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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO RECIFE CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA PELLING QUIMICO NO TRATAMENTO DO MELASMA Juliana Calixto Soares Silva Adria Meyrelle Lima De Souza RECIFE – PE Junho, 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO RECIFE CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA PELLING QUIMICO NO TRATAMENTO DO MELASMA Juliana Calixto Soares Silva Adria Meyrelle Lima De Souza RECIFE – PE Junho, 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................04 2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................... 06 2.1 Classificação dos ácidos ............................................................. 06 2.2 Ácidos usados no melasma ........................................................ 07 2.2 Ácidos usados no melasma ........................................................ 07 2.3 Contraindicações ......................................................................... 08 2.4 Melasma na gestação e tratamento ............................................ 08 3. JUSTIFICATIVA.................................................................................... 09 4. OBJETIVOS.......................................................................................... 10 4.1. OBJETIVO GERAL..........................................................................10 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................10 5. METODOLOGIA.................................................................................... 11 6. CRONOGRAMA.................................................................................... 12 7. ORÇAMENTOS..................................................................................... 13 8. REFERÊNCIAS................................................................................... 1 4 1.0 INTRODUÇÃO A pele possui o potencial dinâmico de renovação e reparo que ocorre de forma natural, mas essa capacidade se dá de forma mais lenta com o envelhecimento. Fatores como exposição a raios ultravioleta e outros agentes agressores lesionam o tecido e podem levar a disfunção estética como o melasma (Nogueira, 2011). O melasma é um distúrbio dermatológico crônico caracterizado pelo aparecimento de áreas com tonalidades mais escuras quando comparadas à pigmentação normal da pele. Essa disfunção cutânea, pode acometer em toda e qualquer variedade e tipos de pele de ambos os sexos, porém, é mais relatada em mulheres e gestantes. O transtorno se dá devido ao aumento da expressão gênica da melanina em determinadas regiões da pele. Esse aumento está ligado a fatores genéticos, hormonais, exposição à radiação sem proteção solar e utilização certos de medicamentos. Acomete principalmente o rosto, mas pode atingir outras áreas do corpo. ( Purim, 2012 ). Dados apontam que entorno de 10% da população tem algum tipo de queixa sobre a pele, e os distúrbios de pigmentação dentre eles o melasma, são responsáveis por 8,4% das consultas dermatológicas. ( Rajaratnam et al 2010). Os usuários buscam ajuda médica não apenas pela desconfiguração trazida pela doença, mas por buscar aceitação, bem-estar e obediência a padrões estéticos estipulados. (Costa et al, 2010). Apesar de possui fácil diagnostico, mas de difícil tratamento, esse acometimento crônico, tem recebido promissores métodos terapêuticos a fim de diminuir a aparência das manchas. Dentre eles o mais utilizado é o pelling químico, que consiste na aplicação da substância diretamente na pele levando a descamação e estimulando o surgimento de novas células, promovendo uma melhora na aparência da pele pois remover as camadas danificadas ocasionando uma regeneração efetiva. (Santos 2016). Existem vários tipos de ácidos que podem ser usados como pelling químico, cada um com seu respectivo grau de profundidade e descamação, seu uso deve ser condizente com o respectivo grau de melasma do paciente. 5 A avaliação deve ser realizada no dermatologista que utiliza a lâmpada de Wood para verificar onde está depositada o excesso de melanina (Tamler et al.2009) Sabe-se, que cada paciente responde diferentemente à terapia, levando a variações dos resultados. Este fato corrente na clínica, é justificado por inúmeras razões como o tipo de pele, o tipo melasma, o comprometimento do paciente com o tratamento, o uso de proteção solar e a interrupção de agentes causadores da hiperpigmentação. Assim, escolha do tratamento adequado deve ser individual e instrutiva frente aos cuidados a serem tomados para adquirir resultados positivos e sucesso no tratamento a longo prazo (Barbosa 2016). A via tópica como qualquer outra via medicamentosa, possui suas contraindicações, cautelas, efeitos colaterais e risco dos retornos dos sintomas da doença também conhecido como efeito rebote. Portanto, a utilização de ácidos deve ser realizada ou acompanhada com o profissional habilitado que irá escolher o tratamento condizente com a condição da pele e a causa da hiperpigmentação. Apesar de serem amplamente utilizados para o melasma, o pelling químico, não é a única forma de tratamento existente, é comum a utilização de terapias combinadas utilizando o laser, microagulhamente, luz pulsante e antioxidantes orais a fim de potencializar o tratamento. (Medeiros et al.2016). Esse estudo pretende mostrar uma revisão de literatura acerca dos principais ácidos utilizados no tratamento do melasma. 6 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁCIDOS USADOS COMO PELLING QUÍMICO Pellings químicos são ácidos que provocam a destruição da camada superficial da pele de forma controlada levando a regeneração, resultando em uma aparência mais perfeita e saudável. Os pellings podem ser: muito superficiais, superficiais, médios e profundos. O pelling muito superficial age na epiderme e não costuma gerar efeitos adversos, não exigindo repouso nem suspensão das atividades cotidianas e costuma apresentar bons resultados exceto em peles negras. Esses ácidos costumam conservar a pele devido a baixa concentração. O pelling muito superficial atinge 0,06mm de profundidade atingindo a camada córnea, enquanto pelling superficial alcança 0,45mm a camada germinativa da epiderme. ( Yokomizo, 2013) Segundo Yokomizo, 2013, pag 60 os respectivos agentes e concentrações são encontrados nos pellings muito superficiais: ácido retinóico entre 0,025- 0,1%, ácido glicólico entre 5-10%, ácido kójico (1-2%) ou ácido fítico. Enquanto o superficial encontramos o ácido retinóico 10%, Ácido glicólico de 50 a 70%, ácido tricloroacético de 10 a 25% e Resorcina de 40 a 50%. Como ambos os pelling atingem a camada da epiderme é útil para a retirada superficial de manchas, melhoramento da pele secas, descamadas e rugas finas e são usados no tratamento auxiliar para acne. Podem ser associados a agentes despigmentantes a fim de amplificar o resultado do tratamento. O pelling médio atinge a derme com cerca de 0,6mm provoca uma descamação mais densa necessitando de 7 a 15 dias no mínimo para voltar as atividades normais. Esses agentes são segundo Yokomizo, 2013, pag 61 : Ácido glicólico 70%, Solução de Jessner + ácido tricloroacético 35%, Ácido glicólico 70% + ácido tricloroacético 35% e Ácido tricloroacético 35 a 50%. O pelling profundo atinge 0,8 mm de profundidade, dentre todos é o mais forte e agressivo, as substancias utilizadas são o fenol e solução de Baker. Apesar dos riscos devidos as agressões submetidas a pele, os tratamentos mais profundos trazem os melhores resultados nos tratamentos. 7 2.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS USADOS NO MELASMA Ácido retinóico, chamada também como tretinoína,derivada da vitamina A. Essa substância é utilizada em concentrações que variam de 5 a 12% seu mecanismo de ação é dispersão da melanina na epiderme. Também, atua no núcleo da célula, como um fator de transcrição nuclear aumentando a síntese de proteínas que estimula a renovação celular e produção de colágeno, esse contribui para a elasticidade e resistência da pele. ( Yokomizo, 2013) Ácido Glicólico também chamado de alfa-hidroxiácido é sintetizado a partir o formaldeído é utilizado como pelling superficial entre 30% e 70%. Se forem utilizadas em cabines estéticas sem a presença de um dermatologista deve -se usar a concentração em 10%. Esse ácido utilizado entre intervalos de 15 dias leva a resultados excelentes. Em contato com a pele causa desprendimento do excesso do extrato córneo, essa descamação deixa as células mais jovem na superfície e estimula a renovação celular com maior rapidez e permite a entrada de outras substancias sendo utilizada como coadjuvante. Ácido lático também considerado um alfa – hidroxiácidos, usado a 85%, é uma substancia muito prescrita no tratamento do melasma considerado um tratamento de baixo custo e de fácil aplicação. Seu mecanismo de ação é a diminuição da produção da tirosinase molécula responsável por desencadear a produção da melanina. Solução de Jessner : É uma combinação de 3 substancias: ácido salicílico, resorcina, ácido lático e etanol é indicada quando o paciente é alérgico ao ácido retinoico, pois a soluçõa Jessner possui ação idêntica .(Yokomizo,2013). Ácido salicílico: Primeira escolha para fotoenvelhecimento leve a moderado, melasma e cicatrizes superficiais de acne, sendo excelente indicativo no tratamento de transtornos da pele escura. Porém é contraindicado para pacientes alérgicos ao ácido salicílico. Ácido Fítico : Mostra -se eficiente e seguro principalmente em peles mais escuras. Porém o resultado mostra-se de forma progressiva e não agressiva comparada a outros tratamentos. Pode ser aplicada uma ou até 2 vezes por semana. Fenol: Utilizado para peeling diluído entre 45% a 55% proporciona rejuvenescimento facial intenso, porém possui uma alta possibilidade de causar alergias e desconforto. ( Goes, 2018) 8 2.3 CONTRAINDICAÇÕES Complicações podem ocorrer, dependendo do procedimento, da profundidade, do paciente e do profissional que aplica o procedimento. As mais comuns complicações são: alterações pigmentares; infecções: as cicatrizes; reações alérgicas; milia; erupções acneiformes; linhas de demarcação; modificações texturais; eritema persistente e toxicidade. ( Bessa, 2020) 2.4 MELASMA NA GESTAÇÃO E TRATAMENTO Por ser uma fase se muitas transformações, durante a gestação a pele da mulher bem mais suscetível a mutações patologias e fisiológicas. Assim, mutações pigmentares como o melasma que na gravidez se chama cloasma, podem ocorrer em 75% das gravidas, sendo normal, em gestações seguidas, as reincidências. Apesar dos efeitos desaparecerem em até um ano, costuma haver manchas em cerca de 30% das mulheres, levando ao descontentamento com o visual. Aconselha-se a intervenção do Melasma após o parto, pois além das melhoras que podem ocorrer sem tratamento, tem-se o fato do tratamento não ser recomendado durante o período gestacional. A gestante precisa procurar um profissional com qualificação, quando da ocorrência de quaisquer alterações cutaneomucosas durante a gestação. Tal profissional analisará a necessidade de exames e possíveis protocolos de tratamento. Nas gestantes, vários fatores influenciam para o surgimento do Melasma, podendo ser: alteração hormonal, radiação em períodos não recomendados ou falta de cuidados dermatológicos. No caso da radiação, estudos apontam que apesar da importância do uso de protetor solar, 90% das gestantes não fazem uso diário do mesmo. Por não causar irritação recomenda -se , o extrato de uva-usina, o arbutine e o ácido kójico, são indicados para tratamento durante o período gestacional. ( Nascimento, 2019) 9 2.0 JUSTIFICATIVA Na comercio, podemos ver o crescente número de novos pellings químicos para o tratamento de diversas anomalias pigmentares. No melasma o uso desses produtos, é uma prática antiga, utilizada para amenizar a hiperpigmentação causado pela doença. Esta, apesar de não trazer danos internos, causam grande desconforto e descontentamento na auto imagem dos portadores. Antes do uso do ácido, deve-se investigar as possíveis causas e fatores da disfunção e o tipo de melasma, afim de realizar uma prescrição cuidadosa e efetiva no tratamento. Os diversos tipos de ácidos com suas respectivas concentrações que podem ser usados como pelling, possuem diferentes mecanismos de ação e grau de profundidade levando a variação dos resultados e tempo de percepção de melhora das manchas na pele. Cada substância possui sua particularidade, o que denota uma ampla possibilidade de tratamentos e associações de substâncias para o tratamento do melasma. O limiar da terapêutica é conciliar o pelling de boa atuação com o menor efeito colateral possível. Além da utilização do tratamento correto do melasma, faz necessário medidas de prevenções adequadas com a pele. 10 3.0 OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar os principais ácidos utilizados no peeling químico no tratamento melasma. Objetivos específicos - Investigar o mecanismo de ação dos ácidos utilizados no peeling químico no tratamento do melasma. - Relatar quais os ácidos mais utilizados no peeling químico para o tratamento do melasma. - Relata as contraindicações para a utilização de pellings químicos 11 4.0 METODOLOGIA Para realização deste trabalho, foi realizado uma revisão bibliografica, onde os artigos e trabalhos para sua execução foram encontrados nas seguintes bases de dados:Scielo,PubMed,Google academico. Os descritores ultilizados foram: Melasma, tratamentos auxiliares, peelling quimico. Os criterios de inclusão serao artigos com estudo de revisâo bibliografica que estejam dentre os anos 2010 a 2020. Os idiomas selecionados foram português e inglês. Ao todo foram encontrados 60 artigos em todas as bases de dados pesquisadas com palavras-chave e criterios de inclusão acima. Desses foram selecionas 11 artigos para desenvolver a pesquisa. 12 5.0 CRONOGRAMA Mês/Ano Ações Fev 202 1 Mar 202 1 Abr 202 1 Mai o 2021 Jun 202 1 Jul 202 1 Ago 202 1 Set 202 1 Out 202 1 Nov 202 1 Dez 202 1 1. Escolha do tema O 2. Levantamento da literatura O O O 3. Elaboração do projeto O O O 4. Apresentação do projeto x 5. Levantamento literatura para o artigo/monografia X X X 6. Redação do artigo/monografi a X X X X 7. Entrega do artigo/monografi a X 8. Apresentação oral X Legenda: [X] Planejado | [O] Executado 13 6.0 ORÇAMENTO DESCRIÇÃO DO MATERIAL VALOR UNITÁRIO (R$) VALOR TOTAL (R$) Internet 100,00 300,00 Impressão de material 30,00 30,00 Caderno 20,00 20,00 canetas 10,00 10,00 Agenda 30,00 30,00 TOTAL GERAL: 390,00 Obs.: Os pesquisadores se responsabilizarão pelos gastos provenientes da realização do trabalho. 14 7.0 REFERÊNCIAS BARBOSA, Kledson Lopes. Melasma: tratamento e sua implicações. Infarma- Ciências Farmacêuticas, [S.L.], p. 1-10, 10 abr. 2018. Conselho Federal de Farmacia. http://dx.doi.org/10.14450/2318-9312. Barbosa, Fernada de Souza. Modelo de impedância de ordem fracional para resposta inflamatória cutânea. 2011. 119f. Dissertação ( Mestrado) – Curso de engenharia Biomédica, A Universidade Federeal do Rio de Janeiro. BESSA, Vicente Alberto Lima. Tratamento do Melasma com Peelings Químicos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 07, pp. 05-18. Março de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/tratamento-do-melasma, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/tratamento-do-melasma COSTA, A. et al. Association of emblica, licorice and belides as an alternative to hydroquinone in the clinical treatment of melasma. An Bras Dermatol, v.85, p.613- 620, 2010. NASCIMENTO DB, Fernandes IV, Figueiredo SS, Rosário KD, Álvares ACM. Etiologia e tratamento medicamentoso de melasmas durante a gestação. Rev Inic Cient Ext. 2019; 2(3):176-80. NOGUEIRA, Edson Paulino Rejuvenescimento cutâneo através da utilização de pellings quimico. Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXVIII, Nº. 000131, 29/08/2018. Disponível em: https://semanaacademica.com.br/artigo/rejuvenescimento- cutaneo-atraves-da-utilizacao-de-peelings-quimicos Acessado em: 25/04/2021. Purim KSM, Avelar MFS. Fotoproteção, melasma e qualidade de vida em gestantes. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34(5):228-34 http://dx.doi.org/10.14450/2318-9312 15 RAJARATNAM, R. et al . Interventions for melasma. Cochrane Database Syst Rev, v.7, 1-84, 2010. RUFINO, Elisangela da Silva. Tratamento estético para o melasma : revisão de literatura. Jornal Brasileiro de Cirugia e Pesquisa Clínica. Rio de Janeiro, p. 1-4. 27 fev. 2020. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20200408_122649.pdf. Acesso em: 12 abr. 2021. SANTOS, Analice. Uso associado de pellings químicos e led no tratamento do melasma : avaliação dos resultados e do impacto na qualidade de vida das voluntárias. 2016. 42 f. TCC (Graduação) - Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2016. Cap. 3. YOKOMIZO, Vania Marta Figueiredo. Peelings químicos: revisão e aplicação prática. Surg Cosmet Dermatol, São Paulo, v. 74, n. 5, p. 1-11, 15 mar. 2013. Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia do Hospital do Servidor Municipal de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil. https://www.mastereditora.com.br/periodico/20200408_122649.pdf