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TCC Moises

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8
LUZIA SANTOS DE SOUSA
 MOISÉS RIVELINO PEREIRA DE OLIVEIRA
EDUCAÇÃO SEXUAL NA ADOLECÊNCIA
NOVO REPARTIMENTO-PA
2021
LUZIA SANTOS DE SOUSA
 MOISÉS RIVELINO PEREIRA DE OLIVEIRA
EDUCAÇÃO SEXUAL NA ADOLECÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para obtenção de nota do Curso Técnico em Enfermagem. Orientado pela professora Márcia Silva Perini, ofertado pelo Colégio Olimpus – Centro de Estudos e Formação.
NOVO REPARTIMENTO-PA
2021
LUZIA SANTOS DE SOUSA
 MOISÉS RIVELINO PEREIRA DE OLIVEIRA
EDUCAÇÃO SEXUAL NA ADOLECÊNCIA
Este trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi julgado adequado e aprovado por:
PROFESSORA ORIENTADORA: _______________________________________
 
BANCA EXAMINADORA: ______________________________________________
CONCEITO:________________________
DATA DE APROVAÇÃO: _________/_______/_______
NOVO REPARTIMENTO-PA
2021
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos primeiramente a Deus pelo qual tudo se faz possível. Aos nossos pais e irmãos por guiarem nossos caminhos com amor e dedicação para que conseguíssemos trilhá-lo sem medo e com esperança; Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a elaboração deste trabalho. Aos amigos e amigas companheirismo e incentivo; os professores da instituição Olimpus pelo incentivo, pela dedicação em todo o percurso desse curso e a paciência na orientação.. Enfim, agradecemos a todos.
Relatório de Estágio Supervisionado
do Curso de Licenciatura em Química/ PARFOR do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Federal do Pará - Campus Tucuruí, sob a orientação da Professora Ana Rosa Carriço de Lima Montenegro Duarte. O Estágio foi realizado na Escola “Nome da escola” e teve a duração de xxx Horas.
“Prudência é saber distinguir as coisas desejáveis das que convém evitar.”
Cícero (106-43 a.C.)
Filósofo grego
RESUMO
Atualmente a sexualidade na adolescência é vista como problema de saúde pública, sendo a escola considerada um local privilegiado juntamente com as outras secretarias, principalmente a de Saúde para implementação de programas de disseminação de informações e posturas para a promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens. Para tanto este trabalho terá como seu tema de estudo Educação Sexual na Adolescência, tendo como objetivo principal entender quais são as dificuldades encontradas pelo sistema de ensino para abordar o tema sexualidade e outros relacionados a este e perceber a importância da família nesse processo, pois a educação sexual é um processo constante e contínuo que objetiva desenvolver a autonomia nas questões referentes à sexualidade.
Palavras Chaves: Saúde. Escola. Família
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	8
1.	ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE	11
2.	HISTORICIDADE DA SEXUALIDADE BRASILEIRA	14
3.	EDUCAÇÃO SEXUAL X SAÚDE	17
CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	21
TODOS SUBTEMAS QUE TEM NO TRABALHO A PARTIR DA INTRODUÇÃO DEVE ESTAR NO SUMÁRIO
INTRODUÇÃOESSE É O 1.
Sexualidade, Adolescência, Gravides e DST/Aids são temas bem amplos, opiniões diversas, dúvidas, polêmicas, e quando é trabalhado os quatro temas juntos, aumenta a infinidade de questões discutíveis, as quais muitas vezes estão relacionados a experiências tristes e desanimadoras. A sexualidade humana sofre muitas influências, principalmente na fase onde ela costuma aflorar, que é na adolescência.
Para Foucault (1988), até o começo do século XVII, não havia maiores restrições ao assunto, entretanto, essa época marcou o início da era da repressão, coincidente com o nascimento do modo de produção capitalista. A Revolução Industrial passaria a exigir que a energia não fosse dissipada com prazeres, salvo aqueles necessários à reprodução e, para isso, a mensagem instaurada foi a de que o prazer sexual era fonte de males físicos e causador de perturbações mentais (Priore, 2011; Foucault, 1988).
Como parte desse processo, as crianças passaram a ser consideradas assexuadas, símbolos da pureza, impedidas de falar, ouvir e questionar sobre sexo. Para manter a ignorância, procurava-se afastá-las da curiosidade utilizando um padrão repressor de comportamento (Vitiello, 1995).
Mas até pouco tempo atrás, o comportamento sexual de um indivíduo, estava erroneamente inscrito no código moral da sociedade. Tais códigos eram transmitidos pelas famílias, religião, comunidades, como verdades naturais incontestáveis Atualmente, esses códigos em sua maioria, estão sendo contestados (Baleeiro et al, 1999).
No Brasil, a inclusão da educação sexual no ambiente escolar iniciou-se a partir de um deslocamento no campo discursivo a respeito da sexualidade de crianças e adolescentes (Altmann, 2001).
Nesse contexto, a educação sexual foi percebida como necessária também por fatores como o aumento considerável desde a década de 80 de DST/ AIDS e da gravidez na adolescência. No início da década de 90, quando nosso país passava por uma fase de transição e mudanças comportamentais, frente aos crescentes números de casos de DST/ AIDS, os órgãos oficiais, tais como o Ministério Educação e o Ministério da Saúde, passaram a estimular projetos de educação sexual (Brasil, 2007).
Inicialmente, acreditava-se que as questões referentes à orientação sexual quando abordadas no âmbito escolar, seriam repugnadas pelas famílias mais tradicionais, mas sabe-se que atualmente os pais apoiam tais iniciativas por reconhecer a importância do tema e por eles próprios apresentarem dificuldades em falar sobre esses assuntos com seus filhos (Brasil, 1998). 
Tais dificuldades estão relacionadas ao fato de que as pessoas não associam a sexualidade como algo inerente à vida, à saúde, algo natural e instintivo (Almeida et al, 2005).
Por conseguinte, há uma necessidade de se buscar conhecimentos acerca da sexualidade para que o tema seja abordado de maneira mais eficaz, sendo possível manter um diálogo aberto para com os adolescentes e compreender as manifestações sexuais próprias da idade (Cano & Ferriani, 2000). 
A partir deste ponto de vista, faz-se necessário entender quais são as dificuldades encontradas pelo sistema de ensino e a parceria com a equipe de saúde para abordar o tema sexualidade e outros relacionados a este e perceber a importância da família nesse processo.
Diante do exposto, e do impacto da gravidez na adolescência e suas repercussões na vida social, econômica e de mortalidade infantil, se justifica como essencial que seja preciso estudar o tema a fim de localizar seus pontos de potencial resolução. Nem é preciso citar dados censitários ou epidemiológicos sobre a quantidade importante e alarmante de gestações entre as adolescentes brasileiras que temos observado atualmente, bem como da incidência e prevalência de DST/Aids na população de adolescentes no país, para poder afirmar que esses sejam temas dignos de atenção e de intervenção efetiva.
No Brasil como nos outros países, a questão da sexualidade na adolescência envolve muitos problemas que podem resultar em gestações não planejadas e propagação de DST/Aids. Tais problemas se crescem devido a vários fatores, como os de ordem sociocultural e os de ordem educacional, e é neste último fator é que podemos intervir sobre o problema abordado, no intuito de promover ações de educação em saúde para a população-alvo (adolescentes da comunidade), contando com o apoio de todos quantos puderem se envolver nesse processo, principalmente os integrantes das Equipes de Saúde.
Este trabalho tem com objetivos, entender quais são as dificuldades encontradas pelo sistema de Saúde juntamente como o de ensino para abordar o tema sexualidade e outros relacionados a este e perceber a importância da família nesse processo; Realizar estudo sobre Educação Sexual na adolescência a fim de fazer discussão dos temas principais que envolvem adolescência e saúde sexual; Identificar ações de educação sexual envolvendo os adolescentes que frequentam as escolas da comunidade;Conhecer ações capazes de atrair a população de adolescentes que não frequentam as escolas para que também sejam alcançados pelos métodos educativos adotados sobre a mesma temática.
A metodologia desta pesquisa será levantamentos bibliográficos a respeito do tema: “Educação Sexual na Adolescência”, e temas relacionados ao mesmo. Serão selecionados materiais oficiais, artigos científicos, livros e trabalhos já publicados em relação ao tema. A partir da leitura preliminar, selecionando artigos relevantes, a qual podemos citar os autores; ALMEIDA (2005); CATHARINO (2006); RIBEIRO & BEDIN (2010) e SAITO (2000), a qual será possível entender como se dar o processo da educação sexual nas escolas, e qual o papel do sistema de saúde juntamente com a escola e a família.
1. ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE 2.
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, diz que os limites cronológicos da adolescência se encontram entre 10 e 19 anos; por outro lado. A adolescência pode ser entendida como uma fase de transição da infância para a vida adulta, e se inicia na puberdade. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente, no Brasil, regido pela Lei 8.069 de 1990, considera que os adolescentes compreendem a faixa etária de 12 a 18 anos de idade. Independentemente de definições cronológicas, a adolescência é um período que é marcado por transformações na área física, psíquica, social e sexual do indivíduo
Na segunda metade do século XX, iniciaram-se importantes transformações quanto aos padrões de enfoque da sexualidade e dos comportamentos sexuais (Vitiello, 1995). Um importante avanço foi o Plano de Ação do Cairo, resultado da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, realizada em 1994, no Cairo (Buglione, 2002). Trata-se do primeiro, entre os principais documentos sobre direitos humanos publicados desde a Declaração Universal de 1948, a dizer sobre a liberdade das pessoas em expressar e viver sua sexualidade. Com essa Conferência, o sexo começou a aparecer como fator positivo, no lugar de algo sempre violento, insultante, ou restrito ao casamento heterossexual e à procriação “saudável” (Buglione, 2002).
Michel Foucault (1997 apud RIBEIRO; SOUZA; SOUZA, 2004, p.112) explica que:
 [...] a sexualidade é o nome que pode ser dado a um dispositivo histórico: “não à realidade subterrânea que se apreende com dificuldade, mas à grande rede da superfície em que a estimulação dos corpos, a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação dos conhecimentos, o reforço dos controles e das resistências encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas estratégias de saber e de poder. (Michel Foucault - 1997 apud RIBEIRO; SOUZA; SOUZA, 2004, p.112)
Segundo Carvalho (2001), as ideias e conceitos que os adolescentes têm de sua própria sexualidade, fazem com que eles elaborem perguntas simples que possibilitam a ampliação de seus conceitos e ou esclarecimentos de suas verdades. Esses conhecimentos produzidos, na maioria das vezes através do que assimilaram dos colegas, revistas e até mesmo da mídia, podem estimular o desejo de desmistificar e organizar essa gama de informações esparsas.
Uma possível explicação para esse fato pode estar associada às mudanças drásticas relacionadas a questões da sexualidade na atualidade. No atual contexto, os pais e os educadores podem não se sentir capacitados para abordar tais questões tão atuais e polêmicas. Para os pais, o fato de terem que se defrontar com sua própria sexualidade pode gerar situações de angústia ocasionados por momentos reprimidos em formação da sua identidade sexual (Cano & Ferriani, 2000).
De acordo com Barroso e Bruschini (1991), o diálogo familiar influenciará de modo determinante na educação sexual dos filhos, fato este devido à forma rígida e estereotipada que ainda propõem a nossa sociedade para os papéis sexuais. No entanto, tais padrões comportamentais começam a ser protestados pelos jovens, e a partir disso, as escolas passam a discutir as questões de sexualidade de forma mais aberta e problematizadora cabendo a ela o papel de efetuar uma ação crítica, reflexiva e educativa que promova a busca pela saúde sexual e reprodutiva consciente (Altmann, 2001).
Nessa reflexão, observa-se mais uma vez que os jovens percebem que os pais trazem consigo uma experiência a ser considerada na discussão sobre o tema sexualidade em geral, entretanto, diante das dificuldades sofridas pelos pais para abordar tais assuntos, há a necessidade de se buscar informações por outras fontes (Gomes et al, 2005).
O caminho a ser tomado para quebrar o silêncio, o tabu, o mito e a vergonha de se falar sobre sexualidade entre pais, filhos e educadores está em uma postura livre de preconceitos que aceite o outro como pessoa de forma integral e que entenda a suas necessidades e que o ajude a vencer suas dificuldades (Almeida et al, 2005).
Neste sentido, considera-se que tratar e discutir sobre a sexualidade durante a adolescência é fundamental, especialmente porque isso pode oferecer respostas aos questionamentos e às inquietações emocionais e cognitivas que acompanham a transformação biológica que ocorre no corpo do adolescente, ainda mais porque tais transformações estão emparelhadas com a mudança nas relações sociais (Gregori & Arilha apud Carvalho & Pelloso, 2004).
 Por ser a adolescência um período da vida em que a personalidade está em um intenso processo de estruturação, nesta conjuntura, a sexualidade pode ser considerada um importante fator que contribui na formação da identidade do adolescente (Gomes et al, 2002). 
Mesmo que os pais apresentem dificuldades, temos que compreender que é no convívio familiar, entre pessoas que se estimam e tentam superar as dificuldades do dia a dia que as questões de sexualidade devem ser debatidas levando-se em conta os valores, atitudes, crenças religiosas e culturais da família.
2. HISTORICIDADE DA SEXUALIDADE BRASILEIRA 3.
A história da educação sexual é contemporânea e foi protagonizada por diversos segmentos sociais tais como: a Igreja Católica, classes políticas, pais, professores e escolas, movimentos de grupos que de alguma maneira adotou a sexualidade como tema de intervenção (Rodrigues & Fontes, 2002). 
Para GOLDBERG (1984), no Brasil-colônia a Igreja Católica, para combater o concubinato (forma de união predominante nas camadas rurais e populares), defende a família patriarcal, como o principal modelo de poder na organização familiar, em que só se admitia o desejo e o prazer sexual do homem fora do lar com prostitutas ou mulheres pobres (brancas, negras, índias e mestiças), por isso elas se tornavam a companheira sexual preferida para o homem branco e também para a iniciação sexual dos meninos.
A história da sexualidade brasileira é documentada desde a Colônia, quando começaram as trocas de conhecimentos, valores, práticas e crenças entre portugueses e índios (Ribeiro e Bedin, 2010). As regras portuguesas, desde o início, voltaram-se para o combate à nudez indígena e àquilo que simbolizava, ou seja, falta de vergonha e pudor (Priore, 2011).
Para PARKER (1991), o patriarcalismo no Brasil não foi simplesmente uma forma de organização familiar e social, foi também uma construção ideológica, onde os conceitos de homem e mulher foram definidos em termos de oposição; o homem como um ser forte, superior, ativo, viril e com potencial para violência; e, em contrapartida, a mulher como um ser inferior em todos os sentidos: mais fraca, dócil, bela e desejada, mas de qualquer forma, e em qualquer posição social, sujeita à absoluta dominação masculina. O autor ainda afirma que, "Essa extrema diferenciação carregava consigo um dualismo moral explícito, que contribuiu para legitimar e reforçar a ordem aparentemente natural de hierarquia de gênero" (p.58). O patriarcal ainda afetar o pensamento brasileiro e a maneira como os homens de hoje visualizam seu meio social.
Entretanto, CONCEIÇÃO (1988) afirma que, tanto para homens como para mulheres, a educação sexual sempre foi ostensivamente repressora. As regrassociais vigentes só aceitavam, para os jovens, o exercício da sexualidade dentro do matrimônio e mesmo assim limitado à reprodução. Tal estrutura continuou estável até meados da década de 50, quando se desencadeou, na Europa, o "movimento beat" com reflexos no Brasil. Tal movimento, representou uma contestação dos jovens ao modelo social vigente, trazia em seu bojo a "revolução sexual", pregando uma nova concepção de sexo desvinculado de compromisso, o uso de drogas e novos hábitos de vestir e falar. Esse movimento trouxe a oportunidade para que o homem avaliasse seu comportamento sexual e repensasse a opressão que vinha vivendo há várias gerações.
De acordo com SALES (1988) na década de 60, um outro movimento começa a tomar vulto, o "movimento hippie", que surgiu como uma grande esperança de derrubada de muitos mitos políticos, culturais, sociais e entre eles os sexuais, como o da virgindade e da superioridade masculina. Novos conceitos começam a ser discutidos como o direito ao prazer sem restrição, a liberação sexual da mulher através da pílula anticoncepcional e a produção, em larga escala, de revistas pornográficas.
No final da década de 1970, a liberação sexual trazia mudanças de comportamento e questionamentos sobre tabus, preconceitos e posturas conservadoras. O sexo aparecia nos filmes e nos sex shops. As mulheres conquistaram maior espaço no mercado de trabalho e maior possibilidade de liberdade sexual com a difusão da pílula anticoncepcional (PINHEIRO, 1997).
Segundo Ribeiro (2013), com a abertura política e o abrandamento da censura, o interesse pela Educação Sexual ressurge:
motivado pelos movimentos feministas, pelos movimentos de controle populacional, pela mudança no comportamento sexual do jovem, principalmente devido à pílula como método anticoncepcional, e também pelo avanço da medicina no controle das doenças sexualmente transmissíveis, (RIBEIRO, 2013, p. 12)
Segundo CONCEIÇÃO (1988), vários estudos sobre sexualidade foram iniciados mostrando que a sociedade vigente desvinculava o sexo da natureza humana. O homem, apesar de acreditar no seu direito de buscar o prazer e o seu exercício pleno, vivia em conflito entre esses ideais de liberdade e uma educação sexual rígida da qual era fruto.
Pinheiro (1997) comenta que apesar do clima de “liberdade” sexual, os jovens da década de 1980 sentiam-se perdidos no conflito entre a recente liberação e a postura social conservadora em que viviam até então. Com o advento da AIDS, a sociedade é convocada a voltar a pensar na sexualidade como uma questão social e sobre a necessidade de uma educação voltada a esse tema (PINHEIRO, 1997; SILVA, 2002).
Em 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o estabelecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a orientação sexual obteve reconhecimento oficial quanto à sua necessidade e importância. Trata-se do sexto momento da Educação Sexual no Brasil, que parece estar comprometido com o atendimento da necessidade de os alunos vivenciarem plenamente sua sexualidade (RIBEIRO, 2004). Com a implantação dos PCN, a orientação sexual deveria ser trabalhada em todas as disciplinas, de forma transversal (SILVA, 2002).
A iniciação sexual precoce entre adolescentes tem acarretado uma preocupação cada vez maior entre profissionais de saúde, pais e professores em decorrência da falta de conhecimentos sobre concepção e uso de contraceptivos. Portanto para que se possa ter uma Educação Sexual emancipatória, é preciso que as escolas e a secretaria de Saúde proporcionem momentos de diálogos criando projetos, nos quais os próprios gestores possam se mobilizar e ver a relevância e importância que o tema apresenta na vida das pessoas. 
3. EDUCAÇÃO SEXUAL X SAÚDE 4.
O propósito da educação sexual deve conter fundamentalmente o sentimento de liberdade, responsabilidade e compromisso, tendo a informação como instrumento de trabalho para que os próprios adolescentes possam ponderar suas decisões e optar por escolhas adequada e consciente (Saito & Leal, 2000). 
A educação sexual na década de 20 caracterizou-se por expor reivindicações de proteção à infância e a maternidade (Silva & Salles, 2002). Nas décadas de 30 a 50, ela foi marcada pela inexistência de ações preventivas e educativas relacionadas à orientação sexual, fato este devido à rígida influência da Igreja Católica em manter sigilo e repressão ao tema (Sayão, 1997). Na década de 60, as escolas públicas e particulares incorporaram o discurso dos movimentos sociais que se colocavam a favor da orientação sexual desenvolvendo diversos programas dentro do espaço escolar (Silva & Salles, 2002).
Assim, a partir da década de 70, o tema foi inserido nos currículos escolares por ser considerado de extrema importância para a formação global de um indivíduo (Brasil, 1998). Com a liberação da censura, a influência de movimentos feministas e as mudanças de comportamento levaram a um aumento pelo interesse no tema educação sexual (Silva & Salles, 2002).
Nesse contexto, a educação sexual foi percebida como necessária também por fatores como o aumento considerável desde a década de 80 de DST/ AIDS e da gravidez na adolescência. No início da década de 90, quando nosso país passava por uma fase de transição e mudanças comportamentais, frente aos crescentes números de casos de DST/ AIDS, os órgãos oficiais, tais como o Ministério Educação e o Ministério da Saúde, passaram a estimular projetos de educação sexual (Brasil, 2007).
Para tanto, entendemos que a enfermagem deve estabelecer no seu processo de trabalho a dimensão cuidadora na perspectiva da promoção à saúde individual e coletiva por meio da sua prática clínica, educacional e administrativa-gerencial, respondendo a uma dimensão plural de necessidades e demandas que encontra na prática interdisciplinar um espaço privilegiado para a construção de um modelo equânime e universal de atenção a saúde da criança e do adolescente (FORTIN; BIGRAS, 2000).
A educação sexual é um processo constante que pode ocorrer intencionalmente ou não. Ela pode ocorrer de forma inadequada, apresentando caráter autoritário, limitado, conservador, repressor, ou de forma adequada proporcionando reflexões, críticas construtivas e caráter emancipatório. 
Assim, 
[...] podemos dizer que onde existe diferenciação – ou seja, identidade e diferença – aí está presente o poder. A diferenciação é o processo central pelo qual a identidade e a diferença são produzidas. Há, entretanto, uma série de outros processos que traduzem essa diferenciação ou com ela guardam uma estreita relação. São outras tantas marcas da presença do poder: incluir/excluir (“estes pertencem, aqueles não”); demarcar fronteiras (“nós e eles”); classificar (“bons e maus”; “puros e impuros”; “desenvolvidos e primitivos”; “racionais e irracionais”); normalizar (“nós somos normais; eles são normais”). (SILVA, 2000, p.81-82).
A educação sexual, denominada orientação sexual por vários autores e pelos PCNs, deve ser intencional, estruturada e sistematizada, para fornecer adequadamente informações sobre sexualidade. Sua importância é explicitada na seguinte citação: 
Ao não se garantir espaços e tempos específicos para tratar sexualidade, pode se colaborar pelo fortalecimento de concepções que supõem a sexualidade como assunto secundário, que não tem o devido valor, como status inferior a outras disciplinas, reforçando o caráter marginal que historicamente tem sido atribuído à sexualidade. (CARRADORE; RIBEIRO, 2006, p.100).
Atualmente, nosso país passa por um momento no qual vem sendo atribuída grande importância à saúde de adolescentes e jovens, o que engloba, decisivamente, a área da educação. Tal fato provavelmente está relacionado a indicadores epidemiológicos que apontam situações que solicitem um maior investimento, tanto em planejamento, quanto em cumprimento de ações voltadas para os adolescentes e jovens (Catharino, 2006).
 Para isto a sexualidade deve ser um tema de discussão e debate entre pais, educadores e profissionais de saúde, como forma de encontrar subsídiospara informar e orientar os jovens para que retardem ao máximo sua iniciação sexual, tenham responsabilidade, autoestima e pratiquem sexo com segurança. Pois está cada vez mais frequente, a gravidez na adolescência, as DSTs que afeta a vida dos adolescentes, recém-nascidos e todo o núcleo familiar dos envolvidos, de forma negativa.
Neste sentido, a escola surge como um espaço de socialização e emancipação, que por meio de um processo pedagógico, problematizador e inclusivo será capaz de desenvolver valores pessoais, habilidades sociais e consciência crítica, interferindo diretamente na produção social da saúde individual e coletiva. Deste modo, as atividades desenvolvidas na Escola de Educação Básica, vão ao encontro da busca pela promoção da saúde, com ênfase no processo de educação em saúde no contexto escolar, contribuindo para a orientação e conscientização não apenas de crianças e adolescentes, mas também para todos os indivíduos envolvidos nesse processo (CASTRO, et al., 2004).
A educação em saúde é um campo de prática e de conhecimento da área da enfermagem que tem se ocupado com a criação de vínculos, saberes e dimensões complementares entre a ação de saúde, o pensar e o fazer cotidiano. Desta maneira, o conceito de educação em saúde se constitui em um caminho integrador do cuidar, um espaço de reflexão-ação, apoiado por distintos saberes, culturalmente significativos para o exercício democrático, capaz de provocar mudanças individuais e coletivas, ou seja, capaz de promover saúde (MACHADO, et al., 2007).
O diálogo e a disponibilização de informações são ações preventivas fundamentais, pois a falta de informação é o grande vilão. Portanto é preciso que este diálogo faça parte de uma educação continuada que tem a família, a escola e comunidade como principais fontes de informações. É importante que a equipe de saúde conheça todos os caminhos trilhados por pais, professores e pela própria sociedade no que se refere à sexualidade, para que, de fato, possam colaborar na formação dos jovens de hoje, onde quer que eles estejam: na escola, hospital ou Unidade Básica de Saúde.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação sexual deve fortalecer adolescentes e jovens, fomentando o sentimento de estima ao seu corpo, aos valores pelos quais opta, sensibilizando cada um para que sinta o mesmo em relação ao outro, mesmo quando este lhe seja díspar. É preciso desmistificar o tema e abordar não apenas os riscos do exercício da sexualidade, mas também o prazer, os sentimentos, o respeito e a responsabilidade envolvidos.
É na convivência familiar entre pessoas que se prezam e superam dificuldades, que questões referentes à sexualidade devem ser discutidas, levando em consideração seus valores, atitudes e crenças (Cano & Ferriani, 2000).
Macedo & Souza (1996) observaram que a comunicação entre pais e filhos sobre o início da vida sexual e sobre sexualidade auxilia na redução do comportamento de risco e aumenta os índices de uso dos métodos preventivos durante as atividades sexuais. Da mesma maneira escolas que tenham programas de educação sexual auxiliam nestes aspectos.
Por tanto é de suma importância que os assuntos relacionados à sexualidade sejam tratados no âmbito escolar, mas para que se obtenha um efetivo sucesso se faz necessário à existência de uma parceria com a secretaria de saúde, a escola e a família, não devendo incumbir e limitar o assunto somente para a escola.
AUMENTAR
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ALTMANN, H. Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 575-585, 2001.
BALEEIRO, Maria Clarice, et al. Sexualidade do Adolescente: fundamentos para uma ação educativa. Salvador: Fundação Odebrecht; Secretaria de Estado da Educação e Secretaria da Saúde de Minas Gerais, 1999.
BARROSO, Carmen; BRUSCHINI, Cristina. Sexo e juventude: como discutir a sexualidade em casa e na escola. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
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BRASIL. Ministério da Educação. Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos. Brasília: MEC/SECAD, 2007
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BUGLIONE, S. (Org.). Reprodução e sexualidade: uma questão de justiça. Porto Alegre: Themis Safe, 2002.
CARVALHO, Alysson; RODRIGUES, Cristiano Santos; MEDRADO, Kelma Soares. Oficinas em sexualidade humana com adolescentes. Estudos de Psicologia, Natal, v. 10, n. 3, 2001. p. 377-384
CARVALHO, Maria Dalva; PELLOSO, Sandra Marisa. Discutindo a sexualidade o que os adolescentes querem saber. Revista Apadec, Maringá, v. 8 (supl). 2004.
CARRADORE, V. M.; RIBEIRO, P. R. M. Aids, sexualidade e prevenção no espaço escolar: algumas reflexões. In: RIBEIRO, P. R. M.; FIGUEIRÓ, M. N. D. (Org.). Sexualidade, cultura e educação sexual: propostas para reflexão. São Paulo: Cultura Acadêmica; Araraquara: Laboratório Editorial FCL-UNESP, 2006. p.89-110.
CASTRO, M. G. et al. Juventude e sexualidade. Brasília: UNESCO Brasil, 2004.
CATHARINO, Tânia Ribeiro. Gênero e sexualidade no espaço escolar: uma proposta de educação e saúde. Revista Ártemis, Rio de Janeiro, n. 5, 2006.
CANO, Maria Aparecida Tedeschi; FERRIANI, Maria das Graças Carvalho. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev. Latino Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, Abril 2000.
CONCEIÇÃO, I.S.C. Educação sexual. In: VITIELLO, N. et al. Adolescência hoje São Paulo: Roca, 1988. p. 71-76.
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FOUCALT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 4.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1997. v.1.
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