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RESUMO - Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (Luís Roberto Barroso)

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Nome: Simone da Cruz 
 
 
RESUMO: Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (Luís Roberto Barroso) 
 
O artigo tem como objetivo mostrar as transformações ocorridas no direito constitucional na 
Europa e no Brasil, iniciando pelos três marcos fundamentais nesse período que são o histórico, 
o teórico e filosófico. 
Marco histórico – surgiu após 2ª guerra como reconstituição da Europa para organização de 
novas políticas, onde o Estado passou de um regime autoritário, intolerante e violento para um 
estado democrático de direito. No Brasil foi a constituição de 1988. 
Marco filosófico – no novo direito é o pós-positivismos, reúne o jusnaturalismo e o positivismo 
que apensar de serem opostos se complementam, o jusnaturalismo defendia uma ideia 
filosófica, já o positivismo se apega ao direito posto, buscando apenas os fundamentos na lei. 
Marco teórico – Apresenta três momentos que podemos destacar sendo: 
A força normativa dentro da constituição 
A constituição era vista apenas como um documento político, com a reconstitucionalização 
ganhou força normativa, superando a concepção política, reconhecida como ordenamento 
jurídico. 
A expansão da jurisdição constitucional 
O controle era feito por um órgão judicial, ou seja, quaisquer decisões acerca da constituição 
eram dadas pelo parlamento. Mas com a força normativa dentro da constituição este modelo 
foi derrotado e passa ser o papel da constituição o poder judiciário. A jurisdição constitucional 
passa a desempenhar um papel de grande distinção no mundo. 
A nova interpretação constitucional 
Com a força normativa da constituição novos métodos de interpretação foram aplicados, pois 
eram mais eficientes na maior parte dos casos principalmente quando os métodos clássicos não 
conseguiam resolver os problemas. As normas constitucionais levaram a doutrina a 
jurisprudência a utilizar a própria interpretação. 
Cabe a norma oferecer solução para os problemas jurídicos e o juiz precisa ser coparticipante da 
lei, pois nem sem sempre a solução jurídica estará relata na norma, precisa ir além do seu 
conhecimento técnico. 
 
A constitucionalização do direito 
I. Generalidades 
A constitucionalização comporta diversos objetivos dentro do direito, e esta associada a um 
efeito expansivo de normas constitucionais, a ideia de constitucionalização do Direito tem força 
normativa nos três Poderes, nos valores e nos fins públicos e nos comportamentos e regras da 
própria Constituição. Enfim, em todas as esferas do Direito. 
 
II. Origem e evolução do fenômeno 
O Processo de evolução do direito constitucional na Europa e no Brasil ao longo das últimas 
décadas, estabelecido como constitucionalização do Direito, aproximação entre 
constitucionalismo e a democracia e a força normativa da constituição. 
No Reino unido falta uma constituição escrita que é um dos pressupostos como o nome 
sugere, entre os britânicos existe uma constituição histórica um pouco mais redigida que 
boa parte das cartas escritas no mundo pois o modelo que vigora é o do parlamento e não 
da constituição, já nos Estados unidos a situação é oposta as questões das constitucionais 
tem base doutrinaria. 
Na Itália, a constituição entrou em vigor m 1 de janeiro de 1948, porém somente com a 
instalação da corte constitucional nove anos depois a constituição e os direitos 
fundamentais passaram a ser diretamente aplicáveis sem intermediação do legislador. 
E na França a constitucionalização teve reconhecimento muito tempo depois com a 
impregnação da ordem jurídica pela constituição. 
 
III. A constitucionalização do Direito no Brasil 
1. O Direito infraconstitucional na constituição 
A carta de 1988 simboliza a travessia da democratização brasileira para a constituição da qual 
tem um período longo de estabilidade política. Todos os ramos do direito infraconstitucional 
tiveram aspectos, seja de maior ou menor relevância. 
2. A constitucionalização do direito infraconstitucional 
A democratização foi mais tardia nos países de constitucionalização como no Portugal, Espanha 
e o Brasil, a parti de 1988 a constituição passou a desfrutar não apenas da supremacia forma, 
mas também da supremacia material, o Código Civil foi deslocado do centro do sistema jurídico, 
ocasionando o que se chama de “descodificação” do Direito Civil. 
3. A constitucionalização do Direito e seus mecanismos de atuação prática 
A constitucionalização no Brasil pode ser exercida por juízes e tribunais e pelo Supremo tribunal 
Federal, envolvendo técnicas e possibilidades interpretativas que incluem: 
a) o reconhecimento da revogação das normas infraconstitucionais anteriores à Constituição (ou 
à emenda constitucional), quando com ela incompatíveis; 
b) a declaração de inconstitucionalidade de normas infraconstitucionais posteriores à 
Constituição, quando com ela incompatíveis; 
c) a declaração da inconstitucionalidade por omissão, com a consequente convocação à atuação 
do legislador; 
d) a interpretação conforme a Constituição, que pode significar: 
(i) a leitura da norma infraconstitucional da forma que melhor realize o sentido e o alcance dos 
valores e fins constitucionais a ela subjacentes; 
(ii) a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução do texto, que consiste na exclusão 
de uma determinada interpretação possível da norma – geralmente a mais óbvia – e a afirmação 
de uma interpretação alternativa, compatível com a Constituição. 
E cabe ao Judiciário pronunciar a invalidade dos enunciados normativos incompatíveis com o 
texto constitucional. 
 
IV. Alguns aspectos da constitucionalização do Direito 
Direito Civil – passou por fases distintas, tendo como marco inicial a Revolução Francesa, 
promulgação da Constituição de 1791 e do Código civil napoleônico de 1804. O direito 
constitucional e o direito civil não se comunicavam. A constituição tinha um papel limitado de 
carta política, o código civil era documento jurídico, essa visão só começou a mudar no século 
XX onde a constituição passa a protagonizar o ordenamento jurídico. 
O Código napoleônico ao longo do século XX começa a superar o individualismo deixando de ser 
o reino soberano da autonomia da vontade, as normas tem como proteção ao lado mais fraco 
da relação jurídica, como o consumidor, consumidor, o locatário, o empregado. A constituição 
impôs os princípios que se difundem por todo o ordenamento, como a igualdade, a 
solidariedade social, a razoabilidade. O processo de constitucionalização do direito civil, no 
Brasil, avançou de maneira progressiva, tendo sido amplamente absorvido pela jurisprudência 
e pela doutrina, inclusive civilista. 
 
Direito Administrativo –o Direito Constitucional e o Administrativo possuem objetivos comuns: 
a necessidade de limitação do poder estatal e o advento do liberalismo. O Direito Administrativo 
teve início com as Cartas italiana e alemã, o mesmo ocorreu com a Constituição brasileira de 
1988, que discorre sobre vários princípios voltados à Administração Pública, e por fim o direito 
administrativo foi a incidência no seu domínio dos princípios constitucionais. 
Direito Penal – A influência do Direito Constitucional sobre o Penal é ampla, direta e imediata, A 
constitucionalização do Direito Penal, abrange também a questão da aplicabilidade da pena 
mais adequada de acordo com a proteção aos interesses constitucionalmente relevantes. 
Por fim, o tópico V – Constitucionalização e Judicialização das Relações Sociais, trata da 
influência dos valores constitucionais no sistema jurídico, através da jurisdição constitucional; 
que no caso brasileiro é exercida amplamente pelo juiz estadual e o Supremo tribunal Federal. 
Vale destacar que sob a constituição de 1988 que o judiciário deixou de ser uma instituição 
técnica para desempenhar um papel político, todas essas transformações levaram a uma 
judicialização, cabendo ao Judiciário a decisão final de conflitos de diversos temas, o que vem 
causando polêmica acerca do pontode equilíbrio entre supremacia da Constituição, 
interpretação constitucional e processo político majoritário.

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