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ANJOS, HOMEM, PECADO SALVAÇÃO (IBADEP)

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Teologia
AEADEPAR - Associação Educacional das 
Assembléias dc Deus no Estado do Paraná
il^ ~ j f~^ \ 
O L O G ' ^
IB A D E P - In s t i tu to B íb l ico das A ssem b lé ia s d e Deus 
no E s tado d o Paraná 
Av. B rasil . S/N° - V ila E le t ro su l - C x .P o s ta l 248 
8 5 9 8 0 -0 0 0 - G u a íra - PR 
F o ne /F ax : (44 ) 642-2581 / 642-6961 / 642-5431 
E-m ail: ibad ep @ ib ad ep .c o m 
S ite : w w w .ib adep .co m
Digitalizado por
A n j o s , H o m e m , P e c a d o e S a l v a ç ã o
Pesquisado e adaptado pela Equipe 
Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto 
Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus 
do Estado do Paraná.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários 
ensinadores
3a Edição - Setembro / 2004
Todos os direitos reservados ao IBADEP
Diretorias
CIEADEP
Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra 
Pr. José Alves da Silva - Presidente 
Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente 
Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente 
Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário 
Pr. Carlos Soares - 2o Secretário 
Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro 
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro
AEADEPAR - Conselho Deliberativo
Pr. José Alves da Silva - Presidente 
Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator 
Pr. Israel Sodré - Membro 
Pr. Moisés Lacour - Membro 
Pr. Carlos Soares - Membro 
Pr. Simão Bilek - Membro 
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro 
Pr. Daniel Sales Acioli - Membro 
Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro
AEADEPAR - Conselho de Administração 
Pr. Perci Fontoura - Presidente 
Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente 
Ev. Gilmar Antonio de Andrade - I o Secretário 
Ev. Jessé da Silva dos Santos - 2o Secretário 
Pr. José Polini - I o Tesoureiro 
Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro
IBADEP
Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo 
Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro 
Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico
Cremos
Em um só Deus, eternamente subsistente em 
três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; 
Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia 
Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a 
vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento 
virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em 
sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua 
ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). 
Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória 
de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na 
obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o 
pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na 
necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em 
Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da 
Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino 
dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na 
salvação presente e perfeita e na eterna justi ficação das 
almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no 
sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 
10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo 
bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só 
vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito 
Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 
28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na 
possibilidade que temos de viver em santidade 
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no 
Calvário, através do poder regenerador, inspirador e 
santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver 
como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; 
IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que 
nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, 
com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo 
Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a 
sua soberana vontade ( ICo 12.1-12). Na Segunda vinda 
premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira 
- invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da 
terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e 
corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre 
o mundo durante mil anos ( lT s 4.16,17; ICo 15.51-54; 
Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos 
comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a 
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo 
na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que 
recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna 
de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e 
tormento para os infiéis (Mt 25.46).
Equipe Redatorial
Metodologia de Estudo
Para obter um bom aproveitamento, o aluno 
deve estar consciente do porquê da sua dedicação de 
tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em 
sua formação.
Lembre-se que você é o autor de sua história 
e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua 
capacidade de raciocínio e de solução de problemas, 
bem como se integre na problemática atual, para que 
possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja 
em que está inserido.
Consciente desta realidade, não apenas 
acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou 
trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido 
abaixo e comprove os resultados:
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela 
sua salvação e por proporcionar-lhe a 
oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim 
ganhar almas para o Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar 
e direcionar suas faculdades mentais através do 
Espírito Santo, desvendando mistérios contidos 
em sua Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que 
ser organizados, ler com precisão as lições, 
meditar com atenção os conteúdos.
2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar
próprio para estudar em casa. Ele deve ser:
a) Bem arejado e com boa iluminação (de 
preferência, que a luz venha da esquerda);
b) Isolado da circulação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança
bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar 
voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se 
da importância dos itens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extradasse, 
dividindo-se entre as disciplinas do currículo 
(dispense mais tempo às matérias em que tiver 
maior dificuldade);
b) Reservar, diariamente, algum tempo para 
descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará 
desligado de outras atividades;
c) Concentrar-se no que está fazendo;
d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, 
tronco ereto), para evitar o cansaço físico;
e) Não passar para outra lição antes de dominar bem 
o que estiver estudando;
f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. 
Quando perceber que está cansado e o estudo não 
alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa 
para descansar.
4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina
apresenta características próprias, envolvendo 
diferentes comportamentos: raciocínio, analogia,
interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades 
motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação 
ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure:
a) Colaborar para a manutenção da disciplina na 
sala-de-aula;
b) Participar ativamente das aulas, dando 
colaborações espontâneas e perguntando quando 
algo não lhe ficar bem claro;
c) Anotar as observações complementares do 
monitor em caderno apropriado.
d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo Extradasse: Observando as dicas dos itens 1 
e 2, você deve:
a) Fazer diariamente as tarefas propostas;
b) Rever os conteúdos do dia;
c) Preparar as aulas da semana seguinte (constatando 
alguma dúvida, anote-a para apresentá-la ao 
monitor na aula seguinte. Não deixe que suas 
dúvidasse acumulem).
d) Materiais que poderão ajudá-lo:
* Mais que uma versão ou tradução da Bíblia 
Sagrada;
* Atlas Bíblico;
* Dicionário Bíblico;
* Enciclopédia Bíblica;
* Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;
* Um bom dicionário de Português;
* Livros e apostilas que tratem do mesmo 
assunto.
e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente:
* A necessidade de dar a sua colaboração 
pessoal;
* O direito de todos os integrantes opinarem.
6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:
a) Revise toda a matéria antes da avaliação;
b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!);
c) Concentre-se no que está fazendo;
d) Não tenha pressa;
e) Leia atentamente todas as questões;
f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis;
g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a 
prova.
Bom Desempenho!
Currículo de Matérias
1. Educação Geral
3 * História da Igreja 
c * Educação Cristã
* Geografia Bíblica
2. Ministério da Igreja
* Ética Cristã / Teologia do Obreiro 
o * Homilética / Hermenêutica
* Família Cristã
a * Administração Eclesiástica
3. Teologia
* Bibliologia
* * A Trindade
c * Anjos, Homens, Pecado e Salvação.
* Heresiologia
* Eclesiologia / Missiologia
4. Bíblia
* Pentateuco
* Livros Históricos
* Livros Poéticos
* Profetas Maiores 
<s * Profetas Menores
* * Os Evangelhos / Atos
? * Epístolas Paulinas / Gerais
* Apocalipse / Escatologia
Abreviaturas
a.C. - antes de Cristo.
ARA - Almeida Revista e Atualizada 
ARC - Almeida Revista e Corrida 
AT - Antigo Testamento 
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
c. - Cerca de, aproximadamente, 
cap. - capítulo; caps. - capítulos, 
cf. - confere, compare.
d.C. - depois de Cristo.
e.g. - por exemplo, 
gr. - grego
hb. - hebraico
i.e. - isto é.
lit. - literal, li teralmente.
LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo
Testamento)
m - Símbolo de metro.
MSS - manuscritos
NT - Novo Testamento
NVI - Nova Versão Internacional
p. - página.
ref. - referência; refs. - referências
ss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos
de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss,
significa IPe 2.1-25).
séc. - século (s).
v. - versículo; vv. - versículos.
ver - veja
índice
Lição 1 - A C r ia ç ã o ............................................................15
Lição 2 - A Doutrina dos Anjos: Angelologia....39
Lição 3 - A doutrina do Homem: Antropologia..63
Lição 4 - A Doutrina do Pecado: Hamartiologia .... 87
Lição 5 - A Doutrina da Salvação: Soteriologia.111
Referências Bibl iográficas .............................................. 135
Lição 1
A Criação
O ponto de partida de nossa fé é exatamente 
o tipo de crença esposado1 quanto à Pessoa de Deus 
(Hb 11.6).
A Bíblia identifica como louca a pessoa que 
nega a existência de Deus (SI 14.1), muito embora em 
nenhum dos seus 66 livros o Espírito Santo jamais 
estabeleceu qualquer argumento, de natureza filosófica 
ou racional tentando provar a existência de Deus. 
Aqueles que se dão ao estudo comparativo das 
religiões, são unânimes em afirmar que a crença na 
existência de Deus é de natureza praticamente 
universal. Essa crença acha-se arraigada até entre as 
nações e tribos mais remotas da terra. Contudo, isto 
não quer dizer que não existam aqui e ali indivíduos 
que negam completamente a existência de Deus, como 
revela a Escritura: um Ser supremo e pessoal, existente 
por si, consciente e de infinita perfeição, que faz todas 
as coisas de acordo com um plano predeterminado.
Declaramos que Deus trouxe à existência tudo o 
que há, sem o uso de nenhuma matéria preexistente. 
Tanto o primeiro versículo da Bíblia como a frase que 
abre o Credo Apostólico confessa Deus como Criador. 
O tema de Deus como Criador dos céus e da terra é
1 D e s p o s a d o , c as ad o .
15
claramente ensinado nas Escrituras do princípio ao fim 
(Gn 1.1; Is 40.28; Mc 13.19; Ap 10.6). A Bíblia afirma 
que Deus é o Criador do homem e da mulher sem 
mediação (Gn 1.26-27; Mc 10.6), de Israel, povo da sua 
aliança (Is 43.15) e de todas as coisas (Cl 1.16; Ap
4.11). Com as Escrituras sustentamos que a criação 
ocorreu pela Palavra de Deus (Gn 1.3; SI 33.6-9; 
1 4 8 . 5 ) . ^ palavra que trouxe a criação à existência está 
relacionada de modo vital com o Verbo (Palavra) 
eterno que estava com Deus e que era Deus (Jo 1.1). De 
acordo com o Evangelho de João (Jo 1.3), todas as 
coisas foram feitas pelo Verbo e sem ele nada do que 
foi feito se fez. Esse Verbo era Jesus.
A criação é obra do Deus trinitário (Gn 1; Hb 11.3).
Deus, o Pai, é a fonte da criação ( ICo 8.6), o 
Filho é o agente da criação (Cl 1.16), e o Espírito de 
Deus pairava com amor sobre a obra da criação (Gn
1.2). A criação deu-se pela sabedoria de Deus (Jr 
10.12), pela vontade de Deus (Ap 4.11), e, conforme já 
observado, pela Palavra (Verbo) de Deus (SI 33.6-9). A 
criação revela Deus (SI 19.1) e traz-lhe glória (Is 43.7). 
Tudo na criação era originalmente bom (Gn 1.4,31), 
mas agora encontra-se imperfeito por causa da entrada 
e dos efeitos do pecado na criação (Gn 3.16-19). 
Todavia, essa imperfeição é apenas temporária (Rm
8.19-22), pois ela será redimida na obra final de Deus, 
a nova criação (Is 65; Ap 21.1-5).
A doutrina bíblica da criação afirma Deus como 
Criador, Redentor e Soberano. O Deus Criador não é 
distinto do Deus que efetua nossa salvação em Jesus 
Cristo através do seu Espírito Santo. Deus é a fonte de 
todas coisas. Isso significa que Deus trouxe o mundo à 
existência a partir do nada através de um ato 
intencional de sua livre vontade. Assim afirmamos que
16
Deus é o soberano e onipotente Senhor de toda a 
existência. Tal afirmação rejeita toda forma de 
dualismo, que afirma que a matéria existe eternamente, 
sendo, portanto, má, visto que é o princípio oposto a 
Deus, fonte de todo o bem.
A doutrina da criação também afirma que Deus é 
distinto de sua criação e que todas as suas criaturas 
dele dependem e são boas. Sustenta também que Deus é 
um Deus que possui propósitos e que cria livremente. 
Na criação, e na provisão e preservação de Deus em 
favor da criação, ele efetua seus propósitos finais em 
favor da humanidade e do mundo. Portanto, a vida 
possui sentido, significado, inteligência e propósito. 
Isso afirma a plena unidade e inteligibilidade do 
universo. Nisso vemos a grandeza, a bondade e a 
sabedoria de Deus. O relato da criação encontra sua 
plena explicação em Jesus como Deus-homem, luz e 
vida do mundo que trará a criação sob seu domínio na 
consumação do mundo, para o louvor e a glória final do 
Deus Criador.
Preservação e Providência
Preservação.
A obra de Deus de preservação inclui sua 
intervenção nas questões da história. Tal afirmação 
bíblica sobre a preservação deve ser distinguida da 
visão deísta de um Deus distante e que não intervém. 
Todavia, a obra de Deus de sustentar e de proteger a 
existência do universo criado é realizada através da 
natureza de sua obra criadora e pelo seu cuidado 
providencial e por sua intervenção permanentes. Em 
Colossenses 1.16-17 a forma do verbo (perfeito) 
enfatiza o resultado permanente do fato de que em 
Deus “tudo subsiste” (veja Hb 1.3).
17
Providência.
Intimamente relacionada, e até mais abrangente 
em seu escopo1 é a obra divina da providência. A 
providência envolve a obra contínua do Deus trino e 
uno por meio da qual todas as coisas no universo são 
dirigidas e controladas, levando a efeito seguramente 
seu plano repleto de sabedoria (Rm 8.28). Isso ocorre, 
geralmente, pelo estabelecimento e pela execução de 
leis e princípios naturais que fazem parte da boa e 
sábia criação divina. Pode, no entanto, incluir também 
a intervenção singular, planejada e especial de Deus no 
processo natural de cumprir a sua vontade, o que 
chamamosde milagre. O milagre, enquanto aspecto da 
providência divina, deve ser visto em função de sua 
singularidade.
1. A providência divina às vezes transcende os planos 
humanos.
Ao agir assim, Deus pode usar atos 
intencionalmente maus para o bem (Gn 50.20). Tal 
atitude divina só pode provocar uma reação de louvor 
pela grandeza de Deus por parte dos crentes. Ao 
mesmo tempo, isso levanta uma das perguntas mais 
difíceis para a teologia cristã: por que o mal e o 
sofrimento persistem neste mundo?
Alguns propuseram que ou Deus não existe ou 
ele não é poderoso o suficiente para fazer alguma coisa 
com o mal ou ainda ele não é amoroso o suficiente para 
preocupar-se com o sofrimento. Em contraste com tal 
sugestão, queremos não somente confessar que Deus 
existe, mas também que ele é de fato infinitamente 
poderoso e plenamente amoroso. Todavia, não 
pretendemos negar nem o mal nem o sofrimento, pois 
são uma realidade obviamente presente à nossa volta.
1 Alvo , mira, intui to; in tenção .
Por fim, queremos responder a essa pergunta 
confessando que Deus tem um plano e um propósito e 
reúne todas as coisas em perspectiva (Ec 9.11). À luz 
disso, afirmamos que o mal ainda existe porque 
Satanás, uma criatura inteiramente má, ainda existe e 
opõe-se continuamente aos desígnios1 de Deus e 
procura frustrá-los. Também afirmamos que o mal 
existe para aprofundar e ampliar a revelação de Deus 
(SI 107.28). Sem o pecado, o mal e o sofrimento, e o 
amor, a misericórdia e a graça de Deus não são 
plenamente compreendidos. E possível que Deus use o 
sofrimento para exercer disciplina e punição de suas 
criaturas. Podemos afirmar que o mal existe no 
presente, mas esse é um período de provação. Deus, 
embora permita temporariamente o mal, redimirá todas 
as coisas em seu plano final.
Concluindo, devemos confessar nosso 
conhecimento limitado e dizer que o problema do mal 
permanece um mistério. Podemos, com base bíblica, 
estar certos de que Deus pode usar e usa o pecado, o 
mal, o fracasso e o sofrimento para o seu bem eterno. O 
exemplo máximo é a crucificação de Cristo, que mostra 
Cristo em estado de sofrimento por causa dos delitos e 
dos pecados da humanidade. Apesar disso, por meio do 
triunfo da ressurreição, o maior ato do mal (a 
crucificação do Deus-homem, Jesus Cristo) tornou-se o 
maior bem, a provisão do perdão do pecado e da 
salvação da humanidade. Tudo isso aponta para os 
desígnios sábios e maravilhosos de Deus para este 
mundo, parte dos quais nos foi revelado mas que, no 
final, são incompreensíveis em sua totalidade para as 
criaturas de Deus.
1 In ten to , i n t enção , p lano , p ro j e to , p rop ós i t o .
19
O Deus da Criação
Deus se revela na Bíblia como um ser 
infinito, eterno, auto-existente e como a causa primária 
de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que 
Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “antes 
que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e 
o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” 
(SI 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e 
infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é 
anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e 
independe dela ( lT m 6.16; Cl 1.16).
Deus se revela como um ser pessoal que 
criou Adão e Eva “à sua imagem” (Gn 1.26,27). Porque 
Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam 
comunicar-se com Ele, e também com Ele ter 
comunhão de modo amoroso e pessoal.
Deus também se revela como um ser moral 
que criou todas as coisas boas e, portanto, sem pecado. 
Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o 
que fizera e observou que era “muito bom” (Gn 1.31). 
Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e 
semelhança de Deus, eles também não tinham pecado 
(Gn 1.26). O pecado entrou na existência humana 
quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 
3; Rm 5.12; Ap 12.9).
A Pessoa do Criador
Existem diferentes fontes de revelação da 
Pessoa de Deus. As principais são: a Bíblia Sagrada e a 
Natureza (SI 19.1-4). A criação toda revela o Criador, 
Gênesis 1 e Salmo 104, mostram detalhadamente que 
Deus fez cada coisa para um fim determinado, 
colocando-a também no local ou espaço que convém. A
20
natureza torna-se assim o espelho do Deus uno e 
soberano. Por isso, toda a natureza se constitui num 
hino de louvor a Deus (SI 104). Devemos louvar a Deus 
como Criador: “Digno és, Senhor, de receber glória, e 
honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por 
tua vontade são e foram cr iadas” (Ap 4.11).
O método bíblico da revelação de Deus é tão 
claro, intuitivo e conducente1 que todos os escritores 
simplesmente declaram os atos soberanos de Deus.
Deus é o Criador.
Todos os seres vivos existentes no Universo, 
além do universo de elementos inanimados, têm sua 
criação atribuída a Deus (Mc 13.19). Deus criou todas 
as coisas (At 17.24). A fé da Igreja em relação à 
criação do mundo se expressa no primeiro artigo do
o
Credo dos Apóstolos, ou Confissão de fé Apostólica, 
que diz “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do 
céu e da terra” . De acordo com esta declaração de fé, 
Deus, por meio do seu todo-suficiente poder, criou o 
Universo do nada. Em sentido estrito da palavra, 
“cr iação” pode ser definida como aquele ato livre de 
Deus, por meio do qual, segundo o conselho de Sua 
soberana vontade e para Sua própria glória, no 
princípio produziu todo o Universo visível e invisível, 
sem o uso de matéria preexistente e assim lhe deu 
existência distinta da sua própria existência.
Deus é Onipotente.
Os remidos no céu celebrarão permanente e 
eternamente o fato de que o Deus Onipotente reina (Ap
19.6) Esse cântico ilustra e lembra dois dos mais
1 Qu e c o n d u z (a um f im) . Que tende (para um fim) ; t endente .
2 E x p o s i ç ã o re sum id a dos a r t ig os de fé ace i tos por uma re l ig ião , 
ou de no m in a ç ã o .
21
maravilhosos expressivos atributos de Deus: Sua
Onipotência e Sua Soberania. Veja também Gênesis 
17.1; 35.11; Apocalipse 21.22; Êxodo 15.18; lCrônicas 
29.11,12; Salmos 93.1,2; Isaías 66.1.
A Onipotência divina nos atos da criação.
Os dois primeiros capítulos da Bíblia 
mencionam os detalhes da criação do mundo. Os 
profetas, por sua vez, declaram que Deus fez a terra 
por seu próprio poder (Is 40.21-28; 42.5; 45.12-18; Jr 
10.12; 27.5; 51.15).
A Declaração Bíblica da Criação
O ponto de partida está na declaração de que 
todas as coisas criadas foram feitas “segundo o 
propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o 
conselho da sua vontade” (Ef 1.11b). Portanto, o relato 
da obra da criação no livro de Gênesis se constitui 
como o princípio e a base de toda a revelação divina e, 
conseqüentemente, a base da relação do homem com 
Deus.
Quatro grandes verdades estabelecem os 
fundamentos da obra da criação.
1 A obra da criação é autoria única do Deus Trino.
A Bíblia revela que o Deus Trino é o Autor 
da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). O apóstolo 
Paulo destaca a segunda Pessoa da Trindade, Jesus 
Cristo, na qualidade de criador, mas diz que “todas as 
coisas são de Deus, o Pai” (ICo 8.6; Jo 1.3; Cl 1.15- 
17). A terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, 
participa da obra da criação em harmonia perfeita com 
o Pai e o Filho conforme indicam os textos de Gênesis 
1.2; Jó 26.13; 33.4; Salmo 104.30; Isaías 40.12,13. Não
22
há na Trindade Divina qualquer resquício1 de 
competição. As três Pessoas são distintas mas formam 
uma só essência divina indivisível.
2. A obra da Criação foi feita por um ato livre da parte 
do Criador.
A Bíblia deixa claro que Deus é auto- 
suficiente e não tem qualquer relação de dependência 
de nada e de ninguém (Jó 22.3,13; At 17.25). Ao 
realizar a obra da criação, Ele o fez não por 
necessidade, mas por sua soberana e livre vontade defazer o que quer e o que lhe apraz. Ora, a única 
dependência divina é a de sua própria e soberana 
vontade. A Bíblia Sagrada refuta essa idéia e fortalece 
o fato de que “Deus fez todas as coisas segundo o 
conselho da sua vontade” (Ef 1.11; Ap 4.11).
3. A obra da Criação teve um começo.
A criação teve um princípio, um começo para 
tudo, nas coisas visíveis e invisíveis. A prova 
irrefutável do ponto de vista bíblico está no primeiro 
livro da Bíblia: “No princípio criou Deus os céus e a 
terra” (Gn 1.1). A expressão “no princípio” no hebraico 
é bereshith, que li teralmente significa “começo” . O 
sentido da palavra é indefinido e sugere que a criação 
teve um início, um começo (SI 90.2; 102.25). Por essas 
escrituras, entende-se que num momento específico, 
conforme sua soberana vontade, Deus criou a matéria e 
a substância que antes nunca existiram. Quanto à 
existência do mundo espiritual, o princípio é o mesmo 
estabelecido para a criação da matéria, pois Deus criou 
tudo do nada.
1 R e s í d u o , ves t ígio .
2 Q u e não se pode re futa r ; ev id en te , i r r ec us áve l , inc on te s t áve l .
23
'l^0/Yn/O ^ OS"
A* A obra da criação foi produzida do “nada” . "V- ^ ? Ô
Esta é uma doutrina que se choca 
frontalmente com as teorias materialistas que acreditam 
na eternidade da matéria. Os que rejeitam essa verdade, 
dizem que é impossível “criar alguma coisa do nada” , 
mesmo para o Deus Onipotente, porque não tem 
elemento causante. Porém, a Bíblia declara que Deus 
criou todas as coisas pela Palavra do seu Poder (SI 
33.6,9; 148.5). A Escritura mais forte para aceitar a 
idéia de que a criação foi feita do nada está em 
Hebreus 11.3 que diz: “Pela fé entendemos que os 
mundos, pela Palavra dé Deus, foram criados; de 
maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é 
aparente” . Ora, podemos entender de modo claro que 
pertence à natureza divina a capacidade de trazer à 
existência aquilo que não existe. Ele, somente Ele, 
pode criar qualquer coisa do nada, segundo o seu 
arbítrio.
O Processo da Obra da Criação
A criação dos anjos só será entendida 
plenamente depois de conhecermos os fundamentos da 
doutrina da criação. Há um processo ordenado na 
história da criação que se apresenta em três fases 
distintas como se segue:
A criação das coisas espirituais.
Ao responder aos questionamentos do 
patriarca Jó, o Criador disse-lhe, de modo enfát ico1 e 
poético que, quando este ainda nem havia nascido, nem 
o mundo material havia sido criado, os seus anjos, que 
são espíritos criados por Ele, já estavam presentes na
1 Que tem, ou em que há ênfase .
24
criação do mundo material (Jó 38.1-7). Nesta escritura, 
Deus procura convencer a Jó que o Senhor é o Criador 
da terra e a rege com justiça e que, ao criar o mundo 
material, “as estrelas da alva alegremente cantavam, e 
todos os filhos de Deus rejubilavam”' (Jó 38.7). Na 
linguagem figurada da Bíblia, tanto “as estrelas da 
alva” quanto “os filhos de Deus” são figuras dos seres 
espirituais criados pelo Senhor.
A criação das coisas materiais.
A base dessa declaração está na narrativa 
bíblica dos primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto, 
a criação material é imensa e abrange todo o sistema 
solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo 
homem. A extensão dos corpos celestes espalhados no 
espaço sideral, fazendo parte da Via Láctea, com 
muitos sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão 
limitada de toda a grandeza da criação material (Ne
9.6).
A criação da vida sobre a terra.
Na criação da terra, o Criador formou a vida 
física numa combinação do imaterial com o material 
(Gn 1.11,20-22). Nesta ordem da criação, são incluídos 
os homens, os animais nas mais variadas espécies, além 
da vida vegetal. Há uma certa reciprocidade entre anjos 
e homens como seres espirituais. Porém, é preciso 
distinguir ambas as criações, porque os anjos são 
apenas seres espirituais e os homens são seres 
espirituais e materiais. A vida dos anjos é apenas 
espiritual. A vida dos homens é espiritual e física. A 
vida física foi criada para propagar-se, por isso, os 
homens procriam e geram outros homens. A vida dos 
anjos é única e eterna; não pode propagar-se, isto é, os 
anjos não procriam.
25
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. A palavra que trouxe a criação à existência está 
relacionada de modo vital com o
a)l I Evangelho
b)[y~l Verbo escrito em João 1.1
c)l I Homem
d)l I Livro Sagrado
2. Quanto à doutrina bíblica da criação é errado dizer 
que
a)l I Afirma Deus como Criador, Redentor e 
Soberano
b)l I Deus trouxe o mundo à existência a partir do 
nada
c ) H Afirma que a matéria existe eternamente, visto 
que é o princípio de Deus
d)l I Deus é um Deus que possui propósitos e que 
cria l ivremente
3. Uma das grandes verdades que estabelecem os 
fundamentos da obra da criação
a)| I A obra da criação é autoria única do Deus Pai
b)l I A obra da Criação foi feita por um ato 
reservado da parte do Criador
c)l | A obra da Criação não teve um começo
d)f>~1 A obra da criação foi produzida do “n ada”
• Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. C Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar
o universo finito
5.|4: | Os anjos são apenas seres espirituais e materiais
26
O Método da Criação
A mente humana tem sido atingida por 
inúmeras teorias do aparecimento do Universo. Os 
evolucionistas, por exemplo, estão tentando ganhar 
terreno impondo suas especulações. No entanto, 
teorias, especulações e opiniões humanas têm qualquer 
valor diante das afirmações irrefutáveis1 da Bíblia 
Sagrada. A Bíblia Sagrada não é fruto de especulação. 
Ela é a revelação de Deus (2Pe 1.21; Jr 1.12).
Deus criou.
Em Gênesis 1 e 2 são originalmente usados 
três vocábulos para descrever os atos criativos de Deus, 
a saber: x.
• a Bara, que significa criar do nada, formar algo sem l
dispor de matéria prima (Gn 1.1,21,27, etc.);
• Asah, que significa fazer;
• Yatzar, que significa formar.
Estes dois últimos vocábulos significam 
construir algo a partir de matérias pré-existentes.
{^}Deus criou por sua Palavra.
O relato insuspeito de Gênesis 1 nos afirma 
que os atos criativos foram, via de regra precedida de 
sua palavra. A expressão textual é: “E disse Deus” (Gn 
1.3,6,9,11,14,20,24 e etc). Na Escritura está 
demonstrado o grande poder de que se reveste a 
Palavra de Deus, sem esquecermos a relação que existe 
entre ela e o próprio Jesus, chamado de Verbo (logos), 
Palavra de Deus (Jo 1.1-3).
1 Que não se po de re fu ta r ; ev id ent e , i r r ecusáve l , i n cont e s t áve l .
27
Q) Deus criou por sua vontade (Ap 4.11).
Estas palavras do Apocalipse reafirmam a 
soberania de Deus. À vontade de Deus, ao contrário da 
humana, não está •sujeita a qualquer l imitação. Daí a 
importância da oração dominical: “Seja feita a tua 
vontade, assim na terra como nos céus” (Mt 6.10).
) Deus criou por sua mão (Is 66.2).
A mão sempre foi sírsempre foi símbolo de trabalho, 
atividade, força, domínio, autoridade, proteção, etc. A 
expressão “mão de Deus” , tantas vezes encontrada na 
Bíblia, incorpora essa conotação. Nesse sentido está 
escrito que foi a mão de Deus (Seu poder, força e 
autoridade) que fez todas as coisas e sobre tudo exerce 
autoridade e domínio (Jo 10.29; IPe 5.6).
^1/ Deus sustenta o que criou (Hb 1.3).
A Bíblia não apenas registra que Deus criou 
todos os astros e planetas que povoam os céus; diz 
ainda que Deus os chama pelos seus nomes, não 
permitindo que nenhum deles venha a faltar (Is 40.26).
O Propósito e o Alvo da Criação 
Deus tinha razões específicas para criar o
mundo.
As escrituras revelam algumas razões porque 
Deus consumou o processo da criação, dentre as quais 
destacam-se as seguintes:
Deus criou oscéus e a terra como manifestação da sua 
glória, majestade e poder.
Davi diz: “Os céus manifestam a glória de 
Deus e os firmamentos anunciam a obra de suas mãos” 
(Is 43.7; 60.21; 61.3; Lc 2.14; SI 19.1). Ao olharmos a
28
totalidade dos cosmos1 criados - desde a imensa 
expansão do universo, à beleza e a ordem da natureza - 
ficamos tomados de temor reverente ante a majestade 
do Senhor Deus, nosso criador.
Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a 
honra que lhe são devidas.
Todos os elementos da natureza - o sol e a 
lua, as árvores da floresta, a chuva e neve, os rios e os 
córregos2, as colinas e as montanhas, os animais e as 
aves - rendem louvores ao Deus que os criou (SI 
98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus espera 
receber glória e louvor dos seres humanos!
Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu 
propósito e alvos para a humanidade fossem 
cumpridos:
1. Deus criou Adão e Eva à sua própria 
imagem, para comunhão amorável e pessoal como o ser 
por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano 
como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que 
possui mente, emoção e vontade, para que possa 
comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, 
adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão (Gn 2.7- 
9; 3.8,9; ICo 1.9). O texto clássico e tradicional da 
criação (Gn 1.1), não menciona a criação do inferno.
Os céus e a terra ali mencionados envolvem 
apenas as áreas onde se manifesta a comunhão do 
Criador com a criatura. Desde o princípio de sua 
criação, o homem dispôs de condições muito especiais 
para uma relação de comunhão com o Criador (Gn 2.7- 
9; 3.8,9; ICo 1.9).
1 Mundo, un iverso .
2 Ribe i ro de peq u en o cauda l ; r i acho.
29
2. Deus desejou de tal maneira esse 
relacionamento com a raça humana que, quando satanás 
conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem 
contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele 
prometeu enviar um Salvador para redimir a 
humanidade das conseqüências do pecado (Gn 3.15). 
Daí Deus teria um povo para a sua própria possessão, 
cujo prazer estaria nele, que o glorificaria, e viveria em 
retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef
1.11,12; IPe 2.9).
3. A culminação do propósito de Deus na 
criação está no livro do Apocalipse, onde João 
descreve o fim da história com estas palavras: “ ...com 
eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus 
estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).
4. Para Sua vontade, como encontramos em 
Efésios 1.5, 6,9; Apocalipse 4.11).
5. Para ser habitada, de acordo com Isaías 
45.18. Tudo nos leva a pensar que Satanás (o querubim 
ungido), desfrutava da harmonia e beleza original da 
Terra, isto em período bem anterior à criação do 
homem, ocasião em que o mundo então existente fora 
atingido pelo juízo aplicado ao anjo rebelde, vindo a 
terra a tornar-se caótica1 (Is 14.12-14; Ez 28.12-15).
6. Para a honra pessoal de Jesus Cristo, 
conforme lemos em Hebreus 2.10; Colossenses 1.16. 
“O supremo propósito de Deus, na criação, em nada 
está fora de si mesmo, mas é sua própria glória, na 
revelação e através das criaturas da infinita perfeição 
do seu Ser” .
1 Que es tá em caos; c o nf uso , d e so rd e n a d o .
30
A Atividade da Criação
Deus criou todas as coisas em “os céus e a 
terra” (Gn 1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; 
Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “cr iar” (Hebraico 
“bara”) é usado exclusivamente em referência a uma 
atividade que somente Deus pode realizar. Significa 
que, num momento específico, Deus criou a matéria e a 
substância, que antes nunca existiram (Gn 1.3).
A Bíblia diz que no princípio da criação a 
terra estava informe, vazia e coberta de trevas (Gn
1.2). Naquele tempo o universo não tinha forma 
ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem 
nenhum vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. 
Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para 
dissipar as trevas (Gn 1.3-5), deu forma ao universo 
(Gn 1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (Gn
I.20-28). O método que Deus usou na criação foi o 
poder da sua Palavra. Repetidas vezes está declarado: 
“E disse Deus.. .” (Gn 1.3,6,9,11,14,20,24,26). Noutras 
palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a 
existir. Antes das palavras criadora de Deus, eles não 
existiam (SI 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb
II.3).
Toda a trindade, e não apenas o pai, 
desempenhou sua parte na criação.
O próprio filho é a Palavra (“verbo”) 
poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. 
No prólogo do evangelho segundo João, Cristo é 
revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). 
“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada 
do que foi feito se fez” (Jo 1.3). semelhantemente, o 
apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas 
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
31
invisíveis.. . tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl
1.16). Finalmente, o autor do livro de Hebreus afirma 
enfaticamente que Deus fez o universo por meio de seu 
filho (Hb 1.2).
Semelhantemente, o Espírito Santo 
desempenhou um papel ativo na criação. Ele é descrito 
como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, 
preservando-a e preparando-a para as atividades 
criadoras e adicionais de Deus. A palavra hebraica 
traduzida por “Espíri to” (ruah) também pode ser 
traduzida por “vento” e “fôlego” . Por isso, o salmista 
testifica do papel do Espírito, ao declarar: “pela a 
Palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo os 
exércitos deles, pelo Espírito (ruah) da sua boca” (SI
33.6).
Além disso, o Espírito Santo continua a 
manter e sustentar a criação (Jó 33.4; SI 104.30).
A Ordem dos Eventos da Criação Natural
No Livro de Gênesis, Moisés passa a 
descrever as diferentes fases da ação divina que se 
estendeu por seis dias, dos quais, três para a formação 
dos espaços habitáveis e outros três para a obra do 
povoamento. A ilustração dada a seguir mostra a 
disposição da semana da recriação e respectivos atos 
criadores de Deus.
Primeiro Dia.
Criação da luz cósmica (Gn 1.3). Como bom 
artista, Deus começou por i luminar o seu campo de 
ação. Não se trabalha no escuro porque, sem luz - 
condição fundamental de toda a obra (cientificamente 
provado) - tudo é confuso. No plano natural das coisas, 
a luz procede da vibração. O versículo 2 revela a
32
relação entre o movimento do Espírito sobre a matéria 
iner te1 e a conversão operada no pecador por este 
mesmo Espírito.
Segundo Dia.
Criação do Firmamento (Gn 1.6-8). 
Firmamento ou expansão foi como Deus denominou o 
segundo elemento criado; foi a separação da matéria 
gasosa da qual surgira a luz. O que Deus chama de 
“expansão” ou “céus”, não significa simplesmente a 
atmosfera à volta da terra, mas a “grande câmara” 
universal onde o Sol, a Lua e as estrelas se localizam.
Terceiro Dia.
Aparecimento da terra firme e da vegetação 
(Gn 1.9-13). Neste, o movimento está ligado à 
gravitação, envolvendo tudo e todas as demais forças 
que começaram a concentrar a matéria debaixo do 
firmamento à volta dos inúmeros centros ou planetas, 
uns dos quais passa a ser o nosso globo. Para que a 
terra pudesse receber seus habitantes com suas 
inúmeras finalidades.
Quarto Dia
Organização do sistema solar (Gn 1.14-19). 
Neste dia surgem o Sol, a Lua e as estrelas. A função 
dos dois astros reis - respectivamente. O Sol indica 
dias e anos; a Lua, semanas e meses; e as estrelas, as 
estações.
Quinto Dia.
Surgimento da fauna marinha (Gn 1.20-23). 
Neste dia surgem os pequenos e grandes peixes, com
1 Que tem inércia ; sem a t iv idade .
33
também todas as variedades de aves. Os animais da 
água em geral, e do ar, têm muita semelhança. Há aves 
que vivem também nas águas.
Sexto Dia.
*• Criação dos animais terrestres (Gn 1.24-31). 
À semelhançados demais animais, estes também foram 
criados por Deus. Esses animais nascem da terra e nela 
vivem. Dividem-se em três grupos distintos:
1. Gado ou animais domésticos;
2. Feras ou animais selvagens;
3. Répteis, que se arrastam pelo solo.
Concluída toda a obra da Criação no sexto 
dia, Deus abençoou o dia sétimo, e o santificou (Gn
2,3). Foi este um dia mui diferente dos demais 
descritos durante a obra da Criação. Foi um dia
santificado. E os outros seis, não teriam também sido 
santificados? Claro que sim! Apenas o sétimo foi em 
especial, porque nele, o Senhor descansou, ou repousou 
de suas obras.
Lições Finais da Criação
O relato bíblico da criação é uma arma
contra as terríveis heresias que atualmente enchem a
terra. A criação do Universo por Deus:
Nega a eternidade da matéria, visto que
afirma um princípio no qual todas as coisas foram 
efetivamente criadas. A harmonia da criação está a 
dizer-nos que antes dela houve um poder dinâmico que 
a gerou, e, portanto, esta coisa - o mundo - teve um 
princípio. O ser que a gerou, é o eterno Deus. Então 
Deus foi o princípio, a causa primária de tudo o que 
existe. Somente Deus é eterno (Gn 21.33; Ex 3.15; Dt 
33.27; lCr 16.36; Ne 9.5; Jó 36.26; SI 90.1-4).
34
Nega o Ateísmo, pois afirma 
categoricamente que Deus criou os céus e a terra e tudo 
o que neles há. Tudo o que existe dentre de nós, em 
volta de nós em cima de nós, revela a maravilhosa 
existência de um Ser Criador.
Nega o Panteísmo. O panteísmo ensina que 
Deus e a natureza são o mesmo e estão 
inseparavelmente ligados. A Bíblia afirma, porém, que 
Deus não é parte do Universo, posto que este é obra 
das Suas mãos (SI 8).
Criação e Evolução
A evolução é o ponto de vista predominante, 
proposto pela comunidade científica e educacional do 
mundo atual, em se tratando da origem da vida e do 
universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar 
para estas quatro observações a respeito da evolução.
1.*A evolução é uma tentativa naturalista para explicar 
a origem e o desenvolvimento do universo.
Tal intento começa com a pressuposição de 
que não existe nenhum criador pessoal e divino que 
criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a 
existir mediante uma série de acontecimento que 
decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os 
postulantes da evolução alegam possuir dados 
científicos que apóiam a sua hipótese.
2. O ensino evolucionista não é realmente científico.
Segundo o método científico, toda a 
conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, 
or iundas1 de experiências que podem ser reproduzidas
1 O r i g in á r io , p rov eni en t e , p ro c e d e n te ; na tura l .
em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma 
experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para 
testar e comprovar teorias em torno da origem da 
matéria a partir de um hipotético “grande estrondo” , ou 
do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir 
das formas mais simples às mais complexas. Por 
conseguinte, a evolução é uma hipótese sem 
“evidência” científica, e somente quem crê em teorias 
humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, 
pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação 
inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada 
todas as coisas (Hb 11.3).
3. É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem 
em várias espécies de seres viventes.
Por exemplo: algumas variedades dentro de 
várias espécies estão se extinguindo1; por outro lado, 
ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre 
algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma 
evidência, nem se quer registro geológico, a apoiar a 
teoria de um tipo de ser vivente que já evoluiu doutro 
tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a 
declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura 
vivente “conforme a sua espécie” (Gn 1.21,24,25).
4. Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a 
teoria da chamada evolução teísta.
Essa teoria aceita a maioria das conclusões 
da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus 
deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a 
revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em 
todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os 
verbos principais em Gênesis 1 têm Deus como seu
1 Fa ze r d e sa p a rece r .
36
sujeito, a não ser em Gênesis 1.12 (que cumpre o 
mandamento de Deus no v .11) e a frase repetida “E foi 
à tarde e a manhã” . Deus não é um supervisor 
indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é 
o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).
37
Questionário
• Assinale com “X” as alternativas corretas
6. Vocábulo hebraico que significa criar do nada, 
formar algo sem dispor de matéria prima
a ) 0 Bara
b)l I Yatzar
c)| I Ruah
d)l I Asah
7. Dia em que Deus criou os animais terrestres
a)l I Primeiro dia
b ) D Terceiro dia
c)| | Sétimo dia
d ) H Sexto dia
8. Ensina que Deus e a natureza são o mesmo e estão 
inseparavelmente ligados
a)[g| Panteísmo
b)l I Ateísmo
c)| | Eternidade da matéria
d)l I Evolucionismo
• Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9.KJ O método que Deus usou na criação foi o poder da 
sua Palavra
10.[Ç] A evolução é uma tentativa naturalista para 
explicar a origem e o desenvolvimento do universo
38
Lição 2
A Doutrina dos Anjos: Angelologia
A criação de Deus vai muito além do que 
aquilo que conseguimos enxergar. O apóstolo Paulo, 
em Colossenses 1.16, nos diz que em Cristo, “foram 
criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as 
visíveis e as invisíveis . . .” .
Dentre as coisas invisíveis, estão certamente 
os Santos Anjos de Deus e também os Demônios, que 
são anjos caídos e que pertencem, agora, aos exércitos 
de Satanás. A sociedade tem se tornado cada vez mais 
racionalista, acreditando somente no que pode ser 
lógico e cientificamente comprovado. Isso tem trazido 
conseqüências até mesmo para a Igreja de Cristo, onde 
muitas pessoas colocam sérias dúvidas em tudo que se 
apresente como “sobrenatural” , esquecendo-se que 
inúmeras vezes, Deus agiu sobrenaturalmente, na 
Bíblia.
Por todas as Escrituras, encontramos várias 
referências, tanto a Anjos como a Demônios. Assim 
sendo, aos que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, 
não há o que questionar sobre a sua existência. Há sim, 
muito que aprender com o seu estudo. Efésios 6.12, 
revela uma luta sendo travada entre os servos do Reino 
de Deus e os agentes do Reino das Trevas, que não são 
de “carne e sangue” , mas são forças espirituais da 
malignidade.
39
A Realidade da Criação Espiritual
A experiência humana testemunha a 
existência de seres espirituais aos quais são dados os 
mais variados nomes: espíritos, deuses e semideuses, 
gênios, heróis, demônios e tantos outros nomes. Porém, 
J , > é a Bíblia Sagrada que revela a verdade sobre o mundo 
espiritual. Independentemente das idéias e fantasias 
mitológicas das religiões do mundo, a revelação 
aceitável no mundo religioso se encontra na Bíblia.
Os anjos são reais.
> O A palavra anjo no hebraico é malakh e no
grego é angelos que significam a mesma coisa: 
mensageiro, enviado. O termo anjo aplica-se a todas as 
ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Eles 
exercem atividades importantes no mundo espiritual, 
mas não são independentes nessas atividades, pois as 
fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia 
fala da manifestação dos anjos na obra da criação do 
mundo físico (Jó 38.6,7). Eles estavam presentes 
quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb
2.2); no nascimento de Jesus (Lc 2.13); quando foram 
servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt
4.11); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); 
na ascensão de Cristo (At 1.10); etc. Sua manifestação é 
incorpórea1; eles são seres espirituais e morais, porque 
acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjosse 
comprova mediante os atributos de personalidade que 
eles demonstram falando, pensando, sentindo e 
decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas 
através de formas materiais inexistentes. Entretanto, os 
demônios, que são anjos caídos da graça de Deus,
1 Que não tem corpo; imater ia l , im pa lp áv e l ; inc orpora i .
tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas 
ou de animais, e por essas possessões materiais se 
manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros 
corpos para se manifestarem, mas tomam formas de 
pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.
rj • , • ,Existem anjos bons e maus.
Na criação original dos anjos, não houve 
essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara 
que os anjos foram criados no mesmo nível de justiça 
bondade e santidade (2Pe 2.4; Jd 6). O que define entre 
bons e maus é o fato de que foram criados como seres 
morais com livre-arbí trio, e daí, a l iberdade de escolha 
consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer 
deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16; 
Ez 28.12-19 ').
A Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram 
contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2Pe 
2.4; Jd 6; Jó 4.18-21). Aos anjos que não pecaram e 
não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os 
confirmou em sua posição celestial e para sempre 
estarão na sua presença ( lTm 5.21; Mt 18.10).
A habitação dos anjos.
Ao estudarmos as várias classes angelicais, 
entendemos que estas são distintas por várias 
atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das 
“regiões celest iais” . A Bíblia declara ainda que os 
anjos de Deus são organizados em mil íc ias* espirituais 
que povoam os céus e são distribuídos em distintas 
ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, 
de uma habitação numa dimensão celestial.
1 Tr op as a ux i l i a r e s . 0
41
O número de anjos.
A Bíblia não nos dá informação sobre o 
número total dos anjos, mas diz claramente que eles 
formam um exército numeroso e poderoso. A 
quantidade existente de anjos é única e incontável, 
porque desde que foram criados não foram aumentados 
nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de 
uma vez pelo poder da Palavra de Deus. A Bíblia 
utiliza expressões variadas para designar: “milhares de 
milhares” ; “multidão dos exércitos celestiais” ; “muitos 
milhares de anjos” ; “mir íades1 de anjos” ; “legiões de 
anjos” (Ap 5.11; Dn 7.10; 'Dt 33.2; Hb 12.22; Mt 26.53; 
Lc 2.13).
A Natureza dos Anjos
Antes da criação do homem, Deus criou os 
anjos dando-lhes personalidade, inteligência e 
responsabilidade moral. Porém, a despeito da 
similaridade moral e espiritual com o homem, os anjos 
possuem algumas características peculiares. Ao 
estudarmos a natureza dos anjos, poderemos entender 
suas atividades.
Nem sempre, nos vários livros da Bíblia, os 
anjos foram chamados explicitamente de “Anjos” , mas 
também de “Santos” , “Poderosos”, “Heróis” , 
“Vigilantes” , “Filhos de Deus” , “Seres Celestiais” , 
“Estrelas”, etc. Há por volta de 300 passagens bíblicas 
envolvendo Anjos.
Anjos são seres criados por Deus.
: No princípio de todas as coisas, antes da 
criação do mundo físico, Deus criou os anjos (SI 148.2,
1 U m a mir í ade é igua l a 10 .000 anjos .
42
5; Cl 1.16). Quando foi esta criação dos Anjos, a Bíblia 
não deixou claro. E impossível fixar o tempo em que 
foram criados os anjos, mas uma citação de Jó 38.4-7, 
parece indicar que os Anjos, aqui chamados, 
presenciaram ao' menos parte da Criação da terra.
Anjos são seres espirituais e incorpóreos (Ef 6.12).
Os anjos são descritos espíritos, porque 
diferentes dos homens, eles não estão limitados às 
condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, 
e movimentam-se com uma rapidez imperceptível sem 
usar meios naturais. Os corpos espirituais não possuem 
limitações físicas, por isso a “lei da gravidade” não 
exerce qualquer influência ou poder sobre coisas 
espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos 
espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar 
para outro com extrema rapidez. Por serem superiores à 
matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se 
fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se 
houver necessidade. Várias aparições de anjos feitas a 
Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos 
indiscutíveis da Bíblia (Gn 18.1-10; 28.10-22; etc). 
Ainda em nosso tempo, os anjos aparecem aos servos 
de Deus na terra. O autor de Hebreus nos diz que os 
anjos são “espíritos ministradores” (Hb 1.14), e os 
demônios, que são anjos caídos, também são 
constantemente chamados de “espír itos” (Mt 8.16; Mt 
12.45; Lc 7.21; Lc 8.2). Jesus nos detalha que um 
espírito não tem carne nem osso (Lc 24.39). Através de 
suas passagens, sabemos que os anjos não se casam 
nem se dão em casamento (Mt 22.30; Mc 12.25). Estas 
passagens inviabilizam uma antiga interpretação de 
Gênesis 6.2, onde os “filhos de Deus” ali mencionados, 
seriam anjos que possuíram sexualmente mulheres. 
Uma interpretação mais viável é a de que “os filhos de
43
Deus” eram descendentes de Sete, que até aquele 
acontecimento, t inham um bom conceito da parte de 
Deus.
Em que os anjos diferem dos homens.
\ $ A Bíblia nos diz que Deus fez o homem “um
pouco abaixo dos anjos” (Hb 2.5-7). Entretanto, fala 
que os anjos são “espíritos ministradores enviados para 
serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 
1.13-14). É uma situação interessante: O homem é 
inferior aos anjos, mas através da redenção, os anjos 
nos servem. Chegaremos 'a té mesmo a ju lgar os anjos; 
evidentemente, aos que acompanharam a Satanás ( ICo
6.3). Embora a superioridade dos anjos em relação aos 
homens seja notória de muitas maneiras, a Bíblia nos 
mostra que eles têm também suas limitações.
Não são herdeiros de Deus.
Aqueles que têm a Jesus como Senhor de suas 
vidas, experimentaram a redenção, devido à fé nEle. 
Por isso, são chamados “herdeiros de Deus” - “Ora, se 
somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de 
Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, 
para que também com Ele sejamos glorificados” (Rm
8.17). Os anjos que permaneceram fiéis, não 
compartilharam de nosso estado de pecado, nem da 
nossa necessidade de redenção. Os anjos, que não são 
co-herdeiros, deverão pôr-se de lado, quando os crentes 
receberem as suas recompensas eternas. Entretanto, os 
anjos de Deus jamais perderão sua magnif icência1 
original, bem como manterão uma privilegiada posição 
na criação divina.
1 Q ua l i dade de m agn i f ic en t e ; g r a nd io s id ade , su n t uos i da de , 
pom pa, e s p l end or .
44
Não podem atestar a salvação.
Os anjos não podem atestar a salvação pela 
graça, através da fé. Justamente por não terem pecado, 
a salvação redentora não tem sentido para eles mesmos, 
embora eles se alegrem pela salvação dos homens (Lc
15.10). Os anjos anseiam por compreender mais das 
coisas do Evangelho ( IPe 1.12). Eles não têm uma 
compreensão total, por não terem experimentado 
pessoalmente a salvação. Seria o mesmo que alguém 
falar sobre casamento não tendo experimentado 
pessoalmente a vida de casado.
Nada indica que o Espírito Santo habite em anjos.
Quando alguém se converte pelo Evangelho de 
Cristo, a Bíblia nos diz que ele é selado com a presença 
do Espírito Santo (Ef 1.13-14). Assim, uma vez que 
Deus os tenha declarado justos, Ele se empenha num 
processo de santificação, para que o testemunho do 
Evangelho naquela vida, seja cada vez mais eficaz. O 
Espírito Santo não apenas guia e orienta aos crentes, 
mas faz uma obra em seus corações, para que se tornem 
santos como Cristo. Os anjos não necessitam do auxílio 
do Espírito Santo, para tornarem-se santos, pois têm 
uma relação de obediência contínua a Ele, e, se não 
fossem santos, não conseguiriam conviverna presença 
de Deus.
Conhecimento, Poder e Tempo de Vida.
Os anjos são seres pessoais, dotados de 
inteligência e vontade. Em 2Samuel 14.20 é 
mencionada a “sabedoria de um anjo” e no v. 17 que o 
“anjo de Deus discerne1 entre o bem e o mal” . O 
conhecimento que eles têm é obviamente maior do que
1 E s ta b e le c e r d i f e re nça ; sepa rar , d i s t i ngu i r .
45
1
o dos homens, pois convivem com o próprio Deus, 
armazenando conhecimento de centenas de anos, não só 
da terra, mas de todo o universo. Por mais vasto que 
seja o conhecimento, podemos estar certos de que não 
são oniscientes (o que é uma característica possuída 
apenas por Deus). Jesus, referindo-se à sua segunda 
vinda, disse que nem os anjos sabem (Mc 13.32). Pedro 
diz que o Evangelho e a Salvação são assuntos que os 
anjos “anelam perscrutar1” ( IPe 1.12). Entretanto, os 
anjos, provavelmente, sabem coisas a nosso respeito 
que não imaginaríamos que soubessem. Isso, devido à 
capacidade de não serem vistos, e de lutarem a nosso 
favor, contra o reino das trevas, nas regiões celestes. 
Os anjos desfrutam de um poder muito maior do que o 
dos homens, entretanto não são onipotentes. Paulo em 
2Tessalonicenses 1.7, refere-se aos “poderosos anjos 
de Deus” . Em Pedro lemos: “Os anjos, embora maiores 
em força e poder, não proferem contra elas 
(autoridades), juízo infame, na presença do Senhor” 
(2Pe 2.11). Nos Salmos, são chamados “valorosos em 
poder” (SI 103.20). João nos diz em Apocalipse 20.1-3 
que um anjo virá do céu com uma grande corrente na 
mão, amarrará a Satanás e o lançará no abismo. Qual 
ser humano teria tanta força e poder? Lucas nos diz que 
os anjos não morrem (Lc 20.36). Isto determina uma 
existência milenar, mas não eterna. O eterno, não tem 
princípio, nem fim; os anjos tiveram princípio, pois 
foram criados.
Visíveis ou Invisíveis.
A Bíblia assinala que os anjos, mais comumente, 
são invisíveis aos homens, pelo fato de serem espíritos 
(Hb 1.13-14). Entretanto, em muitas partes das
1 In v e s t i g a r m in u c io sam en te ; in d ag a r com esc rú pu lo ; perqui r i r .
46
Escrituras, encontramos anjos que se tornaram visíveis. 
Quando ocorre esta visibilidade, podem ter a aparência 
humana, por exemplo: anjos em Sodoma, foram
confundidos com homens (Gn 19.1-5); os anjos são 
chamados de “varões vestidos de branco” (At 1.10-11) 
- as vestes brancas são características de anjos, 
conforme João 20.12. Mas, quando os anjos estão 
visíveis, o normal é vermos que os homens ficam 
assombrados e aturdidos1 com a magnitude de suas 
feições angelicais, por vezes brilhantes como 
relâmpago (Mt 28.2-3). Daniel e João descrevem o 
esplendor dos anjos em passagens como Daniel 10.5-11 
e Apocalipse 10.1. Nem sempre os anjos são descritos 
como portadores de asas, principalmente quando 
util izam uma aparência humana. Entretanto, tanto 
Serafins quanto Querubins são descritos com muitas 
asas (Is 6.2,6; Ez 10.20-21). Os anjos podem até 
mesmo comer (Gn 18.2,8; Gn 19.1-3).
É um exército e não uma raça.
As Escrituras ensinam que o casamento não é da 
ordem ou do plano de Deus para os anjos, portanto não 
se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por 
cinco vezes os anjos são chamados de “filhos de Deus” , 
mas nunca lemos a respeito dos “filhos dos anjos” . Os 
anjos sempre são descritos como varões, porém na 
realidade não tem sexo, não propagam sua espécie. 
Várias passagens das Escrituras indicam que há um 
número muito grande de anjos, e são repetidamente 
mencionados como exércitos do céu ou de Deus. No 
Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria 
defendê-los dos que vieram prendê-lo: “Acaso pensas 
que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria
1 Es t o n te ad o , p e r tu rbado , a to rd oa do . Atô ni to , pasm ado.
47
neste momento mais de doze legiões de anjos” ? 
Portanto, seu criador e mestre é descrito como “Senhor 
dos Exércitos” . É evidente que eles são criaturas e 
portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre 
<3 relação com o espaço e o tempó do que os homens, não 
podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente.
São seres racionais morais e imortais.
Aos anjos são atribuídas características pessoais; 
são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato 
de que são seres inteligentes parece inferir-se 
imediatamente do fato dé que são espíritos. Embora 
não sejam oniscientes, são superiores aos homens em 
conhecimento e por ter natureza moral estão sob 
obrigação moral; são recompensados pela obediência e 
punidos pela desobediência. A Bíblia fala dos anjos 
que permanecerem leais como “santos anjos” , e retrata 
os que caíram como mentirosos e pecadores. Os 
homens podem morrer, mas os anjos são espíritos 
imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão 
sujeitos à dissolução, ou putrefação1 orgânica, visto 
que seus corpos são imateriais. A imortalidade deriva 
da pura espiritualidade. A imortalidade dos anjos está 
l igada ao sentido de que os anjos bons não estão 
sujeitos a morte, além de serem dotados de poder 
formando o exército de Deus, uma hoste de heróis 
poderosos, sempre prontos para fazer o que o Senhor 
mandar, enquanto que os anjos maus formam os 
exércitos de Satanás empenhados em destruir a obra do 
Senhor. Ilustrações do poder de um anjo são 
encontradas na libertação dos apóstolos da prisão (At
12.7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que 
fechou o túmulo de Cristo.
1 Es ta d o de pu t re fa to ; apo dre c im e n to .
Os anjos são seres poderosos.
O salmista os descreveu como “valorosos em 
poder” que executam as ordens de Deus e Lhe 
obedecem (SI 103.20). Quando os pais de Sansão 
levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre 
as chamas do altar sem sofrer qualquer dano (Jz 
13.19,20). Um só anjo matou 185 mil soldados do 
exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com 
fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.1-29). 
Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi 
sepultado, quando se exigia vários homens para 
remover aquela enorme pedra (Mt 28.2) Embora os 
anjos tenham poderes, eles são limitados (2Sm 24.16; 
Ap 18.1,21; Gn 19.13).
Os anjos são seres pessoais.
Na experiência com os homens, os anjos 
falam, orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a 
entender que os anjos possuem uma inteligência 
superior à dos homens, mas não igual ou superior à de 
Deus (2Sm 14.20; IPe 1.12). Dotados de sentimentos, 
anjos podem experimentar emoções quando rendem 
cultos a Deus (SI 148.2). Eles conhecem suas 
limitações e se contentam com tudo o que fazem (Mt 
24.36).
49
Questionário
• Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. A palavra anjo no hebraico é malakh e no grego é 
angelos que têm o mesmo significado
a)[ I Príncipe da paz, conselheiro
b)| I Servo, pacificador
c ) 0 Mensageiro, enviado
d)| I Guerreiro, soberano
2. Revela a verdade sobre o mundo espiritual
a ) 0 A Bíblia Sagrada
b)l I A experiência humana
c)l I A mitologia
d)l I As religiões
3. Quanto aos Anjos é errado dizer que
a ) D São seres espirituais e incorpóreos
b ) Q Foram criados por Deus após a criação do 
homem
c)| | Aparecem e desaparecem; movimentam-se com 
rapidez imperceptível sem usar meios naturais
d)l I Por serem superiores à matéria, os anjos 
podem tomar formas humanas
• Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4.KrI A Bíblia nos diz que Deus fez os anjos “um pouco 
abaixo dos homens”
5-ífel Os Anjos têm relações com o espaço e o tempo, e 
podem estar em dois ou mais lugares 
simultaneamente
50
Característ icas Distintas dos Anjos
O Senhor deu aos anjos conhecimento, poder 
e mobilidade mais elevada do que aos homens. Por 
esses elementos descobrimos algumas características 
especiais capazes de fazer-nos compreender alguns 
aspectos da revelaçãobíblica e das relações pessoais 
com os homens.
Santidade.
São identificados como santos. Isto implica 
em que eles foram colocados em estados eternos de 
santidade (Ap 14.10). Outros textos das Escrituras os 
identificam como “santos” (Mt 25.31; Mc 8.38; At
10.22) para os distinguir dos anjos caídos (Jo 8.44 e 
lJo 3.8-10).
Reverência.
Uma das características principais das 
atividades angelicais é o louvor e a adoração (SI 
29.1,2; 89.7; 103.20; 148.2). Jesus declarou que os 
anjos de Deus sempre estão na presença do Pai e vêem 
a sua face (Mt 18.10). De modo geral, todos os anjos 
de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe 
específica das hostes angelicais cuja função principal é 
louvar e adorar a Deus; são os serafins. Reverência é 
respeito e veneração marcados pelo temor. Esse temor 
não é medo, mas significa reconhecimento do poder 
superior de Deus.
Serviço.
São “espíritos ministradores” (Hb 1.14), 
indicando que eles exercem serviços especiais aos 
interesses do Reino de Deus. Exemplos:
1. Os anjos executam a vontade de Deus. O autor de 
Hebreus indica essa função angelical de serviço 
quando diz: “Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele 
que a seus anjos faz ventos e a seus ministros 
labaredas de fogo” (Hb 1.7). Os escritores sagrados 
os destacam como “ministros” para identificar o 
serviço que prestam a Deus em favor dos santos em 
Cristo.
2. Os anjos cuidam e protegem os fiéis (SI 34.7; lRs 
19.5-7).
3. Os anjos punem os inimigos de Deus (2Rs 19.35; Mt 
13.49,50).
A Classificação dos Anjos
A Bíblia dá a entender que os anjos de Deus 
se acham organizados de forma hierárquica, isto é, 
numa forma de graduação, de autoridade. A 
organização angelical abrange as várias categorias ou 
classes de anjos.
Uma hierarquia especial de anjos.
1. Anjos.
São exércitos como seres a lados1 para nos 
favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles 
são enviados para dar assistência aos herdeiros da 
salvação. Eles se regozijam com a conversão de um 
pecador, exercem vigilância protetora sobre os crentes 
(SI 91.11), protegem os pequeninos, estão presentes na 
igreja, recebem aprendizagem das multiformes riquezas 
da graça de Deus e encaminham os crentes ao seio de 
Abraão. A idéia de que alguns deles servem de anjos da 
guarda de crentes individuais não tem apoio nas
1 Fig. Leve , aéreo, de l icado . G rac ios o , e legan te , a i roso .
52
Escrituras. Embora os anjos não constituam um 
organismo, evidentemente são organizados de algum 
modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral 
“anjo” , a Bíblia emprega certos nomes específicos para 
indicar classe de anjos. O termo grego “angelos” 
(mensageiros) também e freqüentemente aplicado a 
homens. Não há nas Escrituras um nome geral, 
especificamente distintivo, para todos os seres 
espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, 
espíritos, santos, vigilantes. Contudo, há nomes 
específicos que indicam diferentes classes de anjos. Ao 
que parece, a palavra “anjo” determina um termo geral, 
relativo aos seres celestiais. Entretanto, além deste 
termo geral, percebemos uma categoria chamada 
“anjos” , que em sua forma difere de outras categorias, 
como a dos Serafins e a dos Querubins (feição de rosto, 
asas, etc). O único anjo mencionado pelo nome é 
Gabriel (“homem de Deus” ou “Deus mostrou-se 
forte”). É um “Anjo Mensageiro” , destacado por Deus 
para “Assuntos Especiais” , em Daniel 8.15-17 revela o 
futuro ao interpretar uma visão (544 a.C.), em Daniel 
9.21-22 dá entendimento e instrução a Daniel (523
a.C.), em Lucas 1.13 e 19 anuncia o nascimento de 
João Batista e em Lucas 1.26-27 anuncia o nascimento 
de Jesus.
2. Querubins.
Essa classe de anjos criados por Deus se 
destaca pela l igação que eles têm com o trono de Deus. 
A palavra querubim, no original hebraico “querub”, 
tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela 
primeira vez na Bíblia em Gênesis 3.24 no Jardim do 
Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o 
homem que havia pecado contra o seu Criador não 
tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. O que
53
aprendemos acerca dos querubins, que eles possuem 
uma posição elevada na corte celestial e estão 
diretamente ligados ao trono de Deus ( ISm 4.4; 2Rs 
19.15; SI 80.1; 99.1; Is 37.16). As ligações dos 
querubins com o trono de Deus nos ensina que eles 
guardam o acesso à presença de Deus. Só nos é 
possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar 
Santíss imo” com o sangue da aliança em nossas vidas 
(Hb 10.19-22). Como demonstração dos seus poderes 
de majestade, em Ezequiel 1 e Apocalipse 4 são 
representados simbolicamente como seres vivos em 
várias formas. Mais do qué outras criaturas, eles foram 
destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de 
Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do 
Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus a 
terra. São protetores do trono de Deus (SI 80.1; SI 
99.1; Is 37.16). São tão velozes como o vento (2Sm 
22.11; Gn 3.24). Duas réplicas de querubins esculpidas 
em madeira foram colocadas na cobertura da Arca (Nm 
7.89). Também adornavam o Tabernáculo (Êx 26.1). E 
tinham grande destaque no Templo de Salomão, com 
asas que se estendiam pela largura do santuário ( IRe 
6.23-28). Estes “ornamentos” em forma de querubins, 
foram orientados por Deus e certamente indicam a 
importância destes anjos na proteção do Trono de 
Deus. A descrição de Ezequiel era de seres com vários 
rostos, cheias de olhos e várias asas e o trono de Deus 
está acima deles (Ez 1.5-14; 10.19-22).
3. Serafins.
A palavra no hebraico, tem uma raiz 
(,saraph) que quer dizer consumir com fogo, e significa 
ardente, refulgente1 ou brilhante, nobres ou
1 Que r e fu lg e ou r e sp la nde ce ; r e s p l and ecen te , re fu lg ido .
54
afogueados1. Portanto, os Serafins são agentes de 
purificação pelo fogo. São zelosos pela santidade (Is 
6.1-7). Localizam-se acima do Trono de Deus (Is 6.1-
2). Parecem ter um ministério de adoração constante ao 
Senhor (Is 6.3), que abalava o lugar e o enchia de 
fumaça (Is 6.4). Diante da atitude de humilhação de 
Isaías (considerando-se impuro, Is 6.5), um dos 
Serafins o purifica com uma brasa do altar, retirando 
dele a iniqüidade e informando que o seu pecado estava 
perdoado (Is6.6-7). Esta classe de anjos aparece uma só 
vez na Bíblia em Isaías 6.1-7. Nesta escritura, os 
serafins estão intimamente ligados ao serviço de 
adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles 
promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. 
Na visão de Isaías, os serafins são representados como 
tendo seis asas. As asas de cada Serafim tinham 
funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, 
numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as 
outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade 
no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, 
eles voavam. Essa visão de seres alados não significa 
que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de ter asas. 
As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao 
profeta a capacidade de movimento e locomoção dos 
anjos para realizarem a vontade de Deus. E uma forma 
materializada que os seres espirituais usam para serem 
compreendidos, porque, de fato, os anjos são 
incorpóreos.
4. Arcanjos.
A palavra “arcanjo” representa a mais 
elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo 
“a r c ” , do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe,
1 S u b m e t id o a mui to fogo ou a mu i to calor . M ui to quen te ; 
ab ra sa do , a rdente .
55
um príncipe, um primeiro-ministro. Na Bíblia, o único 
mencionado é Miguel (Jd 9). Entre os livros apócrifos, 
existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a 
saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel 
e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece 
nos livros canônicos da Bíbliaque usamos é o do 
arcanjo Miguel (Jd 9). Não é impossível que existem 
ouTros arcanjos, e que Gabriel seja um deles. Do que é 
declarado a respeito de Miguel, deduzimos que os 
arcanjos são principais príncipes do exército de Deus 
(Dn 10.13). Miguel (quem é como Deus)? É um “Anjo 
Guerreiro”, um campeão .dos exércitos de Deus (Dn 
10.13,20-21), lutando contra os demônios da Pérsia e 
Grécia (Ap 12.7-8), lutando contra o dragão (Satanás) 
Judas 9, lutou com o diabo, pelo corpo de Moisés. O 
arcanjo Miguel se destaca biblicamente como uma 
espécie de administrador e protetor dos interesses 
divinos em relação a Israel (Jd 9; Dn 12.1). Ele é 
denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o 
guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e 
escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, 
o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante 
dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, 
representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 
12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira 
fase de convocação dos remidos do Senhor, a Escritura 
não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do 
arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais 
ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir 
ao encontro do Senhor nos ares ( lTs 4.16).
A Queda dos Anjos
Os anjos foram criados perfeitos e sem 
pecado, e como o homem dotado de livre escolha. Sob
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a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados 
fora do céu (Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe 
caíram foi o orgulho. Segundo as Escrituras, os anjos 
maus passam o tempo no inferno e no mundo, 
especialmente nos ares que nos rodeiam. Enganando os 
homens por meio do pecado, exercem grande poder 
sobre eles, este poder está aniquilado1 para aqueles que 
são fiéis a Cristo, pela redenção que ele consumou. Os 
anjos não são contemplados no plano da redenção, mas 
no inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos 
maus. Os anjos maus são empregados na execução dos 
propósitos de Satanás, que são opostos aos propósitos 
de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos 
contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.
A época de sua queda.
Nas Escrituras não há referência de quando 
ocorreu a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu 
antes da queda do homem, já que Satanás entrou no 
jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn
3).
A causa de sua queda.
A queda dos anjos se deu devido a sua 
revolta del iberada2 e autodeterminada contra Deus. 
Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas 
como possíveis causas. Ambição desmedida e o desejo 
de ser mais que Deus parecem ser outra causa (Is
14.13-14).
0 resultado de sua queda.
• Todos eles perderam a sua santidade original e se 
tornaram corruptos em natureza e conduta;
1 A r ru i nado , de s t r u íd o . Aba t id o , p ros t rado .
2 Reso lv e r - se c o n s id e r a d a m en te ; dec id i r - s e , de te rm in a r - se .
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• Alguns deles foram lançados no inferno e estão 
acorrentados até o dia do julgamento;
• Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham 
em definida oposição à obra dos anjos bons (Jd 9);
• Eles serão, no futuro, atirados para a terra, e após 
seu julgamento, no lago de fogo e enxofre (Jd 6).
Os Demônios
As Escrituras não descrevem a origem dos 
demônios. Essa questão parece ser parte do mistério 
que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão 
claro testemunho da sua existência real e de sua 
posição.
Nos Evangelhos aparecem os espíritos maus 
desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das 
quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta 
possessão conforme os exemplos dos textos bíblicos se 
evidenciam por loucura (Mc 5.1-20), epilepsia (Mt
17.14-23) e outras enfermidades, associadas 
principalmente com o sistema mental e nervoso. O 
indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor 
de si mesmo; o espírito fala através de seus lábios ou 
emudece a sua vontade; leva-o aonde quer e geralmente 
o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma 
força sobrenatural.
Quando examinam as Escrituras, algumas 
pessoas ficam em dúvida se os demônios devem ser 
classificados juntamente com os anjos ou não; mas não 
há dúvida de que na Bíblia, há ensino positivo
concernente a cada um dos dois grupos.
Ainda que alguns falem em “diabos” , como
se houvesse muitos de sua espécie, tal expressão é
incorreta. Há muitos “demônios”, mas existe um único 
“diabo” . Diabo é a transliteração do vocábulo grego
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“diabolos”, nome que significa “acusador” e é aplicado 
nas Escrituras exclusivamente a Satanás. “Demônio” é 
a transliteração de “daimon” ou “daimonion” .
A natureza dos demônios.
• São seres inteligentes, possuem características de 
ações pessoais o que demonstra que possuem 
personalidade;
• São seres espirituais;
• São reputados idênticos aos espíritos imundos no 
Novo Testamento;
• São seres numerosos de tal modo que tornam 
Satanás praticamente ubíquo1 por meio desses seus 
representantes;
• São seres vis e perversos - baixos em conduta;
• São servis e obsequiosos2. São seres de baixa 
ordem moral, degenerados em sua condição, 
ignóbeis3 em suas ações, e sujeitos a Satanás.
As atividades dos demônios.
• Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos 
irracionais;
• Afligem aos homens mentais e fisicamente;
• Produzem impureza moral.
Satanás
Satanás aparece nas Escrituras como 
reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era 
originalmente um dos poderosos príncipes do mundo 
angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram
Que está ao m esm o t em po em toda a par te.
' Que p re s ta obs éq u io s ; se rv iça l .
Que não tem n ob reza ; ba ixo , de sp re z ív e l , vil , abjeto.
contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, 
Satanás era originalmente Lucifer (“o que leva a luz”), 
o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente 
aspirou a ser “como o Altíss imo” e caiu “na 
condenação” .
O nome “Satanás” revela-o como “o 
adversário”, não do homem em primeiro lugar, mas de 
Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da criação 
de Deus, forja1 a destruição, razão pela qual é chamado 
Apolion (destruidor), e ataca Jesus, quando Este 
empreende a obra de restauração. Depois da entrada do 
pecado no mundo ele se tornou “diabolos” (acusador), 
acusando continuamente o povo de Deus. Ele é 
apresentado nas Escrituras como o originador do 
pecado e aparece como reconhecido chefe dos que 
caíram. Ele continua sendo o líder das hostes angelicais 
que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa 
desesperada resistência a Cristo ao seu reino. E 
também chamado “príncipe deste mundo” e até mesmo 
“deus deste século” . Não significa que ele detém o 
controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele 
deu toda autoridade a Cristo, mas o sentido é que 
Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo 
naquilo em que está separado de Deus.
Ele é mais que humano, mas não é divino; 
tem poder, mas não é onipotente; exerce influência em 
grande escala, mas restrita e está destinado a ser 
lançado no abismo.
Seu caráter.
Presunçoso; orgulhoso; poderoso; maligno; 
astuto; enganador; feroz e cruel.
1 In venta r , maqui na r , p lanear , ima gi na r , fo r j icar .
Suas atividades.
1. A natureza das atividades. Perturbar a obra de Deus; 
opor-se ao evangelho; dominar, cegar, enganar e 
laçar os ímpios; afligir e tentar os santos de Deus.
2. O motivo de suas atividades. Ele odeia até a 
natureza humana com a qual se revestiu o Filho de 
Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que 
uma vez perdendo o sal da terra o seu sabor, o 
homem torna-se vítima nas suas mãos 
inescrupulosas.
Sua atuação.
Não limita suas operações aos ímpios e 
depravados. Muitas vezes age nos círculos mais 
elevados como “um anjo

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