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Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 1 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Curso: Economia Professor: Thomaz Milani http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 2 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 – Elasticidades .................................................................................. 4 1.1 – Elasticidade-preço da demanda ..................................................... 4 1.1.1 – Demanda linear ................................................................... 10 1.1.2 – Elasticidade constante .......................................................... 16 1.1.3- Elasticidade-preço da demanda x Receita total .......................... 18 1.2 – Elasticidade-renda da demanda ................................................... 20 1.3 – Elasticidade-preço cruzada da demanda ....................................... 24 1.4 – Elasticidade-preço da oferta ........................................................ 26 1.4.1 – Oferta linear ........................................................................ 29 1.5 – Incidência tributária e elasticidade ............................................... 31 2 – Excedentes do consumidor e do produtor .................................... 35 2.1 – Excedente do consumidor ........................................................... 35 2.2 – Excedente do produtor ............................................................... 39 2.3 – Eficiência de mercado ................................................................. 42 2.3.1 – O peso morto dos impostos ................................................... 43 2.3.2 – Elasticidades x Peso Morto .................................................... 46 3 – Questões Comentadas ................................................................. 47 4 – Lista de Exercícios ....................................................................... 79 5 – Gabarito ....................................................................................... 95 6 – Referencial bibliográfico .............................................................. 95 Aula – Elasticidades. Excedentes do consumidor e do produtor. Peso morto dos impostos. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 3 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Pessoal, Nessa aula vamos fechar a teoria da oferta e demanda. Em alguns momentos lançarei mão de alguns cálculos mais elaborados para explicar a vocês de onde surgem algumas “fórmulas mágicas” para resolver questões, mas não iremos tão afundo nessa abordagem matemática, pois as bancas não cobram a demonstração dessas fórmulas em concursos. O objetivo de explaná- las aqui é meramente didático, na prática vocês irão simplesmente aplicar a fórmula e acertar a questão. Vamos lá, pessoal? Hora de fechar o Facebook, o WhatsApp, ou o qualquer outra ameaça à sua concentração, rs. Se não entenderem algo, releiam o tópico e me procurem no fórum. Estou a disposição de vocês, guerreiros! Aos estudos! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 4 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1 – Elasticidades Até agora vimos que existem fatores cuja variação pode afetar a oferta e a demanda. Porém, não nos atentamos à intensidade com que esses fatores as influenciam. Se houver aumento do preço da cerveja belga, em quanto sua demanda será reduzida? E se o preço dos medicamentos para pressão alta subirem, haverá uma redução substancial das vendas? Para medir essa sensibilidade com que esses fatores afetam o comportamento dos consumidores, usaremos o conceito de elasticidade. 1.1 – Elasticidade-preço da demanda A elasticidade-preço da demanda (EPD) mede o quanto a quantidade demandada reage a uma mudança no preço. A demanda é dita elástica quando uma pequena variação do preço causa uma grande variação da quantidade demandada. Em contrapartida, a demanda é inelástica se essa resposta da quantidade demandada à variação no preço é pequena. E o que influencia a elasticidade-preço da demanda de um bem? Vejamos: Elasticidade Medida da reação da quantidade demandada ofertada a uma variação em um de seus determinantes Elasticidade-preço da demanda (EPD) Fatores que influenciam Disponibilidade de substitutos próximos Bens necessários X bens de luxo (supérfluos) Importância relativa do bem no orçamento horizonte de tempo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 5 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1. Disponibilidade de substitutos próximos: Bens com substitutos próximos, como a manteiga e a margarina, tendem a ter demanda mais elástica porque é mais fácil para os consumidores trocarem um pelo outro. 2. Bens necessários x bens de luxo (supérfluos): Os bens necessários, como a insulina para os diabéticos, tendem a ter demanda inelástica. Por outro lado, os bens de luxo, como um whisky 12 anos, tendem a ter demanda mais elástica. 3. Importância relativa do bem no orçamento: Quanto maior o peso do bem no orçamento, maior é a elasticidade-preço da demanda. Afinal, quanto mais o consumidor gasta com um certo bem, mais afetadas serão suas decisões quando se depara a uma variação nos preços desse bem. Por exemplo, se o preço da energia elétrica aumentar, você certamente se esforçará para gastar menos. Por outro lado, se o preço da pasta de dente subir, você não está nem aí com isso, afinal não é isso que vai comprometer as suas contas. 4. Horizonte de tempo: A demanda de bens no longo prazo tende a ser mais elástica em relação ao curto prazo. Por exemplo, quando há um aumento no preço da gasolina, o consumo imediato cai pouco; porém, ao longo do tempo, as pessoas vão comprando mais carros flex com o objetivo de economizar no combustível usando etanol. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 6 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1- (CESPE – Especialista em Regulação – ANTT/2013) Julgue o item a seguir, acerca de microeconomia. A essencialidade e a restrição de mercado de determinado bem são os principais elementos que motivam a elasticidade preço da demanda. O horizonte temporal não é um desses elementos, pois permite que os consumidores de determinada mercadoria encontrem outras formas de substituí-la, quando seu preço aumenta. Comentários: O horizonte temporal é, seguramente, um determinante da elasticidade-preço da demanda de um bem. A demanda de bens no longo prazo tende a ser mais elástica em relação ao curto prazo. É justamente no longo prazo que os consumidores encontram formas alternativas ao bem, quando seu preço aumenta. Gabarito: Errado Compreendido o conceito de elasticidade-preço da demanda, vamos agora aprender a calculá-lo. A elasticidade-preço da demanda é obtida pela divisão entre a variação percentual da quantidade e a variação percentual do preço. Elasticidade- preço da demanda (EPD) bens substitutos muitos mais elásticos poucos mais inelásticos bens necessários x de luxo de luxo mais elásticos necessários mais inelásticos importância relativa no orçamento compromete mais mais elásticos compromete menos mais inelásticos horizonte de tempo longo prazo mais elásticos curto prazo mais inelásticos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani7 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 𝐸𝑃𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑃 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑃/𝑃 Pessoal que não é da área de exatas, não se assustem com os termos da equação! Vocês verão que é simples, rs. A letra grega delta (Δ) significa variação. Quando dividimos uma variação por um valor absoluto temos uma variação percentual (ou variação relativa). Vamos ver um exemplo para esclarecer tudo isso. Digamos que quando o preço do leite aumenta em 10%, a quantidade demandada cai 20%. Qual é a elasticidade-preço da demanda do leite? 𝐸𝑃𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑃 = −20% 10% = −2 Neste caso, a elasticidade é igual a 2 (é comum omitirmos o sinal negativo e usarmos apenas o valor absoluto para a elasticidade). Isso significa que a variação da demanda é duas vezes maior que a variação do preço. Pessoal, notem que a elasticidade-preço da demanda é, em regra, negativa e isso decorre da lei da demanda (quanto maior o preço, menor a quantidade demandada). Ou seja, quando a variação da quantidade demandada é postiva, a variação do preço será negativa. E vice-versa. Contudo, lembrem- se da exceção (bem de Giffen), cujo preço varia positivamente em relação à quantidade demandada. O que resulta em um valor positivo para a elasticidade. E como identificar se uma demanda é elástica ou inelástica a partir do valor absoluto da elasticidade-preço da demanda (|EPD|)? Ora, para demandas elásticas, se a variação da quantidade é superior à variação do preço, teremos o numerador maior que o denominador na equação da elasticidade, dessa forma |EPD|> 1. Já em relação às demandas inelásticas, a quantidade demandada varia percentualmente menos que o preço, assim teremos |EPD| < 1. Quando as variações percentuais são iguais temos o caso da elasticidade unitária (|EPD| = 1). 2- (CESPE/Auditor Governamental - CGE-PI/2015) Se o coeficiente da elasticidade preço da demanda for menor que a unidade, então o bem demandado será insensível a alterações no seu preço. Elasticidade-preço da demanda (EPD) Elástica |EPD| > 1 Unitária |EPD| = 1 Inelástica |EPD| < 1 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 8 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: Essa questão explora o conceito de elasticidade: uma medida de sensibilidade, reação, resposta da demanda ou oferta à variação de algum fator. Se a elasticidade-preço da demanda é menor que um (em valor absoluto), então a demanda é inelástica, ou seja, insensível a variações no preço. Gabarito: Correto Vamos aprender agora como representar graficamente uma curva mais elástica e uma menos elástica. Vejamos: Observem que para uma mesma variação de preço, a curva mais horizontal tem uma variação bem maior da quantidade demandada em relação à curva mais inclinada. Ou seja, a curva mais horizontal é bem mais sensível à variação no preço. Por isso, em regra, dizemos que a uma demanda mais elástica tem sua curva de demanda mais horizontal. Por outro lado, uma demanda mais inelástica tem sua curva mais vertical. Inclinação da curva de demanda mais vertical Demanda inelástica mais horizontal Demanda elástica P Q D P Q Q’ P’ P Q D P Q Q’ P’ ΔQ ΔQ Demanda mais elástica Demanda mais inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 9 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 3- (FCC/Auditor Fiscal da Receita Estadual - RJ/2014) Considere as seguintes assertivas relativas à elasticidade-preço da demanda: I. A demanda é considerada elástica quando a elasticidade é maior que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente mais que o preço. II. A demanda é considerada inelástica quando a elasticidade é menor que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente menos que o preço. III. Quanto mais horizontal for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, menor será a elasticidade-preço da demanda. IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, maior será a elasticidade-preço da demanda. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) III e IV, apenas. c) I e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Comentários: Essa questão explora os aspectos numéricos e gráficos da elasticidade-preço da demanda. Vamos analisar as alternativas. I. A demanda é considerada elástica quando a elasticidade é maior que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente mais que o preço. Correto. Essa é a definição de demanda elástica, ela reage mais à variação de preços, portanto seu valor é maior que um. II. A demanda é considerada inelástica quando a elasticidade é menor que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente menos que o preço. Correto. Analogamente ao item anterior, se a demanda é pouco afetada à variação de preços, então ela é dita inelástica. III. Quanto mais horizontal for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, menor será a elasticidade-preço da demanda. Errado. Quanto mais horizontal, maior é a elasticidade-preço da demanda. IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, maior será a elasticidade-preço da demanda. Errado. Quanto mais vertical, mais inelástica é a elasticidade-preço da demanda. Gabarito: A http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 10 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Contudo, essa regra não é válida para demandas lineares (aquelas definidas por uma reta), pois estas têm um regramento próprio para determinação da elasticidade-preço da demanda. Vamos ver o porquê a partir da equação da reta e da elasticidade. 1.1.1 – Demanda linear Uma curva de demanda linear é dada pela seguinte expressão: 𝑄 = 𝑎 − 𝑏𝑃 Vemos que ΔQ/ΔP é constante e igual a –b, que é justamente o coeficiente angular da reta. Substituindo na equação da elasticidade teremos o seguinte: 𝐸𝑃𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑃 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑃/𝑃 = ∆Q ∆P . 𝑃 𝑄 = −𝑏. 𝑃 𝑄 = −𝑏. 𝑎 − 𝑄 𝑏 . 1 𝑄 = 1 − 𝑎 𝑄 Observem que, para demandas lineares, a elasticidade-preço da demanda varia conforme a quantidade demandada varia. Ou seja, ela não depende apenas da inclinação da curva de demanda, mas também do preço e da quantidade. Graficamente temos o seguinte: Observe que quando o preço é zero, a elasticidade-preço da demanda também é zero, ou seja, a demanda é completamente inelástica. Quando a quantidade demandada é zero, a elasticidade tende ao infinito, ou seja, a demanda é infinitamente elástica. Note também que bem no ponto que divide a curva de demanda ao meio, a elasticidade é unitária. Então, para demandas lineares da forma Q = a – b.P, temos o seguinte: P Q a/2b |EPD| = 1 |E PD | = 0 |E PD | = ∞ a/2 a a/b Demanda elástica Demanda inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 11 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 4- (CESPE/Analista Administrativo - ANAC/2012) Com relação à demanda do consumidor, julgue o item subsequente. A elasticidade se refere à curva de demanda como um todo, de modo que é correto afirmar que a demanda é elástica ou inelástica. Comentários: Na verdade a elasticidade é medida ponto a ponto da curva de demanda. Uma curva de demanda pode ter trechos inelásticos e elásticos. Essa assertiva só valeria para as curvas de demanda isoelásticas, aquelas definidas por uma hipérbole, cuja elasticidade é constante ao longo de toda curva. Como a questão não fez essa restrição, então está incorreta. Gabarito: Errado 5- (FGV/Agentede Fiscalização - TCM-SP/2015) Suponha, hipoteticamente, que a curva de demanda por trigo na Alemanha seja dada por QD(P) = 2400 – 120P, enquanto a curva de oferta é dada por QS(P) = 1800 + 80P. O valor em módulo da elasticidade-preço da demanda em equilíbrio nesse mercado é de aproximadamente: a) 0,10; b) 0,18; c) 0,25; d) 0,33; e) 0,42. Demanda linear Q = 0 Infinitamente elástica |EPD| = ∞ Entre Q = 0 e o ponto médio Elástica Ponto médio Elasticidade unitária |EPD| = 1 Entre ponto médio e Q = a Inelástica Q = a Completamente inelástica |EPD| = 0 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 12 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: A questão cobra o conhecimento da expressão matemática para o cálculo da elasticidade-preço da demanda, que é dada por 𝐸𝑃𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑃 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑃/𝑃 = ∆𝑄 ∆𝑃 . 𝑃 𝑄 Vamos inicialmente encontrar o ponto de equilíbrio para então substituir os valores na expressão acima. No equilíbrio teremos QD = QS: 2400 – 120𝑃 = 1800 + 80𝑃 600 = 200𝑃 ⇒ 𝑃 = 3 𝑄 = 1800 + 80𝑃 = 1800 + 80𝑥3 ⇒ 𝑄 = 2040 Calculado o equilíbrio, vamos à elasticidade. Lembremos que ΔQ/ΔP, em se tratando de uma curva de demanda linear, é igual à inclinação da reta. Ou seja, para QD = 2400 – 120P, teremos ΔQ/ΔP = -120. 𝐸𝑃𝐷 = ∆𝑄 ∆𝑃 . 𝑃 𝑄 = −120 . 3 2040 = 0,18 Gabarito: B Pessoal, vou ensinar uma técnica bem bacana de se calcular a elasticidade-preço da demanda linear quando nos é dado o gráfico da demanda. Apesar de todo o desenvolvimento matemático que eu vou apresentar, vocês verão que o resultado final é bem simples e bem interessante! Vamos analisar os triângulos que existem dentro da curva de demanda linear abaixo. Queremos calcular a elasticidade no ponto B, onde o preço é P e a quantidade demandada é Q. Primeiro devemos observar algumas relações no gráfico acima. 𝑃 = 𝑂𝑃 = 𝐵𝑄 P Q Q P A O C B http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 13 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 𝑄 = 𝑂𝑄 = 𝑃𝐵 Vamos substituir isso na equação da elasticidade: 𝐸𝑃𝐷 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑃/𝑃 = ∆Q ∆P . 𝑃 𝑄 = ∆Q ∆P . 𝐵𝑄 𝑃𝐵 Mas quanto vale a razão ΔQ/ΔP? Ora, estamos falando de uma reta, então essa razão é constante e igual à razão entre os pontos de cada eixo. Assim, ∆Q ∆P = − 𝑂𝐶 𝑂𝐴 = − 𝑄𝐶 𝐵𝑄 O sinal negativo é devido à inclinação negativa da reta. Substituindo na equação da elasticidade: 𝐸𝑃𝐷 = ∆Q ∆P . 𝐵𝑄 𝑃𝐵 = − 𝑄𝐶 𝐵𝑄 . 𝐵𝑄 𝑃𝐵 = − 𝑄𝐶 𝑃𝐵 Pessoal, vocês se lembram das relações entre triângulos semelhantes lá do colegial? Pois bem, vamos resgatar essas lembranças do fundo do baú da sua memória, rs. O que eu preciso que vocês lembrem é que a razão entre os lados de triângulos semelhantes é sempre constante. Vejam que os triângulos ΔAPB e ΔBQC são semelhantes, dessa forma 𝐵𝑄 𝐴𝑃 = 𝑄𝐶 𝑃𝐵 = 𝐵𝐶 𝐴𝐵 Com isso, chegamos ao seguinte resultado: 𝐸𝑃𝐷 = − 𝑄𝐶 𝑃𝐵 = − 𝐵𝐶 𝐴𝐵 Vamos ver como isso pode ser cobrado. P Q Q P A O C B AB BC EPD = - BC/AB http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 14 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 6- (ESAF/APO – MPOG/2015) Considere ainda que a função demanda seja dada por qd = 50 – p e o conceito de elasticidade-preço da demanda. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) no ponto em que p = 25, Ep = 0 b) nos pontos em que p > 50, Ep > 0 c) considerando que nos pontos em que p é igual a zero, (Δqd/Δp) e Ep também serão iguais a zero d) a variação da elasticidade dependerá dos valores de p e qd e) no ponto em que p = 50, Ep = 1 Comentários: A questão traz o caso particular da demanda linear e pergunta sobre os valores da elasticidade-preço da demanda ao longo dela. A forma mais simples de resolver essa questão é desenhando o gráfico e lembrando de uma importante relação, qual seja a elasticidade como a razão entre as medidas do segmento superior ao ponto e inferior a ponto em que a estamos calculando. Vejamos Vamos analisar as alternativas: a) no ponto em que p = 25, Ep = 0 Errado. No ponto médio (p = 25), a elasticidade é unitária. b) nos pontos em que p > 50, Ep > 0 Errado. Não existe ponto em que p > 50, o ponto p = 50 é dito preço proibitivo, pois acima dele não há demanda alguma pelo bem. c) considerando que nos pontos em que p é igual a zero, (Δqd/Δp) e Ep também serão iguais a zero P Q 25 25 50 O 50 |E PD | = 1 |E PD | = 0 |E PD | = ∞ |E PD | > 1 0 < |E PD | < 1 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 15 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Errado. Atenção! A razão (Δqd/Δp) de uma reta é sempre constante, trata-se de seu coeficiente angular. Sendo Ep = (Δqd/Δp).(p/q), a elasticidade será zero em p = 0, justamente porque o preço anula o valor da expressão. d) a variação da elasticidade dependerá dos valores de p e qd Correto. Essa é uma característica importante da curva de demanda linear, a elasticidade varia ao longo de toda a reta, como podemos observar no gráfico. e) no ponto em que p = 50, Ep = 1 Errado. Em p = 50, a elasticidade-preço da demanda converge ao infinito. Gabarito: D Existem dois casos especiais importantes para concursos, são eles os casos da demanda infinitamente elástica e completamente inelástica. No caso da demanda infinitamente elástica, qualquer variação no preço derruba a quantidade demandada a zero. Essa curva é comum em mercados competitivos, como as bolsas de valores. Um investidor não vai vender suas ações a um preço abaixo da cotação e nem irá comprar ações acima desse preço, afinal os agente econômicos são dotados de racionalidade. Já a demanda completamente inelástica, o preço pode variar livremente sem que haja mudança na quantidade demandada. Essa característica é comum quando os bens são essenciais aos compradores, como algum medicamento importante. Existe ainda um caso interessante em que a elasticidade-preço da demanda é constante ao longo de toda a curva. Trata-se da demanda isoelástica. P Q D P Q D P* Demanda infinitamente elástica Demanda completamente inelástica Q* http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 16 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.1.2 – Elasticidade constante Pessoal, para mostrarmos este caso especial em que a elasticidade-preço da demanda é constante ao longo de toda a curva de demanda, devemos lançar mão de alguns artifícios do cálculo diferencial. Vou disponibilizar uma aula auxiliar em que eu explico alguns conceitos e operações básicas de cálculo. A quem não é de exatas, não se preocupe! Não é nenhum bixo de sete cabeças, como os calouros de exatas assim o dizem, rs. Veremos apenas aspectos introdutórios para que compreendamos o desenvolvimento do racicínio matemático aqui. Primeiramente devo dizer que a curva de demanda isoelástica é definida por uma curva hiperbólica dada pela seguinte equação: 𝑄 = 𝑎 𝑃−𝑏 Em que os parâmetros a e b são constantes, Q é a quantidade demandada e P é o preço. A elasticidade-preço da demanda será dada por: 𝐸𝑃𝐷 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑃/𝑃 = ∆Q ∆P . 𝑃 𝑄 = 𝑑𝑄 𝑑𝑃 . 𝑃 𝑄 = 𝑑𝑄 𝑑𝑃 . 𝑃 𝑎 𝑃−𝑏 = 𝑑𝑄 𝑑𝑃 . 1 𝑎 𝑃−𝑏−1 Vamos, então, calcular a derivada da função Q e substituir na equação acima: 𝑑𝑄 𝑑𝑃 = 𝑑 𝑑𝑃 (𝑎 𝑃−𝑏) = −𝑎 𝑏𝑃−𝑏−1 Substituindo na equação da elasticidade:𝐸𝑃𝐷 = 𝑑𝑄 𝑑𝑃 . 1 𝑎 𝑃−𝑏−1 = −𝑎 𝑏𝑃−𝑏−1. 1 𝑎 𝑃−𝑏−1 = −𝑏 Se assustaram, pessoal? Não é tão complicado assim como parece, rs. Vejam então que, para uma curva de demanda definida por uma equação da forma Q = a.P-b, a elasticidade-preço da demanda é constante e igual ao valor b da potência do preço. Essa curva de demanda isoelástica tem o seguinte formato: Elasticidade constante Curva de demanda Q = a P-b |EPD| = b http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 17 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 7- (FGV/Técnico Superior - DPE-RJ/2014) Suponha uma função demanda do tipo x=a/p, em que p é o preço de um bem x, e a uma constante positiva. A elasticidade preço da demanda é igual a a) 1. b) -1. c) -a/p2. d) -a. e) a. Comentários: Temos aqui o caso da elasticidade constante. Basta lembrarmos que a elasticidade-preço da demanda é igual ao valor do expoente do preço. Temos x = a/p = a.p-1, sendo assim, EPD = -1. Gabarito: B P Q D Demanda isoelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 18 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.1.3- Elasticidade-preço da demanda x Receita total A receita total é a quantia paga pelos compradores e recebida pelos vendedores de um bem. Seu cálculo é trivial, basta multiplicar o preço do bem pela quantidade vendida. Graficamente, a receita total é igual à área do retângulo abaixo do ponto em que estamos interessados em analisar. Diferente do que eu fiz com vocês na seção passada, nesta eu irei poupá- los de todo formalismo algébrico para mostrar a relação entre a receita total auferida pelo vendedor e a elasticidade-preço da demanda. Em vez disso, vamos analisar graficamente qual é o efeito de um aumento do preço praticado pelo vendedor sobre a receita total que ele obtém com as vendas considerando uma curva de demanda elástica e outra inelástica. Observe que, para demandas mais elásticas, um aumento de preços fez a receita perdida devido à queda nas vendas ser bem maior do que a receita ganha com o aumento do preço em si. O que era de se esperar, afinal uma demanda elástica é bem mais sensível à variação de preços. Assim, para demanda elástica, um aumento de preço leva a uma redução da receita total de vendas. P Q Q RT = P x Q P P Q P P Q P’ Receita extra pelo aumento do preço Receita perdida pela queda nas vendas Receita extra pelo aumento do preço Receita perdida pela queda nas vendas Demanda elástica Demanda inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 19 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Quanto à curva de demanda inelástica, o efeito é o oposto. Afinal, se a demanda varia pouco com em relação ao preço, é de se esperar que um eventual aumento nos preços gere uma receita extra superior à receita perdida pela queda das vendas. Assim, para demanda inelástica, um aumento de preço leva a um aumento da receita total de vendas. Variação da Receita Total (RT) Demanda inelástica |EPD| < 1 Aumento do preço Aumenta RT Redução do preço Diminui RT Demanda unitária |EPD| = 1 Aumento do preço Não altera RT Redução do preço Não altera RT Demanda elástica |EPD| > 1 Aumento do preço Diminui RT Redução do preço Aumenta RT http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 20 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.2 – Elasticidade-renda da demanda A elasticidade-renda da demanda mede o quanto a quantidade demandada varia conforme a renda do consumidor varia. Analogamente à elasticidade-preço da demanda, calcula-se da seguinte forma: 𝐸𝑅𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑅 = ∆𝑄/𝑄 ∆𝑅/𝑅 = ∆𝑄 ∆𝑅 . 𝑅 𝑄 No numerador temos a variação percentual da quantidade demandada e no denominador temos a variação percentual da renda. Por exemplo, imagine que você acabou de passar no seu concurso e que por isso sua renda será aumentada em 40% (de R$ 10 mil que você ganhava na indústria, passará agora a ganhar R$ 14 mil no setor público). Digamos que você, assim como eu, é amante de um bom vinho, mas que em razão do preço de que se paga por um Bordeaux aqui no Brasil, você atualmente consome 2 garrafas ao mês. Vamos supor que com esse aumento da sua renda, você passará agora a apreciar o dobro (100%) de garrafas ao mês, ou seja, 4 garrafas (nada mais do que merecido depois de tanto estudo, rs). Vamos calcular a elasticidade-renda da demanda nesse caso: 𝐸𝑅𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑅 = 100% 40% = 2,5 Pessoal, olha só que interessnte. Diferente da elasticidade-preço da demanda, em que seu valor é, em regra, negativo, aqui a regra geral é o oposto. Ou seja, em regra, um aumento da renda do consumidor leva a um aumento da demanda. Essa variação de renda e quantidade no mesmo sentido faz com que o numerador e o denominador da equação acima tenham sinais iguais, o que resulta em um valor positivo para a elasticidade-renda da demanda. Essa regra é valida para os bens normais. Contudo, temos uma exceção, os bens inferiores. Aqueles em que um aumento da renda leva a uma redução do consumo, como a passagem de ônibus e a carne de segunda. Essa relação inversa entre renda e quantidade demandada faz com que tenhamos numerador e denominador com sinais diferentes na equação, resultando em um valor negativo para a elasticidade-renda. Pessoal, entre os bens normais, temos dois tipos de bens que podem ser classificados segundo o valor de sua elasticidade. São os bens necessários e os bens de luxo. Os bens necessários, como alimentos, tendem a apresentar baixa elasticidade-renda porque os consumidores sempre decidem comprar alguma quantidade deles mesmo quando a renda é baixa. Ou seja, a quantidade demandada não responde tanto a um aumento de renda, afinal os bens necessários já eram consumidos antes desse aumento da renda (você não vai comer mais arroz com feijão se você passar no concurso, correto?). Nesse caso o valor da elasticidade-renda é inferior a um. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 21 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Já os bens de luxo (ou supérfluos), como roupas de grife e carros importados, tendem a apresentar uma alta elasticidade-renda, afinal os consumidores podem muito bem passar sem eles se houver uma redução em sua renda. Para este caso teremos o valor da elasticidade-renda superior a um. Por fim, temos ainda os bens de consumo saciado, que são aqueles em que o consumo não varia em relação a renda, como a água (eu imagino que você não vai consumir mais água ou menos água se sua renda aumentar ou diminuir). Se a variação é nula, consequentemente a elasticidade também será. 8- (CESPE/Analista Administrativo - ANAC/2012) Como o sinal da elasticidade-renda da demanda depende do tipo de bem, na avaliação de um bem normal, a elasticidade será negativa. Comentários: De fato, o sinal da elasticidade-renda da demanda depende do tipo de bem. Contudo, entre a renda e a quantidade demandada de um bem normal existe uma relação direta. Logo, seu sinal será positivo. Gabarito: Errado 9- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) A elasticidade-renda mede como o consumo vai se alterar quando a renda variar em 1%, desde que tudo o mais permaneça constante. Caso seja maior que um, diz-se que o produto em análise é uma necessidade, e, caso seja igual a um, diz-se que o produto é normal. Comentários: A primeira parte da assertiva está corretae traz a definição de elasticidade-renda da demanda. Entretanto, ela erra ao atribuir a elasticidade Elasticidade-renda da demanda (ERD) Bens normais ERD > 0 Bens inferiores ERD < 0 Bens necessários 0 < ERD < 1 Bens de luxo ERD > 1 Bens de consumo saciado ERD = 0 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 22 de 95 www.exponencialconcursos.com.br maior que um aos bens necessários, quando na verdade são os bens de luxo que têm elasticidade-renda maior que um. A demanda por bens necessários varia pouco quando há variação na renda dos consumidores e, portanto, tem o valor entre zero e um. Gabarito: Errado 10- (FGV/Agente de Fiscalização – TCM-SP/2015) Em relação à teoria do consumidor, à elasticidade-preço e à elasticidade-renda, analise as afirmativas a seguir, considerando V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). ( ) A elasticidade-preço da demanda é definida como a variação percentual na quantidade dividida pela variação percentual no preço, ou seja, mede como a quantidade demandada muda com uma variação no preço. ( ) Se um bem tiver elasticidade-preço da demanda menor do que 1(um) em valor absoluto, dizemos que ele tem uma demanda elástica. ( ) A elasticidade-renda da demanda descreve como a quantidade demandada reage a variações na renda. ( ) Um bem é dito normal quando o aumento da renda provoca uma redução da sua quantidade demandada. A sequência correta é: a) F, F, V e V; b) V, V, F e F; c) V, F, F e V; d) V, F, V e V; e) V, F, V e F. Comentários: A questão aborda os diferentes tipos de elasticidade. Vamos analisar cada assertiva. ( ) A elasticidade-preço da demanda é definida como a variação percentual na quantidade dividida pela variação percentual no preço, ou seja, mede como a quantidade demandada muda com uma variação no preço. Correto. A questão trouxe a definição de elasticidade-preço da demanda. Seu valor é calculado pela razão entre variação percentual da quantidade e variação percentual do preço, 𝐸𝑃𝐷 = %∆𝑄 %∆𝑃 . ( ) Se um bem tiver elasticidade-preço da demanda menor do que 1(um) em valor absoluto, dizemos que ele tem uma demanda elástica. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 23 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Errado. Se a elasticidade é menor que um em valor absoluto, então ela reage pouco a variações no preço, ou seja, ela é inelástica. ( ) A elasticidade-renda da demanda descreve como a quantidade demandada reage a variações na renda. Correto. Esta é a definição de elasticidade-renda da demanda, trata-se de uma medida da sensibilidade da demanda em relação a variações na renda dos consumidores. ( ) Um bem é dito normal quando o aumento da renda provoca uma redução da sua quantidade demandada. Errado. A questão trouxe a definição de um bem inferior, aquele em que um aumento da renda dos consumidores leva a uma redução em seu consumo, como a carne de segunda. Gabarito: E http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 24 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.3 – Elasticidade-preço cruzada da demanda A elasticidade-preço cruzada da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um bem responde às mudanças no preço de um outro bem. Calcula-se da seguinte maneira: 𝐸𝑥𝑦 = %∆𝑄𝑥 %∆𝑃𝑦 = ∆𝑄𝑥/𝑄𝑥 ∆𝑃𝑦/𝑃𝑦 = ∆𝑄𝑥 ∆𝑃𝑦 . 𝑃𝑦 𝑄𝑥 Tem-se no numerador a variação percentual da quantidade demandada do bem X e no denominador a variação percentual do preço de um bem Y. Por exemplo, se o preço da margarina aumentar 20% (de R$ 5 para R$ 6), o que acontece com a quantidade demandada por manteiga? Digamos que aumente 30% (de 100 para 130). Então a elasticidade-preço cruzada da demanda será de 𝐸𝑥𝑦 = 30% 20% = 1,5 Vamos ver algumas relações importantes entre a natureza dos bens e a elasticidade cruzada. • Bens substitutos Primeiro, vamos considerar o caso de bens substitutos, como esse da manteiga e margarina. Percebam que um aumento do preço de um bem aumenta a demanda pelo outro. Essa relação direta entre preço e quantidade resulta em uma elasticidade cruzada positiva. • Bens complementares Agora, o que aconteceria com a demanda por pipoca se o preço do ingresso do cinema aumentasse? Certamente a demanda por ingressos diminuiria e, por reflexo, menos pipoca seria vendida. Assim, essa relação inversa entre preço de um bem e quantidade demandada por outro resulta em uma elasticidade cruzada negativa. • Bens independentes Por fim, mantendo tudo o mais constante (a famosa condição coeteris paribus), o que aconteceria com a demanda por imóveis da região de São Paulo se o preço do açaí com granola subisse? Podemos concluir duas coisas, a primeira é que eu ficaria mais pobre, rs. A segunda é que a elasticidade cruzada nesse caso seria zero, afinal não haverá variação na demanda por imóveis porque não existe relação alguma entre esses dois bens. Dizemos que são bens independentes. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 25 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 11- (CESPE – Especialista em Regulação – ANTT/2013) O transporte público no Brasil e, em particular, o arranjo institucional do sistema urbano de transporte público têm sido assuntos muito discutidos. Sob um ponto de vista, defende-se a abertura do setor de transporte urbano rodoviário, com o objetivo de ampliar a concorrência e, dessa forma, reduzir o preço e aumentar a qualidade do serviço prestado. Contudo, a linha de transporte urbano, assim como, por exemplo, o serviço de abastecimento de água, são monopólios naturais e, portanto, possuem características econômicas específicas e diferentes da concorrência perfeita. A partir das informações do texto acima e das implicações do tema nele abordado, julgue o item subsequente. Uma elasticidade-preço cruzada da demanda com valor positivo indica a presença de concorrentes no local geográfico de interesse. Comentários: A elasticidade-preço cruzada da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um bem responde às mudanças no preço de um outro bem. Um valor positivo de elasticidade cruzada indica que os bens são substitutos. Ora, se eles são substitutos, por óbvio conclui-se que são concorrentes. Gabarito: Correto 12- (CESPE/Economista - DPU/2016) Acerca da análise microeconômica relacionada à oferta e à demanda, julgue o item subsequente. Um bem é denominado bem complementar se a elasticidade-preço cruzada da demanda desse bem for negativa. Comentários: Bens complementares são bens para os quais o aumento do preço de um leva a uma redução da demanda pelo outro, como o DVD e o aparelho de DVD. Essa relação inversa entre preço de um e quantidade do outro resulta em uma elasticidade-preço cruzada negativa. Gabarito: Correto Elasticidade-preço cruzada da demanda Bens substitutos Exy > 0 Bens complementares Exy < 0 Bens independentes Exy = 0 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 26 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.4 – Elasticidade-preço da oferta A elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada responde a mudanças no preço. Diferentemente do que ocorre no caso da demanda, o sinal da elasticidade-preço da oferta é positivo. Isso decorre da lei da oferta, que enuncia que um aumento nos preços leva a um aumento na quantidade ofertada, ou seja, preço e quantidade caminham sempre na mesma direção. E quais são os fatores que afetam a elasticidade-preçoda oferta? Em geral, depende da flexibilidade que os produtores têm para mudar a quantidade produzida em resposta à mudança de preços. Há varios determinantes, mas os dois principais certamente são: a disponibilidade de fatores de produção e o tempo. Vejamos cada um deles. 1. Disponibilidade de fatores de produção: o que acontece se o preço do leite subir, mas todas as vacas da fazenda já estão produzindo ao máximo (coitadas, rs)? O fazendeiro não vai conseguir elevar sua oferta porque já se tem pleno emprego dos fatores de produção (as vacas). Nesse caso, a oferta é inelástica. Porém, se houvesse vacas disponíveis (em “economês”, capacidade ociosa dos fatores de produção), o fazendeiro botaria elas para trabalhar e elevaria a oferta. Assim, havendo capacidade ociosa dos fatores produtivos a oferta é elástica. 2. Tempo: a oferta é, em regra, mais elástica no longo prazo do que no curto prazo. Se o preço do barril de petróleo subir hoje, a Petrobras vai responder com um aumento da oferta amanhã? Com certeza não! Afinal, o processo para se aumentar a produção de petróleo envolve a prospecção de novas jazidas, a mobilização de uma equipe de engenheiros, a perfuração de poços... Já no longo prazo, as empresas já se adaptaram à variação de preços, elas já instalaram ou fecharam fábricas, contrataram e treinaram suas equipes. Assim, no curto prazo a oferta é mais inelástica, enquanto que, no longo prazo ela é mais elástica. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 27 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 13- (CESPE – Especialista em Regulação – ANAC/2012) Julgue o item a seguir, acerca do equilíbrio do consumidor, dos efeitos preço, renda e substituição, da elasticidade da demanda ou procura, dos fatores de produção e da elasticidade da oferta. A elasticidade-preço da oferta é determinada por dois fatores: a disponibilidade de insumos e o tempo. A elasticidade tende a ser maior quando os produtores têm mais tempo para responder às alterações de preço. Comentários: A questão trata de dois importantes determinantes da elasticidade-preço da oferta, disponibilidade de fatores de produção e tempo. De fato, no longo prazo os produtores têm mais tempo para responder às alterações do preço. Em caso de aumento de preços, eles poderão instalar uma nova fábrica, contratar e treinar mais empregados, etc. Gabarito: Correto 14- (FGV/Auditor – AL BA/2014) Em geral, as empresas devem decidir o número de trabalhadores a serem contratados e a quantidade de capital físico a ser adquirido para obter‐se um determinado nível de produção. No entanto, o capital tende a ser um insumo fixo no curto prazo, ao contrário do trabalho. No longo prazo, ambos são flexíveis. Assim, a oferta de produto da empresa é a) mais elástica no curto prazo e no longo prazo. b) mais inelástica no curto prazo e no longo prazo. c) mais elástica no curto prazo e mais inelástica no longo prazo. d) mais inelástica no curto prazo e mais elástica no longo prazo. e) perfeitamente inelástica no curto e no longo prazo. Elasticidade- preço da oferta (EPO) Disponibilidade de fatores de produção Disponíveis (capacidade ociosa) mais elástica Indisponíveis (pleno emprego) mais inelástica Horizonte de tempo Longo prazo mais elástica Curto prazo mais inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 28 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: Conforme afirma o enunciado, o capital é usualmente um insumo fixo no curto prazo. Por este motivo, há pouca flexibilidade para as empresas responderem a uma variação de preços de imediato. A menos que haja capacidade ociosa dos fatores de produção, as empresas não conseguirão expandir a produção facilmente no curto prazo. Já no longo prazo, as empresas têm tempo para se adaptar aos novos preços, adquirindo ou se desfazendo de fábricas, equipamentos e qualquer meio usado na produção. Disso, conclui-se que a oferta é mais inelástica no curto prazo e mais elástica no longo prazo. Gabarito: D O cálculo da elasticidade-preço da oferta é análogo ao da demanda. Vejamos: 𝐸𝑃𝑆 = %∆𝑄𝑆 %∆𝑃 = ∆𝑄𝑆/𝑄𝑆 ∆𝑃/𝑃 Graficamente, a elasticidade-preço da oferta segue a mesma lógica da demanda. Quanto mais horizontal, mais elástica. Quanto mais vertical, mais inelástica. Contudo, assim como para a demanda, essa regra não é válida para a oferta linear. Vamos ver a seguir o que fazer para calcular a elasticidade ao se deparar com uma curva de oferta definida por uma reta. P Q S P’ Q Q’ P P Q S P’ Q Q’ P ΔQ ΔQ Oferta mais elástica Oferta mais inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 29 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.4.1 – Oferta linear Vamos considerar a curva de oferta definida pela seguinte reta (pessoal, não existe quantidade negativa! Eu a representei apenas para fins didáticos): A elasticidade-preço da oferta é dada pela equação 𝐸𝑃𝑆 = %∆𝑄𝑆 %∆𝑃 = ∆𝑄𝑆/𝑄𝑆 ∆𝑃/𝑃 = ∆𝑄𝑆 ∆𝑃 . 𝑃 𝑄𝑆 Analisando o gráfico, temos as seguintes relações: 𝑃 = 𝑂𝑃 = 𝐴𝑄 𝑄 = 𝐴𝑃 = 𝑂𝑄 E a razão ΔQS/ΔP é justamente o coeficiente angular da reta, que será dado por BQ/AQ. Substituindo tudo isso na equação da elasticidade, teremos 𝐸𝑃𝑆 = ∆𝑄𝑆 ∆𝑃 . 𝑃 𝑄𝑆 = BQ AQ . 𝐴𝑄 𝑂𝑄 = 𝐵𝑄 𝑂𝑄 Pessoal, vejam agora que interessante. Se BQ > OQ, então EPS > 1 (oferta elástica). Se BQ = OQ, EPS = 1 (oferta unitária). Por fim, se BQ < OQ, então EPS < 1 (oferta inelástica). Observem o gráfico acima e percebam que se BQ > OQ, a reta da oferta intercepta o eixo vertical. Se BQ = OQ, a reta cruza a origem. E se BQ < OQ, a reta intercepta o eixo horizontal. Diante disso, concluímos que a elasticidade-preço da oferta linear depende do intercepto da reta com os eixos do plano. Vejamos: P Q S P Q O B A http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 30 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Para concluir, pessoal. Da mesma forma como a demanda, existem dois casos especiais de curva de oferta: a infinitamente elástica (EPS = ∞) e a completamente inelástica (EPS = 0) O raciocínio por trás desse conceito é idêntico ao apresentado para a demanda. P Q P Q O Elástica EPS > 1 Unitária E PS = 1 Inelástica E PS < 1 P Q S P Q S P* Oferta infinitamente elástica Oferta completamente inelástica Q* http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 31 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.5 – Incidência tributária e elasticidade Para finalizarmos a aula, veremos uma aplicação interessante da elasticidade-preço da oferta e da demanda na determinação da repartição do ônus tributário entre vendedor e consumidor. Se o governo instituir um imposto sobre as vendas, quem efetivamente “paga o pato” ? O vendedor, o consumidor, o Paulo Skaf? Rs. Na verdade, há uma divisão desse ônus, porém nem sempre essa divisão é igualitária, veremos que ela depende das elasticidades da oferta e da demanda do bem. Vamos analisar graficamente o que acontece quando o governo aplica um tributo no valor de T sobre as vendas: Primeiramente, vamos interpretar esse gráfico. Nele temos indicado o preço de equilíbrio PE antes de aplicar o imposto de valor T. Aplicando o referido tributo, o preço de equilíbrio da demanda sobe para PD, que é o preço efetivamente pago pelo consumidor, e o preço de equilíbrioda oferta cai para PO, que é o valor que o vendedor efetivamente recebe após descontada a tributação. A diferença entre PD e PO é, por óbvio, o valor T do imposto. Observem que quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e maior é a parcela paga pelo vendedor. No caso extremo de demanda infinitamente elástica (reta horizontal), o vendedor arca com a totalidade do ônus tributário. Analogamente, quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor e menor é a parcela paga pelo vendedor. No caso extremo de demanda completamente inelástica (reta vertical), o consumidor arca com a totalidade do ônus tributário. P Q PO P Q PD Ônus do comprador Oferta inelástica Demanda elástica Oferta elástica Demanda inelástica S D T P E Ônus do vendedor S D P E Ônus do comprador Ônus do vendedor http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 32 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Pessoal, a melhor maneira de averiguar quem arca com mais, quem arca com menos, é desenhando o gráfico e analisando. Façam isso na prova se vocês se depararem com uma questão desse tipo. Vamos ver como isso é cobrado em provas. 15- (CESPE/Consultor Legislativo – CD/2014) A carga do imposto é totalmente suportada pelos consumidores, caso a oferta seja perfeitamente elástica ou a demanda seja perfeitamente inelástica. Comentários: Se a oferta é mais elástica, os produtores reagem muito a qualquer variação nos preços, sendo assim eles acabam repassando o ônus da tributação aos consumidores. No extremo, quando a oferta é perfeitamente elástica, o consumidor arca com a integralidade do imposto. Quando a demanda é inelástica, os consumidores reagem menos à variação de preços e, portanto, suportam mais desse ônus. No extremo, quando a demanda é perfeitamente inelástica, os consumidores arcam com todo o imposto. Gabarito: Correto 16- (FCC/Auditor - TCE-SP/2008) Instruções: Considere as informações apresentadas a seguir para responder à questão. Em um mercado de concorrência perfeita, a demanda do bem X é representada pela reta QD = 1.600 – 2P e a de oferta, pela reta QO = –200 + 3P. O Governo decide instituir um imposto específico sobre as vendas do bem X de R$ 20,00 por unidade. É correto afirmar que Repartição do ônus tributário Demanda perfeitamente elástica |EPD| = ∞ Vendedor arca com tudo Demanda elástica |EPD| > 1 Vendedor arca com mais Demanda inelástica 0 < |EPD| < 1 Comprador arca com mais Demanda completamente inelástica |EPD| = 0 Comprador arca com tudo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 33 de 95 www.exponencialconcursos.com.br a) o ônus do imposto será repartido igualmente entre produtores e consumidores. b) o preço de equilíbrio do bem X no mercado aumentará R$ 12,00. c) a parcela do imposto que será paga pelos produtores corresponde a 60% do total. d) a quantidade transacionada do bem X no mercado diminuirá em 30 unidades. e) a eficiência do mercado não será afetada por esse imposto. Comentários: A questão nos dá as funções de demanda e oferta, informa que o governo instituiu um imposto específico sobre as vendas e faz algumas afirmações sobre o novo equilíbrio após a tributação. Primeiramente, vamos encontrar o ponto de equilíbrio antes da tributação. 𝑄𝐷 = 𝑄𝑂 1600 − 2𝑃 = −200 + 3𝑃 𝑃 = 360 𝑄𝐷 = 𝑄𝑂 = −200 + 3𝑃 = −200 + 3 × 360 = 880 Vamos agora ver o que acontece com o preço pago pelo consumidor (PD) e com o preço recebido pelo vendedor (PO) após a introdução do imposto. Sabe-se que com a introdução do imposto, o equilíbrio será alterado, teremos uma nova quantidade de equilíbrio em que QD’= QO'’, vejamos: 𝑄𝐷′ = 𝑄𝑂′ 1600 − 2𝑃𝐷 = −200 + 3𝑃𝑂 2𝑃𝐷 + 3𝑃𝑂 = 1800 Sabemos também que a diferença entre o valor pago pelo consumidor e o valor recebido pelo vendedor é justamente o valor do imposto recolhido, ou seja, R$ 20,00. Dessa forma, 𝑃𝐷 − 𝑃𝑂 = 20 Estamos diante de um sistema de equações com duas variáveis, PD e PO, vamos calculá-las: { 2𝑃𝐷 + 3𝑃𝑂 = 1800 𝑃𝐷 − 𝑃𝑂 = 20 Multiplicando a segunda equação por 3: { 2𝑃𝐷 + 3𝑃𝑂 = 1800 3𝑃𝐷 − 3𝑃𝑂 = 60 Somando a primeira equação na segunda: { 2𝑃𝐷 + 3𝑃𝑂 = 1800 5𝑃𝐷 = 1860 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 34 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 5𝑃𝐷 = 1860 ⇒ 𝑃𝐷 = 1860 5 = 372 Como PD – PO = 20, então PO = 352. Vamos às alternativas: a) o ônus do imposto será repartido igualmente entre produtores e consumidores. Errado. Se o preço inicial era R$ 360 e, após a tributação, o consumidor pagará R$ 372 e o vendedor receberá R$ 352, então o consumidor está arcando com R$ 12 e o vendedor, R$ 8. b) o preço de equilíbrio do bem X no mercado aumentará R$ 12,00. Correto. Conforme calculamos, o bem será transacionado por R$ 372 no equilíbrio, ou seja, R$ 12 a mais do que antes da tributação. c) a parcela do imposto que será paga pelos produtores corresponde a 60% do total. Errado. A parcela paga pelos produtores é de R$ 8 / R$ 20 = 0,4. Ou seja, 40% do total do imposto. d) a quantidade transacionada do bem X no mercado diminuirá em 30 unidades. Errado. A quantidade transacionada será de QD’ = QO’ = -200 – 3 x 352 = 856. Ou seja, diminuirá em 24 unidades. e) a eficiência do mercado não será afetada por esse imposto. Errado. A introdução de um imposto em um mercado competitivo sempre provocará perda de bem estar, esta perda é conhecida como peso morto da tributação. Gabarito: B 17- (CESPE/Diplomata - MRE/2013) Vendedores irão transferir aos compradores o valor relativo a toda incidência do novo imposto, o que aumentará o preço do bem. Comentários: A repartição do ônus tributário depende das elasticidades da oferta e demanda. Se a demanda é mais elástica, o produtor arca mais com o ônus. Se a oferta é mais elástica, o consumidor é quem arca mais com o ônus. Gabarito: Errado http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 35 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 2 – Excedentes do consumidor e do produtor Os conceitos de excedentes do consumidor e do produtor estão associados ao estudo da economia do bem-estar, o estudo de como a alocação de recursos afeta o bem-estar econômico. 2.1 – Excedente do consumidor O excedente do consumidor é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um bem menos a quantia que ele realmente paga por esse bem. Por exemplo, digamos que uma certa garrafa de vinho da serra gaúcha custe R$ 30,00, mas certo consumidor, aficionado pela bebida, estaria disposto a pagar R$ 40,00 por ela. Naturalmente, ele pagará os R$ 30,00, mas terá o seu bem-estar aumentado, já que pagou menos do que estaria disposto. Este benefício de R$ 10,00 é o que chamamos de excedente do consumidor. Quanto maior for o excedente, maior será o bem-estar obtido pelo consumidor. Graficamente, o excedente do consumidor é dado pela área abaixo da curva de demanda e acima do preço de equilíbrio de mercado. Isso ocorre porque a altura da curva de demanda em relação ao preço mede justamente a diferença entre o valor que os compradores estão dispostos a pagar e o preço que eles efetivamente pagam, o preço de equilíbrio de mercado. A área total é, então, a soma dos excedentes do consumidor de todos os compradores no mercado de um bem ou serviço. P Q D S P1 Q2 P 2 Q 1 P 3 Q 3 Excedente do Consumidorhttp://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 36 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Conforme gráfico acima, observamos que o preço de equilíbrio do bem é P1. Consumidores que estejam dispostos a adquirir o bem pagando P1, não terão nenhum excedente do consumidor, já que este é o preço de mercado. Já consumidores que estejam dispostos a pagar mais do que P1 pelo bem, obterão um excedente, tendo em vista que pagarão apenas P1. Quanto maior for o preço que o consumidor pagaria pelo bem, maior será o seu excedente. A área em verde do gráfico é uma representação do excedente de todos os consumidores para um determinado bem. Ademais, o excedente do consumidor é influenciado pela elasticidade- preço da demanda do bem, que determinará a inclinação da curva de demanda e, consequentemente, a área correspondente a este excedente. Assim, bens que tenham demanda mais elástica ao preço resultarão em um menor excedente do consumidor. Por outro lado, bens que tenham demanda mais inelástica ao preço resultarão em um maior excedente do consumidor. Analisemos graficamente essa diferença. 18- (FCC/Auditor - TCE-SP/2008) É correto afirmar: a) Um aumento no preço do bem Y, complementar de X, deslocará a curva de demanda de X para a direita. b) O gasto total dos consumidores com a aquisição de um bem X, cuja curva de demanda é linear, atinge o máximo quando a elasticidade-preço da demanda for igual a zero. c) O bem X é um bem normal, se a proporção da renda gasta em sua aquisição aumenta à medida que diminui a renda do consumidor. d) O preço de equilíbrio será 10 em um mercado de concorrência perfeita, caso as funções de demanda e oferta sejam dadas, respectivamente por: P Q D S Pe Q e Excedente do Consumidor P Q D S P e Excedente do Consumidor Q e Demanda elástica Demanda inelástica http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 37 de 95 www.exponencialconcursos.com.br QD = 800 - 4P (QD = quantidade demandada) QO = 400 (QO = quantidade ofertada), e) Se a curva de demanda de um bem X for representada pela reta QD = 1.000 − 5P, o excedente do consumidor, caso o preço de mercado seja 150, é igual a 6.250. Comentários: Questão interessante que explora vários conceitos da teoria da oferta e demanda. Vamos analisar cada alternativa: a) Um aumento no preço do bem Y, complementar de X, deslocará a curva de demanda de X para a direita. Errado. Um aumento no preço de um bem complementar, reduz a demanda pelo outro. Ou seja, haverá deslocamento da curva de demanda para a esquerda. b) O gasto total dos consumidores com a aquisição de um bem X, cuja curva de demanda é linear, atinge o máximo quando a elasticidade-preço da demanda for igual a zero. Errado. Para o caso específico da curva de demanda linear, o gasto total dos consumidores ocorre quando a elasticidade-preço da demanda é unitária. Pode- se mostrar isso algebricamente. Sendo a curva de demanda linear definida por Q = a – b x P, o gasto total é dado por GT = Q x P. Ou seja, 𝐺𝑇 = (𝑎 − 𝑏 𝑃) 𝑃 = 𝑎 𝑃 − 𝑏 𝑃2 Para maximizar o gasto total, devemos derivar a função e igualar a zero: 𝑑𝐺𝑇 𝑑𝑃 = 𝑑 𝑑𝑃 (𝑎 𝑃 − 𝑏 𝑃2) = 𝑎 − 2𝑏 𝑃 = 0 𝑃 = 𝑎 2𝑏 Sendo assim, o gasto total dos consumidores é máximo quando o preço é igual a a/2b, e isso ocorre no ponto médio da curva de demanda, em que a elasticidade é unitária. c) O bem X é um bem normal, se a proporção da renda gasta em sua aquisição aumenta à medida que diminui a renda do consumidor. Errado. Se o bem X tem sua demanda aumentada conforme se diminui a renda do consumidor, então se trata de um bem inferior. d) O preço de equilíbrio será 10 em um mercado de concorrência perfeita, caso as funções de demanda e oferta sejam dadas, respectivamente por: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 38 de 95 www.exponencialconcursos.com.br QD = 800 - 4P (QD = quantidade demandada), QO = 400 (QO = quantidade ofertada). Errado. Calculemos o preço de equilíbrio: 𝑄𝐷 = 𝑄𝑆 ⇒ 800 − 4𝑃 = 400 ⇒ 4𝑃 = 400 ⇒ 𝑃 = 100 e) Se a curva de demanda de um bem X for representada pela reta QD = 1.000 − 5P, o excedente do consumidor, caso o preço de mercado seja 150, é igual a 6.250. Correto. O excedente do consumidor é a soma das diferenças entre os valores que os consumidores estão dispostos a pagar por um bem e o valor que eles efetivamente pagam por esse bem. Esse valor é numericamente igual à área hachurada abaixo. Em P = 150, QD = 1.000 – 5x150 = 1.000 – 750 = 250. Calculando o excedente: 𝑆 = 𝑏𝑎𝑠𝑒 × 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 2 = 250 × (200 − 150) 2 = 6.250 Gabarito: E P Q D 250 150 Excedente do Consumidor 200 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 39 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 2.2 – Excedente do produtor A análise do bem-estar dos produtores é semelhante à dos compradores. O excedente do produtor é igual à quantia que um produtor recebe por um bem menos o seu custo de produção. Ou seja, sendo o custo de produção o valor mínimo pelo qual o produtor venderia seu produto, afinal ele vive de lucro, o excedente do produtor é a diferença entre o preço que o produtor efetivamente vende o bem e o valor mínimo pelo qual ele estaria disposto a produzi-lo. Voltando ao exemplo da garrafa de vinho, digamos que uma garrafa seja vendida por R$ 30,00, mas certo produtor estaria disposto a vendê-la por R$ 20,00, que é o custo de oportunidade de se produzir essa garrafa. Ele venderá por R$ 30,00, mas terá o seu bem-estar aumentado, já que vendeu por um preço maior do que estaria disposto. Este benefício de R$ 10,00 é o que chamamos de excedente do produtor. Quanto maior for o excedente, maior será o bem estar obtido pelo produtor. Graficamente, o excedente do produtor é dado pela área acima da curva de oferta e abaixo do preço de equilíbrio de mercado. Isso ocorre porque a altura do preço em relação à curva de oferta mede justamente a diferença entre o valor que os produtores estão dispostos a vender e o preço que eles efetivamente vendem, o preço de equilíbrio de mercado. A área total é, então, a soma dos excedentes do produtor de todos os produtores no mercado de um bem ou serviço. Conforme gráfico acima, observamos que o preço de equilíbrio do bem é P1. Produtores que estejam dispostos a vender o bem ao preço P1, não terão nenhum excedente do produtor, já que este é o preço de mercado. Já produtores que estejam dispostos a ofertar o bem por menos de P1, obterão um excedente, tendo em vista que a oferta será pelo preço de mercado, ou seja, P1. Quanto menor for o preço pelo qual o produtor estaria disposto a vender seu bem, maior será o seu excedente. A área em laranja do gráfico é uma representação do P Q D S P1 Q2 P 2 Q 1 P 3 Q 3 Excedente dos Produtores http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 40 de 95 www.exponencialconcursos.com.br excedente de todos os produtores para um determinado bem e corresponde à área acima da curva de oferta limitada pela linha de preço do mercado. Analogamente ao excedente do consumidor, o excedente do produtor também é influenciado pela elasticidade-preço da oferta do bem, que determinará a inclinação da curva de oferta e, consequentemente, a área correspondente a este excedente. Assim, bens que tenham uma curva de oferta mais elástica ao preçoresultarão em um menor excedente do produtor. De maneira inversa, bens que tenham oferta mais inelástica ao preço resultarão em um maior excedente do produtor. 19- (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual - RJ/2011) Seja a curva de oferta do mercado de milho dada por Qs=10+100p e a curva de demanda do mercado de milho dada por Qd=120-10p. Com base nas curvas de oferta e demanda, analise as afirmativas a seguir: I. O preço de equilíbrio no mercado de milho é $10. II. A quantidade de equilíbrio de milho é de 110. III. O excedente do produtor é igual a $155. Assinale a) se apenas a afirmativa I for verdadeira. b) se apenas a afirmativa II for verdadeira. c) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras. P Q D S Pe Q e Excedente do Produtor Oferta elástica Oferta inelástica P Q D S P e Q e Excedente do Produtor http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 41 de 95 www.exponencialconcursos.com.br d) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras. e) se todas as afirmativas forem verdadeiras. Comentários: A questão trata de conceitos da teoria da oferta e demanda. Vamos analisar as assertivas: I. O preço de equilíbrio no mercado de milho é $10. Errado. O preço de equilíbrio é aquele em que Qd = Qs. Ou seja, 10 + 100𝑝 = 120 − 10𝑝 ⇒ 110𝑝 = 110 ⇒ 𝑝 = 1 Assim, o preço de equilíbrio é $1. II. A quantidade de equilíbrio de milho é de 110. Correto. A quantidade de equilíbrio é igual a Qd = Qs = 10 + 100p = 10 + 100 = 110. III. O excedente do produtor é igual a $155. Errado. O excedente do produtor é a soma das diferenças entre quanto os produtores recebem e por quanto estão dispotos a vender. Esse valor é numericamente igual à área hachurada abaixo. Calculando a área: 𝑆 = (𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟) × 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 2 = (10 + 110) × 1 2 = 60 Assim, o excedente dos produtores é igual a $60. Gabarito: B P Q S 110 10 1 Excedente dos Produtores http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 42 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 2.3 – Eficiência de mercado Sendo o excedente do consumidor o benefício que os compradores obtêm de sua participação no mercado, e o excedente do produtor o benefício recebido pelos produtores, então uma medida de bem-estar econômico da sociedade pode ser aferida pela soma dos excedentes do produtor e do consumidor. Trata- se do excedente total da economia. Se uma alocação de recursos maximiza o excedente total, dizemos que se trata de uma alocação eficiente. Quando o mercado atinge o equilíbrio, temos a seguinte configuração: Os mercados livres, assim definidos aqueles em que o próprio mercado se ajusta ao equilíbrio, sem intervenção do governo, alocam a oferta de bens aos compradores que atribuem maior valor a eles. Ainda, esses mercados alocam a demanda por bens aos vendedores que podem produzi-los ao menor custo. Ou seja, no equilíbrio, os mercados livres produzem a quantidade de bens que maximiza a soma dos excedentes do consumidor e do produtor. Segundo Adam Smith, a mão invisível da economia avalia todas as informações sobre compradores e vendedores e direciona todos para o melhor resultado, alcançando a eficiência econômica. Por isso, os economistas defendem o livre mercado como a melhor forma de organizar a atividade econômica. Entretanto, nem sempre a hipótese de livre mercado se sustenta, uma vez que existem fatores impeditivos à economia de alocar seus recursos com eficiência. Entre eles, destaca-se a intervenção do Estado na economia por meio da tributação, conforme veremos a seguir. P Q S D Qe Pe Excedente do Consumidor Excedente do Produtor http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 43 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 2.3.1 – O peso morto dos impostos Um imposto afeta diretamente a eficiência de mercado, já que os preços e as quantidades de equilíbrio são modificados quando um produto é tributado, fazendo com que a produção seja reduzida. A esta diferença entre o excedente total da economia antes do imposto e após o imposto dá-se o nome de peso morto. Vejamos graficamente como se dá a introdução de um imposto num dado mercado e quais são as suas consequências. Observem que o imposto introduz uma cunha entre o preço que os compradores pagam e o preço que os vendedores recebem. Por causa dessa cunha, a quantidade vendida cai e fica abaixo do nível que seria vendido na ausência do imposto. Ou seja, um imposto sobre um bem causa uma redução no tamanho do mercado desse bem. Antes da introdução do imposto, o excedente dos consumidores é igual à área hachurada A+B+C, que é justamente a área entre a curva de demanda e o preço de equilíbrio Pe. Da mesma forma, o excedente dos produtores é igual à D+E+F, ou seja, a área entre a curva de oferta e o preço de equilíbrio. Após a introdução do imposto, o preço pago pelos consumidores sobe de Pe para P’D, de modo que o excedente dos consumidores passa a ser igual à área hachurada A. Além disso, o preço recebido pelos vendedores cai de Pe para P’S, de modo que o excedente dos produtores passa a ser igual à D. Por fim, a quantidade de equilíbrio cai de Qe para Q’e e o governo arrecada uma receita tributária igual à área B+E, ou seja, o valor do imposto T (T = P’D – P’S) multiplicado pela quantidade de equilíbrio Q’e. Essa receita tributária é usada pelo governo para oferecer bens e serviços de volta à sociedade, como segurança, saúde, justiça, educação, entre outros e, portanto, é considerada na medida do bem-estar econômico. P Q S D Qe Pe A B C D P’ D P’ S Q’ e Peso Morto E F http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 44 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Calculando o excedente total após a introdução do imposto, soma-se o excedente do produtor, o excedente do consumidor e a receita tributária. Assim, o excedente total é igual à área A+B+D+E. Comparando o excedente total antes e após a tributação, observa-se que o excedente total sofre uma queda equivalente à área hachurada C+F. Isso significa que as perdas para os compradores e vendedores superam a receita tributária obtida pelo governo. Essa queda do excedente total é o peso morto do imposto. A tabela abaixo sintetiza os valores do excedentes e suas variações com a introdução do imposto. Sem imposto Com imposto Variação Excedente do consumidor A+B+C A -(B+C) Excedente do produtor D+E+F D -(E+F) Receita tributária Nenhuma B+E +(B+E) Excedente Total A+B+C+D+E+F A+B+D+E -(C+F) Conclui-se que, como os impostos reduzem o excedente total da economia, eles levam os mercados a alocar recursos de maneira ineficiente. 20- (FCC/Analista de Controle Externo - TCE-CE/2008) O Governo, ao instituir impostos sobre vendas, altera a eficiência alocativa dos mercados. Essa falha na eficiência alocativa, denominada peso morto da tributação, corresponde à soma das perdas dos excedentes do consumidor e do produtor que é superior aos benefícios prestados pelos bens e serviços produzidos pelo governo com os recursos do imposto. Abaixo, o gráfico representativo do equilíbrio de um mercado de concorrência perfeita antes e depois da incidência de um imposto específico sobre vendas. O chamado peso morto da tributação corresponde, nesse gráfico, à área do http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. ThomazMilani 45 de 95 www.exponencialconcursos.com.br a) retângulo ODEF. b) triângulo HEB. c) trapézio ADEB. d) trapézio GABH. e) retângulo OGHF. Comentários: O peso morto é a diferença entre o excedente total da economia antes da tributação e após a tributação. Antes da tributação, o excedente do produtor é dado pela área do triângulo OAB, e o do consumidor é dado pela área do triângulo PAB. Após a tributação, o excedente do produtor é dado pela área do triângulo OGH, e o do consumidor é dado pela área do triângulo PDE. Além disso, a receita tributária do governo é dado pela área do retângulo DEHG. O peso morto é a diferença, ou seja, 𝑃𝑀 = 𝑆𝑂𝐴𝐵 + 𝑆𝑃𝐴𝐵 − (𝑆𝑂𝐺𝐻 + 𝑆𝑃𝐷𝐸 + 𝑆𝐷𝐸𝐻𝐺) Graficamente, podemos ver que essa diferença é numericamente igual à área do triângulo HEB. Esse é o peso morto trazido pela tributação. Gabarito: B http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 46 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 2.3.2 – Elasticidades x Peso Morto Quanto maior for a sensibilidade de consumidores e de produtores a variações no preço, maior será o impacto do imposto na redução de seus excedentes e na redução da quantidade ofertada do produto. Assim, quanto mais elástica ao preço for uma curva de demanda, maior será a perda de excedente do consumidor que será causada pela introdução de um imposto. Da mesma forma, quanto mais elástica ao preço for uma curva de oferta, maior será a perda de excedente do produtor que será causada pela introdução do imposto. Portanto, quanto mais elástica for uma curva de oferta ou demanda, maior será a perda de excedentes causada pela introdução de um imposto. Por outro lado, quanto mais inelástica for uma curva de oferta ou demanda, menor será a perda de excedentes causada pela introdução de um imposto. Vejamos graficamente a diferença. Nos gráficos acima, as áreas em vermelho representam o peso morto do imposto. Observem que um mesmo imposto T ocasiona maior peso morto (ineficiência) quanto maiores forem as elasticidades das curvas de oferta e de demanda. Pessoal, finalizamos esse tópico introdutório da teoria da oferta e demanda. Vocês verão ao longo de todo o curso que esses conhecimentos serão fundamentais para compreensão dos mais diversos tópicos da economia. Portanto, vamos praticar bastante para ficarmos afiados lá na frente! Qualquer dúvida, estarei disponível no fórum! Não hesitem em me procurar por lá! P Q S D T Peso Morto P Q S D Peso Morto T Oferta e demanda mais elásticas Oferta e demanda mais inelásticas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 47 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 3 – Questões Comentadas 21- (ESAF/Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG/2015) Suponha Ep = (Δqd/Δp).(p/qd) a elasticidade preço da demanda e Ey = (Δqd/Δy).(y/qd) a elasticidade renda da demanda, em que Δqd = variação da quantidade demandada; Δp = variação no preço do bem; p = preço do bem; qd = quantidade demandada do bem; Δy = variação na renda; e y = renda do consumidor. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) Ey pode ser negativa. b) Ep pode ser positiva. c) Ey não pode ser maior do que 1. d) Ep não pode ser menor que zero. e) Ep + Ey = q/y. Comentários: Para responder a essa questão, faz-se necessário conhecer os diferentes tipos de bens e suas relações com as elasticidades preço e renda da demanda. Vamos analisar as alternativas. a) Ey pode ser negativa. Correto. Se o bem em questão for um bem inferior, então um aumento da renda do consumidor leva a uma redução da quantidade demandada pelo bem, consequentemente a elasticidade-renda da demandada é negativa. b) Ep pode ser positiva. Errado. Em regra, a elasticidade-preço da demandada é negativa em decorrência da lei da demanda: com tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada deste diminui; quando o preço diminui, a quantidade demandada do bem aumenta. Porém, a questão despreza a exceção, o bem de Giffen. Para este caso, preço e quantidade caminham na mesma direção, portanto a elasticidade seria positiva. Essa questão caberia recurso, pois não excepciona os bens de Giffen. c) Ey não pode ser maior do que 1. Errado. Para os ditos bens de luxo, a elasticidade-renda da demanda é superior a um. d) Ep não pode ser menor que zero. Errado. Vide o comentário da alternativa b). Segundo a lei da demanda a elasticidade-preço da demanda é, em regra, negativo. e) Ep + Ey = q/y. Errado. Não existe essa relação. Gabarito: A http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 48 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 22- (ESAF/Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG/2015) Seja a seguinte curva de demanda: Qd = (25.Y)/P em que Qd = demanda; Y = renda; e P = o preço do bem. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) a elasticidade renda da demanda é igual a zero para a parte inelástica da curva. b) a elasticidade preço da demanda é menor do que zero. c) o bem é inferior. d) se P = 30, a elasticidade renda da demanda será negativa. e) é possível que P e Qd aumentem ao mesmo tempo, mesmo Y mantido constante. Comentários: A questão trouxe o interessante caso em que a elasticidade da demanda é constante. Devemos lembrar que uma curva de demanda descrita por uma equação do tipo 𝑄𝑥 𝑑 = 𝑎 𝑃𝑥 𝑏𝑅𝑐𝑃𝑦 𝑑 Em que 𝑄𝑥 𝑑 = demanda por X, R = renda, Px = preço de X, Py = preço de Y. Nesse caso, teremos elasticidades constantes ao longo de toda a curva. Essas elasticidades são iguais ao expoente do termo a que se referem. Ou seja, Elasticidade-preço da demanda: EPD = b; Elasticidade-renda da demanda: ERD = c; Elasticidade-preço cruzada da demanda: EXY = d. Analisemos as alternativas. a) a elasticidade renda da demanda é igual a zero para a parte inelástica da curva. Errado. A elasticidade-renda da demanda é constante e igual a um ao longo de toda a curva. b) a elasticidade preço da demanda é menor do que zero. Correto. A elasticidade-preço da demanda é constante e igual a -1 ao longo de toda a curva. c) o bem é inferior. Errado. O valor positivo da elasticidade-renda da demanda indica que se trata de um bem normal. d) se P = 30, a elasticidade renda da demanda será negativa. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Economia Teoria e Questões comentadas Prof. Thomaz Milani Prof. Thomaz Milani 49 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Errado. A elasticidade-renda da demanda é constante e igual a um ao longo de toda a curva. e) é possível que P e Qd aumentem ao mesmo tempo, mesmo Y mantido constante. Errado. Observem na equação que a relação entre P e Qd é inversa, ou seja, para qualquer variação positiva de P, teremos uma variação negativa de Qd. Gabarito: B 23- (ESAF/AFRFB/2005) Com relação à incidência tributária de um imposto, assinale a única opção incorreta. a) O peso morto é uma forma de ineficiência econômica que deve ser levada em consideração quando políticas são elaboradas e implementadas. b) A incidência de um imposto ou de um subsídio é, normalmente, compartilhada por produtores e consumidores, sendo que a fração que cada um acabará pagando, dependerá das elasticidades da oferta e da demanda. c) A intervenção governamental resulta, geralmente, em um peso morto. d) Se o governo impõe um imposto sobre vendas de determinada mercadoria, esse imposto terá por efeito deslocar a curva de demanda dessa mercadoria para cima. e) Quando o governo cria um imposto ou subsídio, o preço geralmente
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