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DIREITO APLICADO A NEGÓCIOS A2

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DIREITO APLICADO
A NEGÓCIOS
Me. Marcia Teodoro
INICIAR
introdução
Introdução
Conforme estudamos no capítulo anterior, sociedades são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas por pessoas naturais ou jurídicas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica com o objetivo de lucro que deve ser repartido entre si (art. 981, CC). Assim, pessoas se reúnem com o intuito de desenvolverem atividade empresarial de caráter mercantil, com a distribuição proporcional de ônus e bônus advindos da atividade empreendida.
Ressalte-se que – apesar da regra geral dizer respeito à união de pessoas para consecução das atividades empresariais, ou seja, pluralidade de sócios – existe exceções em que uma sociedade empresária poderá ter como sócio uma única pessoa, como é o caso da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada; da continuidade de uma sociedade, por determinado prazo, em caso de redução de sócios a apenas um (hipótese chamada de unipessoalidade temporária); e da sociedade subsidiária integral, sociedade anônima com um único acionista (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 41-42).
Neste capítulo, analisaremos as principais espécies de sociedades. Bons estudos!
Sociedade
As sociedades se constituem a partir da vontade dos sócios em empreender em determinada atividade empresarial de forma conjunta.
O ordenamento jurídico apresenta alguns tipos de sociedades,  dentre elas as simples e as empresárias.
Sociedade empresária é aquela que tem por objeto o exercício de atividades típicas do empresário sujeito a registro (art. 982, CC). As sociedades simples, por outro lado, são aquelas personificadas, não empresárias, que desenvolvem atividades em que não é possível se identificar a organização dos fatores de produção, uma vez que se constituem de pessoas exercendo suas profissões, relacionadas a prestação de serviços de natureza intelectual, científica, literária ou artística. Ou seja, quando a sociedade desenvolver atividade não caracterizada como empresa, será considerada simples, normalmente  encontrada em sociedades de contadores, médicos, músicos e profissionais liberais de forma geral. (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 46).
Focaremos nossos esforços no estudo das principais espécies de sociedades empresárias. Para tanto, dividiremos o estudo entre as não personificadas (irregulares) e personificadas (regulares). São sociedades não personificadas aquelas sem o devido registro de seu ato de criação, de forma que  a elas é atribuída a qualidade de sociedade, mas não de pessoa jurídica, como é o caso da sociedade em comum e a sociedade em conta de participação, que serão tratadas na sequência. Por outro lado, são personificadas (regulares), aquelas dotadas de personalidade jurídica, ou seja, devidamente registradas em órgão competente e aptas à aquisição de direitos e obrigações (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 44).
Sociedades não personificadas
São aquelas sociedades não registradas, despidas de personalidade jurídica.
Sociedade em Comum/de fato/Irregular
Tratam-se de sociedades cujos atos constitutivos não foram devidamente inscritos, razão pela qual lhes falta personalidade jurídica.
Ou seja, apesar de não possuírem personalidade jurídica, configuram-se como empresários e desenvolvem atividade empresarial. Assim, a partir do exercício da atividade, com a aquisição de bens e dívidas, é constituído um “patrimônio especial”, referente ao patrimônio comum entre os sócios e construído a partir do vínculo societário (art. 988, CC).
Em regra, é o patrimônio especial que inicialmente responde pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, de forma que os credores ficam adstritos inicialmente a eventual adjudicação ou penhora em relação a este conjunto de bens e apenas após há a possibilidade de se buscarem bens pessoais dos sócios.
Apesar disso, importante apontar que todos os  sócios  respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais e, como forma de tornar ainda mais rigorosa sua responsabilidade, o Código Civil trouxe expressa exceção  à  regra anteriormente exposta ao excluir o benefício de ordem sobre os bens daquele que contratar pela sociedade, que responde de forma direta pelas obrigações sociais assumidas (art. 990, CC). Isso quer dizer que seus bens particulares são diretamente correlacionados a débitos, sem que antes se busque obrigatoriamente solvê-los através dos bens da sociedade.
Assim, os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer (art. 989, CC).
Além disso, os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente  por escrito podem provar a existência da sociedade. Por outro lado, são resguardados os interesses de terceiros, que podem provar a existência da relação societária de qualquer modo admitido em Direito, como testemunhas, gravações ou até mesmo mensagens eletrônicas, por exemplo (art. 987). 11,25
Trata-se de uma espécie menos utilizada e aplicam-se subsidiariamente às sociedades em comum as normas da sociedade simples compatíveis com esta espécie societária (art. 986, CC).
Sociedade em conta de participação
Sociedade sem personalidade jurídica que possui duas espécies de “sócios– o ostensivo, que é aquele que exerce a atividade constitutiva do objeto social em seu próprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade, e  o sócio participante,  que investe na sociedade com objetivo de participar dos resultados” (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 54).
Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Nesse sentido, obriga-se perante terceiros apenas o sócio ostensivo e, exclusivamente perante este, o sócio participante, tudo conforme contrato social firmado entre os sócios (art. 991, CC).
Ao contrário da sociedade em comum, a constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito (art. 992), justamente por haver um contrato social, que por não ser registrado, produz efeito apenas entre os sócios.
Saliente-se que a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade, o que contrariaria sua essência. No mesmo sentido, sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier (art. 993, CC).
Esta espécie também possui o chamado “patrimônio especial”, que será consubstanciado pela contribuição do sócio participante com a do sócio ostensivo (art. 994, CC). Ao contrário da sociedade em comum, entretanto, sua especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios e a falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
Por referir-se a uma espécie empresarial que possui fortes vínculos com contratos de investimento, a regra geral é de que salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais (Art. 995, CC).
Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e  no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples me a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual (art. 996, CC). 11,25
Por fim, por se tratar de uma sociedade despersonalizada, não conta com nome empresarial.
Sociedades personificadas
São aquelas sociedades personificadas (regulares), ou seja, dotadas de personalidade jurídica.
Sociedade em nome coletivo
Trata-se de espécie societária que admite como sócio apenas pessoa natural, que responde solidária e ilimitadamente com seupatrimônio pelas obrigações sociais assumidas pela sociedade, de forma subsidiária e em caráter solidário (ALCANTARA, 2017, P. 54).
Nela, os sócios ficam vinculados à constituição e inscrição de contrato social, através do qual os sócios podem, desde já, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Eventual limitação de responsabilidade, entretanto, é oponível apenas entre os sócios, não perante terceiros, sendo que também pode ser fixada por convenção posterior, desde que de forma unânime.
Exatamente em razão da amplitude da responsabilidade dos sócios em relação às obrigações assumidas é que sua administração compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes (art. 1.042).
Nesse sentido, para a consubstanciação de seu nome é imprescindível no uso da firma social o respeito ao critério da veracidade ou autenticidade, de forma que somente os nomes dos sócios de responsabilidade ilimitada poderão figurar, bastando para formá-lo aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura (art. 1.157, CC).
saiba mais
Saiba mais
Você sabia? A vontade, ou intenção dos sócios de constituir e permanecer em uma atividade empresarial é denominada de affectio societatis. Trata-se de declaração expressa de vontade livre dos sócios em permanecer em uma sociedade.
A sociedade em nome coletivo é um ótimo exemplo que demonstra que  o “mais importante são as pessoas dos sócios e não o capital que cada um deles traz” (ALCANTARA, 2017, p. 55).
Com o intuito de proteger os negócios jurídicos pretendidos pela  presente espécie societária, eventual credor particular de sócio não pode, como regra geral, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota   do devedor. Poderá fazê-lo quando, por outro lado, a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; ou tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório (art. 1.043, CC).
No caso de falecimento de sócio, haverá a liquidação de sua quota-parte, salvo se o contrato dispuser de forma diversa, caso em que serão respeitadas as cláusulas pactuadas; se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido (art. 1.028, CC).
Por fim, sua dissolução ocorre de pleno direito pelas seguintes causas:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade  em  liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
Obs.:
Hipótese não aplicada no caso do sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requerer, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. (art. 1.033, CC).
Dissolve-se ainda, se empresária, pela falência (art. 1.044, CC).
Comandita Simples
Trata-se de espécie societária que também conta com dois tipos de sócios. O “sócio comanditado, que obrigatoriamente deve ser pessoa física, respondendo solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade” e o sócio comanditário, obrigado somente pelo valor de sua quota, ou seja, “responsável pelo aporte do capital, não tendo qualquer outra responsabilidade, especialmente perante terceiros” (ALCANTARA, 2017, p. 55).
Essa e as demais condições da sociedade devem ser devidamente discriminadas no contrato social.
Exatamente pela condição que separa as funções de cada tipo de sócio, não há que se falar da prática, do comanditário de atos de gestão, da mesma forma que seu nome não deve figurar na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado e com ele responder solidariamente. Por outro lado, ficam resguardadas sua faculdade de participar das deliberações da sociedade e fiscalizar as operações, além de ser constituído procurador da sociedade, desde que para negócio determinado e com poderes especiais (art. 1.047, CC).
Não há impedimento para a diminuição da quota do comanditário em consequência da redução do capital social. Entretanto, eventual modificação contratual somente produz efeitos quanto a terceiros após averbada no contrato, sempre sem prejuízos dos credores existentes (art. 1.048, CC).
Tendo em vista a impossibilidade de participação do sócio comanditário na administração da sociedade, este não possui o poder de interferência  nas  decisões da sociedade. Por essa razão, não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. Ademais, diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado o capital (art. 1.049, CC).
No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente (art. 1.050, CC). Por outro lado, a morte do sócio comanditado suscita o mesmo tratamento previsto aos sócios da sociedade simples, ou seja, será liquidada sua quota, salvo se o contrato dispuser de forma diferente; ou se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; ou ainda se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
A dissolução da sociedade ocorrerá nos mesmos casos em que na sociedade em nome coletivo e ainda quando, por mais de cento e oitenta dias, perdurar a falta de uma das categorias de sócios. Na falta de sócio comanditado,  os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante esse período e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração (art. 1.051, CC).
Por fim, aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis, de forma que aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade   em nome coletivo (art. 1.046 CC).
Comandita por ações
Trata-se de espécie societária com as mesmas características gerais da sociedade em comandita simples. Entretanto, há peculiaridades, uma vez que o sócio comanditado é, obrigatoriamente, um de seus acionistas, sendo todos os demais sócios comanditários (ALCANTARA, 2017, p. 73).
A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, rege-se pelas normas relativas à sociedade anônima (no que for compatível).
Tendo em vista que o sócio comanditado é o acionista da sociedade em comandita por ações, apenas ele é apto a administrá-la e, como diretor, responder subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. No caso da existência de mais de um diretor, serão todos solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais, sendo que o diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
Alcântara aponta a sociedade em comandita por ações como uma sociedade sui generis, por suas particularidades não serem encontradas nas demais. O autor ainda cita Negrão, que considera que
A intenção do legislador foi fazer coincidir o poder de gestão com a responsabilidade pessoal, além de favorecer, em particular, a ampliação da empresa individual permitindo-lhe obter recursos no mercado de capitais e possibilitando, por outro lado, que seu fundador conserve, com segurança, uma posição de estabilidade em sua direção (2017, p. 74).
Assim, apesar de pouco utilizada no mercado brasileiro, a sociedade em comandita porações também apresenta-se como viável possibilidade ao empreendedor que almeja uma sociedade por ações.
Por fim, seu nome empresarial pode ser formado por firma ou denominação. Caso adote denominação designativa do objeto social deverá ser aditada da expressão "comandita por ações". Caso seja adotada firma deverá ser constituído pelo nome do(s) diretor(es) e também seguido(s) da expressão “comandita por ações”. (art. 1.161, CC).
Sociedade Limitada
Trata-se de espécie societária que, como o próprio nome atesta, limita a responsabilidade dos sócios.
Sua natureza contratual “confere aos sócios maior liberdade de autorregular seus interesses por meio de ajustes no contrato social”  ((BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 73).]
Da constituição
A sociedade limitada constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, nos termos do art. 997 do Código Civil.
Do capital social
A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas na sociedade limitada, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Capital social É a soma das contribuições ajustadas pelos sócios para a formação do patrimônio da sociedade da qual fazem parte.
É através da celebração do contrato social que os sócios se obrigam juridicamente a transferir para a sociedade os recursos ajustados, subscrevendo o capital social. A partir da fixação do capital social, cabe aos sócios a realização do valor de suas cotas, ou seja, sua integralização, que se refere à real separação dos valores fixados. (ALCANTARA, 2017, p. 75).
Ademais, a forma por meio da qual ocorrerá a integralização do capital social depende do estipulado no contrato social, podendo ser feita imediatamente ou mediante prestações.
Por se reger, nos casos omissos pelas regras da sociedade simples, infere- se que o capital da sociedade, expresso em moeda corrente, pode compreender dinheiro ou espécie de bens ou serviços, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária, de maneira que devem ser representados por cifras de valor econômico (art. 997, CC).
O capital social conta com duas funções primordiais: uma interna e outra externa. “Internamente serve para fixar as relações patrimoniais entre os sócios, regulando suas participações nos riscos e lucros da sociedade. Externamente o capital representa a garantia de terceiros. (RETTO, 2006, p. 49).
A divisão do capital social é feita por cotas, que correspondem à contribuição devida pelos sócios para a formação do patrimônio da sociedade e representam proporcionalmente a quantificação dos direitos fundamentais dos sócios, ou seja, seus direitos sociais, políticos e patrimoniais, de acordo com a proporção que suas cotas (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 76).
Nesse sentido, Nelson Abrão afirma que
a palavra “quota” é, inequivocamente, adotada no sistema legal brasileiro com a acepção de “parte”, “porção”, “quinhão” de bens, com que o sócio contribui para a formação do  capital social. Tem, pois, significado genérico e aplicável a todos os tipos societários, não se circunscrevendo à sociedade limitada. (RETTO, 2006, p. 61).
Sobre o tema, importante salientar que aquele cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas (art. 1.007, CC) e, além disso, é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas (art. 1.008).
Ademais, uma vez integralizadas as quotas, pode ser o capital aumentado com a correspondente modificação do contrato. Entretanto, havendo deliberação e aprovação sobre o aumento do capital social, os sócios poderão exercer direito de preferência em até trinta dias após a deliberação para participar do aumento, na proporção de suas quotas. Decorrido o prazo da preferência e assumida pelos sócios, ou por terceiros, a totalidade do aumento, deve haver reunião ou assembleia entre os responsáveis, para que seja aprovada a modificação do contrato (art. 1.081, CC).
Em sentido contrário, também há a possibilidade da redução do capital, mediante a correspondente modificação do contrato, desde que:
I - depois de integralizado o capital social, se houver perdas irreparáveis;
Nesse caso a redução do capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas;
e II - seja excessivo em relação ao objeto da sociedade.
Nesse caso a redução do capital será feita restituindo-se  parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas (arts. 1.082 a 1.084, CC).
Eventuais modificações serão tomadas como efetivas a partir da  averbação no Registro Público de Empresas Mercantis da ata da assembleia que a tenha aprovado.
Do nome da Sociedade Limitada
A sociedade limitada pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura (art. 1.158, CC).
A firma deve ser composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social (art. 1.158, CC). E a denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios (art. 1.158, CC).
Observe-se que a omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade, sendo de extrema importância a observância das regras sobre o nome empresarial. (art. 1.158, CC).
Responsabilidade dos Sócios
As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato se este não fixar outra data e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais (art. 1.001, CC).
Ao passo que as a cotas são a quantificação dos direitos fundamentais dos sócios na Sociedade Limitada, também correspondem aos valores que estão dispostos a investir no negócio, de forma que a responsabilidade dos sócios é limitada ao capital subscrito e não integralizado de forma que todos respondem solidariamente por sua efetiva integralização. Por isso a integralização efetiva do capital é tão importante, pois significa o cumprimento da obrigação por parte dos sócios, que garante sua não responsabilização pessoal por eventuais dívidas da sociedade e consubstancia a autonomia patrimonial da Sociedade Limitada (BRANCHIER; MOTTA, 2014, p. 77).
Dentre as principais obrigações dos sócios, portanto, encontra-se a integralização do capital social e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Eventual mora, se verificada, poderá ocasionar, à critério da maioria, a busca por indenização ou a exclusão do sócio remisso, além da redução da quota ao montante já realizado.
Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários
Tópico interessante que sofreu mudanças recentes em nossa legislação, refere-se à resolução da sociedade em relação aos sócios minoritários, que também pode ser denominada de dissolução parcial.
Ocorre a resolução da sociedade quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade. Nesses casos, surge a possibilidade de sua exclusão mediante alteração do contrato social, desde que prevista exclusão por justa causa (Art. 1.085, CC).
Importante ressaltar, entretanto, que em virtude da gravidade do processo inerente à dissolução parcial, ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa (art. 1.085, CC).
Da Dissolução
Sua dissolução ocorre nos mesmos termos que a sociedade em nome coletivo e, ainda, pela decretação de falência (arts. 1.087, CC).
Sociedade Anônima
Trata-se de espécie societária com capital dividido em ações, em que a responsabilidade dos sócios ou acionistas élimitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Nela, a participação societária é livre, realizada através do ingresso do sócio nos quadros societários.
Características
A sociedade anônima é composta de acionistas que são os próprios  sócios da sociedade, que ao adquirirem suas ações ficam  obrigados a realizar,  nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas (art. 106, Lei das Sociedades por Ações – LSA).
Nesse sentido, importante se faz a subdivisão em dois momentos distintos da participação dos sócios na Sociedade Anônima. A primeira refere-se  à subscrição de ações, compromisso assumido pelo pretenso acionista ao  adquirir determinado tipo de ação. O segundo é a aquisição propriamente dita, ou seja, a efetivação da compra, o momento em que se paga pela subscrição efetuada (ALCANTARA, 2017, p. 61).
O acionista que não realiza os pagamentos nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, fica de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que o estatuto determinar, não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação (art. 106 §2º, LSA).
Tanto os prazos quanto os valores relativos ao pagamento, como regra geral, devem encontrar-se no estatuto ou no boletim. Se, entretanto, ambos forem omissos, cabe aos órgãos da administração efetuar a chamada mediante avisos publicados na imprensa, por três vezes, no mínimo, fixando o prazo, não inferior a trinta dias para o pagamento (art. 106 §1º, LSA).
Assim, a responsabilidade de seus sócios é limitada ao preço de suas ações. Sobre o tema, Camila Silva Nóbrega firma que
a grande diferença entre uma sociedade anônima e uma sociedade limitada é que a primeira restringe a responsabilidade do acionista à integralização da própria ação, ao passo que, na segunda, a responsabilidade  do  sócio é limitada à integralização da ação que subscreveu e também solidária até o limita que falta integralizar. Já o acionista remisso é aquele que não fez o pagamento das cotas previstas no estatuto, no boletim ou na chamada. (NÓBREGA, 2018, p. 73).
Ou seja, verificada a mora do acionista, a companhia pode, a sua escolha, promover contra o acionista e os que com ele forem solidariamente responsáveis (art. 108, CC), processo de execução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista (art. 107, LSA)
Por outro lado, remanesce responsabilidade solidária dos alienantes, sobre ações negociadas com os adquirentes pelo pagamento das prestações que faltarem para integralizar as ações transferidas, que apenas cessará, para cada alienante, no fim de 2 (dois) anos a contar da data da transferência das ações (arts. 5º a 7º, LSA).
Ademais, seu capital social é o investimento inicial à formação da sociedade empresarial, cujo valor deve ser fixado por plano de negócios  e  constar no estatuto social da companhia expresso em moeda nacional, cuja alteração deverá observar os preceitos legais da própria Lei de Sociedades Anônimas e do Estatuto, podendo ser formado por dinheiro ou qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
A Administração das Sociedades Anônimas atua como órgão deliberativo, independente e consultivo. Suas competências englobam: a fixação de orientação geral dos negócios da companhia; eleição e destituição dos diretores da companhia e fixação das atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; fiscalização da gestão dos diretores, exame, a qualquer tempo, dos livros e papéis da companhia, solicitação de informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; convocação de assembleia-geral quando julgar conveniente ou obrigatório; manifestação sobre o relatório da administração e as contas da diretoria; manifestação previa sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir; deliberação, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; autorização, a depender da possibilidade em estatuto, de alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; e escolha e destituição de auditores independentes, se houver (art. 142, LSA).
Além do exposto, a Sociedade Anônima ainda apresenta outras características, que foram retratadas de forma bastante acurada por Silvano Ales Alcantara, no livro Direito empresarial e direito do consumidor, vejamos:
• Mercantilidade: Independentemente da atividade a ser explorada, obrigatoriamente será sociedade empresária;
• Subsidiária integral: Pode instituir uma sociedade constituída por um só sócio, descaracterizando a regra máxima de que uma sociedade somente pode ser composta por duas ou mais pessoas;
• Denominação social: Deve utilizar como nome comercial a espécie denominação social, acrescido dos termos S/A, Cia., Sociedade Anônima e ou Companhia;
• Administração: Deve ser realizada por meio de órgãos bem definidos, como a Assembleia Geral, que é  órgão de deliberação, o conselho de administração e a diretoria, que são órgãos de execução, e o conselho fiscal, que é órgão de controle.
• Certificados: De acordo com o art. 23, da lei n. 6.0404/1976, poderão ser emitidos certificados para a materialização das ações, após terem sido cumpridas as formalidades necessárias ao funcionamento legal da companhia. (2017, p. 61-62).
Por fim, a Sociedade Anônima tem como composição básica pelo menos dois acionistas, com exceção, mediante escritura pública, à denominada subsidiária integral, em que todo o capital social é concentrado nas mãos de uma pessoa jurídica brasileira, (art. 251, LSA).
Do capital social
O capital social corresponde ao montante garantido pelos sócios para realização atividade empresarial. Nesse sentido, é o investimento inicial para se construir ou formar uma sociedade empresarial, ou seja, representa o recurso necessário para o início da atividade. [...] Sua integralização é o ato no qual os sócios, conforme sua cota-parte, integram o pagamento do valor estabelecido no capital social para a empresa. A quitação do capital social pode ser feita em dinheiro ou por meio de bens móveis ou imóveis passíveis  de serem avaliados em dinheiro (NÓBREGA, 2018, p.86).
Além disso, o estatuto da companhia fixa o valor do capital social, que é dividido em ações e pode ser aberto ou fechado. “Será aberto quando for possível negociar seus valores mobiliários na bolsa de valores ou no mercado de balcão, depois que forem devidamente registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Poderá também ser fechada, quando não registrarem seus valores mobiliários na CVM e, automaticamente, não os negociarem no mercado de valores”.
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Você sabia? A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
A CVM tem por finalidade:
i. - estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
ii. - promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais;
iii. - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da Bolsa de balcão;
iv. - proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado conta: a) emissões irregulares de valores mobiliários; b) atos ilegais de administradorese acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários;
v. - evitar ou coibir modalidade de fraude ou manipulaçâo destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
vi. - assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e às companhias que os tenham emitido;
vii. - assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores mobiliários;
viii. - assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional;
ix. - promover, disciplinar e fiscalizar a internacionalização do mercado de valores mobiliários, sem prejuízo da competência do Banco Central do Brasil no tocante à entrada e saída de recursos do País; * (Redação dada pela Portaria 312/88, de 16/09/88);
x. - cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho Monetário Nacional, e exercer as atividades que por este lhe forem delegadas. (Art. 3º, PORTARIA Nº 327, DE 11 DE JULHO DE 1977).
Vale apontar que são considerados valores mobiliários os títulos  emitidos pela Sociedade Anônima e disciplinados pela lei 6.385, de 1976, que dispõe:
Art. 2o São  valores  mobiliários  sujeitos  ao  regime  desta  Lei:
I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II;
III - os certificados de depósito de valores mobiliários; IV - as cédulas de debêntures;
V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
VI - as notas comerciais;
VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e
IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
Tratam-se, portanto, de recursos que podem ser negociados para alavancar os negócios da Sociedade Anônima.
Ações
Ações sãos títulos que representam partes da Sociedade Anônima e correspondem ao valor mobiliário mais importante da companhia.
No mesmo sentido, “acionista é o sócio de uma sociedade anônima ou de uma companhia. A origem do nome está nas ações que os sócios subscrevem, ou seja, com as quais eles contribuem para fazer parte do capital social de uma sociedade anônima” (NÓBREGA, 2018, p. 84).
É obrigação do acionista realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas, de forma que verificada sua mora, cabe à companhia, à sua escolha, promover contra o acionista, e “os que com ele forem solidariamente responsáveis (art. 108, CC), processo de execução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista” (arts. 106 e 107, LSA).
Sobre o tema, veda-se a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal, o que significa dizer que se desautoriza a emissão por valor inferior ao fixado para cada ação quando de sua emissão, independentemente do valor efetivamente pago, ou seja, de negociação. A título de exemplo, se o capital social de uma Sociedade Anônima é de R$100.000,00, divido por 1.000 ações, seu valor nominal seria de R$100,00.
Assim, é vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal, e a infração dessa regra importa a nulidade do ato ou operação e a responsabilização dos infratores, sem prejuízo da ação penal que no caso couber (art. 13, LSA).
Entretanto, nem todas as ações são exatamente iguais, pelo contrário, a Lei das Sociedades Anônimas as diferencia, de acordo com suas  espécies,  vejamos.
1. Ações ordinárias (ON):
Tratam-se das ações reservadas aos acionistas comuns e decorrem, simplesmente, dos direitos normalmente concedidos aos sócios, de forma que “os possuidores de ações ordinárias detêm os mesmos direitos e deveres entre
si, ao mesmo tempo conferindo-lhes o direito de voto nas assembleias gerais” (ALCANTARA, 2017, p.65-66).
Estas ações se dividem em classes, o que significa dizer que se dividem entre si, de acordo com os direitos e restrições definidos pelo estatuto da pessoa jurídica.
Assim, as ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função da possibilidade de conversão em ações preferenciais; exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou o direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos  administrativos (art. 16, LSA).
Com o objetivo de se resguardar as diferenças estipuladas em princípio, a alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for expressamente prevista e regulada, requererá a concordância de todos  os  titulares das ações atingidas.
2. Ações preferenciais (PN):
São ações especiais em relação às ordinárias. Englobam preferências que podem consistir em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou na acumulação das preferências e vantagens mencionadas.
Seus titulares podem, ainda, não ter direito a voto, já que a Lei 6.404/1976 determina a possibilidade de se emitir esse tipo de ação sem direito a voto até o limite e 50% (cinquenta por cento) do total de ações emitidas. Mas o direito de votar pode ser adquirido se a sociedade, no prazo estipulado em estatuto (que não pode ser superior a três anos  consecutivos), não pagar os dividendos fixos ou mínimos devidos ao acionista, sendo que tal direito permanecerá até o recebimento dos dividendos atrasados. (ALCANTARA, 2017, p.65-66).
3. Ações de fruição:
São ações totalmente amortizadas distribuídas  aos acionistas.
É necessário que, primeiramente, o acionista seja titular de ações ordinárias ou preferenciais. Além disso, dispondo e permitindo o estatuto da sociedade, ele poderá amortizar suas ações, ou seja, receber seus valores e transformá-las em ações de fruição, as quais lhe conferem os mesmos direitos que detinha enquanto titular da outra espécie de ação. Porém, não poderá participar da partilha do acervo se for dissolvida a sociedade, pois já terá recebido esse valor em virtude da amortização realizada. (ALCANTARA, 2017, p. 65- 66).
As ações ordinárias ou preferenciais ainda podem ser classificadas em nominativas e escriturais.
As ações nominativas são aquelas cuja propriedade presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações e são transferidas por endosso do titular ao comprador no certificado (art. 31, LSA).
As ações escriturais são aquelas que não contam com certificado, de  forma que são representadas por lançamento contábil em contas de depósito em nome de seus titulares, na instituição que designar, sem a emissão de certificados. Sua negociação ocorre, portanto, apenas por comunicação escrita à instituição financeira (art. 34, LSA).
Ademais, o estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, determinando as condições e o modo de proceder-se à operação (art. 44, LSA).
O resgate consiste no pagamento do valor das ações e sua retirada definitiva de circulação, com redução ou não do capital social. Mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às ações remanescentes (art. 44, LSA).
Por outro lado, na amortização há a distribuição aos acionistas, de forma antecipada e sem redução do capital social, de valores aos quais fariam jus emcaso de liquidação da companhia. Nesses casos, as ações permanecem com seustitulares. Saliente-se que a amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas as classes de ações ou só uma delas (art. 44, LSA).
Por fim, o reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia-geral o valor de suas ações. “Isso ocorre porque, nesse caso, haverá uma discordância de alguns acionistas em relação às decisões tomadas em assembleia pela maioria, ficando essas ações em carteira para eventual e futura venda, podendo também ser canceladas, com a necessária redução do capital social. (ALCANTARA, 2017, p. 67).
Dissolução
Haverá a dissolução da Sociedade Anônima de três formas distintas, de pleno direito, por decisão judicial ou por decisão de autoridade administrativa competente.
Assim, nos termos do art. 206, a dissolução da Sociedade Anônima ocorre
I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembleia-geral (art. 136, X);
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembleia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
II - por decisão judicial:
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;
III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma previstos em lei especial.
Cabe apontar que a dissolução por vontade dos acionistas deve respeito à regra do art. 136 do Código Civil, que impõe quórum qualificado para a decisão. Nesse sentido, é necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre dissolução da companhia (art. 136, X, CC).
Importante detalhe diz respeito à morte de seus acionistas, que não importa o encerramento da pessoa jurídica. Pelo contrário, as ações passam a ser de titularidade de seus sucessores. No mesmo sentido, não há que se falar em dissolução parcial em razão de acionista dissidente, que nesse caso, poderá pedir  o reembolso das ações pelo valor de patrimônio líquido a preços de mercado (art. 298, III, CC).
A companhia dissolvida conserva a personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de se proceder à liquidação (art. 207, CC).
Assim, à dissolução seguir-se-á a liquidação, que corresponde a uma sequência de atos aptos a apurar os ativos e passivos da sociedade, de forma a regularizar o que foi definido quando da dissolução, pondo fim definitivamente às relações jurídicas havidas em razão da Sociedade Anônima.
conclusão
Conclusão
Chegamos ao fim desta unidade. Aprofundamos nossos conhecimentos concernentes ao direito empresarial, no que tange aos tipos societários, a conformação de cada um e suas possibilidades de composição. Abrangemos os principais processos referentes ao contexto de cada tipo societário, analisamos as legislações que os abarcam e definimos os conceitos fundamentais para uma compreensão geral do direito empresarial nestes tópicos.
Nesta unidade você teve a oportunidade de:
· Diferenciar os tipos de sociedade em personificada e não-personificada;
· Estipular as diferentes possibilidades de formação societária considerando estas duas naturezas;
· Compreender as especificidades e especificações das sociedades por comandita;
· Situar-se quanto à sociedade limitada, seus principais conceitos e processos jurídicos;
· Situar-se quanto à sociedade anônima, seus principais conceitos e  processos jurídicos;
referências
Referências Bibliográficas
ALCANTARA. SILVANO ALVES. Direito empresarial e direito do consumidor [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2017.
BRANCHIER, ALEX SANDER HOSTYN. MOTTA, FERNANDO PREVIDI. Direito Empresarial [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2014.
CHAGAS. EDILSON ENEDINO DAS. Direito Empresarial esquematizado. São Paulo. Saraiva, 2014.
COELHO. FÁBIO ULHOA. Manual de direito comercial: direito de empresa. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso realizado em 01 de abril de 2019.
MORAES. CARLOS EDUARDO GUERRA DE. RIBEIRO. RICARDO LODI. Empresa e atividades econômicas. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
NIRADI. GEORGE AUGUSTO. Direito empresarial para administradores. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
NÓBREGA, CAMILE SILVA. Direito empresarial e societário [livro eletrônico] Curitiba: InterSaberes, 2015.
NÓBREGA, CAMILE SILVA. Direito empresarial e societário [livro eletrônico]. 2ed. Ver., atual. e ampl. Curitiba: InterSaberes, 2018.
RETTO. Marcel Gomes Bragança. Sociedades limitadas. Editora Manole Ltda. São Paulo. 2006.
O tipo societário que mais convém a uma organização
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Empresa individual, sociedade limitada, sociedade anônima, empresa de responsabilidade limitada. Essas são algumas formas de sociedade do Brasil. A escolha do tipo societário ideal para uma nova empresa depende de três fatores principais: o objeto social da empresa, a tributação que recairá sobre a operação, e a proteção patrimonial que os sócios terão de acordo com a opção feita.
O objeto social deve ser analisado porque várias atividades possuem regramento específico. Escolher a opção errada pode ser um problema para o empreendedor.
Hoje, o Brasil tem basicamente três regimes distintos de apuração de impostos. O primeiro, que pode ser utilizado na maioria das atividades, é o Simples Nacional, em que a empresa recolherá unificadamente quase todos os impostos e contribuições, tal regime, porém, somente poderá ser utilizado quando o faturamento da empresa estiver abaixo do teto discriminado na legislação.
Fonte: ROMANO, Felipe. Como escolher o tipo de sociedade ideal para o seu negócio. Disponível em: <https://exame.com/pme/como-escolher-o-tipo-de-sociedade-ideal-para-o-seu-negocio/>. Acesso em: 22 abr. 2019.
Vamos praticar
Considerando o pontuado nesta entrevista e seus estudos acerca de tipos societários, relembre a empresa que você criou na unidade 1, na seção Pratique e Compartilhe, e discorra a partir dos pontos colocados pelo especialista entrevistado, qual seria a espécie de sociedade mais adequada? Fundamente.
Ao final, disponibilize seu trabalho no fórum da seção “Compartilhe”.
SAIBA MAIS
A ÉTICA NAS RELAÇÕES ENTRE EMPRESAS E SOCIEDADE - FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL – PDF
https://www.youtube.com/watch?v=jmjyLXlftZQ
https://www.youtube.com/watch?v=eknmMutw_HY

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