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Apostila parasitologia 1 Apostila parasitologia Aula 1 - 26/08 Introdução a parasitologia veterinária e doenças parasitárias Introdução a parasitologia veterinária e doenças parasitárias Se o animal está em equilíbrio (hemoestasia - equilíbrio fisiológico ou metabólico) está tudo bem, o parasita não vai matar o animal Influência que o animal pode ter e causar desequilíbrio → alimentação não nutritiva Diferença entre sintoma e sinal clínico → o sintoma a pessoa sente e fala. O sinal clínico são sinais percebidos Intervenção: reduzir ou exterminar os parasitas Consequências da parasitose Consequências da parasitose Menor ganho de peso Menor utilização de nutrientes digeridos (parasita consome nutrientes antes) Desenvolvimento retardado (ex: menor produção de leite) Predispõe a infecções bacterianas secundárias: pneumonias, gastrites, enterites Controle e prevenção Controle e prevenção Impossível exterminar parasitos Controle: programas para reduzir os níveis de parasitismo e não prejudicar produtividade Prevenção: eficaz, evita parasitismo Isolar o gado novo (quarentena), monitorar e realizar avaliação física e se eles estiverem bem pode juntar com os outros Dietas adequadas Apostila parasitologia 2 Boa mineralização Alojamentos limpos Controles sanitários Rotações e lotações de pastagens Tratamento: muitas vezes tem alto custo e é ineficaz Disputa é estrassante para o animal e excesso de estresse cai a imunidade Piquete → divide o pasto em quadrados chamados de piquetes EX: Deixo o gado no 1 por 60 dias. Quando ele tiver consumido o mato todo ele vai para o 2 e fica 60 dias. Enquanto ele esta no 2, faço o replantio, e assim vai Rotação de pastagem → maior aproveitamento de pasto e controla a exposição de parasitas É mais barato prevenir do que tratar Medicação → vai para o fígado → metabolização de medicamentos → medicamento pode ir para a carne A parasitologia estuda: endoparasitos e ectoparasitos Protozoários e helmintos Artrópodes Como eles se reproduzem e o que precisam para se reproduzir, buscando controle (ao não fornecer suas necessidades e o impede de se reproduzir) Efeitos no parasito no organismo animal Danos que podem causar mal a saúde humana → zoonoses Como diagnosticar as diferentes parasitoses Relação parasito-hospedeiro (Aumento da bactéria ruim → enterite → infecções dentro do intestino (diarréia)) Aula 2 - 01/09 O animal só esta doente se ele apresentar sinais clínicos Relação parasita-hospedeiro Apostila parasitologia 3 Relação parasita-hospedeiro Hospedeiro: base nutricional, sempre prejudicado Parasito: sempre beneficiado Infecção: invasão de um organismo em um hospedeiro: vírus, bactérias, protozoários, helmintos Relação obrigatória → parasita é incapaz de ter vida livre Precisa de um organismo para sobreviver, reproduzir, concluir seu ciclo de vida Ex: toxoplasma gondii → só se reproduz em felinos Facultativo → podem ou não viver parasitando Possui fase de vida livre (meio ambiente) EX: moscas da família Calliphoridae. Atraídas por secreções de tecidos necrosadas, põem ovos e eclodem → miíase (bicheira) Larvas também são encontradas em cadáver Acidental→ Entra em contato com o hospedeiro acidentalmente Não evolui no hospedeiro → não se reproduz, não muda de estágio de vida Não é ideal para o hospedeiro, mas de alguma forma hospedeiro se beneficia Ex: Ancylostoma caninum em humanos causando larva migrans. - É parasito de cães, onde há seu ciclo biológico. No homem causa o "bicho geográfico" Permanência no hospedeiro Permanência no hospedeiro Temporário → apenas uma fase do desenvolvimento do parasita que ele vai precisar do hospedeiro. Ex: pulgas (apenas adulta que é hematófata - ela só vai ter fase parasitária quando ela for adulta) e mosquitos (apenas as fêmeas copuladas vão se alimentar de sangue). Uma ou mais formas evolutivas procuram o hospedeiro apenas para se alimentar. A pulga não se alimenta o tempo inteiro. Apostila parasitologia 4 Permanente → Fica o tempo inteiro no hospedeiro. Em todas as fases da vida se alimentam e se reproduzem no hospedeiro. Ex: sarna (causado por ácaro - microscópico e fica embaixo da pele). Periódica → de vez em quando o parasita vai no hospedeiro. Apenas em uma fasse da vida se alimenta no hospedeiro. Ex: larva de Dermatobia hominis (berne), miíase. Berne → quando tem uma pele intacta, a mosca coloca o ovo, que entra na pele e eclode, larva fica dentro da pele se desenvolvendo. Diferença entre o temporário e o periódico? No temporário ele vai, se alimenta e para de se alimentar. O periódico ela fica a fase inteira de vida. Tipos de hospedeiro Tipos de hospedeiro Definitivo (HD): Se ele não existir, não existe a relação parasito hospedeiro. O hospedeiro permite que o parasita chega na fase adulta Parasita alcança sua maturidade sexual (a partir daqui ele se reproduz) Protozoários: fase sexuada Taenia saginta HD é o ser humanoo : há parasita adulto no intestino delgado do homem Toxoplasma gongi HD é o felino: reprodução sexuada apenas no felino Plasmodium so HD é o mosquito. Anopheles sp: ocorre gametogonia preproduçãi sexuada dentro do mosquito. Tenia → é um parasita adulto. Ela tem proglotes (risquinhos), cada proglotes é individuo que tem gameta feminino e masculino. Quando sai um proglote nas fezes do homem, sai cheio de verminhos. Portanyo, o homem é o hospedeiro definitivo. Intermediário (HI): Apostila parasitologia 5 É aquele que é necessário!!!!!! Se não tiver hospedeiro intermediário, ele não chega no definitivo Encontra o parasito na forma imatura Tem parasita que não tem ciclo intermediário, tem apenas definitivo (ciclo direto), os que tem intermediário tambem(ciclo indireto) Não consegue atingir maturidade sexual ("filhotinho") Protozoários: fase assexuada. Tem aguns que conseguem se reproduzir de forma assexuada Taenia saginta HI é o bovino. só chega no homem se ele consumir a carne do boi com ela. Toxoplasma gondii HI são outros animais ou humano: reprodução assexuada Plasmodium sp. HI é o ser humano Paratênico ou de transporte: Ser vivo que o refúgio temporário do parasito Hospedeito de transporte Alberga e entra no ciclo por acidente Não são essenciais mais facilitam o ciclo do parasito Se encontra imaturo, não vai chegar a fase adulta Hospedeiro paratênico é igual o intermediário, porém ele não é necessário Ratos no ciclo do Taxocara canis ingerem vovos no ambiente e as larvas se alojam no eseu tecido. Rato parasitado predado pelo cão (HD), o parasita se desenvolve até forma adulta no intestino do cão. Reservatório Muitas vezes é o paratenico. Ser vivo responsável pela sobrevivência do parasito Dificilmente o parasito causa doença nesse hospedeiro Trypanossoma evansi em capivaras Bicho preguiça é reservatório da leishmania na natureza Apostila parasitologia 6 Quantidade de hospedeiros Quantidade de hospedeiros Monoxeno ou direto Necessita infectar ou infestar apenas um hospedeiro Não precisa de HI Haemonchus sp parasita ruminantes Heteroxeno ou indireto Dois ou mais hospedeiros Fasciola sp: parte no interior de um molusco e parte em um vertebrado Mais fácil de atuar Dioxeno→ dois hospeiros Triozeno→ 3 hospedeiros Não necessariamente ocorre em 2 ou 3 hospedeiros diferentes. Pode deixar o hospedeiro e dpeois retornar no mesmo em outra fase da vida Ação do parasito sobre o hospedeiro Ações Ação mecânica Se a gente tira com a mão o parasita, o hospedeiro para de ser prejudicado Obstrução → Toxocara causa bolos de vermes no intestino e o obstrui Compressão → Coenurus cerebralis conforme cresce comprime o cérebro, causa pertubações neurológica e funcionais Ação espoliadora Secretam nutrientes e fluidos no hospedeiro Pode ser uma causa do próprio organismo em resposta ao parasita Tornam o hospedeiro apático, magro, suscetível a outras doenças Haemonchus sp quando suga sangue no abomaso de ovelhas Apostila parasitologia 7 toxemia = toxinas (qualquersubstancia estranha no corpo) na corrente sanguínea. Hospedeiro pode ter dificuldades de locomoção, cambaleante, não enxerga direito Barreira hematoencefálica → hemato = sangue, cefálica = cérebro. Uma das forma de defesa do sistema imunológico, faz uma filtração, porém tem algumas toxinas que passam pela peneira e chegam no cérebro, o intoxicando. Pus amarelo transparente até cremoso e esverdeado → quanto mais escuro e mais denso maior a resposta imunológico. Precisa intervir. A ação espoliadora acontece tanto quando o parasita morre, quanto ele está vivo lesionando a célula tbm. Essas células foram feridas, ação espoliadora. Ex: lobo-guára com verme gigante dos rins. Não seria legal tratar com vermífugo, o corpo não teria como expulsar o corpo dos vermes, eles iriam secretar substancias ao morrerem e causar toxemia no lobo. Neutrófilo/macrofago(monócito) = são imediatamente recrutados pro local de lesão. Depois que corpo identifica o corpo vai ter um estímulo específico de parasitose = eosonófilos (célula específica) Hemograma quando está com corona → linfócito vem em maior quantidae. Linfócito aumenta na presença de infecção viral Invasão bacteriana → aumento de neutrófilo Ação espoliadora → aumenta eosinofolos → tem grânulos, enzimas com processo de digestão. Grânulos são liberados, sinalizam o sistema imune e outras células vem para ajudar a eliminar o parasita. No endoparasita a ação espoliadora é mais evidente Ação inflamatória/irritante Penetração ativa da larva na pele Strongyloides papilosus Quando o parasita causa no hospedeiro Ação de transmissão Parasitos transmitem agentes patogênicos aos hospedeiros Apostila parasitologia 8 Além do carrapato causar inflamação, ele transmite algum outro microorganismo Carrapatos transmitindo Babesia Aula 3 - 02/09 Imunologia básica Sistema imunológico → complexo de células e órgãos que respondem a alguns estímulos externos que o corpo sofre. Resposta imunológica → consequência da agressão no corpo Patógeno = antígeno que causa a doença (bactéria, vírus, protozoário, fungo, proteínas, poeria, célula própria) Resposta imunológica Respostas imunológicas Resposta inata → natural - resposta imediata e inespecífica O ser nasce com a resposta inata pronta. Ela não tem especificidade, portanto vai reagir do mesmo modo se for agressão física ou química. Ex: pele, secreções (urina), muco do nariz, suor, espirro, tosse Células → combatem invasores através da fagocitose Neutrófilo e Macrófago Chegam 1°, fazem a fagocitose e morre ("se suicida"), libera secreções que estimulam outros neutrófilos e macrófagos (inflamação tende a crescer). Antiflamatório → barra excesso da resposta inflamatória Quando neutrófilo não consegue digerir 100% ele sinaliza para linfócito T Resposta adquirida → permanente - memória tardia e específica Essa resposta é a mais comum quando ocorre invasão por uma bactéria ou um vírus. Apostila parasitologia 9 Resposta imunológica adquirida acontece 15 dias após a infecção, utilizando o linfócito T e o linfócito B (Ac - anticorpos) Linfócito T destrói macrófago e se não der conta manda para o linfócito B Linfócito B só vai produzir anticorpo depois de 15 dias Aula 4 - dia 08/09 Período de parasitismo Período de parasitismo Período pré-patente (PPP) → olhamos para parasita Momento da infecção até a maturidade sexual do parasito, quando há eliminação dos ovos, cistos, oocistos ou larvas. Tempo que ele demora para se reproduzir no hospedeiro definitivo Como sei que o parasita esta se reproduzindo? Na maioria dos exames, identificar ovos, cistos, ou cistos e larvas. São organismo do parasita resultados de reprodução. Se tiver eliminação de ovos → período patente, já houve reprodução Problema desse período → dificuldade de afirmar que o hospedeito esta parasitado Não quer dizer que o hospedeiro não tenha sinais clínicos. Ex: parasita no cachorro Toxicara canis. Se reproduz no instestino o cachorro. Identifica no exame de fezes. Cachorro ingere o proprio ovo desse parasita. Ovo se rompre no estomago, o parasita pode migrar nos órgãos do hospedeiro. Larva de primeiro estágio assim que sai do ovo. Para chegar a fase adulta ele precisa de oxigênio, então ele cai no circulação sanguínea e vai para o pulmão. Lá no pulmão ele tem oxigênio, consegue chegar a fase adulta. Então ele vai cair nos bronquios, na traqueia, fazer o animal ter reflexo de tosse e deglute. Parasita consegue voltar para intestino e se reproduzir. Parasita faz destruição no pulmão para conseguir oxigênio, tosse. Animal pode desenvolver pnemonia, são sinais clínicos. O parasita pode levar bactérias para o pulmão. Animal chega com um relato que está tendo Apostila parasitologia 10 dificuldade de respirar. Até chegar o intestino depois de adulto, é período pré-patente PPP → pode resultar um exame falso negativo, pois ainda não se reproduziu Tem cachorro que vai ter passagem desse parasita no pulmão e não vai apresentar sinais clínicos. Variação pq depende da quantidade de parasita, do sistema imune do indivíduo. Pode ser animal com diarreia → exame de fezes - ovo de Toxocara. PPP → falamos em hospedeiro definitivo apenas, pois tem a ver com reprodução Período de incubação → olhamos para hospedeiro se ele tem sinal clínico. Quando ele não tem ninal clínico - período de incubação tempo entre contágio até os primeiros sinais clínicos Esse período foi mais curto do que o PPP no parasita → hospedeiro apresenta mais cedo sinais clínicos Período mais ou menos igual ao PPP no parasita → hospedeiro demora para ter sinais clínicos Hospedeiro intermediário tem periodo de incubação, mas não tem PPP Período patente (PP) A partir da vida adulta até o fim da vida do parasita ou fim da infecção Geralmente, período pré-patente = período de incubação (PPP=PI), mas PI pode ser menor que PPP (sinal clínico sem ovos nas fezes - exame falso negativo) PPP<PI → animal esta infectado mas não tem sinal clínico. Animal silvestre que está em equilíbrio com seu parasita Conceitos epidemiológicos Conceitos epidemiológicos Fonte de infecção (FI): forma passiva Apostila parasitologia 11 do verme do lobo → peixe cru (hospedeiro paratênico do verme do rim). do coronavirus → aerossóis (nanopartículas de secreção respiratória que fica no ar) Foco, local onde se origina o agente infeccioso, permitindo-se passar diretamente para um hospedeiro Doentes, portadores, reservatórios (vertebrados), objetos, alimentos, água, fezes Porta de entrada (PE) → Via pela qual o parasita penetra no novo hospedeiro (pele, mucosas, via oral, trato gênito-urinário)-A entrada pode ser passiva ou ativa. Vias de eliminação (VE): VE do toxocara → pelas fezes VE do coronavírus → secreção respiratória ou saliva Meio pelo qual o parasita é eliminado da fonte de infecção (secreções, excreções, sangue, exsudatas/descargas purulentas, descamações epiteliais, leite,placenta) Via de transmissão (VT): por onde carrega. Ativa Meio ou veículo pelo qual o parasita alcança o novo hospedeiro (água, ar, poeira, solo, fômites, alimentos,hospedeiros intermediários, vetores) VT do Corona → pelo ar VT da febre maculosa → carrapato (vetor) VT do toxocara → alimento contaminado com ovos de toxocara Slide Ar infectado → fonte de infecção. Se ela for inalada → via de transmissão Suscetível (S): Hospedeiro passível de sofrer a infestação (ou infecção) S do corona → pessoa sem máscara S do toxocara → carnívoro que come carne crua Apostila parasitologia 12 Fatores predisponentes Causas que levam o animal a ter um nível de stress (resposta fisiologica- normal do organismo-). Excesso de stress resulta danos- secreção de cortisol (quando liberado faz com que as atividades celulares fiquem mais rápidas. Se mantido por mt tempo leva a exaustão. Perda energética que não consegue repor a tempo. Gasta com aquelas células que não estão sendo recuperadas). Consequencia → imunossupressão → queda da resposta dosistema imunológica. FATORES QUE LEVAM O EXCESSO DE CORTISOL: Superlotação de animais - animais precisam tem organização Manejo inapropriado - sem lugar de descanso por ex Má nutrição Ausência ou má utilização de medidas preventivas → animal usando medicações de forma empírica, com doses baixas ou inadequadas. Tratamento inadequado→ Profilaxia Aula 5 - dia 09/09 Artrópodes - aula 1 Maior parte das espécies do reino animal Presença de exoesqueleto de quitina Vantagens do exoesqueleto: Apostila parasitologia 13 Base para inserção da musculatura bem como asas. Pode auxiliar na movimentação e força: alavancas para os músculos Oferece proteção Evita a desidratação Serve como barreira para prevenir infecção Repelente hídrico Grande população e capacidade de se multiplicar rapidamente -resistência genética aos pesticidas. Ecdise ou muda → troca de exoesqueleto, permitindo que o artrópode cresça Celoma → única cavidade (envolve os órgãos) Simetria bilateral. Corpo segmentado (metâmeros): tagmatização -quando os segmentos se fundem Com a tagmatização, vários apêndices ou segmentos se especializaram para ter outras funções além da locomoção, como captura da presa,filtragem do alimento, sensibilidade à vários tipos de estímulos, troca de gás, copulação, etc. Metâmeros envolvidos por um exoesqueleto, sendo esse exoesqueleto constituído por quitina Sistema respiratório Sistema respiratório com brânquias, traquéia ou espiráculos: transporte de O2 passivo –contato direto com os tecidos Segmentos cefálicos Segmentos cefálicos ("da cabeça"): peças bucais e as antenas Antenas: órgãos sensoriais Insetos: 2 antenas Aracnídeos: substituídas por quelíceras Sistema digestório Boca, esôfago, intestino e ânus (completo) Apostila parasitologia 14 Peças bucais → Apreensão do alimento, adaptada para cada tipo de alimentação Sistema nervoso Antenas (insetos) → órgãos sensoriais Quelíceras (aracnídeos) Olhos simples (rudimentar) → geralmente aracnídeos Olhos compostos (cor e movimento) Sistema circulatório Circulação é aberta → hemolinfa só vai, como se fosse o sangue O sangue não está envolvido com troca gasosa, ou seja, não transporta O2. Transporta nutrientes Composto por um coração (vaso dorsal), vasos e hemocele (espaço preenchido pela hemolinfa) O coração é um tubo muscular Hemolinfa Sistema reprodutor Sexos são separados. Artrópodes aquáticos: fertilização exterma Artrópodes terrestres: fertilização interna Insecta 3 pares de patas Cabeça, tórax, abdomen Asas (em algumas) → na fase adulta ou na fase reprodutiva Muitos insetos tem metamorfose incompleta (desenvolvimento hemimetábolo) ou completa (desenvolvimento holometábolo) Metamorfose incompleta → quando o inseto nasce com quase todas as características da forma adulta. Estágios imaturos são denominados de ninfa Apostila parasitologia 15 Ovo → larva → ninfa (igual ao adulto, porém menor e infértil) → adulto Metamorfose completa → Cada estágio do desenvolvimento é estruturalmente e funcionalmente distinto. Toda a sua fisionomia, fisiologia e anatomia são modificadas em vários graus. Os ovos desenvolvem em larva imatura que apresenta grande voracidade. Em seguida há a formação da pupa que origina o adulto. Ovo → larva → pupa (casulo) → adulto Aracnida 4 pares de patas Cefalotórax (fusão de segmentos)/abdomem Sem antenas Olhos simples Relação artrópodes-hospedeiro Ação Direta: Perda de sangue: Alta carga parasitária → anemia Miíase: Infestação por larva → danos à pele ou carcaça Inflamação da pele ou prurido: Prurido, irritação, alopecia e dermatose. Hipersensibilidade, alergia: saliva (picada) Reações tóxicas Ação Indireta: queda nos índices de produtividade, de reprodução Perturbação Irritação Ferimentos: na tentativa de escapar do incômodo gerado pelos insetos, os animais sofrem colisões com objetos podendo se ferir. Criação de animais domésticos tem favorecido o parasitismo: Apostila parasitologia 16 Superlotação de animais → maior oferecimento de alimento para o parasita. Seleção genética: maiores índices de produtividade → menor resistência às doenças. Em adição aos efeitos diretos: Atuar como vetor de patógenos: vírus, bactérias, protozoários, cestóides, nematóides e mesmo outros artrópodos. Vetor mecânico: atua como hospedeiro paratênico → bactérias, vírus, protozoários etc. Carreados pelas patas, peças bucais, pelo corpo e serem transmitidos a outro hospedeiro quando se alimentam. Vetor biológico: Atua como hospedeiro intermediário para muitos protozoários, nematóides e cestóides. Aula 6 - dia 15/09 Dípteros e miíases Dípteros e miíases Na maior parte dos insetos: fase juvenil muito parecida com a adulta, exceto genitália e asas Metamorfose incompleta: Os jovens, chamados “ninfas”, preparam nova cutícula e liberam a antiga em intervalos durante o desenvolvimento, tipicamente 4 ou 5 vezes, aumentando de tamanho antes da emergência do adulto. Insetos mais evoluidos: jovens são diferentes dos adultos Estágio jovem = larva, lagarta ou berne: alimentação e crescimento Estágio adulto ou imago = reprodução e dispersão Larva sofre metamorfose completa = holometabólica O corpo é reorganizado e reconstruído dentro da “pupa”-Pupa: imóvel, não se alimenta mas é metabolicamente ativa. Os órgãos são perdidos ou remodelados e substituídos por órgãos adultos. Miíase → quando a fase de larva acontece em um tecido vivo porque teve uma ferida aberta ou em cima de pele íntegra Apostila parasitologia 17 Ordem Diptera Ordem díptera Moscam verdadeiras → causam miíases 1 par de asas Outro par foi reduzido para se tornar halteres, que auxiliam na estabilidade do voo Ciclo de vida: metamorfose completa Parasitas em estágio de larva (miíases) ou adulto (hematófago) Adultos: importantes vetores de doenças Dividida em 3 sub-ordens: Cyclorrapha, Brachycera e Nematocera. Sub-ordem Nematocera: Mosquitos: 4 famílias: Psycodidae, Simulidae, Culicidaee Ceratopogonidae Sub-ordem Brachycera: Moscas grandes: família Tabanidae Sub-ordem Cyclorrapha: Moscas: 3 superfamílias: Oestroidea, Hippoboscoideae Muscoidea. Aparelho bucal: Lambedor → se alimentar de líquidos–mosca doméstica, mosca varejeira Picador → perfurar a pele e sugar sangue–mosca dos estábulos, mosca dos chifres. Moscas Sinantrópicas → animais que se adaptam no meio urbano e utiliza materiais proporcionados pelo homem. Ex: Musca domestica Simbovinos → ação junto aos animais. Ligados ao homem através de excretas dos animais domésticos. Ex: mosca dos estábulos Miíase Miíase Doença produzida pela infestação de larvas de moscas em pele ou outros tecidos de animais Apostila parasitologia 18 As larvas se desenvolvem no interior ou sobre o corpo do hospedeiro. Alimentação: tecidos (vivos ou em necrose), substâncias corporais líquidas ou dos alimentos por ele ingeridos Hospedeiros –geralmente mamíferos, ocasionalmente aves, raramente anfíbios e répteis Miíase pode ser: Traumática → larva da mosca aumenta ainda mais a ferida. Diversas larvas de moscas (bicheira) Furuncular → não precisa de uma ferida para acontecer, pode utilizar um orifício. Se desenvolve no subcutÂneo e faz furúnculo. Berne Cochliomya homnivorax –Mosca do berne -Classe Insecta –família Calliphoridae. Hospedeiros: bov, suínos, eqüinos + frequentemente. Podem parasitar qualquer mamífero, inclusive o homem. Chrysomya megacephala- causa miíase Calliphora vicina (ou erythrocephala): mosca azul de berne Lucilia spp –mosca de berne de ovinos - causa miíase Família Oestridae: Dermatobia hominis–mosca do berne humano → capacidade de passar pela pele íntegra Família Sarcophagidae: Sarcophaga spp –mosca da carne –localização: feridas cutâneas Produtores de miíases (onde ela vai estar mais) Criação animal (bovinos, aves) → alta densidade populacional, muitas excretas → favorecimento do desenvolvimento de larvas → mais moscas sinantrópicas ou simbovinas. Expansão desordenada das cidades →maior acúmulo de lixo → mais condições para a proliferação de moscas sinantrópicas. Gaterophilus spp Causa miíases em equinos, iniciando pelos lábios, indo para as gengivas, causando periodontites (inflamação em volta dos dentes), migram pela língua, esôfago e chegam ao estômago, desenvolvendo miíase gástrica Só se percebe quando suas fezes estão com larvas Apostila parasitologia 19 Oestrus ovis Colocam seus ovos nas narinas dos ovinos, larvas migram para dentro da cavidade nasal. Ocupa espaço que o animal usa para respirar (obstrução) → dificuldade de respirar Classificação pela localização anatômica Classificação pela localização anatômica Dérmica Sub-dérmica ou cutânea Naso-faríngea Ocular Intestinal Entérica Apostila parasitologia 20 Urogenital Classificação pela relação parasita-hospedeiro Classificação pela relação parasita-hospedeiro Obrigatórias (geralmente primárias) -as larvas se desenvolvem exclusivamente em tecidos vivos, não são capazes de sobreviver fora do hospedeiro –larvas biontófagas Causam miíase → invadem pele íntegra Facultativa ou acidental (geralmente secundárias) -Espécies se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição, tais como carcaças, fezes, e ocasionalmente depositam seus ovos ou larvas em tecidos vivos do hospedeiro-larvas necrobiontófagas Vem depois de uma lesão pré-existente Miíase primária → larvas que chegam em uma pele íntegra Tecido vivo → relação obrigatória Pode ser lesão furuncular ou traumática Miíase secundária → tem que encontrar ferida aberta Tecido vivo / matéria orgânica em decomposição → facultativa Fortes infestações → irritação, desconforto, prurido, queda no consumo de alimento, redução da fertilidade, queda na produtividade do rebanho Casos extremos → hemorragia, infecção bacteriana, desidratação, anafilaxia e toxemia Moscas Sinantrópicas Musca domestica Apostila parasitologia 21 Musca domestica Tórax de coloração cinza-amarelado a cinza-escuro; abdômen amarelado. Local: interior de residências, estábulos, granjas, mercados, matadouros, feiras-livres, etc. Distribuição cosmopolita, alto índice de sinantropia, grande interesse médico-sanitário. Relacionada à transmissão (vetor) de inúmeros patógenos para o homem, animais domésticos e silvestres. Capaz de se desenvolver em vários tipos de matéria orgânica: Zonas rurais Fezes de eqüinos, bovinos e suínos– Produtos das granjas de aves poedeiras Zonas urbanas: fezes humanas, fossas abertas, aterrossanitários, lixo Biologia espécie não-hematófaga Fêmea de M. domestica pode depositar cerca de 150 ovos sobre o substrato. Há produção de aproximadamente 600 ovos/fêmea. Eclosão larval ( L1 ) entre 8-12 horas. A duração desta fase dependente da temperatura e da umidade. Desenvolvimento da larva (3 a 9 dias): dependente dos fatores físicos ambientais, influenciado pela disponibilidade de alimento: menor Apostila parasitologia 22 disponibilidade, maior tempo de desenvolvimento. Nos dois últimos dias, a larva ( L3 ) deixa de se alimentar, seu tegumento se contrai, endurece e escurece → pupário, dentro do qual se encontra a pupa. Sob temperatura favorável → 3-10 dias → emergência dos adultos. Em 18 horas → maturidade sexual. Alimento: água e carboidratos. Fêmeas: requerem também proteínas e aminoácidos para a maturação dos folículos ovarianos. Alimentos sólidos, antes de serem ingeridos através do aparelho bucal lambedor, primeiramente são liquefeitos através da saliva e/ou regurgitação. Fêmeas: receptivas aos machos em cerca de 36 horas após a emergência, geralmente aceita-os uma única vez. Deposição dos primeiros ovos ocorre em 5-8 dias após a fecundação. Período de desenvolvimento do ciclo total →10-14 dias. Regiões tropicais → 30 gerações por ano. Tempo médio de vida de uma fêmea adulta varia de 25-52 dias. Chrysomya spp. Chrysomya spp Moscas sinantrópicas Larvas: saprófagas, desenvolvem-se em detritos orgânicos. Apostila parasitologia 23 Algumas espécies são produtoras de miíases primárias ou secundárias. Morfologia e Importância Coloração metálica, típica dos califorídeos, verde a negro-azulado. Presença de faixas ou bandas transversais opacas e enegrecidas no ápice dos segmentos abdominais. Chrysomya spp.: Transmitem organismos enteropatogênicos (enterobactérias). Vetores de poliovírus Chrysomya putoria Importância: C. putoria→ freqüentes em granjas de galinhas poedeiras. Ovos quebrados e carcaças das aves → atrativos para a oviposição das fêmeas. População de insetos que se desenvolvem no esterco de galinhas: 90% representados por C.putoria e M.domestica. Sua presença em granjas avícolas é atribuída ao manejo inadequado de: carcaças de aves, ovos quebrados,esterco, principalmente o acumulado embaixo das gaiolas de galinhas poedeiras. Esporadicamente: larvas de C. putoriainvadem tecidos necrosados de animais vivos → miíases cutâneas secundárias em ovinos, bovinos e no homem. Chrysomya megacephala Importância: Maior freqüência nas áreas urbanas e suburbanas → feiras livres, lixões. Desenvolvem-se na primeira fase de decomposição do lixo. Larvas preferem substratos de origem animal em decomposição (carcaças, vísceras). Lucilia spp Apostila parasitologia 24 Lucilia spp Coloração geral verde-brilhante ou amarelado até o azul ouverde-cuprino, com reflexos metálicos; cabeça escurecida e palpos amarelados. Lucilia sericata Importância: Comum nas áreas urbanas e suburbanas, encontrada principalmente em matéria orgânica de origem animal em decomposição. Presente em aviários com manejo inadequado. Ciclo evolutivo completo: 12 dias. Fêmeas produzem 2000 e 3000 ovos, distribuídos por 9-10 posturas. Baixo valor epidemiológico. Pode causar miíases em ovelhas em climas temperados e frios. Controle de moscas sinantrópicas Controle de moscas sinantrópicas Diminuição das populações em níveis toleráveis Importante conhecer a biologia e a ecologia das moscas, como também características do sistema de criação, manejo, etc.. Êxito do controle → depende do tipo das instalações, do manejo dos animais e do esterco, além das condições climáticas. Controle químico - considerações Apostila parasitologia 25 Desenvolvimento de resistência Custo elevado Número limitado de inseticidas e métodos de aplicação eficientes. Preocupação com possíveis intoxicações ou com resíduos de inseticidas no ovo e na carne. Populações de moscas não devem ser erradicadas e sim suprimidas. Ideal: conciliar manejo das condições ambientais com métodos químicos (uso adequado de inseticidas seletivos) e métodos biológicos (manejo das populações de inimigos naturais). Controle das condições ambientais: •menor umidade do esterco → menor a oviposição dos dípteros adultos e desenvolvimento das larvas: evitar vazamento no sistema de abastecimento de água ventilação e temperatura adequadas escoamento adequado das águas pluviais retirada de esterco Menor oferta de matéria prima onde há o desenvolvimento das larvas: Remoção do esterco → adubo orgânico: acúmulo de esterco cobertos com plásticos pretos em pátios, maior o processo de fermentação e maior temperatura (cerca de 60oC). Remoção de aves mortas e dos ovos quebrados Controle Químico Importante correta aplicação dos inseticidas Emprego de inseticidas seletivos, preservando inimigos naturais Inseticidas adulticidas: inseticidas associados à iscas (ferormônio): é mais prático Inibidores de crescimento de larvas: Podem ser incorporados na ração, ingeridos pelas aves e eliminados nas fezes Pode ser aplicados diretamente no esterco sob a forma de pulverização. Apostila parasitologia 26 Ação seletiva contra larvas de muscóides, não afetando o desenvolvimento dos inimigos naturais que ocorrem no esterco. Controle Biológico ou biocontrole: Introdução de inimigos naturais (fauna exótica) Aumento da população de inimigos naturais (fauna nativa e/ou exótica) Conservação, favorecimento da proliferaçãodos inimigos naturais Moscas simbovinas Stomoxys calcitrans → mosca-dos-estábulos -mais importante Haematobia irritans Stomoxys calcitrans Stomoxys calcitrans Semelhante à M.domestica. Diferenciação: Probóscida rígida, projetada horizontalmente para a frente dacabeça A 4a veia longitudinal alar ( M1+2 ) é curvada, não forma o cotovelo observado em M.domestica. Corpo de coloração cinza, com 4 faixas longitudinais no tórax Formas adultas (macho e fêmea) → hábitos hematófagos. Apostila parasitologia 27 Observada na comunidade e/ou instalações rurais próximas do homem e animais domésticos, raramente em residências. Mais comuns nos equinos Desenvolvimento das larvas em: Matéria orgânica vegetal em decomposição Esterco das aves, principalmente se estiver misturado com esterco velho e ressequido. Cama de animais de estábulos fermentada e misturada com fezes e urina Fase final da decomposição do lixo em aterros sanitários, ou seja, quando há formação do húmus. Os ovos (1 mm de comprimento) são depositados sobre o substrato em pequenos aglomerados de no mínimo 20 ovos. A fêmea pode apresentar mais de 7 ciclos ovarianos (~ 560-1000 ovos/fêmea ). Sob determinadas condições de temperatura → após 20 a 80 horas há a eclosão larval. Fêmea cruza com macho durante voo, matura ovos e vai atrás de um esterco para colocar ovos. Larva sai do ovo e se alimenta dos nutrientes da matéria orgânica → pupa → adulto → hematófago Larvas recém-eclodidas (L1) penetram no substrato onde se alimentam de matéria orgânica. No interior do substrato a umidade e altas temperaturas (23 -300C ou superior) propiciam seu desenvolvimento ( 8 a 10 dias). Apostila parasitologia 28 Próximo do período pupal -larvas L3 → áreas mais secas do substrato. Fatores físicos ambientais favoráveis → em 2-8 dias adultos. Ciclo completo: 3-4 semanas (climas quentes), pode durar mais do que 2 meses. Período médio de vida das formas adultas: 17-29 dias. Adultos: após seis horas da sua emergência do pupário, são capazes de realizar o hematofagismo. Machos e fêmeas ficam ingurgitados em 3-4 minutos num único repasto sanguíneo Procuram picar regiões anatômicas não atingidas por reações de auto- defesa Eqüinos e bovinos → Mais afetados/ patas e abdômen. Perfuram a pele diversas vezes antes de sugar Após o repasto sanguíneo, as moscas pousam em locais como celeiros, cercas ou árvores. As aves dificilmente são atacadas: cobertura plumosa e da rapidez de seus movimentos Homem: hospedeiro alternativo, picado mesmo através da vestimenta. Moscas muito ativas, seguem seu hospedeiro por longas distâncias. Apostila parasitologia 29 Ação sobre os hospedeiros:-Considerada uma das pragas mais irritantes para bovinos, eqüinos, ovinos e caprinos. -Picada muito dolorosa. Maior infestação → perda de sangue e estresse. Espoliação, irritação, decréscimo do peso corporal (15 a 20%) e da produtividade de leite (40 a 60%) Eventualmente pode ocorrer mortalidade. Hospedeiro intermediário: nematódeo Habronema microstoma (causa habronemose gástrica e/ou cutânea dos eqüinos). Também pode transmitir o vírus da anemia infecciosa eqüina. Vetor mecânico: Trypanosoma evansi Haematobia irritans Haematobia irritans Popularmente denominada de“mosca-dos-chifres” Hematófago Uma das maiores pragas da bovinocultura. Mosca dos chifres: se agrupam ao redor do chifre (comportamento observado somente em regiões de clima temperado) Ataca mais comumente bovinos, eventualmente pode parasitar outras espécies como eqüinos (bastante sensível à picada da mosca) Há preferência por animais machos (especialmente touros) → relacionada com a atividade das glândulas sebáceas. Apostila parasitologia 30 Bezerros antes da desmama: são os menos infestados. Permanece no animal hospedeiro dia e noite, de preferência no dorso, lado do tórax, abdômen, ao redor da cabeça e cupim (zebuínos). Só abandonam o animal para se acasalar e depositar os ovos. No animal, sempre dirige sua cabeça em direção ao solo, mantendo as asas semi-abertas. Geralmente as moscas se acumulam em hospedeiros com pelagem escura ou nas manchas escuras dos animais Horas mais quentes → regiões ventrais do hospedeiro, retornando às partes altas em condições climáticas favoráveis. Hábitos hematófagos intermitentes, repasto sanguíneo pode ocorrer de 20 a 40 vezes/dia. Número de moscas sobre um hospedeiro: varia de uns poucos até 5000 ou mais. Raramente andam. Fecundação → fêmeas → partes mais baixas (face ventral, patas), para esperar o hospedeiro (ou um vizinho próximo) defecar. Bovino defeca → fêmeas voam rapidamente e depositam ovos em embaixo da borda da massa fecal. Oviposição: durante o dia e/ou noite, mais freqüente durante o dia (temperatura e umidade mais elevadas). Apostila parasitologia 31 Noites quentes e úmidas também são favoráveis maior rapidez do ciclo biológico. Fêmea, receptiva ao macho uma única vez, pode apresentar 15 ciclos ovarianos ou mais, há oviposição de 225-375 ovos/fêmea. Os ovos (1,3-1,5 mm de comprimento) são de coloração castanho- amarelada até a castanho-avermelhada. Sob temperatura favorável: eclosão larval ocorre em 24 horas. Larvas (L1) penetram no bolo fecal → 2 mudas → L3 (período total: 3-12 dias) → fase pupal (partes baixas da massa fecal ou no solo) Sob condições ambientais favoráveis → em 2-8 dias → emergência dos adultos que dentro de algumas horas (2-3 horas) já são capazes de iniciar o hematofagismo. Período do ciclo biológico: 8-12 dias (épocas mais quentes e úmidas), 30-45 dias (épocas mais frias). Após 1-2 dias da emergência dos adultos → acasalamento: observado nas partes mais altas do corpo do hospedeiro. Geralmente, fêmeas recém-emergidas: > capacidade de dispersão que fêmeas mais velhas. Pode voar até 15 km de um local para outro, podendo permanecer viva de 18 a 26 horas sem se alimentar. Ação sobre o hospedeiro: Perda de sangue Picada dolorosa Queda nos índices de produtividade Machos: diminuição da libido e baixo desempenho reprodutivo. Vetor: Stenofilaria stilesi(parasita pele de bovinos), Habronema(equinos) Controle: Objetivo: redução da infestação em níveis toleráveis, minimizando os prejuízos econômicos. Inicialmente: determinar o nível populacional máximo aceitável de moscas/animal. –Calcular a relação custo/benefício: infestação x Apostila parasitologia 32 tratamento (varia para cada tipo de criação, região, manejo, alimentação, etc..). Definir a estratégia de controle: Não fazer o tratamento Tratar somente aqueles animais portadores de 70% da população de moscas (“distribuição agregada”). Realizar o tratamento quando há prejuízo decorrente da parasitose. • Como conseqüência: evita o uso indiscriminado de inseticidas �retarda resistência da mosca aos inseticidas Inseticidas Aspersão, imersão, uso de brincos com inseticidas (cuidados com o uso indiscriminado), oral (bolus intra-ruminal ou aditivo em alimento). Empregar substâncias que interrompem o crescimento e o desenvolvimento das larvas nas fezes: inibidores específicos não atuando sobre demais artrópodos que são úteis para a desintegração do bolo fecal. Controle biológico: Competidores, predadores ou parasitóides, que usualmente vivem ou se utilizam do bolo fecal. Besouro coprófago africano: Onthophagusgazella(mais eficiente que o brasileiro). Onthophagus gazella→ remove massa fecal, de modo mais eficiente que o besouro brasileiro (Dichotomiusanaglypticus). O. gazella enterra 68,7g de fezes e o D.anaglypticus somente 9,2 g do esterco. Tabanidae (mutucas) Apostila parasitologia 33 Tabanidae (mutucas) Morfologia: Moscas robustas de tamanho médio a grande (6 a 33 mm de comprimento), corpo sem cerdas. Coloração: castanho-cinza até preto-escuro, algumas são amarelas. Cabeça grande, levemente côncava posteriormente, olhos bem desenvolvidos. Machos: olhos holópticos. Algumas espécies os olhos sãoiridescentes. Palpos com 2 segmentos. Probóscidarobustae rígida Mandíbulas e maxilas geralmente em forma de estiletes adaptados à perfuração, às vezes ausente em espécies não hematófagas. Tórax grande, pernas robustas, tarso terminando em três almofadas. Abdômen largo com sete segmentos visíveis, frequentemente apresentando padrão cromático distinto. Biologia: Considerada praga dos animais domésticos e do homem. Somente fêmeas são hematófagas. Os machos vivem de néctar. Algumas espécies não se alimentam na fase adulta. Mais ativos nos dias quentes, ensolarados e sem ventos. Gado de coloração preta é mais atacado. A maioria das larvas é predadora de larvas de pequenos artrópodes, moluscos ou anelídeos. Outras se alimentam de detritos orgânicos. Apostila parasitologia 34 Período larval geralmente é longo (1 ano ou mais em regiões de clima temperado). O ciclo de vida pode levar de 2 meses até 2 anos, dependendo da espécie e da região geográfica. Aparelho bucal: composto por um par de mandíbulas achatadas, denteadas em forma de serra e um par de estreitas maxilas. Entre estas estruturas há o canal alimentar formada por um forte labro e uma estreita hipofaringe. Quando a fêmea Tabanidae suga a labela fica retraída e o labro, mandíbula e maxilas penetram na pele. Durante este processo, as mandíbulas se movem como se fossem uma tesoura. A saliva, tem anticoagulante e é bombeada para o local da picada, antes do sangue ser conduzido para o canal alimentar. Quando cessa a alimentação o aparelho bucal é retirado, as labelas se fecham, formando uma película de sangue entre elas (o patógeno fica aí protegido). Transmissão de patógenos Características dos Tabanídeos que acabam por auxiliar a transmissão de patógenos. Anautogenia: fêmeas necessitam de um repasto sanguíneo para a maturação dos ovos. Telmofagia: Os tabanídeos cortam a pele e se alimentam de sangue Microorganismos dos tecidos superficiais da pele podem ser ingeridos pelas moscas. Grande ingestão de sangue: maior quantidade de sangue ingerido → maior de ingestão de agentes patogênicos. Tempo longo de ingurgitamento: Demoram de 20 minutos a 1h 30 minutos para ingurgitarem de sangue. Interrupção da alimentação: transmissão de hospedeiro a outro para terminar seu repasto (picada dolorosa). Ação sobre hospedeiro: Picada: infecção secundária, miíase. Redução da produção de leite, dos índices de produtividade. Apostila parasitologia 35 Vetores mecânicos: Vírus da anemia infecciosa equina, estomatite vesicular, encefalite e peste suína, leucosebovina. Anaplasmamarginale, Trypanosoma evansi, T. vivax Carbúnculo, brucelose. Aula 7 - dia 22/09 Artrópodes - aula 3 Mosquitos Metamorfose completa Famílias Família Culicidae: Aedes spp Anopheles spp Culex spp Família Psychodidae–FLEBÓTOMOS Phlebotomus spp, Lutzomyia sp. –mosquito palha Família Ceratopogonidae Culicoide ssp. –Mosquito pólvora Família Simuliidae Simulium spp–borrachudo Família Culicidae Família Culicidae Probóscide (aparelho bucal) alongada Pernas longas Conhecido como mosquito Sugam sangue à noite Apostila parasitologia 36 Machos alimentam-se de sucos de frutas e néctar de flores A cópula se dá momentos antes de se dirigirem para as casas “Dança nupcial" -mosquitos voam em largos círculos e cópula ocorre no ar Um macho pode copular várias fêmeas e uma fêmea pode ser copulada por vários machos Fêmeas hematófagas –maturação dos ovos Fêmeas colocam seus ovos em locais úmidos (plantas flutuantes) ou água *Não usam sangue para subsistência -em laboratório sobrevivem apenas com água e açúcar –porém não se reproduzem Larvas: Encontradas na água, sobrevivem algum tempo em ambiente úmido Vermiformes, desprovidas de patas e asas O período larvário: sofre 4 mudas Alimentação: microorganismos A respiração pode ser feita por um sifão respiratório na extremidade final do abdômen (Aedes sp e Culex sp)ou via tegumento (Anophelessp) Pupas Após a quarta muda larvária emerge a pupa: formato de vírgula Apostila parasitologia 37 Submersa na água É móvel mas não se alimenta O corpo das pupas tem duas partes: cefalotórax e abdômen Após a saída do mosquito adulto fica em cima da pele da pupa que acabou de deixar para que ocorra a quitinização (quitina em contato com o ar endurece Criadouros Permanentes Naturais -lago, riacho Artificiais -caixas de água, garrafas, cascas de ovo, pneus. Temporário -poças Habitat Forma adulta: terrestre (ambiente diferente daquele onde se desenvolveram as larvas) Descampados, folhagens, florestas, regiões inóspitas como mangues, desertos, cerrados e cavernas. Larvas: água corrente ou estagnada, matéria orgânica em decomposição ou no interior de vegetais. Anopheles spp Apostila parasitologia 38 Anopheles spp Transmite a malária (esporozoítas de Plasmodium sp em sua glândula salivar) Hábito crepuscular e noturno. Quando em repouso esses mosquitos formam um ângulo quase reto ao substrato Os ovos não resistem a dessecação, são postos isoladamente na superfície da água, possuem flutuadores laterais Larvas sem sifão respiratório -horizontais na superfície d'água Aedes spp Aedes spp Cópula: em até 24 horas após o nascimento do imago (adulto) -> estimula a necessidade de sugar sangue Hábito diurno, gosta de temperatura elevada (raramente em temperatura abaixo de 23 graus) Doméstico e nas horas de repouso (noite) se esconde atrás ou debaixo de móveis Apostila parasitologia 39 Mais de 12 repastos sangüíneos em um mês: grande importância na transmissão das zoonoses Postura em águas limpas existentes em barris, potes de barro, vasos, cacos de garrafa, bromélias A fêmea morre após a postura Depositam os ovos separadamente em vários lotes, em intervalos de um dia ou mais Ovos resistem a dessecação por vários meses As larvas se alimentam de bactérias contidas na água Transmite febre amarela (mais dificilmente), dengue, zica e chicungunha Culex spp Culex spp Doméstico de hábito noturno É encontrado principalmente nos dormitórios, sobre o teto, móveis e roupas Fêmeas depositam seus ovos em água estagnada pura ou impura nas imediações dos domicílios Os ovos, postos verticalmente são aglutinados formando uma jangada Após a desova a fêmea morre ou sobrevive poucos dias Transmite Wuchereria bancrofti(filária, Elefantíase) Família Psychodidae Apostila parasitologia 40 Família Psychodidae Subfamília Phlebotominae Phlebotomus(Europa) Lutzomyia(Américas) -mosquito palha Subfamília Psycodinae Psychoda-mosca dos banheiros Mosquito palha, birigüi, tatuquira Fêmeas hematófagas Atração por luz (casas) Hábitos noturno (algumas espécies podem ter hábito diurno, manhã e/ou tarde) O mosquito palha é transmissor do agente causal da leishmaniose Cerdas longas espalhadas ao longo do corpo Pouca capacidade de vôo Preferem locais sombreados e ricos em matéria orgânica para fazer postura como tocas de animais. Família Ceratopogonidae: Culicoides sp. Apostila parasitologia 41 Família Ceratopogonidae: Culicoides sp. Mosquito pólvora, maruim, mosquitinho do mangue Principal gênero –Culicoides, bem pequeno –1 a 4 mm Picada produz lesões eczematosas urticarianas Transmite filária, vírus da língua azul para bovinos e ovinos, dermatite em eqüinos com perda de pele Ovos postos em água doce ou salgada, em pedras, pedaços de pau, etc Hábitos diurnos Família Simulidae: Simulium spp Família Simulidae: Simulium spp Borrachudos, piuns Mosquito borrachudo Fêmeas hematófagas -se alimentam de sangue de bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos, aves Parecem uma pequena mosca -adultos de 1 a 5 mm Apostila parasitologia 42 Habitam áreas de cachoeiras e rios, pois só se desenvolvem em águas correntes Hábitos diurnos (crepuscular) Picadas não doem na hora, passado algum tempo dói bastante e ocorre prurido Atacam em bandos Provocam perturbação e reduzem produtividade Reações alérgica contra componentes da saliva Infestações maciças podem levar à morte por anemia ou hipersensibilidadeAtuam como vetores de filarídeos (elefantíase, onchocercose), Leucocytozoonem aves Nematocera - mosquitos Controle Controle Larva: Eliminar todos os criadouros artificiais e ter engenharia sanitária para os naturais Controle biológico através de predadores como barrigudinhos (peixes), larvas de caoborídeos (dípteros), Bacillus thurigiensis israelensis Adulto: Uso de repelentes no corpo Uso de telas nos canis, janelas e portas (ou mosquiteiros) Inseticidas (no horário de atividade do mosquito Esterilização dos machos (muito caro) Preservação de matas (para que os mosquitos não venham à domicílio) Aula 8 - dia 29/09 Apostila parasitologia 43 Artrópodes - aula 4 Pulgas - Siphonaptera Siphonaptera Sem asas Terceiro par de patas é muito mais longo: adaptação para o pulo A alimentação sangüínea é essencial para o início da postura Fazem 2 a 3 refeições por dia –10 minutos cada Tipo de associação Presença e alimentação permanentes –“bicho do pé” (Tunga penetrans) Presença permanente e alimentação intermitente –vivem sob a pelagem dos hospedeiros –Ctenocephalides, Xenopsylla Temporários ou intermitentes -vivem fora do hospedeiro –Pulex irritans-somente exercem a hematofagia Fase larval/ imatura Não é parasita Fica no ambiente Alimentação: debris corporais/pelos/fezes de animais - matéria orgânica Metamorfose completa Fase adulta Hematofagia Cabeça imóvel Ficam o tempo todo no hospedeiro Definitivo(exceto Pulex irritans) → repasto sanguíneo intermitente (exceto Tunga penetrans) Afeta pequenos animais por terem a pele mais fina Ciclo 30 dias Entra em estado de dormência se não tiver hospedeiro - 6 meses Apostila parasitologia 44 Os ovos ficam na poeira e sujidades e raramente no hospedeiro Tem que repetir medicações contra pulga por um longo período de tempo e ao mesmo tempo ir tratando o ambiente Fêmea bota 20 ovos por vez e 400-500 ovos ao longo da vida Detecta o hospedeiro a apartir de CO2 que o hospedeiro solta Tem um espinho na cabela que ela usa para romper ovos Larva → pupa → adulto Causa prurido e em Animais sensibilizados –prurido, dermatite, infecções secundárias Transmissão de doenças: Vetor da peste bubônica Vetor do Dipilidium caninum - cestoda em cães Pulgas - Tungidae–Tunga penetrans Pulgas - Tungidae–Tunga penetrans "Bicho do pé" É a menor das pulgas Macho e fêmea escala no ambiente e só vai conseguir produzir ovos se estiver em contato com o HD Local de preferência → chiqueiro Apenas a fêmea parasita Entra na pele do HD e se alimenta até formar os ovos. Faz posturas ainda no subcutÂneo e ovos caes no ambiente Apostila parasitologia 45 São exclusivamente hematófagas HD→ suínos, cães, humanos Ela entra na pele, no subcutÂneo. Se alimenta e crece até o tamanho de uma ervilha. Após a postura ela é expulsa do HD Ciclo A fêmea grávida penetra na pele do porco (ou homem), deixando apenas a extremidade posterior em contato com a atmosfera para respirar As localizações preferenciais da fêmea parasita são a sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas Aproximadamente após 15 dias, com o acúmulo de ovos seu abdômen se expande, atingindo o tamanho de um grão de ervilha Em torno de 100 ovos são expelidos, os quais, em chão úmido e sombreado, darão origem às larvas e pupas Em seguida a fêmea morre, o corpo da fêmea é expulso pela reação inflamatória da pele Pode ocorrer infecção secundária após saída do adulto por Clostridium tetani(tétano), Clostridium perfringense outras espécies (gangrena gasosa) ou fungos (Paracoccidioides brasiliensis). Controle Tratamento: extirpação dos parasitas em condições assépticas, limpeza do ferimento, vacina antitetânica. Prevenção: uso de calçados, tratamento dos animais domésticos infestados e aplicação de inseticidas no ambiente. Pulgas - Pulicidae - Ctenocephalides sp. Apostila parasitologia 46 Publicidae Ctenocephalides sp. Adulto hematófago Permanente no hospedeiro quando adulto Mais comum em cães e gatos Cães → DAPP (dermatite alérgica a picada de pulga) Gatos → dermatite miliar Fêmeas são maiores que machos Defecam em cima do HD. Se colocar água oxigenada e a "sujeira" borbulhar são fezes de pulgas Tem capacidade de detectar hospedeiro a partir do CO2 Patogenia Infestações severas podem levar a anemia Reações alérgicas a saliva da pulga Ctenocephalides felis “pulga do gato” 4 subespécies parasitas de carnívoros: C. felis felis(cosmopolita): é a pulga mais comum em cães e gatos C. felis strongylus(África) Apostila parasitologia 47 C. felis damarensis(África) C. felis orientalis(Índia à Austrália) Coloração castanho/preta Ctenocephalides felis x Ctenocephalides canis C. canis apresenta a cabeça mais arredondada do que C. felis Apresentam ctenídios genais e pronotais O primeiro ctenídio é curto C. canis em gena Dois primeiros ctenídios são de mesmo tamanho em C. felis Ciclo do Ctenocephalides felis Procuram se mover para o topo dos substratos Notam a presença do hospedeiro pelo calor e visão e o aumento do CO2 Após atingir o hospedeiro ocorre o acasalamento As fêmeas se alimentam e aumentam seu peso em até 75% Ciclo completo Logo após o repasto iniciam a defecação –sujeira de pulga Cerca de 24-48 horas após o repasto as fêmeas ovipõem (30-50 ovos por dia, 50-100 dias de vida) Os ovos caem no chão e requerem umidade > 50% e temperaturas amenas As larvas procuram ambientes protegidos como a cama do hospedeiro –ambientes úmidos e escuros –base do carpete, frestas no piso Podem se alimentar das fezes dos adultos Os três estágios larvares duram entre 1 a 5 semanas A larva tece um casulo que permanece vertical e aderido a detritos do ambiente A pupa pode resultar em adulto em 9 dias, mas também pode permanecer assim por longos períodos sob frio (meses) Apostila parasitologia 48 Ciclo total mínimo dura cerca de 17-22 dias para a fêmea e 20-26 dias para o macho –condições normais de 3-5 semanas É mais difícil encontrar pulgas em gatos, pois eles se lambem e engolem as pulgas Por isso, a pulga vai ficar em locais onde a língua não chega, como no nariz Gatos com pulgas geralmente estão com a imunidade baixa Patogenia em cães Pode ter Cestoda em cães com pulga (ingerem a pulga) Todo animal que tem Dipilidium tem pulga Geralmente tem alergia na base da calda, na lombar, com uma falha de pelo com inflamação Echidnophaga gallinacea Hospedeiro –aves, cães, gatos, coelhos, roedores, eqüinos e humanos Pode-se tornar um problema em aves de criação e causar irritação em cães, gatos, coelhos, roedores, eqüinos e humanos A cabeça da pulga se insere dentro da pele –difícil remoção Causa inchaço e ulceração Cães e gatos em contato com aves de criação (caipiras) podem ser infestados Apostila parasitologia 49 Nesses animais a pulga é encontrada principalmente entre os coxins plantares Pode levar a infecções secundárias Não tem importância na transmissão de doenças Patogênese: Aves podem apresentar agregados de pulgas ao redor dos olhos, crista e barbelas Controle: Tratar o ambiente com inseticidas para eliminar as larvas Impedir o contato de cães e gatos com aves de criação Remover manualmente as pulgas e em infestações severas usar produtos químicos Pulex irritans É a pulga mais comum do homem Pode ser encontrada em outros mamíferos: porco, cabras, cão, gato Distribuição cosmopolita Não tem ctenídeos Cabeça arredondada Olhos grandes Xenopsylla cheopis Não tem ctenídeos Cabeça arredondada Cerda pré-ocular tem posição anterior Hospedeiros -roedores Conhecida como “pulga do rato” É a pulga mais encontrada nos ratos, estando distribuída geograficamente nas regiões tropicais e em algumas áreas temperadas. É a principal responsável pela transmissão da peste bubônica (Yersinia pestis) entre ratos e desses para o homem: as bactérias multiplicam-se, Apostila parasitologia 50 bloqueando a passagem do alimento no proventrículo, não há absorção do sangue, pulga fica famintapicando vários hospedeiros, transmitindo a bactéria. Transmitem pelas fezes o tifo murino, doença infecciosa aguda causada pela Rickettsia tiphi Controle: Emergencialmente -controle químico das pulgas Longo prazo -evitar a proliferação dos roedores nas habitações e depósitos de alimentos através de adequada educação sanitária Tratamento do animal para eliminação dos adultos Tratamento do ambiente para eliminação dos estágios de desenvolvimento Aplicação de inseticidas Remoção de frestas, trincas e outros esconderijos Prevenção da re-infestação do ambiente Evitar entrada de outros animais Aplicação periódica de inseticidas Manter ambiente livre de esconderijos de larvas e pupas Limpeza Controle em cães/gatos(?) ADVANTAGE®MAX 3 pour-on (BAYER S.A.) –Imidacloprida e Permetrina CAPSTAR®comprimido (Novartis) -Nitenpiram FRONTLINE®Topspot e Spray (Merial) –Fipronil PULVEX®Pour-on e Shampoo (SCHERING-PLOUGH) –Permetrina COMFORTIS®(Elanco) -spinosad Aula 9 - dia 06/10 Apostila parasitologia 51 Artrópodes - aula 5 Piolhos Piolhos Ordem Phthiraptera Não voam Fômite = objetos que compartilhamos com vários animais ou indivíduos. Ex: vassoura, pá de lixo Fômites são responsáveis por fazer a transmissão dos piolhos para o hospedeiro Piolhos são insetos adaptados para realizar todo seu ciclo biológico em aves e mamíferos. Geralmente só abandonam seus hospedeiros para se fixar em outros hospedeiros. Corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas e garras adaptadas para se fixar fortemente nos pêlos ou penas. Causam uma falha na pelagem Coloração: amarelo esbranquiçado acastanho. Biologia Fêmea: 50 a 100 ovos, geralmente em pencas (cachos) que ficam firmemente aderidos nas penas ou pêlos do hospedeiro. Fêmeas geralmente são maiores que os machos e estão em maior número. Todo o ciclo ocorre no hospedeiro. Insetos hemimetábolos –não têm a fase de larva - ciclo incompleto!! Piolho não tem metamorfose completa. Ninfa é como fosse um adulto, porém menor e sem maturidade sexual. Ninfa se alimenta e desenvolve até fase adulta Ovo → 1 a 2 semanas → Ninfa eclode (muito semelhante ao adulto, menor e mais clara). Apostila parasitologia 52 Não vemos um animal infestado de piolho, pois a medicação para pulga funciona para piolho. Como ele só fica no animal, é mais fácil de exterminar. Alimentação Descamações do tecido epitelial Partes das penas Secreções sebáceas Sangue -Após a alimentação:escuros, quase pretos Transmissão Transmissão: geralmente por contágio direto. Ciclo biológico: 4 a 6 semanas. Ciclo curto Vermífugo → vc repete a dose por causa do ciclo do hospedeiro, pois ele age apenas no indíviduo adulto Importância Veterinária Infestação por piolhos: pediculose. Ação sobre o hospedeiro: Relacionada ao grau de infestação. Irritação (garras tarsais), intenso prurido (coceira), animal pode se coçar até sangrar Alopecia, escoriação e auto-mutilação. Estresse (em valores normais é benéfico, porém em alta quantidade é patológico, leva a imunossupressão -inibe a produção das células de defesa), redução do peso e queda na produção. Espécies hematófagas → alta infestação → anemia. Solução de continuidade = abriu uma ferida/lesão/ RUPTURA do tecido Solução de continuidade em pele = ferida em pele Suínos Apostila parasitologia 53 Infestação por piolhos é muito comum, ocorre frequentemente nas dobras do pescoço, mandíbulas e ao redor das orelhas. Muito pruriginosa, induz danos à pele. Equinos Infestações leves crina, base da cauda e espaço sub-maxilar. Altas infestações → pode se espalhar por todo o corpo do animal. Amblycera e Ischnocera (malófagos) Lipeurus spp, Menacanthus e Menopon Denominados de piolhos mastigadores. Fêmeas são maiores que o macho, e não possui espícula (aparelho reprodutos masculino) Cabeça grande e arredondada, presença de pelos, garras tarsais, olhos reduzidos ou ausentes. Pelo menos dois segmentos do tórax são visíveis. Geralmente se alimentam de fragmentos de queratina da pele, pêlos e penas. Podem sugar sangue de ferimentos na pele. Alguns são capazes de perfurar a pele. Ectoparasitos de aves, marsupiais, carnívoros e roedores. Olhos pequenos ou ausentes. Antenas escondidas na fosseta antenal. Alimentam-se de partículas presentes na superfície da pele. Algumas espécies ocasionalmente são hematófagas: cortam a base das penas novas ou áreas mais finas da pele com a mandíbula hemorragia localizada ingerem o sangue que sai dos vasos. Apostila parasitologia 54 Geralmente andam na pele dos hospedeiros. Adaptados para se mover em superfície lisa. Não se fixam firmemente na pele ou penas Menacanthus stramineus Importância: Piolho do corpo das aves. Espécie de maior importância na avicultura, principalmente em criação de poedeiras comerciais. Poedeiras → debicagem favorece o parasitismo, ave não consegue retirar os piolhos. Geralmente espécie-específico. → conseguem parasitar certa espécie apenas Morfologia: Coloração amarelo pálida. Numerosas cerdas na superfície do mesotórax e metatórax. Na superfície dorsal dos segmentos abdominais há duas fileiras de cerdas dirigidas para trás. Biologia Parasita extremamente ativo Todo o ciclo biológico ocorre no hospedeiro, dura de 2 a 3 semanas. Ovos colados na bases das penas principalmente na região do ventre. Ovos eclodem em 4 a 7 dias passando por 3 estádios ninfais. Alimentam-se das barbas e bárbulas das penas. Perfura a base das penas e pode-se alimentar do sangue que flui. Comumente encontrados sobre a pele, em regiões com poucas penas, como região ventral. Infestações → observados no peito, embaixo das asas, cabeça e outras regiões do corpo (cloaca). Transmissão do ectoparasita ocorre pelo contato direto entre as aves. Apostila parasitologia 55 Danos ao hospedeiro: Severa irritação. Pele fica inflamada com crostas escamosas. Pode causar anemia. Alta infestação → Perda de peso, atraso no desenvolvimento e até mortalidade das aves mais jovens. Alta infestação → fissuras e micro hemorragias na região da cloaca. Heterodoxus spiniger Danos ao hospedeiro: Parasita de cães. Grandes infestações podem causar dermatite e pruridos Hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum (cestóide) (passa quando o hospedeiro ingere o piolho) e de Dipetalomena reconditum (nematóide). Cão → ovos do cestóide → ingeridos pelo Heterodoxus spiniger→cisticerco se desenvolve na hemocele →cão ingere o piolho contendo o cisticerco →Dypilidium caninum adulto. Damalinia ovis Acomete ovinos, a fêmea deposita cerca de 30 ovos na lã próxima à pele. Damalinia bovis Ataca bovinos, parasitam em grupos Coloração castanho-avermelhada com bandas transversais no abdome. O tarso apresenta uma única garra. Fêmea: pode ser facultativamente partenogenética (produz ovos que se desenvolvem sem fertilização) -aumento rápido da população Damalinia bovis Alimenta-se de descamações epiteliais acumuladas na pelagem do bovino. A fêmea deposita cerca de 30 ovos no pêlo próximo à pele. Parasitam o topo da cabeça, pescoço, ombros e dorso Apostila parasitologia 56 Ação sobre o hospedeiro: irritação, prurido, alopecia Maior infestações → outras partes do corpo. Damalinia equi Parasita a cabeça, crina base da cauda e ombros de cavalos. Damalinia caprae Acomete cabras. Induz intenso prurido, inquietação, diminuição do apetite, alopecia, pêlos eriçados, crostas e descamação. Felicola subrostratus Ectoparasita do gato doméstico Morfologia: Cabeça característica, triangular e projetada anteriormente, para frente. Região ventral da cabeça: há um sulco mediano longitudinal que se adapta ao redor do pêlo do hospedeiro. Antenas: 3 segmentos. Pernas pequenas e terminam numa garra única Abdômen liso, com poucas cerdas e 3 pares de espiráculos. Trichodectes canis Ectoparasita do cão doméstico. Morfologia: Piolho pequeno (1,90 mm comprimento). Cabeça sub-quadrangular, mais larga do quelonga. Antenas com 3 segmentos cilíndricos (primeiro segmento mais grosso e o terceiro mais longo). Antenas implantadas em pequenas fossas. Tarsos com uma única garra. Abdômen oval com margens onduladas, fileiras de cerdas longas Espécie muito ativa. Apostila parasitologia 57 Parasita cabeça, pescoço e cauda dos cães, fica presa à base do pêlo. Efeitos sobre o hospedeiro: irritação intensa com descamação da pele, muito pruriginosa. Anoplura -Haematopinus spp. Piolhos sugadores, hematófagos, parasitam somente mamíferos. Insetos pequenos, medindo cerca de 2 mm de comprimento. Há espécies de 0,5 mm e de 8 mm. Cabeça pequena, estreita e alongada. Cabeça é mais estreita que o pró-tórax. Olhos reduzidos ou ausentes. Palpos ausentes. Haematopinus suis Um dos mais importantes ectoparasitas de suínos. Distribuição cosmopolita. É o maior anoplura que infesta animais domésticos (5 a 6 mm de comprimento). Infestação áreas de pele mais macia: dobras do pescoço, próximo às mandíbulas e nos ombros. Pode ocorrer também nas partes superiores das patas e ao redor da cauda Comumente observados dentro da orelha, especialmente em épocas frias do ano. Altas infestações → irritação, desconforto, animais se esfregam ocorrendo escoriações na pele e perda de pêlo. Há queda na produção. Há formação de crostas na pele e inflamação. Sobrevive até 3 dias fora do hospedeiro. Longevidade dos adultos: 35 dias. Pode transmitir agentes patogênicos como vírus Apostila parasitologia 58 Haematopinus asini Parasita eqüinos Espécie cosmopolita. Morfologia: cabeça longa e robusta. Mais abundante em regiões de clima temperado. Cavalos: cabeça, pescoço, dorso e superfície interna das patas. Infestações leves →assintomáticas Altas infestações → animais inquietos, cansados, pode ocorrer anemia, esfrega-se fortemente, perdendo pêlo e dilacerando a pele. Diagnóstico dos piolhos Aparência quebradiça de pelos ou penas Presença dos parasitas nos pelos/penas Presença de ovos aderidos nos pelos/penas Sinais clínicos: coceira, pelos ou penas com aspectos quebradiço, perda de apetite, irritação na pele Tratamento Existem várias drogas disponíveis–Organofosforados, Piretróides, Avermectina Controle Explorações intensivas favorecem a transmissão (contato direto). Confinamento em exposições, feiras → início a um surto ou parasitismo. Introdução de animais novos → quarentena, vistoria, se necessário tratamento com inseticida. Quando há infestação : tratamento em intervalos (ovos são mais resistentes). Aula 10 - dia 13/10 Artrópodes - aula 6 Apostila parasitologia 59 Ácaros Ácaros Não possuem antenas nem mandíbulas. Grande diversidade de hábitos -muitos são de vida livre Alimentação: vegetais, parasitas de animais invertebrados e vertebrados. Dermatophagoides: se alimenta de pele morta, associado a poeira doméstica, importante agente alergênico. Maioria: ectoparasita de aves e mamíferos. Cerca de 500 espécies são endoparasitas: trato respiratório, ouvido médio ou interno, passagem nasal, sacos aéreos ou tecido linfático de várias aves, mamíferos ou répteis. Ectoparasitas: se alimentam de sangue, linfa, restos de derme, penas ou secreções sebáceas que ingerem ao perfurar a pele. Causam grande irritação: dor produzida pela picada. Associação hospedeiro-parasita: Contínua Ex: ácaros da sarna (Psoroptidae e Sarcoptidae) Intermitente Ex. ácaros hematófagos -dermanissídeos Ciclo biológico: A maioria dos ácaros produz ovos. Alguns são ovovivíparos A larva tem 6 pernas O ciclo de vida varia entre 8 dias a 4 semanas - ciclo incompleto Consequências da infestação Dano direto ao epitélio levando a inflamação eritema da pele prurido formação de escamas endurecimento e aumento da espessura da pele formação de crostas Apostila parasitologia 60 Produção de resposta de hipersensibilidade (geralmente do tipoI) – alergias Perda de sangue e outros fluidos tissulares Transmissão mecânica e biológica de patógenos Sarna sarcótica - Sarcoptes scabiei Causa eritema - pele avermelhada e inflamada Causa prurido Formação de escamação Espessamento da pele Afeta qualquer mamífero, mas principalmente cães e homens O ciclo de vida inteiro ocorre no hospedeiro Causa uma sarna denominada escabiose ou “sarna vermelha” Ciclo: A larva se torna uma protonifa 2 a 3 dias depois e se abriga nos folículos pilosos Alguns dias depois ela se torna uma tritoninfa e depois um adulto Acasalamento ocorre na superfície da pele O macho morre rapidamente após o acasalamento O ciclo total dura cerca de 17 a 21 dias Durante a infestação, o número de parasitas aumenta muito rápido, depois cai e se estabiliza Quando ocorrem infestações cruzadas os parasitas não conseguem se estabelecer no hospedeiro para o qual não estão adaptados - dermatite transitória. A doença clínica é rara em animais silvestres e mais comum em animais em cativeiro A sarna sarcóptica ocorre em cães, suínos, ovinos,caprinos, bovinos e humanos, mas é rara em felinos e eqüinos Ácaros conseguem sobreviver fora do hospedeiro Apostila parasitologia 61 Patogenia: Afeta mais as áreas de pelagem mais escassa: orelhas, focinho, cabeça, pescoço Os parasitas não mordem ou sugam sangue. Alimentam-se de fluidos intercelulares As escavações provocam reações inflamatórias, prurido, espessamento da pele, perda de pelos (alopecia), aumento da descamação. O prurido intenso pode levar a escoriações, hemorragias, infecções secundárias Diagnóstico: Sinais clínicos Raspagem profunda (até sangramento) do material cutâneo das aéreas afetadas Examinar o raspado em microscópio óptico entre lâmina e lamínula. Resultado negativo: não se deve descartar a possibilidade de sarna sarcóptica. Controle: Cuidado com a introdução de animais quarentena e tratamento acaricida (se necessário) Ficar atento em relação aos animais que retornam de feiras e exposições agropecuárias. Separar os animais infestados. Por ser altamente contagiosa, deve-se tratar todos os animais. Notoedres cati Infesta gatos Alopedia, espessamento da pele, prurido, eritema Quando ela não é tratada, é fatal. Pois se o animal tem essas lesões é pq ela tem outras situações imunossupressoras Apostila parasitologia 62 São encontrados principalmente na cabeça e orelhas,mas podem se espalhar pelo resto do corpo Altamente contagioso, infestação se espalha principalmente através de larvas e ninfas Se não tratada, a sarnanotoédricapode ser fatal em 4-6 meses Pode ocorrer uma dermatite transitória no homem Nos felinos a infecção é geralmente restrita à cabeça Família Psoroptidae Não cavam túneis na pele Psoroptes spp. Geralmente em coelhos Esta na superfície da pele Geram crostras, que podem gerar deformidades na borda da orelha. Comprometimento da vascularização da borda da orelha dos coelhos Quando tem mt sarna as crostas se soltam e caem nos pelos, espalhando pelo corpo Normalmente, fica dentro do pavilhão auricular Ciclo apresenta ovos, protoninfas, tritoninfas e adultos (ciclo incompleto!) e dura cerca de 10 dias Causam inflamação, exsudação, formação de crostas, escoriação devido a trauma auto-induzido A infestação pode regredir espontaneamente e depois recrudescer após até dois anos P. cuniculi: sarna de orelhas de coelhos, podendo também ocorrer em cabra, ovelha, equinos, búfalos. Inflamação, produção de cerume. Há formação de espessas crostas que podem preencher completamente o pavilhão auditivo Grande irritação ao animal e hematomas. Exala odor fétido (infecção secundária) Apostila parasitologia 63 Pode se espalhar pelo corpo. Chorioptes bovis Prurido Formação de escama Formação de crosta Alopecia Esta na superfície da pele Acomete mais bovinos Geralmente na base da cauda Diagnóstico → pegar crosta (não precisa ser raspagem profunda) entre pele sadia e pele machucada, macero a crosta em cima de uma lâmina do microscópico, coloco uma solução, olha no microscópico Equinos→ região inferior das pernas Bovinos → base da cauda, períneo Os parasitas sobrevivem até 3 semanas fora do hospedeiro, permitindo atransmissão pelo ambiente e objetos Otodectes cynotis Pode causar otite Solucão OTOlógica para cães que estão com otite Otite fúngica, bacteriana e parasitária (Otodectes), ou pode ter os 3 aos mesmo tempo Infestam cães e gatos Cães com a orelha caída e com a orelha peluda são mais propensos a ter otite, pois é um ambiente, escuro, úmido e quentinho Eritema Prurido Formação de secreção O cão pode ficar balançando a cabeça. Em uma dessas a cartilagem pode desgrudar da pele da orelha, formando hematomas, uma bolha de sangue Apostila parasitologia 64 entre a pele - otohematoma - sangramento entre a pele e a cartilagem da orelha Tem que tirar esse sangue acumulado, sugar com uma seringa Como saber se tem o parasita? Passa o cotonete dentro da orelha, passo o cotonete em cima da lâmina e acha o ácaro Acontece na maioria dos mamíferos Pode espalhar para a cabeça Otodectes não forma crostas, é bem mais discreta Demodex spp Hiperpigmentação → sarna demodécica ou negra Endurecimento de pele Espessamento de pele Alopecia É um alteração imunológica do animal, não é infecciosa. Este ácaro já esta na pele do animal Normalmente ela não coça. Porém com a pele sem pelo, ela fica frágil, então qualquer coisa que raspa ele vai coçar, lesionando a pele - pele mais fácil de abrir ferida - bactérias entrando na pele e causando dermatite bacteriana- causa coceira. Depois que ela causa prurido A patogênese envolve imunossupresão do hospedeiro, com redução da resposta celular de linfócitos T, por isso geralmente acomete filhotes e idosos Transmissão da fêmea para filhotes Lesão auto-limitante → sozinho, ele mesmo consegue se curar, 2ou 3 semanas a sarna some ou é preciso intervir Não é contagiosa, não causa prurido Diagnóstico → raspado profundo de pele É comum animal que tem a Demodex e a Sarcoptica ao mesmo tempo. Tratamento externo → tosquiar (tosar) animal inteiro, pois nos fiapos de pele que restaram, o pelo pode dificultar o acesso do medicamento na pele. Apostila parasitologia 65 Usar produtos, como o clorectdine (efeito residual após lavagem), cetoconazol (antifúngico) Tratamento sistêmico → Antibióticos para combater infecções secundárias Estimulantes de resposta imunológica (após outras doenças serem descartadas) Aula 11 - dia 13/10 Artrópodes - aula 7 Carrapatos Carrapatos Família Ixodidae Rhipicephalus (Boophilus) microplus→“Carrapato do boi” Rhipicephalus sanguineus→ “Carrapato vermelho do cão” Amblyomma cajennense → “Carrapato estrela” Anocentor nitens → “Carrapato da orelha dos equinos” Carrapatos duros → possuem escudo dorsal Carrapatos duros Macho → escudo total Fêmea , larvas e ninfas→ escudo parcial - ela tem que aumentar de tamanho Morfologia Duas divisões no corpo Gnatossoma → não há cabeça, é onde está o aparelho bucal Idiossoma → corpo fusionado Carrapatos não tem corpo segmentado Possuem olhos simples - imagem rudimentar Apostila parasitologia 66 Gnatossoma → falsa cabeça Base ou capítulo → base do gnatossoma Quelíceras → Abertura da boca, elas que vão ficar agarradas na pele Hipostômio → é onde secreta substância anticoagulante Palpos → suporte e orientação 1- boi 2-cão 3-estrela Ciclo de vida Ciclo de vida incompleta A maioria dos carrapatos duros parasitam 3 vezes hospedeiros, ou seja, ele precisa sair e voltar para o hospedeiro 3 vezes para completar seu ciclo. Ciclo com 2 hospedeiros → Rhicephalus bursa Apostila parasitologia 67 Habitat desfavorável → 1 hospedeiro Ciclo de vida → 3 hospedeiros Macho e fêmea copulam → fêmea fica cheia de ovos e desce no ambiente No ambiente faz a postura de ovos e morre → ovos eclodem Larvas vão procurar o hospedeiro 1 e se alimentam Ela cai no solo → larva vira ninfa Ninfa vai procurar hospedeiro 2 (pode ser o mesmo) → se alimenta Cai no solo → vira adulta → vai para hospedeiro 3 Ciclo de vida → 2 hospedeiros Oviposição → ovos eclodem Larvas se alimentam do hospedeiro 1 e mudam para ninfa no hospedeiro Ninfa alimentada cai no solo → adulto Adulto sobe no hospedeiro 2 e se alimenta Ciclo de vida → 1 hospedeiro Fêmea cai no solo → ovos Ovos eclodem → larvas sobem no hospedeiro Lá elas se alimentam → ninfa → adulta Teleógina → carrapto gordinho cheia de ovos Rhipicephalus (Boophilus) microplus - "carrapato do boi" Carrapato de um único hospedeiro Apostila parasitologia 68 Eles ficam no bio até se reproduzir. Macho morre no boi e fêmea desce do hospedeiro para fazer postura, morrendo no chão Localização → barbela, base da cauda, peito, parte posterior das coxas, regiões perto do pescoço Vetor → babesiose e anaplasmo Controle Zebuínos são mais resistente Rotação de pastagens - 2 meses Plantação de gramíneas → repelentes letais → capim-gordura, capim- elefante Rhipicephalus sanguineus - "carrapato vermelho do cão" Carrapato de 3 hospedeiros Vetor → babesiose e erlichiose Difícil controle → rápida multiplicação Geotropismo negativo TODO CARRAPATO TEM→ não tem atração pela terra → sobe na parede, vai para a ponta do teto Local → entre os dedos, conduto auditivo Ciclo de vida incompleto de 3 hospedeiros Morfologia Apostila parasitologia 69 Escudo mais arredondado e capítulo hexagonal Festões Podem ficar até 8 meses sem se alimentar Controle Banhos de carrapaticidas → 2ou 3 vezes, intervalo 14 dias Limpeza dos canis Acaricida nas paredes e pisos Higiene e isolamento dos cães Amblyomma cajennense - "carrapato estrela" Escudo ornamentado Vetor → babesiose equina e febre maculosa Coloração mais clara Apostila parasitologia 70 Carrapatos se reproduzem por sexo oral, o macho introduz gnatossoma na fêmea Quando remove os carrapatos as quelíceras podem ficar para trás, causando coceira. Por isso não podemos puxar ele. Se a quelícera ficar na pele, ainda pode transmitir febre maculosa O carrapato estrela só pode transmitir a febre maculosa se ele ficar mais de 6 horas puxando sangue no hospedeiro Parasita maioria dos mamíferos (principalmente bovino e equino) 3 hospedeiros Anocenter nitens - "carrapato da orelha de equino" Ciclo: monoxeno - 1 hospedeiro Parasita pavilhão auricular de equinos - leva falta de oxigenação em partes do tecido, fazendo com esse tecido morra → necrose → orelha deformada Podem causar supuração e infecções secundárias e miíases Perda da cartilagem Família Argasidae Não possuem escudo, dificultanto a identificação da fêmea Carrapatos moles Parasitam aves São reservatórios da Febre Recorrente Apostila parasitologia 71 Ciclos com múltiplos hospedeiros Fazem diversas posturas intercaladas com repastos sanguíneos, ela não põem todos os ovos de uma vez como os carrapatos duros Fecundação fora do hospedeiro Morfologia Na visão dorsal não é possível visualizar o aparelho bucal, só olhando ventralmente Ornitodhoros spp Hospedeiro → várias espécies Ovos escuros e isolados Argas miniatus
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