE TREINAMENTO Cruzados são socos usados geralmente na média distância. A média distância refere-se a distância entre dois boxeadores num alcance onde os boxeadores não tenham que dar passo a frente para entregar os golpes. Similar a golpes retos, os cruzados também tem dois tipos diferentes: cruzado na cabeça usando o braço da frente , cruzado na cabeça usando o braço de trás, cruzado no corpo usando o braço da frente e cruzado no corpo usando o braço de trás. Novamente, similar aos golpes retos, a fim de efetivamente treinar o boxeador, a seguinte sequência de ensinamento e treinamento é recomendada: - cruzado na cabeça com o braço da frente em postura parado. - cruzado na cabeça com o braço da frente e passo a frente - cruzado na cabeça com o braço da frente com passo atrás e passos laterais - cruzado na cabeça com o braço de trás na postura parado - cruzado na cabeça com o braço de trás e passo a frente - cruzado na cabeça com o braço de trás com passo atrás e passos laterais - cruzado no corpo com o braço da frente em postura parado. - cruzado no corpo com o braço da frente e passo a frente - cruzado no corpo com o braço da frente com passo atrás e passos laterais - cruzado no corpo com o braço de trás na postura parado - cruzado no corpo com o braço de trás e passo a frente - cruzado no corpo com o braço de trás com passo atrás e passos laterais MANUAL DOS TÉCNICOS - 46 CRUZADO NA CABEÇA COM O BRAÇO DA FRENTE 1- Da postura de boxe parado 2- O corpo gira levemente para o lado da frente 3- O peso corporal muda para a perna da frente 4- Manter a mão de trás erguida, próxima ao queixo e rígida 5- Fazer uma curva com o braço da frente em direção ao alvo sem esticar o braço reto (quando fizer a curva com o braço, mantenha o cotovelo dobrado próximo a um Ângulo de 90 graus. 6- Manter os olhos no oponente. 6-A- Deve observá-lo por cima do braço, não por baixo 7- Punhos apontam para o oponente, punhos nunca devem apontar para cima ou para baixo 8- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente em direção ao caminho mais curto possível 9- Retrair rapidamente MANUAL DOS TÉCNICOS - 47 CRUZADO NA CABEÇA COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Mire o queixo do oponente com as costas dos punhos da mão da frente 3- O corpo gira levemente para o lado de trás 4- O peso corporal muda para a perna da frente 5- Manter a mão da frente para cima e próxima ao queixo e rígida 6- Fazer uma curva com o braço de trás em direção ao alvo sem estender o braço em linha reta 6-A- Quando fizer a curva com o braço, manter o cotovelo dobradopara dentro próximo a um ângulo de 90 graus 7- Manter os olhos no oponente 7-a- Deve-se observar o oponente por cima do braço, não por baixo 8- Juntas do punho apontam para o oponente, as juntas nunca devem apontar para cima ou para baixo 9- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente pelo menor caminho possível 10- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 48 CRUZADO NO CORPO COM O BRAÇO DA FRENTE 1- Da postura de boxe 2- Dobre os joelhos até o ombro estar alinhado com o alvo 3- Mantenha os olhos no oponente 4- Manter a mão de trás rígida e próxima ao corpo 5- O corpo gira ligeiramente para o lado da frente 6- O peso corporal é trocado para a perna da frente 7- Fazer uma curva com o braço da frente em direção ao alvo sem estender o braço reto. 7-a- Manter os cotovelos dobrados num ângulo de 90 graus ou próximo 8- Os punhos apontam para o oponente, os punhos não devem nunca apontar para cima ou para baixo 9- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente seguindo o menor caminho possível 10- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS - 49 CRUZADO NO CORPO COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos até que os ombros estejam alinhados com o alvo 3- O corpo gira levemente para o lado de trás 4- O peso corporal é trocado para a perna da frente 5- Manter a mão da frente erguida e próxima ao queixo e rígida para proteger a cabeça 6- Faça uma curva com o braço de trás em direção ao alvo sem esticar o braço reto 6-a- Quando estiver encurvando o braço, manter o cotovelo dobrado próximo a 90 graus 7- Manter os olhos no oponente 7.a- Observar por cima do braço, não por baixo 8- Os punhos apontam para o oponente, punhos nunca devem apontar para cima ou para baixo 9- Após atingir o alvo, recolher o braço de volta pelo menor caminho possível 10- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 50 2.5.3.3. UPPERCUT* *(nota do tradutor: numa tradução literal, poderia significar corte para cima). O uppercut é um golpe utilizado normalmente na curta e média distância. Curta distância significa a pequena distância entre dois boxeadores. As luvas dos boxeadores quase ou realmente se tocam. Novamente, o uppercut também tem 4 tipos diferentes, uppercut na cabeça usando o braço da frente, uppercut na cabeça usando o braço de trás, uppercut no corpo usando o braço da frente e uppercut no corpo usando o braço de trás. Novamente, igualmente a outros golpes básicos, a fim de treinar o boxeador eficazmente, seguir a sequência de ensinamento e treinamento é recomendado: - uppercut na cabeça com o braço da frente na postura parado - uppercut na cabeça com o braço da frente com passo a frente - uppercut na cabeça com o braço da frente com passo para trás e passos laterais - uppercut na cabeça com o braço de trás na postura parado - uppercut na cabeça com o braço de trás com passo a frente - uppercurt na cabeça com o braço de trás com passo para trás e passos laterais - uppercut no corpo com o braço da frente na postura parado - uppercut no corpo com o braço da frente com passo a frente - uppercut no corpo com o braço da frente com passo para trás e passos laterais - uppercut no corpo com o braço de trás na postura parado - uppercut no corpo com o braço de trás com passo a frente - uppercurt no corpo com o braço de trás com passo para trás e passos laterais MANUAL DOS TÉCNICOS - 51 UPPERCUT COM O BRAÇO DA FRENTE NA CABEÇA 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos bem levemente 3- Girar a parte de cima do corpo muito ligeiramente para o lado da frente 4- O peso corporal muda para a perna da frente 5- O braço de trás fica erguido e rígido para proteger a cabeça e o corpo. 6- Girar levemente o braço da frente para ter os punhos apontando para o oponente 7- Estender o braço da frente para cima em direção ao queixo do oponente 7-A- Mantenha os cotovelos dobrados 8- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente pelo mesmo caminho do golpe 9- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 52 UPPERCUT NA CABEÇA COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Dobrar bem levemente os joelhos 3- Girar a parte de cima do corpo para o lado de trás muito levemente. 4- O peso corporal muda para a perna de trás 5- O braço da frente continua para cima e rígido para proteger a cabeça e o corpo 6- Girar o braço de trás levemente para que os punhos apontem para baixo 7- Estenda o braço de trás para cima em direção ao queixo do oponente 7.a. Manter os cotovelos dobrados 7.b. Mudar o peso corporal para a perna da frente 8- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente pelo mesmo caminho do golpe 9- Voltar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS - 53 UPPERCUT NO CORPO COM O BRAÇO DA FRENTE 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos 3- Girar a parte superior do corpo para o lado da frente 4- O peso corporal muda para a perna da frente 5- O braço de trás mantém-se para cima e rígido para proteger a cabeça e o corpo 6- Girar o braço da frente levemente para que as palmas apontem para cima 7- Estender o braço da frente para frente e ligeiramente para cima em direção ao alvo no corpo do oponente 7-A- Manter os cotovelos dobrados 8- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente pelo mesmo caminho do golpe. 9- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 54 UPPERCUT NO CORPO COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos 3- Girar a parte superior do corpo para o lado de trás 4- O peso corporal muda para a perna de trás 5- O braço da frente mantém-se rígido e erguido para proteger a cabeça e o corpo. 6- Girar o braço de trás levemente para que as palmas apontem para cima 7- Estender o braço de trás para frente e ligeiramente para cima em direção ao alvo no corpo do oponente 7-a- manter cotovelos dobrados 7-b- trocar o peso corporal para a perna da frente 8- Após atingir o alvo, retrair o braço rapidamente ao longo do mesmo caminho do golpe 9- Retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS – 55 2.5.4. DEFESA BÁSICA Nos estágios iniciais das técnicas de aprendizado, todas as defesas devem ser ensinadas e treinadas após o domínio de golpes em particular. Toda defesa básica é projetada para defender contra golpes específicos. A fim de ensinar e treinar defesas básicas eficazmente, iniciar o ensino da defesa na postura parado e então com um parceiro. O parceiro pode realizar golpes básicos enquanto o boxeador se defende utilizando a defesa básica. Após dominar a defesa básica, o Técnico deve ensinar a movimentação de contra ataque, onde o boxeador se defenda contra os golpes do parceiro e então, utiliza um golpe básico para contra atacar. Erros Comuns na Defesa Básica do Boxe: - falta de contato visual com o oponente - olhos fechados e/ou boca aberta - defesas realizadas muito cedo ou tarde demais - Defesa realizada incorretamente - sem proteção contra o próximo soco do oponente - movimentos de defesa são muito abertos ou muito fechados ou muito distantes - movimento travado (rígido) - não retorna a postura de boxe após realizar a defesa MANUAL DOS TÉCNICOS – 56 BLOQUEIO COM OS DOIS BRAÇOS (DOUBLE ARM COVER) 1- Da postura de boxe 2- Juntar os punhos e cotovelos para que eles possam quase se tocar 3- Manter o queixo para baixo 4- Manter os braços rígidos 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto com o braço da frente na cabeça/corpo - golpe reto com o braço de trás na cabeça/corpoMANUAL DOS TÉCNICOS – 57 APANHAR / BLOQUEAR 1- Da postura de boxe 2- Abrir a palma da mão de trás e movê-la para frente para acomodá-la bem em frente ao nível do queixo para agarrar o golpe que virá. 3- Manter o braço de trás rígido para que a luva não seja forçada de volta para o rosto 4- Apanhar o golpe do oponente 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com o braço da frente - uppercut com o braço da frente na cabeça - uppercut na cabeça com o braço de trás MANUAL DOS TÉCNICOS – 58 BLOQUEIO COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Girar o corpo ligeiramente para o lado da frente 3- Erguer o antebraço de trás para cima e rígido 4- Manter o braço da frente rígido e para cima 5- Manter os olhos no oponente 6- Voltar a postura de boxe Defende contra: - cruzado na cabeça com o braço da frente MANUAL DOS TÉCNICOS – 59 BLOQUEIO COM COTOVELO 1- Da postura de boxe 2- Girar o corpo para o lado que tiver a preferência 2-A- Girar o corpo para o lado de trás para bloquear com o cotovelo do braço da frente 2-B- Girar o corpo para o lado da frente para bloquear com o cotovelo do braço de trás 3- Bloquear o golpe com o antebraço 4- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto no corpo com o braço da frente - golpe reto no corpo com o braço de trás (usar o cotovelo do braço da frente para bloquear) - cruzado no corpo com o braço da frente - cruzado no corpo com o braço de trás - uppercut no corpo com o braço da frente - uppercut no corpo com o braço de trás. MANUAL DOS TÉCNICOS – 60 BLOQUEIO DE OMBRO 1- Da postura de boxe 2- Girar o corpo para o lado de trás 3- Mudar o peso corporal para a perna de trás 4- Manter os olhos no oponente 5- Manter o queixo para baixo para escondê-lo atrás do ombro 6- Manter o cotovelo da frente rígido próximo a área das costelas e o braço de trás elevado em volta da região do queixo 7- Bloquear o golpe do oponente com o ombro de trás 7-a- o boxeador não deve se inclinar para frente 8- voltar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto com a mão de trás na cabeça MANUAL DOS TÉCNICOS - 61 APARANDO (*PARRY) COM O BRAÇO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Girar o corpo levemente para o lado da frente 3- Usar a borda da mão de trás para aparar a mão da frente do oponente 3.A. Não estender o braço ou mover o corpo para frente enquanto aparando. 3.B. Após aparar (desviar) a mão do oponente, a mão de trás não deve ficar em frente ao rosto. 4- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com o braço da frente MANUAL DOS TÉCNICOS - 62 DUCKING (imergindo, encolhendo) 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos para baixo e para dentro 3- Manter os olhos no oponente 4- O antebraço e os cotovelos protegem o corpo 4-A- Estar certo que a cabeça não está abaixo da linha de cintura do oponente 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com a mão da frente - golpe reto na cabeça com a mão de trás - cruzado na cabeça com as mãos da frente e de trás MANUAL DOS TÉCNICOS – 63 IMERGIR (ENCOLHER) PARA O LADO DA FRENTE 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os dois joelhos, o corpo e o joelho de trás giram para o lado da frente. 3- Manter os olhos no oponente 4- O antebraço e os cotovelos protegem a cabeça e o corpo 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com o braço de trás MANUAL DOS TÉCNICOS – 64 IMERGIR/encolher PARA O LADO DE TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Dobrar ambos os joelhos e girar o corpo e o joelho da frente para o lado de trás 3- Manter os olhos no oponente 4- O antebraço e os cotovelos do braço da frente protegem a cabeça e o corpo 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com o braço da frente - golpe reto na cabeça com o braço de trás - cruzado com o braço da frente na cabeça - cruzado com o braço de trás na cabeça MANUAL DOS TÉCNICOS - 65 BALANÇANDO PARA TRÁS (SWAYING BACK) 1- Da postura de boxe 2- Mudar o peso corporal para a perna de trás 3- Manter ambos os braços erguidos para proteção 4- Usar apenas a parte superior do corpo para inclinar-se para trás 5- Retornar a postura de boxe Defende contra: - golpe reto na cabeça com o braço da frente - golpe reto na cabeça com o braço de trás - cruzado na cabeça com o braço da frente - cruzado na cabeça com o braço de trás - uppercut na cabeça com o braço da frente - uppercut na cabeça com o braço de trás MANUA,L DOS TÉCNICOS - 66 ROTAÇÃO/GIRO/PÊNDULO 1- Da postura de boxe 2- Dobrar os joelhos para baixo 3- Mover a parte de cima do corpo na direção do cruzado do oponente enquanto dobra os joelhos para baixo 4- Mover a parte superior do corpo para a direção oposta ao movimento do golpe do oponente que passa por cima da cabeça 5- Retornar a postura de boxe, erguendo-se. Defende contra: - cruzado com o braço da frente na cabeça - cruzado com o braço de trás na cabeça MANUAL DOS TÉCNICOS – 67 CAMINHANDO PARA TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Recuar rapidamente com passo para trás Defende contra: - todos os golpes básicos SALTANDO PARA TRÁS 1- Da postura de boxe 2- Salto para trás A. Diferente do passo para trás, os dois pés devem se mover juntos ao mesmo tempo. 3- O boxeador deve permanecer na postura de boxe quando aterrissar. Defende contra: - Todos os golpes básicos MANUAL DOS TÉCNICOS – 68 2.5.5. COMBINAÇÕES DE GOLPES Duas ou 3 combinações de golpes podem ser realizadas com boas habilidades de coordenação. As combinações de golpes podem ser realizadas na postura parado ou em movimento com passo a frente ou passo atrás. Quando ensinando ou treinando combinações de golpes, primeiro ensinar e treinar na postura parado e então com movimentos sem parceiros. o técnico deve focar no giro dos quadris e ombros do boxeador, entre os movimentos e na posição de boxear apropriada. EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES DE DOIS GOLPES - gole reto com o braço da frente na cabeça – golpe reto com o braço de trás na cabeça* (nota do tradutor: o mesmo que a combinação jab-direto) - golpe reto com o braço da frente no corpo – golpe reto com o braço de trás na cabeça - cruzado com o braço da frente na cabeça – golpe reto com o braço de trás na cabeça EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES DE 3 GOLPES - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço de trás na cabeça - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço de trás na cabeça - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço de trás no corpo - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço da frente na cabeça - golpe reto com o braço de trás na cabeça - cruzado com o braço da frente na cabeça MANUAL DOS TÉCNICOS – 69 2.5.6. FINTAS Fintas são movimentos falsos usando as mãos, o corpo, as pernas e a cabeça a fim de enganar um oponente. As fintas podem ser um único movimento usando qualquer parte do corpo ou uma combinação de várias partes do corpo. - A finta pode ser considerada uma preparação para o ataque - A finta pode vir antes da realização de quaisquer golpes - A finta pode ser realizada simultaneamente a movimentação para frente, para trás ou para os lados- A finta pode ser um movimento bem rápido e a ação seguinte também deve ser rápida. - O boxeador deve praticar fintas continuamente . usar um espelho para checar a rapidez e efetividade. Exemplos de fintas: - Constantemente esticar ligeiramente e retrair o braço da frente para fingir que executa um golpe reto na cabeça com o braço da frente - flexionar o joelho da perna da frente para fingir que dará um passo a frente MANUAL DOS TÉCNICOS – 70 2.5.7. BOXE DE VÁRIAS DISTÂNCIAS Dependendo da força ou fraqueza de um boxeador ou da força e fraqueza de seu oponente, os boxeadores podem escolher competir usando variadas distâncias taticamente. As distâncias podem ser divididas em 3: longa distância, média distância e curta distância. Nessas diferentes distâncias, diferentes golpes e movimentos são feitos para acertar golpes com sucesso. LONGA DISTÂNCIA A longa distância é o alcance onde a distância do oponente é longa o suficiente para que o boxeador não possa acertar seus golpes sem caminhar para frente. Por esse motivo, quando o boxeador quer acertar golpes na longa distância, ele/ela tem que dar um passo a frente. A maioria dos golpes retos é utilizada quando se está boxeando em longa distância. Por essa razão, a longa distância é preferida por boxeadores altos com braços longos. O boxe na longa distância geralmente acontece no centro do ringue e no boxe em longa distância, os movimentos são mais visíveis para os juízes. MÉDIA DISTÂNCIA A média distância é o alcance onde você pode acertar os golpes sem se mover para frente. Por esse motivo, quando boxeadores lutam na média distância um contra o outro, golpes retos sem total extensão dos braços ou cruzados são utilizados. Esse estilo requer boxeadores que se movimentem mais, porque os socos podem ser trocados sem o esforço extra de se mover para frente. Assim sendo, esse estilo é recomendado para boxeadores que estão fisicamente bem preparados e tem bons níveis de forma esportiva. CURTA DISTÂNCIA A curta distância é o alcance onde as luvas dos boxeadores quase se tocam. No boxe na curta distância, os boxeadores podem trocar apenas golpes de curta distância como cruzados curtos ou uppercuts. Esse estilo é geralmente preferido de boxeadores de baixa estatura e que são fisicamente fortes. Também, similar ao boxe na média distância, o boxe na curta distância também requer um bom preparo físico e nível de boa forma. MANUAL DOS TÉCNICOS - 71 2.6. TREINAMENTO FÍSICO O Treinamento físico desenvolve as habilidades motoras, tais como resistência, força, velocidade e coordenação que são cruciais para os boxeadores. O treinamento físico deve ser conduzido em conjunto com o treinamento técnico. O treinamento físico é um treinamento muito importante para os atletas. 2.6.1. TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA Exemplos de exercícios de treinamento de resistência geral: - corrida de longa distância na baixa e na média velocidade. - natação de longo percurso - pular corda - quaisquer exercícios com métodos de treinamento diferenciados/intervalados etc - jogos em equipe Exemplos de exercícios de treinamento de resistência específicos de boxe: - Golpear todos os sacos de pancada, golpear os outros equipamentos de boxe. - Sparring - Sombra - Manoplas com técnico MANUAL DOS TÉCNICOS 72 2.6.2. TREINAMENTO DE FORÇA Força é a habilidade de aplicar forças a objetos físicos usando a musculatura. A força física também é referida como força muscular. É fácil ligar um treinamento de força a um treinamento com pesos, contudo, nos estágios iniciais de treinamento, o treinamento com pesos muito elevados não é recomendado. Exemplos de exercícios de treinamento geral de força: - várias formas de flexão de braços/punhos . Flexão de braços/punhos padrão . Flexão de braços/punhos batendo palmas - Barra fixa - Extensão vertical (nota do tradutor: canguru, salto vertical) - Balanço com Halteres - mergulho/flexões em barras paralelas - arremesso de bola de exercícios - Arremesso de pedras - exercícios usando halteres - exercícios usando o próprio peso do corpo ou do parceiro - várias formas de saltos, multi-saltos. Exemplos de exercícios de treinamento de força específicos do boxe: - sombra usando pesos bem leves - sombra em superfícies macias (força nas pernas) - sombra e outros exercícios na água com pesos leves - exercícios de socos com luvas mais pesadas - exercícios de resistência com elástico *** Favor referir-se ao Apêndice B: Exemplos de Exercícios de Treinamento Físico. MANUAL DOS TÉCNICOS - 73 2.6.3. TREINAMENTO DE VELOCIDADE Velocidade é a habilidade de realizar movimentos do modo mais rápido no tempo mais curto possível. O treinamento de velocidade pode ser feito para desenvolver tempo de reação, movimentos rápidos e frequência de movimentos. Exercícios Gerais de Treinamento de Velocidade – exemplos: - corrida de curta distância (20-60 metros) - corrida e exercícios físicos com método de treinamento de repetição – sprints (nota do tradutor: sprints, também conhecidos como” tiros”: corridas de curta distância na máxima velocidade possível repetidas vezes com intervalos de descanso) - Corrida morro abaixo – condições mais fáceis - Pular corda com acelerações - jogos e brincadeiras em equipe Exercícios de treinamento de velocidade específicos do boxe: - Manoplas com técnico - Sombra em ritmos diferentes ao sinal do técnico - todos os sacos de pancada em ritmos alternados, baseados no sinal do técnico. - exercícios de técnica de boxe com parceiro de categoria de peso mais baixa - exercícios de sombra com espaço para movimentação limitado. MANUAL DOS TÉCNICOS – 74 2.6.4. COORDENAÇÃO Coordenação é a capacidade de controlar os movimentos do seu próprio corpo no espaço e no tempo e isso inclui equilíbrio, orientação espacial e ritmo. Durante o treinamento de coordenação, o técnico deve considerar que algumas pessoas estão menos coordenadas e mostram progressos menores que pessoas naturalmente coordenadas. Habilidades de coordenação podem ser melhoradas. Assim sendo, tente encorajar os atletas que fazem progressos mais lentos no desenvolvimento da coordenação. Exercícios de Treinamento de Coordenação Geral - caminhando e balançando os braços - Caminhando e realizando golpes retos - Exercícios de zigue-zague. - Exercícios com bola de tênis (com ou sem parceiro) – Arremessar e pegar - Exercícios de equilibrar em uma perna*** - Jogos (futebol, mini-hockey, baquete ou vôlei) - Rolamentos para a frente e para trás e para os dois lados - cambalhotas, saltos etc. - pular corda de várias maneiras – para trás, em uma perna e etc. EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO DE COORDENAÇÃO ESPECÍFICA PARA O BOXE: EXEMPLOS: - Sombra em diferentes posturas de boxe - sparring contra boxeadores com diferentes posturas de boxe (boxeador ortodoxo (destro), canhoto (southpaw) e vice-versa). - passos de boxe com golpes (mesmo braço e perna, alternar braço e perna) - várias combinações técnicas *** Favor referir-se ao Apêndice B: Exemplos de Exercícios de Treinamento Físico. MANUAL DOS TÉCNICOS - 75 2.7. TREINAMENTO TÁTICO Táticas são as estratégias usadas em competições. Os técnicos podem construir e planejar táticas baseado no estilo de boxear do boxeador, suas forças e fraquezas; Nos estilos de boxear do oponente e suas forças e fraquezas. Boxeadores podem se beneficiar das táticas, porque boas táticas permitirão aos boxeadores usar menos esforço físico e técnicas nos combates. Isto permite aos boxeadores ficar em boa condição física e psicológica, contudo, táticas não são responsabilidadeexclusiva dos técnicos. Técnicos e boxeadores podem discutir e compartilhar experiências e conhecimentos a fim de construir forças e táticas que se encaixem com os boxeadores. Essas táticas devem ser treinadas durante sessões de treinamento para os boxeadores recordarem e executarem durante as competições. Em competição, técnicos e boxeadores devem se lembrar que eles devem usar diferentes táticas, de acordo ou adequadas a luta. A fim de fazer ajustes na tática no ringue: - Manter-se relaxado, não ficar muito tenso. - Nunca subestimar ou se impressionar muito com um oponente. - Agir com confiança no ringue; evitar qualquer forma de desconforto e chateação. - Manter as mãos elevadas o tempo todo, adequadamente a situação no ringue. - Manter o queixo para baixo observando o oponente através de suas sobrancelhas. - Achar os erros e fraquezas do oponente o mais cedo possível. - Não usar movimentos desnecessários que desperdiçam energia. - Manter o equilíbrio o tempo todo, golpear apenas quando o oponente estiver no raio de alcance e quando vir uma abertura. - iniciar a terminar uma combinação de golpes com a mão da frente. - atirar golpes dinâmicos com diferentes movimentos. - todos os golpes podem ser realizados como contra golpes enquanto na defensiva. - mover-se o tempo todo, especialmente quando o oponente preparar-se para golpear. - seu oponente também está ficando cansado - não desista – é necessário apenas um golpe para mudar a luta. 76 - MANUAL DOS TÉCNICOS 2.7.1. BOXEANDO CONTRA DIFERENTES TIPOS DE BOXE Técnicos e boxeadores devem estar cientes que todo boxeador tem diferentes características e a aplicação da tática correta contra estes oponentes pode aumentar as chances de vencer a luta. CONTRA OPONENTE MAIS ALTO - Manter a movimentação para os dois lados - Tomar a iniciativa e mover-se para a curta distância - Após mover-se para a curta distância, usar diferentes golpes na cabeça, como cruzados e uppercuts. CONTRA OPONENTE MAIS BAIXO - Não dar passo atrás em linha reta, usar passos laterais e trabalhar pelas laterais. - Usar golpes retos e uppercuts. - O trabalho dos pés deve ser executado rapidamente - Passo atrás quando o oponente tentar acertar um golpe e então acertar o contra golpe - Mover-se para trás constantemente, a fim de boxear na longa distância. - Acertar golpes constantemente . Se o golpe acertar o oponente, dar sequência com outro golpe . Se errar o golpe, clinch CONTRA OPONENTE QUE USA CONSTANTEMENTE GOLPE RETO COM A MÃO DA FRENTE (JAB) - Manter o corpo abaixado - Mover-se por baixo dos golpes retos do oponente - Ziguezaguear para ambos os lados - Usar diferentes golpes no corpo. CONTRA O OPONENTE MAIS PESADO - Continuar se movendo - tornar difícil ao oponente se preparar para acertar golpes - Lançar ataques surpresas - não trocar golpes, afastar-se imediatamente. - mover-se em volta do ringue em todas as direções 77- MANUAL DOS TÉCNICOS CONTRA UM CONTRA-GOLPEADOR - Forçá-lo, através de fintas, a tomar a iniciativa de golpear e então usar contra-ataque. - Quando o oponente usar um contragolpe, tentar outro contragolpe de volta. - tentar impor um estilo ofensivo e constantemente atacar para impedir o contragolpe do oponente CONTRA OPONENTE DE POSTURA CONTRÁRIA (nota do tradutor: p.ex.,destro vs canhoto) - force-o (a) a tomar a iniciativa - circular para o lado cego ou desprotegido do oponente, para ficar longe das mãos dominantes. - sempre ajustar o pé da frente para o lado de fora do pé da frente do oponente, isto facilitará evitar os ataques do oponente - usar o braço de trás para proteger cabeça e tronco. - Atacar usando o braço da frente com mais frequência - Usar golpes duplos, atacando com o braço de trás, quando for o SEU ataque 2.7.2. TÁTICA NAS CORDAS E NO CORNER Quando estiver aprisionado nas cordas ou encurralado no corner, o boxeador deve aprender a escapar rapidamente. - Usar o espaço dentro do ringue de boxe para não ser aprisionado nas cordas ou corner - aplicar ataques dinâmicos e tentar trocar de posição com o oponente - contra golpear com combinações e passos laterais para ambos os lados - atrair o oponente para si e usar as fintas para enganá-lo e então rapidamente sair do corner. MANUAL DOS TÉCNICOS – 78 2.8. TREINANDO SEM EQUIPAMENTO Muitas sessões de treinamento podem ser feitas sem que se tenha equipamento da academia ou equipamento de treinamento. TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA - corrida de longa distância em qualquer superfície - natação - jogos e brincadeiras TREINAMENTO DE FORÇA - levantar e carregar madeira, pedras ou o parceiro - barra fixa em galhos de árvores ou quaisquer barras - subir em árvores - corrida de obstáculos TREINAMENTO DE VELOCIDADE - corrida curta (tiros ou sprints de 20-60 metros) em qualquer superfície. - correr em condições facilitadas, por exemplo: correr morro abaixo - correr usando vários e diferentes métodos de treinamento - exercícios com objetos pequenos, como pedras, cones, etc. - corridas de velocidade, ou tiros (sprints) com obstáculos, por exemplo, corrida de velocidade entre árvores TREINAMENTO DE COORDENAÇÃO - Exercícios de equilíbrio, por exemplo, equilibrar-se em uma perna. - Jogo do espelho (atleta imitando o movimento do outro atleta). - Exercícios, por exemplo, braços circulando em direções opostas (o braço direito circula para trás enquanto o esquerdo para frente e vice versa). - Exercícios de equilíbrio em pedras e outros obstáculos Assim como treinar no ginásio, os boxeadores devem estar onde o técnico possa ver e observar a movimentação de todos e próximo o suficiente onde os boxeadores possam ouvir a demonstração e explanação dos exercícios. MANUAL DOS TÉCNICOS – 79 2.9. MOTIVAÇÃO DO ATLETA - Ajuda a desenvolver autoestima - ajuda a desenvolver autoconfiança através de pequenas vitórias - ajuda a desenvolver a coragem - aponta seus pontos fortes - usa as opiniões positivas de seus pares e do ambiente sobre ele/ela - usa premiações e avaliações negativas na proporção apropriada de 50%-50% - estabelece objetivos possíveis de alcançar - ajusta a carga de trabalho de acordo com as capacidades individuais - gradualmente aumenta as dificuldades dos exercícios de treinamento - apoia mais os atletas quando não forem bem sucedidos - Ensina a utilizar a derrota como motivação para aumentar os esforços - ensiná-lo (a) como aceitar a derrota com dignidade - não desista de um boxeador que perdeu uma luta. O boxeador pode aprender com as derrotas e ganhar experiência através delas. - Manter a família e os amigos envolvidos no processo de treinamento e manter contato com um parente para ajudar na motivação dos atletas MANUAL DOS TÉCNICOS – 80 2.10 RECUPERAÇÃO A recuperação é parte importante do treinamento, mesmo nos estágios de iniciantes. Nos estágios iniciais do treinamento, é importante para o atleta recuperar-se através do sono, relaxamento e descanso ativo* ao invés de usar ferramentas ou métodos especiais. *(nota do tradutor: descanso ativo são exercícios de intensidade e volume reduzidos) Quando os atletas puderem maximizar seus esforços para se recuperar, isto ajudará os atletas a ter uma preparação adequada para realizar tarefas futuras e alcançar o sucesso. A seguir mostramos boas ferramentas de descanso para os boxeadores: SONO O sono é a melhor ferramenta de descanso para qualquer atleta e ele acelera o processo de recuperação melhor do que qualquer outra ferramenta de recuperação. Oito a dez horas de sono é o adequado para boxeadores. DESCANSO ATIVO Como, por exemplo, natação, caminhada, tênis de mesa, corrida de bicicleta realizada em baixíssima intensidade, etc.,pode ajudar os atletas a se recuperar física e psicologicamente. RELAXAMENTO Música, televisão e outras fontes de mídia enquanto se descansa fisicamente, pode ajudar no relaxamento, diminuir a tensão psicológica e criar uma atitude positiva. MASSAGEM A massagem manipula o corpo utilizando pressão para o relaxamento muscular. Pode ser aplicado no corpo todo ou em áreas dolorosas. A massagem pode ser feita por outros ou por si mesmo. Existe uma limitação aos grupos musculares que podem ser massageados quando o atleta massageia a si mesmo (a). A massagem pode ser aplicada antes de uma luta ou como parte do aquecimento ou após uma luta para acelerar o processo de recuperação. A massagem pode ser aplicada do mesmo modo antes e depois do aquecimento. A realização apropriada de massagem pode acelerar o processo de recuperação em aproximadamente 30 %. SAUNA A sauna é uma sala pequena ou um lugar com temperatura entre 60ºC a 100ºC. Descansar numa sauna pode induzir o relaxamento muscular, aumentar a circulação sanguínea e liberar as toxinas pela pele através do suor. Mesmo que a sauna seja uma boa maneira de relaxar, pode ser perigoso. Longos períodos numa sauna podem causar desidratação e insolação. A melhor maneira de utilizar a sauna não é permanecer nela por um longo período de tempo; 15- 20 minutos de cada vez é o ideal e periodicamente tomar goles de água ou drinks esportivos enquanto permanecer na sauna. COMPRESSAS COM GELO A aplicação de compressas com gelo poderá manter os boxeadores alerta e revigorados e auxiliar na recuperação de quaisquer músculos contundidos. A vantagem da compressa com gelo é que ela pode ser feita durante as lutas em competições e durante sessões de sparring. Aplicando na parte de trás do pescoço entre os rounds pode beneficiar o boxeador na recuperação. MANUAL DOS TÉCNICOS - 81 2.11. AVALIAÇÃO 2.11.1. SESSÕES DE TREINAMENTO Como parte da preparação de treinamento todos os técnicos devem planejar seu trabalho. Após completar as tarefas, o técnico deve analisar e avaliar se o objetivo foi alcançado ou não, a fim de encontrar a razão do sucesso ou da falha. A avaliação é um instrumento maravilhoso para o desenvolvimento da qualidade do treinamento e da habilidade em treinar. A avaliação não completa sessões de treinamento; ela deve ser utilizada e referida nas próximas sessões de treinamento e assim por diante, para aprimorar e preparar melhores sessões de treinamento para os boxeadores e para o próprio técnico. Assim sendo, o técnico deve encontrar uma resposta para as seguintes questões: - O objetivo da sessão/unidade de treinamento foi alcançado? - A carga de trabalho selecionada foi apropriada? - Os exercícios eram muito fáceis ou muito difíceis? - A sessão de treinamento foi organizada adequadamente? (equipamento, participantes, etc)? - Houve alguma ocorrência de ferimentos durante o treinamento? - O feedback* do boxeador foi positivo ou negativo? (*nota do tradutor: feedback pode ser entendido como o parecer, os comentários feitos a respeito, neste caso, da sessão de treinamento). - A comunicação com os boxeadores foi efetiva? - A sessão de treinamento foi conduzida de acordo com o planejado? - A sessão de treinamento foi interessante? - Utilizou métodos de treinamento apropriados para desenvolvimento da coordenação motora? - O método de treinamento utilizado para ensinar as técnicas foi correto? MANUAL DOS TÉCNICOS – 82 2.11.2. DESENVOLVIMENTO TÉCNICO A execução apropriada das técnicas é importante no boxe. Para que os técnicos produzam uma avaliação exata das técnicas do boxeador, ele/ela pode usar uma câmera de vídeo para gravar a sessão de treinamento. A avaliação das técnicas nos estágios iniciais de treinamento é muito importante, porque os boxeadores podem adquirir e desenvolver hábitos ou movimentação errados, e se o técnico passar por cima da movimentação errada nos estágios iniciais, será muito difícil corrigi-los nos estágios mais avançados. Desta forma, o técnico deve prestar atenção particular a cada movimentação e avaliar cuidadosa e conscienciosamente. Após a avaliação, o técnico deve discutir os problemas dos boxeadores na execução das técnicas, ensiná-los a forma correta e encorajá-los a se tornar melhores. Quando avaliando as técnicas do boxeador, o técnico deve prestar especial atenção ao que segue: - Postura de boxe - posição dos pés - na postura de boxe - passos de boxe - posição dos braços - execução exata da movimentação dos braços nos golpes - guarda apropriada com os braços - se o braço retrai pelo mesmo caminho percorrido após lançar os golpes - movimento de rotação/giro do corpo - uso de defesa apropriada contra os diferentes golpes - execução apropriada de movimentos de defesa MANUAL DOS TÉCNICOS - 83 2.11.3. DESENVOLVIMENTO FÍSICO A fim de avaliar o desenvolvimento físico dos atletas, o técnico deve implementar ferramentas de avaliação. O técnico pode conduzir simples testes físicos. Estes testes físicos devem ser conduzidos nos estágios mais iniciais do treinamento do atleta, de preferência na primeira semana de treinamento. A avaliação inicial das condições físicas do atleta na parte inicial do treinamento permitirá aos técnicos conceber programas de treinamento eficazmente. A avaliação do desenvolvimento físico pode ser realizada 3 a 4 vezes ao ano. A avaliação do desenvolvimento físico deverá monitorar resistência, força, velocidade e coordenação dos atletas. A fim de obter resultados exatos, o método de avaliação deve ser o mesmo dos anteriores. Por exemplo, se o técnico usar tiros (sprints) de 100 metros de corrida como um método avaliativo de velocidade numa avaliação anterior, este exercício (tiros ou sprints de 100 metros) deve ser o método de avaliação de velocidade em avaliações futuras. O resultado do teste deve ser gravado e guardado por um longo período de tempo, de preferência até a aposentadoria ou retirada do atleta. Os resultados de testes gravados podem ser comparados não apenas com os resultados antigos do atleta, anteriormente gravados, mas também pode ser comparado com os diferentes resultados dos testes de outros atletas. O técnico pode analisar o resultado dos testes para encontrar as forças e as fraquezas do atleta, ajustar o programa de treinamento e partilhar o programa com os atletas, para motivá-los e mantê-los interessados. Exemplos de métodos de avaliação do desenvolvimento físico: Resistência - corrida de longa distância (1km) Força - flexões de braço/punho em um minuto - barra fixa, elevações na altura do queixo em um minuto - abdominais em um minuto Velocidade: - corrida de curta distância (50 metros) de velocidade (sprints, tiros). Coordenação - corrida de obstáculo, por exemplo, corrida de saco. MANUAL DOS TÉCNICOS – 84 2.11.4. DESENVOLVIMENTO TÁTICO Devido a natureza do boxe, onde boxeadores são lutadores solitários contra seus oponentes no ringue, é importante para os boxeadores aprender aspectos táticos do boxe. A avaliação do desenvolvimento tático pode ser feita usando diferentes métodos. Um, dos métodos avaliativos pode ser a utilização de métodos visuais, como filmes e vídeos. Enquanto assistir essas ferramentas visuais, o técnico pode fazer perguntas ao boxeador sobre seus pensamentos a respeito das táticas conduzidas que ocorreram e que podem ser usadas. Além do método visual, o técnico pode avaliar o desenvolvimento tático do boxeador, colocando-o em sessões de sparing com diferentes parceiros que usam diferentes estilos de boxe. Comandando sessões de sparing sem nenhuma instrução tática e deixando o boxeador criar suas próprias táticas durante a sessão de sparing, o técnico pode avaliar as táticas usadas pelos boxeadores durante as sessões de sparring a fim de calcularo uso de diferentes táticas e execuções. Antes de conduzir uma avaliação, o técnico deve preparar e planejar critérios de avaliação como: - O boxeador compreendeu completamente as táticas ensinadas? - O boxeador, rápida e corretamente, identificou o estilo de boxe do oponente? - O boxeador tratou de fazer algum ajuste nas táticas? - o boxeador sabe quais táticas devem ser usadas contra seu oponente? - o boxeador sabe executar apropriadamente as táticas? MANUAL DOS TÉCNICOS - 85 MANUAL DOS TÉCNICOS - 86 CAPÍTULO III COMPETIÇÃO MANUAL DOS TÉCNICOS – 87 MANUAL DOS TÉCNICOS - 88 3.1. ANTES DA COMPETIÇÃO Quando o boxeador está pronto para entrar num torneio: - Registrar o boxeador com o comitê organizador da competição - O ciclo de treinamento do boxeador deve estar ajustado à agenda de competições - O técnico deve checar o peso do boxeador - O técnico deve checar o Programa de Competição e se familiarizar com ele. Ainda, o técnico deve ter certeza que o boxeador tem todo equipamento necessário que inclui: - inscrição e documentos - uniforme (camisetas e calções azul e vermelho) - botas e meias de boxear - coquilha (protetor genital masculino) para os homens, protetor de seios para as mulheres. - protetor bucal - toalhas limpas, garrafa de água pessoal - agasalhos e mala para equipamentos - bandagens - capacete e luvas de boxe (a não ser que seja providenciado pelo Comitê Organizador) REGISTRO E DOCUMENTOS De acordo com as Regras Técnicas e de Competição da AIBA, o boxeador deve possuir os 3 documentos seguintes, a fim de participar em qualquer dos eventos sancionados pela AIBA: - Passaporte - Livro de registro do boxeador emitido pela Federação Nacional (nota: no Brasil, a CBBOXE) - Cartão de Acreditação da Competição UNIFORME Será exigido dos boxeadores usar calção e camiseta ou azul ou vermelhos, de acordo com a cor de seu corner durante a competição Quando camiseta e calção tiverem a mesma cor, a linha da cintura deve ser claramente indicada e os calções não podem exceder o comprimento dos joelhos. MEIAS E BOTAS DE BOXE Meias, botas leves ou calçados sem cravos e sem saltos. Uma joelheira discreta é aceitável, sem metal ou plástico duro. MANUAL DOS TÉCNICOS - 89 PROTETOR Para competições masculinas, uma coquilha (protetor genital masculino) deve ser utilizada pelos boxeadores masculinos em todas as lutas e um suporte para coquilha pode ser usado adicionalmente. Para competições femininas, um protetor de seios e um protetor púbico podem ser usados por mulheres boxeadoras. PROTETOR BUCAL O protetor bucal deve ser utilizado em qualquer competição. Deve ser modelado e não são permitidos protetores bucais vermelhos ou parcialmente vermelhos. Por favor, procure mais detalhes no Apêndice F: REGRAS TÉCNICAS E DE COMPETIÇÃO DA AIBA (nota do tradutor: não disponível em conjunto com este manual, que tem até o apêndice D, vide parte final do Indice ou Sumário. Será traduzido posteriormente). EXAME MÉDICO OFICIAL Todos os boxeadores que participarem de eventos aprovados pela AIBA, devem ser considerados aptos para competir e devem ser examinados por um médico oficial indicado antes da competição. O técnico deve estar ciente do momento e local do exame indicado pelo Comitê Organizador da competição. No dia do exame, os meninos e homens boxeadores devem estar barbeados antes da realização do exame médico. PESAGEM GERAL Verifique o peso do boxeador antes dele/dela entrar na sessão de pesagem geral. As escalas de peso devem estar disponíveis no local de pesagem geral antes da entrada na sala de pesagem. Todos os boxeadores que competirem em eventos aprovados pela AIBA devem comparecer a pesagem geral na manhã do primeiro dia de competição. Na pesagem geral, o peso registrado do boxeador não pode exceder o máximo de sua categoria de peso nem estar abaixo do mínimo de sua categoria de peso. Os boxeadores também devem comparecer a pesagem diária em cada dia em que o boxeador for lutar, para assegurar que o peso real do boxeador não excedeu nem está abaixo da categoria de peso do boxeador. Em muitos eventos, a Pesagem Geral ocorre imediatamente após o exame médico. Contudo, a pesagem diária pode ser realizada em locais diferentes. O técnico deve estar ciente do local e do horário da Pesagem Geral e da Pesagem Diária. MANUAL DOS TÉCNICOS – 90 SORTEIO OFICIAL O sorteio oficial de eventos aprovados pela AIBA será realizado logo que o exame médico oficial e a pesagem geral forem concluídos. Deverá se concluir em não mais do que 3 horas antes da primeira luta do primeiro dia de competição. O sistema de sorteio por computador é usado em todos os eventos aprovados pela AIBA e a agenda de lutas será organizada baseada nos resultados do sorteio oficial. O técnico deve comparecer ao sorteio oficial para confirmar se o boxeador está posicionado na categoria de peso correta e garantir que ele/ela saiba o resultado do sorteio e da agenda de lutas. O resultado do Sorteio deve ser gravado nas anotações pessoais e informado aos boxeadores. PROCEDIMENTO DE SELEÇÃO NO SORTEIO OFICIAL Para assegurar a justiça do sorteio e para evitar que os melhores Boxeadores Ranqueados do Mundo enfrentem-se nas rodadas iniciais, o sorteio deve ser selecionado ou arranjado de acordo com as restrições a diferentes eventos aprovados AIBA conforme segue: - Campeonatos mundiais . Oito selecionados por categoria de peso para campeonatos Mundiais Masculino Elite. -Jogos Olímpicos . Máximo de 2 selecionados se houver menos de 16 inscrições por categoria de peso . Máximo de 4 selecionados se existe entre 16 e 31 inscrições por categoria de peso . Máximo de 8 selecionados se existe entre32 a 63 inscrições por categorias de peso Campeonatos da Confederação: . Máximo de 2 selecionados se houver menos de 16 inscrições por categoria de peso . Máximo de 4 selecionados se existe entre 16 e 31 inscrições por categoria de peso . Máximo de 8 selecionados se existe entre31 a 63 inscrições por categorias de peso Para eventos aprovados pela AIBA, a seleção do sorteio deve ser controlada pela AIBA. MANUAL DOS TÉCNICOS – 91 PROCEDIMENTO DE SORTEIO Quando o número de boxeadores for 4, 8, 16, 32, 64, 128, ou qualquer potência matemática* maior que 2, eles devem ser ordenados em pares na ordem do sorteio, como no Diagrama 1, elaborado para 8 boxeadores. As entradas selecionadas deverão destinar-se aos melhores boxeadores do mundo ranqueados pela AIBA que estejam participando no evento. NOTA: winner: vencedor; Quando o número de boxeadores não for uma potência* de 2, haverá eliminações na primeira rodada de lutas. O número de eliminações deve ser igual a diferença entre a próxima maior potência de 2 e o número de boxeadores. (exemplo, com 17 boxeadores, a próxima maior potência de 2 (depois de 16, que não podemos usar, pois no exemplo há 17 boxeadores) é 32. Então, se há 17 boxeadores, onde 32 - 17 = 15 eliminações). Dependendo do número de selecionados como listado acima no tópico “PROCEDIMENTO DE SELEÇÃO NO SORTEIO OFICIAL”, as entradas selecionadas 2 e 4 devem ser tratadas como segue adiante e demonstrada nos Diagramas 2 e 3 abaixo (ex. 1 selecionado, 2 , 3 e 4 selecionados). Número 1 é colocado no topo da seleção Número 2 é colocado no final da seleção Número 3 é colocado na primeira metade da parte inferior da seleção Número 4 é colocado na metade inferior dotopo da seleção Números 5 a 8 irão ser selecionados por um painel independente de observadores dos 8 restantes da seleção conforme demonstrado no Diagrama 2 e Diagrama 3 (ex., 5-8 selecionados) As vagas restantes deverão ser preenchidas com boxeadores não selecionados aleatoriamente pelo sistema de sorteio por computador. MANUAL DOS TÉCNICOS - 92 NOTAS: Seed: seleção; bye: eliminação MANUAL DOS TÉCNICOS – 93 MANUAL DOS TÉCNICOS - 94 MANUAL DOS TÉCNICOS – 95 MANUAL DOS TÉCNICOS - 96 3.2. DURANTE A COMPETIÇÃO 3.2.1. ANTES DA LUTA No dia da luta, o técnico deve assegurar que os boxeadores compareçam ao exame médico e à pesagem diária. O técnico deve ainda ter certeza que o boxeador tem todos os equipamentos pessoais, incluindo camisetas e calções tanto azuis como vermelhos, para o caso de mudança de corners antes da luta. É benéfico ao boxeador chegar ao local de competição ao menos uma hora antes de lutar. Após a chegada ao local de competições, o técnico deve assegurar que a agenda de competições diária é a mesma agenda que a dele. Em alguns casos, a ordem de competição pode ser alterada sem aviso. Após a confirmação da agenda de competição diária, o técnico deve pegar o protetor de cabeça, as luvas de boxe e bandagens da mesa de checagem de equipamento, se estiver disponível pelo comitê organizador. O equipamento deve ser pego pelo menos até 20-30 minutos antes da luta. PROTETOR DE CABEÇA Em todos* os eventos aprovados pela AIBA, os boxeadores devem usar um protetor de cabeça. O protetor de cabeça deve ser da mesma cor do seu corner. Em todos os eventos AIBA, o comitê organizador providenciará os protetores. *vide mudanças no uso do protetor de cabeça, depois da criação deste manual. LUVAS DE BOXE Em todos os eventos, os boxeadores devem usar luvas de boxe que são manufaturadas por empresas licenciadas e aprovadas pela AIBA. AS luvas de boxe devem ser da mesma cor do corner. Quando o comitê organizador providenciar as luvas de boxe, os boxeadores não podem usar suas próprias luvas. MANUAL DOS TÉCNICOS - 97 BANDAGENS Em todos os Eventos 3 Estrelas, o comitê organizador deverá providenciar bandagens para cada luta. Elas podem ser colhidas na mesa de equipamentos. As bandagens podem ser colocadas no vestiário na presença de um anfitrião da Federação Oficial e deve ser checada e marcada pelo Gerente do Equipamento Oficial na mesa de checagem do equipamento antes da luta. Se as bandagens não forem providenciadas pelo comitê organizador, o boxeador deverá usar suas próprias bandagens. Uma bandagem não pode ser maior que 4,5 metros (ou 14,76 pés), e não mais curtas que 2,5 metros (ou 8.2 pés). A bandagem deve ter 5,7 cm (2 e ¼ polegadas) de largura. Deve ser feita de material elástico e deve ter um sistema de fecho aprovado pela AIBA. MANUAL DOS TÉCNICOS - 98 OBJETOS PROIBIDOS Quaisquer objetos além de uniforme, protetor de cabeça, luvas de boxe, botas e bandagens não são permitidos durante a luta. Objetos proibidos também incluem body piercings e acessórios para o corpo e não podem ser usados durante a luta. AQUECIMENTO Até o boxeador alcançar o nível de atleta de elite, o técnico deve ficar com ele e ajudá-lo a se aquecer apropriadamente, antes da luta. O técnico deve observar o progresso contínuo da competição e conduzir atividades de aquecimento adequadas. Algumas das atividades de aquecimento antes da luta incluem: alongamento exercícios de ginástica sombra manoplas MANUAL DOS TÉCNICOS – 99 3.2.2. DURANTE A LUTA Conforme mencionado no Capítulo 1, quando o técnico entrar na área de competição (FOP ou Field of Play) com o boxeador, ele deve ser chamado de Segundo. Como Segundo, ele/ela deve sentar no corner do ringue que lhe foi designado, monitorar o desempenho do boxeador e auxiliar o boxeador entre os rounds. O Segundo deve monitorar o progresso da luta. Os Segundos tem permissão de possuir uma toalha e se ele/ela acredita que o boxeador não está em condições de lutar, ou incapaz de continuar, ou sendo castigado pelo boxeador oponente, ele deve retirar o boxeador atirando uma toalha no ringue. Contudo, o Segundo não deve retirar o boxeador enquanto o árbitro estiver realizando uma contagem. Quando o gongo soar isto indica o final do round. O Segundo tem permissão de subir na plataforma e um dos Segundos pode entrar no ringue para auxiliar o boxeador. Auxiliar o boxeador entre os rounds pode incluir: Manter o boxeador sentado ou em pé no corner para tomar fôlego. Checar a condição do boxeador e assegurar que ele/ela tem condições de lutar o round seguinte. Aconselhar sobre as táticas de maneira rápida, clara e compreensível. Incentivar Fornecer uma boa recuperação, como fornecer água, colocar sacos de gelo na parte de trás do pescoço e gerar uma brisa com a toalha para baixar a temperatura corporal do boxeador. Antes do início do round seguinte, os Segundos devem se afastar e não permanecer na plataforma. Ainda, antes do início do round, tudo (balde, esponjas, toalhas e etc) na plataforma deve ser retirado. WALK OVER – W.O. Em qualquer caso de W.O. o boxeador deve entrar no ringue totalmente vestido para boxear. O boxeador deve seguir o mesmo procedimento de quando os oponentes estão no ringue. MANUAL DOS TÉCNICOS – 100 3.2.3. APÓS A LUTA No final do último round, o técnico deve retirar as luvas, o protetor de cabeça e o protetor bucal do boxeador e apreciar e reconhecer o boxeador (a) por seu esforço. APERTO DE MÃOS Após o árbitro anunciar o resultado da luta, os boxeadores devem se dirigir ao corner do oponente e o Segundo deve apertar as mãos dos boxeadores oponentes como um sinal de espírito desportivo e rivalidade amigável (sadia) de acordo com as Regras do boxe. SAINDO DA ÁREA DE COMPETIÇÃO (FPO OU FIELD OF PLAY) Após deixar o ringue, o Segundo e o boxeador deverão se dirigir a Zona Mista Antes de deixar o FOP, o boxeador que perdeu a luta deve pegar o livro de anotações/registros. Após sair do FOP, o boxeador deve caminhar até a Zona Mista. A Zona Mista é a área reservada a mídia. Assim que o boxeador passar pela Zona Mista. Ele/ela deve visitar a sala de exames médicos antes de voltar para seu vestiário, mesmo que não existam sinais de lesões. Apesar do resultado da luta, o Técnico deve esperar por várias horas ou até o dia seguinte para avaliar e discutir o desempenho com o boxeador. O Técnico deve se focar mais na saúde e aspecto do boxeador neste ponto do que no desempenho e nos resultados. MANUAL DOS TÉCNICOS – 101 3.3. APÓS A COMPETIÇÃO Como técnico, ele/ela deve criar uma atmosfera positiva no ginásio e nas sessões de treinamento. O técnico também precisa focar nas emoções do boxeador mais do que em suas próprias. Se o boxeador estiver desapontado com o resultado da competição, o técnico deve ficar com o boxeador e ter certeza que ele está mantendo suas emoções sob controle e não está prejudicando ou criando uma atmosfera negativa no ginásio e durante as sessões de treinamento. Tentar encorajar o boxeador e prepara-lo para a avaliação de seu desempenho na competição. Análises de lutas devem ser feitas sem levar em conta as emoções do boxeador, quando as emoções do boxeador forem levadas em consideração, o técnico pode não ser capaz de pontuar o que o boxeador fez de errado. Quandoanalisar lutas junto com os boxeadores, prestar atenção especial a: Quais foram as técnicas e habilidades mais utilizadas? Quais foram as táticas usadas e como o boxeador as implementou? Quais foram as habilidades de defesa usadas durante os ataques do oponente? Qual foi a razão para o resultado da luta? MANUAL DOS TÉCNICOS – 102 3.4. REGRAS E REGULAMENTOS 3.4.1. CLASSIFICAÇÃO POR IDADE A idade do boxeador é determinada pelo ano de seu nascimento: Entre 15 a 16 anos, meninos e meninas boxeadores são “Boxeadores Junior” (nota do tradutor: No Brasil, conhecidos como CADETES) Entre 17 e 18 anos , meninos e meninas boxeadores são categorizados como “Boxeadores Juvenis” Idade entre 19 a 40 anos*, homens e mulheres boxeadores são categorizados como “Boxeadores Elite”. (*nota do tradutor: no texto original, de 2010, 34 anos era o limite máximo de idade, mas as regras mudaram em 2013 e agora o limite de idade é 40 anos, razão da alteração). 3.4.2. CATEGORIAS DE PESO BOXEADORES ELITE E JUVENIL MASCULINO – 10 CATEGORIAS Após o anúncio da decisão da luta pelo árbitro, os boxeadores devem ir até o corner do oponente e o segundo deve apertar as mãos com os boxeadores oponentes como sinal de espírito esportivo e rivalidade sadia de acordo com as regras do boxe. (nota do tradutor: o trecho acima está fora de contexto no manual original e é uma repetição do contido no item 3.2.3 – aperto de mãos) Categoria Peso mínimo (kg) Peso máximo (kg) Mosca ligeiro (light fly) 46 49 Mosca (fly) 49 52 Galo (Bantam) 52 56 Leve (light) 56 60 Médio- ligeiro (light welter) 60 64 Meio- médio (welter) 64 69 Médio (middle) 69 75 Meio- pesado (light heavy) 75 81 Pesado (heavy) 81 91 Superpesado (super heavy) 91 - MANUAL DOS TÉCNICOS – 103 ELITE E JUVENIL FEMININO DE BOXEADORAS MULHERES – 10 CATEGORIAS Categoria Peso mínimo (kg) Peso máximo (kg) Mosca ligeiro (light fly) 45 48 Mosca (fly) 48 51 Galo (bantam) 51 54 Pena (feather) 54 57 Leve (light) 57 60 Médio-ligeiro (light welter) 60 64 Meio-médio (welter) 64 69 Médio (middle) 69 75 Meio pesado (light heavy) 75 81 Pesado (heavy) 81 - CADETE (JUNIOR) MASCULINO E FEMININO - 13 CATEGORIAS Categoria de peso Peso mínimo em kg Peso máximo em kg Alfinete/PALHA (pin) 46 Mosca ligeiro (light fly) 46 48 Mosca (fly) 48 50 Galo ligeiro (light bantam) 50 52 Galo (bantam) 52 54 Pena (feather) 54 57 Leve (light) 57 60 Leve-ligeiro/meio-ligeiro (light welter) 60 63 Ligeiro (welter) 63 66 Médio-ligeiro (light middle) 66 70 Médio (middle) 70 75 Meio pesado (light heavy) 75 80 Pesado (heavy) 80 - MANUAL DOS TÉCNICOS – 104 3.4.3. ELEGIBILIDADE DE BOXEADORES Qualquer boxeador participando de um evento sancionado AIBA, deve ser natural de um país onde a Federação Nacional filiada a AIBA participe dessas competições. Se um boxeador é natural de dois ou mais países ao mesmo tempo, este boxeador deverá selecionar apenas uma Federação Nacional para participar em eventos sancionados AIBA. Um vez que o boxeador escolha a Federação Nacional, ele/ela não pode participar de nenhum evento sancionado pela AIBA com outra Federação Nacional por três (3) anos. 3.4.4. DURAÇÃO E NÚMERO DE ROUNDS ROUNDS MINUTOS INTERVALO ENTRE ROUNDS Masculino Elite e Juvenil 3 3 1 Feminino elite e juvenil 4 2 1 Cadete masculino e 3 2 1 feminino 3.4.5 A DECISÃO *nota do tradutor: este manual foi elaborado em 2010 e houve algumas alterações até a tradução, em 2015, que podem ser encontradas no link http://aiba.s3.amazonaws.com/2015/02/AIBA-Technical-Rules-01.02.2015.pdf - Essas alterações, dada sua complexidade e a fim de preservar o valor histórico desse manual, serão objeto de tradução futura nas Regras e Regulamentos Técnicos da AIBA vitória por pontos vitória por desistência vitória porque o árbitro parou o combate (RSC) vitória por desqualificação vitória por Knock Out vitória por RSCH vitória por W.O. - Sem resultado no contest MANUAL DOS TÉCNICOS – 105 http://aiba.s3.amazonaws.com/2015/02/AIBA-Technical-Rules-01.02.2015.pdf 3.4.6. AS FALTAS golpear abaixo da linha de cintura; segurar, tropeçar, chutar e empurrar com o pé ou joelho pancadas ou golpes com a cabeça, ombro, antebraço, cotovelo, estrangular o oponente, comprimir com o braço ou cotovelo o rosto do oponente, pressionar a cabeça do oponente contra as cordas. bater com a luva aberta, bater com o lado de dentro da luva, pulso ou lateral da mão. golpes nas costas do oponente e especialmente qualquer golpe na parte de trás do pescoço ou cabeça e golpes nos rins golpear girando sobre o próprio corpo (pivot blows) Atacar enquanto segura as cordas ou fazer qualquer uso injusto das cordas Deitar, fazer movimentos de wrestling e jogar com o clinch Atacar oponente caído ou que está se levantando Segurar, segurar e bater ou puxar e bater. segurar, ou travar o braço ou cabeça do oponente ou empurrar um braço por baixo do braço do oponente abaixar para abaixo da linha de cintura do oponente, de uma maneira que seja perigosa para ele Defesa completamente passiva por dupla cobertura* e falta intencional, correr ou virar de costas para evitar um golpe. (*double cover é uma técnica de defesa passiva que consiste em elevar os dois braços e se encolher para evitar golpes, sem revidar) Expressões sem sentido, ofensivas ou agressivas durante o round não se afastar quando receber a ordem de “break” (separar) ou tentar atacar o oponente depois que o juiz ordenou “break”. Agredir ou se comportar de forma agressiva em relação ao árbitro em qualquer momento. cuspir o protetor bucal manter a mão da frente esticada e reta a fim de obstruir a visão do oponente. 3.4.7. SEGUNDOS cada boxeador tem direito a ter até 2 Segundos Os Segundos devem ser os técnicos que são qualificados em suas Federações Nacionais e devem respeitar e seguir as Regras e Regulamentos da AIBA Apenas um Segundo pode entrar no ringue durante o intervalo entre rounds. O Segundo não pode permanecer na plataforma do ringue após o início do combate. Ele também é responsável por remover banquetas, toalhas, baldes e etc da plataforma. Qualquer Segundo que esteja incitando ou encorajando expectadores de qualquer modo, será removido do FOP (Field of Play, área de competição) e não poderá mais atuar como segundo naquela luta. Se a ofensa ocorrer uma segunda vez, o Segundo será afastado da competição. O uso de qualquer equipamento de comunicação no FOP como, por exemplo, mas não limitado a, telefones celulares, walkie-talkies, smartphones, fones de ouvido, rádios de ondas curtas e etc é proibido. MANUAL DOS TÉCNICOS - 106 CAPÍTULO IV ASPECTOS ADICIONAIS MANUAL DOS TÉCNICOS – 107 MANUAL DOS TÉCNICOS - 108 4.1. MÉDICOS 4.1.1. FERIMENTOS AS lesões podem ocorrer a qualquer momento do dia, em qualquer lugar. Pode acontecer durante o treinamento, ou durante a competição. Durante a competição, os médicos de ringue e o pessoal médico deverá cuidar imediatamente dos ferimentos, contudo, é responsabilidade do Técnico cuidar e proteger o boxeador de ferimentos, mas também providenciar tratamento de primeiros socorros, em caso de qualquer ferimento ocorrer durante o treinamento. Tipos de ferimentos no boxe: sangramento nasal nariz fraturado mandíbula fraturada fratura do boxeador (nota do tradutor: no jargão médico, refere-se à fratura de algum dos ossos da mão). Fratura de Stave Bennet (nota do tradutor: no jargão médico, refere-se à fratura do polegar) Ferimentos dentro das órbitas dos olhos (intra orbitais) Olhos roxos –ferimentos em volta dos olhos ou periorbitais. lacerações hematomas sensibilidade facial orelha de couve-flor tímpano perfurado concussão 4.1.2. PREVENÇÃO DE FERIMENTOS A fim de prevenir lesões, a primeira e a mais importante atitude que o técnico deve ter é fornecer um ambiente de treinamento seguro. Os seguintes critérios podem também ajudar os boxeadores a evitar lesões durante o treinamento ou em competição. Deve seguir as orientações de segurança ao usar as instalações e os equipamentos. Se o equipamento estiver usado ou faltando partes, não o utilizar. durante o treinamento técnico com o parceiro, o boxeador deve estar completamente trajado com protetor de cabeça, protetor bucal, calçados para treinamento e etc quando fizer sparring durante o treino, o boxeador deve usar um protetor de cabeça que cubra a maior parte da cabeça e do rosto e luvas de boxe maiores (por exemplo, de 16 onças). Para o sparring, o parceiro dever ser selecionado de acordo, baseado nos níveis físico e de habilidade do boxeador e baseado no objetivo principal do sparring o boxeador deve ter o aquecimento apropriado antes do treinamento e da competição. providenciar ao boxeador tempo de recuperação suficiente antes e depois do treino e da competição Esfregar vaselina ou lubrificação própria no rosto antes do sparring para prevenir lesões. MANUAL DOS TÉCNICOS – 109 4.1.3. TRATAMENTO DE FERIMENTOS/LESÕES MENORES Em todos os casos, se os ferimentos forem mais severos do que cortes ou arranhões menores, o Técnico deve chamar a assistência médica de emergência antes de conduzir seus primeiros socorros. SANGRAMENTO NASAL Sentar-se reto e pender a cabeça ligeiramente para frente. não inclinar a cabeça para trás. Isso pode fazer com que o sangue volte para a garganta e você pode ter de engolir respirar pela boca aplicar pacote de gelo no nariz, bochechas e pescoço (o frio vai parar o sangramento e o inchaço) Use o polegar e o dedo indicador e firmemente pressione a área mostrada em cinza a figura abaixo por 10 a 20 minutos MANUAL DOS TÉCNICOS – 110 MACHUCADO aplicar pacote de bolsa de gelo na área machucada por aproximadamente 20 minutos para acelerar a cicatrização e reduzir o inchaço. Após um rápido intervalo, este processo pode ser repetido. não aplicar gelo diretamente na pele. Envolver o pacote de gelo num pano de enxugar ou toalha. CORTE Certificar-se que a ferida está bem limpa com sabão desinfetante ou similar. Aplicar gaze para gesso (bandagem) DISTENSÃO Deitar o atleta em uma superfície plana. elevar a área distendida. aplicar pacote/bolsa de cubos de gelo na parte ferida. não aplicar mais que 20 minutos por vez usar fita elástica para prender a área ferida, sobreponha a fita elástica sempre na metade da largura dela. Certificar-se que a fita não cortou a circulação sanguínea, a fita deve estar confortável. Se a área distendida do atleta se tornar fria, azul ou ardente, refazer a colocação da fita. FRATURA Se a fratura parecer severa, chamar a assistência médica ou transportar a pessoa para um serviço de emergência. manter o atleta deitado em solo plano se houver sangramento, aplicar pressão na área que está sangrando para parar o sangramento antes da colocação de tala. Para ossos quebrados de braço ou perna, colocar uma tala (feita de madeira, plástico, metal ou outros materiais rígidos e acolchoar com gaze contra a área para prevenir movimentos). envolver a tala na área fraturada usando bandagem. Então, elevar a área fraturada. transportar os atletas a emergência médica ou esperar até o pessoal médico chegar. CONCUSSÃO CEREBRAL Aplicar pacote de gelo ou bolsa de gelo na área machucada não aplicar diretamente na pele. Enrolar o pacote usando um pano de secar ou toalha aplicar gelo por 20 a 30 minutos transportar os atletas para a emergência médica/pronto socorro. Sinais de alerta de concussão mais sérias inclui náusea e vômito, confusão, tontura, nestes casos, o atleta precisa ser transportado a hospital imediatamente ou ser chamado o serviço de pronto atendimento de emergência. MANUAL DOS TÉCNICOS -111 4.1.4. TRATAMENTO PARA FERIMENTOS SEVEROS Em qualquer caso de machucado severo durante o treinamento, o técnico deve chamar o número de emergência imediatamente. Até a chegada do pessoal da emergência, o técnico deve ficar com o atleta machucado o tempo todo e não realizar nenhum tratamento no boxeador. Em caso de knock-down durante o treinamento: deitar o boxeador em posição confortável e segura remover o protetor bucal e segurar a cabeça em posição segura (talvez devamos adicionar ilustrações demonstrando a posição segura) Aplicar esponjas frias na testa e pescoço cuidadosamente, remover o protetor de cabeça se o boxeador sofrer concussão do knock-down, isto deve ser anotado no diário do professor O Técnico deve acompanhar o boxeador para ver um médico e verificar que ele/ela está em condições normais. o Boxeador deve realizar outro check-up médico de acordo com as Regras Técnicas e de Competição da AIBA e seus regulamentos. MANUAL DOS TÉCNICOS – 112 4.2. NUTRIÇÃO - A meta principal da dieta é fornecer energia adequada para recuperação e um reparo rápido e eficiente ao tecido muscular sem aumento de gordura corporal. - A melhor estratégia é criar um plano alimentar de um ano que inclua monitoramento do peso e assegure que o boxeador não saia da margem de 10% de seu peso em competição. - é recomendável comer a cada 3-4 horas (comer no mínino 4 refeições por dia em intervalos regulares) - beber água ou drink esportivo para manter uma hidratação apropriada, especialmente durante o treinamento. - evitar substâncias que imitam água, como refrigerantes ou limonadas. Embora possam conter água e alguns carboidratos, eles contém uma enorme quantidade de carboidratos inúteis. - Não esquecer minerais e vitaminas - planejar dietas que consistam numa grande variedade de comidas e ter em mente os grupos alimentares básicos: Esta é a maior garantia de ter recebido os nutrientes necessários. (nota do tradutor: pesquisar por pirâmide alimentar) - A dieta de atletas jovens deve se basear na seleção apropriada de nutrientes como: - carboidratos – arroz integral, macarrão de cereal integral, aveia, pão de cereal integral, vegetais, frutas e batatas. - proteínas: tofu (queijo de soja), ovo, peixe, frango, bife, porco e queijo cottage light/queijo magro. - gordura: manteiga, sementes, nozes, peixe de água salgada, óleos vegetais e de oliva - vitaminas: vegetais, frutas e outros produtos, ricos em vitaminas C/B/D/A/K. - minerais: sódio, potássio, magnésio e ferro - Para atletas, é recomendável compor suas dietas, nos índices calóricos que segue: - 55% de carboidratos - 1 grama de carboidrato = 4 calorias - baseado num consumo de 2000 calorias, 1100 calorias derivam dos carboidratos - 1100 calorias = 275 gramas - 15% de proteínas Proteínas diárias admitidas: 1,6 – 1,8 gramas por quilo de peso - 30% de gordura - 1 grama de gordura = 9 calorias - baseado num consumo de 2000 calorias, 600 calorias deriva de gordura - 600 calorias = por volta de 66/67 gramas - Tentar consumir adicionais 300 a 500 calorias a mais do que o nível de manutenção do peso durante as sessões de treinamento. - Beber bebidas livres de gordura ou leite desnatado ou semi-desnatado - aumentara quantidade de proteína para 2 gramas por quilo de peso. - fora de época de competição, os boxeadores devem esforçar-se para aumentar sua massa magra e/ou melhorar suas fraquezas físicas. ANTES E DEPOIS DA SESSÃO DE TREINAMENTO - 30-40 minutos antes do treinamento, consumir 30-40 gramas de carboidrato e 20 gramas de proteína - consumir bebidas esportivas ou bebidas contendo carboidratos e proteínas durante a sessão de treinamento e imediatamente após, para evitar desidratação, prevenir a queda nos níveis de glicose do sangue e manter os níveis de glicogênio do corpo. MANUAL DOS TÉCNICOS - 113 4.3. MONITORAMENTO DE PESO O peso corporal colocará os boxeadores em categorias de peso especificas na competição. Em muitos casos, os boxeadores começam a controlar seu peso apenas alguns dias antes da competição começar e esses hábitos podem ser arriscados, não apenas para o bem estar do boxeador, mas também o boxeador pode não conseguir alcançar o peso específico. É essencial ao técnico monitorar constantemente e ajudar o boxeador a manter seu peso fora de competição. antes e depois de cada sessão de treinamento ou competição, o peso corporal deve ser medido para ver o impacto do treinamento no peso corporal. é perigoso reduzir o peso corporal por desidratação ou dietas radicais. o técnico deve monitorar a ingestão de líquidos pelo boxeador e o auxiliar a tomar quantidades suficientes de líquido durante o treinamento. perder peso pode fazer o boxeador se cansar mais rápida e facilmente, o técnico deve providenciar um plano alimentar adequado que inclua o tempo, a quantidade e o que o boxeador deve comer. se o boxeador quer ganhar peso e construir uma massa muscular para que possa competir em categorias de peso superiores, o técnico deve arranjar um plano alimentar com uma ingestão maior de calorias. os atletas devem reduzir a ingestão de comidas não saudáveis, como refrigerantes, óleos, manteigas, doces, muito café e chá, pão branco, fast food. O plano nutricional deve ser baseado em frutas/vegetais, arroz, carnes magras, bebidas naturais, macarrão e grãos. 4.4. EDUCAÇÃO ANTIDOPING O Programa Antidoping da AIBA procura preservar o que é intrinsicamente valioso sobre o esporte. Este valor intrínseco é comumente mencionado como “espírito esportivo”. É a essência do Olimpianismo; é como jogamos verdadeiramente. Contudo, o doping é essencialmente contrário ao espírito esportivo. Assim sendo, a AIBA aceitou o Código Mundial Antidoping 2009 revisado. Regras Antidoping foram adaptadas e implementadas de maneira profissional e a AIBA continuará seus esforços para erradicar o doping do esporte do boxe. 4.4.1. TESTE DE DOPAGEM EM COMPETIÇÃO Todos atletas sob jurisdição de uma Federação Nacional são sujeitos a testes em competição pela AIBA, a Federação Nacional dos Atletas e quaisquer outras organizações antidoping responsáveis por testes em competições ou eventos dos quais tenham participado. em eventos aprovados pela AIBA, ela é a organização responsável pelos testes. em todos os outros eventos, o Comitê Organizador local é responsável pelos testes. SELEÇÃO DE ATLETA PARA SER TESTADO EM COMPETIÇÃO Em eventos internacionais, cada atleta que terminar entre 1 dos 3 primeiros lugares em todas as categorias de peso na competição, mais um boxeador competindo selecionado aleatoriamente. MANUAL DOS TÉCNICOS – 114 4.4.2. DOPAGEM FORA DE COMPETIÇÃO AIBA tem um sistema de controle de testes para aqueles atletas que são chamados a cumprir com as exigências dos formulários de localização do atleta (whereabout requirements) do padrão de testagem internacional. O propósito do sistema de controle de testes da AIBA é identificar atletas de alto nível internacional, os quais a AIBA exige que providenciem suas informações de paradeiro para facilitar a testagem fora de competição pela AIBA ou outra organização Antidoping com jurisdição sobre os atletas. SELEÇÃO DO ATLETA PARA ESTAR NO GRUPO DE CONTROLE DE TESTES DA AIBA - Durante o período de Qualificação Olímpica, todo atleta que tiver obtido uma colocação por seu país, independentemente de ele estar participando dos Jogos Olímpicos. - Os vencedores de medalhas na categoria elite dos últimos WORLD CUP (campeonato mundial), WORLD & CONTINENTAL CHAMPIONSHIP (Campeonato Mundial e Continental). - os vencedores de medalhas na categoria elite dos últimos Jogos Olímpicos. - qualquer atleta, membro de um time nacional, selecionado aleatoriamente pela Comissão Médica da AIBA. - a lista dos atletas estará disponível no site da AIBA (http://www.aiba.org) - mesmo que o atleta não cumpra nenhum dos critérios acima, ele/ela deverá permanecer no Grupo de Controle de Testagem Registrado até o final do calendário anual. RESPONSABILIDADES DOS ATLETAS NO GRUPO DE TESTAGEM REGISTRADA AIBA - Necessário apresentar relatórios trimestrais com formulários fornecidos pela AIBA que especificará diariamente os locais e horários onde os atletas estarão residindo, treinando e competindo. - necessário atualizar suas informações conforme for preciso de forma corrente - estar disponível para testagem nos paradeiros indicados A responsabilidade definitiva em fornecer informações de paradeiro é de cada atleta. Todavia, deve ser responsabilidade de cada técnico e de cada Federação Nacional empreender seus melhores esforços para auxiliar a AIBA em obter informações de paradeiro quando forem requisitadas pela AIBA. VIOLAÇÕES ÀS REGRAS ANTIDOPING - a presença de substância proibida em seu metabolismo ou marcadores numa amostra do atleta - o uso ou tentativa de uso por um atleta de substância ou métodos proibidos. - A recusa ou a falta de justificação válida de enviar a coleção de amostras após notificação como autorizado nas regras antidoping da AIBA, ou de outro modo fugir da coleta de amostras - a falta de aviso à AIBA de seu paradeiro de coleta - deixar de estar disponível para testagem no local declarado para coletas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 115 MANUAL DOS TÉCNICOS – 116 CAPÍTULO 5 TÉCNICAS AVANÇADAS MANUAL DOS TÉCNICOS - 117 MANUAL DOS TÉCNICOS – 118 Na parte inicial do Manual dos Técnicos, nós cobrimos a parte básica das habilidades para boxear, técnicas e informações relacionadas ao boxe que se encaixam com o nível de técnicos iniciantes a nível Técnicos 1 Estrela. Na parte avançada do Manual dos Técnicos, nós exploraremos as técnicas de boxe e as preferências técnicas em 4 diferentes países e regiões. Esses países e regiões incluem Europa, Russia, Estados Unidos e Cuba. Mais adiante, na parte avançada do Manual dos Técnicos, o nível avançado de exercícios de treinamento e metodologia será apresentado junto com a individualização do treinamento e o controle e monitoramento (avaliação) do desempenho e habilidades do boxeador. Antes de seguir para o aprendizado da técnica avançada, o técnico deve entender e ter certeza que o boxeador dominou a postura básica do boxe, os golpes básicos, defesa e movimentações como troca de peso corporal, movimento corporal para cima sem movimentar os pés, movimento dos pés sem perda de equilíbrio, etc. Dominar essas habilidades básicas permitirá ao boxeador lançar diferentes ataques livre e efetivamente. Os golpes básicos aprendidos na parte anterior do Manual dos Técnicos é a base e fundação das habilidades de ataque de um boxeador. É muito importante para o boxeador entender que as habilidades de ataque ensinadas na parte técnica avançada são variações do básico ensinado anteriormente. MANUAL DOS TÉCNICOS – 119MANUAL DOS TÉCNICOS – 120 5.1. TÉCNICA AVANÇADA – EUROPA A Europa é um continente que consiste de muitos países e seu estilo de boxe tem influenciado países como Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Polônia, Russia e outros. Cada país desenvolveu seu próprio sistema de locais/campos de treinamento, competições, análises, avaliações, controle e monitoramento dos treinamentos esportivos. Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, esses estilos foram misturados e os técnicos de cada país adicionaram diferentes elementos de seu conhecimento e experiências, especialmente mirando na melhoria das habilidades individuais e preparação dos boxeadores. Os técnicos europeus trabalharam para desenvolver as habilidades técnicas e táticas dos boxeadores baseados nas capacidades individuais físicas e fisiológicas dos boxeadores assim como seu nível de preparo psicológico. O boxeador executa uma série de curtos e dinâmicos golpes com uma boa movimentação de pernas e combinações de golpes após suas ações defensivas. 5.1.1. POSTURA DE BOXE Com os esforços dos técnicos para desenvolver as habilidades técnicas dos boxeadores com suas forças e fraquezas individuais, cada boxeador avançado tem diferentes posturas de boxe. Entretanto, todos os boxeadores alternam suas posturas de boxe com diferentes distribuições de peso nas pernas, ombros, braços, posição das costelas e quadris mais em pé ou encurvado. A decisão em alternar a postura de boxe é baseada em situações ofensivas e defensivas e táticas das lutas. PESO TRANSFERIDO PARA A PERNA DA FRENTE Utilizado quando o oponente está no alcance de ataque. Essa postura permite ao boxeador atacar sem movimento preparatório e poder constantemente lançar combinações de golpes. Pode ser usado para atrair o oponente. nessa postura, é mais difícil dar um passo ou se mover do que na postura clássica, assim sendo, necessário que o boxeador tenha boas habilidades defensivas. em algumas situações, o boxeador deve ser capaz de distribuir seu peso para as duas pernas, entretanto, o boxeador deve treinar praticar trocando seu peso corporal para frente e para trás. 1- Da postura de boxe clássica 2- Alinhar os pés levemente mais largos que largura entre os ombros 3- O peso corporal é transferido levemente em direção ao pé da frente* e ele plana no solo (*nota do tradutor: no original, perna da frente que plana no solo, em português perde o sentido, por isso mudei para pé da frente). 4- Dobrar levemente os joelhos 5- Manter o rosto reto em linha reta com o oponente. 122- MANUAL DOS TÉCNICOS PESO TRANSFERIDO PARA A PERNA DE TRÁS Esta postura de boxe é utilizada para o boxeador que prefere boxear na longa distância, defensivamente e que tem fortes contra golpes. Esta postura de boxe permite ao boxeador ficar longe da distância de ataque do oponente o boxeador usa o pé da frente e a mão da frente para medir a distância do oponente o boxeador pode trocar o peso corporal rapidamente para o pé da frente para ficar na distância de ataque antes que o oponente prepare-se para a defesa. 1- Da postura clássica de boxe. 2- Trocar o peso do corpo levemente em direção a perna de trás e manter o pé da frente plano no solo. 3- Pé de trás levemente girado para dentro. 4- Dobrar o joelho da perna de trás levemente 5- Manter o rosto alinhado com o oponente 6- Braço da frente ligeiramente para cima e para frente 7- Manter a mão de trás próxima ao queixo MANUAL DOS TÉCNICOS - 123 OMBRO ALTO E BRAÇO DA FRENTE ALTO Essa posição permite ao boxeador proteger seu queixo com a lateral da mão da frente encaixa com boxeador que tem um tempo de resposta mais lento encaixa com boxeador que prefere usar a mão da frente 1- Da postura clássica de boxe 2- Encolher o ombro no braço da frente próximo ao queixo 3- Manter o cotovelo do braço da frente próximo a um ângulo de 90 graus, alinhado com a área superior da caixa do tórax 4- Trazer a mão de trás próxima a bochecha 5- Joelhos levemente dobrados 6- Peso corporal distribuído igualmente nos dois pés MANUAL DOS TÉCNICOS - 124 BRAÇOS BAIXOS Facilita para o boxeador observar os movimentos do oponente encaixa com um boxeador com boa velocidade, tempo de resposta e coordenação encaixa com boxeador de golpes rápidos encaixa com um boxeador com uma forte auto confiança e preparo psicológico 1- Girar o corpo levemente em direção ao lado de trás, num ângulo de 45 graus 2- Posicionar os pés levemente mais abertos do que a largura dos ombros. 3- O peso corporal é distribuído igualmente nos dois pés 4- Dobrar os joelhos levemente para baixo 5- Levemente erguer o calcanhar do pé de trás 6- Girar ambos os calcanhares dos pés aproximadamente 45 graus em direção ao lado de trás 7- Manter a mão de trás no nível do peito e guardar o cotovelo próximo ao corpo 8- Posicionar o braço da frente para baixo, dobrar levemente o cotovelo e a mão próxima a linha da cintura 9- Manter o rosto alinhado na direção do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS - 125 POSTURA VERTICAL (EM PÉ) encaixa com boxeador que prefere golpes retos longos e lutar no centro do ringue com movimentos de pernas muito bons. perigoso quando o boxeador está contra as cordas ou no corner. 1- Da postura clássica do boxe 2- Postura vai para a vertical, em pé 3- Manter as duas mãos elevadas próximas ao nível dos olhos 4- Manter os dois calcanhares acima do solo MANUAL DOS TÉCNICOS - 126 POSTURA AGAIXADO - Encaixa com boxeador que prefere boxear na curta e média distância. 1- Da postura clássica de boxe 2- Peso corporal distribuído igualmente entre as pernas 3- Dobrar os joelhos para baixo levemente 4- Pé da frente rente ao solo 5- Dobrar os dois cotovelos e recolhê-los junto ao corpo 6- Manter as mãos próximas das sobrancelhas e juntar ambos os braços um na direção do outro 7- Manter o queixo próximo ao peito 8- Manter o rosto apontado reto em direção ao oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 127 POSTURA FRONTAL Encaixa com boxeadores que preferem boxear na curta distância Encaixa com boxeadores que tem golpes fortes Encaixa com boxeadores que tem pegada e velocidade de golpe nos dois braços 1- Da postura clássica de boxe 2- Manter-se reto/alinhado e girar a parte superior do corpo levemente para o lado de trás 3- O peso corporal é distribuído igualmente entre as pernas 4- Os dois pés apontam para frente 5- Dobrar levemente os joelhos 6- Pé da frente rente ao solo 7- Dobrar os cotovelos e recolhê-los junto ao corpo 8- Manter as mãos próximas ao queixo 9- Manter o queixo próximo ao peito 10- Manter o rosto reto apontado em direção ao oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 128 5.1.2. TRABALHO DE PÉS Na parte anterior do Manual dos Técnicos, discutimos os passos básicos do boxe. O boxeador deve dominar deslocamentos a frente, para trás, para a esquerda e direita com boa coordenação e equilíbrio, a fim de poder avançar para o nível de trabalho/movimentação de pés. Como o boxeador tem um espaço de luta limitado no ringue, o boxeador deve aprender a fazer movimentos de giro como mostrado no diagrama abaixo antes de aprender movimentos de pé adicionais: MANUAL DOS TÉCNICOS – 129 TRABALHO DE PÉS ADICIONAL/SUPLEMENTAR Deslizando - movimento básico utilizado tanto para ataque quanto para defesa. (*nota do tradutor para a figura abaixo: sliding forward: deslizando para a frente; sliding backward: deslizando para trás) MANUAL DOS TÉCNICOS – 130 STRIKE-GLIDING – DESLIZAMENTO-ATAQUE - deve ser feito mais rapidamente que o deslizamento - geralmente usado para cortar o movimento do oponentee por pressão nele. MANUAL DOS TÉCNICOS – 131 SPRING-GLIDING – SALTO-DESLIZAMENTO - Permite ao boxeador mover-se rapidamente para se afastar do oponente após o ataque - para criar brechas e tempo de recuperação, assim como para relaxar após as ações e assegurar um ponto de vantagem MANUAL DOS TÉCNICOS – 132 5.1.3. ATAQUES O ataque avançado consiste na combinação de diferentes elementos, como movimentação, fintas e diferentes golpes. Quando o boxeador dominar os elementos básicos dos golpes, movimentação, fintas e defesas, o técnico deve combinar os elementos do boxe e tentar diferentes variações de acordo com a tática, situações e as características do boxeador (suas forças e fraquezas). COMBINAÇÕES DE GOLPES séries de golpes curtos - ataque com diferentes combinações de cruzados e uppercuts constantemente na curta distância contra o oponente. séries de golpes longos - ataque com combinações de golpes retos constantemente na média para a longa distância contra o oponente. golpes acentuados – nem todos os golpes são lançados com força e velocidade máxima. Entre as séries de golpes, o boxeador escolhe jogar um dois golpes com máxima força e velocidade. ATAQUE COM PREPARAÇÃO A preparação inclui quaisquer manobras para atrair o movimento do oponente. Isto inclui fintas, escapadas ou manobras ofensivas. quando o boxeador criar uma abertura, imediatamente atacar o oponente ATAQUE SEM PREPARAÇÃO O boxeador observa a movimentação do oponente para criar uma abertura quando o boxeador vê uma abertura, imediatamente ataca o oponente usar a combinação apropriada de golpes para tirar vantagem da abertura. GOLPES DE ENCONTRO Golpes de Encontro na cabeça o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente realiza com a mão da frente ou de trás um golpe reto na cabeça do mesmo lado que o oponente está realizando o seu golpe reto. o Simultaneamente, mover a cabeça para longe do golpe do oponente Golpes de encontro no corpo: o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente usa a mão da frente ou de trás para golpe reto no corpo em direção ao lado do oponente onde ele está realizando seu golpe reto. CONTRA ATAQUE Ação de resposta após realizar movimentos defensivos contra o ataque do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 133 5.1.4 DEFESAS DEFESA PASSIVA - O boxeador não toma ações imediatas e fica observando o oponente após ele o atacar. DEFESA ATIVA - o boxeador toma ações imediatas após o ataque do oponente com contra ataque ou ação antecipada TIPOS DE MOVIMENTOS DE DEFESA A ação da defesa pode ser dividida em 3 categorias: 1. Defesa de mão, braço e ombro – usa a mão e o ombro tanto para boquear quanto para evitar o ataque do oponente o . Defesa com a mão ou bloqueio com os dois braços o . pegar/bloquear o . bloqueio de braço/bloqueio de cotovelo/bloqueio de ombro o . aparar 2. Defesa de corpo – usa a parte superior do corpo ou inferior do corpo para fazer movimentos defensivos o . encolher o - girar o - balançar para trás o - mover a parte superior do corpo tanto para a direita quanto para a esquerda 3. Defesa de perna – usa o movimento dos pés para se afastar da distância de ataque do oponente o - passo para trás o - salto para trás o - passo ou salto laterais para a direita e esquerda MANUAL DOS TÉCNICOS – 134 5.1.5. FINTAS - esconder a intenção do boxeador através de uma ação enganosa - diferentes tipos de fintas podem ser aplicados a certas táticas e situações - fintas devem ser rápidas e provocativas - fintas devem ser feitas na distância apropriada - as fintas também podem ser usadas para aproximar a distância; o boxeador usa a finta para se aproximar do oponente movendo-se para frente ou atraindo o oponente a se mover para perto ou fazer o oponente se mover para trás em direção às cordas ou corner - para fazer com que o oponente realize qualquer ação de ataque que irá criar uma abertura para o contra-ataque. TIPOS DE FINTAS fintas de cabeça o Mover a cabeça para a frente e encolhê-la o Mover a cabeça lateralmente finta com os olhos o Olhar para a área do abdômem do oponente o olhar para os pés do oponente finta com os braços o Esticar o braço da frente levemente para a cabeça ou corpo do oponente e então retrair o braço, imita o movimento de ataque Finta com o corpo o Mover a parte superior do corpo (ombros) em direção ao oponente ou às suas laterais para imitar a intenção de acertar um golpe e então retornar a postura original - Finta com as pernas o Flexionar um ou os dois joelhos levemente para baixar o corpo e então ficar de pé novamente, fingindo que o boxeador está realizando a preparação para um movimento de ataque o fixar com firmeza uma perna no chão, enquanto a outra perna se move em diferentes direções COMBINAÇÕES DE FINTAS Cada tipo de finta pode ser aplicado individualmente ou pode ser combinado com dois ou mais elementos. Por exemplo, a mão com os olhos ou a perna com a mão e etc. Quando realizando movimentos de finta, o boxeador deve considerar sua própria defesa, para antecipar quaisquer contra-ataques do oponente. Enquanto isso, o boxeador deve também pensar sobre as ações após a finta. As fintas devem ser utilizadas como ações preparatórias para um ataque mais importante. MANUAL DOS TÉCNICOS – 135 5.1.6. DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO O programa de treinamento é um elemento essencial no desenvolvimento de um boxeador. O Programa de Treinamento deve ser muito bem planejado e organizado com a individualização de acordo com o nível de habilidades e preparo do boxeador. Quando desenvolver o programa de treinamento, os técnicos devem considerar o que segue: . Metas e objetivos do boxeador . habilidade e nível de preparo do boxeador . Agenda dos campeonatos principais Um dos métodos de desenvolvimento de um plano de treinamento de um ano para o grupo Europeu é dividir o ano em dois ciclos de 6 meses. Ao final de cada ciclo, o técnico seleciona uma competição que se tornará a competição alvo onde o boxeador irá focar seu treinamento. (*nota do tradutor: abaixo, na ordem: azul-amarelo-rosa-roxo-verde, traduzindo são: azul, período de preparação geral; amarelo, período de preparação específica; rosa, período de competição; roxo, competição-alvo e verde, período de transição). 1º ciclo 2º ciclo Janeiro dezembro Cada ciclo consiste de 4 períodos: Preparação Geral, Preparação Específica, Competição e Período de Transição. Em cada período, o boxeador treina com diferentes metas e objetivos para preparar-se para a “competição-alvo” no final de cada ciclo. Quando desenvolver um plano de treinamento de um ano: deve estar ciente de quando e onde as competições de controle, as competições alvo e a competição principal tem lugar. desenvolver de trás para frente, do final do calendário (competição principal) até o primeiro dia. participar de torneios pequenos e médios antes e entre as principais competições para controlar e monitorar (avaliar) o nível de preparo e o progresso do boxeador. selecionar os torneios de acordo com o nível de preparo do boxeador. Torneios mais duros podem ter um efeito negativo no nível psicológico do boxeador. o programa de treinamento e a agenda deverão mudar conforme o aumento ou diminuição de intensidade, misturando-se diferentes exercícios de treinamento para manter o interesse dos boxeadores e o nível motivacional alto. MANUAL DOS TÉCNICOS – 136 PERÍODO DE PREPARAÇÃO GERAL O foco do treinamento do período de preparaçãogeral é o desenvolvimento de habilidades físicas como resistência, força, velocidade, coordenação e flexibilidade que são a base para alcançar o objetivo de um boxeador nas competições Principal e nas Competições-alvo. É importante perceber que exercícios de treinamento neste período devem ser limitados às habilidades físicas dos boxeadores, mesmo que o foco do período de preparação geral seja o desenvolvimento de habilidades físicas. O Técnico deve incorporar os elementos de treinamento específicos assim como elementos táticos e técnicos. O Técnico deve lembrar de agendar o treinamento específico de boxe de resistência, força, velocidade, coordenação e etc. O período de preparação geral pode durar cerca de 10 a 15 semanas, contudo, baseado no calendário anual de competições e no progresso do nível de habilidades e desempenho de um boxeador, esse período pode ser ajustado de acordo. Cada programa de treinamento nesse período pode ser planejado com diferentes exercícios enquadrados em sessões de duas horas de duração, duas sessões por dia. Quando desenvolver o plano de treinamento deste período, o treinador deve estar ciente que a intensidade nesse período deve ser baixa, enquanto o volume de treinamento deve ser alto. EXERCÍCIO DURAÇÃO CARGAS DE TREINAMENTO COMENTÁRIOS 1.Aquecimento Exercícios de ginástica -dobrar, virar, girar, saltar 25 minutos moderada Exercitar-se caminhando ou fazendo jogging*(corrida leve) simultaneamente 2 treino principal - 6 sprints de 10 metros - 6 sprints de 20 metros - exercícios com bolinha de tênis: arremessar ao parceiro e dribles 50 minutos Moderado ou alto Método de treinamento de repetição com o treinamento de Sprints Exercícios de corrida devem ser conduzidos na máxima velocidade O exercício com bola de tênis deve ser feito com arremessos únicos, duas bolas arremessadas e/ou pegas de volta juntas e outros movimentos ou exercícios adicionais 3. resfriamento - alongamento -exercício de relaxamento 20 minutos MANUAL DOS TÉCNICOS – 137 PERÍODO DE PREPARAÇÃO ESPECÍFICA – CONNHECIDO COMO PERÍODO PRÉ-COMPETIÇÃO O período de preparação específica, também conhecido como período pré-competição é o período onde os boxeadores se preparam para competições maiores ou a principal. Assim sendo, o foco do treinamento é o desenvolvimento de habilidades físicas específicas para o boxe, como resistência, força, velocidade, coordenação e flexibilidade com movimentação de boxe, técnicas e táticas. Esse período pode durar entre 5 a 7 semanas. A duração pode ser ajustada baseada no calendário anual de competições, e no nível de preparo do boxeador para competição. Em cada programa de treinamento desse período podem ser planejados exercícios específicos de boxe, com 1 a 1 hora e meia de duração e intensidade média ou alta. EXERCÍCIO DURAÇÃO CARGAS COMENTARIOS 1.AQUECER Ex. gerais, corda, sombra 5, 10 e 10 minutos respectivamente moderada Aquecimento de acordo com os esforços que ocorrerão 2.treinamento Sparring (luvas de 16 onças) Saco pesado (16 onças) Sombra com halteres Pular corda 3min/1min descanso (4x) 3 min x 1 descanso (2x) 3 min x 1 descanso (2x) 3 min x 1 descanso (2x) Muito alta Alta Alta alta Método de treino intervalado 3. resfriamento Treino abdominal Pular corda 15 minutos 10 minutos Alta Mudar posição das pernas e tronco para treinar musculatura abdominal MANUAL DOS TÉCNICOS – 138 PERÍODO DE COMPETIÇÕES Período de Competições são os períodos que se iniciam aproximadamente a 2 ou 3 semanas antes das competições principal e alvo e duram até o último dia de competição. Durante este período, cada sessão de treinamento está programada para durar 1 a uma hora e meia com alta intensidade e pouco volume para reduzir o cansaço do boxeador antes da competição. No período de competição, o técnico deve trabalhar com o boxeador para revisar e melhorar as habilidades específicas para o boxe físicas, técnicas e táticas. O boxeador irá treinar alguns movimentos táticos e sessões de aprimoramento psicológico para ter a preparação final para as competições alvo. EXERCÍCIOS DURAÇÃO CARGAS DE TREINO COMENTÁRIOS 1- 1. aquecimento Aquecimento geral Alongamento Sombra 15 minutos 10 minutos moderado moderado Exercícios gerais com caminhada ou jogging simultâneo alongamento praticar movimentos defensivos contra golpes retos 2. treinamento Treinamento técnico com parceiro (3 minutos x 6 séries / 1 min descanso entre séries)- treinar diferentes movimentos defensivos Medicine ball com parceiro (3minx 6séries x 1 min descanso) - lançar com a mão esquerda, com a mão direita e de diferentes posturas 25 minutos 25 minutos Moderado – alto Moderado/alt o Cada boxeador recebe tarefas diferentes designadas pelo técnico MANUAL DOS TÉCNICOS – 139 3. resfriamento Abdominais e relaxamento 15 minutos total moderado Vários ângulos de curvatura e diferentes movimentos PERÍODO DE TRANSIÇÃO Após o boxeador ter competido nas competições alvo ou principal, o técnico deve permitir que o boxeador tenha um período de transição também conhecido como o período de descanso. O período de transição deve ser ajustado de acordo com o calendário anual de competições ou do programa de treinamento e agenda, contudo, deve ser entre 2 a 4 semanas. Este período pode ser dividido em duas fases, fase do descanso ativo e fase preparatória. Durante a fase de descanso ativo, o boxeador deverá focar na recuperação do cansaço fisiológico e psicológico, relaxando e participando de esportes diferentes ou jogos que não sejam boxe. O boxeador deve utilizar esse período para cuidar ou tratar de quaisquer lesões. Na fase preparatória, o boxeador deve começar a se preparar fisiológica e psicologicamente para o próximo ciclo de treinamento conduzindo um treinamento de resistência e força geral de baixa intensidade. Exercício Duração Carga de treino Comentários 1- aquecimento - alongamento 15 min moderada Aquecer apropriadamente para evitar possíveis lesões 2. treinamento - basquete (2 x 25 min) 50 minutos moderada Esquema de jogo de equipe 3 em 3/5 em 5 3. resfriamento - alongamento 10 minutos moderado 5.1.7 PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA O preparo psicológico no boxe é muito importante. O boxe é um esporte de combate que requer boas habilidades físicas e técnico-táticas, mas também um bom preparo psicológico, como bravura, superação dos medos, dor e outras circunstâncias. Foi testemunhado muitas vezes que um boxeador com um fraco preparo psíquico não desempenha com a capacidade total suas habilidades nas competições, entretanto, o aspecto psicológico do boxeador é também um elemento muito importante para o sucesso. PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA EM GERAL - O técnico deve conhecer a personalidade do boxeador e trabalhar com família, amigos, empregador, professores e pessoas próximas. - Desenvolver laços sólidos e relacionamento entre técnico e boxeador. Construir a confiança permitirá ao boxeador a confiar mais nas palavras do técnico. - orientar o boxeador para que ele seja capaz de desenvolver suas habilidades próprias de confiança e tomada de decisões. - não permitir o abandono do boxeador antes de terminadas as rotinas de treinamento - não permitir ao boxeador trair os exercícios de treinamento - se é solicitado ao boxeador correr 4 km, assegurar-se que o boxeador correu os 4 km e não 3-3,5 km. - Se é solicitado ao boxeador que faça 100 flexões de braços, assegurar-se que o boxeador fez apropriadamente e que fez toda a carga de exercícios que lhe foi dada. - Gradualmente aumentar a carga de trabalhoe intensidade após sessões de treinamento determinadas. - elogiar o sucesso das sessões de treinamento, isto permitirá ao boxeador que ganhe confiança e mire em objetivos maiores. - Críticas construtivas devem ser feitas em quaisquer execuções erradas (trapacear, pular a sessão de treinamento sem razão, desistir sem tentar, etc). - se possível, obter ajuda psicológica no desenvolvimento do aspecto psicológico do boxeador é recomendável, contudo, o técnico é o único que deve trabalhar com um boxeador para treinar e desenvolver seu aspecto psicológico. - Conduzir treinamento psicológico é recomendável por sessões de aproximadamente 30 minutos, uma a 2 vezes por semana. Alguns exemplos de treinamento psicológico são: - relaxamento - pensamento positivo - treinamento visual (visualização) PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA PARA COMPETIÇÃO - Selecionar torneios e competições que encaixem com o nível de desempenho do boxeador - encorajar o boxeador a ter confiança em suas habilidades e desempenho - Estabelecer sessões de sparing similares a competição (criar uma atmosfera e um ambiente parecidos com o de competição). - antes e depois da luta, certificar-se que o boxeador não se sente sozinho - respeitar as preferências, hábitos e rituais do boxeador MANUAL DOS TÉCNICOS – 142 5.1.8. TÁTICAS Assim como os aspectos físico, técnico e psicológico do boxeador, as táticas tem um papel importante em toda luta em torneios e competições. Boas táticas permitem aos boxeadores vencer lutas com menos esforço físico e ficar em boas condições para as próximas lutas. A aplicação de táticas gerais depende do nível de habilidades individual do boxeador e de táticas de lutas depende o nível de habilidades do oponente. Na Europa, devido ao grande número de competições disponível, os boxeadores tem mais oportunidades de implementar as táticas aprendidas e ganhar experiência para rapidamente se adaptar a mudanças de tática contra o oponente. No estilo europeu de boxear, muitas táticas não são mais aplicadas ou modificadas nos torneios e competições devido as mudanças nas regras e na utilização de novas tecnologias, como, por exemplo, luvas e protetor de cabeça e máquina de pontuação. Por exemplo, antigamente, alguns técnicos ordenavam aos boxeadores que fossem mais agressivos no início da luta e lutassem passivamente nos dois rounds finais. Agora essa tática tornou-se ineficaz, diante das mudanças nas regras*. (nota do tradutor: este manual foi traduzido em 2015, mas foi elaborado em 2010, de lá para cá muitas regras também mudaram) TÁTICA GERAL - ganhar conhecimento sobre o oponente . observando o oponente em competição ou em vídeo . esboçar, projetar cenários das táticas do oponente - Ritmo elevado – boxe em ritmo elevado durante todos os rounds - knock-out – procurar acertar golpe forte no oponente para vencer uma luta pro knock-out. - defesa – principalmente se concentrar na defesa e esperar por erros do adversário - universal – adaptar e executar táticas baseado na situação - ritmo irregular – o boxeador controla o ritmo da luta, seja rápido ou mais lento. - 3º round – boxear agressivamente no terceiro round ou boxear defensivamente (se estiver vencendo) - combinação – combinação de duas ou mais táticas Algumas das táticas recentes que foram mostradas por técnicos europeus e boxeadores durante a competição foram: - mirar golpes em direção a cabeça e então golpear o corpo - não jogar golpes com a mesma força ou velocidade - constantemente mudar a velocidade de movimentação para mudar a velocidade da luta - ensinar e treinar boxeadores para tirar vantagem dos erros do oponente no ringue MANUAL DOS TÉCNICOS – 143 5.1.9. ATIVIDADES EM COMPETIÇÃO Antes da luta - planejar a preparação baseado na condição física, tática, técnica e psicológica do boxeador - duração do aquecimento individual deve ser de 30-40 minutos . corrida de baixa intensidade . exercícios de ginástica . alongamento . manoplas . pular corda . sombra - Se disponível, trabalhar com fisioterapeuta para massagens ou massagear os músculos do boxeador para que se soltem para a luta que está próxima - procurar por lugares menos cheio de gente para atividades de aquecimento a fim de evitar distrações, especialmente para o preparo psicológico. - foco nas forças do boxeador e nas fraquezas do oponente durante a preparação psicológica - discutir a preparação tática momentos antes da luta - para o aquecimento específico de boxe, o boxeador deve trabalhar baseado na estratégia que ele irá desenvolver no ringue - antes de deixar o vestiário, certificar-se que o boxeador esteja vestindo todos os equipamentos e material para boxear. - certificar-se que o boxeador está concentrado e focado para a luta do vestiário até o ringue (sem conversas bobas ou brincadeiras com outros boxeadores em seu caminho para o ringue). DURANTE A LUTA - No corner . Durante os rounds, os técnicos devem se sentar calmamente e tranquilamente no corner e observar o desempenho dos dois boxeadores. - No ringue . O boxeador precisa ser brevemente informado de suas forças e oportunidades perdidas nos rounds anteriores . Aconselhar o boxeador com aspectos positivos e táticas para o próximo round = seja breve = tenha certeza que o boxeador entendeu o conselho = transmitir pensamentos positivos . Após cada round, ajustar as táticas de acordo com a pontuação e a condição do meu e do outro boxeador . Considerar cada round e cada luta como uma extensão das sessões de treinamento. MANUAL DOS TÉCNICOS – 144 APÓS A LUTA . Permitir ao boxeador realizar algumas atividades de esfriamento por 15 a 20 minutos para melhorar sua recuperação antes da próxima luta. - alongamento - sombra - jogging - exercícios de ginástica . permanecer com o boxeador - controlar o peso para a próxima lujta - observar a luta do próximo oponente - antes de analisar o vídeo da luta, o técnico deve ver o vídeo ele mesmo antes de assistir com o boxeador. O técnico deve observar o seguinte a respeito do oponente: = ataques e defesas usadas = movimentação = táticas aplicadas = nível de resistência e habilidades físicas = forças e fraquezas = que ataques foram premiados com pontos. = como o oponente terminou cada round MANUAL DOS TÉCNICOS – 145 5.2. TÉCNICAS AVANÇADAS – RUSSIA O estilo russo de boxe, originário do estilo de boxe da União Soviética, manteve muitas características do seu núcleo de origem, famoso por seu estilo habilidoso de boxear com socos precisos nas áreas alvo do oponente. O estilo foi gradualmente modificado no seu modelo e orientação do boxe contundente para o boxe de movimento ativo e do boxe agressivo para atualmente o estilo universal de boxe que transportou combinações de todos os estilos de boxe anteriores. Do passado até hoje, o estilo de boxe russo ainda é o maior dos estilos de boxe dominantes, com técnicas avançadas e habilidades que influenciam muitos países vizinhos. A preparação técnica dos boxeadores é uma habilidade mais importante que outras na Russia, contudo, essas técnicas são individualizadas pelas habilidades físicas e fisiologicas do boxeador, por isso a preparação física e o aspecto fisiologico do boxeador também tem papel importante no estilo russo de boxe. No nível avançado do boxe Russo, os boxeadores alteram suas posturas e aplicam diferentes golpes, movimentações e técnicas de defesa, deslocando a distribuição de pesos corporais, o boxeador usa mudança equilibrada do peso corporal para a perna dianteira ou perna de trás, dependendo das táticas e situações em lutas. Além disso, os pugilistas usam a mão da frente para fintas e outras preparações e o ataque principal tem um forte e acentuado golpe com a mão de trás, ou séries de golpes. 5.2.1. POSTURA DE BOXE Com mudanças graduaisno estilo e forma de boxear, muitos boxeadores hoje possuem uma distribuição do peso corporal equilibrada em ambas as pernas para desempenhar seu estilo unversal de boxear. Dependendo do oponente e das táticas, os boxeadores alternam sua postura de boxe mudando os pesos corporais e alterando a posição de braços e mãos. No estágio inicial do aprendizado do nível avançado de posturas de boxe, o boxeador deve aprender a postura frontal antes de outras posturas de boxe, pois isso permitirá aos boxeadores aprender e desenvolver: - troca de peso corporal de um pé para outro - posicionamento correto de ombros e quadris - aumentar a distância do golpe nos dois braços num movimento de girar a parte superior do corpo. MANUAL DOS TÉCNICOS – 146 Mão da frente alta - girar o corpo ligeiramente em direção ao lado de trás, num ângulo de 45 graus - Posicionar os pés ligeiramente mais abertos que a largura dos ombros - o peso corporal é deslocado mais para a perna de trás - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - girar os dois pés aproximadamente 45 graus em direção ao lado de trás - posicionar a mão de trás próxima ao queixo e cotovelo próximo ao corpo - posicionar o braço da frente levemente para frente com o cotovelo dobrado e a mão próxima ao nível da sobrancelha - rosto reto em direção ao oponente - ombro do braço da frente próximo ao queixo para proteção MANUAL DOS TÉCNICOS - 147 MÃO DA FRENTE BAIXA - girar o corpo ligeiramente em direção ao lado de trás, num ângulo de 45 graus - Posicionar os pés ligeiramente mais abertos que a largura dos ombros - o peso corporal é deslocado mais para a perna de trás - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - girar os dois pés aproximadamente 45 graus em direção ao lado de trás - posicionar a mão de trás próxima ao queixo e cotovelo próximo ao corpo - posicionar o braço da frente para baixo, dobrar o cotovelo levemente e a mão próxima a linha de cintura - manter o rosto posicionado reto em direção ao oponente - manter o ombro do braço da frente próximo ao queixo MANUAL DOS TÉCNICOS - 148 BRAÇOS FECHADOS (COM O PESO CORPORAL PARA FRENTE) - girar a parte superior do corpo em direção ao oponente - posicionar os pés na largura da distância dos ombros - o peso corporal é deslocado ligeiramente em direção a perna da frente - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - girar os dois pés num ângulo de 45 graus - dobrar os cotovelos e recolhê-los junto ao corpo - posicionar as mãos próximas do nível das sobrancelhas e fechar os dois braços um em direção ao outro - manter o queixo próximo do peito - manter o rosto apontado em direção ao oponente MANUAL DOS TÉCNICOS - 149 BRAÇOS ABAIXADOS (COM PESO CORPORAL NA FRENTE) - girar a parte superior do corpo em direção ao oponente - posicionar os pés na largura da distância dos ombros - o peso corporal é deslocado ligeiramente em direção a perna da frente - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - girar os dois pés num ângulo de 45 graus - braços para baixo, dobrar os cotovelos e manter as mãos próximas a linha de cintura - manter o rosto apontado para o oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 150 MÃO DA FRENTE ALTA (COM DISTRIBUIÇÃO DE PESO CORPORAL EQUILIBRADA) - girar o corpo ligeiramente em direção ao lado de trás, num ângulo de 45 graus - posicionar os pés na largura da distância dos ombros - o peso corporal é distribuído igualmente nas duas pernas - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - girar os dois pés num ângulo de 45 graus - posicionar a mão de trás próxima ao queixo e o cotovelo próximo ao corpo - posicionar o braço da frente ligeiramente para frente com o cotovelo dobrado e a mão próxima ao nível da sobrancelha - manter o rosto apontado na direção do oponente - manter o ombro do braço da frente próximo ao queixo MANUAL DOS TÉCNICOS - 151 POSTURA FRONTAL COM BRAÇOS FECHADOS - manter-se alinhado sem girar o corpo - posicionar os pés na largura da distância dos ombros - dedos dos dois pés devem estar alinhados - o peso corporal é distribuído igualmente nas duas pernas - dobrar os joelhos ligeiramente para baixo - dois pés rentes ao solo - dobrar os cotovelos e recolhê-los junto ao corpo - posicionar as mãos próximas ao nível da sobrancelha e fechar os dois braços em direção um ao outro - manter o queixo próximo ao peito - manter o rosto apontado na direção do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS - 152 5.2.2. TRABALHO DE PÉS Na parte anterior do Manual dos Técnicos, nós discutimos sobre os passos básicos do boxe. O boxeador deve dominar deslocamentos a frente, para trás, esquerda e direta com boa coordenação e equilíbrio, a fim de avançar de nível do trabalho de pés / movimentação de pés. Como o boxeador luta num espaço limitado no ringue, o boxeador deve aprender a realizar movimentos circulares conforme mostrado no diagrama, antes de aprender a movimentação de pés adicional. MANUAL DOS TÉCNICOS - 153 TRABALHO DE PÉS ADICIONAL SHUTTLE 1. - da postura de boxe 2. - o boxeador saltita para frente e para trás enquanto mantém os pés na largura de distância dos ombros 3. - o boxeador faz um movimento similar ao “passo para frente”, só que com um pequeno salto. 4. - aterrissar apenas com o pé da frente 5. - enquanto o pé de trás ainda não está no solo, empurrar o corpo com o pé da frente para o lado de trás fazendo um pequeno salto 6. - aterrissar apenas com o pé de trás 7. - enquanto o pé da frente ainda está no solo, empurrar o corpo com o pé de trás para o lado da frente fazendo um pequeno salto 8. - repetir constantemente os passos 3 a 7 9. - a distância entre as duas pernas deve continuar a mesma 10. - o movimento de shuttle é usado para se mover para perto ou para longe do oponente 11. - o movimento de shuttle é usado para enganar o oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 154 CHASSE (nota do tradutor: em francês, “caça”. Também conhecido movimento utilizado em algumas danças, em inglês “chase”, “perseguir”). - Da postura de boxe, o boxeador faz rápidos e curtos passos para frente - quando se movimentar para trás, fazer pequenos e rápidos passos para trás MANUAL DOS TÉCNICOS - 155 PIVOTS (no dicionário Priberan de Língua Portuguesa, pivô é Movimento de rotação sobre o corpo ou uma parte do corpo. in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Da postura de boxe - o boxeador “planta” (fixa) ou a perna da frente ou a de trás enquanto move a outra perna para frente, para trás ou para o lado - a perna “plantada” (fixada) deve permanecer no mesmo lugar sem se movimentar MANUAL DOS TÉCNICOS - 156 5.2.3. ATAQUES O ataque avançado consiste na combinação de diferentes elementos, como movimentação, fintas e diferentes golpes. Quando o boxeador dominar os elementos básicos dos golpes, movimentação, fintas e defesas, o técnico deve combinar os elementos do boxe e tentar diferentes variações de acordo com a tática, situações e as características do boxeador (suas forças e fraquezas). COMBINAÇÕES DE GOLPES - séries de golpes curtos - ataque com diferentes combinações de cruzados e uppercuts constantemente na curta distância contra o oponente. - séries de golpes longos - ataque com combinações de golpes retos constantemente na média para a longa distância contra o oponente. - golpes acentuados – nem todos os golpes são lançados com força e velocidade máxima. Entre as séries de golpes, o boxeador escolhe jogar um dois golpes com máxima força e velocidade. ATAQUECOM PREPARAÇÃO - A preparação inclui quaisquer manobras para atrair o movimento do oponente. Isto inclui fintas, escapadas ou manobras ofensivas. - quando o boxeador criar uma abertura, imediatamente atacar o oponente ATAQUE SEM PREPARAÇÃO - O boxeador observa a movimentação do oponente para criar uma abertura - quando o boxeador vê uma abertura, imediatamente ataca o oponente - usar a combinação apropriada de golpes para tirar vantagem da abertura. GOLPES DE ENCONTRO -Golpes de Encontro na cabeça - quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça - rapidamente realizar com a mão da frente ou de trás um golpe reto na cabeça do mesmo lado que o oponente está realizando o seu golpe reto. - simultaneamente, mover a cabeça longe do golpe do oponente - golpes de encontro no corpo: - quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça - rapidamente usar a mão da frente ou de trás para golpe reto no corpo em direção ao lado do oponente onde ele está realizando seu golpe reto. CONTRA ATAQUE - Ação de resposta após realizar movimentos defensivos contra o ataque do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS - 157 ATAQUES ADICIONAIS ATAQUES COM DESLOCAMENTO PARA TRÁS E PASSO LATERAL - quando o oponente faz uma aproximação vindo direto para frente ou costurando (weaving) . - realizar passos a frente enquanto faz séries de golpes (3 a 4 vezes) - quando o oponente está num alcance muito próximo, rapidamente girar (pivot) todo o corpo para o lado da mão da frente do oponente e dar um passo ou salto para trás bem ligeiramente. - simultaneamente desferir um golpe reto na cabeça do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS - 158 5.2.4. DEFESAS DEFESA PASSIVA - O boxeador não toma ações imediatas e permanece observando o oponente após o ataque do oponente. DEFESA ATIVA - o boxeador toma ações imediatas após o ataque do oponente com contra ataque ou ação antecipada TIPOS DE MOVIMENTOS DE DEFESA A ação da defesa pode ser dividida em 3 categorias: 1- Defesa de mão - usa a mão, braço e ombro tanto para boquear quanto para desviar (ou evitar, aparando com a mão) o ataque do oponente Defesa com a mão ou bloqueio com os dois braços pegar/bloquear bloqueio de braço/bloqueio de cotovelo/bloqueio de ombro aparar 2- Defesa de corpo – usa a parte superior do corpo ou parte superior do corpo? Para faer movimentos defensivos encolher-se girar balançar para trás 3- Defesa de perna – usa o movimento dos pés para se afastar da distância de ataque do oponente passo para trás salto para trás MANUAL DOS TÉCNICOS - 159 MOVIMENTOS ADICIONAIS DE DEFESA MOVIMENTAÇÃO LATERAL PARA O LADO DA FRENTE “plantar” o pé de trás Mover o pé da frente para o lado enquanto o pé de trás ainda permanece no solo (movimento pivô). Simultaneamente, girar todo o corpo em direção do lado da frente rapidamente Deslocar o peso corporal em direção ao pé da frente Perna de trás é estendida quase em linha reta A parte superior do corpo parece mais com o balanço do corpo para trás como medida de defesa Ao trocar o pé plantado para o pé da frente, o boxeador será capaz de realizar o “movimento lateral para o lado de trás”. MANUAL DOS TÉCNICOS - 160 5.2.5. FINTAS Esconder a intenção do boxeador por uma ação enganosa Diferentes tipos de fintas podem ser aplicadas a certas táticas e situações Fintas devem ser rápidas e provocativas Fintas devem ser feitas na distância apropriada As fintas também podem ser usadas para aproximar a distância; o boxeador usa a finta para se aproximar do oponente movendo-se para frente ou atraindo o oponente a se mover para perto ou fazer o oponente se mover para trás em direção a corda ou corner Para fazer com que o oponente realize qualquer ação de ataque que irá criar uma abertura para o contra-ataque. TIPOS DE FINTAS - fintas de cabeça . Mover a cabeça para frente e encolhê-la . Mover a cabeça lateralmente – de lado a lado - finta com os olhos . Olhar para a área do abdômem do oponente . olhar para os pés do oponente - finta com os braços . Esticar o braço da frente levemente para a cabeça ou corpo do oponente e então retrair o braço, imita o movimento de ataque - Finta com o corpo . Mover a parte superior do corpo (ombros) em direção ao oponente ou às suas laterais para imitar a intenção de acertar um golpe e então retornar a postura original - Finta com as pernas . Flexionar um ou os dois joelhos levemente para baixar o corpo e então ficar de pé novamente, fingindo que o boxeador está realizando a preparação para um movimento de ataque . fixar com firmeza uma perna no chão, enquanto a outra perna se move em diferentes direções COMBINAÇÕES DE FINTAS Cada tipo de finta pode ser aplicado individualmente ou pode ser combinado com dois ou mais elementos. Por exemplo, a mão com os olhos ou a perna com a mão e etc. Quanto realizando movimentos de finta, o boxeador deve considerar sua própria defesa, para antecipar quaisquer contra-ataques do oponente. Enquanto isso, o boxeador deve também pensar sobre as ações após a finta. As fintas devem ser utilizadas como ações preparatórias para um ataque mais importante. MANUAL DOS TÉCNICOS - 161 5.2.6. DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE TREINAMENTO O plano de treinamento é um dos mais importantes aspectos no desenvolvimento do boxeador. O propósito do plano de treinamento é: estabelece um eficiente processo de treinamento controle e gerenciamento do processo de treinamento permite aos boxeadores manterem-se prontos para competir. melhora as habilidades físicas, fisiológicas, psicológicas, técnicas e táticas Na verdade, o plano de treinamento de 1 ano é desenvolvido baseado no calendário de competições, no nível de habilidades e metas e objetivos anuais do boxeador. As metas e objetivos dos boxeadores é que determinará as cargas de treinamento, a participação em competições e torneios e quando estiver desenvolvimento o programa de 1 ano de treinamento, o técnico deve considerar em quanto tempo até onde o torneio terá lugar. Mais que a competição principal e as competições alvo, o técnico seleciona diferentes torneios e competições para participar com o propósito de controle, monitoramento e avaliação. Sendo esses torneios grandes ou pequenos, importantes ou não, o boxeador irá se preparar para esses torneios com cada ciclo de treinamento que teoricamente pode permitir 6 ciclos em 1 ano de treinamento. Obs: GP: fase preparação geral / SP: fase de preparação física especial / DP: Fase de preparação direta / C: período de competições / T: período de transição MANUAL DOS TÉCNICOS - 162 Cada ciclo consiste em período de preparação, período de competição e período de transição. Num plano de 1 ano o número de ciclos dependerá do número de torneios e competições que um boxeador participará. Para preparar um boxeador para a ótima forma esportiva para as competições principais, é recomendável ter participado de 2 a 3 torneios ou competições antes. Assim sendo, antes de uma competição principal, o boxeador deve ter passado por 3 ou 4 ciclos. Quando desenvolver o programa de 1 ano de treinamento: estar ciente de quando e onde será as competições alvo e principal começar a agendar do dia da competição-alvo para o primeiro dia do ciclo (de trás p. frente) o programa e a agenda de treinamento devem mudar de acordo com o aumento ou redução da intensidade, a mistura de diferentes exercícios de treinamento para manter o interesse do boxeador e o nível de motivação alto. É importante contar com muitos períodos de descanso ativo ou períodos de transição. Após um trabalho pesado,o cansaço permanece no corpo humano mesmo após uma boa noite de sono. Períodos de descanso curto ou uma pequena quantidade de descanso pode estressar o boxeador fisicamente, psicologicamente e aumentar as chances de lesões. dependendo do nível de preparação do boxeador, pular ou diminuir certas fases ou períodos de treinamento e treinar com maior foco na melhoria dos pontos fracos do boxeador. o técnico deve estar ciente que o boxeador pode ganhar um melhor desempenho e experiência após ter participado de pelo menos 2 ou 3 pequenos torneios antes das competições principais Torneios devem ser selecionados de acordo com o nível de preparação do boxeador. Torneios muito duros podem ter um impacto negativo no preparo psicológico do boxeador. dependendo das oportunidades, participar mais em torneios internacionais do que nacionais ou locais. Em torneios internacionais, o boxeador tem a oportunidade de experimentar e observar o nível internacional do boxe e futuros oponentes. o técnico deve utilizar os pequenos torneios e competições para monitorar e avaliar o progresso do treinamento do boxeador e seu preparo para as competições alvo e principais. após um longo período de transição ou período de descanso ativo, é benéfico ir a um campo de treinamento ou conseguir treinar em áreas de alta altitude como montanhas. o ciclo de treinamento antes da principal competição deve ser conduzido com intensidade máxima e submáxima. O volume de treinamento deve ser reduzido. É crucial lembrar disso para que o boxeador não tenha um overtraining. durante o plano de treinamento de um ano, o técnico deve orientar um boxeador a ir fazer check-ups médicos pelo menos 2 vezes. Se existir mais do que duas competições principais no período de um ano (similar a agenda mostrada no exemplo de treinamento de período de 1 ano), o técnico deve decidir entre 2 de 3 competições para se focar. Não é recomendável treinar mais que 3 ciclos de treinamento com esforço máximo. MANUAL DOS TÉCNICOS 163 PERÍODO DE PREPARAÇÃO O período de preparação é dividido em 3 fases A fase de preparação geral, a fase de preparação física especial e a fase de preparação direta. Em cada fase pode haver 6 a 9 semanas ou menos que 6 semanas, dependendo do calendário de competições. O foco do treinamento é diferente, assim como suas metas e objetivos. Entre cada fase, uma semana de período de descanso ativo será dada para permitir ao boxeador que tenha uma boa recuperação física e psicológica, não apenas para cada fase e período, mas também durante o ano. FASE DE PRAPARAÇÃO FÍSICA GERAL O foco do treino na fase física geral é o desenvolvimento de habilidades físicas como resistência, força e velocidade, coordenação, incluindo agilidade e flexibilidade. Essas habilidades físicas são a fundação básica do desenvolvimento do boxeador e de suas metas e objetivos, assim sendo, essa fase é muito importante para o boxeador. Nessa fase, o técnico também deve incluir o treinamento de técnicas, táticas e aspectos psicológicos. O boxeador deverá treinar de duas a 3 semanas com duas sessões ao dia. A duração da fase pode ser ajustada de acordo com o calendário de competições e com as condições do boxeador. Sessões de 2 a 3 horas de baixa intensidade e alto volume por sessão de treinamento é recomendável. MANUAL DOS TÉCNICOS 164 FASE DE PREPARAÇÃO GERAL – EXEMPLO DE SESSÃO DE TREINO DE FORÇA Exercícios Duração Cargas Comentários 1. aquecimento - instruções - exercícios físicos gerais 5 minutos 10 minutos BAIXA Exercícios gerais como saltos, natação, etc. 2. treinamento principal Exercício 1: - passo lateral esquerda e direita; - cada 5 passos dar um golpe reto, cruzado e uppercut. (- Após 5 minutos fazendo golpes, ir para a direção oposta Exercício 2: - passo a frente e cruzado na cabeça com braço de trás; - passo atrás e cruzado na cabeça com braço de trás Exercício 3: - passo a frente e pêndulo p/ esquerda e p/ direita com golpe reto na cabeça; Exercícios de força: flexão com punhos fechados: 120 a 150) alongamento 10 minutos 10 minutos 10 minutos 20 minutos 20 minutos Moderada Após encerrar o exercício 3, retornar ao técnico fazendo jogging 3. resfriamento - jogging - agarrar-se na barra fixa e elevação de pernas - relaxamento 25 minutos 10 minutos 25 minutos MANUAL DOS TÉCNICOS 165 FASE DE PREPARAÇÃO FÍSICA ESPECÍFICA O foco do treino na fase física específica é o desenvolvimento da habilidade física associada com o boxe. Esta fase não é uma fase de desenvolvimento técnico. Durante a fase de preparação física específica, os boxeadores treinarão aumentar sua força, resistência, velocidade e coordenação de golpes e movimentos. Assim como na fase de preparação física geral, o técnico deverá incluir pequenas quantidades de unidades de treinamento para desenvolver e treinar as técnicas, táticas e aspectos psicológicos do boxeador. É recomendável treinar na fase de preparação física específica entre 2 a 3 semanas com 2 sessões por dia, contudo, o técnico deve adaptar de acordo com o calendário de competições e as condições do boxeador. Uma hora e meia a duas horas de aumento na intensidade na fase de preparação física geral com diminuição do volume de trabalho é recomendável. MANUAL DOS TÉCNICOS 166 FASE DE PREPARAÇÃO FÍSICA ESPECÍFICA. EXEMPLO DE SESSÃO DE TREINAMENTO DE VELOCIDADE EXERCICIOS DURAÇÃO CARGAS COMENTÁRIOS 1- Aquecimento - instruções - exercícios gerais - alongamento 5 min 10 min 7 min Moderados moderado Exercícios gerais como pular corda, balançar e etc 2. treino principal Melhoria da técnica: - golpes retos c mão da frente com fintas (3rds x 3.5 min) - golpes retos c mão de trás na cabeça ou corpo com fintas (2rds x 3.5 min) - upper c mão de trás na cabeça com fintas (2rds x 3,5min) - combinação (upper na cabeça c mão de trás e cruzado c mão da frente) com fintas (2rds x 3.5 min) - cruzado com os 2 braços e movimentos de defesa (2rds x 3.5 min) Técnica recomendada pelo técnico (2 rds x 3.5 min) Pular corda Exercícios de força - ex de força com pesos 10 minutos (2 x 5 min) 20 minutos Moderado a alto O técnico aconselha que técnicas ou táticas melhorar resfriamento - jogging leve - alongamento - relaxamento 10 min 5 min 8 min MANUAL DOS TÉCNICOS 167 FASE DE PREPARAÇÃO DIRETA Durante a fase de preparação direta, o boxeador se focará em treinar para aprimorar sua técnica de boxe individual e suas habilidades táticas. Adicionalmente, o boxeador irá treinar para melhorar suas forças específicas para o boxe e acelerar ainda mais. O técnico deve aumentar a quantidade de tempo de treinamento para o desenvolvimento psicológico do boxeador durante esta fase. É recomendado atravessar a fase de preparação direta por 2 a 3 semanas com um total de 3 horas de tempo de treinamento divididas em duas sessões por dia, contudo, a duração da fase e o numero de sessões pode mudar de acordo com o calendário de competições e as condições do boxeador. O volume de trabalho é recomendável que seja baixo, mas a intensidade do treinamento deve ser alta. MANUAL DOS TÉCNICOS 168 FASE DE PREPARAÇÃO DIRETA EXEMPLO DE SESSÃO DE TREINAMENTO EXERCICIOS DURAÇÃO CARGAS DE TREINAMENTO COMENTÁRIOS 1 Aquecimento - instruções - exercícios gerais - alongamento 5 min 10 min 7 min Moderados moderado Exercícios físicos gerais e exercícios de velocidade 2. treino principal Técnica e tática - ex.de golpes retos c os 2 braços (2rds x 3.5 min) - defesas seguidos de contra- ataques (2rds x 3.5 min) - golpe reto e upper na cabeça (2rds x 3,5min) - uso de todas as técnicas Pular corda 2 rds x 3.5 min 2 rds x 3.5 min 2 rds x 3.5 min 2 rds x 3.5 min 7 minutos (2 x 3.5 min) Alto Trabalhar com parceiro e tentar criar uma atmosfera de competição 3.resfriamento - jogging leve - bater bolinha de tenis - alongamento 12 min 3 min x 2 rep. 10 min Moderado MANUAL DOS TÉCNICOS 169 PERÍODO DE COMPETIÇÕES O período de competições se inicia no dia de chegada ao local de competições. Durante este período, o boxeador deve continuar seu treinamento para ficar em boas condições para a competição. O treinamento deve ser conduzido num curto período de tempo com baixo volume. A intensidade deve ser ajustada de acordo com as condições do boxeador. Se o nível de excitação do boxeador estiver alto, o técnico então deve planejar o treinamento com uma intensidade aumentada para diminuir a tensão. Se o boxeador estiver calmo e seu nível de excitação estiver baixo, o técnico deve planejar treinos de baixa intensidade. EXERCICIOS DURAÇÃO CARGAS COMENTÁRIOS 1 Aquecimento - exercícios gerais 5 min moderado Exercícios físicos gerais com o corpo todo (barras, alongamentos, saltos etc) 2. treino principal Sombra manopla 3min x 3 rds / 1min descanso 3min x 3 rds / 1min descanso Alto ou baixo, dependendo da condição do boxeador Todos os exercícios devem ser conduzidos com esforço máximo 3.resfriamento - alongamento - relaxamento -massagem 5 min 5 min 5 min Moderado MANUAL DOS TÉCNICOS 170 PERÍODO DE TRANSIÇÃO Após o boxeador ter competido nos torneios ou competições, o boxeador terá o período de transição para aliviar a tensão da competição, a recuperação psicológica e o tratamento de quaisquer lesões. Também dependendo do número ou dureza das lutas que o boxeador competiu, o técnico pode permitir ao boxeador passar um tempo em casa, de folga, durante o período de transição. O período de transição deve ser cerca de 1 a 3 semanas após a competição e durante esse período, o boxeador pode treinar ou participar de diferentes esportes ou jogos além do boxe. MANUAL DOS TÉCNICOS 171 5.2.7. PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA A preparação psicológica é um elemento importante no esporte do boxe. É um fator fundamental para se alcançar um bom resultado para a carreira do boxeador no ringue. O boxe é um dos esportes olímpicos mais direcionados para o aspecto físico e a exigência de preparação psicológica surge onde um boxeador não usa apenas altas doses de energias físicas, mas também, a ação de ofensa física pelo oponente pode tirar o foco do boxeador. PREPARO PSICOLÓGICO EM GERAL - aprender métodos de recuperação psíquica (p.ex., relaxamento) - O comportamento do técnico se torna um modelo para os seus/suas boxeadores, assim sendo é muito importante para os técnicos portarem-se de forma gentil em quaisquer lugares e ocasiões - criar um ambiente de treino confortável e amigável, com assistência de um psicólogo, se disponível. - gradualmente desafiar um boxeador, aumentando o nível de dificuldades dos exercícios no treino e aumentar o nível das competições - A carga de treinamento e o objetivo devem corresponder ao preparo do boxeador e sua habilidade em adotar aquela carga de trabalho - discutir com o boxeador sobre a sessão de treinamento e a carga de trabalho - começar a competir de pequenos torneios para preparar-se para as competições alvo e principal. - quando discutir com o boxeador sobre o resultado de seu desempenho, elogiar o boxeador por seus sucessos, mas fornecer um forte apoio ao boxeador em qualquer resultado que seja do treinamento ou da competição. - ao invés de criticar, ajudar o boxeador a aprender a superar suas fraquezas - enfatizar que pequenos torneios e competições não são apenas para vencer e para ganhar confiança e efeitos psicológicos positivos, mas também para ganhar experiência e praticar as táticas aprendidas. - quando o boxeador está decaindo . mudar as atividades de treinamento . mudar o ambiente de treinamento PREPARO PSICOLÓGICO PARA COMPETIÇÃO - tornar o boxeador ciente e familiarizado com a atmosfera de competição, por exemplo, iluminação, oponentes, plateia e etc - tornar o boxeador familiarizado e ensinado a lidar com qualquer situação inesperada no ambiente de competição – preparar o boxeador com todos os cenários “e se?” . e se o boxeador for vaiado pela plateia . e se o boxeador tiver um forte oponente na luta pela frente - após a competição, organizar uma sessão de recuperação psicológica . descanso ativo . SPA, sauna, massagem . curto período de dias sem treinamento MANUAL DOS TÉCNICOS 173 5.2.8 TÁTICA Tática é a arte de vencer uma competição com ajuda dos métodos mais eficientes. Existem muitas táticas disponíveis hoje em dia, contudo, nem todas as táticas são usadas e ensinadas a cada boxeador. O ensino e o aprendizado das táticas é altamente dependente da habilidade individual do boxeador e de seu oponente, como habilidades anatômicas, físicas, psicológicas e técnicas. TÁTICAS GERAIS - Ritmo Elevado: Boxear em ritmo elevado durante todos os rounds - obter conhecimentos sobre o oponente . observando o oponente em competição e em vídeo . esboçar, projetar cenários das táticas do oponente - Ritmo elevado – boxe em ritmo elevado durante todos os rounds - knock-out – procurar acertar golpe forte no oponente para vencer uma luta por knock-out. - defesa – principalmente se concentrar na defesa e esperar por erros do adversário - universal – adaptar e executar táticas baseado na situação - ritmo irregular – o boxeador controla o ritmo da luta, seja rápido ou mais lento. - 3º round – boxear agressivamente no terceiro round ou boxear defensivamente (se estiver vencendo) - combinação – combinação de duas ou mais táticas Algumas das recentes táticas que foram mostradas por Técnicos Russos e boxeadores durante competições foram: - inícios rápidos – assim que o árbitro ordena “box”, imediatamente começar a atacar o oponente o . permite suprimir o oponente psicologicamente o . permite iniciar e liderar a luta o . permite ganhar pontos rapidamente - constantemente acertar golpes acentuados em um lado do oponente, então, quando o oponente perder a concentração na defesa do outro lado, imediatamente jogar um golpe acentuado do outro lado que abriu. - preparação de golpe de encontro do oponente com postura de boxe oposta. MANUAL DOS TÉCNICOS 174 5.2.9. EM COMPETIÇÃO Antes da luta - antes da luta, o técnico analisa as técnicas mais usadas pelo oponente; as táticas e o estilo de boxe, observando a nacionalidade do oponente e também analisando suas habilidades físicas e anatômicas. Com a análise, o técnico irá listar um plano preliminar de táticas para a luta que está por vir. - comunicar-se e discutir com o boxeador sobre seu plano e táticas e encorajá-lo a usar suas habilidades mais fortes. - conduzir atividades de aquecimento individual de 20 a 50 minutos o . corrida ou jogging de baixa intensidade o . alongamento o . pular corda o . sombra / treino de manoplas o . sombra com simulação das lutas por vir. - manter o boxeador calmo e motivado para a vitória - permitir ao boxeador que se aproxime sozinho do ringue. o . algum boxeador pode preferir ir rápido para o ringue direto do vestiário DURANTE A LUTA - No corner o . analisar o round mensurando as forças e fraquezas do oponente o . pensar nas táticas e recomendaçõesque o técnico vai querer informar ao boxeador para o próximo round - No ringue o . os primeiros 30-40 segundos, permitir ao boxeador recuperar-se usando qualquer ações de recuperação. o . gastar cerca de 15-20 segundos para instruir o boxeador com táticas ou o que o técnico quiser informar o boxeador. o . quando o técnico instruir o boxeador com táticas, repetir várias vezes para permitir ao boxeador que se lembre o . mostrar uma firme confiança para o boxeador de que ele/ela vai vencer, mesmo que esteja perdendo. MANUAL DOS TÉCNICOS 175 APÓS A LUTA - fazer uma abordagem individual com o boxeador dependendo do resultado da luta. o se o boxeador venceu a luta - dependendo do nível de emoção do boxeador, conduzir um treinamento logo após a luta para aliviar a tensão e acalmar o boxeador, contudo, se o nível emocional do boxeador não está alto ou se ele/ela está calmo, então, ele/ela pode pular o treinamento logo após a luta. - se o boxeador vence por nocaute ocorrido antes do final de 3 rounds, conduzir o treino após a luta para que o boxeador gaste uma quantidade parecida de energia que ele poderia ter usado se tivesse lutado os 3 rounds inteiros. - observar e analisar o combate dos futuros oponentes o se o boxeador perdeu a luta - acalmar o boxeador e ajudá-lo/a a aliviar a tensão e o estresse do combate com métodos de recuperação psicológica. - discutir e instruir o boxeador sobre a próxima competição MANUAL DOS TÉCNICOS 176 5.3. TÉCNICAS AVANÇADAS – ESTADOS UNIDOS O estilo de boxe olímpico dos EUA é diverso por conta das culturas, origens etnicas, métodos de ensino, filosofias e estilos ensinados por uma ampla variedade de técnicos Americanos. O elemento principal observado no estilo de boxe dos EUA é o atleticismo do boxeador. O atleticismo permite ao boxeador utilizar seu/sua velocidade, energia, força, rapidez e agilidade. Esses atributos são nutridos pelos técnicos dentro do Programa de Boxe dos EUA. Um fator ímpar no boxe americano são as ilimitadas competições locais fornecidas pelas Silver Gloves (luvas de prata), Golden Gloves (luvas de ouro), National Police Athletic League (Liga Atlética da Polícia Nacional), Forças Armadas e os Programas Olímpicos Junior. Essses programas contribuem com o boxeador americano conforme eles desenvolvem a experiência necessária, tal qual as técnicas e táticas para ter sucesso em competições em idade avançada. 5.3.1. POSTURA DE BOXE A maioria dos boxeadores americanos boxeam com uma postura de boxe equilibrada, então o boxeador prepara seu ataque usando golpes retos com a mão da frente seguido de diferentes combinações de golpes e trabalho para atacar de uma varidade de ângulos com movimentação. Na postura de boxe equilibrada o boxeador tem os pés na largura dos ombros, o peso corporal distribuído igualmente entre os pés. Isto permite ao boxeador mover-se no ringue com grande facilidade em todas as direções sem perder o equilíbrio. No estágio inicial, a postura de boxe do boxeador é determinada por suas características fisiológicas e a filosofia de treinamento. Durante o curso do desenvlvimento, os boxeadores fazem adaptações baseados nos fatores e situações nas competições. MANUAL DOS TÉCNICOS 177 CLÁSSICA ficar num angulo lateral de 45 graus com o ombro da mão não dominante para frente manter os dois pés na largura dos ombros com o pé da frente apontado para frente dobrar ligeiramente ambos os joelhos elevar ligeiramente o calcanhar do pé de trás manter o pé da frente rente ao solo pender o queixo ligeiramente para frente mão da frente erguida na linha dos olhos com o cotovelo cobrindo a caixa torácica no lado da frente do corpo mão de trás erguida no nível dos olhos com cotovelo cobrindo a caixa torácia do lado de trás do corpo peso corporal distribuído ligeiramente mais para o pé de trás enquanto estiver deslocando o peso corporal mais para a perna de trás, ligeiramente inclinar a parte superior do corpo para frente para criar equilíbrio MANUAL DOS TÉCNICOS 178 GUARDA ALTA da postura básica peso corporal é distribuído mais para a perna de trás joelhos ligieramente dobrados ligeiramente elevar o calcanhar do pé de trás empurrar os cotovelos apertados junto ao corpo, cobrindo costelas e corpo as duas mãos e braços cobrem o rosto e a parte superior do corpo MANUAL DOS TÉCNICOS 179 GUARDA DUPLA ficar num ângulo aproximado de 45º com o ombro do lado da frente apontado para frente, isso o tornará um alvo menor manter os pés do mesmo modo da postura básica, distribuir o peso igualmente nos dois pés elevar ligeiramente o calcanhar do pé de trás elevar ligeiramente o ombro da frente mão de trás é presa contra o lado da frente do rosto, como um escudo de defesa com o cotovelo do braço de trás na caixa torácica mão da frente é presa em volta do estômago acima da linha da cintura, logo abaixo do cotovelo do braço de trás, mas pode ser elevada ligeiramente, a escolha do boxeador. mão de trás agarra ou bloqueia quaisquer golpes que venham na direção do lado da frente do rosto mão da frente agarra ou bloqueia quais golpes vindos do lado de trás MANUAL DOS TÉCNICOS 180 5.3.2. TRABALHO DE PÉS Na parte anterior do Manual dos Técnicos, nós discutimos sobre os passos básicos do boxe. O boxeador deve dominar deslocamentos a frente, para trás, passo para a esquerda e para a direita com boa coordenação e equilíbrio, a fim de avançar de nível no tabalho ou movimentação de pés. Como o lutador luta num espaço limitado no ringue, ele deve aprender a fazer movimentos giratórios conforme mostrados no diagrama antes de aprender movimentos de pé adicionais. MANUAL DOS TÉCNICOS 181 TRABALHO DE PÉS ADICIONAL SALTITANDO para cima e para baixo na sola dos pés, alternando saltitar na esquerda e então na direita (mesmo movimento de pular corda) os pés podem se movimentar de lado a lado ou de dentro para fora mover-se em todas as direções com equilíbrio o é muito importante manter o equilíbrio MANUAL DOS TÉCNICOS 182 PASSO E DESLIZE da postura de boxe passo com pé da frente e desliza com pé de trás na direção do pé da frente manter uma postura equilibrada durante o movimento retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS 183 PASSO PULO da postura de boxe passo com pé da frente enquanto o boxeador desliza o pé de trás na direção do pé da frente fazer um pequeno salto com o pé da fente retornar a postura de boxe manter postura equilibrada durante todo o movimento MANUAL DOS TÉCNICOS 184 SHUFFLING (EMBARALHANDO) da postura de boxe embaralhar os dois pés ligeiramente saltitando e deslizando na direção desejada importante manter o equilíbrio MANUAL DOS TÉCNICOS 185 5.3.3. ATAQUES O ataque avançado consiste em combinações de diferentes elementos como movimentação, fintas e diferentes golpes. Quando o boxeador dominar os elementos básicos dos golpes, movimentação, fintas e defesas, o técnico deve combinar os elementos do boxe e tentar diferentes variações de acordo com a tática, as situações e as características do boxeador (suas forças e fraquezas). COMBINAÇÕES DE GOLPES séries curtas de golpes – ataques com combinaçõs de cruzados e uppers constantemente na curta distância contra o oponente séries longas degolpes – artaques com combinações de golpes retos constantemente na média para longa distância contra o oponente. golpes acentuados – nem todos os golpes são lançados com força e velocidade máxima, entre as séries de golpes, o boxeador escolhe lançar um ou dois golpes com força e velocidade máxima ATAQUE COM PREPARAÇÃO A preparação inclui quaisquer manobras para atrair o movimento do oponente. Isto inclui fintas, escapadas ou manobras ofensivas. quando o boxeador criar uma abertura, imediatamente atacar o oponente ATAQUE SEM PREPARAÇÃO O boxeador observa a movimentação do oponente para criar uma abertura quando o boxeador vê uma abertura, imediatamente ataca o oponente usar a combinação apropriada de golpes para tirar vantagem da abertura. GOLPES DE ENCONTRO -Golpes de Encontro na cabeça o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente realiza com a mão da frente ou de trás um golpe reto na cabeça do mesmo lado que o oponente está realizando o seu golpe reto. o simultaneamente, move a cabeça para longe do golpe do oponente - golpes de encontro no corpo: o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente usa a mão da frente ou de trás para golpe reto no corpo em direção ao lado do oponente onde ele está realizando seu golpe reto. CONTRA ATAQUE - Ação de resposta após realizar movimentos defensivos contra o ataque do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS 186 5.3.4 DEFESAS DEFESA PASSIVA O boxeador não toma ações imediatas e fica observando o oponente após ele o atacar. DEFESA ATIVA o boxeador toma ações imediatas após o ataque do oponente com contra ataque ou ação antecipada TIPOS DE MOVIMENTOS DE DEFESA A ação da defesa pode ser dividida em 3 categorias: 1. Defesa de mão - usa mãos, braços e ombros tanto para boquear quanto para evitar o ataque do oponente o Defesa com a mão ou bloqueio com os dois braços o pegar/bloquear o bloqueio de braço/bloqueio de cotovelo/bloqueio de ombro o aparar 2. Defesa de corpo – usa a parte superior do corpo sem mover a parte inferior do corpo para fazer movimentos defensivos o encolher-se o girar o balançar para trás 3. Defesa de perna – usa o movimento dos pés para se afastar da distância de ataque do oponente o passo para trás o salto para trás MANUAL DOS TÉCNICOS 187 MOVIMENTOS ADICIONAIS DE DEFESA BALANÇANDO E COSTURANDO (OU ZIGUEZAGUEANDO) da postura de boxe dobrar os dois joelhos enquanto sumultaneamente dá um passo na direção do golpe que está vindo mover-se por baixo do golpe do oponente (a cabeça deve estar mais baixa que o golpe do oponente, manter o contato visual com o oponente) virar a cintura para a esquerda ou direita, a fim de acertar o golpe de encontro realizar o golpe de encontro retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS 188 PIVÔ POR DENTRO da postura de boxe fixar o pé da frente em posição, levar o pé de trás num ângulo de 90 graus para trás enquanto gira o corpo todo manter o equilíbrio e retornar a postura de boxe PIVÔ POR FORA da postura de boxe fixar o pé da frente em posição, levar o pé de trás num ângulo de 90 graus para frente enquanto gira o corpo todo manter o equilíbrio e retornar a postura de boxe MANUAL DOS TÉCNICOS 189 5.3.5. FINTAS esconder a intenção do boxeador por uma ação enganosa diferentes tipos de fintas podem ser aplicadas a certas táticas e situações fintas devem ser rápidas e provocativas fintas devem ser feitas na distância apropriada as fintas também podem ser usadas para aproximar a distância; o boxeador usa a finta para se aproximar do oponente movendo-se para frente ou atraindo o oponente a se mover para perto ou fazer o oponente se mover para trás em direção a corda ou corner para fazer com que o oponente realize qualquer ação de ataque que irá criar uma abertura para o contra-ataque. TIPOS DE FINTAS fintas de cabeça . Mover a cabeça para a frente e encolhê-la . Mover a cabeça lateralmente finta com os olhos . Olhar para a área do abdômem do oponente . olhar para os pés do oponente - finta com os braços . Esticar o braço da frente ligeiramente para a cabeça ou corpo do oponente, então retrair o braço, imitando o movimento de ataque Finta com o corpo . Mover a parte superior do corpo (ombros) em direção ao oponente ou às suas laterais para imitar a intenção de acertar um golpe e então retornar a postura original Finta com as pernas . Flexionar um ou os dois joelhos levemente para baixar o corpo e então ficar de pé novamente, fingindo que o boxeador está realizando a preparação para um movimento de ataque . fixar com firmeza uma perna no chão, enquanto a outra perna se move em diferentes direções COMBINAÇÕES DE FINTAS Cada tipo de finta pode ser aplicado individualmente ou pode ser combinado com dois ou mais elementos. Por exemplo, a mão com os olhos ou a perna com a mão e etc. Quanto realizando movimentos de finta, o boxeador deve considerar sua própria defesa, para antecipar quaisquer contra-ataques do oponente. Enquanto isso, o boxeador deve também pensar sobre as ações após a finta. As fintas devem ser utilizadas como ações preparatórias para um ataque mais importante. MANUAL DOS TÉCNICOS 190 5.3.6. DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE TREINAMENTO Um plano de treinamento de 1 ano é desenvolvido para prever e preparar a agenda de treinamento baseada na competição alvo do boxeador. O propósito do plano de treinamento é capacitar os técnicos a planejar com antecedência o que está por vir nos treinos e competições, contudo, o mais importante, o plano de treinamento é desenvolvido para organizar e gerenciar melhores processos de treinamento para o boxeador e prepara-lo para a competição principal e/ou alvo de acordo com seu/sua meta. Quando desenvolver um plano de treinamento de 1 ano, um dos fatores a considerar é o tempo entre uma competição e outra, o técnico deve calcular o intervalo e providenciar uma quantidade adequada de descanso e preparação para o boxeador. O técnico também deve analisar o calendário de competições com cuidado, levando em consideração o nível de competições agendadas durante o ano e elaborar o programa de treinamento e preparar o boxeador para cada período e ciclo de treinamento. Um dos métodos que os técnicos dos EUA utilizam para desenvolver um programa de treinamento de 1 ano é dividindo um ano em dois a quatro ciclos de treinamento baseado no nível do boxeador e no calendário de competições. Ao final de cada ciclo, o boxeador deverá participar de torneios ou competições que possam ajuda-lo a alcançar seus objetivos. PC: PERÍODO DE PRÉ CONDICIONAMENTO / GC: PERÍODO DE CONDICIONAMENTO GERAL / SC: PERÍODO DE CONDICIONAMENTO ESPECÍFICO / PrC: PERÍODO PRÉ-COMPETIÇÃO / C: PERÍODO DE COMPETIÇÃO / R: PERÍODO DE DESCANSO Cada ciclo consiste de 6 períodos, PERÍODO DE PRÉ CONDICIONAMENTO; PERÍODO DE CONDICIONAMENTO GERAL; PERÍODO DE CONDICIONAMENTO ESPECÍFICO; PERÍODO PRÉ- COMPETIÇÃO; PERÍODO DE COMPETIÇÃO e PERÍODO DE DESCANSO. Em cada um desses períodos, o boxeador treina com metas e objetivos diferentes para se preparar para cada competição no final de cada ciclo e mirar a competição-alvo em direção ao final do ciclo planejado de 1 ano. MANUAL DOS TÉCNICOS 191 QUANDO ESTIVER DESENVOLVENDO UM CICLO DE TREINAMENTO DE UM ANO Deve estar ciente de quando e onde a competição principal e alvo terão lugar Começar a agendar do dia da competição alvo para o primeiro dia (trabalhar de trás para frente) participar de torneios pequenos e médios antes e durante as competiçõesprincipais para controlar e monitorar (avaliar) o nível de preparo do boxeador e seu progresso selecionar o torneio de acordo com o nível de preparo do boxeador. Torneios mais duros podem ter um impacto negativo no nível psicológico do boxeador. um programa de treinamento e agenda pode mudar de acordo com o aumento ou decréscimo de intensidade, mistura de diferentes exercícios de treinamento para manter o interesse do boxeador e o nível motivacional, assim como a forma esportiva, num nível elevado. MANUAL DOS TÉCNICOS 192 PERÍODO DE PRÉ-CONDICIONAMENTO A meta de treinamento do período de pré-condicionamento é a preparação física do boxeador, para seguir para o próximo nível de treinamento que é o período de condicionamento geral. Assim sendo, neste período, muitas atividades de treinamento incluem exercícios que melhoram e desenvolvem a boa forma cardiovascular do boxeador, força corporal, técnicas básicas de boxe, táticas e treinamento psicológico para ajudar o boxeador a ser capaz de focar e concentrar nas agendas de treinamento. A duração do período de pré-condicionamento num ciclo de treinamento pode ser de uma a três semanas, dependendo do calendário de competições e do nível de preparo do boxeador. O número e as horas das sessões de treinamento podem ser ajustados de acordo com o técnico, contudo, não é recomendado treinar mais que 3 horas em uma sessão de treinamento e 3 sessões por dia. EXERCÍCIOS DURAÇÃO CARGAS DE TREINO COMENTÁRIOS Aquecimento -Sombra – 3 min trabalho por 30 s descanso -alongamento leve 15 min 10 min Baixa intensidade Baixa a moderada Foco deve ser movimentação, técnica e relaxamento Foco na flexibilidade Treino principal - jogging 2 milhas* - 5 lifts de 50 jardas** 14-20 min Baixa a moderada Moderada a alta Gradualmente aumentar a velocidade através de 50 jardas** de distância. Retornar ao ponto de início e começar o segundo lift*** de 50 jardas resfriamento - alongamento 10-15 min Moderado Notas do tradutor: *1 milha tem 1609,34 metros ** 1 jarda tem 91,444 centímetros ***não encontrado correspondente, talvez similar ao Sprint – tiros, corridas de velocidade. MANUAL DOS TÉCNICOS 193 CONDICIONAMENTO GERAL O objetivo de treinamento do período de condicionamento geral é elevar, melhorar e desenvolver o nível de treinamento cardiovascular e de treinamento de força do boxeador. Além disso, técnicas avançadas, táticas e exercícios de boxe são treinados durante o condicionamento geral. Continuamente, o desenvolvimento psicológico do boxeador e o treinamento de sua preparação serão conduzidos por uma agenda de treinamento mais dura e robusta A duração do período de condicionamento geral num ciclo de treinamento é o mesmo que o período de pré-condicionamento e vai de uma a 3 semanas dependendo do calendário de competições e do nível de preparo do boxeador. Novamente, o técnico deve ser responsável por acertar a intensidade intermediária do programa de treinamento com o número de horas e sessões por dia. EXERCÍCIOS DURAÇÃO Cargas de treinamento Comentários aquecimento Exercícios de aquecimento dinâmicos 25 min Moderado Preparado para aquecimento, flexibilidade, força de explosão e agilidade treino principal -2 rds sombra -4 rds sparring leve - 2 rds saco pancada pesado - 2 rds teto-solo - trabalho de saco de pancada intervalado 3x1 min descanso 3x1 min descanso 3x1 min descanso 3x1 min descanso 3x1 min descanso Alta Média p moderada Alta Alta alta Foco na técnica Simular situações Sequencias de combinações Sequencias de combinações Trabalho e descanso iguais (p.ex, 10 seg. trabalho e 10 seg. descanso resfriamento Alongamento 10-15 min Moderado flexibilidade MANUAL DOS TÉCNICOS 194 PERÍODO DE CONDICIONAMENTO ESPECÍFICO No período de condicionamento específico, o programa de treinamento, como treinamento de energia e boa forma muscular deve ser mais intensificado. Exercícios de treinamento de corrida de longas distâncias nos dois períodos anteriores são substituídos por programas de corrida intervalada e treinamentos de força que são aprimorados pelo desenvolvimento de um programa individual de levantamento de pesos; tal individualização permitirá reforçar grupos musculares específicos que precisam e devem ser desenvolvidos. Além disso, programas de treinamento visando técnicas e táticas de boxe são mais especificados e se focam mais na resistência, força, velocidade e coordenação. O técnico deve cuidadosamente avaliar o aspecto psicológico do boxeador, monitorando sua habilidade de lidar e superar a carga de trabalho aumentada. Aumenta-se a carga de trabalho e os boxeadores que superaram as dificuldades podem ganhar confiança e concentração. O período de coordenação específica com programas de treinamento de alta intensidade pode durar de 1 a 3 semanas dependendo do calendário de competição e do nível de preparo do boxeador. MANUAL DOS TÉCNICOS 195 EXEMPLO DE TREINO DE PERÍODO DE CONDICIONAMENTO ESPECÍFICO exercício duração Carga de treino comentarios aquecer Pular corda Pular corda Pular corda Pular corda 2 min 2 min 2 min 5 min Baixa Moderada Moderada com aumento/decréscimo Alta aumento/decréscimo / joelhos altos / ritmo / direção s/descanso 90 seg descanso 5 min descanso treino principal .sparring (4rdx3min /1 min descanso) - sprints com aumento e decréscimo - força 15 min 15-25 min 10 min Alta Alta moderada Começar com 10, 20, 30, 40...até 100 jardas então decrescer 100, 90, 80... até 10. 1. resfriamento - vídeo revisão 30 minutos baixa Rever vídeo de competição/sparring para permitir ao boxeador que aprenda pelo método visual MANUAL DOS TÉCNICOS 196 PRÉ-COMPETIÇÃO O período pré-competição é o treinamento mais duro de todos. Todos os exercícios de treinamento devem ser conduzidos na intensidade máxima. Treinos de corrida são substituídos por sprints (*nota do tradutor: tiros, ou corridas curtas de explosão, já abordado antes) de curta distância com uma mistura de exercícios de treinamento de máxima resistência aeróbica (também conhecida como VO2 máximo). Nos exercícios de treinamento de força, o boxeador deverá usar pesos leves e realizar cada repetição mais rápido possível para desenvolver a musculatura de contração rápida no corpo. Todos os exercícios técnicos e táticos devem ser formatados individualmente com programas de treinamento de nível de elite. O treinamento tático é consistente com sparring intenso e sacos de pancada e manoplas com técnicos. O boxeador deve ter em conta que o sparring e os programas de treinamento devem ser realizados com similar intensidade e esforço que ele/ela deve ter nas competições e isto trará um efeito psicológico positivo no boxeador. O período de pré-competições usualmente começa uma a três semanas antes do início da competição e dura até o dia depois da competição. O boxeador não deve treinar com máxima intensidade até o dia depois da competição, pois isto deixaria o boxeador exausto para a competição e não permitiria que o desempenho de toda sua capacidade, portanto, quando o técnico programar o plano de treino do período pré-competição, a intensidade e a carga de trabalho devem ser reduzidas conforme a data da competição se aproxima e invés disso, o técnico deve por maior ênfase nas estratégias de competição e nas táticas, relaxamento e descanso. MANUAL DOS TÉCNICOS 197 EXEMPLO DE TREINAMENTO DO PERÍODO PRÉ-COMPETIÇÃO exercicios duração Cargas de treino comentários 1.aquecimento-sombra - pular corda 8-10min 2rds.4min Moderada Moderada p/ alta Atleta no auge em direção a competição 2. treino principal -manoplas - saco pesado - exerc c. parceiro - manoplas 3minx2rd 3minx2rd 3minx2rd 3minx2rd Alta Alta Alta Alta 1 minuto de descanso após todos os rounds. Treinamento deve se focar nas estratégias estabelecidas antes do início do treino do dia. 3resfriamento -alongamento e movimentação - técnico e boxeador irão discutir estratégias e táticas usadas durante os dias de treinamento 10-15min 20-30min Moderado e relaxado MANUAL DOS TÉCNICOS 198 PERÍODO DE COMPETIÇÕES É o período de competição que inicia e termina com a agenda do torneio ou competição Durante esse período, o técnico deve programar um plano de treinamento com exercícios de baixa intensidade que irão permitir ao boxeador ficar solto (relaxado) e aquecido para as lutas que se aproximam na agenda de competição. DESCANSO Após o torneio ou competição, o técnico deve permitir ao boxeador descansar por cerca de uma semana. Esse período destina-se a permitir que os boxeadores relaxem e tenham o tratamento e cuidados por quaisquer ferimentos no torneio ou competição. Além disso, enquanto os boxeadores estão tendo um tempo para o descanso e relaxamento, deles será esperado que façam pouco tempo de treino de baixa intensidade e exercícios de resistência como jogging, corrida de longa distância e pular corda. MANUAL DOS TÉCNICOS 199 Obs: major: principal; target: alvo MANUAL DOS TÉCNICOS 200 5.3.7. PREPARO PSICOLÓGICO O preparo psicológico, que inclui a motivação, autoestima, espírito esportivo, comunicação efetiva e disciplina do boxeador, tem um papel importante em sua participação no boxe. Por exemplo, se a motivação do boxeador está alta, ele/ela deve continuar no esporte com interesse e emoção, contudo, com uma baixa motivação é provável que eles vão cair fora do esporte ou diminuir seu aprimoramento. PREPARO PSICOLÓGICO EM GERAL o técnico deve entender porque os boxeadores estão participando de esportes, para aumentar sua autoestima, discutindo sobre metas e explicando suas responsabilidades para com o esporte. o boxeador determina a meta com assistência do técnico criar metas possíveis regularmente discutir a situação envolvendo a ética no boxe o técnico deve ter expectativas realistas as habilidades aprendidas e treinadas devem tornar o boxe divertido proporcionar recompensas e encorajamento a atenção individual para cada boxeador deverá aumentar sua motivação preparar-se e praticar para apresentações midiáticas. PREPARO PSICOLÓGICO EM COMPETIÇÃO motivar fazendo os boxeadores se tornarem cientes de seu progresso, em treino e em competição planejar e formatar treinos e competições divertidas ajudar o boxeador a entender o significado do sucesso, “vencer não é tudo” dar um contínuo encorajamento enfatizar o espírito esportivo o boxeador deve ter confiança mutua – respeito, confiança – cooperação com o técnico. praticar rotinas psicológicas, como foco nos resultados positivos ou uso positivo de palavras chave que motivam como “rápido”, “forte”, “agora”, etc. visualização (autoimagem) o preparo mental - começa bem antes da competição o visualização é uma ferramenta poderosa: - leva a tensão embora mas ensina a trabalhar sob pressão - transforma a pressão em energia positiva por resultados melhores - Treina como em competição - Encontra o que funciona, a fim de relaxar. - Cada boxeador desenvolve técnicas que funcionam individualmente MANUAL DOS TÉCNICOS 201 5.3.8. TÁTICAS Táticas são usadas para obter vantagem com o menor esforço de modo que se tenha melhor chance de um resultado de sucesso no combate. As táticas podem mudar baseadas no indivíduo e seu oponente, nas habilidades e experiência. O sistema de pontuação também tem um papel nas táticas. Por exemplo, golpes no corpo podem não ser bem reconhecidos pelos juízes e muitos boxeadores tentam usar menos golpes no corpo, contudo, os golpes no corpo não devem ser eliminados da estratégia dos boxeadores já que são um fator importante no plano de jogo. TÁTICAS GERAIS obter conhecimentos sobre o oponente: o observando o oponente em competição e em vídeo o esboçar, projetar cenários das táticas do oponente Ritmo elevado – boxe em ritmo elevado durante todos os rounds knock-out – procurar acertar golpe forte no oponente para vencer uma luta por knock-out. defesa – principalmente se concentrar na defesa e esperar por erros do adversário universal – adaptar e executar táticas baseado na situação ritmo irregular – o boxeador controla o ritmo da luta, seja rápido ou mais lento. 3º round – boxear agressivamente no terceiro round ou boxear defensivamente (se estiver vencendo) combinação – combinação de duas ou mais táticas Algumas das recentes táticas que foram mostradas por Técnicos Americanos e boxeadores durante competições foram: ocupar o centro do ringue e manter o oponente perto das cordas e do corner fazer a movimentação do lado contrário ao lado mais forte do oponente quando o oponente usar velocidade e movimentação: o cortar o ringue para restringir ou limitar a movimentação do oponente (sem o seguir) o melhorar o ritmo ofensivo para que o oponente use mais energia. o Paciência para trazer ou fazer o oponente vir para você. Dar um passo pelo lado de fora do pé da frente do oponente, irá diminuir a reação e movimentação do oponente. Tornar a iniciativa de golpe o mais precisa possível, combinações sucessivas dependem dos golpes anteriores. usar os melhores atributos dos boxeadores e tirar vantagem das fraquezas do oponente. observar e analisar sobre como o árbitro conduz a luta e se as pontuações dos juízes são altas ou baixas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 202 5.3.9. Em competição ANTES DA LUTA Começar a preparação com antecedência de 30-45 minutos antes da luta aquecer em área sem aglomerado de pessoas para ter menos perturbações possíveis para um preparo psicológico e relaxamento. Encontrar uma área para aquecimento grande o suficiente para o aquecimento, como: o alongamento o sombra o manoplas discutir a estratégia da luta com o boxeador. Estar hidratado o suficiente para evitar perda de resistência durante a luta. Evitar contatos de fora que podem prejudicar a concentração do boxeador, necessária para a luta que está por vir. DURANTE A LUTA no corner o Continuamente, concentrar-se nas ações do boxeador durante cada round, a fim de ele obter instrução e aconselhamento adequado. o observar cuidadosamente qual o estilo de arbitragem do árbitro. o estar preparado próximo ao final do round para entrar no ringue no ringue o oferecer um mínimo, mas, importante conselho relacionado ao desempenho o manter-se positivo em relação a opinião dos técnicos sobre a performance da luta. APÓS A LUTA manter-se positivo tanto para vitória, como para derrota fornecer ao boxeador algum tempo sozinho e suficiente para relaxar antes de discutir os resultados evitar quaisquer cobertura midiática imediatamente após a luta se o boxeador venceu, permitir um curto descanso, em seguida, assistir as outras lutas do evento para observar possíveis táticas dos oponentes e seu desempenho. Deixar o boxeador consumir comida e nutrientes após observar outras lutas do evento. usar elogios positivos todo o tempo enquanto discutir sobre lutas e táticas passadas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 203 5.4. TÉCNICAS AVANÇADAS – CUBA Um estilo de boxe influenciado por sua própria cultura,música e dança, o estilo de boxe Cubano é caracterizado como rítmico com movimentos bem coordenados, possuindo habilidades técnicas com bom conhecimento tático, que é similar a dançar. De sua raiz original, esse estilo de boxe se desenvolveu de muitas formas incorporando, combinando e misturando bem os melhores aspectos do boxe nos países onde ele é avançado. Por exemplo, as habilidades de golpear do boxeador cubano e sua força tem sido adotada do estilo de boxe Europeu, enquanto que a habilidade de movimentação corporal e trabalho de pés foi adotada e desenvolvida a partir do estilo de boxe Americano. Além disso, o estilo de boxe cubano adotou da ex-União Soviética as metodologias de preparação para treinamento e competições. 5.4.1. POSTURA DE BOXE A postura clássica de boxe Cubano é única, de forma que proporciona muita proteção para o boxeador, ainda assim permitindo atacar eficientemente com movimentação de pernas e quadris. Baseado na especialidade e características do boxeador, os boxeadores aprendem posturas com variações da postura clássica. A vantagem que a postura de boxe clássico cubano possui é que ela permite ao boxeador executar uma trajetória de golpes muito mais rápidos e longos usando a rotação dos quadris e o pé de trás. A posição dos braços permitirá aos boxeadores se defender facilmente contra golpes retos e cruzados. Ao mesmo tempo, ela não interrompe a visão periférica do boxeador sobre a movimentação do oponente. MANUAL DOS TÉCNICOS – 204 CLASSICA O boxeador se posiciona lateralmente num ângulo aproximado de 45 graus. Posiciona os pés na largura dos ombros Posiciona o pé da frente diagonalmente em frente ao pé de trás. Distribui o peso corporal igualmente nos dois pés. Posiciona o pé da frente rente ao solo enquanto o de trás é ligeiramente elevado e se posiciona na área do meio do pé. dobra ligeiramente os joelhos dependendo da lateralidade do boxeador, inclina a parte superior do corpo para direita ou esquerda. posicionar a mão da frente em frente a face, ligeiramente abaixo do nível dos olhos posicionar a mão de trás sobre o nível do nariz, levemente tocando o queixo. manter cotovelos dobrados ligeiramente mais de um ângulo de 45 graus. MANUAL DOS TÉCNICOS – 205 POSTURA DA LONGA DISTÂNCIA o boxeador deverá boxear na longa distância quando o oponente for mais baixo ou tiver menor envergadura de braço. da postura clássica de boxe, girar o pé de trás ligeiramente para fora. POSTURA DA MÉDIA DISTÂNCIA quando o boxeador tem boas habilidades de combinação de ataques, reações defensivas e contra ataques. da postura clássica de boxe, girar a parte superior do corpo ligeiramente para dentro. trazer o cotovelo que está à frente próximo ao corpo trazer o cotovelo que está atrás próximo ao corpo e tocando a caixa torácica posicionar as duas mãos próximas ao queixo encolher o queixo próximo ao corpo e olhar para o oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 207 POSTURA PARA CURTA DISTÂNCIA O boxeador deverá boxear na curta distância contra opoente mais alto e com envergadura do braço mais longa. o pé de trás é girado ligeiramente para dentro e eleva-se levemente o calcanhar. os dois braços são empurrados próximos ao corpo e os cotovelos tocam a área das costelas. encolher o queixo pra dentro, elevar o ombro e fechar os braços para ter máxima proteção. sempre manter os olhos no oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 208 POSTURAS COM VARIAÇÕES em situações diferentes, os boxeadores devem usar diferentes posturas de boxe além da clássica. Diferentes situações podem incluir: o Nível do boxeador o Características do boxeador o Forças e fraquezas o Experiências em competições o Características do oponente VARIAÇÃO 1: POSTURAS COM PESO TROCADO PARA A PERNA DE TRÁS Da postura clássica de boxe ligeiramente trocar o peso corporal mais para a perna de trás MANUAL DOS TÉCNICOS – 209 VARIAÇÃO 2: POSTURAS COM GUARDA FECHADA pé de trás é girado ligeiramente para dentro e eleva-se levemente o calcanhar os dois braços são empurrados próximos ao corpo e cotovelos tocam a área das costelas encolher o queixo para dentro, elevar o ombro e fechar os braços para ter proteção máxima. MANUAL DOS TÉCNICOS – 210 VARIAÇÃO 3: POSTURAS COM OS BRAÇOS PARA BAIXO pé de trás é girado levemente para dentro e o calcanhar levemente elevado os dois braços estão abaixados em volta da linha de cintura, a mão da frente é ligeiramente mais baixa que a linha da cintura e a mão de trás ligeiramente acima da linha de cintura. braço de trás próximo ao corpo e cotovelos tocam área das costelas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 211 5.4.2. TRABALHO DE PÉS Na parte anterior do Manual dos Técnicos, discutimos sobre os passos básicos do boxe. O boxeador deve dominar deslocamentos para frente, para trás, passos para a direita e esquerda com boa coordenação e equilíbrio, a fim de poder avançar de nível no trabalho de pés/ movimentação de pés. Desde que o boxeador luta num espaço limitado no ringue, ele deve aprender a fazer movimentos circulares, conforme demonstrado no diagrama antes de aprender movimentação de pés adicional. MANUAL DOS TÉCNICOS – 212 TRABALHO DE PÉS ADICIONAL PASSOS-PÊNDULO constante movimentação para frente e para trás deve ser feito num bom ritmo. PASSOS-PULOS (PASSOS SALTANDO) deve ser feito num bom ritmo. o boxeador pode rapidamente se mover para frente e para trás para estar no final da distância de ataque. mais rápido que passos-pêndulo. GIROS (PIVÔS) movimento de defesa útil contra golpes retos também útil para contra-ataques MANUAL DOS TÉCNICOS – 213 5.4.3. ATAQUES Ataques avançados consistem na combinação de diferentes elementos, como fintas, movimentação e diferentes golpes. Quando o boxeador dominar os elementos básicos dos golpes, movimentação, fintas e defesas, o técnico deve combinar os elementos de boxe e tentar diferentes variações de acordo com as táticas, situações e características do boxeador (forças e fraquezas) COMBINAÇÃO DE GOLPES séries curtas de golpes - ataques com combinação de cruzados e uppercuts constantemente na curta distância contra oponente longas séries de golpes – ataques com combinações de golpes retos constantemente na média para longa distância contra o oponente golpes acentuados – nem todos os golpes são jogados com máxima força e velocidade, entre as séries de golpes, o boxeador escolhe jogar um ou dois golpes com máximas força e velocidade. ATAQUE COM PREPARAÇÃO A preparação inclui quaisquer manobras para atrair o movimento do oponente. Isto inclui fintas, escapadas ou manobras ofensivas. quando o boxeador criar uma abertura, imediatamente atacar o oponente. ATAQUE SEM PREPARAÇÃO O boxeador observa a movimentação do oponente para criar uma abertura quando o boxeador vê uma abertura, imediatamente ataca o oponente. usar a combinação apropriada de golpes para tirar vantagem da abertura. GOLPES DE ENCONTRO Golpes de Encontro na cabeça o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente realiza com a mão da frente ou de trás um golpe reto na cabeça do mesmo lado que o oponente está realizando o seu golpe reto. o Simultaneamente, mover a cabeça para longe do golpe do oponente -golpes de encontro no corpo: o quando o oponente mostra um movimento para realizar um golpe reto com a mão da frente na cabeça o rapidamente usa a mão da frente ou de trás para golpe reto no corpo em direção ao lado do oponente onde ele está realizando seu golpe reto. CONTRA ATAQUE Ação de resposta após realizar movimentos defensivos contra o ataque do oponente MANUAL DOS TÉCNICOS – 214 ATAQUES ADICIONAIS DUAS E TRÊS COMBINAÇÕES SIMPLES DE GOLPES golpe reto e direto com a esquerda no rosto 2 golpes retos com a esquerda no rosto e um cruzado com a esquerda no tronco golpe reto com direita e cruzado com esquerda no rosto golpe reto com esquerda no rosto, golpe reto com esquerda no tronco e cruzado no rosto com esquerda COMPLEXO 3 golpes com a mesma mão, 1 com a outra Golpe Reto, cruzado e direto com esquerda e reto de direita no rosto golpe reto com esquerda, direto com direita no rosto, clinch com a esquerda no tronco, cruzado com esquerda no rosto reto de esquerda, direto de direita no rosto, clinch com esquerda no tronco, clinch com esquerda no rosto MANUAL DOS TÉCNICOS – 215 5.4.4 DEFESAS DEFESA PASSIVA O boxeador não toma ações imediatas e fica observando o oponente após ele o atacar. DEFESA ATIVA o boxeador toma ações imediatas após o ataque do oponente com contra ataque ou ação antecipada TIPOS DE MOVIMENTOS DE DEFESA A ação da defesa pode ser dividida em 3 categorias: 1- Defesa de mão - usa mãos, braços e ombros tanto para boquear quanto para evitar o ataque do oponente o Defesa com a mão ou bloqueio com os dois braços o pegar/bloquear o bloqueio de braço/bloqueio de cotovelo/bloqueio de ombro o aparar 2- Defesa de corpo – usa a parte superior do corpo sem mover a parte inferior do corpo para fazer movimentos defensivos o encolher-se o girar o balançar para trás 3- Defesa de perna – usa o movimento dos pés para se afastar da distância de ataque do oponente o passo para trás o salto para trás MANUAL DOS TÉCNICOS – 216 ATAQUES ADICIONAIS PEGAR COM A MÃO DA FRENTE O boxeador, com a mão da frente girando o punho para o lado de dentro* parando o golpe com o movimento do pulso em direção no sentido para baixo. *nota do tradutor: no original está escrito para a esquerda, ou to the left, mas só canhotos giram o pulso para a esquerda para agarrar golpes com a mão da frente, os destros usam a esquerda como mão da frente e seu pulso gira para direita, assim sendo, a tradução que melhor encaixa, na visão particular deste tradutor, é aquela onde “to the left” signifique “para dentro”. BLOQUEIO DE ANTEBRAÇO O boxeador usa o antebraço para parar o golpe MANUAL DOS TÉCNICOS – 217 5.4.5. FINTAS esconder a intenção do boxeador por uma ação enganosa diferentes tipos de fintas podem ser aplicadas a certas táticas e situações fintas devem ser rápidas e provocativas fintas devem ser feitas na distância apropriada as fintas também podem ser usadas para aproximar a distância; o boxeador usa a finta para se aproximar do oponente movendo-se para frente ou atraindo o oponente a se mover para perto ou fazer o oponente se mover para trás em direção a corda ou corner para fazer com que o oponente realize qualquer ação de ataque que irá criar uma abertura para o contra-ataque. TIPOS DE FINTAS fintas de cabeça . Mover a cabeça para a frente e encolhê-la . Mover a cabeça lateralmente finta com os olhos . Olhar para a área do abdômem do oponente . olhar para os pés do oponente finta com os braços . Esticar o braço da frente levemente para a cabeça ou corpo do oponente e então retrair o braço, imita o movimento de ataque Finta com o corpo . Mover a parte superior do corpo (ombros) em direção ao oponente ou às suas laterais para imitar a intenção de acertar um golpe e então retornar a postura original Finta com as pernas . Flexionar um ou os dois joelhos levemente para baixar o corpo e então ficar de pé novamente, fingindo que o boxeador está realizando a preparação para um movimento de ataque . fixar com firmeza uma perna no chão, enquanto a outra perna se move em diferentes direções COMBINAÇÕES DE FINTAS Cada tipo de finta pode ser aplicado individualmente ou pode ser combinado com dois ou mais elementos. Por exemplo, a mão com os olhos ou a perna com a mão e etc. Quanto realizando movimentos de finta, o boxeador deve considerar sua própria defesa, para antecipar quaisquer contra-ataques do oponente. Enquanto isso, o boxeador deve também pensar sobre as ações após a finta. As fintas devem ser utilizadas como ações preparatórias para um ataque mais importante. MANUAL DOS TÉCNICOS – 218 5.4.6. DESENVLVIMENTO DO PLANO DE TREINAMENTO O plano de treinamento de um ano é desenvolvido como parte do plano quadrienal do boxeador. A cada ano o plano é embasado no desempenho individual do boxeador, desenvolvimento psicológico, desenvolvimento das habilidades e agenda de competições. O plano é desenvolvido para auxiliar os técnicos a monitorar de perto o desenvolvimento do boxeador e dar aos técnicos flexibilidade para gerenciar e organizar o treinamento para permitir aos boxeadores ter melhor forma esportiva para a competição. Quando desenvolvendo um plano de treinamento, o técnico deve considerar a meta de competição do boxeador, sua capacidade e espaço de crescimento para o desenvolvimento e crescimento dentro de 4 anos. Então, cuidadosamente dividir esses 4 anos em ciclos de um ano cada e a cada ano, o técnico formula o plano de treinamento e desenvolvimento mapeado de acordo com a agenda de competições e o desenvolvimento do boxeador. Um dos conceitos de desenvolvimento de um plano de 1 ano é dividir um ano em dois ciclos baseados no nível dos boxeadores ou na agenda ade competição, ao fim de cada ciclo, o boxeador deverá participar de um torneio ou competição que irá permitir aos técnicos controlar e monitorar o desenvolvimento das habilidades dos boxeadores e seu nível de realização. VSP: PREPARAÇÃO ESPECIAL VARIADA SP: PREPARAÇÃO ESPECÍFICA OS: CALIBRAGEM/MODELAGEM SS: ESTABILIZAÇÃO Cada ciclo consiste de 3 períodos, o PREPARATÓRIO, o de COMPETIÇÃO e o de TRANSIÇÃO. Cada período é individualizado e focado no treinamento do boxeador para reforçar a área de força e corrigir as fraquezas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 219 QUANDO DESENVOLVER UM PLANO DE TREINO DE UM ANO Estar ciente de quando e onde a competição alvo e a principal terão lugar participar de torneios pequenos ou médios antes e durante as maiores competições com propósitos preparatórios e de fundamentação e cada torneio deve ter seu próprio propósito de participação (Exemplo, para monitorar o progresso, ou aumentar a confiança psicológica etc) selecionar o torneio de acordo com o nível de preparo do boxeador. Torneios mais duros podem ter um impacto negativo no nível psíquico do boxeador. Os desenvolvimentos tático, teórico, psicológico e a educação devem começar no início do ciclo e serem incluídos em todos os períodos. PERÍODO DE PREPARAÇÃO O período de preparação é dividido em 3 fases: preparação física geral, preparação especial variada e fase da preparação especial. O boxeador gasta entre 16 a 24 semanas no período de preparação dependendo do calendário de competição. O foco do treinamento é diferente, assim como as metas e objetivos. Nas duas primeiras fases, o treinamento pode ser feito em grupo com boxeadores que possuem características semelhantes ou níveis de habilidades, contudo, a última fase do período de preparação deve ser preparada individualmente de acordo com as características de cada boxeador. FASE DE PREPARAÇÃO GERAL O focodo treino da fase de Preparação Física Geral é o desenvolvimento de habilidades físicas como força, velocidade, coordenação e etc, que são a fundação básica das habilidades técnicas e táticas. Nesta fase, o técnico marca cerca de duas sessões de treino por dia de 2.5 a 3 horas de duração cada com o nível dos exercícios de alto volume e baixa intensidade. MANUAL DOS TÉCNICOS – 220 EXEMPLO DE PLANO DE TREINO – FASE DE PREPARAÇÃO GERAL – PERÍODO DE PREPARAÇÃO Exercícios Duração Cargas Comentários aquecimento - exercícios gerais - exercícios específicos de boxe 20 min moderado Mix de exercícios diferentes 2 treino principal - braço da frente, golpe reto na cabeça - braço da frente, golpe reto na cabeça, braço de trás golpe reto na cabeça - braço da frente, golpe reto na cabeça, braço de trás golpe reto na cabeça com passo a frente e para trás - variações dos 3 exercícios anteriores - trabalho com parceiro I . ataque: braço da frente, golpe reto na cabeça, braço de trás golpe reto na cabeça . defesa: pegar e aparar qualquer ação defensiva trabalho com parceiro II . ataque: braço da frente, golpe reto na cabeça, braço de trás golpe reto na cabeça . defesa: qualquer ação defensiva - pular corda - golpear speed bag (*conhecido como punching ball, ou pêra) - saco pesado - abdominais, flexões de braço e agachamentos 5min 5min 5min 15min 4minx1min descanso em 3 rounds 4minx1min descanso em 3 rounds 10min 10min 10min 5min Médio Médio Médio médio médio médio máximo médio máximo baixo Na postura de boxe, sem luvas com luvas resfriamento - agarrar-se na barra de alongamento (parede sueca) - chacoalhar braços e pernas - jogging leve no ginásio 1 min 1 min 5 min Baixo Baixo baixo MANUAL DOS TÉCNICOS – 221 FASE DE PREPARAÇÃO ESPECIAL VARIADA Esta fase é uma fase preparatória para a competição que está por vir, assim sendo muitos exercícios de treinamento foram elaborados para dirigir o boxeador a alcançar certo nível que é aceitável para competir em torneios ou competições e ter um bom desempenho. O volume de trabalho durante essa fase decai comparado com a fase de preparação geral e ligeiramente aumenta a intensidade para um nível médio. O treinamento deve ser conduzido em duas sessões por dia por 1.5 horas a 2 horas em cada sessão pela duração de 3 a 4 semanas dependendo da duração do torneio ou dia da competição e do calendário de competições. MANUAL DOS TÉCNICOS – 222 EXEMPLO DE PLANO DE TREINO DO PERIODO DE PREPARAÇÃO-FASE DE PREAPRAÇÃO ESPECIAL VARIADA exercício duração cargas comentários 1-aquecimento -ex gerais -ex específico de boxe 15 minutos moderada Mix de diferentes exercícios 2- treino principal - com parceiro: I . ataque: golpe reto com mão da frente na cabeça e corpo . defesa: Pegar e bloqueio de antebraço Com parceiroII - ataque: braço da frente golpe reto na cabeça e braço de trás upper no corpo - defesa: pegar e bloquear com antebraço Com parceiro III Ataque: braço da frente golpe reto na cabeça, de trás upper no corpo e cruzado na cabeça c braço da frente. Defesa: pegar, bloqueio de antebraço e giro Circuit training corda speed bag saco pesado sombra basquete/ jogos abdominais/ flexões/ agachamentos 10 minutos 8 minutos 3.5minx1mindesc em 3 rds 3.5minx1mindesc em 4 rds 20 minutos 10 minutos média médio média média media media Sem luvas Sem luvas Com luvas Em times Em circuito resfriamento - treinamento auto gênico (relaxamento) 5 minutos Baixa MANUAL DOS TÉCNICOS – 223 Fase de preparação especial Nesta fase, o boxeador começa treinamentos maiores em direção ao torneio ou competição por vir. Os exercícios de treinamento são mais focados em direção a técnica e táticas enquanto é aumentado o numero de sessões de sparring e exercícios similares são adotados. Essa fase dura cerca de 7 a 8 semanas com 2 a 3 sessões de treinamento por dia por 1 a 1,5 horas por sessão com baixo volume e intensidade elevada. MANUAL DOS TÉCNICOS – 224 EXEMPLO DE PLANO DE TREINO DO PERÍODO DE PREPAAÇÃO - FASE DE PREPARAÇÃO ESPECIAL Exercícios Duração Carga de treino comentários aquecimento -ex. gerais - ex específicos de boxe 15min moderado Mix de diferentes exercícios 2.treino principal - fintas com braço, parte superior do corpo e pernas - finta então golpe reto com braço da frente então golpe reto com braço de trás na cabeça e então defesa - fintas então golpe reto com braço da frente na cabeça então defesa - fintas então golpe reto com braço da frente então golpe reto com braço de trás na cabeça então defesa - fintas então golpe reto com braço da frente na cabeça então defesa - fintas com braços, pt superior do corpo, pernas e diferentes golpes - fintas e ataques Circuit training: 1sombra 2corda 3-punchingball - sprints de 5 e 10 metros -abdominais, flexões e agachamentos 2 min 6 min 6 min 3m/1mdescx3rd 3m/1mdescx3rd 3m/1mdescx3rd 3m/1mdescx2rd 3m/1mdescx E 4 rounds 4x5m e 4x10m 5 minutos média Trabalhar diferentes fintas instruídas pelo técnico – sem luvas Com luvas Com luvas Com luvas Boxeadores competem um contra o outro num ambiente competitivo de corrida Circuito de treino resfriamento Andar no ginásio ou no campo e respirar fundo 3 min baixo MANUAL DOS TÉCNICOS – 225 PERÍODO DE COMPETIÇÃO O período de competição pode ser dividido em duas fases, fase de moldagem (shaping) e fase de estabilização (stabilizing). A duração de cada fase é de 3 semanas e o foco do treinamento e objetivos são diferentes. A fase de shaping foca na obtenção do nível de competência almejado e o resultado do treinamento para o torneio ou competição que se aproxima, enquanto a fase de estabilização se foca em direção à manutenção do auge conquistado, enquanto se controla a condição do boxeador para a competição. FASE DE SHAPING Na fase de shaping, o número de exercícios específicos de boxe aumenta com uma maior intensidade e o técnico agenda dois treinamentos por dia por cerca de uma hora cada. Além disso, espera-se que os boxeadores tenham algum treinamento individual para corrigir quaisquer fraquezas ou áreas debilitadas. Na fase de shaping, o boxeador tem muitas sessões de sparring e o técnico deve arranjar as sessões de sparring de acordo com as características e/ou a agenda do torneio ou competição. Por exemplo, se o boxeador vai lutar a cada a dois dias, de acordo com a agenda da competição que se aproxima, o técnico deve providenciar sessões de sparing de dois em dois dias. EXEMPLO DE PLANO DE TREINAMENTO PARA PERÍODO DE COMPETIÇÃO – FASE DE SHAPING Exercícios Duração Cargas comentários Aquecimento ´ - exercícios genéricos - exercícios específicos de boxe 15 minutos moderado Mix de diferentes exercícios 2. treinamento - exercícios de habilidades em ataque e contra ataque – exercícios com váriados ataques e defesas -circuit training (ircuito de treinamento) 1. sombra 2.Corda (pular) 3. Punching Bag (Pera, punching ball) 3min/1min.desc.x3rds. 3min/1min.desc.x3rds. 3min/1 min desc x3rds 3min /1min desc x3rds 3min/1min desc x3rds Muito alta Máxima Muito alta Médio alta Trabalhar em grupos, cada par de boxeadores mantém sua distância À decisãoindividual de cada um A decisão individual de cada um 3. resfriamento - caminhar(ginásio/campo com atividades de relaxamento e conversas motivacionais 3 minutos baixa MANUAL DOS TÉCNICOS – 226 FASE DE ESTABILIZAÇÃO Na fase de estabilização, o boxeador está em competição e o objetivo desta fase é manter e condicionar o boxeador. O treinamento é orientado sobre as táticas e cada sessão de treinamento pode durar por cerca e 40 a 50 minutos e duas vezes por dia se possível. Na fase de estabilização, alguns treinamentos físicos incluem corridas de 1 a 2 km ou sprints de curta distância. EXEMPLO DE PLANO DE TREINAMENTO PARA O PERÍODO DE COMPETIÇÃO – FASE DE SHAPING EXERCÍCIOS DURAÇÃO CARGAS COMENTÁRIOS aquecimento - exercícios gerais. - exercícios específicos de boxe. 15 minutos Moderado Mix de diferentes exercícios 2 treinamento -jogging -sprints curtos - circuit training, com: 1. sombra 2. corda 3 punching bag, ou pera 10 min 1minx1min desc x 5rds*ou seja, 5 sprints) 3min/1min desc x 3rds Moderado Máximo Muito alta Médio alta 3 resfriamento Caminhar ginásio/campo com atividades de relaxamento e conversas motivacionais 3 minutos Baixa MANUAL DOS TÉCNICOS – 227 PERIODO DE TRANSIÇÃO O período de transição é um período de descanso para o boxeador. O boxeador pode perder alguma resistência, força, velocidade e outras habilidades físicas, contudo, é necessário para o boxeador ter um período de transição, porque isto permitirá ao boxeador se recuperar da fadiga física e psicológica dos treinamentos durante os ciclos e competições. Além disso, o boxeador se recuperará da perda de suas habilidades físicas muito rapidamente quando o novo ciclo de treinamento começar. MANUAL DOS TÉCNICOS – 228 MANUAL DOS TÉCNICOS – 229 5.4.7. PREPARO PSICOLÓGICO O preparo psicológico no boxe é muito importante, ele ajuda o boxeador a reduzir o nível de ansiedade elevada e permite aos boxeadores evitar a sobrecarga mental que pode afetar seus desempenhos. Foi muitas vezes testemunhado, que o boxeador com um preparo psicológico fraco não desempenha na capacidade total de suas habilidades nas competições, portanto, o aspecto psicológico do boxeador é também um elemento muito importante para suceder (*na tradução livre deste tradutor, levar seu sucesso a frente). PREPARO PSICOLÓGICO EM GERAL No início da carreira do boxeador, os treinadores os entrevistam e aprendem sobre dados pessoais do boxeador, como seu histórico de participação desportivo, sucesso em esportes onde participou, relacionamentos em família, o ambiente e suas condições de vida. Organizar um programa diário de treinamento balanceado com os exercícicos, aprendizado, descanso e atividades pessoais. os técnicos preparam o aspecto psicológico através de conversas, exercícios de relaxamento e exercícios de relaxamento combinados com métodos inspiradores. elogiar o sucesso durante sessões de treinamento, isto permitirá ao boxeador ganhar confiança e mirar objetivos maiores observar e lembrar das características dos boxeadores durante o treinamento e outras atividades estabelecer situações de treinamento com diferentes situações de combates para deixar o boxeador ganhar confiança em quaisquer situações de combates futuros. PREPARO PSICOLÓGICO PARA COMPETIÇÃO Selecionar o primeiro torneio ou competição onde é possível o boxeador vencer. Isso fornecerá ao boxeador o sentimento de ser um vencedor desde o início de sua carreira. encorajar o boxeador a ter habilidade em suas habilidades e desempenho. ensinar as regras para o boxeador, assim, caso qualquer problema ocorra, ele/ela poderá resolver ele mesmo. Isto dará ao boxeador um sentimento positivo de confiança do técnico no boxeador. MANUAL DOS TÉCNICOS – 230 5.4.8. TÁTICAS As táticas são consideradas tão importantes quanto às técnicas e o aspecto psicológico dos boxeadores. As táticas não representam apenas o que os boxeadores devem e irão fazer dentro do ringue, também incluem nutrição, treinamento e descanso, assim sendo, as táticas mudam de acordo com mudanças fisiológicas nos boxeadores, condições, mas também com as regras das competições. As táticas são ensinadas e explicadas continuamente através de ciclos de treinamento (por exemplo, as táticas sendo ensinadas por 50% do tempo durante o período de preparação geral, e gradualmente aumentado em 10% em períodos posteriores). Porque as táticas podem variar, dependendo das características do oponente, como nacionalidade, anos de experiência técnica e psicológica, não é possível ensinar num curto período de tempo ou não deveria ser ensinado levemente ou brevemente. AS TÁTICAS PODEM SER ENSINADAS EM 3 FASES: - Sem movimentar os pés. - com os passos básicos - com vários movimentos É preferível que essas táticas se tornem a movimentação habitual do boxeador do que partir do processo pensar-agir. O técnico pode examinar se o boxeador fez as táticas conforme sua movimentação habitual cobrindo os olhos do boxeador pedindo aos boxeadores que realizem diferentes movimentos táticos para se testar. TÁTICA GERAL - obter conhecimentos sobre o oponente o . observando o oponente em competição e em vídeo o . esboçar, projetar cenários das táticas do oponente - Ritmo elevado – boxe em ritmo elevado durante todos os rounds - knock-out – procurar acertar golpe forte no oponente para vencer uma luta por knock-out. - defesa – principalmente se concentrar na defesa e esperar por erros do adversário - universal – adaptar e executar táticas baseado na situação - ritmo irregular – o boxeador controla o ritmo da luta, seja rápido ou mais lento. - 3º round – boxear agressivamente no terceiro round ou boxear defensivamente (se estiver vencendo) - combinação – combinação de duas ou mais táticas ALGUMAS DAS TÁTICAS RECENTES QUE FORAM MOSTRADAS POR TÉCNICOS E BOXEADORES CUBANOS DURANTE CMPETIÇÕESD INCLUEM: - Sempre estar preparado para vencer. Preparar muitas diferentes táticas para serem usadas e analisar as características do oponente e selecionar as táticas corretas para vencer. - boxear nas 3 distâncias (longa, média e curta), deve dominar todas as 3 distâncias. - Sempre iniciar o primeiro ataque. Começar a luta atacando o oponente antes de ser atacado. MANUAL DOS TÉCNICOS – 231 5.4.9. EM COMPETIÇÃO ANTES DO COMBATE - é recomendável aos boxeadores que cheguem ao local de competições cerca de uma hora antes da competição começar para se familiarizar com o ambiente. Também, se permitido, é recomendável que os boxeadores entrem no ringue e se familiarizem eles mesmos com aquele ringue específico (tocando, apalpando ou pisando no solo, sentindo as cordas, etc). - aos boxeadores é ensinado a respeitar as regras de competição e as regras e regulamentos*(R&Js) - treinamento de aquecimento deve ser conduzido por 15 a 20 minutos em 3 fases. Enquanto os boxeadores estão treinando, o técnico deve falar e guiar o boxeador a respeito das táticas da luta que está por vir. . a primeira fase será consistente com exercícios geras de aquecimento do corpo todo .a segunda fase será de aquecimento específico, onde os boxeadores conduzirão alguns exercícios específicos de boxe . a última fase será de aquecimento especial, - quando treinando com Manoplas, os técnicos devem considerar a altura do oponente e se o boxeador é ortodoxo (destro) ou pata do sul (canhoto, southpaw). - o aquecimento prévio das lutas deve ser individualizado conforme a personalidade e as características do boxeador. Alguns boxeadores requerem mais tempo de preparo psicológico do que de preparo técnico ou tático e vice-versa.- respeitar o comportamento ritual do boxeador que é anterior a luta. DURANTE A LUTA - no corner continuamente, se concentrar nas ações do boxeador durante cada round, a fim de ganhar instrução e aconselhamento apropriados. aconselhar com uma ou duas frases (por exemplo, “mantenha sua vantagem” ou “melhore seu ritmo” e etc). Estar preparado para estar próximo ao final do round, pronto a entrar no ringue. . no ringue deixar os primeiros 15 a 20 segundos apenas para refrescar o boxeador quando um dos Segundos dá conselhos, o outro Segundo repete e confirma o conselho e a orientação dados. não demonstrar raiva ou descontentamento ao boxeador orientar o boxeador com táticas baseadas na pontuação. não mencionar a pontuação para o boxeador, apenas sobre técnicas e táticas. MANUAL DOS TÉCNICOS – 232 APÓS A LUTA Felicitar ou fornecer um encorajamento positivo ao boxeador após a luta não importando se ele perca ou vença. Não falar ou discutir sobre os combates até que o boxeador tenha se recuperado se o boxeador venceu a luta mais cedo por quaisquer razões, ele/ela deve treinar os rounds remanescentes no vestiário (por exemplo, se o boxeador venceu a luta no primeiro round, treina por 2 rounds). dependendo da personalidade e das características do boxeador. Não é bom que ele veja o próximo oponente, para o caso disso criar situações anormais. durante a análise do vídeo, o técnico foca no que o boxeador fez durante o combate, então dá aconselhamento para sua melhoria. se o boxeador está acima do peso, ele/ela deve treinar após a luta não é bom acordar e se exercitar cedo na manhã do encontro para pesagem. O boxeador deve se exercitar e manter seu peso antes dele ir para a cama. MANUAL DOS TÉCNICOS – 233 5.5. TREINAMENTO AVANÇADO 5.5.1. TREINAMENTO ISOMÉTRICO O treinamento isométrico é para preparar exercícios que serão desempenhados sem nenhum movimento corpóreo ou muscular visível. Também conhecidos como exercícios estáticos, como o alongamento. Esse programa de treinamento é usado para desenvolver uma musculatura mais forte, através de resistência. O treinamento isométrico irá melhorar a força, mas para melhores resultados, o treinamento de força deve ser combinado com exercícios de força dinâmica como treinamento com pesos. De quatro a 6 exercícios isométricos podem ser integrados a uma sessão de treinamento. O princípio básico do exercício isométrico não é para o volume, frequência ou repetição do exercício. Pelo contrário, é mais focado na duração dos exercícios. Exercícios isométricos podem trabalhar no princípio da sobrecarga. Gradualmente aumentar o peso ou resistência para aumentar a intensidade dos exercícios PROGRAMA DE TREINAMENTO ISOMÉTRICO - exercícios podem ser feitos sem nenhum tipo de máquinas ou equipamentos em qualquer tempo e qualquer lugar. – ótima forma e força podem ser desenvolvidas usando 4 a 6 repetições com 20-40 segundos por repetição com descanso apropriado entre cada repetições. - o próprio corpo dos boxeadores pode ser usado para exercícios de resistência, além de pesos e as estruturas existentes. - permite que mais fibras musculares trabalhem do que nos exercícios de força normais. Uma ativação maior das fibras musculares permite aos boxeadores desenvolver músculos mais fortes por todo o corpo. - exercícios podem ser feitos em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer posição. - variar a intensidade, duração e repetições do exercício baseada nas capacidades dos boxeadores. POR FAVOR, Consulte " Apêndice B: treinamento isométrico " para exemplos de exercícios isométricos MANUAL DOS TÉCNICOS – 234 5.5.2. TREINAMENTO PLIOMÉTRICO O treinamento pliométrico consiste numa série de exercícios realizados para desenvolver a força em diferentes partes do corpo com sequências e movimentos velozes e poderosos. É baseado em exercícios feitos com o próprio peso dos boxeadores e não envolve pesos adicionais. Dois ou mais exercícios pliométricos podem ser integrados a uma sessão de treinamento e preferentemente para ser feito de manhã para eu haja menos fadiga muscular. O princípio básico do exercício pliométrico é o da carga progressiva, o que, quando seguido, tem mostrado muito sucesso em desenvolver força dinâmica, poder. Sobrecarga O treinamento deve suportar até um limite ou a sobrecarga do sistema corporal pode ocorrer. Assim como o corpo se adapta a carga de treinamento aumentada, mais treinamento deve ser adicionado. Para experimentar as adaptações estimuladas pelo princípio da sobrecarga, a carga de treinamento não deve ser aumentada rapidamente senão, o corpo não se adaptará e irá colapsar. A sobrecarga deve ser cuidadosamente controlada, assegurando uma taxa alta de sucesso e evitando os perigos do over training*(nota do tradutor, conhecido no Brasil com o mesmo nome, mas significa acima do limite de treino). PROGRAMA DE TREINANENTO PLIOMÉTRICO - força ótima e poder podem ser desenvolvidos usando 6 a 10 repetições por exercícios com 3 séries ou ciclos. - construir e incorporar diferentes programas de circuit training. - Exercícios de flexibilidade devem ser incluídos no aquecimento - os técnicos devem considerar as necessidades especiais do boxeador quando selecionando exercícios de treinamento. - os exercícios são formulados com limites, movimentos rápidos, saltos e viradas. - exercícios capacitam boxeador a mudar de direção, movimentação corporal e de posição - variar a intensidade, duração e frequências dos exercícios. A ênfase de treinamento deve estar sob o controle do técnico. - melhoria da velocidade pode ser obtida realizando movimentos de boxe mais rápido do que na velocidade usual. POR FAVOR REFERIR-SE AO “APENDICE C”: EXEMPLOS DE EXERCÍCOS DE TREINAMENTO PLIOMÉTRICO MANUAL DOS TÉCNICOS – 235 5.5.3 –OVER TRAINING O over training ocorre quando os exercícios excedem o limite da capacidade física e psicológica do boxeador. O overtraining pode ocorrer, por exemplo, devido a cargas de treinamento inapropriadas (intensidade e volume) que não se adaptam aos limites dos boxeadores, a seleção inapropriada dos exercícios de treinamento, má estrutura ou um plano de treino de muito curto ou muito longo tempo, um planejamento de um número errado de competições planejadas para o boxeador e etc. É importante para os técnicos evitar causar overtraining nos boxeadores. SINAIS FISIOLÓGICOS DE OVERTRAINING Distúrbios do sono, inquietação, excitabilidade Perda de coordenação Sensação de sede aumentada Perda de apetite Dores de cabeça, náusea. Aumento da dor muscular Perda do desejo de competir SINAIS PSICOLÓGICOS DE OVERTRAINING sente desespero e autoestima diminuída. sensível ao ambiente e estresse emocional medo de competição e resistência a desafios A fim de evitar o overtraining, o conhecimento do boxeador é crítico, permitindo ao técnico ver um problema antes que saia de controle e monitorar continuamente a frequência cardíaca do boxeador e seus comportamentos. A prevenção é a chave para evitar o overtraining. Com um bom planejamento, esforços, um estruturado, divertido e benéfico programa esportivo pode ser construído e as sessões de treinamento devem ser cuidadosamente monitoradas ou gravadas para aprender sobre o boxeador e providenciar descanso suficiente é vital para reduzir a incidência de overtraining. MANUAL DOS TÉCNICOS - 236 CAPÍTULO 6 INDIVIDUALIZAÇÃO MANUAL DOS TÉCNICOS - 237 MANUAL DOS TÉCNICOS - 238 6.1. INDIVDUALIZAÇÃO Quando um boxeador entra num nível de elite avançado, a maioria dos técnicos começa a criarsessões de treinamento individuais para o boxeador. A individualização do treinamento permite ao boxeador superar quaisquer forças e fraquezas e a desenvolver as habilidades individuais do boxeador. O plano de treinamento de individualização deve ser desenvolvido em bases anuais, modificado e atualizado frequentemente, a intensidade e a carga de trabalho devem se basear na melhoria de nível do boxeador. PROPÓSITO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO TREINAMENTO aumenta o aprendizado e a compreensão das habilidades. melhora a preparação geral física, técnica e tática. melhora a preparação psicológica melhora o nível de preparação de acordo com o calendário de competições. PASSOS PARA DESENVOLVER UM PLANO DE TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO Fase 1: analisar as forças do boxeador analisar a fraqueza do boxeador Conhecer mais o boxeador (gastar mais tempo e ter mais conversas). Conhecer os objetivos a curto e longo prazo do boxeador Fase 2 criar um programa de treino individualizado junto com o boxeador criar um programa de treinamento individualizado, especialmente para competições riar um programa de melhoria das habilidades físicas criar um programa de melhoria das habilidades técnico-táticas criar um programa para melhoria das habilidades psicológicas criar um programa para construir a personalidade do pugilista Fase 3 iniciar e discutir com o boxeador sobre o programa de treinamento individualizado. explicar e discutir com o boxeador sobre as metas e os benefícios do programa permitir ao boxeador compreender o programa e suas habilidades de boxe e desempenho Fase 4 avaliar o programa baseado no desempenho em treinamento e em competição modificar e atualizar o programa baseado no resultado da avaliação. Em complemento com os objetivos traçados pra o plano de treinamento individual, o técnico deve selecionar os exercícios apropriados, o volume, a intensidade e a carga de trabalho para maximizar o plano de treinamento e o efeito do treinamento. MANUAL DOS TÉCNICOS – 239 INDIVIDUALIZAÇÃO DO TREINAMENTO PARA JOVENS BOXEADORES Quando o programa de treinamento de individualização for para boxeadores cadete ou juvenil, o técnico deve ter em consideração o que segue: CARACTERÍSTICAS NATURAIS E CRESCIMENTO DOS BOXEADORES saber e entender as limitações físicas da idade sendo treinadas. compreender a sequencia geral de desenvolvimento encontrada nos boxeadores cadetes (junior) e juvenis (youth). conhecer e entender os estágios de desenvolvimento dos boxeadores junior e juvenis e como eles relacionam isso aos esportes como também limites ou pré-requisitos da performance. EXPERIÊNCIA APROPRIADA AO DESENVOLVIMENTO preparar objetivos sazonais que reflitam o desenvolvimento físico e motor dos boxeadores. selecionar habilidades específicas e atividades que permitam aos boxeadores de vários níveis experimentar o sucesso. usar uma variedade de atividades para ajudar o boxeador de vários níveis de habilidade a desenvolver habilidades específicas. ANALISE DA PERFORMANCE RELACIONADA AO DESENVOLVIMENTO entender como o nível de desenvolvimento dos boxeadores determina suas performances. estabelecer metas de desempenho que reflitam os níveis de desenvolvimento do boxeador. preparar uma adaptação e avaliação que reflitam o progresso do boxeador relativo ao seu nível de desenvolvimento. IDENTIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO, TREINAMENTO E CONDICIONAMENTO conhecer o nível apropriado de condicionamento do boxeador da idade que está sendo treinado. estar ciente dos níveis inapropriados de treinamento e necessidades de condicionamento baseadas na idade e no nível de desenvolvimento. reconhecer as atividades que fornecem um nível básico de condicionamento distinguir entre níveis iniciante e avançado de treinamento e condicionamento algumas vezes, muitos objetivos definidos por um plano de treinamento são mais ensinados e treinados para aparecer do que dominar cada uma das habilidades. distribuir a prática através de vários objetivos. Então dedicar tempo suficiente para cada objetivo onde o aprendizado significativo e o domínio das habilidades possa ocorrer. ANALISE DO INTERESSE DO BOXEADOR E DE SUAS HABILIDADES PARA O BOXE: - ajuda o boxeador a chegar a uma avaliação realista de suas habilidades. - tem um senso de status elevado do boxe, para que o boxeador fique ciente dos benefícios e das oportunidades disponíveis a ele por sua participação. MANUAL DOS TÉCNICOS - 240 6.2. CONTROLANDO E MONITORANDO O TREINAMENTO Controlar e monitorar o treinamento é parte integral de todo o processo de treinamento. Sem controlar e monitorar estágios, tanto técnico quanto boxeador não podem melhorar sua performance. O controle é a avaliação dos programas de treinamento e seu resultado nos boxeadores. O controle do treinamento pode gerenciar diferentes avaliações e medir o nível de habilidade relacionado ao boxe do boxeador depois dos programas de treinamento. O técnico deve ser capaz de avaliar a melhoria do boxeador baseado nos resultados do controle de treinamento e modificar o programa de treinamento de acordo com o status do boxeador aferido no processo de controle. Monitoramento do treinamento é uma das atividades diárias do técnico. O técnico deve monitorar o desempenho do boxeador em toda sessão de treinamento e gravar no diário do técnico. O técnico deve usar a gravação acumulada do desempenho do boxeador e utilizar isso no controle do processo de treinamento. O técnico pode também recomendar ao boxeador que tenha seu próprio diário para gravar seu desempenho e monitorar o progresso de seu treinamento. A FIM DE MONITORAR O TREINAMENTO EFICAZMENTE, O TÉCNICO DEVE: estabelecer as orientações e padronizar medidas para todos os desempenhos relacionados ao boxe. analisar a habilidade do boxeador em seguir instruções do técnico analisar as áreas de fraqueza do boxeador em todos os aspectos relacionados ao boxe. comunicar-se com o boxeador sobre seu desempenho. gravar continuamente, mesmo em atividades fora do ginásio Após conduzir o processo de controle, o técnico deve analisar o plano de treinamento, o nível de carga de trabalho, a habilidade de adaptação do boxeador às tarefas de treino e o resultado da avaliação. Com a conclusão elaborada a parir da análise, o técnico deve fazer a correção apropriada nos planos de treinamento. Importante, o processo de controle e monitoramento é um processo contínuo, o qual deve ser conduzido ao longo da carreira do boxeador no ringue. Isto não é um processo de uma vez e deve ser feito diariamente e continuamente. POR FAVOR SE REFERIR AO APENDICE D: AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES DO BOXEADOR, PARA EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO. MANUAL DOS TÉCNICOS - 241 Fim da 242 do original. Fim do manual. Todo conhecimento deve ser transmitido! Foi um prazer. Espero que apreciem! Antonio Sammartino Em 22/12/2015, às 23:55. EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO FÍSICO Apêndice A TREINAMENTO DE FORÇA Flexão avançada batendo palmas - usar uma escada de ginásio e enganchar os pés por volta do 6º degrau 1. posição de flexão de braço. 2. dobrar os braços para flexionar para baixo 3. estender o corpo com força 4. bater palmas 5. retornar a posição de flexão. - se esse exercício for muito difícil, enganchar os pés num degrau inferior ou no solo. Barra Fixa 1. Segurar a barra na largura dos ombros 2. Erguer os pés para fora do chão 3. Empurrar o corpo para cima até o queixo estar acima da barra 4. Retornar lentamente aposição inicial Extensões Verticais 1. Ficar de costas com um parceiro 2. Passar a bola por cima da cabeça para o parceiro 3. O parceiro devolve a bola por entre os joelhos 4. Após algumas repetições, mudar a ordem. Balançar Halteres 1. Agarrar halteres bem leves com ambas as mãos 2. Balançá-los por cima da cabeça 3. Seguir o mesmo caminho e balançar de volta Mergulho nas Barras Paralelas 1. Manter cada mão na barra e não dobrar os cotovelos 2. Erguer o corpo para cima de modo a que os pés saiam do solo 3. Devagar dobrar os cotovelos e baixar o corpo até que os ombros fiquem no nível das barras. 4. Esticar de volta até que os cotovelos estejam totalmente estendidos Arremessando a Bola 1. Agarrar a bola com as duas mãos e trazê-las até atrás da cabeça. 2. Arremessar a bola por cima da cabeça com as mãos na vertical enquanto move uma perna para frente EXERCÍCIOS DE COORDENAÇÃO Caminhar girando os braços 1. Enquanto caminhar para frente ou para trás, balançar os braços para cima ou para baixo 2. Usar o mesmo pé e braço ou alterná-los. a. Braço direito – pé direito b. Braço esquerdo – pé esquerdo c. Braço direito – pé esquerdo d. Braço esquerdo – pé direito Caminhando e realizando golpes retos - Seguir o mesmo procedimento de caminhar girando os braços, só que ao invés de balançar os braços, realizar golpes retos. Ziguezague (weave in – weave out) 1. Manter 4 cones em linha reta separados por 3 metros um do outro 2. Nos espaços entre cada par de cones colocar outro cone cerca de 3 metros a esquerda 3. Correr rapidamente de um cone ao próximo cone tocando cada um com uma mão 4. Tentar realizar rápidos passos laterais, ao invés de virar o rosto para olhar o marcador e correr para frente. Exercício de Equilíbrio em uma perna 1. Ficar em uma perna erguendo o outro pé para cima 2. Ao toque do apito do técnico, os boxeadores se movem em uma perna ou ficam equilibrados numa perna durante certo período de tempo TREINAMENTO ISOMÉTRICO APÊNDICE B PRANCHA 1. Deitar rente ao solo 2. Posicionar os dois braços dobrados num ângulo de 90 graus e sobre os ombros, com as mãos apontando reto para frente. 3. Manter as costas retas e ligeiramente elevar o corpo todo, apoiado com os antebraços e dedões dos pés no solo 4. Contrair a área abdominal e manter essa posição pelo tempo que for possível 5. Descansar 30 segundos e continuar os passos 3 e 4 EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS DE OMBRO 1. Postura com pés separados na largura dos ombros e as costas retas 2. Dobrar os joelhos levemente 3. Segurar um haltere ou objeto pesado em cada mão 4. Dobrar o cotovelo 90 graus e erguer os braços até que estejam paralelos ao solo (não erguer os braços até o alto) 5. Manter a posição o maior tempo possível 6. Descansar por 30 segundos e continuar os passos 4 e 5 Agachamentos Isométricos 1. Posição com os pés na largura dos ombros e as costas retas 2. Erguer os braços retos para frente 3. Dobrar os joelhos até que as coxas fiquem paralelas ao solo 4. Manter a postura o máximo possível 5. Descansar por 30 segundos e continuar os passos 2 e 3 6. Para aumentar a dificuldade, o boxeador pode segurar objetos pesados na mão. Flexão de peito isométrica 1. Na postura de flexão de braço 2. Baixar o corpo até a metade do caminho 3. Manter a postura o maior tempo possível 4. Descansar 30 segundos e continuar os passos 2 e 3 TREINAMENTO PLIOMÉTRICO APENDICE C Double Leg Bound (duas pernas unidas) Desenvolve força e musculatura das pernas e quadris 1. Posicionar-se confortavelmente com os pés juntos 2. Dobrar os joelhos e agachar até o meio do caminho para uma postura de meio agachamento, os braços ficam para baixo nas laterais do corpo, os ombros para frente e para fora em relação aos joelhos. 3. Manter as costas retas e a cabeça erguida com os olhos olhando para frente 4. Saltar para cima e para frente estendendo os quadris e braços 5. Tentar saltar o mais alto e o mais distante possível 6. Tentar aterrissar na mesma posição inicial 7. Saltar para cima e para frente novamente, sem parar. SALTO LATERAL Desenvolve força e musculatura das pernas e quadris e desenvolve movimentação lateral 1. Ajustar os cones de lado a lado, 70 cm a 100 cm entre eles (a altura dos cones não pode ser maior que a altura na qual o boxeador consegue pular por cima). 2. Ficar no fim dos cones alinhados 3. Posição com os pés juntos, dedos dos pés retos para frente e braços na lateral do corpo. 4. Saltar lateralmente por cima do primeiro cone e então do próximo cone sem interrupção. 5. Após saltar o último cone, rapidamente mudar a direção e saltar de volta por cima até o ponto de partida. Agachamento com salto (squat jumps) Desenvolve a força e a musculatura dos quadris, quadríceps, tendões e glúteos. O técnico deve enfatizar o alcance máximo de altura em cada esforço. 1. Postura com os pés na largura dos ombros e as costas retas 2. Manter as mãos atrás da cabeça com os dedos entrelaçados: isso irá minimizar o envolvimento dos braços nessa movimentação 3. Dobrar os joelhos e agachar até a metade do caminho para a postura de meio agachamento 4. Saltar para cima forçando os dois joelhos para alcançar o ponto mais alto 5. Quando aterrissar, voltar para a postura de meio agachamento 6. Saltar novamente, sem intervalos MEDICINE BALL – GIRO E LANÇAMENTO Desenvolve a força e os músculos abdominal, oblíquos, inferior das costas, quadris, bíceps e músculos peitorais 1. Selecionar a Medicine Ball com o peso apropriado de acordo com o peso do boxeador 2. Esse exercício deve ser praticado com parceiro 3. Manter os pés na largura dos ombros 4. Joelhos levemente dobrados, costas retas 5. Inclinar a parte superior do corpo levemente para frente 6. Segurar a medicine ball com duas mãos em frente ao estômago 7. Girar a parte superior do corpo na direção oposta a do parceiro 8. Girar de volta a parte superior do corpo em direção ao parceiro rapidamente e lançar a bola para o parceiro usando a força dos quadris, ombros e braços 9. Após receber a medicine ball do parceiro, girar a parte superior do corpo para a direção oposta a do parceiro e girar novamente as costas rapidamente em direção ao parceiro e lançar a medicine ball novamente. LANÇAMENTO DO SACO DE PANCADA PESADO 1. Posicione-se em frente ao saco de pancada pesado 2. Dê meio passo para esquerda, a fim de que a metade lateral direita do corpo fique atrás do saco pesado. 3. Manter as costas retas 4. Trazer o pé direito meio passo a frente, enquanto pé esquerdo dá meio passo para trás (o boxeador deve ser posicionar com os pés ligeiramente mais abertos que a distância entre os ombros 5. Posicionar a palma da mão direita no saco de pancada pesado e manter o cotovelo dobrado 90 graus 6. Erguer o braço esquerdo direto para frente 7. Empurrar o saco de pancada o mais forte possível, usando a força da parte superior do corpo 8. Quando o saco de pancada retornar, segurá-lo com o braço direito e retornar a posição inicial 9. Esperar alguns segundos para baixar a energia e então empurrar o saco de pancada para frente novamente 10. Alternar a posição para trabalhar com o braço esquerdo AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES DOS BOXEADORES APÊNDICE D A avaliação e as estimativas das habilidades dos boxeadores são muito importantes tarefas antes que os boxeadores entrem no nível avaçadoou elite de sua carreira pugilística. O Técnico deve identificar o nível de preparo do boxeador e suas habilidades de modo preciso, antes de começar a treinar o boxeador num estilo específico. Análises precisas dos diferentes níveis de habilidade dos boxeadores e o nível de preparação e treinamento em um estilo específico que permita ao boxeador realizar sua capacidade total, aumentarão as oportunidades do boxeador desenvolver-se para um nível de classe mundial. AS HABILIDADES DOS BOXEADORES PODEM SER AVALIADAS EM 3 CATEGORIAS: - habilidades físicas - habilidades técnico-táticas - psicológicas Os dados de cada uma dessas categorias permitirá ao técnico analisar e medir o progresso e melhorias do boxeador através dos antigos processos e programas de treinamento. Além disso, esses resultados permitirão aos técnicos antecipar as possibilidades de melhorias futuras do boxeador. HABILIDADES FÍSICAS Da observação das características psicológicas dos boxeadores, não é possível analisar ou avaliar as habilidades físicas dele. A fim de produzir dados consistentes de suas habilidades físicas, o técnico deve conduzir avaliações nas seguintes áreas: - resistência - força - velocidade - coordenação EXEMPLOS DE AVALIAÇÕES DE RESISTÊNCIA CORRIDA 1. Deve ser conduzida na pista de corrida ou em campo aberto. 2. Três séries de 3 minutos correndo sem parar e um minuto de descanso entre cada série. 3. Distância e frequência cardíaca devem ser medidas. 4. Frequência cardíaca deve ser medida antes, durante, entre cada série e imediatamente após o teste. GOLPES NAS BOLSAS 1. Deve ser realizado no ginásio com quaisquer tipos de sacos de pancada 2. 3 séries de 3 minutos golpeando sem parar e um minuto de descanso entre cada série 3. Número de golpes e frequência cardíaca deve ser medida 4. O técnico conta o número de golpes contando uma mão e multiplicando por dois 5. Frequência cardíaca deve ser medida antes, durante, entre cada série e imediatamente após o teste. TESTE DE COOPER 1. Deve ser conduzido na pista de corridas ou campo aberto. 2. O boxeador deve correr 12 minutos com intensidade e esforço máximos. 3. Distância e frequência cardíaca devem ser medidas. 4. Frequência cardíaca deve ser medida antes, durante, entre cada série e imediatamente após o teste. SOCOS NO SACO PESADO E SALTOS 1. Coloque um pequeno cone próximo ao saco pesado (aproximadamente 1 a 2 metros distante) 2. Ao apitar do técnico, o boxeador golpeia o saco de pancada em estilo competitivo (não na velocidade máxima) por 30 segundos 3. Boxeador vai para o cone e salta o cone pequeno com os dois pés juntos (pulando lateralmente ou para frente e para trás) por 30 segundos 4. Repetir por 3 minutos os passos 1 a 3 5. O técnico deve contar quantas séries o boxeador conseguiu completar GOLPEANDO O SACO PESADO 1. Boxeador fica em frente ao saco pesado 2. Ao apitar do técnico, o boxeador realiza quantos golpes retos com a mão da frente ele conseguir em um minuto 3. Após um minuto, o boxeador realiza golpes retos com a mão de trás por mais um minuto com toda sua força 4. Após, conduzir combinações de 1-2 golpes por cada minuto 5. O técnico conta o numero total de golpes realizados MÁQUINA DE PLATAFORMA DE FORÇA ACOPLADA AO SACO DE PANCADA 1. Plataforma de força é o saco de pancada enganchado na máquina mostrada na figura abaixo. Mede a força e frequência dos golpes. 2. A máquina automaticamente medirá a força e frequência de golpes 3. Técnico deve medir frequência cardíaca antes e imediatamente após o teste EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO DE FORÇA SUPINO PRIMEIRO MÉTODO DE TESTE – PESO MÁXIMO - O boxeador faz supinos erguendo o peso máximo. O peso máximo é medido como o peso máximo que o boxeador pode levantar por apenas uma vez (uma repetição) - O técnico deve medir o peso máximo SEGUNDO MÉTODO DE TESTE – AJUSTE DE PESO - o técnico ajusta os pesos que o boxeador deve erguer - o boxeador ergue o peso ajustado pelo técnico quantas vezes for possível - esse método permite medir resistência e força muscular FLEXÕES - o técnico sinaliza o início do teste - o boxeador faz flexões por 30 segundos - o boxeador deve fazer quantas flexões conseguir - o técnico deve medir o número de flexões realizados ABDOMINAIS - o técnico sinaliza o início do teste - o boxeador faz abdominais por mais 30 segundos - o boxeador deve fazer quantos abdominais conseguir - o técnico deve medir o número de abdominais realizados. BARRAS o técnico sinaliza o início do teste - o boxeador faz elevações na barra fixa por mais 30 segundos - o boxeador deve fazer quantas elevações conseguir - o técnico deve medir o número de elevações realizadas. - MERGULHOS (flexão de palmas mergulhando) - o técnico sinaliza o início do teste - o boxeador faz flexões com “mergulho” por mais 30 segundos - o boxeador deve fazer quantos “mergulhos” conseguir - o técnico deve medir o número de “mergulhos” realizados. SALTOS VERTICAIS - Este exercício DEVE ser conduzido em local fechado - o boxeador se posiciona e faz um salto vertical com uma mão erguida, o boxeador marca o ponto mais alto que a ponta de seu dedo alcançar - o boxeador salta pra tentar alcançar o ponto mais alto da parede - o técnico deve medir a distância entre o primeiro ponto ao ponto mais alto onde o boxeador alcançou SALTOS EM DISTÂNCIA - Podem ser conduzidos em ambiente interno ou externo - O técnico marca a linha ou ponto de partida - O boxeador dá um salto a frente a partir da linha ou ponto de partida - o técnico deve medir a distância entre a linha de partida e o calcanhar do pé do boxeador. - o boxeador deve refazer o teste, se ele/ela cair de costas ou dar um passo antes de efetuar um salto. ARREMESSOS DE MEDICINE BALL - O boxeador se mantém na postura de boxe - mantém uma medicine ball de 3 kg na mão de trás - arremessa a medicine ball enquanto o boxeador faz um golpe com a mão de trás - o técnico deve medir a distância entre o boxeador e a medicine ball - O boxeador troca de postura (destro para canhoto ou canhoto para destro) - Repete o teste para medir a força dos dois braços PLATAFORMA DE FORÇA COM PERA (PUNCHING BAG) - Uma plataforma de força com um punching bag enganchado na máquina) mostrado na figura. Mede a força e frequência do golpe. - a máquina vai automaticamente mensurar a frequência e a força do golpe - o técnico deve medir batimentos cardíacos, antes e imediatamente após o teste. EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO DE VELOCIDADE SPRINT DE 30 METROS - pode ser conduzido em ambiente interno ou externo - na marc a de partida com a postura parado ou início em movimento (passa correndo pela marca) - ao apito do técnico, o boxeador corre 30 metros - o técnico deve medir o tempo SPRINT DE 60 METROS - pode ser conduzido em rua ou campo - na marc a de partida com a postura parado ou agaixado - ao apito do técnico, o boxeador corre 60 metros - o técnico deve medir o tempo GOLPES NO SACO DE PANCADA OU MANOPLA - o boxeador fica em frente a um saco de pancada pesado ou às manoplas - ao apito do técnico, o boxeador realiza tantos golpes quanto possível - após 10 segundos, o técnico para o teste - o técnico conta o número de golpes, contando os golpes de uma mão e multiplicando esse resultado por 2. GOLPEANDO DOIS SACOS DE PANCADA PESADOS - boxedor fica entre os sacos de pancada - a distância entre os sacos deve ser 3 metros - o saco deve ser seguro por outro boxeador ou o técnico,para garantir que não se mova muito - ao apito do técnico, o boxeador se move rapidamente na postura de boxe para o primeiro saco e o golpeia 3 vezes (golpe com a mão da frente – de trás – da frente ou de trás - da frente – de trás) - após golpear 3 vezes, virar-se e mover-se rapidamente na postura de boxe para o outro saco e golpear 3 vezes - após 10 segundfos, o técnico para o teste - o técnico deve contar quantas repetições o boxeador completou (após golpear os dois sacos é uma reptição) EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO DE COORDENAÇÃO CORRIDA DE OBSTÁCULOS (ENVELOPE RUNS) - pode ser conduzida em ambiente externo ou interno - Requer um espaço mínimo de 5 metros por 3 metros - colocar um cone, bandeira ou bastão em cada canto e um no centro desse espaço - o boxeador começa da linha de partida e faz uma volta em torno do espaço como mostrado no diagrama - o boxeador corre 3 vezes o percurso para completar o teste - o técnico deve medir o tempo e o desempenho TESTE DE FLEXIBILIDADE DO OMBRO PARADO - o boxeador pode usar um bastão - agarrar o bastão na largura máxima dos ombros - segurá-lo em frente a cintura, manter os braços retos - mover os braços por cima da cabeça e para trás enquanto as mãos ficam atrás da parte superior das costas - não flexionar os braços - o técnico deve medir a distância entre as duas mãos CAMINHADA COM GOLPES - O técnico ajusta um cone a cada 10 metros de distância. - o boxeador caminha de um a outro cone - enquanto caminha, o boxeador realiza golpes retos - golpe reto com braço direito e pé direito a frente - golpe reto com braço esquerdo e pé esquerdo a frente - o técnico deve medir através da observação PASSOS NA DIAGONAL - Deve ser executado com precisão e velocidade para evitar que o boxeador se desequilibre; o boxeador se posiciona na sua perna da frente - Deve ser ensinada a combinação de dois ou mais golpes - é usada para exercitar a coordenação e não é muito utilizada por conta de sua complexidade. - Exemplo: quando executar um direto de esquerda no rosto, o passo diagonal para frente é usado para corrigir a postura inicial, a qual necessita um passo adicional à frente para se recuperar. - quando um passo diagonal é executado em contra ataque, isto indica uma ação ofensiva antecipada. Por exemplo: na mesma direção dum golpe reto de esquerda no rosto, o passo diagonal e o contra ataque é realizado. MERGULHANDO E DESLIZANDO - desenhar duas linhas paralelas de 10 metros com 1,5 metros entre elas- - disponha de uma corda longa de 10 metros - fixe a corda, seguindo a linha de partida, na parede e no ponto de chegada, fixe em algo na altura do ombro do boxeador - o boxeador se posiciona lateralmente à corda - o boxeador faz movimentos de deslizar para a esquerda em direção a linha paralela esquerda desenhada abaixo da corda - o boxeador deve fazer um movimento de mergulho e tentar não tocar a corda com a cabeça ou ombro. - após esse movimento de mergulho, o boxeador realiza um golpe reto - o boxeador faz outro movimento de deslizar para a linha paralela direita abaixo da corda - o boxeador deve fazer um movimento de mergulho e tentar não tocar a corda com a cabeça ou ombro. - após esse movimento de mergulho, o boxeador realiza um golpe reto - o boxeador continua a se movimentar para frente até a linha de chegada e quando ele a alcançar, imediatamente se move para trás seguindo o mesmo procedimento. - o técnico deve medir o tempo HABILIDADES TÉCNICO-TÁTICAS É difícil incorporar dados padronizados na avaliação das habilidades técnicas e táticas. Assim sendo, estas habilidades devem ser medidas pela observação do técnico. A fim de produzir uma avaliação mais exata, é recomendável que se tenha tantos técnicos quantos possíveis para uma avaliação. Cada técnico pode dar pontos numa escala de 1 a 10 pontos para cada habilidade técnico- tática avaliada. O objetivo da avaliação não é só observar o nível de habilidade do boxeador, mas também identificar se o boxeador está assimilando corretamente os elementos técnicos, como postura de boxe, movimentação, golpes, defesas e etc. EXEMPLOS TÉCNICOS E TÁTICOS PERGUNTAS E RESPOSTAS - Para medir a compreensão das táticas SOMBRA - para medir habilidades técnicas TRABALHO DE MANOPLAS - para medir habilidades técnicas SPARRING DIRIGIDO - para medir ambas habilidades táticas e técnicas SPARRING - medir habilidades técnico e táticas COMPETIÇÕES - pra medir habilidades técnico e táticas HABILIDADES TÉCNICO-TÁTICAS O objetivo de uma avaliação psicológica é medir o nível de preparo psíquico do boxeador. O aspecto psicológico é importante, porque mesmo que o boxeador tenha habilidades físicas e técnicas de nível mundial, um fraco nível psicológico pode limitar o desempenho do boxeador nos treinos e competições. A avaliação psicológica pode ser conduzida convidando-se psicólogos para fazê-la. Se os psicólogos não estiverem disponíveis ou for difícil convidá-los, o técnico deve avaliar o preparo psicológico do boxeador seguindo os exemplos: EXEMPLOS PSICOLÓGICOS - conversar com o boxeador - monitoramento durante as sessões de treinamento - monitoramento durante as competições A avaliação psicológica deve ser feita em longo prazo e é mais efetiva se o técnico monitora as atividades e comportamentos do boxeador fora do ginásio, conversando com amigos próximos, familiares e professores do boxeador. PUBLISHER / PRODUCER: AIBA – International Boxing Association EDITOR: AIBA Coaches Commission PREPARED BY: AIBA HQs Office COORDINATOR: Adam Kusior, AIBA Coaches Commission Chairman Philip Jun GRAPHIC DESIGNER: Fabio Zeppetella DATE: August 2011 CONTRIBUTIONS FROM: (by area and in alphabetical order) CHAPTER 1 – CHAPTER 4 Bodo Andreass (Australia) Matt Mizerski (Canada) Valentyn Ostianov (Ukraine) CHAPTER 5.1, 5.5 - 6 Bodo Andreass (Australia) Gurbaksh Sandhu (India) Tibor Hlavacka (Slovakia) CHAPTER 5.2, 5.5 - 6 Olim Mukhamedov (Uzbekistan) Victor Baranov (Belarus) Yuriy Tshkay (Kazakhstan) Zofer Khusyaynov (Russia) CHAPTER 5.3, 5.5 - 6 Ed Rivas (USA) Joe Zanders (USA) Thomas Coulter (USA) CHAPTER 5.4, 5.5 - 6 Alcides Sagarra Caron (Cuba) Jesus Dominguez Garcia (Cuba) Joela Eugenio Sobr Arrate (Cuba) Raul Angel Fernandez Liranza (Cuba) Copyright Statement The copyright in all of the content contained in the Coaches Manual is owned by AIBA. Copyright © AIBA – International Boxing Association 2010. All rights reserved. You may not copy, reproduce, republish, disassemble, decompile, reverse engineer, download, post, broadcast, transmit, make available to the public, or otherwise use the Coaches Manual, or any part thereof, in any way except for your own personal, non-commercial use. You also agree not to adapt, alter or create a derivative work from the Coaches Manual except for your own personal, non-commercial use. Any other use of the Coaches Manual requires the prior written permission of AIBA. Any use of the Coaches Manual not expressly permitted in this Copyright Statement is strictly prohibited and will constitute an infringement of the copyright and other intellectual property rights of AIBA. MANUAL DOS TÉCNICOS APB Suplemento do MANUAL DOS TÉCNICOS AIBA Publicado em agosto de 2011* *o original, em inglês. 1 PREFÁCIO O Manual dos Técnicos de Boxe Profissional da AIBA foi criado em adição ao MANUAL DOS TÉCNICOS AIBA paraajudar os técnicos a compreender os fundamentos do Boxe Profissional da AIBA. O Manual dos Técnicos de Boxe Profissional da AIBA auxilia o desenvolvimento dos técnicos e melhora suas qualidades técnicas, suprindo o técnico com o conhecimento e as habilidades pessoais para gerenciar uma carreira de sucesso no Boxe Profissional da AIBA. Comissão dos Técnicos da AIBA 2 ÍNDICE DE CONTEÚDO PREFÁCIO ....................................................................................................................................2 Parte 1 – Sobre o treinamento na APB .......................................................................................5 1.1. Definição de Boxeador na APB .............................................................................................5 1.2. Diferença entre AOB e APB, aspectos técnicos.....................................................................6 1.3. O que é fundamental na APB ...............................................................................................7 Parte 2 . O técnico na APB .........................................................................................................8 2.1. O papel do técnico no APB....................................................................................................8 2.2. A responsabilidade antes, durante e depois da competição ................................................8 2.2.1. O papel do Técnico na APB ................................................................................................8 2.2.2. O papel do Segundo ...........................................................................................................9 2.2.3. O papel do Cutman ...........................................................................................................10 Parte 3. Estrutura do Processo de Treinamento na APB.............................................................12 3.1. Plano de treinamento ..........................................................................................................12 3.2. Exemplo de plano de treinamento da semana 4 (2ª semana do período de intensidade).16 3.3. Exemplo de plano de treinamento da semana 9 (2 semanas antes da competição)...........17 3.4. Exemplo de plano de treinamento da semana 10 (1 semana antes da competição)..........18 3.5. Pouco antes da competição ................................................................................................19 Parte 4 Metodologia de treinamento .........................................................................................20 4.1. Dez Princípios de Treinamento ............................................................................................20 4.2. Preparação geral ..................................................................................................................21 4.2.1. Treinamento intervalado ..................................................................................................21 4.2.2. Força e condicionamento .................................................................................................24 4.3. Preparação específica..........................................................................................................24 4.3.1. Técnica .............................................................................................................................24 4.3.2. Tática ...............................................................................................................................25 4.4. Preparação Mental e Psicológica .........................................................................................26 3 Sparring no APB ..........................................................................................................................27 Parte 5 – Aspectos Médicos .......................................................................................................28 5.1. Nutrição ...............................................................................................................................28 5.1.1. Fatores nutricionais ..........................................................................................................28 5.1.2. Funções dos nutrientes ....................................................................................................28 5.1.3. Nutrientes energéticos .....................................................................................................30 5.1.4. Dieta balanceada...............................................................................................................30 5.1.5. Divisão ou proporção entre os alimentos ingeridos.........................................................30 5.1.6. Desidratação .....................................................................................................................31 5.1.7. Dicas para ajustar o peso ..................................................................................................31 5.1.8. Após a pesagem ................................................................................................................32 5.2. Ferimentos ...........................................................................................................................33 5.2.1. Diferentes ferimentos ......................................................................................................33 5.3. Prevenção a ferimentos ......................................................................................................34 5.4. Tratamento de ferimentos ..................................................................................................34 5.4.1. Corte..................................................................................................................................34 5.4.2. Hematomas ......................................................................................................................35 5.4.3. Fraturas ............................................................................................................................36 Apêndice 1...................................................................................................................................37 Apêndice 2...................................................................................................................................38 Apêndice 3 ..................................................................................................................................39 Apêndice 4...................................................................................................................................40 4 Parte 1 – Sobre o treinamento na APB O técnico deve ter a habilidade e compreensão das capacidades individuais de um boxeador relacionadas a suas forças e fraquezas. É importante identificar as áreas fracas e fortes e trabalhar nelas de forma consistente. O técnico deve ter a habilidade em desenvolver os planos de treinamento de acordo com cada boxeador individualmente. Relacionado a isto, ele deve entender que aquilo que é bom para um, pode não ser para outro. 1.1. DEFINIÇÃO DE BOXEADOR NA APB APB é ocupação e carreira de um boxeador Um boxeador APB é alguém que treina o tempo todo Um boxeador APB está em busca de perfeição. O objetivo principal de um Boxeador APB é chegar ao topo e vencer um título para que ele possa ser bem sucedido. O Boxeador APB é o boxeador que representa seu país no mundo do Boxe Profissional Componentes do desempenho de um boxeador. - Coordenação - habilidade de mudar de um a outro tipo de movimentação, que depende da agilidade corporal do atleta - Resistência – habilidade de resistir ao cansaço - flexibilidade – amplitude de movimentoque em que uma articulação pode ser movida - energia – aplicação de força durante um período de tempo - força - quantidade de força que um músculo pode exercer - velocidade – combinação de coordenação, resistência, flexibilidade e energia - habilidades técnicas - habilidades táticas - preparação mental 5 1.2. Diferença entre AOB e APB, aspectos técnicos: AOB ASPECTO APB Treinamento em grupo, ambiente de equipe treinamento Foco individual Lutas curtas de 3 rounds Luta Lutas mais longas Várias lutas por ano Intensidade das Competições Máximo de 6 lutas por ano O objetivo do boxeador é marcar os pontos e vencer o round por entregar golpes limpos nas áreas alvo do oponente Meta ou objetivo O boxeador profissional busca ser preciso com seus golpes e danificar o oponente assim como vencer o round Prontidão para lutar múltiplas vezes durante uma competição ou torneio contra diferentes oponentes Modo de preparação Busca antecipar seu oponente num período de preparo mais longo Baixo risco de ferimentos graves Segurança Mais perigoso Conhecer sobre o oponente e saber de um plano de jogo dá ao boxeador a confiança necessária Preparo mental A maior preocupação do boxeador antes da luta é com a duração do combate. Treinamento para enfrentar 4-5 oponentes em uma semana Estratégia Treinar para um oponente Por conta do curto intervalo de tempo, as táticas não são sempre claras Tática Táticas e estratégia vão se clareando conforme a luta vai durando mais tempo O técnico seleciona o boxeador Técnico O boxeador seleciona o técnico Capacetes, luvas, bandagens e roupas Equipamento Bandagens profissionais (ver apêndice 1), diferentes tipos e tamanhos de luvas além das luvas AOB Sistema de pontuação computadorizado grava socos apenas Pontuação Os juízes marcam nas papeletas manuais e avaliam a maioria dos componentes da luta (não apenas os golpes) 6 1.3. O que é fundamental no APB Um plano de competição claro e estruturado O boxeador fica com a federação nacional, assim sendo recebe suporte total de sua federação nacional, incluindo equipe (técnico, instrutor, Cutman, nutricionista, conselheiro médico, fisioterapeuta, psicólogo), dinheiro, instalações de treinamento, plano de aposentadoria e seguro de saúde. O boxeador tem a oportunidade de treinar efetivamente a fim de evitar ferimentos e ter sucesso em sua carreira. Mais motivação para o boxeador, oportunidades de recompensas financeiras pelo sucesso na carreira do boxeador. O boxeador deve sentir-se confortável nesta estrutura Mais fãs e expectadores, mais exposição na TV. O boxeador mantém a elegibilidade olímpica. 7 PARTE 2. O TÉCNICO NA APB 2.1. O papel do Técnico na APB Para fornecer um adequado treinamento e oportunidades para melhorar o boxeador. A meta deve ser levar o boxeador ao nível mais alto. Qualidades de um técnico: Liderança Conhecimento técnico Habilidade técnica Comunicador Motivador Disciplinador Fisiologista Adaptabilidade ao estresse Organizador Flexível 2.2. Responsabilidade antes, durante e depois da competição 2.2.1. Papel do técnico na APB Saúde e segurança do boxeador deve ser a primeira preocupação do técnico sempre O técnico deve buscar formar relações com o boxeador a fim de ganhar sua confiança e segurança. O técnico deve agir no melhor interesse do boxeador e aconselhá-lo corretamente o tempo todo. O técnico deve proteger o boxeador de quaisquer influências negativas Para desenvolver um programa de treinamento para o boxeador que vá fornecer a ele os elementos apropriados de ordem técnica, física, tática e mental que o fará ter sucesso. 8 2.2.2. Papel do Segundo Antes da Luta o Levar o boxeador ao local de competição no horário e com o equipamento correto o Certificar-se que o boxeador está no peso e pronto para competir o Certificar-se que o vestiário é uma área restrita e confortável para o boxeador o Certificar-se que ele está ciente do tempo faltante para a sua luta, fazendo checagens frequentes, a fim de preparar o boxeador para a luta e evitar o estresse adicional. o Enfaixar a mão do boxeador para ter certeza que suas mãos estão protegidas o Enviar um representante para o vestiário do oponente, a fim de observá-los fazendo as bandagens e assinar as bandagens se ele concordar com elas. o Aquecer e preparar taticamente o boxeador para que ele seja bem sucedido o Preparar o boxeador mentalmente e se assegurar que ele está calmo e focado (o técnico deve manter suas emoções pessoais sob controle) o Ter o boxeador totalmente preparado para entrar no ringue na hora certa o Certificar-se de que todo o equipamento necessário foi trazido para a lateral do ringue (toalha, garrafas de água, pacote de gelo) Durante a luta o A segurança do boxeador deve ser uma prioridade durante todos os estágios da competição. Se o boxeador estiver em perigo o técnico deve se sentir confiante o suficiente para parar o combate. o Deve orientar o boxeador durante a luta assim como sobre o que está acontecendo e dar a ele os conselhos certos e relembrar as táticas e técnicas o tempo todo o Observar o oponente e tomar decisões adequadas. Aconselhar o boxeador em relação às fraquezas físicas, técnicas e táticas do oponente durante a luta o Fornecer a quantidade adequada de água ao boxeador o Manter os boxeadores o mais tranquilo possível o Deve estar ciente das atitudes do boxeador e encorajá-lo com conselhos sensatos o tempo todo Após a luta o Certificar-se que o boxeador está seguro e sadio o Parabenizar o boxeador após a luta o Remover luvas e bandagens no ringue 9 o Acompanhar o boxeador para ver o médico o Se o boxeador for solicitado para teste de dopagem, acompanhar o boxeador até o controle de dopagem. o Orientar o boxeador nos vestiários o Hidratar o boxeador o Dar um tempo para o boxeador se ajustar mentalmente, não importando se ele venceu ou perdeu. o Se o boxeador foi nocauteado ou recebeu golpes severos após ele ter visto o médico no local, ou o técnico ou um membro da equipe ou família do boxeador devem manter o boxeador em observação pelas próximas 24 horas. 2.2.3. Papel do Cutman A fim de manter uma harmonia perfeita na equipe, cada membro do time deve estar ciente de seu papel, antes e durante a luta. O Cutman usualmente é um intermediário entre o técnico e o boxeador. Algumas vezes, o Cutman é responsável pelas bandagens antes da luta. Cada Cutman tem sua técnica favorita para assegurar ao boxeador uma proteção máxima de ferimentos durante a luta. Antes da luta o Certificar-se de possuir todo o equipamento necessário e produtos requisitados para o tratamento de ferimentos durante a luta o Preparar-se para enfaixar as mãos dos boxeadores para a luta quando for requisitado pelo segundo o Colocar a quantidade adequada de vaselina no rosto do boxeador o Certificar-se que há gelo e água suficientes para a luta o Colocar luvas médicas por razões de higiene e mantê-las durante a luta Durante a luta o Agir rapidamente do modo adequado o O cutman é muito importante no corner do boxeador conforme ele traz calma, confiança e segurança, no caso de acidentes: Ele está tratando cortes, parando sangramentos e reduzindo hematomas o Fazer o seu melhor para evitar quaisquer pausas prematuras do árbitro ou médico de ringue o Ser capaz de em um curto intervalo de tempo (menos de 1 minuto) estancar um sangramento nasal ou corte no rosto. o Tratar hematomas que possam prejudicar a visão do boxeador 10 o Manter em mente que a integridade física do boxeador deve ser uma prioridade e deve, portanto,ser preservada. o Não pode e não deve ser um expectador da luta, nem tomar o lugar do técnico, mas deve constantemente procurar por potenciais ferimentos. o Na verdade, a antecipação e o tempo de reação devem estar entre os principais poderes do Cutman. Sua posição no corner é estratégica, baseando-se na extensão dos ferimentos, por exemplo, o Cutman tomará posição junto ao técnico dentro do ringue SE necessário. o Não deve considerar-se um médico. Apenas o médico de ringue, devido a sua qualificação médica, pode aconselhar o Árbitro a parar o combate. O material do Cutman O Cutman usa produtos que irão ajuda-lo a parar e reduzir cortes e inchaços o Adrenalina (coagulante) o Vaselina o Todos os produtos adicionais que o Cutman escolher usar devem estar na lista dos produtos autorizados Além disso, o Cutman usa cotonetes, compressas, enswell* e gelo. (nota do tradutor: enswell é a peça de metal fria, comumente utilizada no rosto do boxeador para diminuir rapidamente o inchaço). Sempre está sob a responsabilidade do Segundo, avaliar a importância do ferimento e parar a luta ou permitir sua continuidade. É responsabilidade do Cutman aconselhar o Segundo para parar a luta se ele acredita que a saúde do boxeador está em perigo. 11 Parte 3. Estrutura do Processo de Treinamento na APB 3.1. Plano de treinamento Ciclo de treinamento pré-competição de 10 semanas Treinamento preliminar e plano individual para o boxeador. O plano de treinamento listado abaixo é para uma luta de 12 rounds. Preparação para uma luta de 12 rounds – total 10 semanas (2-6-1-1) Notas de tradução do gráfico abaixo: -moderate: moderado - general preparation: preparação geral - intense: intensidade - specific preparation: preparação específica - intense competition preparation: preparação intensa para competição - Direct preparation: preparação direta - competition period: period de competição - light training: treinamento leve - transition period> period de transição - competition: competição W1 W2 W3 e etc: W vem de week, que quer dizer semana. Fase 1: Duas semanas (preparação geral) Cada dia treinado deve consistir das seguintes sessões: o Sessão matutina (ex: 07:00 – 08:00) – Corrida de 1 hora (exemplo de planejamento de exercício de corrida, consulte o Apêndice 2) o Sessão 2 (exemplo 10:30 – 11:30) – Força e condicionamento e técnicas de boxe (sombra) – 1 hora o Sessão 3 (ex:16:00 – 18:00) – Sessão de boxe - 2 horas Nos intervalos das sessões o boxeador deve ter o descanso apropriado. 12 Condicionamento (Preparação física básica) Força e condicionamento (incluir treinamento com pesos) Trabalho aeróbico (corrida, treino de Rapid Fire work*) o *nota: Sucessivos tiros de corrida na velocidade máxima, intervalados por descansos rápidos) Nutrição Trabalho no ginásio utilizando equipamento de boxe apropriado o Circuito/velocidade em circuito de treinamento o Sparring (usando a estratégia desenvolvida para a competição) o Sacos de pancada e equipamento de trabalho o Fundamentos básicos e técnica o Treino de velocidade Velocidade das mãos Movimentação no ringue Boxeadores + Atitude mental dos Técnicos FASE 2 – SEIS SEMANAS - INTENSIFICAÇÃO Cada dia de treinamento deve consistir das seguintes sessões: -Sessão matutina (ex: 07:00 – 08:00) – Corrida de 1 hora -Sessão 2 (exemplo 10:30 – 11:30) – Força e condicionamento e técnicas de boxe (sombra) – 1 hora -Sessão 3 (ex:16:00 – 18:00) – Sessão de boxe - 2 horas Nos intervalos das sessões o boxeador deve ter o descanso apropriado. - Corrida de Resistência – melhorar o sistema cardiovascular A primeira semana deve ser de corrida de distância apenas para ajustar o conjunto do treinamento. Não introduzir velocidade durante a primeira semana. A segunda semana introduz o treino intervalado que inclui o seguinte: - Saco de pancada e sombra, manoplas, boxeador a boxeador, manoplas entre técnico e boxeador. As práticas e os assuntos podem ser discutidos durante a sombra, o saco de pancadas e o sparing. Debater a prática da combinação de golpes, trabalho de pés, movimentações e posição defensiva das mãos 13 Equipamento de Boxe Trabalho de força Sparring técnico e prática com parceiro de sparring (não sparring livre ou aberto) Táticas básicas (análise do desempenho, estudo de filmes, posição dos oponentes, análises de vídeo) Exercícios de técnica Fase 3 – Duas semanas - período de intensidade final do treinamento Na nona semana, cada dia de treino deve consistir das seguintes sessões: -Sessão matutina (ex: 07:00 – 08:00) – Corrida de 1 hora -Sessão 2 (exemplo 10:30 – 11:30) – Força e condicionamento e técnicas de boxe (sombra) – 1 hora -Sessão 3 (ex:16:00 – 18:00) – Sessão de boxe - 2 horas Nos intervalos das sessões o boxeador deve ter o descanso apropriado. Fase 4 – Período de competição Décima semana: treino leve na semana final deve incluir sombra, trabalho com equipamento e manoplas. Nada de exercícios de força e condicionamento e nada de sparring. Corridas de velocidade de curta distância. Fase 5 – Período de Transição O boxeador precisa ter uma semana de descanso. Nos 3 primeiros dias de descanso após a luta, o boxeador deve manter-se. O boxeador precisa fazer caminhadas longas e leves, consultar-se com um fisioterapeuta e fazer jogging leve no final da semana. No domingo, após a semana de descanso, o boxeador precisa voltar aos treinos. No intervalo entre dois ciclos de treinamento durante o período de manutenção o boxeador deve se concentrar em seu bem estar geral (estilo de vida). 14 O plano de treinamento e o período de transição devem ser adaptados pelo técnico dependendo da duração do combate. Como exemplo, veja abaixo planos de preparação para lutas de 6 e de 8 rounds. Preparação para uma luta de 6 rounds – total 6 semanas (1-4-1-) *nota: vide a tradução nas notas do tradutor de fls. 12. Preparação para uma luta de 8 rounds – total 8 semanas - (2-5-1) 15 3.2. Plano de treinamento, exemplo da Semana 4 (segunda semana do período de intensidade) hora Segunda terça quarta Quinta sexta Sábado dom 07:00 Corrida de distancia 8km em 40’ -Aquecer jogging 1,6 km -3 r de 3’ por 1’ em corrida de aceleração - resfriar: Corrida leve 800 metros -1,6km jogging p/ aquecer - Sprint/tiro -corrida intervalada com aumento e decréscimo do esforço 4 x 200 m em 40 segs por cada 200m e 2 x 60m na máxima velocidade = 1 série 4 séries com 1’ descanso entre series 800 metros resfriamento - aquecimento 10 minutos - jogging leve Jogging 1,6 km 8 séries de 400 metros em 90 segundos com 400 metros de descanso Corrida leve , Opcional No ] momento Des Can so 10:30 força e cond. - 10’ aquecer - sombra técnica (5 rounds de 3’ por 1 descanso - sombra com força e para condicionamento Sessão de força e condicionamento usando força do corpo - 10’ aquecer - pés de chinelo, flexões e abdominais - resfriamento - alongamento (ou sombra) 3 x 3’/1’ pad work ou manopla resfriamento Sessão de força e condicionamento Aquecer 10’ Medicine ball Trabalho de resistência Treinamento com pesos resfriamento Aquecer 10’ 5x3’x1’ sombra resfriamento descanso Des Can so 16:00 Sessão de boxe: -aquecer 10’ -10’ pular corda p aquecer e 1 min de descanso -2 r de 3’ de sombra no espelho (combinações e movimentos) - 1’ descanso - 4 r de 3’/1’ de sparring técnico com parceiro Sessão de boxe - 10’ aquecer - 8x3’ por 1’ de descanso trabalho saco pancada/manoplas com técnicos e instrutores e 1 minuto de descanso - circuitode velocidade: 4 r de 3’ por ‘ - resfriamento - alongamento - 10 ‘ aquecimento - sparring técnico: 4 r de 3’ por 1 ‘ - sparring livre: 4r de 3’x1’ - 2 r de 3 ‘ por 1 ‘ desc saco de pancadas: movimentação e combinações - 15 min trabalho de chão: abdominais, core abdominal, agachamentos e flexões - resfriamento -10’ aquecimento (combinação e movimentos) técnico ’ sparring livre Aquecer 10’ 4rx3’x1’ manoplas 6rx3’x1’ saco pancadas pesado (movimentações e combinações) 2rx3’x1’ circuito de velocidade 5’ corda resfriamento descanso Des Can so 22:00 recomendado Ir para A cama Nesse horário 16 3.3 Plano de treinamento exemplo da semana 9 (2 semanas antes da competição) hora Segunda terça quarta Quinta sexta Sábado dom 07:00 Aquecer 10’ Corrida de 36’ em ritmo bom, dependendo da habilidade do atleta -10’ aquecer -corrida intervalada: 4 séries de 3’ de corrida por 1” descanso - alta velocidade - resfriamento Aquecer 10’ Corrida em subida, com tiros intervalados 4x60m 4x40m Correr 10’ esfriar - aquecimento 10 minutos - corrida de 4 milhas (*ou 6,43km) - resfriamento 10’ aquecer Corrida de tiro de costas 4x40m 4x60m 4x30 6’ corrida resfriamento descanso Des Can so 10:30 - 10’ aquecer Força e condicionamento: 10 exercícios de 10 repetições em 3 séries com 1’ descanso nos intervalos. Alterar grupos musculares, exemplo, arrancadas, elevações, agachamentos Sombra 3rx3’x1’ Aquecer 10’ Força, condicionamento e flexibilidade – medicine ball, elásticos 8x(3x(1’trabalhox30’’ descanso) Após 4 exercícios com 1’ descanso Resfriar Alongar Sessão De Alongamento Aquecer 10’ Força e condicionamento – resistência corpo, pernas braços peito (5x(3x(8rep+40’ descanso) Sessão De alongamento descanso Des Can so 16:00 Corda 10’ Aquecimento 10’ Sparring livre 10rx3’x1’ Resfriamento Alongamento - 10’ aquecer -manopla 6rx3’x1’ de descanso Saco pancadas: 4rx3’x1’ Sombra 2rx3’x1’ descanso Corda 6’ Trabalho de chão - alongamento - 10 ‘ aquecimento - sombra: 2 r de 3’ por 1 ‘ - saco pancadas 10r de 3’x1’ - intensidade 10’ - trabalho de chão - alongamento -10’ aquecimento 4’ x 3’/1’ de sombra Manopla 6 x 3’/1’ Saco pancadas 2r de 3’x1’descanso 10 minutos de intensidade Trabalho de chão Alongamento Aquecer 10’ Sparring livre 12x3’trabalho/1’descanso Resfriamento Alongamento descanso Des Can so Obs: Manoplas, saco, sombra = trabalho ritmado Obs: Plano de aquecimento: adaptar antes de cada sessão de treino 3.4. – Plano de treinamento – exemplo da 10ª semana (ou 1 semana antes da competição) hora Segunda terça quarta Quinta sexta Sábado dom 07:30 Aquecer 10’ Corrida de 3 milhas em ritmo elevado -aquecer 1 milha -corrida tiro de costas 3tirosx30metros 3x40m / 3x60m 1x80m - resfriamento Aquecer 10’ Corrida de duas milhas, intervalo; ritmo bom resfriar Descansar Caminhada leve 30’ Dia da pesagem CAFÉ DA MANHÃ: Cereais; mingau de aveia;frutas;torradas Caminhar 30’ Des Can so 10:30 - 10’ aquecer Alongar Sombra tática 3rx3’x1’descanso Aquecer 10’ Força e condicionamento leves, de 30’ Alongar Descanso Caminhada leve 30’ Almoço Arroz/arroz integral/ frango/peixe/salada Sem comida apimentada Sem pele de frango 16:00 Aquecimento 10’ Corda 10’ Manopla 6rx3’x1’ Saco 2ex3’x1’ Resfriamento Alongamento - 10’ aquecer -manopla 6rx3’x1’ de descanso Saco pancadas: 4rx3’x1’ Sombra 4rx3’x1’ descanso Corda 6’ Trabalho de chão leve - alongamento - 10 ‘ aquecimento - manopla: 6 r de 3’ por 1 ‘ - sombra 2r de 3’x1’ - corda 6’ - alongamento Caminhada leve 30 minutos 16 horas: pesagem oficial Hidratar-se Jantar: Arroz integral / frango / peixe / salada Nada de comida apimentada E sem de pele de frango 21:00 competição 12ex3’x’ Obs: Todo trabalho de sparing: não duro, apenas trabalho de velocidade 3.5. Imediatamente, ou logo antes da competição 70’ antes: trocar de roupa 1 hora antes: bandagens/mãos (25 a 30 minutos) 30’ antes: aquecimento lento – alongamento (escolher lugar, repetição do trabalho de sombra por 30’, etc) 15’ antes da luta: luvas, manoplas leves (5’=4/5 vezes x 30’’ trabalho) 10’ antes da luta: 5’ manopla x 30’’ rápido 5’ antes da luta: sombra (2x(30” trabalho x 1’ descanso) 2’ antes da luta : descanso e concentração totais Luta APB Manual dos Técnicos – 19 PARTE 4: METODOLOGIA DE TREINAMENTO 4.1. Dez princípios (ou fundamentos) do treinamento: Resposta individual – atletas respondem diferente ao mesmo treinamento. Hereditariedade, dieta, sono e outros fatores ambientais e pessoais influenciam a habilidade do atleta e sas atitudes em relação ao treino Adaptação – mudanças rápidas ocorrem no corpo conforme ele se adapta às demandas adicionais impostas pelo treinamento. Melhoras cardiovasculares, ganhos em força muscular e resistência, etc. Sobrecarga – o treinamento deve ter uma exigência de sobrecarga no sistema corporal para que melhorias venham ocorrer. Conforme o corpo se adapta à carga aumentada, mais carga deve ser adicionada Progressão: para sentir as adaptações simuladas pelo princípio da sobrecarga, o treinamento deve ser progressivo. SE a carga de treinamento é aumentada muito rápido o corpo não consegue se adaptar e vai colapsar. Um controle cuidadoso das cargas de treinamento assegurará um taxa de sucesso estável e irá evitar os perigos do overtraining Especificidade: como um esporte anaeróbico, o treino de boxe deve se concentrar no fitness anaeróbico. Foco em treinos de curta duração. No tempo gasto em corridas de longa distância é improvável melhorar o desempenho Variações – programas de treino devem ser variados para manter o interesse do s atletas e evitar o tédio. O conceito de tabalho/descanso e fácil/difícil são as bases do princípio da variação. Aquecimento e resfriamento – todo trabalho físico deve incluir tempo para se aquecer e tempo para resfriar. O aquecimento reduzirá o risco de ferimentos. O resfriamento ajudará o corpo a remover impurezas geradas durante o treinamento e retornar o corpo a condição normal. Treinamento de longo prazo – atletas experimentam efeitos de longo prazo pela regularidade e sobrecarga progressiva de seu sistema corporal. Técnicos devem ser pacientes e monitorar o progresso de seus atletas. Evite forçar muito, ou muito rápido, ou muito cedo. Pesquisas mostram que atletas campeões treinam 8 anos antes de alcançar o pico. Reversibilidade – a adaptação estimulada pelo treinamento é reversível. Quando um atleta para de treinar, ele gradualmente perde suas qualidades fisiológicas que mantinham seu desempenho esportivo. Os técnicos devem criar programas de treinamento que mantenham a boa forma adquirida ao longo do ano, especialmente fora de temporada. APB MANUAL DOS TÉCNICOS – 20 Moderação – o sucesso em longo prazo é obtido através da moderação de todas as coisas, incluindo o treinamento. Manter o treino dentro do possível. Dar aos atletas a chance de comparecer a compromissos familiares, cumprir as tarefas escolares e manter relações sociais. Nada irá mandar o atleta para longe de um esporte mais rápido do que uma ênfase muito acentuada no condicionamento físico. 4.2. – Preparação GeralO técnico deve preparar o boxeador para lutas longas. O boxeador deve alcançar o nível de boa forma que tornará possível a ele boxear durante toda a duração da competição e levar à cabo suas técnicas e táticas durante uma luta de 12 rounds. O técnico deve concentrar-se numa maior intensidade de treinamento que inclua resistência, energia no treinamento e treinamento mental. Isto significa mais treinos intervalados e mais repetições. O técnico deve ter um bom conhecimento e uma boa compreensão das cargas de treinamento para o boxeador e adaptar a agenda de treinamento e cargas de modo apropriado. 4.2.1. Treinamento Intervalado: É aconselhável que o boxeador faça 3 corridas intervaladas por semana que se misturem com corridas em subida e de distância em dias alternados (veja o apêndice 3). Embora a maioria dos treinos intervalados seja feita nas pistas, é aconselhável que a corrida na grama e corrida em colina (subida) seja inclusa. Em alguns desses trabalhos, um cronômetro é necessário, mas em muitos segmentos um relógio não é necessário. Intervalos são uma série de corridas onde as taxas de distância e velocidade são predeterminadas, num ritmo geralmente mais rápido do que o de atletas em trabalho normal de corridas de distância. Cada corrida de velocidade é alternada com períodos quilometrados de jogging leve ou caminhada. O uso apropriado do trabalho intervalado, inquestionavelmente aumentará o desenvolvimento cardiovascular e a histamina do atleta. Os intervalos da técnica “pare-continue” permitirão ao atleta ir mais longe e mais rápido que numa sessão de trabalho sem variações. A sessão de corrida do atleta deve ser desenvolvida para incluir (continua na próxima página).... MANUAL DOS TÉCNICOS APB -21 (...) corridas de distância, trabalho ritmado e de velocidade, que pode variar de 50 jardas (=45 metros) até 5 milhas (8km). Cada sessão será planejada como sendo a distância (número total de milhas que o atleta pode completar); tempo de recuperação e tipo (jogging ou caminhada); tempo de recuperação e regulação dos níveis de pulsação; número de intervalos realizados e taxa de intensidade. (os esforços de corrida nos segmentos de sprints ou tiros, por exemplo, deve aumentar a frequência cardíaca do atleta para, pelo menos, 180 batidas por minuto. O coração então tem 90 segundos para voltar ao nível mínimo, de 120-125 batidas por minuto. Se o atleta está em forma eo tempo de recuperação requerido for maior que 90 segundos, isso significa que o esforço individual foi muito grande ou a distância muito longa. Algumas vezes, atletas em forma não necessitam 90 segundos de recuperação. Nestes casos, o atleta deve começar a correr assim que sua frequência cardíaca tenha alcançado o mínimo de 120-125 batidas por minuto. Esses exercícios aumentarão a habilidade do atleta em competir com falta de ar, forçar seu corpo até um estado de fadiga e melhora a habilidade de adaptar um ritmo rápido no ringue, por conta de seu conhecimento de sua resistência medida. As distâncias intervaladas usuais são de 50, 100, 200 e 400 metros. É importante que todos os intervalos sejam feitos no mesmo ritmo. Isto significa que o atleta deve controlar os intervalos iniciais, a fim de que mesmo que os intervalos finais sejam difíceis, a manutenção do ritmo ainda deve permitir a conclusão de cada treino. Compreendendo o treinamento intervalado 1. Após utilizar um período de preparação de treino aeróbico de corridas de longa distância para condicionar o atleta até um ponto onde suas forças físicas tenham alcançado um nível que permita a ele lidar com o trabalho intervalado, o técnico deve começar a usar um bem planejado programa de corrida anaeróbico, que desenvolverá as forças do atleta a um nível competitivo. 2. A premissa geral é adaptar o corpo a quantias substanciais de estresse físico, usando uma série de corridas curtas com distâncias e tempo predeterminados pelo técnico. 3. Conforme os níveis de força e histamina do atleta aumentam, o programa é reajustado para manter o estresse em sintonia com os ganhos físicos do atleta. Este treinamento continuará até que a boa forma corporal eleve-se bem acima do nível competitivo. 4. Estes tipos de exercícios de estresse podem ser programados dentro do treinamento do ginásio, usando equipamentos tais como sacos de pancada, cordas de pular, medicine balls e etc. A mesma teoria é usada APB MANUAL DOS TÉCNICOS 22 assim como ocorre no programa de corrida. Períodos de stress de resistência rápida em curtos regimes construirão força muscular e cardíaca. Vantagens do Treino Intervalado 1. Mais trabalho pode ser alcançado em um curto período de tempo 2. Programas podem ser criados para s encaixar em cada necessidade individual do atleta e níveis de estresse 3. O programa desenvolve tanto o sistema cardiovascular quanto força muscular 4. O técnico tem total controle físico e visual de cada exercício e pode fazer adaptações conforme requerido. O treino intervalado envolve 1. A distância envolvida ou a sequência de treinamento 2. A velocidade ou tempo de cada 3. O número de repetições 4. A duração da recuperação Coisas para relembrar 1. Cada atleta é fisicamente diferente. O que é bom para um pode não ser para outro. 2. Cada cronograma de treino do atleta deve ser desenvolvido acerca de suas habilidades individuais. 3. Tentar manter o exercício suave e confortável. Lembre-se que o atleta está treinando, não numa corrida. 4. O objetivo é aumentar a boa forma do atleta sem que ele perca o interesse no trabalho. Mantenha o programa divertido. 5. Mantenha o nível de trabalho no ritmo ou ligeiramente mais rápido que o nível de resistência necessária para completar o tempo de competição. 6. Durante o exercício, o atleta deve: a. Manter o nível de energia alto b. Manter um alto nível de interesse c. Evitar exagerar no exercício, se ferindo ou ficando enjoado. d. Estabelecer metas alcançáveis e manter esses níveis quando eles forem alcançados 7. O resultado de um treinamento intervalado apropriado não será apenas físico, mas com a boa forma também virá uma boa atitude competitiva e confiança. 8. A perseverança mental desenvolvida não pode ser equalizada. É a combinação da perseverança com as habilidades do atleta que irá prduzir campeões. MANUAL DOS TÉCNICOS APB - 23 4.2.2. Força e Condicionamento A força de todo o corpo e o trabalho de condicionamento são fundamentais para o boxeador moderno – isso inclui o treinamento de todos os aspectos e áreas, tais como; a força da parte abaixo da cintura é importante para melhorar o poder dos socos e sustentar pernas mais fortes para corrida; a parte superior do corpo adiciona resistência ao boxeador para absorção de golpes, melhora o trabalho interno. Sobre ganho de massa muscular, é um processo muito duro e, portanto, o pensamento histórico de que você ficar “grande”, fazendo pesos, é fallho. Mantendo baixas repetições (abaixo de 6 repetições) num trabalho de força com pesos ajudará a reforçar isso. Para força do core, não é apeans sobre abdominais – os músuclos do core precisam de pesos extras para se tornar mais fortes...assim como todos os músculos precisam. O condicionamento e o ritmo de trabalho são mais fortes no novo estilo de boxear, especialmente WSB e APB. Melhore-os, fazendo diferentes circuitos que envolvam o boxeador ter de repetir esforços de alta intensidade, não apenas com o peso corporal, mas com exercícios de movimentação com pesos apropriados. Encontrar maneiras de tentar e prevenir ferimentos é a chave - o boxeador só pode usar esse talento se ele está em forma e com saúde. Uma boa forma e condicionamento geral visa criar um atleta mais completo no todo, para que os técnicos possam desenvolvê-lo num melhor boxeador. (Exemplo de plano de treinamnto, ver no Apêndice 4)4.3. PREPARAÇÃO ESPECÍFICA 4.3.1. Técnica Em princípio, os técnicos são os mesmos que na AOB. No APB o técnico deve por mais estgresse no seguinte: AS luvas são menores, portanto, os golpes podem ter mais impacto. O técnico deve por mais ênfase na defesa com o movimento e posicionamento da mão. MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 24 O boxeador precisa se mover para dentro para golpear e para fora para defender. O boxeador não deve se posicionar na mesma posição por muito tempo ou receberá muitos golpes. O boxeador deve procurar retornar os golpes (contragolpear) do oponente. O boxeador deve procurar desviar dos golpes, por exemplo, o boxeador pode desviar de um jab com um pequeno movimento de cabeça e contragolpear com um uppercut. O boxeador também pode bloquear golpes a retornar golpes se estiver na posição correta e o boxeador pode também aparar os golpes. A finta é uma parte importante no boxe, onde se pode enganar ou induzir em erro o oponente, fingindo um golpe enquanto joga outros golpes fortes. A finta é necessária para atrair o oponente para uma posição vulnrável. Isso dá uma vantagem ao boxeador. O técnico deve se focar na força dos golpes. O boxeador deve finalizar a combinação com um golpe real (não fintado). Nem todos os golpes devem ser poderosos. O boxeador precisa ter suas luvas erguidas quando entra em contato com a cabeça do oponente ele precisa se mover para o lado e ser evasivo para proteger-se da cabeça e dos golpes do oponente. 3.2. TÁTICA O técnico precisa fornecer um plano para o boxeador e um programa de treinamento para preparar o boxeador para combater as forças do oponente e levar vantagens nas fraquezas dele. É importante assistir com o boxeador filmes das lutas do oponente e criar um plano baseado nas táticas para derrotar o oponente. Um estudo recente mostra que boxeadores que estão cientes do estilo do oponente tem melhores resultados. O técnico deve então encontrar o parceiro correto de sparring ou parceiros que se igualem com o estilo do oponente para ser taticamente bem sucedido. Um parceiro de sparring parecido no estilo do oponente ajudará o boxeador a se preaprar adequadamente para o oponente. O técnico deve trabalhar junto com o boxeador, desenvolvendo as táticas / estratégia. MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 25 4.4. Preparação mental e psicológica O técnico precisa passar confiança ao boxeador. O boxeador não estará 100% comprometido se ele não tiver confiança nele mesmo ou em seu técnico e em seu programa de treinamento. O técnico sempre deve da mais importância às forças do boxeador e às fraquezas do oponente. O técnico nunca deve ter uma atitude negativa em relação ao boxeador e deve se focar no potencial do boxeador. O técnico deve desenvolver as habilidades mentais do boxeador o tempo todo, durante os treinamentos. O técnico deve também mostrar ao boxeador, durante o treinamento, exemplos de como o boxeador poderá vencer a luta. É útil fazer a revisão em vídeo juntos e elogiar o boxeador por seu desempenho (em treino e em competição) APB MANUAL DOS TÉCNICOS - 26 Sparring na APB A agenda de sessões de sparring deve ser ajustada pelo técnico de modo a adequar o treinamento à duração do combate. Para lutas mais curtas é necessário menos sessões de sparing. O exemplo a seguir é um plano de uma luta de 12 rounds Semana 1 Sem sparring Semana 2 Sparring técnico (não mais de 6 rounds) durante as sessões da parte da tarde Durante o sparring técnico o boxeador precisará praticar os seguintes temas: Combinações e defesas de boxe Contra golpes Estágios a incluir o Ofensivo (combinações, posição das mãos, antecipação dos golpes, movimentação) o Defensivo (contra golpes, bloqueios, desvios e aparar golpes, movimentos defensivos) o Trabalho corporal e ofensivo por dentro Sem 3 /4 Sparring intenso de 6 rounds (e vezes durante a semana: segunda, quarta e sexta) Semana 5 Dois sparrings intensos de 8 rounds (exemplo, segunda e sexta) e um sparring de 6 rounds (por exemplo, na quarta) Semana 6 Sem sparring Semana 7 3 sessões de sparring de 8 rounds Semana 8 Semana 9 Imitação da luta. Um sparring de 10 rounds no início da semana e um de 12 rounds no final da semana Semana 10 Sem sparring, pois é semana de competição APB MANUAL DOS TÉCNICOS – 27 PARTE 5 – ASPECTOS MÉDICOS 5.1. Nutrição 5.1.1. Fatores nutricionais O tipo, a quantidade e o intervalo entre o consumo de comidas e bebidas pelos atletas terá um papel chave no desempenho e na adaptação ao estresse do treinamento. Por via de regra, não existem alimentos bons ou ruins, apenas dietas ruins. Que são nutrientes? – proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais Os nutrientes suprem o atleta de energia e dá a solidez necessária para o corpo crescer, restaurar tecidos danificados e regular o metabolismo. Os atletas devem encontrar o equilíbrio correto dentro de sua dieta que forneça os nutrientes necessários para energia e recuperação nos treinos e em competição, a fim de manter um sistema imunológico forte e prevenir a fadiga e o overtraining. A dieta é ainda mais crítica para o desempenho dos boxeadores que também querem subir de peso. Vitaminas e minerais não fornecem energia, mas são necessários para ajudar no uso de energia pelo corpo e no metabolismo. Os atletas geralmente obtém vitaminas e minerais de uma dieta balanceada, contudo, pode ser necessária a suplementação durante períodos de fabricação de peso. 5.1.2. Funções dos nutrientes: Proteínas: grandes quantidades não são necessárias para manutenção da massa corporal (1,2 a 1,6 gramas por quilo de massa corporal por dia). A ingestão de quantidades maiores pode ser necessária durante períodos de ganho de peso (hipertrofia), ou para reduzir a ruptura muscular (atrofia) durante a fabricação de peso e é necessário quando o corpo está infectado, ferido ou com outro tipo de estresse. Carboidratos: Eles são essenciais para um desempenho de alta intensidade e se consumido nas quantidades corretas no período certo para suportar o treinamento, não causará um indesejável aumento de peso. MANUAL DOS TÉCNICOS APB - 28 Os carboidratos normalmente são responsáveis por 50% da quantidade obtida de energia do atleta e boxeadores devem focar em alcançar entre 4 a 10 gramas por quilo de massa corporal por dia, dependendo da carga de treino. Gorduras – importantes para fornecer um número de ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis. Os atletas devem focar em obter fontes suficientes de ômega- 3 em comidas ricas nisso, na dieta semanal. Fibras – Importantes para regular a movimentação intestinal e promover saciedade (grãos integrais, pão, feijão, uvas, pipoca, favas secas, farelos de cereais, cenouras) Vitaminas- não contém calorias ou energia, mas são necessárias para um elevado número de funções corporais. Eals auxiliam na conversão dos carboidratos, gorduras e proteínas em energia, ajuda a resistir a infecções e ajuda na absorção de cálcio e ferro. Minerais – funcionam como construtores, ativadores, regulando transmissores e controladores. Exemplos: o Ferro - componente essencial do sangue o Cálcio/ fósforo - componente principal dos ossos e dentes o Enxofre – importante componente da proteína. Os minerais são compostos de enzimas e hormônios que auxiliam na limpeza do sangue, contração muscular e equilíbrio do líquido corporal. APB MANUAL DOS TÉCNICOS - 29 5.1.3. – Nutrientes energéticos NUTRIENTE FONTE FUNÇÃO PROTEÍNAS Carne, peixe, frango, leite, ovos, ervilhas e feijões secos, amendoim e outros grãos Construir massa para o crescimento, reparar tecidos corporais danificados,ajudar na produção de hormônios, enzimas e anticorpos GORDURAS Mantega, margarina, lite integral, ovos, carne e queijos Amortecer e proteger os órgãos, ajuda na regulação da temperatura corporal, fornece ácidos graxos CARBOIDRATOS Açúcar, mel, pão, massas, macarrão, arroz, ervilhas e feijões secos ou desidratados Principal fonte de energia para trabalhos de alta intensidade, manutenção das funções corporais normais e metabolismo 5.1.4. Dieta Balanceada 10%-15% de gorduras 65% - 75% de carboidratos 15%-20% de proteínas 5.1.5. Proporção entre alimentos ingeridos 2 porções de carne, ave ou peixe 2 porções de frutas e vegetais 5-10 copos de água 2 porções de queijo e leite Incluir potássio MANUAL DOS TÉCNICOS APB - 30 5.1.6. – Desidratação Fatos sobre a desidratação A água compõe mais de 50% do peso corporal. A perda tão pequena quanto 2% do peso corporal já restringirá o desempenho do atleta A hidratação fornece os meios nos quais as reações químicas ocorrem Serve como um componente do sistema de resfriamento do corpo. A desidratação aumenta o estresse cardíaco e dos vasos sanguíneos. Leva muitas horas para substituir e alcançar um equilíbrio na hidratação Não use tabletes de sal o Podem irritar o estômago o Podem causar diarreia o Aumentam a desidratação A desidratação pode causar ataque cardíaco. Sinais de um ataque cardíaco são os que seguem: o Temperatura aumentada, dores de cabeça, cólicas o Aumento na pulsação, fraqueza, desmaio Não se exercite em roupas de borracha ou plástico Fique longe de saunas e salas de vapor Diminuir a desidratação Usar roupas leves e soltas durante os exercícios Agendar descansos e pausas para água Substituir roupas molhadas por roupas secas para promover o resfriamento por evaporação. 5.1.7. Dicas para fabricar peso O limite de ganho de peso entre lutas é aproximadamente 5% do peso limite. Planejar as metas de peso com antecedência e mantê-las por um período de 5-6 semanas. Limitar a perda de peso a não mais que meio quilo por semana. Quanto menos, melhor. Qualquer perda acima de 0,5 kg por semana limitará sua habilidade de se recuperar do treinamento, reduzir sua função imune e o risco de lesão da massa muscular. APB MANUAL DOS TÉCNICOS – 31 O objetivo durante esta fase é queimar gordura corporal e manter massa muscular. Reduzir a ingestão de carboidratos para 500 kcal por dia fará alcançar isso sem dificuldade. Manter uma boa ingestão de proteínas de 1,5 a 2 gramas por quilo de peso corporal por dia irá ajudar a preservar a massa muscular e ajudar na recuperação muscular após o treinamento. Aumentar o consumo de frutas e vegetais durante essa fase pode ajudar a reduzir o apetite, aumentar a ingestão de fibras, vitaminas e antioxidantes. Limitar desidratações perigosas para não mais que 2% a 3% do peso limite., Evitar o uso de saunas, plásticos e exercícios em ambiente quente. Apenas considerar a desidratação nas últimas 12-24 horas! Manter-se desidratado antes desse período (p. exemplo, 1 semana antes da competição) não irá apenas limitar sua habilidade de treinar apropriadamente e queimar gordura. O deixará fatigado e correndo o risco de ficar doente e lesionado! 5.1.8 Após a pesagem Após a pesagem, a reidratação é a primeira prioridade. Consumir imediatamente MEIO LITRO de fluído que contenha algum tipo de concentração de alto índice glicêmico de carboidratos e eletrólitos. Dar pequenos goles, devagar, em mais uma quantia de MEIO LITRO pela próxima hora. Se os boxeadores se desidratarem seriamente deve-se conceder uma hora para reidratação antes do consumo de qualquer alimento sólido. Não fazer farra ou se embebedar ou superaquecer após a pesagem, isto apenas o deixará inchado, sentindo-se lento e pesado. Seu corpo só pode absorver bastante comida e bebida, o resto é “peso morto”! Comer porções pequenas e frequentes a cada 3 horas. Alta em barboidratos, com proteína moderada e baixa em gordura. Continue dando golinhos em líquidos durante o dia para matar sua sede. Continue adicionando eletrólitos se foi desidratado significativamente. Levante cedo no dia da luta e saia para uma caminhada mesmo antes ou depois do café para tomar um sol, ajustar o relógio biológico se necessário e estimular o apetite. Continue com sua rotina normal durante ambos os dias. Consumindo regularmente porções pequenas de comida e golinhos de líquidos para matar a sede e manter-se hidratado. Nessa altura, você não está comendo apenas para elevar a taxa de açúcar no sangue e armazenar carboidratos para o fígado, satisfaça seu apetite e sinta-se bem. Os boxeadores devem evitar comidas gordurosas ao longo do dia. MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 32 A última refeição antes da luta deve ter como foco principal o baixo a moderado consumo de carboidratos de índice glicêmico nas 3 a 4 horas antes de soar o sino. As horas finais o foco deve retornar para pequenas porções de fluídos e um consumo de bebidas ou lanches com carboidratos de alto índice glicêmico. 5.2. – Ferimentos As causas mais frequentes de ferimentos são: Golpes precisos Golpes incorretos ou involuntários (golpe na cabeça ou cotovelada) Movimentos inapropriados (torcer os tornozelos, joelhos) Equipamento incorreto (calçados de má qualidade, protetor bucal mal adaptado) Má forma física 5.2.1. Diferentes ferimentos Ferimentos mais frequentes. Cortes o Sobrancelha o Pálpebra o Maçã do rosto (*nota do tradutor, osso malar ou zigomático) o Couro cabeludo o Testa o Lábios superiores e inferiores o Nariz o Tímpano rasgado o Descolamento de retina Hematomas (a seguir os mais frequentes hematomas encontrados no boxe) o Osso frontal (*nota do tradutor: osso da frente do crânio, acima da testa). o Ouvido externo o Osso malar ou zigomático ou maçã do rosto o Subdural e epidural (*nota do tradutor: são hemorragias iniciadas em locais diferentes da cabeça, mas ambas são hemorragias cerebrais) MANUAL DOS TÉCNICOS APB - 33 AVISO: Este hematoma é muito severo e pode comprometer o bem estar do boxeador. É importante sempre identificar este tipo de hematoma o mais cedo possível. o Outros hematomas Fraturas o Nariz o Mandíbula (observar também a tensão na mandíbula) o Costelas (fratura, rasgo na musculatura entre as costelas) o Mãos 5.3. – Prevenção a ferimentos A fim de prevenir ferimentos, o Cutman deve fazer o que segue: Aplicar vaselina no rosto (pálpebra, ouvidos e bochechas) Enfaixar as mãos corretamente ajuda a prevenir lesões nas mãos Massagear o boxeador irá ajudar a mantê-lo aquecido e preparar os músculos para o esforço e reduzir ainda mais o risco de lesões musculares. A massagem deve ser feita paralelamente ao aquecimento do boxeador, e vem como um adicional ao aquecimento clássico. 5.4. – Tratamento de ferimentos É importante ter em mente que todos os ferimentos devem ser considerados importantes e devem ser tratados tão logo apareçam. 5.4.1. – Cortes Usar diferentes tamanhos de cotonetes e gaze de acordo com o tamanho da abertura do corte (cortes maiores e mais fundos) Limpar a área ao redor do corte com uma toalha úmida antes de tratar a ferida MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 34 Quando aparecer um corte, o produto a ser usado é Adrenalina 1/1000. o Em cortes visíveis: A Adrenalina deve ser aplicada com pressão constante na ferida. Favor repetir o mesmo método para cortes grandes. Aplicação pressão conforme o caso. Para um sangramento nasal, é bom usar Adrenalina porque ela irá parar o sangramento. o 10 segundos antes do início do round, tirar a pressão do corte e aplicar vaselinao Repetir o processo durante todo o intervalo de 1 minuto entre os rounds. É necessário levar o boxeador ao médico para dar pontos no máximo uma hora após o final da luta. Também é necessário enfaixar os cortes antes de ir para o hospital, a fim de diminuir o risco de infecções. Não colocar água ou líquidos no corte e não permitir ao boxeador tomar banho antes de dar os pontos no corte porque o banho amolece a pele e isso não é recomendado para quem vai levar pontos ou ser costurado. Por favor, tenha em mente que existem certas áreas no corpo que são mais delicadas (como as pálpebras). Assim que uma ferida é notada na pálpebra próxima ao olho e a córnea, o Cutman deve informar o Segundo sobre a severidade do ferimento. É importante compreender a diferença entre um corte na sobrancelha que pode ser consertado e um ferimento próximo a pálpebra que deve ser tratado para o bem estar do boxeador e de sua visão. Será responsabilidade do segundo decidir se o corte pode ser ou não tratado e agir de acordo. 5.4.2. – Hematomas Hematomas podem ser controlados com a ajuda do equipamento do Cutman assim como o enswell (bimetálico). O enswell deve estar recém retirado do gelo para reduzir o hematoma. É bom aplicar uma leve pressão no hematoma a fim de permitir que o frio se espalhe pelo hematoma, evitando perturbar o boxeador durante a luta. Mesmo que o hematoma esteja sob controle, ele não vai parar de inchar. Por favor, lembre-se que o objetivo do Cutman é manter a luta ocorrendo e evitar qualquer interrupção por ferimentos. MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 35 5.4.3. Fraturas Fratura de mandíbula nem sempre é visível. Mas o Cutman será capaz de verifica-la por diversos sinais, tais como: o Veias escurecidas (nem sempre) o A posição da mandíbula (mandíbula aberta) o A fala do boxeador Se o boxeador se queixar de dor severa devido à fratura na mandíbula é tarefa do Segundo informar o médico do problema imediatamente. Fratura no nariz: dependendo da fratura (Aberta ou fratura interna; fratura total ou leve rachadura) o Cutman irá localizá-la pela cor do sangue saidno do nariz. De acordo com a fratura, é necessário usar Adrenalina, pressionando fortemente uma ou outra narina durante 10 a 15 segundos a fim de reduzir ou parar o sangramento. Fratura das costelas: Esta deve ser considerada uma fratura severa. Ela pode vir acompanhada de hematoma e dor severa. Fratura de mão: a fratura não é visível já que as mãos estão protegidas pelas luvas. A informação vinda do boxeador irá ajudar seu corner a avaliar a situação e agir de acordo. Nas fraturas acima, a única fratura que pode ser tratada durante a luta será a de nariz já que o sangramento pode ser parado ou reduzido. A situação terá que ser analisada durante a luta toda. A luta deve ser interrompida se o Cutman acreditar que o bem estar do boxeador está em perigo. A decisão final fica a cargo do Médico. MANUAL DOS TÉCNICOS APB - 36 APÊNDICE 1 BANDAGENS (de acordo com as regras de competição da APB) 1.Uso de bandagens (fita crepe e gaze) As bandagens devem ser colocadas nos vestiários, na presença de inspetores autorizados APB. Os inspetores APB irão assinar diretamente em cima das bandagens colocadas para verificar sua adequação às Regras de Competição APB, 11.2*(*nota: regras serão posteriormente traduzidas, após a tradução deste Manual) 2. Especificações Em todas as categorias, a bandagem deverá ser feita de não mais que 12 (doze)metros por 5 (cinco) centímetros de largura de fita crepe e faixa de gaze e não mais que 2,5 metros de fita cirúrgica com 2,5 centímetros de largura para cada mão. Em todas as categorias, a fita cirúrgica, de não mais de 5 milímetros de largura, pode ser aplicada entre os dedos. A amarração da fita cirúrgica não pode ser aplicada a menos de 2,5 centímetros das juntas das mãos do lutador. O boxeador pode usar essa bandagem conforme ele quiser, contanto que as juntas dos dedos de sua mão não sejam encobertas pela fita cirúrgica. O uso de qualquer substância ou bandagem é proibido 3. Equipamentos de ataduras (para ambas as mãos) Gaze: 3 rolos de gaze de 5centímetros de largura x 4 metros de comprimento Gaze (para o topo da mão e proteção das cabeças dos metacarpos*nota do tradutor: ou nós dos dedos) Fitas: 3 rolos de 2,5 cm x 10 metros 4. Regras gerais de bandagens na APB A grossura da gaze que será colocada nas cabeças dos metacarpos poderá sr decidida pelo técnico e seu boxeador. O espaço da fita entre os dedos a fim de sustentar a gaze não deve ser maior 5 mm. A fita deve cobrir a gaze até 2,5 cm das cabeças dos metacarpos mas nunca mais perto que isso. Uma boa bandagem é garantia de proteção máxima às mãos do boxeador. APB MANUAL DOS TÉCNICOS - 37 APÊNDICE 2 SUGESTÃO INICIAL DE PROGRAMA DE 2 SEMANAS DE CORRIDA E SISTEMA DE GRAVAÇÃO S Semana 1 Semana 2 d 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 S E S S Ã O 30 min cor rer rit mo le ve a me dio 2x15min/ / 3min de Intervalo Ritmo de Corrida Entre Médio e estável 4x8 min/ /2min de intervalo Ritmo de Corrida Estável 3x10min/ /3 min de intervalo Ritmo de corrida Médio a estável 30 minutos Ritmo de corrida fácil para médio 60 Minutos Ritmo de corrida fácil para médio 3x15min/ /3min de Intervalo Ritmo de Corrida Entre Médio e estável 5x8 min /2min de intervalo Ritmo de Corrida estável 4x10min/ 3 min de intervalo Ritmo de Corrida Médio a estável 45min Ritmo De Corrida Entre Fácil e Médio MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 38 Exemplo de folha de registro ou gravação Nome: Data: Tipo da Sessão: (selecione a corrida apropriada aqui) Distância percorrida no bloco (quantidade “x” de milhas ou quilômetros) APÊNDICE 3 SUGESTÃO DE PROGRAMA DE CORRIDA INTERVALADA E SISTEMA DE GRAVAÇÃO EXEMPLO DE UMA SEMANA DE CORRIDA DE INTENSIDADE DIA SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA CONTEÚDO DA SESSÃO CORRIDA INTERVALADA EM PISTA 100 metros de corrida por 100 metros andando. Fazer 5 séries Com 3 minutos de descanso Fazer isso 2x CORRIDA EM SUBIDA –20 minutos. Garantir que a parte mais íngreme da subida seja feita cinco vezes Períodos intervalados 30 segundos de corrida / 15 segundos de caminhada = 6x2 minutos de descanso Repetir isso 5 x Corrida de distância (mileage run) - 3 milhas num bom ritmo. *nota do tradutor: 1 milha é igual a 1,609km ou 1609 metros, 3 milhas, 4.820mtros ou 4,82km) - 3 minutos / por um minuto de descanso x 6 séries Exemplo – folha de gravação Nome: Data: Tipo da sessão: Selecionar corrida apropriada Usar apropriadamente a caixa de gravação abaixo: Tempo a completar: X minutos Distância percorrida X milhas * *(ou km) APB MANUAL DOS TÉCNICOS 39 APÊNDICE 4 SUGESTÃO DE PLANO DE FORÇA DE 10 SEMANAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Objetivo chave Preparação Geral de campo Fase de Preparação Geral Fase de Preparação Específica L U T A Foco Do treinamento Melhorar o nível de Condicio- namento Geral Construir força*, poder** e melhorar o condicionamento geral. *nota do tradutor. Há uma diferença entre força e poder no treinamento esportivo. Poder é definido como a habilidade de gerar uma quantia máxima de força o mais rápido possível. Exercícios que podem desenvolver poder são os pliométricos, como salto em profundidade, saltos laterais e flexões com palmas. **Força é a quantidade de força que um músculo, ou grupomuscular, deve exercer contra uma carga externa. Um teste de fazer apenas uma repetição com força máxima é realizado onde o atleta acessa o maior peso que ele pode erguer do modo apropriado. A velocidade do movimento não é importante quanto se está testando a força. Velocidade e movimentos preparatórios Pontos chave Exrcícios geralmente baseados no peso corporal; ou com adição de halters e barras leves Ponto chave para o desenvolvimento físico o uso de exercícios de força principal – agachamento, levantamento de terra, supino, barra, etc; O objetivo é aumentar o peso em cada um dos exercícios ao longo do bloco de 6 semanas Mais exercícios baseados especificamente na velocidade – flexões com palmas, saltos canguru, barras com palmas 3-4 séries X 8-12 reptições 3 s De 8 Repe- tições 4s de 6 repe- tições 5s de 5 Repe tições 3 s de 6 Repe tições 4 s de 4 Repe tições 5 s de 3 Repe tições 3-4 séries x 3 descanso em 5 repetições MANUAL DOS TÉCNICOS APB – 40 PUBLISHER / PRODUCER: AIBA – International Boxing Association EDITOR: AIBA Coaches Commission PREPARED BY: AIBA HQs Office COORDINATORS: Adam Kusior, AIBA Coaches Commission Chairman Alexandra Volkova Jurema, AIBA Development Senior Manager DATE: January 2013 CONTRIBUTIONS FROM: Adam Kusior (Poland) Thomas Coulter (USA) Robert McCracken (England) Laurent Boucher (France) Tradução para o português – BR: ANTONIO SAMMARTINO – em 12/05/2016, às 15:27. MANUAL DOS TÉCNICOS – APB – 41