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Borracha Natural

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Denezimaira Oscar Tefo 
Daniel Francisco Coel 
Edisone Eduardo 
Hipolito Antonio Langisse 
Patricio luciano Gaiondo 
Salvador Avelino Miguel 
Silza Antonio Salvador 
Tito Quenedi Ernesto Víctor 
 
 
 
 
Licenciatura em ensino de Química com Habilidade em ensino de Biologia 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Púnguè 
Extensão de Tete 
2021 
Denezimaira Óscar Tefo 
Daniel Francisco Coel 
Edisone Eduardo 
Hipolito Antonio Langisse 
Patricio luciano Gaiondo 
Salvador Avelino Miguel 
Silza Antonio Salvador 
Tito Quenedi Ernesto Víctor 
 
 
 
Licenciatura em ensino de Química com Habilitação em ensino de Biologia 
O trabalho a ser apresentado ao Curso de 
Química, Departamento de Ciências Exactas e 
Tecnológicas, na cadeira de Química 
Macromolecular para fins avaliativos. 
Docente: Mestre Otílio F. Mulandeza 
 
 
 
 
Universidade Púnguè 
Extensão de Tete 
2021 
 
 
Índice 
1.Introdução ..................................................................................................................................... 4 
1.1.Objectivos .............................................................................................................................. 4 
1.1.1.Geral ................................................................................................................................ 4 
1.1.2.Específicos ...................................................................................................................... 4 
2.BORRACHA NATURAL ............................................................................................................ 5 
2.1.História da Borracha .............................................................................................................. 5 
2.2.Composição química da borracha natural .............................................................................. 6 
2.3.Propriedades e aplicações da borracha natural ...................................................................... 8 
2.4.Obtenção de Borracha Natural ............................................................................................... 8 
2.5.Elastômeros .......................................................................................................................... 10 
2.6.Usos e vantagens da borracha natural. ................................................................................. 11 
2.7.Vulcanização e formulação de borracha natural .................................................................. 11 
2.7.1.Elastômeros não vulcanizados e vulcanizados .............................................................. 12 
2.7.2.Diferenças entre vulcanização e cura ............................................................................ 12 
2.7.3.Sistemas de Vulcanização ............................................................................................. 13 
2.8.Tipos especiais de borracha natural ..................................................................................... 14 
2.8.1.Borracha CV (constant viscosity) e Borracha LV (low viscosity). ............................... 14 
2.8.2.Borracha peptizado ........................................................................................................ 14 
2.8.3.Borracha para trabalhos aperfeiçoados (superior processing rubber) ........................... 14 
2.8.4.Borracha purificada ....................................................................................................... 15 
2.8.4.Borracha de skim ........................................................................................................... 15 
2.8.5.Borracha anticristalizante (anticrystallising rubber) ..................................................... 15 
2.9.Aplicações da Borracha Natural .......................................................................................... 15 
2.10.Novas pesquisas no seguimento de Borracha .................................................................... 15 
Conclusão ...................................................................................................................................... 17 
Referencia Bibliográficas .............................................................................................................. 18 
 
 
 
4 
 
1.Introdução 
 Quando nos referimos à borracha, é impossível separar os aspectos históricos do descobrimento 
da borracha e os eventos mais significantes do seu ponto de vista técnico. 
Cristovão Colombo é tido como o primeiro europeu a manusear um pedaço de borracha. Mas foi 
no começo de 1831 que Goodyear realizou várias experiências a fim de melhorar as propriedades 
da borracha. Em particular ele desejava descobrir um “secante” que faria com que os produtos 
finais não ficassem grudados. 
A borracha natural (NR) é um polímero de poli(cis-1,4-isopreno) e apresenta propriedades únicas 
devido a sua estrutura intrínseca, alta massa molar e presença de outros componentes minoritários 
como proteínas, carboidratos, lipídios e minerais presentes no látex. Cerca de 2500 plantas 
produzem látex, mas o látex da Hevea brasiliensis se constitui na única fonte comercial importante 
de látex de borracha natural. 
A borracha tornou-se um material indispensável à indústria moderna e está presente em diversos 
produtos com os quais o homem convive em seu dia-a-dia. A indústria de borrachas é um ramo 
consolidado atualmente, destacadamente rico sob os aspectos financeiros e tecnológicos. Pode ser 
considerado como um excelente termômetro da industrialização das nações (SANTOS, 2013). 
O trabalho aborda aspetos ligados a borracha natural no que tange a história da sua descoberta, sua 
obtenção, composição química, o processo de vulcanização, e sua aplicação. 
Palavras-chaves: borracha natural, vulcanização e isopreno. 
1.1.Objectivos 
1.1.1.Geral 
 Conhecer a borracha natural quanto a processos da sua obtenção e a composição química. 
1.1.2.Específicos 
 Identificar os monómeros que compõem a borracha natural; 
 Descrever o processo de vulcanização; 
 Descrever o processo de extração do latex de Hevea Brasiliensis; 
 Mencionar aplicação da borracha natural. 
5 
 
2.BORRACHA NATURAL 
A borracha natural é definido como um elastómero que já esta ou pode ser modificado para um 
estado no qual é essencialmente insolúvel, assim como é susceptível ao aumento de volume num 
solvente em ebulição, e que, no seu estado modificado, não pode ser reprocessado para uma forma 
permanente por aplicação de calor ou pressão moderadas. 
2.1.História da Borracha 
As primeiras informações sobre a descoberta de borracha natural, datam de 1493-1496, quando em 
sua segunda viagem a América do Sul, Cristóvão Colombo viu nativos do Haiti brincando com 
bolas que eles faziam com uma seiva de cor branca leitosa extraída de árvores, que os nativos 
chamavam de Cau-uchu, que na língua nativa significava árvore que chora. 
Antes de 1500 a borracha já era utilizada por índios latino americanos. Na Amazônia, o uso da 
borracha foi mencionado pelo jesuíta Samuel Fritz e pelo frei carmelita Manoel de Esperança, entre 
os índios. 
Em 1770 o inglês Joseph Priestley produziu a primeira borracha, que utilizamos até hoje, para 
apagar traços de lápis esfregando-a sobre o papel. 
Cubos desta borracha começaram a ser vendidos em Londres em 1772 e foram chamados de rubber 
que vem do inglês rub que significa esfregar. 
Em 1840 o americano Charles Goodyear descobriu acidentalmente o processo de vulcanização, ao 
deixar cair um pouco de enxofre na mistura de borracha que estava em seu laboratório. A aceitação 
mundial da borracha somente fora consolidada pela descoberta desse processo. A palavra 
vulcanização, é originária da mitologia romana referenciando o deus do fogo, Vulcano. 
As propriedades mais valiosas da borracha (resistência e elasticidade) puderam então ser 
exploradas. 
Em 1876 Henry Wiekhamem sua vigem a América do Sul coletou aproximadamente 70 000 
sementes das árvores produtoras de latex de borracha natural, as Hevea Brasiliensis e levou para a 
Europa e, em seguida para Asia, numa região em que o clima se assemelhava ao do Brasil, la ele 
plantou as sementes das quais 2000 germinaram e em seguida as plantas foram enviadas e 
6 
 
cultivadas no Clylon, Sri-lanka, Singapura e Malásia, sendo que dez anos depois já produziam 
sementes em abundância, e latex de óptima qualidade. 
Durante muito tempo o efeito de coagulação de latex para produzir a borracha natural solida, foi 
por meio espontâneo, porem em 1899 o pesquisador John Perkins descobriu que com adição de 
ácidos ao latex era possível efetuar a coagulação muito mais rapidamente. 
O grande avanço da indústria de processamento de borracha deu-se por volta de 1888 quando John 
Dunlop inventou o pneu para bicicleta usando borracha natural. 
Os cientistas continuaram estudando a borracha natural para assim chegar a um método que os 
levasse a produzir borracha sintética de boa qualidade. Um dos principais passos nesse sentido foi 
à descoberta do modo como estão distribuídos os átomos nas moléculas de borracha natural 
(NUNES & COUTINHO, 2005). 
A borracha tornou-se um material indispensável à indústria moderna e está presente em diversos 
produtos com os quais o homem convive em seu dia-a-dia. A indústria de borrachas é um ramo 
consolidado atualmente, destacadamente rico sob os aspectos financeiros e tecnológicos. Pode ser 
considerado como um excelente termômetro da industrialização das nações (SANTOS, 2013). 
A borracha natural (NR) é hoje uma importante matéria-prima, essencial para a manufatura de mais 
de 40.000 produtos da indústria do transporte e de produtos hospitalares. 
2.2.Composição química da borracha natural 
As borrachas naturais de uma forma geral possuem unidades isoméricas do tipo isoprenica cis-1,4 
e tras-1,4. Contudo nas literaturas mostram que a as borrachas de seringueira (havea brasiliensis) 
e do Guayule (patemi argentatum) são poliisoprenos cis-1,4, contendo outras unidades isoméricas 
de baixa concentração. 
Por outro lado, existem outras espécies de borrachas como é o caso da borracha da Guta percha 
(Palaquium oblongfolium), que contém apenas unidades tras-1,4. A figura abaixo mostra unidades 
isoméricas do tipo isoprenica cis-1,4 e tras-1,4. 
7 
 
 
Figure 1: estruturas químicas das unidades cis-1,4 e tras-1,4, presentes na composição da 
borracha natural. 
A borracha natural é essencialmente composta pelo poli(cis-1,4-isopreno), na qual as unidades 
repetitivas da molécula são arranjadas na configuração cabeça-cauda. Como mostra na figura 2. 
 
Figure 2: estrutura da borracha natural poli(cis-1,4-isopreno). 
O poliisopreno apresenta dois isómeros: o isómero CIS, cuja estrutura corresponde à da borracha 
natural, e o isómero TRANS, que tem a estrutura de um polímero conhecido como gutta 
percha (Figura 1). As propriedades dos dois materiais são muito diferentes. Enquanto o isómero 
CIS possui elasticidade, que lhe é conferida pela sua estrutura espacial não linear e de certa maneira 
com a forma de uma espiral, o isómero TRANS possui uma estrutura linear, é um material duro e 
comporta-se como um material termoplástico. 
Para que um polímero se comporte como borracha ele deve estar no estado amorfo, já que a 
cristalinidade restring os movimentos moleculares necessários para a ocorrência da elasticidade. 
A Borracha Natural (NR) apresenta característica de alta massa molar, com uma pequena 
composição de proteínas, carbohidratos, lipídios e minerais, que fornece propriedades únicas. 
Cerca de 2500 plantas produzem látex, e a Hevea brasiliensis, que na Figura 3 aparece num bosque, 
apresenta um excelente desempenho como fonte comercial (Rippel, Bragança, 2009). 
8 
 
 
Figura 3: As plantas Hevea brasiliensis. 
A borracha de Hevea Brasilensis é o polímero de alto massa molecular. A faixa de pesos 
moleculares dos seus clones, em geral, esta entre 3x104 e 1x107, e o pico de maior massa molecular 
aparece em 1-2,5x106 e o de menor massa molecular a 1-2x105, havendo grandes variações no peso 
molecular medio entre borrachas de diferentes clones. (Antonia, 2003). 
2.3.Propriedades e aplicações da borracha natural 
Propriedades Aplicações 
Resistencia a tração Pneus em geral 
Boa elasticidade Luvas cirúrgicas 
Resistência ao calor Preservativo 
Flexibilidade a baixa temperaturas Solado de calçados 
Excelentes propriedades dinâmicas Correias transportadoras 
 
2.4.Obtenção de Borracha Natural 
A borracha natural é obtida a partir da seringueira, Hevea Brasiliensis, nativa da America, a qual 
floresceu no oriente, tornando-se a fonte da maior parte do suprimento mundial de borracha. 
9 
 
A seringueira é uma árvore nativa da região amazônica e por crescer em meio à floresta, sua 
exploração é totalmente do tipo extractivista, dificultando o desenvolvimento e aproveitamento do 
potencial produtivo destas árvores. 
O Brasil foi líder mundial na fabricação e exportação da borracha natural até a década de 50, 
quando a demanda pela borracha começou a exigir maior produtividade e eficiência. Para suprir 
essa necessidade intensa pela matéria prima, o mundo passou a contar com as plantações planejadas 
dos países do Sudeste Asiático. 
Uma seringueira leva cerca de oito anos para começar a produzir o látex, e se tomados o cuidado 
essencial para a preservação da saúde da planta, ela poderá ser produtiva por pelo menos 50 anos. 
Produto de grande procura e aceitação no mercado, o látex é de grande importância econômica, 
pois dá origem à borracha natural, de alto valor comercial. 
 
Figura 4: Hevea Brasiliensis: semente (a), flor (b), folha (c), latex (d). 
O latex é obtido fazendo-se incisões na árvore, de modo que o líquido se acumulo em pequenas 
tigelas, que devem ser recolhidas com frequência, para evitar a putrefação ou a contaminação. 
O latex é então transportado para estacoes centrais, onde é coado, adicionando-lhe um preservativo 
(NH3). 
A Borracha é separada por um processo conhecido como coagulação, que ocorre quando se 
adicionam vários ácidos ou sais ao latex e a borracha se separa do líquido na forma de uma massa 
branca, pastosa, que é moída e calandrada, para remover contaminantes e secar. 
10 
 
 
Figura 5: Processamento da Borracha Natural. 
2.5.Elastômeros 
É uma substância constituída de milhares de moléculas ligadas entre si de maneira encadeada, 
tendo a habilidade de mudar sua configuração pronta e continuamente a temperaturas normais. Tais 
moléculas tem conformação aleatória em seu estado não tracionado, mas assumem algumas 
conformações orientadas se forças de tração forem aplicadas em seus extremos. (MASSARO et 
al,). 
 
Figura 6: Enrodilha mento do Elastômero 
A borracha natural é usada como principal elastômero na indústria pneumática (pneus), tanto como 
100% puras, quanto como misturas com borrachas sintéticas. 
11 
 
2.6.Usos e vantagens da borracha natural. 
Usos Vantagens 
Cabos Boa propriedade elástica e baixa absorção de 
água. 
Sapatos, solados e botas Pegajosidade (tecido/borracha) em cimentos. 
Correias Abrasão, resistência ao corte e rasgo 
Banda de rodagem Alta resiliência (baixa histerese), característica 
de baixa deformação. 
Produtos mecânicos Principalmente para propriedades de alta 
tensão, baixa deformação e alta resistência 
Rolamentos Boas propriedades de construção/suspensão de 
camadas 
Ebonites de alto grau Boas propriedades elásticas e de impactos 
Mangueira Resistência a abrasão e apropriada para 
mangueira de vinho ou cerveja por não deixar 
sabor. 
 
2.7.Vulcanização e formulação de borracha natural 
Em 1839,Charles Googyear descobriu a vulcanização da borracha, utilizando enxofre e carbonato 
de chumbo, Goodyear descobriu que, ao aquecer a mistura de borracha natural, enxofre e carbonato 
de chumbo,a borracha passou de material termoplástico a elastomérico, e foi gradualmente 
introduzida em todos os campos da atividade humana, oferendo novas possibilidades de aplicações. 
A vulcanização é um processo químico pelo qual as moléculas polimericas se ligam umas as outras 
através da formação de ligações cruzadas com enxofre (originado moléculas maiores), o que restrge 
o movimento molecular. (Wisniewski, 1978 apud Antónia, 2003). 
 
12 
 
Figura 7: representação esquemática do processo de vulcanização da borracha (a) cadeia de cis-
1,4-poliisopreno, antes da formação das ligações cruzadas com enxofre, (b) a mesma cadeia 
depois da vulcanização. 
Basicamente, a vulcanização é a conversão da borracha através de um processo químico de ligações 
cruzadas (crosslink), levando-a de um estado essencialmente plástico para um estado 
essencialmente elástico. 
O processo de vulcanização é extremamente complexo e, mesmo com os atuais avanços na sua 
compreensão, muitos aspectos ainda não estão claros. 
A reação de vulcanização nos permite partir de um composto totalmente plástico e através do 
aquecimento adequado se chega a um composto altamente elástico. 
Através dos exemplos é fácil notar que quando melhor vulcanizado estiver o artefato, tanto melhor 
serão suas propriedades físicas e de DPC (Deformação Permanente por Compressão), de resistência 
aos óleos, de abrasão, etc. 
2.7.1.Elastômeros não vulcanizados e vulcanizados 
Composto não vulcanizado Composto vulcanizado 
Termoplástico Termo fixo 
Pegajosos Não pegajoso 
Baixa viscosidade Alta viscosidade 
Baixo modulo Alto módulo 
Alto alongamento Baixo alongamento 
Baixa tensão de ruptura Alta tensão de ruptura 
Baixa dureza Alta dureza 
Alta DPC Baixa DPC 
Baixa resistência Alta resistência 
Alto inchamento Baixo inchamento 
 
2.7.2.Diferenças entre vulcanização e cura 
Cura 
13 
 
Cura ou Reticulação: Termo genérico utilizado para descrever o processo de formação de ligações 
cruzadas (reticulação) utilizando quaisquer agentes de cura, tais como, enxofre, resinas, óxidos 
metálicos, peróxidos orgânicos, entre outros; 
Requisito para a Cura 
 Sítios quimicamente ativos na borracha. 
 Agentes de cura: enxofre, resinas, óxidos metálicos, peróxidos orgânicos, entre outros. 
 Energia para a reação. 
Vulcanização 
 O termo vulcanização é usado para descrever o processo pelo qual a borracha reage com 
enxofre para produzir uma rede de ligações cruzadas sulfídicas entre as cadeias poliméricas. 
 Palavra derivada da mitologia romana que faz referência a Vulcano, o Deus do fogo e do 
trabalho com metais. 
 Requisito: Vulcanização  presença de hidrogênios alílicos 
2.7.3.Sistemas de Vulcanização 
O enxofre atua como vulcanizante somente nos elastômeros insaturados, oferece aos artefatos 
propriedades iniciais excelentes, como alta tensão de ruptura, ótima resiliência, resistência à fadiga 
e à abrasão, sendo o sistema mais largamente usado pelos fabricantes de peças em borracha natural. 
Porém as propriedades de resistência ao envelhecimento térmico e relaxação de tensão são pouco 
satisfatórias. (MASSARO et al,). 
Segundo o livro Ciencia y Tecnologia del Caucho de Naunton, as provas que confirmam a teoria 
de que as forças de Van der Waals são responsáveis pela vulcanização, parece que estão baseadas 
no trabalho publicado por Williams e no de Stiehler e Wakelin, os quais consideram as seguintes 
provas para suas opiniões: 
(a) os vulcanizados com enxofre autoacelerados se peptizam quando aquecidos na presença de 
piperidina, ou de um excesso de pentametileno-ditiocarbamato de piperidina. As ligações 
covalentes intermoleculares não devem ser afetadas e, em consequência, estes investigadores 
sugerem que as ligações cruzadas se devem a forças secundárias mais fracas que podem se dispersar 
facilmente devido peptizantes básicos (MASSARO et al).; 
14 
 
(b) as forças de valência secundária se devem aos grupos tiocetónicos altamente polarizados 
resultantes do ataque de α-metileno por enxofre. Os testes por infravermelho são considerados para 
apoiar a existência de grupos tiocetónicos. (MASSARO et al). 
Estes pontos de vista constituíram uma crítica séria sobre a teoria das ligações covalentes, mas 
agora podem ser descartados, já que relatos subsequentes têm demonstrado que o efeito da 
peptização pode ser atribuído totalmente ao oxigênio molecular. Na ausência de oxigênio não se 
apresenta a peptização, mesmo que se encontre ou não a piperidina. Este resultado demonstra que 
a quebra oxidante das ligações covalentes é a causa, e, portanto, serve para reforçar a teoria das 
ligações covalentes. 
O látex vulcanizado parece ter características excepcionais no sentido de que, embora cada glóbulo 
do látex tenha ligações cruzadas internas do tipo covalente, os glóbulos vizinhos são mantidos 
juntos por forças secundárias mais leves. Tal como é de se esperar, o sistema referido pode se 
dipersar facilmente por meios mecânicos, quando adquire alto grau de inchamento em benzeno. 
2.8.Tipos especiais de borracha natural 
Os principais tipos especiais de borracha natural são os seguintes: 
2.8.1.Borracha CV (constant viscosity) e Borracha LV (low viscosity). 
A borracha CV obtém-se adicionado, ante da coagulação, uma pequeníssima quantidade de 
hidroxilamina (0,15%) e a Borracha LV adicionando-se, também antes da coagulação, uma 
pequena quantidade de óleo mineral. 
A hidroxilamina impede, durante a armazenagem, o aumento espontâneo de viscosidade da 
borracha natural. O emprego destas borrachas permite aos fabricantes prever o tempo de 
mastigação. 
2.8.2.Borracha peptizado 
Estes produtos obtêm-se adicionado ao látex, antes da coagulação, cerca de 0,5% de um agente 
peptizante, que reduz a viscosidade da borracha durante a secagem. Por este motivo esta tipo de 
borracha necessita de um tempo de mastigação mais reduzido. 
2.8.3.Borracha para trabalhos aperfeiçoados (superior processing rubber) 
15 
 
Este produto obtém-se quer por coagulação de uma mistura de látex ordinários e de látex pre-
vulcanizado, quer por mistura de látex natural com látex pre-vulcanizado coagulado. A sua 
utilização facilita as operações de extrusão e calandragem. 
2.8.4.Borracha purificada 
Este produto obtém-se, sem adição de outras substancias, modificando-se o processo normal de 
obtenção da borracha, por exemplo, por centrifugação do látex. 
A borracha purificada utiliza-se na preparação da borracha clorada e na fabricação de certos artigos 
vulcanizados (cabos elétricos, etc.) cujas propriedades seriam prejudicadas pela presença das 
impurezas normalmente contidas na borracha. 
2.8.4.Borracha de skim 
Obtém-se por coagulação do subproduto da centrifugação do látex. 
2.8.5.Borracha anticristalizante (anticrystallising rubber) 
Botem-se por adição do ácido tiobenzoico ao látex, antes da coagulação, torna-se assim resistente 
a temperaturas muito baixas. 
2.9.Aplicações da Borracha Natural 
A borracha natural é uma das borrachas de uso geral. Apenas não é indicada para resistir ao calor 
(temperaturas de regime, como vimos, acima de 80 ºC) nem para resistir aos óleos. Tampouco 
resiste em meios químicos muito agressivos (ácidos e bases concentrados) e solventes. 
A borracha natural é sobretudo utilizada no fabrico de: pneumáticos, em especial pneus para 
veículos pesados e para veículos utilizados fora de estrada (off-the-road tyres); correias 
transportadoras e de transmissão de movimento, folhas, artigos industriais diversos, bandas 
elásticas, tubos e mangueiras, calçado e componentes para calçado, molas elastoméricas, apoios e 
absorvedores de choques, revestimento de cilindros, vedantes, artigos farmacêuticos, artigos de uso 
doméstico, tapetes e pavimentos, etc. 
2.10.Novas pesquisas no seguimento de Borracha 
Elastômeros Termoplásticos (TPE) 
16 
 
Vantagens Desvantagens 
Ciclos de produção mais curtos Custo do polímero eventualmentemais 
elevados 
Gastos energéticos mais baixos Tensão de rotura mais baixa 
Maior flexibilidade no projeto Especificações de propriedades sem margem 
de manobra 
Melhor resistência ao impacto 
Peças macias ao tato 
Tensão de rotura mais baixa 
 
 
Figura 8: Elastômeros Termoplásticos (TPE). 
 
 
 
 
 
17 
 
Conclusão 
Este trabalho teve início a partir da história da descoberta da borracha natural. Embora a borracha 
atualmente tenha várias utilidades, na época de sua descoberta ela não tinha nenhuma importância 
relevante, pois suas propriedades físicas eram desconhecidas. Mas foi por volta da década de 1840 
que Charles Goodyear e Thomas Hancock revolucionaram o processo da produção da borracha, 
melhorando seu processamento e suas propriedades mecânicas. Graças a esses dois homens, houve 
um progresso considerável na manufatura. 
A vulcanização da borracha natural com enxofre trouxe, através de uma gama enorme de sistemas, 
um grande avanço para a indústria da borracha. Neste trabalho foi apresentado o método que iniciou 
e aperfeiçoou a vulcanização dos elastômeros. 
A vulcanização é o método que proporcionou o ganho das propriedades físicas na borracha.O que 
era antes um material sem utilidades e não proporcionava nenhuma propriedade física que 
agradasse as indústrias, hoje é um material que contêm amplas aplicações. A reação de 
vulcanização nos permitiu partir de um composto totalmente plástico e através de um aquecimento 
adequado, chegar a um composto altamente elástico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Referencia Bibliográficas 
ANTONIA, Estudo de Desempenho Mecânico e Térmico de Compostos de Borracha Natural (NR) 
DE Diferentes Clones, São Paulo, 2003. 
MASSARO, et al,. Vulcanização Da Borracha Natural Com Enxofre. 
NUNES, D. S. S., COUTINHO F. M. B. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 15, n° 4, 2005. 
PINHEIRO, M. da S. Manual de Formulações de Artefatos de Borracha. Porto Alegre: Evangraf, 
2012. 
SANTOS, Processo de vulcanização do pneu, Rio de Janeiro, 2013. 
SILVA, M. E. V Curso de Tecnologia da Borracha. São Paulo: Flexsys(Brasil), 2000. 
SOUZA, et al,. Novas Tecnologias de Borracha. 
WISNIEWSKI, A. Extrativismo Vegetal, Volume1, Belém, 1978.

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