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6 Legislação urbanística e transporteFerramenta externa

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Legislação urbanística e transporte
APRESENTAÇÃO
A mobilidade urbana contemporânea se apoia na ideia de que a mobilidade é a principal 
promotora de igualdade de possibilidades de deslocamentos das pessoas, permitindo o acesso a 
atividades variadas, sendo ainda responsável pela redução no nível de energia associada aos 
meios de transporte e, também, pela diminuição da poluição ambiental. Por meio desse conceito, 
estudiosos da área criaram legislações e um conjunto de indicadores tratando do uso do solo e 
do transporte, visando a contribuir na avaliação da mobilidade urbana sustentável.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a legislação de transportes, além de conhecer 
princípios que regem sobre as normas e as aplicações delas nas cidades, permitindo, ainda, que 
você consiga estabelecer critérios fundamentais para uma mobilidade urbana de qualidade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Enumerar os principais exemplos de legislação referentes ao transporte urbano.•
Descrever os mecanismos existentes na elaboração e na aplicação da legislação.•
Apontar diferenças e similaridades entre a legislação brasileira e a de outros países.•
DESAFIO
A Índia enfrenta sérios problemas de mobilidade urbana. O país é referência de um modelo a 
não ser seguido quando o assunto é infraestrutura de transporte. Existe uma deficiente 
infraestrutura urbana voltada para o trânsito (a falta de calçamento faz com que não se 
estabeleça um limite físico por onde os carros e as motos podem passar), assim como um grande 
volume de veículos que transitam pelas ruas, resultando em um sistema de trânsito 
aparentemente caótico e desordenado.
Imagine que você faz parte de um grupo de pesquisadores especializados em criação de planos 
diretores de transportes urbanos e foi contratado pelo governo indiano para indicar possíveis 
ações que gerem uma melhoria na mobilidade urbana país.
Sua parte no grupo de pesquisadores é redigir um breve relatório citando três objetivos, três 
diretrizes e três metas que estarão presentes no Plano Diretor de Transporte Indiano (PDTI).
INFOGRÁFICO
A Lei n.º 12.587/2012 utiliza três mecanismos fundamentais: os princípios, as diretrizes e os 
objetivos da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Esses mecanismos têm como meta 
facilitar a aplicabilidade nos casos concretos referentes ao assunto. 
No Infográfico a seguir, você vai ver quais são esses mecanismos e o que cada um deles 
estabelece em relação ao assunto da mobilidade urbana no Brasil.
CONTEÚDO DO LIVRO
Um momento de grande conquista para a mobilidade urbana do Brasil foi a criação da Lei da 
Mobilidade. Essa norma tem como objetivo criar uma política nacional de mobilidade urbana. 
Além disso, dispõe de diretrizes que dão suporte à priorização de modais de transporte ativo.
No capítulo Legislação urbanística e transporte, da obra Planejamento de transportes urbanos, 
base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, você vai ver conceitos da Lei da Mobilidade 
Urbana, assim como outras leis e outros decretos que abordam o assunto do transporte e do 
trânsito.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO DE 
TRANSPORTES 
URBANOS
Carlla Portal Volpatto
Legislação urbanística 
e transporte
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Enumerar os principais exemplos de legislação referentes a transporte 
urbano.
  Descrever os mecanismos existentes na elaboração e na aplicação 
da legislação.
  Apontar diferenças e similaridades entre a legislação brasileira e a de 
outros países.
Introdução
Os meios de transporte são de grande importância para o desenvolvi-
mento urbano das cidades. A mobilidade urbana, quando planejada de 
forma organizada, com diretrizes sustentáveis e leis objetivas e claras, 
permite o crescimento urbano e uma melhor qualidade de vida para 
a população. Assim, o transporte urbano e o trânsito são temas que 
envolvem discussões nos governos de diferentes países. Essas discussões 
buscam meios de tornar o trânsito mais seguro, eficaz e melhor para a 
sociedade. Nesse contexto, no intuito de melhorar as atitudes dos usuários 
e obter uma melhoria nas condições de trânsito, foram criadas leis para 
regular o sistema de transporte brasileiro.
Neste capítulo, você vai aprender a respeito das legislações dos trans-
portes urbanos. Você vai compreender como ocorre o planejamento, a 
elaboração e a aplicação dessa legislação e, ainda, vai entender como 
isso ocorre em outros países, desenvolvendo uma visão mais crítica do 
que ocorre em nosso país nessas questões.
Legislação brasileira
No Brasil, existem três legislações fundamentais para o desenvolvimento 
urbano: o Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001), o plano 
diretor e a lei de uso e ocupação do solo, descritas abaixo.
1. O Estatuto da Cidade age em âmbito federal e cria normas de interesse 
público e social, tratando sobre o uso da propriedade, a segurança e a 
qualidade de vida da população e dispondo, ainda, sobre o equilíbrio 
ambiental.
2. O plano diretor tem aplicabilidade nos estados e municípios. Trata-se 
de uma ferramenta para aplicação da política urbana e do planejamento 
estratégico, que prevê como as cidades podem crescer e avalia os im-
pactos de vizinhança e ambientais diante do crescimento urbano atual.
3. A lei de uso e ocupação do solo atende ao âmbito municipal. Ela estabe-
lece critérios para a ocupação do solo da cidade, definindo o que pode 
ser construído e em quais locais, bem como as dimensões e alturas. 
Trata-se de uma forma de controlar o crescimento dos municípios. Essa 
lei precisa seguir os princípios estabelecidos no Estatuto da Cidade e, 
ainda, estar de acordo com o plano diretor. 
Ainda no contexto urbano, a Lei Federal nº. 12.587 (BRASIL, 2012), de 
03 de janeiro de 2012, conhecida como Lei da Mobilidade Urbana, exige 
que municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem seus planos de mo-
bilidade. Essa ação tem como objetivo planejar o crescimento das cidades 
de forma ordenada. A Lei trata do planejamento e da execução da política 
de mobilidade urbana nos municípios e discute a respeito do planejamento 
urbano, uma diretriz do Estatuto da Cidade e um instrumento fundamental 
para o crescimento sustentável das cidades brasileiras.
Nosso país conta com muitas regras para regulamentar o trânsito nas cida-
des. O principal modo de regulamentação é o Código de Trânsito Brasileiro 
(CTB), instituído na Lei nº. 9.503 (BRASIL, 1997), de 23 de setembro de 1997. 
Essa Lei tem como finalidade administrar a circulação de veículos de qualquer 
natureza nas vias terrestres do país, conforme estabelece seu art. 1º: “Art. 1º O 
trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas 
à circulação, rege-se por este Código” (BRASIL, 1997, documento on-line).
O CTB (BRASIL, 1997) é composto por uma grande quantidade de regras 
aplicáveis aos condutores de veículos automotores e a ciclistas e pedestres. 
Legislação urbanística e transporte2
Além do CTB, existem leis complementares para tratar do transporte urbano, 
algumas delas descritas a seguir.
  Lei nº. 9.602, de 21 de janeiro de 1998 — dispõe sobre legislação de 
trânsito e outras providências (BRASIL, 1997).
  Lei nº. 11.705, de 19 de junho de 2008 — conhecida como Lei Seca, 
trata sobre as restrições ao uso e à propaganda de bebidas alcoólicas, 
medicamentos, terapias e defensivos agrícolas. Tem como meta inibir 
o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor e dá 
outras providências (BRASIL, 1997).
  Lei nº. 12.009, de 29 de julho de 2009 — regulamenta o exercício das 
atividades dos profissionais em transporte de passageiros, em entrega de 
mercadorias, em serviço comunitário de rua e motoboys, com o uso de 
motocicleta. Trata sobre regras de segurança dos serviços de transporte 
remunerado de mercadorias em motocicletas (moto frete),estabelece 
regras gerais para a regulação desse serviço e dá outras providências 
(BRASIL, 1997).
  Lei nº. 12.302, de 02 de agosto de 2010 — regulamenta o exercício da 
profissão de instrutor de trânsito (BRASIL, 1997).
  Lei nº. 13.103, de 02 de março de 2015 — conhecida como Lei do 
Caminhoneiro, ela se destina a motoristas de transporte rodoviário 
de passageiros e de transporte rodoviário de cargas (BRASIL, 1997).
Além das leis, para um melhor controle da aplicação das regras do trânsito 
brasileiro, contamos com os decretos, atos administrativos do poder executivo 
que regulamentam as leis, conforme descritos abaixo.
  Decreto nº. 5.296, de 02 de dezembro de 2004 — trata de critérios 
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de 
deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências.
  Decreto nº. 2.613, de 03 de junho de 1998 — trata do Fundo Nacional 
de Segurança e Educação de Trânsito (Funset) e dá outras providências 
(BRASIL, 1997).
  Decreto nº. 2.867, de 08 de dezembro de 1998 — dispõe sobre a reparti-
ção de recursos provenientes do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais 
causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (BRASIL, 1997).
  Decreto nº. 4.710, de 29 de maio de 2003 — dispõe sobre a implantação 
e o funcionamento da Câmara Interministerial de Trânsito (BRASIL, 
1997).
3Legislação urbanística e transporte
  Decreto nº. 4.711, de 29 de maio de 2003 — dispõe sobre a coordenação 
do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) (BRASIL, 1997).
  Decreto nº. 6.488, de 19 de junho de 2008 — trata da margem de tole-
rância de álcool no sangue e a equivalência entre os distintos testes de 
alcoolemia para efeitos de crime de trânsito (BRASIL, 1997).
  Decreto nº. 6.489, de 19 de junho de 2008 — restringe a comercialização 
de bebidas alcoólicas em rodovias federais (BRASIL, 1997).
O Brasil conta ainda com a Agência Nacional de Transportes Terrestres 
(ANTT), criada pela Lei nº. 10.233, de 5 de junho de 2001. Segundo o site da 
ANTT ([2019], documento on-line), ela consiste em uma autarquia de regime 
especial, que:
Tem por finalidade regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação 
de serviços e de exploração da infraestrutura de transportes, exercidas por 
terceiros, visando garantir a movimentação de pessoas e bens, harmonizar os 
interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, 
autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservado o interesse 
público, arbitrar conflitos de interesses e impedir situações que configurem 
competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica.
Existe ainda a Lei nº. 13.640, de 26 de março de 2018, que ficou conhecida como “Lei do 
Uber”. Essa lei regulamenta o transporte remunerado privado individual de passageiros.
Elaboração e aplicação da lei
A Lei da Mobilidade Urbana apresenta três mecanismos fundamentais: os 
princípios, as diretrizes e os objetivos da Política Nacional de Mobilidade 
Urbana. Esses mecanismos têm como meta facilitar a aplicabilidade nos casos 
concretos referentes ao assunto. Os princípios tratam de conceitos que visam a 
orientar a compreensão do texto da Lei e podem, ainda, servir como base para 
a elaboração de novas normas a respeito do assunto — ou seja, leis, decretos 
ou outros atos administrativos. 
Legislação urbanística e transporte4
A seguir, são listados os princípios da Lei da Mobilidade Urbana (BRASIL, 
2012):
  acessibilidade universal; 
  desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconô-
micas e ambientais;
  equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; 
  eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte 
urbano; 
  gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da 
política nacional de mobilidade urbana;
  segurança nos deslocamentos das pessoas; 
  justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes 
modos e serviços; 
  equidade no uso do espaço público de circulação, das vias e dos lo-
gradouros; e 
  eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana.
Segunda a Lei da Mobilidade Urbana, as diretrizes “[...] são orientações 
sobre os caminhos a seguir para que sejam atingidos os objetivos desta Lei. As 
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana destacam a necessidade 
de integração com as demais políticas urbanas e a priorização dos modos não 
motorizados e do transporte público coletivo” (BRASIL, 2012, documento 
on-line). Veja abaixo a lista de diretrizes:
  integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas 
políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e 
gestão do uso do solo no âmbito dos entes federativos; 
  prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motori-
zados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte 
individual motorizado;
  integração entre os modos e serviços de transporte urbano; 
  mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos desloca-
mentos de pessoas e cargas na cidade;
  incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias 
renováveis e menos poluentes; 
  priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores 
do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado;
5Legislação urbanística e transporte
  integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de fronteira 
com outros países sobre a linha divisória internacional.
O último mecanismo apresentado pela Lei nº. 12.587/2012 são os objetivos. 
Eles trazem uma visão de futuro para o país. A Lei estabelece que “A partir 
do comprometimento dos governos e sociedade para a implementação desta 
política será possível reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condições 
urbanas de mobilidade e acessibilidade” (BRASIL, 2012, documento on-line). 
Assim, os objetivos da Lei da Mobilidade Urbana são (BRASIL, 2012): 
  reduzir as desigualdades e promover a inclusão social; 
  promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais;
  proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se 
refere à acessibilidade e à mobilidade; 
  promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos 
ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas 
nas cidades; e
  consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da cons-
trução contínua do aprimoramento da mobilidade urbana.
Ao longo da Lei da Mobilidade Urbana, podemos ver que a norma tem 
como prioridade os modos não motorizados e o transporte coletivo. Ainda, 
ela aponta que os projetos e investimentos nos municípios devem se adequar 
aos princípios, às diretrizes e aos objetivos trazidos na lei expressa — caso 
contrário, podem ser contestados judicialmente. 
Já o SNT consiste em um conjunto de órgãos e entidades da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Esse conjunto de órgãos dispõe 
sobre o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, 
pesquisa, registro e licenciamento de veículos. Além disso, trata de aspectos 
como: formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenha-
ria e operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de 
infrações e de recursos e aplicação de penalidades (BRASIL, 1997).
O SNT tem três objetivos básicos. O primeiro deles trata de estabelecer 
diretrizes da Política Nacional de Trânsito, abordando a segurança, a fluidez, 
o conforto, a defesa ambiental e a educação para o trânsito. Já a segunda meta 
fixa a padronização de critérios técnicos, financeiros e administrativos para 
a execução das atividades de trânsito. Por fim, o terceiro objetivo estabelece 
a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos 
Legislação urbanística e transporte6
órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do 
sistema (BRASIL, 1997).
O SNT é composto pelos seguintes órgãos e entidades: Conselho Nacional de Trânsito (Contran), coordenador do Sistema e 
órgão máximo normativo e consultivo;
  Conselhos Estaduais de Trânsito (Cetran) e Conselho de Trânsito 
do Distrito Federal (Contrandife), órgãos normativos, consultivos e 
coordenadores;
  órgãos e entidades executivos de trânsito da União (Departamento 
Nacional de Trânsito — Denatran), dos estados (Departamento Estadual 
de Trânsito — Detran), do Distrito Federal e dos municípios;
  órgãos e entidades executivos rodoviários da União (Departamento 
Nacional de Infraestrutura de Transportes — DNIT), dos estados (De-
partamento de Estradas e Rodagem — DER), do Distrito Federal e dos 
municípios;
  Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  polícias militares (PMs) dos estados e do Distrito Federal;
  Juntas Administrativas de Recursos de Infrações (Jari).
No Quadro 1 a seguir, esses órgãos estão divididos de acordo com suas 
esferas e competências.
 Fonte: Adaptado de Brasil (1997). 
Federal Estadual Municipal
Normativos Contran Cetran
Contrandife
Conselho
municipal
Executivos Denatran Detran Departamento 
municipal
Executivos 
rodoviários
DNIT/ANTT DER Prefeitura 
municipal
Fiscalizadores PRF PM Agente 
municipal 
de trânsito
Recursais Jari Jari Jari
 Quadro 1. Órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito 
7Legislação urbanística e transporte
Cabe destacar as atividades dos principais órgãos do SNT: o Contran estabelece as 
normas, cria resoluções, coordena o SNT e estabelece as Câmaras Temáticas; o Denatran 
é responsável pelo registro da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e pelo registro 
de veículos; o Detran trata da formação dos condutores e da expedição da CNH e da 
Licença de Aprendizagem de Direção Veicular; a Jari julga os recursos de infrações.
A legislação em outros países
A seguir, são descritas as legislações de trânsito de três outros países, com 
o objetivo de analisar as diferenças e semelhanças com as legislações de 
transporte urbano brasileiras.
Alemanha
O Road Traffi c Act é uma espécie de código de trânsito alemão, que contém 
inúmeras regras para o tráfego rodoviário, atendendo aos usuários do trânsito, 
como condutores, pedestres e ciclistas, conforme leciona Neubauer (2019). As 
regras de trânsito, na Alemanha, são severas e complexas, mas muito justas. 
O processo de formação de motoristas é mais rigoroso do que no Brasil. 
Na Alemanha, o motorista não pode ultrapassar oito pontos na habilitação 
(que é chamada de Führeschein). Ao ultrapassar esse limite, é necessário 
passar por um curso de reciclagem, assim como ocorre no Brasil. Porém, na 
Alemanha, quebrar as regras não é bem visto e não se trata de um fato comum. 
Assim como em outros países europeus, a Alemanha tem um limite de 
velocidade de 50 km/h em áreas construídas e 100 km/h fora de áreas cons-
truídas. Não existe um limite de velocidade nas autoestradas (chamadas de 
autobahn, conforme mostra a Figura 1); nelas, os motoristas contam apenas 
com uma velocidade recomendada de 130 km/h. Os motoristas dirigem de 
acordo com as condições meteorológicas; em situações de gelo e neve, por 
exemplo, diminuem a velocidade. 
Legislação urbanística e transporte8
Figura 1. Autobahn na Alemanha.
Fonte: Eight... (2016, documento on-line).
Desde que você não fique mais de um ano na Alemanha, é possível obter 
uma permissão especial para dirigir no país. Para obter uma carteira perma-
nente, o processo depende do país de origem que emitiu sua carteira original. 
Assim, é necessário consultar os regulamentos de acordo com o seu país. 
Portugal
Em Portugal, utilizam-se rodovias de quatro pistas, conhecidas como auto-
estradas. Existem, ainda, as rodovias de duas pistas, que conectam o interior 
do país. As estradas são bem sinalizadas e as vias apresentam bom estado 
de conservação. As leis de trânsito portuguesas são bem semelhantes às do 
Brasil. Veja a seguir os limites de velocidade no país:
  zonas urbanas: 50 km/h;
  estradas nacionais: 70 km/h;
  vias reservadas: 100 km/h;
  autoestradas: 120 km/h.
Diferentemente do Brasil, em Portugal, o seguro do automóvel é obrigatório. 
O proprietário do veículo deve contratar uma empresa privada; depois de fazer 
9Legislação urbanística e transporte
o pagamento, a companhia de seguros envia um adesivo, que deve ser fixado 
no vidro dianteiro do carro. Em situações de acidente, é obrigatório que o 
motorista coloque um colete reflexivo. Todo veículo deve ter esse colete em 
um lugar acessível. Além disso, existe a Declaração Amigável de Acidente 
Automóvel: ela representa a participação no acidente e é composta por dois 
exemplares. Cada condutor deve ficar com um exemplar e entregá-lo para 
suas seguradoras. 
Índia
A Índia é conhecida pelo caos que enfrenta na mobilidade urbana (Figura 2). 
Existe uma grande defi ciência na infraestrutura das vias e falta planejamento 
de trânsito. As estradas indianas, em geral, são bem estreitas, com diversos 
buracos e pouca sinalização. Devido à pavimentação precária, a demarcação 
das vias e calçadas praticamente não existe. Animais e pedestres disputam 
um lugar na rua com os ônibus, os carros e as bicicletas. 
Os limites de velocidade na Índia variam de acordo com o veículo e a 
região do país. As motocicletas podem trafegar até a velocidade de 50 km/h 
nas estradas. Já os caminhões e ônibus podem transitar com o limite de 65 
km/h. No estado de Maharashtra, os carros podem dirigir com o limite de 
65 km/h, enquanto em Uttar Pradesh não existe um limite estipulado. O país 
conta com projetos para aumentar o limite de velocidade nacional para 100 
km/h para a maioria dos veículos.
Para dirigir na Índia, você pode ter a habilitação local ou, ainda, a habi-
litação internacional. Tendo a habilitação internacional emitida em seu país, 
não se encontra grandes dificuldades para obter a habilitação local da Índia. 
Já na questão de multas, se o motorista estiver dirigindo sob influência de 
álcool ou drogas, detectada por meio do bafômetro, será penalizado com até 
seis meses de prisão ou uma multa, ou ambos.
Legislação urbanística e transporte10
Figura 2. Calcutá, Índia. 
Fonte: Where... ([2014], documento on-line).
Na Índia, existem ainda os tuk tuks (Figura 3), espécies de triciclos mo-
torizados com cabine. Trata-se de um transporte muito comum no país, que 
causa bastante tumulto no trânsito, especialmente em função de sua buzina.
Figura 3. Tuk tuks na Índia. 
Fonte: Agra... (2019, documento on-line).
11Legislação urbanística e transporte
AGRA fort rouge tuk tuk – Índia. Voyage Virtuel, 2019. Disponível em: https://www.voya-
gevirtuel.com/inde/rajasthan/agra-fort-rouge-tuk-tuk-162.php. Acesso em: 16 set. 2019.
ANTT. Institucional. [2019]. Disponível em: http://www.antt.gov.br/institucional/index.
html. Acesso em: 16 set. 2019.
BRASIL. Lei no. 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional 
de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis no. 3.326, de 3 de junho 
de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nos. 5.917, de 
10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providên-
cias. Diário Oficial da União, 4 jan. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12587.htm. Acesso em: 16 set. 2019.
BRASIL. Lei no. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. 
Diário Oficial da União, 24 set. 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L9503.htm. Acesso em: 16 set. 2019.
EIGHT things you never knew about the German Autobahn. The Local Germany, 2016. 
Disponível em: https://www.thelocal.de/20160406/eight-things-you-never-knew-
-about-the-german-autobahn. Acesso em: 16 set. 2019.
WHERE on the world is Kolkata? Wonderpolis, [2014]. Disponível em: https://www.
wonderopolis.org/wonder/where-in-the-world-is-kolkata. Acesso em: 16 set. 2019.
Legislaçãourbanística e transporte12
DICA DO PROFESSOR
Os patinetes estão virando "febre" em muitas capitais brasileiras. Com uso desse meio de 
transporte se tornando cada dia mais comum pelas ruas e praça, a criação de regras sobre a 
utilização segura e eficiente do patinete se torna necessário.
Na Dica do Professor, você vai conhecer um pouco sobre as regras de uso dos patinetes.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) É um conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. Dispõe sobre o exercício das atividades de planejamento, administração, 
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos.
O parágrafo anterior descreve qual conjunto de órgãos?
A) CTB.
B) JARI.
C) SNT.
D) CONTRAN.
E) CETRAN.
A Lei da Mobilidade Urbana apresenta objetivos que trazem uma visão de futuro 
para o país. A Lei traz expressa que “a partir do comprometimento dos governos e 
2) 
sociedade para a implementação desta política será possível reduzir as desigualdades 
sociais e melhorar as condições urbanas de mobilidade e acessibilidade".
Qual alternativa representa um objetivo da Lei da Mobilidade Urbana?
A) Promover o acesso aos serviços e equipamentos privados.
B) Proporcionar melhoria nas condições urbanas da população quanto à acessibilidade 
somente nas áreas centrais das cidades. 
C) Consolidar a gestão autocrática como instrumento e garantia da construção contínua do 
aprimoramento da mobilidade urbana. 
D) Proporcionar melhoria nas condições rurais da população no que se refere à acessibilidade 
e à mobilidade. 
E) Promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e 
socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades.
3) Qual lei age no âmbito federal, criando normas de interesse público e social, tratando 
do uso de propriedade, segurança e qualidade de vida da população?
A) Lei de Uso e Ocupação do Solo.
B) Plano Diretor.
C) Lei da Mobilidade Urbana.
D) Estatuto da Cidade.
E) Código de Trânsito.
4) A Lei n.o 12.587/12, conhecida popularmente como Lei da Mobilidade Urbana, 
determina aos municípios a tarefa de planejar e executar a política de mobilidade 
urbana.
Qual dos itens a seguir é um princípio estabelecido por essa Lei?
A) Desenvolvimento administrativo das cidades. 
B) Segurança nos deslocamentos das pessoas.
C) Distribuição dos benefícios para os transportes individuais e privados.
D) Incompatibilidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros. 
E) Acessibilidade nas grandes cidades.
5) Segundo a Lei da Mobilidade Urbana, “as diretrizes, por sua vez, são orientações 
sobre os caminhos a seguir para que sejam atingidos os objetivos desta Lei. As 
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana destacam a necessidade de 
integração com as demais políticas urbanas e a priorização dos modos não 
motorizados e do transporte público coletivo”.
Qual alternativa representa uma das diretrizes expressas nessa Lei?
A) Prioridade dos modos de transportes motorizados e dos serviços de transporte público 
coletivo sobre o transporte individual motorizado.
B) Distinção entre os modos e serviços de transporte urbano.
C) Integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de fronteira com outros países 
sobre a linha divisória internacional.
D) Priorização de projetos de transporte individuais estruturadores do território e indutores do 
desenvolvimento urbano integrado.
E) Desintegração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais 
de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos 
entes federativos.
NA PRÁTICA
Uma das dificuldades enfrentadas na rotina de urbanistas é a utilização da legislação vigente. É 
importante saber quais legislações atendem no âmbito federal, estadual e municipal, tendo que 
se atentar, ainda, para a vigência da norma, para não utilizar uma lei em desuso. 
Acompanhe uma situação problema enfrentada pelo estagiário Rafael na busca pelo 
entendimento da legislação urbanística. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Mobilidade e indicadores de infraestrutura
Artigo que analisa a metodologia empregada no Plano de Mobilidade de São Paulo. Discute a 
estrutura do documento a partir do que se estabeleceu na Política Nacional de Mobilidade 
Urbana quanto às infraestruturas urbanas que devem integrar os diferentes modais de transporte, 
permitindo melhor mobilidade e acessibilidade.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade
O documento, criado para auxiliar as cidades na elaboração de seus planos de mobilidade,aborda 
o processo de planejamento da mobilidade urbana, bem como instrumentos e fatores 
condicionantes para o desenvolvimento de um plano de mobilidade.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Problemas e soluções em mobilidade na maior cidade do país
Reportagem sobre mobilidade de transporte e entrevista com especialistas no assunto, discutindo 
sobre questões de engarrafamento, diminuição do uso do transporte coletivo e eliminação de 
vagas para estacionamento. Trata, ainda, de medidas que induzam as pessoas a uma mudança de 
comportamento.
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Mobilidade urbana
Conversa sobre mobilidade urbana no Brasil, propondo melhorias para o trânsito.O programa 
retoma o passado para entender como ocorreu a escolha pelo automóvel nas décadas de 40 e 50.
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