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GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC constipação ● Corresponde a 3 – 5% das consultas pediátricas e 20 a 30% das consultas gastropediatras. ● É a eliminação de fezes endurecidas (cibalos que é o formato de fezes tipo de cabrito, seixos que são aquelas fezes grandona, isto é, aquele tolocão que entope o vaso e ninguém entende como aquela merda tão grande estava dentro do indivíduo, e fezes cilíndricas com rachaduras) com: (1) dificuldade, esforço ou dor e/ou (2) ocorrência de comportamento de retenção (acontece mais em crianças no 2º de ano de vida, nos lactentes, porque eles sentem dor ao tentar evacuar por conta da constipação e acabam retendo), escape fecal que é mais comum em crianças de 4 – 5 anos (incontinência fecal de retenção) e (3) aumento no intervalo das evacuações (menos de 3 evacuações por semana) – pequena parcela das crianças. Lembrar que eu posso ter criança que tem mais de 3 evacuações (pode evacuar todos os dias inclusive) e ainda assim tem constipação, a criança nesse caso terá ao menos uma alteração no padrão das fezes que é concordante com a constipação. ● OUTRAS MANIFESTAÇÕES: sangramento em torno das fezes (as fezes endurecidas causam fissura anal e pode levar as fezes com presença de sangue), sensação de esvaziamento retal incompleto após evacuação, dor abdominal/vômitos/náuseas, enurese/ITU de repetição, diminuição do apetite e perda de peso (algumas crianças diminuem a ingesta de alimentos). ● A grande maioria tem um padrão de constipação em razão do erro alimentar. ----------------------------------------------------------------- ● A constipação acomete qualquer faixa etária, sendo que em 15 a 38% dos casos ocorre principalmente em pré- escolar (2-4 anos de idade). Não tem preferência por sexo, tendo uma prevalência de 15-27% dos lactentes (nos RN existe um pior prognóstico e devemos pensar em causa orgânica para esse grupo). ● Na classificação temporal, a constipação é dita como crônica quando tem duração > 3 meses. ● A principal causa/etiologia de constipação é a funcional causada na maioria das vezes por erro alimentar, principalmente por causa de pouca ingesta de fibras e líquidos. Corresponde até 95 – 97% dos casos e é dita como funcional por não se relacionar com uma doença orgânica, isto é, a pessoa tem constipação por “natureza”. Então não existem evidências anatômicas primárias ou bioquímicas que se relacionam com a constipação nesse caso da funcional. ● No caso da constipação funcional, além do erro alimentar, a alimentação (desmame precoce com o aumento de ingesta de oligossacarídeos pela criança, diminuição de fibras e líquidos) está relacionada a sua gênese, visto que o leite materno é protetor para diversas coisas. Outro ponto são os fatores genéticos e hereditários, relação com a microbiota também. Distúrbios de motilidade (60% dos casos existe um aumento do tempo do trânsito colônico, mas essa teoria é um pouco controversa, pois os cientistas não conseguem dizer se a lentidão do trânsito levou a constipação ou a constipação levou a lentidão do trânsito, eis a questão amigo Sócrates). Outro fator ligado a gênese tem o circulo vicioso dor-retenção-dor, o paciente sente dor para defecar, retém as fezes e sente ainda mais dor e retém mais fezes. E por fim, existe o fator emocional que também tem implicância. AINDA SOBRE A FUNCIONAL... ● A constipação funcional só é superada em prevalência pelas causas orgânicas no período neonatal (se você ver um RN, um neonato com constipação, esse RN muito provavelmente tem uma causa orgânica que explica essa constipação e não uma causa funcional... pode ser uma fibrose cística, um hipotireoidismo congênito, um megacolon congênito e por ai vai). ● Outro ponto é verificar se realmente o paciente está com constipação verdadeira, porque paciente pode estar sendo amamentado exclusivamente ou predominantemente e ficar 3 dias ou mais sem evacuar, mas quando evacua as fezes são moles e não duras, então é normal isso, não é constipação e as vezes a mãe chega dizendo que o filho está ressecado quando na verdade é normal isso. ● Existem 3 períodos susceptíveis a constipação: 1. após a introdução de cereais e alimentos sólidos, então a mãe introduz a alimentação complementar errônea e a ainda amamenta o filho, porém esquece de dar água a criança e isso é um fator que pode implicar na constipação... as vezes a gente pergunta a mãe como eram as fezes antes da introdução alimentar e ela diz que eram molinhas e pastosas, e que percebeu essa mudança para fezes endurecidas após a introdução alimentar... ou seja, erro alimentar... quando começar a alimentação complementar, GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC é preciso ofertar água além do leite também; 2. treinamento de esfíncteres (capacidade de retenção); 3. início da escola. OS ACHADOS QUE FALAM A FAVOR DE CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL ● Aparecimento coincide com mudança de dieta, ou com treinamento de esfíncteres, ou ainda com evacuações dolorosas; ● Entrada na escola e início precoce do treinamento de controle do esfíncter; ● Comportamento coincidiu com uma retenção fecal e fezes endurecidas (alguma alteração emocional); ● Boa resposta com uso de laxativos convencionais. ● OBS: devemos pensar em constipação refratária quando a gente esgota todos os tratamentos de forma adequada para constipação funcional e ainda assim a criança permanece com constipação... nesse caso a gente começa a pensar em causas não funcionais para essa constipação. DIAGNÓSTICO DE CONSTIPAÇÃO ● É imprescindível realizar uma anamnese detalhada vendo a frequência das evacuações (como a gente viu, a diminuição no número de evacuações pode ligar um alerta para constipação), formato e consistência das fezes (fezes mais endurecidas), se tem dor, dificuldade e esforço para evacuar, escape (é a incontinência fecal retentiva... aqui o paciente não tem controle sobre essa perda involuntária das fezes... a mãe refere fezes na cueca e na calcinha com frequência... isso ocorre quando fezes moles que estão sendo formadas escapam pela lateral do coco duro), podemos utilizar a escala de bristol (abaixo) para identificar o aspecto das fezes e aí a gente mostra ao paciente para ele dizer o aspecto das fezes dele, além disso a gente tem que ver se o paciente faz uso de algum medicamento e quais são, além das doses do medicamento, pois podem ter implicância no quadro de constipação. ● Os tipos 1 e 2 são típicos de constipação, enquanto o tipo 3 você tem que ficar alerta, é limítrofe. ----------------------------------------------------------------- ● No exame físico a gente precisa pesquisar distensão abdominal, ver se tem massas palpáveis (principalmente em fossa ilíaca esquerda que você pode palpar fezes endurecidas), fazer uma inspeção anal, perineal e sacral (procurando fístulas, lesões e fissuras anais) e o toque retal para ver fezes impactadas na ampola retal (atenção que o toque retal ele não é mandatório, você só vai fazer se você pensar que a causa da constipação é uma causa orgânica ou você pensava que era funcional, passou tratamento e a criança continua tendo constipação, aí você lança mão do toque retal... então você vai ver se tem fezes na ampola retal, se tem fecaloma e tal – uma observação é que pacientes geralmente com megacolon possuem ampola retal vazia, isto é, sem fezes). CONSIDERAÇÕES SOBRE DIAGNÓSTICO INCONTINÊNCIA FECAL RETENTIVA VS INCONTINÊNCIA FECAL NÃO RETENTIVA ● A incontinência fecal retentiva é diferente de incontinência fecal não retentiva... vamos lá, a incontinência fecal retentiva (soiling ou escape) ocorre em 80% dos casos e esse tipo de incontinência existe o escape de fezes na calcinha ou na cueca da criança, mas ela não tem controle GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC sobre isso, ou seja, acontece de forma “espontânea”, até mesmo durante o sono da criança e essa questão de acontecer até no sono a gente acaba diminuindoa suspeita para encoprese (veja a seguir)... além disso a mãe percebe as vezes não como uma freada esse escape, mas como se fosse uma diarreia quando na verdade a criança tem uma constipação | Já a incontinência fecal não retentiva (pode ser por encoprese que é um ato completo de evacuação em locais inadequados, isto é, a criança tem o controle de evacuação, faz a evacuação completa, porém em locais inadequados e essa incontinência não é algo digamos assim, fisiológico, é algo psicológico, a criança tem uma situação psicológica que ela acaba evacuando em locais inadequados, então ela está na sala de aula, decide ir até o canto da sala e faz bosta, tipo isso, loucura né? e a outra forma de incontinência fecal não retentiva ocorre por alterações neuromusculares no caso de pacientes com mielomeningocele por exemplo) ocorre em 20% dos casos e não é um padrão de constipação. DISQUESIA DO PACIENTE ● Acontece mais comumente em crianças com menos de 6 meses, então a partir dos 6 meses melhora um pouco essa condição. ● A disquesia é caracterizada pelas fezes amolecidas precedida de esforço por 10 min... isso acontece por dificuldade do lactente em ter controle da contração do abdome e relaxamento do assoalho pélvico na hora de fazer bosta, e aí a mãe acha que o filho está ressecado porque ele faz muita força para defecar... nesse caso a gente pergunta o aspecto das fezes e se for molinha, a gente diz que é normal e que melhora depois dos 6 meses. PSEUDOCONSTIPAÇÃO INTESTINAL ● Ocorre no paciente com aleitamento materno exclusivo ou predominante. ● Comum em 5% dos lactentes, com menos de 3 evacuações por semana, porém o que chama atenção é que as fezes são amolecidas, sem dor ou dificuldade... então a mãe fica louca achando que o filho tem constipação porque ele não está fazendo bosta todos os dias quando na verdade é normal... lactentes em aleitamento materno exclusivo ou predominante pode ficar de 3 dias a 3 semanas sem evacuação e isso é normal quando as fezes saem e você percebe que são pastosas. CRITÉRIOS DE ROMA IV – CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL ● Como a principal causa de constipação é a constipação funcional, então ele entra nos critérios de roma IV. Para dar o diagnóstico então são utilizados esses critérios. Esse quadro é para menores de 4 anos. ● São os mesmos critérios dos menores de 4 anos, porém aqui não tem a retenção porque a criança já entende (a não ser que tenha algum retardo no neurodesenvolvimento). ● ADENDO: uma coisa que as pessoas confundem é a SII com padrão de constipação e constipação funcional. Então existem 3 possibilidades para pessoa com SII: tem aquela com diarreia e constipação alternada, tem o intestino irritável só com diarreia e tem o intestino irritável só com constipação. Mas então, por definição o que é SII? Dor abdominal + alteração na frequência ou na aparência das fezes... então as vezes a criança tem constipação funcional, ela vai ter dor abdominal, tem alteração da frequência e tem alteração da aparência das fezes... como diferenciar da SII? Se você tratar para constipação funcional e a dor abdominal sumir junto com a constipação, é constipação funcional mesmo ... porém se a dor permanece, mas melhora a constipação, pensar em SII. GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC SINAIS DE ALARME ● Esses sinais de alarme abrem os nossos olhos para constipação orgânica, ou seja, abrem nossos olhos para constipação que não é funcional. ● Megacólon e fibrose cística pode dar eliminação de mecônio depois de 48h. Mas só porque eliminou 48h depois tem doença? Não! As vezes elimina o mecônio antes de 48h e mesmo assim tem doença... não é patognomônico isso, mas faz a gente pensar nesses diagnósticos. ● Distúrbios neuromusculares e doença celíaca – podem levar a atrofia glútea. ● Megacolón não tem fezes na ampola ao toque retal, mas tem o sinal do esguicho, isto é, ocorre a liberação de fezes explosivas quando a gente faz o toque retal. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ● Crianças com síndrome de down e crianças neuropatas que usam ou não anticonvulsivantes, podem ter uma lentificação de trânsito intestinal (hipomotilidade do trato). EXAMES SUBSIDIÁRIOS ● Geralmente a gente reavalia o paciente para ver se está dando certo tratamento 1 a 2 meses depois de iniciar a terapêutica. E o que vai determinar investigação com exames complementares? Se houver falha terapêutica, mas a gente tem que certificar que o paciente está fazendo o tratamento corretamente e se está na dose certa... as vezes a mãe vê melhora e começa a negligenciar o medicamento e aí a criança volta a apresentar quadro de constipação. ● Se eu não vi sinal de alarme e fator de risco para doença orgânica, não faço exames subsidiários. Passo tratamento e casa para esse paciente. Se você pensou que era funcional, passou o tratamento e não está melhorando, pode pensar logo que é orgânico, tem sinais de alarmes, pede exames. ● O básico inicial para a investigação/triagem se você tiver pensando em causa orgânica para constipação são os exames laboratoriais que envolve T3, T4 e TSH para investigar hipotireoidismo, o anti-transglutaminase pensando em doença celíaca (a gente pede o IgA anti- transglutaminase + IgA total porque se eu tiver um paciente com baixa de IgA, eu posso ter um falso negativo já que se eu não tenho IgA sendo produzido da forma correta, então se a criança tem doença celíaca, o IgA anti-transglutaminase não vai acusar nada), o teste do suor pensando em fibrose cística (eu não vou pedir esse teste de cara até porque não é em qualquer lugar que esse exame é feito, então eu só vou pedir se realmente eu tiver uma forte suspeita de fibrose cística) e eletrólitos. Então, se eu pedir isso tudo e não deu em nada, o próximo passo é eu pensar em megacólon (doença de hirschsprung – patologia em que as células ganglionares do reto e do sigmoide não são formada e dessa forma, essa região do intestino é incapaz de relaxar a musculatura, ficando contraída constantemente e isso acaba levando uma dilatação do intestino na parte a montante). ● Na investigação de megacólon, o exame padrão-ouro para diagnóstico é a biopsia de reto (o exame de acetilcolinesterase demonstrando seu aumento também GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC ajuda), porém a gente não vai sair pedindo para todos, a gente precisa de exames anteriores que aumentam a nossa suspeita por megacólon. O primeiro exame é a manometria anorretal que é um exame que você vai insuflar um balão na região anal e esse exame vai perceber se há ou não reflexo anorretal... quando existe ausência do reflexo anorretal, isto é, quando o esfíncter anal interno não relaxa, é um sinal que o paciente tem doença de hirschsprung.... uma limitação desse método é que em crianças pequenas, menos de 1 mês de idade, ela ainda não tem o reflexo bem estabelecido e pode dar falso negativo... além disso, nos casos de pacientes constipados de longa data, pode ser que a gente tenha que insuflar o balão de forma muito exacerbada para ver o reflexo inibitório anorretal e isso as vezes pode dar falso negativo... ou as vezes a criança não colabora com o exame ou não insuflou o balão da forma correta. Em tese, a manometria deve ser o primeiro exame a ser escolhido na investigação do megacólon, mas as vezes é difícil e aí a gente tem o segundo exame de escolha que é o enema opaco, um exame feito sem preparo porque o intestino precisa tá com bosta para eu ver a dilatação no RX.... então a gente coloca um contraste via retal e radiografa como na imagem acima... Onde estiver dilatado é onde tem células ganglionares ainda e o local estenosado é onde não tem as células ganglionares. Esse exame tem limitações, ele pode não dar o diagnóstico porque precisa ter muito tempo de doença para aparecer a alteração na radiografia depois da injeção do contraste, então esse exame não tem uma acurácia como a biópsia,mas pode dar um indicio de megacólon para que a gente possa submeter o paciente a uma biopsia para confirmação. Outro exame é o RX de abdome que a gente faz mais na emergência para ver algum padrão de obstrução (abdome agudo obstrutivo) ou suspeita de impactação de fezes, porque as vezes você não consegue palpar coco ou nem conseguiu fazer o toque real porque a criança não deixou. ● OBS 1: megacólon funcional o paciente tem um comportamento retentivo e tem distensão da ampola retal e megarreto. ● OBS 2: O ideal é fazer manometria antes do enema na investigação do megacólon. TRATAMENTO DESIMPACTAÇÃO DO FECALOMA ● Se está impactado, vários dias sem fazer coco, preciso tirar esse fecaloma de uma forma mais agressiva, sendo que eu posso fazer tanto por via retal ou oral, vai depender do paciente. No ambulatório geralmente a gente decide por uma abordagem de tratamento oral e na emergência uma abordagem de tratamento retal (porque na emergência eu quero fazer algo urgente, rápido). ● Por via retal fazemos o fosfoenema que são os enemas de fosfato. Por apresentar fosfato, não devemos fazer em crianças menores de 2 anos para não dar distúrbio eletrolítico (hiperfosfaemia e hipocalcemia) e nem para quem tem alteração renal. Então nessas crianças menores, a gente utiliza os minienemas que são compostos por sorbitol ou você pode oferecer solução glicerinada. Lembrando que supositório de glicerina não vai ajudar na desimpactação. ● Lembrando que o objetivo é 1 a 2 evacuações moles por dia, usando o enemas por 2 a 5 dias para depois entrar com o tratamento de manutenção. ● Por via oral vamos utilizar o polietilenoglicol, geralmente a composição já pronta tem eletrólitos e pode causar distúrbio hidroeletrolítico em crianças menores (lactentes até 2 anos), então você pode tá fazendo formulação sem eletrólitos que é o PEG 4000 que é sem eletrólitos para usar nas crianças menores que 2 anos (mas nas maiores de 2 anos pode usar também... não tendo eletrólitos, pode fazer a festa com todo mundo). ● Agora eu já liberei a bosta toda do paciente, o que eu faço? Eu faço a terapia de manutenção! GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO ● Quanto tempo de terapia de manutenção o paciente fica? É variável... pode ficar de 2 meses a 2 anos fazendo tratamento de constipação. Então o ideal é ter 2 ou 3 evacuações ao dia, ou defecar dia sim e dia não, desde que ele tenha um padrão de coco bom (entre um vatapá e uma bananinha comprida) ... se o paciente consegue isso por um período de 2 meses durante o tratamento, a gente avalia a suspensão do medicamento. ● OBS: Geralmente o paciente fica 3 meses tomando o medicamento... 1 mês ajustando a dose e 2 meses com um padrão de evacuações bom. ● Óleo mineral a gente não usa em neuropatas e lactentes por risco de aspiração e consequente pneumonia lipoidica. ● A gente pode ser o PEG como tratamento, é o primeiro de escolha, é o mesmo PEG utilizado lá para desimpactação, porém em dose menor. ● A segunda escolha é a lactulose, a único coisa ruim é que causa distensão, dá muito gases e é até mais caro que o PEG. ● Leite magnésia o problema é o distúrbio eletrolítico que ela pode causar, e além disso pode aumentar o peristaltismo... e qual o problema de aumentar o peristaltismo? Remédios que estimulam peristaltismo não são legais para tratar constipação, porque a longo prazo pode levar a distúrbios de motilidade intestinal. ● Naqueles pacientes que não tem uma constipação grave, a gente pode tentar um tratamento mais conservador, tentando fazer mudanças de hábitos. Mas esses as orientações nutricionais servem para todo tipo de paciente com constipação. ● Essa questão de aumentar a ingesta de fibra e água não é bem assim... veja, a questão é você ajustar a quantidade de fibras e de ingesta de água para o basal do paciente, para o que é necessário para o paciente e não necessariamente ultrapassar o limite de normalidade para aquele paciente... geralmente quem faz o cálculo para determinar a quantidade mais exata é o nutricionista. ● Muito contraditório o uso de prebioticos e probióticos, não tem um nível de evidência muito bom. ● Em pacientes com menos de 2 anos que você faz o tratamento e não resolve, você faz os exames de investigação e não dá em nada, podemos pensar na alergia a proteína de leite de vaca, importante porque pode causar proctite e colite. ● Tem que botar um banquinho para a criança se apoiar... se ficar nessa aí de flutuando no vaso sanitário, por questões anatômicos, você dificulta o trânsito intestinal. CONCLUSÕES ● Prevalência de constipação crônica é bastante elevada na população pediátrica – maioria funcional. ● Constipação com sinais de alarme – indicador de ampliar investigação. GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC ● Pensar em causa orgânica para esse paciente por conta de alteração de baixo peso e baixa estatura para idade. ● A gente não pensa em megacólon para esse paciente porque teria uma apresentação mais cedo da doença e teria a ampola retal vazia. ● OBS: SII melhora a dor com a defecação, então não leva a nossa suspeita para esse lado. ● A) Verdadeira porque como eu falei antes, sempre que a gente pensar em causa orgânica, a gente vai pedir incialmente esses exames laboratoriais de triagem. ● B) Estaria certa se eu pensasse em intolerância para esse paciente. ● C) Estaria certa se eu pensasse em SII. ● D) se eu pensava em funcional ● E) Está errada porque não seria o exame ideal o enema.
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