Buscar

Aplicações econômicas das macroalgas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Aplicações econômicas das macroalgas 
 
As algas são um recurso econômico importante em vários setores industriais. Em diferentes países, 
as algas são muito exploradas, sendo até mesmo cultivadas em fazendas marinhas, para a sua utilização 
direta ou indireta. O consumo direto está relacionado à alimentação e, neste caso, o tamanho da alga (micro 
ou macro) não é um fator que limite a sua exploração. A indústria vem implementando cultivos de microalgas, 
visando à produção de biomassa de microalgas tanto para uso na elaboração de alimentos, quanto para a 
obtenção de compostos naturais com alto valor no mercado mundial. 
As microalgas podem produzir valiosos compostos de valor nutricional e farmacêutico, como: ácidos 
graxos poli-insaturados, carotenoides, ficobilinas, polissacarídeos, vitaminas, esteróis e diversos compostos 
bioativos naturais (antioxidantes, redutores do colesterol etc.), os quais podem ser empregados 
especialmente no desenvolvimento de alimentos funcionais. 
 
Cultivo de microalgas para fins comerciais 
 As principais microalgas cultivadas comercialmente são espécies dos gêneros: Arthrospira 
(Cyanophyceae); e as clorófitas: Chlorella, para a adição em alimentos naturais ("health food"), Dunaliella 
salina, para a obtenção de betacaroteno e Haematococcus pluvialis, para a obtenção de astaxantina. 
Muitas substâncias produzidas pelas microalgas também podem ser sintetizadas por vegetais 
terrestres. 
 
Vantagens na utilização 
 O cultivo de microalgas para a exploração dessas substâncias é muito mais vantajoso do ponto de 
vista comercial, pois as microalgas apresentam um ciclo de vida mais rápido do que as plantas terrestres, 
o que possibilita maior produtividade. A natureza unicelular desses organismos gera certa homogeneidade 
da composição bioquímica relativa à biomassa, o que não ocorre com as plantas terrestres que apresentam 
compostos localizados em órgãos específicos 
Tais vantagens tornam a produção de microalgas um recurso bastante lucrativo, não só para a 
indústria alimentícia, mas também para outros setores como na produção de biocombustível. De fato, 
diversas espécies, tanto procarióticas quanto eucarióticas, são excelentes produtoras de óleo, 
apresentando um grande potencial de exploração e geração de energia sustentável, tanto no Brasil, quanto 
no exterior. Esses organismos podem ser cultivados em sistemas de produção muito simples e diversos, 
com volume variando desde poucos litros até bilhões de litros. 
 
 
Cultivo em fotobiorreatores 
 Além do cultivo aberto, as microalgas podem ser produzidas comercialmente em fotobiorreatores, 
que são sistemas fechados. Nesse tipo de sistema, as condições de cultivo podem ser mais bem 
monitoradas, maximizando a produção. Normalmente é utilizada em locais, onde as condições de luminosidade 
e temperatura não são tão favoráveis, ao longo de todas as épocas do ano. 
 
Cultivo de macroalgas para fins alimentícios 
 Como exemplo, existe a espécie Laminaria japonica, conhecida vulgarmente como kombu; a Undaria 
pinnatifida (Harvey) Suringar ou wakame; a Himanthalia elongata (Linnaeus) S. F. Gray, conhecida como 
espaguete do mar; e a Durvillea, consumidas no Chile e na Nova Zelândia (e também utilizadas como 
condimentos). 
 
Cultivo de nori 
 Em muitos países asiáticos, as macroalgas compõem um recurso nutricional relevante, e são cultivadas 
em escala comercial, principalmente em países que não dispõem de área agrícola muito vasta como no caso 
do Japão. Neste país, a aquicultura é um setor industrial importante, principalmente para a produção do 
nori, produto consumido no mundo todo. Esta alga vermelha, que envolve o sushi, antigamente era produzida 
de forma artesanal nos países asiáticos, baseando-se no crescimento vegetativo da macroalga. 
Foi somente a partir do conhecimento sobre o ciclo de vida trifásico desses organismos, que a indústria 
local passou para uma produção em grande escala, tornando este produto uma das principais commodities 
japonesas. 
 
Uso indireto das macroalgas 
 A aquicultura também é uma opção economicamente interessante e ambientalmente sustentável de 
produção de macroalgas para a produção de ficocoloides, que são utilizados como matéria-prima, na 
produção de inúmeros produtos. 
Os ficocoloides são substâncias de textura muscilaginosa, que se encontram associadas à parede 
celular de espécies de algas vermelhas (carragenanas e ágares), e de algas pardas (alginatos), conferindo 
importante recurso para esses organismos, na estratégia de sobrevivência frente ao alto hidrodinamismo 
e dessecação. Nas algas vermelhas (Rhodophyta), as carragenanas são preferencialmente extraídas das 
algas pertencentes aos gêneros Chondrus, Eucheuma; Kappaphycus ou Mastocarpus. Já os ágares são 
extraídos de exemplares dos gêneros: Gelidium, Gelidiella, Gracilaria e Pterocladiella. 
As carragenanas são usadas na indústria de alimentos, como espessantes ou geleificantes, compondo 
os ingredientes das sobremesas lácteas (pois apresenta elevado poder geleificante quando misturado com 
leite) e carnes. São também utilizadas em cosméticos, conferindo cremosidade, e em dentrifrícios. Os 
ágares, apesar de não geleificarem no leite, também são amplamente utilizados na indústria alimentícia, 
para a fabricação de doces e glacês. 
Essas substâncias formam géis muito resistentes e termorreversíveis. Essas propriedades 
promovem a utilização dos ágares em laboratórios, em procedimentos de eletroforese, cromatografia e 
como meio de cultura na microbiologia. Na indústria farmacêutica, os ágares são utilizados como: laxante, 
emulsificante, espessante e agente de dispersão de comprimidos. Já os alginatos são ficocoloides, que 
também são consumidos na indústria alimentar, na produção de sorvetes, molhos e maioneses. Mas também 
são utilizados na indústria têxtil (na fabricação de impermeabilizantes de tecidos e couros) e na indústria de 
tintas e vernizes, como aditivos, e em diversas atividades ligadas à biotecnologia. 
 
Exploração no Brasil 
 A prática mais comum de exploração de espécies de macroalgas para fins comerciais é a coleta de 
algas vermelhas, diretamente nos bancos naturais. Essa atividade ocorre principalmente no litoral do 
Nordeste, onde encontram-se as macroalgas vermelhas, dos gêneros Gracilaria e Hypnea. 
 
Uso na avaliação da saúde ambiental dos ecossistemas costeiros 
 Quando organismos vivos são usados no monitoramento ambiental para avaliar mudanças no meio 
ambiente ou na qualidade da água, o monitoramento é chamado de monitoramento biológico ou 
biomonitoramento, e para que este seja bem-sucedido, é importante a escolha de um organismo adequado 
ao trabalho. De um modo geral, um bom bioindicador deve ter algumas características importantes, entre 
elas: 
• Deve apresentar distribuição generalizada na área de estudo; 
• Ser de fácil identificação; 
• Deve ter sua fisiologia, ecologia e morfologia suficientemente estudada. 
 
De modo geral, o organismo bioindicador é mais bem avaliado em relação a sua simples observação no 
ambiente, e de quanto mais rápido e facilmente ele sobrevive, ou não, às condições adversas. Sendo assim, 
as macroalgas podem ser utilizadas no monitoramento ambiental com eficiência.

Continue navegando