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A ONDA

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Analisar questões éticas suscitadas pelo filme “A Onda” (Die Welle)
1)A questão do Poder:
 Da mesma forma que percebemos uma hierarquia social nas interações dos personagens, precisamos reconhecer que o instrumento utilizado para que essas hierarquias possam ser estabelecidas é o poder de uns sobre os outros. 
O poder é um conceito humano complexo que estabelece a possibilidade de um indivíduo ou grupo de realizar uma tarefa de seu desejo sem um empecilho de condições externas ou terceiros. Assim, dentro das relações socialmente constituídas no filme, percebemos que o poder pode ser determinado principalmente pela condição econômica e principalmente por contado posicionamento ideológico do indivíduo dentro das relações. 
Essa análise torna-se fundamental porque, diante de um conflito apresentado para um personagem, podemos perceber que a tendência a explicar que a exploração do indivíduo ocorre, por exemplo, por conta da falta de ética daquele que explora. Afinal, essa percepção é superficial, uma vez que a ética é uma condição relativa diante do poder que o sujeito possui dentro das interações sociais. 
Infelizmente, percebemos que alguns conceitos éticos estabelecido dentro das interações sociais do filme pode não ser seguido, de acordo com o poder que a pessoa tem diante do espaço social. Dessa maneira, percebemos que a análise do poder social dos personagens é até mais importante do que a observância de como a ética ou a sua falta influencia dentro de um contexto.
Assim, se a perspectiva teórica do filme afirma que o alicerce da sociedade é o padrão ético, a perspectiva prática da vivência social demonstra que as ações humanas são determinadas pelo poder que os indivíduos dispõem, independentemente de ser ele um poder pautado ou não em padrões virtuosos.
 Podemos observar, assim, que quase todo conflito social narrado no filme é a tentativa de requerer direitos- tomados por aqueles que têm poder - ou a busca de não perder espaços de poder, quando grupos socialmente privilegiados acreditam estar sendo silenciados por serem questionados por suas condutas antiéticas, que apesar de inadequadas sempre foram aceitas por conta do lugar que esses indivíduos ocupam e não por serem posturas aceitáveis. 
2) Os processos sociais que tornam uma pessoa mais suscetível a cometer maldades com outras pessoas:
Poderia dedicar um bom tempo para discutir as possíveis definições para palavra “ética” em relação aos acontecimentos do filme, no entanto, será mais prático e relevante debater a respeito de como a moralidade conduz e determina os diversos comportamentos e condutas dos indivíduos em um espaço social como retratado no filme. Ao falarmos de moral, estamos discutindo, necessariamente, um código de regras e condutas que determinam as ações dos personagens ante as diversas circunstâncias sociais no roteiro do filme.
A grande questão em torno da moralidade no filme é o fato de que, enquanto compreensão social coletivamente compartilhada, ela não possibilita ao sujeito/personagem a oportunidade de questionamento. Assim, podemos observar que sociedades e ambientes, como exemplo do filme, muito ligadas à manutenção de seu código moral, constantemente podem ser palco de uma vivência opressora e violenta para as pessoas inseridas nesse meio.
O contexto em que surge essa observação se dá, principalmente, pela compreensão de que a defesa do código moral no espaço social, no caso escola, se constrói pela precária lógica da imposição da verdade de alguém – ou de um grupo – sobre os demais. Porém, qualquer análise social madura consegue perceber que a verdade, principalmente quando se fala de condutas individuais, nada mais é do que um ponto de vista. O problema da moralidade não é o código em si, mas o equívoco social que faz com que determinados personagens absorvam que o mais adequado para toda as pessoas seja a imposição dessa compreensão de conduta.
Todo esse quadro no filme a respeito da moralidade faz perceber que há, no espaço coletivo, uma distorção sobre o conceito de moral. A grande maioria dos personagens não consegue perceber que ao defenderem que os demais tenham maior respeito pela moralidade, estão, na verdade, dizendo que os outros só estariam agindo da forma correta quando obedecessem aos valores e os códigos daqueles que estão reclamando. Desse modo, fica claro que quando alguém diz que determinada pessoa não tem moral, somente está afirmando que esse indivíduo supostamente imoral apenas não segue as regras morais de quem o está criticando.
Portanto, fica claro que um dos processos socias que tornam uma pessoa mais suscetível a cometer maldades com outras pessoa, são os diversos comportamentos em relação a moralidade e condutas ao qual aquele ser humano foi criado que determina suas ações sendo aprovadas ou não. 
2) Destaque uma fala ou situação no filme que exemplifica cada um destes aspectos e explique o porquê da escolha de cada uma destas falas/situações:
A) A questão do Poder:
Podemos destacar a cena onde o professor, manda o aluno Marco se sentar, e o mesmo, obedece ao pedido do líder sem hesitar, já que toda classe está de acordo com o movimento, enquanto isso o professor começa a pregar um discurso que havia anos que a Alemanha vinha piorando, afirmando que a população havia saindo perdendo com a globalização, e complementa que os políticos pregavam que as pessoas deveriam trabalhar mais e mais. Marco por sua vez, se levanta e diz: “...você não pode me impedir de dizer a verdade...” por fim o professor, em sua posição autoritária, afim que se alguém for contra com o movimento será arrastado por ele.
A escolha desse cenário, pode ser facilmente justificado pelo ato de apresentar o poder sobre determinado grupo como uma imposição de conduta, impondo aos demais uma postura de acreditar que o movimento seja a única forma legitima de progressão da sociedade. Esse trecho do filme pode ser facilmente observado na frase de ROLAND Madame, onde diz que é “Mais fácil não dar o poder a certos homens do que impedir que abusem dele”.
B) Os processos sociais que tornam uma pessoa mais suscetível a cometer maldades com outras pessoas:
Podemos destacar, a situação do personagem referente ao seu comportamento, onde Marco é namorado de Karo e leva uma vida familiar problemática. Quando ele encontra conforto na Onda, mas a companheira rejeita aquele sistema, o comportamento do adolescente se altera e se torna agressivo.
A escolha desse contexto, pode ser associado, aos processos que tornam uma pessoa a fazer maldades, no caso exposto, a maldade seria ter um comportamento agressivo diante dos outros personagens. Determinada situação, é fruto inegável de como a moralidade conduz e determina os diversos comportamentos e condutas dos indivíduos em um determinado espaço social.
Marilena Chauí por sua vez nos diz que a ética é exercício, ou seja, ela nos aponta para ideia de que a ética não está pronta. Dessa forma a conduta do personagem, nos mostra a ética como uma ferramenta, um sistema de pensamento e um modo de agir que possibilita ao sujeito, no caso personagem, a encontrar a melhor resposta possível a partir das diferentes situações sociais que se apresentam para ele.
Assim, é interessante perceber que qualquer tema, processo social que venha atingir uma pessoa a ter determinado comportamento, nos propõe que sempre haverá um fundo ético. Logo, é perceptível que a resposta do código moral não analisa as diferentes situações, sempre demostrará uma compreensão prévia e regida na verdadeira realidade.
3) Relacione o tema do filme e sua análise a acontecimentos recentes no mundo, explicando o porquê desta relação.
Duvidando ser impossível seduzir-se com a alienação de um governo ditatorial, um grupo de estudantes aceita o desafio proposto por seu professor de simular algumas características que se assemelham a essa forma de governo.
O projeto de manipulação ideológica do filme “A Onda”, de 2008, prova o quão suscetível é um grupo de pessoas a serem manipuladas em defesa de uma ideia. A mesma proposta de alienaçãosocial ocorre diariamente no Brasil, haja vista o poder que os grupos difundidos pela mídia possuem. Esse cenário é fruto inegável da autoridade de empresas que detêm o controle da informação brasileira. Assim, entre os pretextos que dão sustento a essa causa, estão a falta de regulamentação da mídia e o fraco papel da escola em construir indivíduos críticos.
A mídia, que engloba a imprensa, tem função social de grande relevância, já que é por meio de seus relatos que os sujeitos podem agir e reagir diante do quadro político em que estão inseridos. 
A mídia, por sua vez, consegue, por meio de estruturas e recursos, repetir exaustivamente ideias semelhantes que compõem um mesmo conjunto ou sistema ideológicos de discursos que tem como objetivos convencer e com amplo poder de alienar determinado público, de forma insistente até convencer que seus emissores acreditem naquela ideia ou comprarem determinado produto. Assim, observamos o imenso poder da mídia em relação aos indivíduos, agindo como espécie de manipulação, se comparamos com filme. 
Em relação ao fraco papel da escola em construir indivíduos críticos, podemos destacar o ensaio “Pedagogia do Oprimido”, do educador Paulo Freire ao qual estabelece uma criteriosa análise a respeito de como o sistema educacional não apresenta o compromisso de emancipar o sujeito aprendiz, mas apenas coagi-lo a uma obediência servil alicerçada por conhecimentos meramente técnicos e práticos. Para Freire, a educação foi reduzida a uma ferramenta opressora que serve aos interesses das elites para perpetuar a naturalidade de um sistema de alienação e da exploração sofrida pelos indivíduos.
Portanto, a ideia da mídia e o fraco papel da escola em construir indivíduos críticos, tem relação direta com o filme, devido em ambas situações apresentar um sistema implícito autoritário de poder, fazendo com que as pessoas inseridas acreditem e comprem a ideia de algo bom, ao qual no entanto poderá arcar com diversas consequências que não são abordadas, fazendo somente que acreditem que aquele movimento resolverá de forma parcial e ou total aquela situação, como se fosse a salvação do sistema que estão inseridos.
Essa situação refletirá severamente na conduta das pessoas, são situações distintas, mas a essência é a mesma, a avaliação da conduta dos indivíduos é um hábito constante na análise das problemáticas sociais. Assim, percebemos que é comum que as pessoas sejam oprimidas quando a sociedade ou aquele que tem poder tenta impor ou normatizar suas respectivas condutas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONDADORI, Caetano.O Grande Livro das Citações.Goiânia, 2018.
HABERMAS, Jorge. A ética da discussão e a questão da verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
FONSECA, João José Saraiva. FONSECA, Sonia Maria Henrique Pereira. Ética. Sobral, 2016.Disponível em: https://md.uninta.edu.br/geral/etica-v2/pdf/Etica.pdf>.Acessoem:20 nov.2021.

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