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Eletrônica de Potência I Engenharias: Elétrica Controle e Automação Aula 6 IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 2 O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) O transistor de potência e o MOSFET de potência possuem características que, de alguma forma, se complementam: Os transistores bipolares possuem baixa perda em condução, porém apresentam tempos de chaveamento (comutação) longos, especialmente durante o bloqueio. Por outro lado, MOSFETs podem ser chaveados mais rapidamente, mas as suas perdas em condução são maiores, particularmente para dispositivos com capacidade de tensão de bloqueio de de algumas centenas de volts. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 2 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 3 O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) Reunindo as características de comutação dos transistores bipolares de potência à elevada impedância de entrada dos MOSFET’s, o IGBT se torna cada vez mais popular nos circuitos de controle de potência de uso industrial e até mesmo em eletrônica de consumo e embarcada. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 3 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 4 O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) O transistor de efeito de campo de semicondutor de óxido metálico (Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor - MOSFET) de potência com maior capacidade de condução de corrente e de tensão de bloqueio, ou seja, potencialmente capaz de ser utilizado em aplicações de Eletrônica de Potência. Este dispositivo tem-se tornado largamente utilizado como transistor de potência (de fato tem substituído o transistor bipolar de potência em muitas aplicações), especialmente naquelas em que grande velocidade de chaveamento é necessária. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 4 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 5 Estrutura básica A estrutura de um IGBT com canal n é muito similar com a estrutura de um MOSFET vertical, sendo que a principal diferença entre estas estruturas é a presença de uma camada p+ que encontra-se adjacente ao dreno do IGBT. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 5 a) Transistor de Potência b) MOSFET c) IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 6 Estrutura básica O símbolo de um IGBT de canal n é mostrado abaixo. Os sentidos das setas são válidos para o IGBT de canal n, sendo que estes sentidos são invertidos para o IGBT de canal p. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 6 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 7 A principal diferença entre essa estrutura do IGBT e a de um MOSFET é a inclusão de um substrato P+ (O símbolo “+” foi colocado para indicar que esta região é fortemente dopada, enquanto que o símbolo “-” indica que a região é fracamente dopada) onde é conectado o terminal de coletor (collector). IGBT MOSFET IGBT Eletrônica de Potência 7 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor Estrutura básica Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 8 Curva Características No primeiro quadrante (ID e VDS positivos) as curvas características são qualitativamente similares àquelas dos transistores bipolares, exceto que o parâmetro de controle é uma tensão (VGS), ao invés de uma corrente. A característica de um IGBT de canal p é a mesma exceto que as polaridades de tensão e corrente são invertidas. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 8 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 9 Princípio de Operação do Dispositivo Estado de bloqueio: desde que o IGBT é basicamente um MOSFET com uma camada p a mais, a tensão porta-fonte (VGS) controla o estado do dispositivo. Quando VGS é menor do que a tensão “limiar de porta” (VGS(Th)), não existe nenhuma camada de inversão (canal n) para conectar o dreno e a fonte e, portanto, o dispositivo esta bloqueado. A tensão dreno-fonte positiva esta aplicada sobre a junção J2 e apenas uma pequena corrente de fuga flui através do dispositivo. Este estado de bloqueio é essencialmente idêntico ao estado de bloqueio do MOSFET. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 9 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 10 Princípio de Operação do Dispositivo Estado de condução: quando a tensão VGS excede a tensão “limiar de porta” (VGS(Th)), uma camada de inversão (canal n) é formada abaixo da porta do IGBT. Esta camada de inversão curto-circuita a região n- com a região n+ da fonte, exatamente como no MOSFET. Uma corrente de elétrons flui através da camada de inversão (canal n), o que provoca uma injeção substancial de lacunas da região p+ do dreno na região n-. As lacunas injetadas movem-se através da região n- alcançando a região p adjacente a fonte. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 10 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 11 Princípio de Operação do Dispositivo Da descrição da operação do IGBT pode-se desenvolver um modelo, ou circuito equivalente, conforme mostrado na figura: IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 11 Estrutura de um IGBT com canal n. PT e NPT. Presença do tiristor parasita Modelo de um IGBT com canal n. (Configuração Darlington) Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 12 Princípio de Operação do Dispositivo 1. O controle do transistor IGBT é feito aplicando-se uma tensão VGE > VTH para condução e VGE < VTH para bloqueio; 2. A tensão de “threshold” VTH é da ordem de uns 3V a 5V; 3. A impedância de entrada de um transistor IGBT é muito elevada; 4. A condução é feita por portadores minoritários; 5. A máxima tensão VGE é de +20V e a mínima é de -20V; 6. Geralmente, o transistor IGBT é comandado com uma tensão de +15V para condução e uma tensão negativa menor que -5V para o bloqueio. 7. No processo de fabricação não aparece o diodo em anti-paralelo com o transistor. Quando presente, trata-se de um diodo com características compatíveis com os tempos de chaveamento do IGBT; 8. Há dois tipos construtivos de IGBT: PT (“Punch Through”) e NPT (“Non Punch Through”). Nos transistores do tipo NPT, o coeficiente de temperatura da queda de tensão VCE é positivo o que simplifica o paralelismo destes IGBTs; IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 12 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 13 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 13 Circuito Equivalente do IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 14 Travamento do IGBT Causas do travamento: o travamento ocorre quando o transistor npn, entra em condução. Este transistor intrínseco pode ser acionado por meio de uma queda de tensão no sentido lateral na região p adjacente ao terminal da fonte. Uma vez que este transistor (npn) entra em condução, estando o transistor pnp previamente no estadode condução, forma-se uma estrutura similar a do modelo de dois transistores de um tiristor. Nestas condições a tensão da porta não mais controla o dispositivo, sendo que esta pode ser removida sem que o dispositivo seja bloqueado. Este modo de operação indesejável deve ser evitado. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 14 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 15 Travamento do IGBT Existem vários passos a serem tomados pelo usuário do IGBT para evitar o seu travamento, da mesma forma que também existem medidas adotadas pelos fabricantes para evitar que o travamento ocorra. O usuário deve projetar o circuito onde encontra-se o IGBT de modo que não hajam sobrecorrentes que excedam o valor máximo da corrente de dreno (ID(Max)) que possam causar o travamento do IGBT. Todavia é impossível evitar por completo a possibilidade de travamento do IGBT. Outra medida a ser adotada é a redução da velocidade de bloqueio do IGBT. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 15 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 16 IGBT Eletrônica de Potência 16 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor Características estáticas Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 17 Características dinâmicas Entrada em condução: as formas de onda de um IGBT durante o processo de entrada em condução são semelhantes com as formas de onda do processo de entrada em condução do MOSFET, o que é esperado, uma vez que o IGBT comporta-se como um MOSFET durante quase todo o seu processo de entrada em condução. Bloqueio: os intervalos td(off) e trv são governados pelo MOSFET intrínseco e, portanto, as formas de onda são semelhantes a do bloqueio de um MOSFET para estes dois intervalos. A maior diferença no bloqueio ocorre na queda de corrente de dreno (ID), a qual apresenta dois intervalos distintos. IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 17 Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 18 Características dinâmicas Formas de onda de um IGBT IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 18 a) Condução do IGBT b) Bloqueio do IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 19 IGBT Eletrônica de Potência 19 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor Características dinâmicas Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 20 IGBT Eletrônica de Potência 20 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor Características dinâmicas Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 21 Limitações e Área de operação segura O IGBT apresenta uma área de operação segura (SOA) robusta. A área para polarização direta corresponde a FBSOA do MOSFET (a). A área de operação segura para polarização reversa RBSOA é diferente da FBSOA (b). A corrente máxima de dreno ID(Max) é definida para que o travamento do IGBT seja evitado. Como no MOSFET também existe uma tensão máxima de porta-fonte VGS(Max). IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 21 (a) FBSOA (b) RBSOA Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 22 IGBT Eletrônica de Potência 22 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor Aplicação do IGBT como Inversor de Tensão Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 23 IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 23 Aplicação do IGBT como Inversor de Tensão Tal processo é muito utilizado na construção de filtros ativos de potência e em sistemas de transmissão HVDC (High Voltage Direct Current) de energia elétrica. No caso de inversores de tensão que serão aplicados na construção de filtros ativos de potência dá-se preferência ao emprego de IGBT’s devido à sua possibilidade de operar em elevadas freqüências Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 24 Inversor de Tensão – 6 pulsos IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor IGBT Eletrônica de Potência 24 Aplicação do IGBT como Inversor de Tensão As tensões de porta de cada um dos IGBT’s são controladas a partir de uma Máquina de Estados Finitos, onde cada estado corresponde ao chaveamento de apenas três IGBT’s (cada um em uma associação em série diferente com um na parte de cima e outro na parte de baixo. Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 25 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 25 Dimensionamento do circuito de comando Transistor MosFet A potência da fonte do circuito de comando é dada pela expressão: f*Q*VPg GDRV VDRV vGS(t) Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 26 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 26 Dimensionamento do circuito de comando Transistor IGBT VGEon vGE(t) VGEoff A potência da fonte do circuito de comando é dada pela expressão: )off(GE)on(GEGE GE VVV f*)Q(*)V(Pg Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 27 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 27 Comando de transistores MosFet e IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 28 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 28 Isolamento do “Gate Drive” 1. Através de acopladores óticos ou fibra ótica Problema: Fonte de alimentação para o lado isolado; Limite da frequência de chaveamento Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 29 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 29 Isolamento do “Gate Drive” 2. Através de transformadores de pulso Problema: Desmagnetização do transformador Limita o tempo de condução dos transistores a no máximo 50% do período. Interessante quando os transistores comutam em alta frequência O comando e a energia para o lado isolado são fornecidos pelo transformador, permitindo os transistores conduzirem mais de 50% do período. Interessante em aplicações com baixa frequência de chaveamento. Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 30 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 30 “Gate Drive” sem isolamento Emprego da técnica de “Level Shift” Problema: Limite dos tempos máximo e mínimo de condução do transistor Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 31 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 31 “Gate Drive” sem isolamento Alimentação do circuito de comando empregando a técnica de “Bootstrap” A carga do capacitor que alimenta o circuito de comando do transistor superior, é feita através do interruptor inferior e do diodo de “Bootstrap”. Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 32 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 32 “Gate Drive” sem isolamento Circuito auxiliar para carga inicial do capacitor de “Bootstrap” através de Dstart. Rstart e Dz Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 33 Disparodo IGBT IGBT Eletrônica de Potência 33 “Gate Drive” dos transistores MosFet e IGBT 1. Configuração “Totem-pole” com transistor bipolar ou Mosfet Configuração com BJT Configuração com Mosfet Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 34 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 34 “Gate Drive” dos transistores MosFet e IGBT Quanto menor o resistor de “gate”, menor o tempo de chaveamento da tensão, mas o valor do resistor não afeta a cauda da corrente no transistor IGBT Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 35 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 35 Proteção de curto-circuito Não há como proteger os transistores Mosfet e IGBT contra curto-circuito empregando fusíveis. A energia nessária para queimar um transistor é muito menor que a energia necessária para a abertura do fusível. Proteção ativa: 1. Medição da corrente atravessando o transistor através de um sensor de corrente ou shunt; 2. Medição da queda de tensão nos terminais do transistor, verificando a desaturação do transistor. Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 36 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 36 Proteção de curto-circuito Proteção por desaturação V on A 5,6 t*270 C A grande maioria dos circuitos integrados de acionamento de transistores Mosfet e IGBT utiliza a deteção de desaturação como mecanismo de proteção contra curto-circuito. A tensão nos terminais do transistor, a menos da queda de tensão em D1, é medida e comparada com Vref. Se esta tensão ultrapassar o valor de Vref, o transistor é bloqueado. No início da condução, a proteção é inibida, para permitir que a tensão nos terminais do transistor atinja o valor de saturação. Geralmente, o tempo de inibição, é um pouco superior ao tempo de ligamento do transistor ton Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 37 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 37 Proteção de curto-circuito Proteção por medição de corrente Medição da corrente através de um resistor “shunt” e um pequeno filtro para retirar o ruído de medição Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 38 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 38 “Aplicação de optoacopladores” Optoacopladores convencionais não possuem blindagem de Faraday e não são adequados a aplicações de comando de transistores MosFets e IGBTs. Esta corrente é subtraida da corrente foto-induzida, causando instabilidade e possibilidade de oscilação VE Capacitâncias parasitas de acoplamento Quando o transistor comuta, VE muda bruscamente de potencial Sistemas Digitais – Leonel Tedesco Slide 39 Disparo do IGBT IGBT Eletrônica de Potência 39 “Aplicação de optoacopladores” Blindagem de Faraday Blindagem ótica transparente e eletricamente condutiva Esta blindagem forma um plano equipotencial para o fotodiodo, forçando toda a tensão de dv/dt de modo comum aparecer entre a blindagem e o led. A corrente injetada não circula pelo fotodiodo.
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