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MÓDULO DE ECONOMIA II Curso de Gestão de Empresas e Liderança Moçambique UNIVERSIDADE WUTIVI Ensino Superior a Distância ii FICHA TÉCNICA Maputo, Julho de 2019 © Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Liderança(Ensino a Distância) Todos os direitos reservados a Universidade Wutivi Título do módulo: Economia II Edição: 1ª Organização e Edição Universidade Wutivi (Ensino Superior à Distância) Autor: Estrela Eduardo Soda Charles Revisor de EaD: Lina Sara Chovano do Rosário Revisor linguístico: Elísio Álvaro Arnança Revisor científico: Constantino Marrengula iii ÍNDICE FICHA TÉCNICA ................................................................................................................... ii Apresentação ......................................................................................................................... viii Introdução ao módulo .............................................................................................................. 1 Objectivos do Módulo.............................................................................................................. 2 Recomendações para o estudo ................................................................................................. 2 Ícones da Actividade ................................................................................................................ 4 Dicas de Apoio ......................................................................................................................... 5 Tempo para o estudo ................................................................................................................ 5 Testes/Avaliações .................................................................................................................... 5 Unidade Didáctica nº 1: Introdução à Macroeconomia ........................................................... 6 Introdução ................................................................................................................................ 6 Objectivos da Unidade ............................................................................................................. 6 Desenvolvimento do conteúdo ................................................................................................. 7 1.Macroeconomia e microeconomia ........................................................................................ 7 2.Surgimento da Macroeconomia ............................................................................................ 8 3.Objectivos Macroeconómicos ............................................................................................. 11 3.1.Produto ............................................................................................................................. 11 3.2.Emprego ........................................................................................................................... 12 3.3.Preços ............................................................................................................................... 12 3.4.Balança de Pagamentos.................................................................................................... 13 3.5.Desigualdades de Rendimento ......................................................................................... 14 4.Política Fiscal ...................................................................................................................... 14 4.1.Política Monetária ............................................................................................................ 15 4.2.Política Cambial ............................................................................................................... 16 4.3.Política Comercial ............................................................................................................ 16 4.4.Política de Salários e Preços ............................................................................................ 16 Tarefas.................................................................................................................................... 16 Auto-avaliação ....................................................................................................................... 17 Chave de Correcção ............................................................................................................... 18 iv Resumo .................................................................................................................................. 19 Bibliografia ............................................................................................................................ 20 Unidade Didáctica nº 2: Produto Interno Bruto ..................................................................... 21 Introdução .............................................................................................................................. 21 Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 21 Desenvolvimento do conteúdo ............................................................................................... 22 1. Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto .............................................................. 22 2.PIB nominal e PIB real ....................................................................................................... 23 3.Produto Interno Bruto e Produto Interno Líquido............................................................... 26 4.Produto Interno Bruto a custos de factores e Produto Interno Bruto a preços de mercado 27 5.PIB Potencial e PIB efectivo ............................................................................................... 27 6.PIB Per Capita..................................................................................................................... 28 Tarefas.................................................................................................................................... 28 Auto-avaliação ....................................................................................................................... 29 Chave-de-correcção ............................................................................................................... 32 Resumo .................................................................................................................................. 34 Bibliografia ............................................................................................................................ 35 Unidade Didáctica nº 3: Ópticas de medição do Produto ...................................................... 36 Introdução .............................................................................................................................. 36 Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 36 Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 37 1.Óptica da Produção .............................................................................................................37 1.1.Método dos Produtos Finais ............................................................................................ 37 1.2.Método dos Valores Acrescentados ................................................................................. 37 2.Óptica da Despesa ............................................................................................................... 41 3.Óptica do Rendimento ........................................................................................................ 42 Tarefas.................................................................................................................................... 43 Auto-avaliação ....................................................................................................................... 44 Chave-de-correcção ............................................................................................................... 48 Resumo .................................................................................................................................. 49 v Bibliografia ............................................................................................................................ 49 Unidade Didáctica nº 4: Componentes do Produto ................................................................ 50 Introdução .............................................................................................................................. 50 Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 50 Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 51 1.Consumo ............................................................................................................................. 51 1.1.Determinantes do consumo .............................................................................................. 51 1.2.A Função Consumo.......................................................................................................... 54 2. Relação a partir da propensão marginal a consumir e a propensão marginal a poupar ..... 57 3. Relação Gráfica .................................................................................................................. 60 3.1.Investimento ..................................................................................................................... 61 3.2.Determinantes do Investimento ....................................................................................... 62 3.2.1.A Curva da Procura de Investimento ............................................................................ 64 3.2.2.Inclinação da curva de investimento ............................................................................. 65 3.2.3.Deslocações da curva de investimento ......................................................................... 65 4.Gastos do Governo .............................................................................................................. 67 5.Exportações Líquidas .......................................................................................................... 67 Tarefas.................................................................................................................................... 69 Auto-avaliação ....................................................................................................................... 69 Chave-de-correcção ............................................................................................................... 71 Resumo .................................................................................................................................. 73 Bibliografia ............................................................................................................................ 75 Unidade Didáctica nº 5: Modelo Keynesiano Simples .......................................................... 76 Introdução .............................................................................................................................. 76 Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 76 Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 77 1. Modelo keynesiano simples numa economia fechada e sem Governo .............................. 77 2. Modelo keynesiano simples numa economia fechada e com Governo ............................. 83 Tarefas.................................................................................................................................... 89 Auto-avaliação ....................................................................................................................... 90 vi Chave-de-correcção ............................................................................................................... 91 Resumo .................................................................................................................................. 92 Bibliografia ............................................................................................................................ 93 Unidade Didáctica nº 6: A Moeda ......................................................................................... 94 Introdução .............................................................................................................................. 94 Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 94 Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 95 1.Definição e Evolução da Moeda ......................................................................................... 95 2.Funções da Moeda .............................................................................................................. 97 2.1.Moeda como meio de troca .............................................................................................. 97 2.2.Moeda como unidade de conta ........................................................................................ 97 2.3.Moeda como reserva de valor .......................................................................................... 97 3.Características da moeda. .................................................................................................... 98 4.Procura por moeda .............................................................................................................. 98 5.Oferta por Moeda .............................................................................................................. 100 5.1.Funções do Banco Central ............................................................................................. 101 5.1.1.Objectivos da Política Monetária ................................................................................ 101 5.2.Operações de Mercado Aberto....................................................................................... 102 Taxas de Redesconto............................................................................................................ 103 5.2.2.Taxa de reservas obrigatórias...................................................................................... 103 Tarefas..................................................................................................................................104 Auto-avaliação ..................................................................................................................... 104 Chave-de-Correcção ............................................................................................................ 105 Resumo ................................................................................................................................ 107 Bibliografia .......................................................................................................................... 107 Unidade Didáctica nº 7: Modelo IS-LM .............................................................................. 108 Introdução ............................................................................................................................ 108 Objectivos da Unidade ......................................................................................................... 108 Desenvolvimento do Conteúdo ............................................................................................ 109 1.Mercado de bens e serviços .............................................................................................. 109 vii 1.1.Derivação Gráfica da Curva IS ...................................................................................... 109 1.2.Derivação Analítica da Curva IS ................................................................................... 110 1.3.A Inclinação da Curva IS ............................................................................................... 112 1.4.Casos Extremos .............................................................................................................. 112 1.5.Deslocações da Curva IS ............................................................................................... 113 2.Mercado monetário ........................................................................................................... 115 2.1.Derivação Analítica da Curva LM ................................................................................. 115 2.2.Derivação gráfica da Curva LM .................................................................................... 116 2.3.A Inclinação da Curva LM ............................................................................................ 117 3.O Equilíbrio nos Mercados de Bens e Serviços e Mercado Monetário ............................ 118 4.Política Fiscal e Política Monetária no Modelo IS-LM .................................................... 120 4.1.A Política Fiscal ............................................................................................................. 120 4.2.Política Monetária .......................................................................................................... 121 Tarefas.................................................................................................................................. 124 Auto-avaliação ..................................................................................................................... 124 Chave-de-correcção ............................................................................................................. 126 Resumo ................................................................................................................................ 126 Bibliografia .......................................................................................................................... 126 viii Apresentação Caro(a) estudante! Está nas suas mãos o módulo de Economia II que integra a grelha curricular do Curso de Gestão de Empresas e Liderança oferecido pela Universidade Wutivi na modalidade de Educação a Distância. Este módulo que serve de guia de estudo, coadjuvado com outros saberes vinculados por outras disciplinas do seu curso, irá dotá-lo de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes fundamentais para o seu sucesso na carreira estudantil e profissional. Caro estudante! Lembre-se sempre que o sucesso na aprendizagem depende de si. Desta forma, deve planificar-se para estudar todos os dias, do período lectivo, para que possa alcançar os resultados da aprendizagem pré-determinados no módulo. Com a esperança de que este módulo constitua um verdadeiro guia de estudos, a equipa de professores que se dedicou à sua elaboração, adaptação e organização deseja a si muita aprendizagem activa, que poderá materializá-la através de diálogos e debates nos fóruns e nas sessões presenciais, visto que o desenvolvimento do País depende da qualidade de serviço de cada um de nós, nos diferentes sectores socioeconómicos. Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio. A Equipa do EaD Introdução ao módulo Bem-vindo ao módulo de Economia II O módulo de Economia II representa o seguimento dos conteúdos leccionados no módulo de Economia I, assim sendo, ao longo do módulo será solicitado a rever alguns conceitos e teorias abordadas no módulo de Economia I. No módulo de Economia I, aprendeu a diferenciar a macroeconomia e a microeconomia. Viu também que a macroeconomia analisa as questões económicas, de uma forma geral, enquanto a microeconomia analisa as questões económicas, de forma mais particularizada. Por exemplo, quando analisamos as quantidades produzidas por uma determinada empresa, estamos a fazer uma análise microeconómica. Enquanto quando analisamos o nível de produção de todo o País, estamos perante uma análise macroeconómica. De uma forma geral, o módulo de Economia I abordou questões relacionadas com a microeconomia e, neste módulo, iremos abordar questões macroeconómicas como é o caso do cálculo do nível de produção, o rendimento nacional, a despesa nacional, as políticas implementadas pelo Governo para aumentar o nível de crescimento e desenvolvimento do País. Neste módulo irá ainda analisar a moeda e o sistema financeiro. Serão destacadas as funções do banco central e as políticas ou instrumentos usados por este órgão, para através da moeda, afectar outras variáveis macroeconómicas. Também serão abordados temas que o ajudarão a compreender algumas políticas macroeconómicas implementadas pelo Governo e a prever as suas consequências. Se, por exemplo, o Banco Central emite mais moeda, o estudante deverá estar em condições de prever os efeitos e consequências desta medida para o sector privado, no nível de investimentos, no nível de consumo, nos preços e em outras variáveis económicas. No que se refere à estrutura, o Módulo de Economia II está dividido em sete unidades didácticas. Na primeira define-se os principais conceitos macroeconómicos, apresentamos ainda a diferença entre a macroeconomia e a microeconomia, o surgimento da macroeconomia e os principais objectivos macroeconómicos. 2 Na segunda unidade aborda-se o conceito de cálculo, interpreta-se o produto interno bruto (PIB). Na unidade didáctica 3 apresenta-se as diferentes ópticas existentes para a medição do PIB. Na unidade didáctica 4 faz-se um estudo, detalhado, de cada um dos componentes do PIB. Na unidade 5 desenvolve-se o modelo keynesiano simples. Demonstra-se, nesta unidade, como as variações nas componentes do PIB podem afectar o nível de rendimento de equilíbrio. Na unidade didáctica 6 estuda-se a moeda, especificamente, a procurae a oferta de moeda e faz-se também a ligação entre a unidade didáctica 5 modelo keynesiano simples e a serve de ponte para a unidade didáctica 7 onde se aborda o modelo IS-LM, que apresenta os principais factores que influenciam tanto a procura como a oferta da moeda. Na última unidade veremos o modelo IS-LM, este modelo é considerado uma continuação do modelo keynesiano simples. Objectivos do Módulo Quando terminar o estudo deste módulo, você deve ser capaz de: Medir a actividade económica usando os vários agregados macroeconómicos; Classificar as diversas componentes do produto; Identificar os determinantes do consumo e do investimento; Identificar as funções da moeda e do banco central; Calcular o nível de rendimento de equilíbrio e taxa de juro de equilíbrio usando o modelo IS-LM; Distinguir o modelo IS-LM do modelo keynesiano simples; Demostrar como o estado pode usar as políticas fiscais e monetária para influenciar o nível do produto na economia. Recomendações para o estudo Para obter sucesso no estudo deste módulo, siga com atenção as seguintes recomendações: 3 Leia, com atenção, cada unidade temática e os objectivos a serem concretizados no final de cada unidade; Resolva os exercícios que lhe são propostos e compare a sua solução com a grelha de correcção fornecida; Relacione os conceitos e exercícios dados com a realidade económica, com os factos económicos reais que tem observado no dia-a-dia. Consulte a bibliografia indicada no final do módulo para fortalecer os seus conhecimentos; Irá precisar de uma máquina de calcular (para lhe ajudar nos cálculos dos agregados macroeconómicos), uma régua (para a elaboração de gráficos), lápis, caneta e um caderno. Sempre que tiver dúvidas entre em contacto com o seu tutor nas tutorias virtuais ou nas tutorias presenciais. 4 Ícones da Actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir. Cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias actividades, ao longo deste módulo. Introdução Desenvolvimento do conteúdo Objectivos Resumo Tempo para completar o tema Definições importantes Tarefas Auto-avaliação 5 Para investigar Texto de leitura Dicas de Apoio Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos no início do curso. Tempo para o estudo Este módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 150 horas, o que significa que deve estudar, de forma independente, 118 horas e ter contacto com o docente, em média, 8 horas presencialmente e 24 horas virtualmente. Testes/Avaliações Nesta disciplina você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a distância (AD’s). 6 Unidade Didáctica nº 1: Introdução à Macroeconomia Introdução Nesta unidade iremos abordar o contexto de surgimento da macroeconomia, sua definição, importância do seu estudo e suas diferenças em relação a microeconomia. Veremos, ainda, os principais objectivos macroeconómicos que todos os países almejam alcançar e as políticas ou meios de que estes países dispõem para alcançar estes objectivos. A compreensão dos temas abordados nesta unidade é fundamental para o sucesso das unidades seguintes por ser uma unidade introdutória. É nesta unidade que você vai estudar os principais conceitos que o ajudarão a melhor compreender os fenómenos económicos do dia- a-dia. Objectivos da Unidade Ao completar o estudo desta unidade, você deve ser capaz de: Explicar o contexto de surgimento e a importância do estudo da economia; Identificar o precursor da teoria macroeconómica; Diferenciar o pensamento clássico do pensamento keynesiano; Descrever os principais objectivos macroeconómicos; Descrever os meios (políticas) existentes para o alcance dos objectivos macroeconómicos. 7 Desenvolvimento do conteúdo 1.Macroeconomia e microeconomia A palavra macroeconomia provém do grego “macro” que significa grande. A macroeconomia estuda o comportamento da economia como um todo, examina o nível global do produto (o valor dos bens e serviços finais que são produzidos por determinado país), do emprego e dos preços. O objectivo da macroeconomia é de explicar as mudanças económicas que afectam muitas famílias, empresas, as instituições financeiras e todos os outros agentes económicos. A macroeconomia trata de diversas questões dentre as quais destacam-se: Porquê o rendimento médio é elevado em alguns países e baixo em outros? Porquê os preços aumentam rapidamente em certas épocas e são mais estáveis em outras? Por que alguns países têm um nível de produção e emprego muito baixo? Que meios os governos dispõem para afectar o nível de produção e de emprego? Você pode observar que as questões apresentadas acima são todas macroeconómicas porque se referem ao funcionamento da economia como um todo. A questão que você, estudante, poderá estar agora a colocar é: como podemos calcular o nível da produção de todos os bens e serviços de um país? Como poderemos calcular e interpretar o nível de preços? O nível do rendimento? Para responder a estas questões o você deverá relacionar os conceitos de macroeconomia e microeconomia vistos no módulo de Economia I. No módulo de Economia I vimos que a microeconomia estuda ou analisa o nível de preços, produção e rendimento dos agentes económicos de forma individual isto é, calculamos o nível de preços e produção de uma determinada empresa que pode ser uma padaria, uma empresa de prestação de serviços de limpeza, etc. Enquanto a macroeconomia analisa os preços e a produção de um país. Neste caso, para obtermos os dados da produção de um país temos que recorrer às análises microeconómicas, feitas anteriormente, isto é, para calcularmos o nível da produção de pão no país temos que conhecer os níveis individuais da 8 produção de pães em cada padaria. Para compreender o que determina o gasto total com consumo, devemos ter em conta as decisões de consumo de uma família. Para compreender o que determina o gasto total em investimento, devemos ter em conta o nível de investimentos de cada uma das empresas. Como podemos observar, as variáveis agregadas (variáveis macroeconómicas) são a soma das variáveis que descrevem as decisões individuais. A teoria macroeconómica baseia-se em fundamentos microeconómicos.De uma forma resumida, podemos afirmar que apesar da diferença no seu âmbito de análise, a microeconomia e a macroeconomia encontram-se relacionadas. Quando estudamos a Economia como um todo devemos levar em consideração as decisões dos agentes económicos individuais. 2.Surgimento da Macroeconomia No manual de Economia I explicámos o surgimento do estudo da Economia e frisamos o papel de Adam Smith na Economia. Adam Smith é considerado o pai da economia pois foi o primeiro a analisar, de forma mais profunda, as questões económicas. Após o lançamento do seu livro “E estudo das Origens da Riqueza das Nações” em 1776, Adam Smith teve os seus seguidores1, dos quais podemos citar Jean Baptiste Say e John Stuart Mill, David Ricardo, entre outros. Estes formaram a escola clássica que estava baseada nos seguintes pressupostos: a) Ausência da intervenção do estado na economia – os clássicos defendiam que a economia podia funcionar, perfeitamente, sem a intervenção do estado, isto é, o estado deveria apenas ter um papel intermédio e não influenciar nos preços dos bens e nos salários. b) Flexibilidade dos preços e dos salários – os clássicos defendiam que os preços dos bens e serviços eram flexíveis, isto é, estes variavam de acordo com as condições do mercado (as condições da procura e da oferta) e não era necessário que alguém fixasse o preço de determinado bem, o mercado se encarregaria de o fazer. a. Em relação aos salários, os clássicos defendiam que os salários dos trabalhadores dependiam da produtividade dos mesmos e eram flexíveis 1 Seguidor refere-se as pessoas que se alinham a determinadas ideais, a determinadas formas de pensamento. Estes formam uma escola de pensamento. 9 c) Toda a oferta gera a sua procura – os clássicos defendiam que toda a oferta cria a sua própria procura. Isto é, tudo que as empresas produzem será vendido. Em outras palavras, se existe produção existirá salario e por sua vez este salário sará usado na compra dos bens e serviços produzidos. d) Pleno emprego dos factores de produção - Os clássicos defendiam, também, que as empresas usam sempre todos os factores de produção disponíveis. O que significa que a oferta de bens e serviços será constante e a produção será máxima. Durante várias décadas a economia funcionou na base destes pressupostos até 1929 quando surgiu a crise da superprodução2. Esta crise alastrou-se, as empresas começaram a ter stocks muito elevados de bens, não conseguiam vender e não tinham como pagar os seus trabalhadores iniciando, assim, níveis de desemprego elevados e níveis de salários baixos. Nesta fase, os pressupostos da teoria clássica começaram a ser colocados em causa. Em 1936 o economista John Maynard Keynes ao tentar compreender o mecanismo económico que originou a grande depressão lançou o seu livro “The General Theory of Employment, Interest and Money” (Teoria Geral do Emprego, Juro e da moeda). Este autor argumentou que as políticas governamentais (políticas fiscais e monetárias) podem influenciar o produto e assim reduzir o desemprego e encurtar as recessões económicas3. As suas teorias foram aplicadas com sucesso a seguir a grande depressão dos anos 30 e ainda hoje influenciam economistas e políticos de todo o mundo. A teoria definida por Keynes ficou conhecida como teoria keynesiana. Keynes começou a analisar as questões económicas como um todo (visto que o problema do desemprego estava generalizado), e não de forma individual como faziam e pensavam os clássicos, surgindo, assim, uma nova forma de análise das questões económicas: A análise macroeconómica. Keynes afirmava que era 2 A crise da superprodução surgiu na América quando as várias empresas já não encontravam mercados para o escoamento dos seus produtos. A europa constituía um mercado forte e potencial para os produtos americanos mas neste período vários países europeus estavam a se reconstruir da guerra e recebiam ajuda em forma de programas que incentivavam a produção interna de bens e serviços e sendo assim o principal mercado para a América estava já comprometido. A quantidade de pessoas que adquiria bens na América começou a reduzir e por outro lado os produtores americanos não ajustavam a sua produção pois usavam o pressuposto de que toda a oferta gera a sua procura, criando assim um excesso de produção de bens e um stock elevado de produtos em seus armazéns. 3 Recessões económicas são fases da economia em que o nível do produto encontra-se a decrescer. 10 necessário que o estado interviesse no mercado para reduzir o nível de desemprego e criar estabilidade económica. De forma resumida, podemos dizer que a macroeconomia surgiu após a grande depressão e por via dos estudos de John Maynard Keynes que posteriormente ficou conhecido como o pai da macroeconomia e formou a escola keynesiana. Os keynesianos consideravam que, dificilmente, a economia funcionaria em pleno uso dos seus factores de produção. Estes reconhecem as crises económicas e, diferentemente dos clássicos, não consideram que toda a oferta gera a sua procura, mas sim que os níveis de produção (oferta) eram determinados pela quantidade de pessoas aptas a adquirir o bem. O gráfico 1 a seguir está dividido em 2 partes: gráfico A e gráfico B e mostram as curvas da procura e da oferta, de acordo com os clássicos e os keynesianos. Gráfico 1: Representação gráfica do pensamento clássico e keynesiano O gráfico A mostra o pensamento clássico. Repare que a curva da oferta é vertical e mostra que a oferta representa o produto potencial (a quantidade produzida é máxima, pois estamos também a usar, de forma plena, todos os factores de produção). Este facto ocorre, exactamente, pelo facto dos clássicos não considerarem o desemprego e outros factores que possam contribuir para um nível de produção reduzida. Segundo os clássicos, a economia não se distancia do pleno emprego e da plena utilização de recursos, isto é, não há recessões ou depressões prolongadas e sustentadas, e os trabalhadores qualificados conseguem encontrar, rapidamente, emprego com um nível de salário compatível com a sua produtividade. 11 O gráfico B mostra o pensamento keynesiano. Estes consideram que a economia, dificilmente, estará a funcionar em pleno emprego e, assim sendo, o nível de produto na economia será menor que o produto potencial, conforme mostra o gráfico, e podemos observar que a quantidade potencial (Q) é maior que a quantidade produzida no mercado (Q*). Enquanto a abordagem clássica pressupunha que os salários e os preços eram flexíveis, o que implicava uma curva da oferta vertical, a abordagem keynesiana insistiu na inflexibilidade dos preços e dos salários numa curva de oferta positivamente inclinada. Na abordagem de Keynes a oferta não cria, definitivamente, a sua própria procura, o produto pode desviar-se do seu potencial por longos períodos de tempo. 3.Objectivos Macroeconómicos Os principais objectivos macroeconómicos que os países almejam alcançar são: Nível elevado e crescimento rápido do produto; Nível elevado de emprego e desemprego involuntário reduzido; Estabilidade do nível de preços; Equilíbrio da balança de pagamentos; Reduzidas desigualdades de rendimentoregionais. 3.1.Produto Como vimos na disciplina de Economia I, o Homem tem necessidades, cada vez mais elevadas, e essas necessidades são satisfeitas com o consumo de bens e serviços. Neste caso, quanto mais bens e serviços a economia produzir, mais opções e alternativas para a satisfação das necessidades. O objectivo final da actividade económica é produzir os bens e serviços pretendidos pela população. A medida mais abrangente do produto total de uma economia é o produto interno bruto (PIB). O PIB é o valor total de bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um país durante um ano. Note que para o cálculo do PIB considera se a produção total do país independentemente de quem esteja a produzir. Por exemplo, dentro do território nacional existem várias empresas pertencentes a moçambicanos, americanos, angolanos, portugueses, 12 etc. Para o cálculo do PIB somamos toda a produção independentemente da nacionalidade de cada proprietário da empresa e independentemente da proveniência dos recursos empregues. 3.2.Emprego O segundo objectivo das políticas macroeconómicas está relacionado com o emprego. Este deve ser o mais elevado possível. Note-se que não estamos a dizer que o desemprego deve ser reduzido a zero. Isso não é possível, pois, mesmo quando todos estão empregados e um indivíduo resolve mudar de emprego, o tempo que leva para obter uma nova colocação ele estará desempregado. O emprego é um dos indicadores macroeconómicos que mais afecta, directamente, as pessoas. As pessoas querem encontrar empregos bem remunerados sem terem de andar à procura ou esperar durante muito tempo, e querem ter segurança no emprego e bons benefícios quando estão empregadas. A taxa de desemprego tende a reflectir o estado do ciclo económico, isto é, os níveis de emprego e desemprego reflectem as expansões e recessões da produção de bens e serviços. Quando o nível de produção é elevado na economia, ou seja, quando a economia está em expansão, o nível de emprego é maior e quando o nível de produção é reduzido o nível de desemprego também é maior. A questão que o estudante poderá estar a colocar-se agora é: Porquê o desemprego constitui um problema para as pessoas e para a sociedade?A resposta a esta pergunta está associada aos bens e à satisfação das necessidades económicas. Por um lado, um indivíduo, desempregado, não terá um rendimento que lhe permite adquirir os bens e serviços de que necessita para a satisfação das suas necessidades e, por outro lado, temos um recurso humano ocioso (que não está a ser usado de forma racional pela economia), as despesas de alimentação, de vestuário, estudos e outros dos indivíduos desempregados são directa ou indirectamente pagos pela sociedade (pelos membros da família ou pelo estado, através dos subsídios de desemprego, das bolsas de estudos e de outras formas). 3.3.Preços O terceiro objectivo macroeconómico é a manutenção da estabilidade do nível geral de preços. A estabilidade do nível geral de preços é muito importante pois pode influenciar na capacidade dos agentes económicos em adquirir bens e serviços. 13 O indicador que mede a variação do nível de preços é a inflação. Inflação pode ser definida como a subida contínua e generalizada do nível de preços. O estudante deve reparar que, na definição da inflação temos alguns termos importantes como é o caso da palavra contínua e generalizada, o que significa que a inflação é um indicador geral, isto é, só se pode falar de inflação se tivermos uma subida de preços de vários bens e serviços e se esta subida for contínua. A deflação ocorre quando os preços diminuem (o que significa que a taxa de inflação é negativa). A inflação é uma das variáveis que deve ser controlada, pois, esta pode causar distúrbios na sociedade, em caso de níveis elevados. O valor real das pensões também fica afectado com o aumento do nível de preços, o poder de compra dos bens e serviços é posto em causa. A inflação também prejudica todos os que auferem rendimentos fixos, porque reduz o seu poder de compra. A subida persistente do nível de preços dificulta a planificação de longo prazo. Uma vez não se saber a quantas estarão os preços e o valor real da moeda, no futuro, os investidores priorizam negócios de rápidos ganhos e de curto prazo. 3.4.Balança de Pagamentos A balança de pagamento resume a posição do país nas suas transacções com o resto do mundo. Inclui a balança comercial, balança de serviços e balança de capitais. Abalança comercial regista todas as operações relativas às importações e exportações de bens. A diferença entre o valor de bens exportados e importados é representada pelo saldo da balança comercial. A balança de serviços reporta a diferença entre as receitas dos serviços exportados e importados, e a balança de capitais que cobre os fluxos de capitais. Para a macroeconomia é importante que a balança de pagamentos esteja equilibrada porque só assim o País se vai encontrar em condições de honrar com os seus compromissos com o exterior. Uma balança de pagamentos deficitária significa que a economia vive da poupança externa e exposta a variáveis fora do seu controlo para o seu funcionamento. 14 3.5.Desigualdades de Rendimento A redução das desigualdades de rendimento regionais é fundamental para a sustentabilidade da própria economia e para a harmonia social. Uma sociedade com níveis altos de desigualdades encontra-se mais exposta a riscos de insegurança e instabilidade social. Cenários de uma maioria da população e regiões, sem rendimento, são menos atractivas para investimentos em empreendimentos de consumo de massa, porque é notória a ausência de uma classe média. Os instrumentos da política macroeconómica. Para atingir os objectivos citados, anteriormente, a política macroeconómica possui alguns instrumentos, nomeadamente: a política fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendimentos e preços. Um instrumento de política é uma variável económica sob o controlo do Estado que pode afectar um ou mais objectivos macroeconómicos, isto é, ao fazer variar um instrumento de política macroeconómica, as autoridades podem evitar os maiores excessos do ciclo económico e aumentar a taxa de crescimento do produto. Vamos a seguir ver os instrumentos da política macroeconómica. 4.Política Fiscal A política fiscal centra-se no uso dos impostos, das transferências e de outras despesas ou receitas do Governo para materializar os objectivos da política macroeconómica. Isto é, a política fiscal é um instrumento que o Estado usa para poder atingir o nível de produção elevado, nível de emprego elevado ou ainda o nível de inflação controlada. A pergunta que se segue é: como o Governo pode usar estas variáveis (impostos, transferências ou gastos do Governo) para afectar o nível de produção, de emprego ou a estabilidade de preços? Para responder a esta questão teremos que fazer várias ligações entre as variáveis macroeconómicas, até atingir o nível de emprego ou produto desejado. Suponhamos que o Estado pretende aumentar o nível de emprego usando uma política fiscal, ele poderá aumentar as transferências efectuadas para os antigos combatentes ou para as pessoas idosas. Aumentar o nível das transferências significa que cada indivíduo, que recebe as transferências, terá mais dinheiro paraadquirir bens e, serviços e por sua vez, as empresas produtoras desses bens e serviços terão que aumentar a sua produção para fazer face a crescente procura pelos bens e serviços. 15 Se o Estado optar por aumentar os gastos do Governo (aumentar a construção de escolas, hospitais ou pontes) este irá necessitar de mais funcionários para ocupar os novos postos de trabalho, o que significa que o nível de emprego irá aumentar, para além disso irá também contratar as empresas produtoras de material escolar diverso para o apetrechamento das novas instalações, incentivando assim o aumento da produção destes bens e serviços. 4.1.Política Monetária O segundo instrumento mais importante da política macroeconómica é a política monetária, que o Governo conduz através da gestão da moeda. A política monetária é um instrumento usado pelos bancos centrais. Este consiste no aumento ou redução da quantidade de moeda, em circulação, na economia. Se o banco central usar um instrumento com o objectivo de reduzir a quantidade de moeda em circulação, estamos perante uma política monetária restritiva e, quando o objectivo é aumentar a quantidade de moeda em circulação, estamos perante uma política monetária expansiva. A política monetária pode ser usada para alcançar os objectivos macroeconómicos como é o caso do nível de emprego e aumento da produção. Ora vejamos, em caso de uma política monetária expansiva, o banco central irá aumentar a moeda em circulação na economia e por esta via os bancos comerciais terão mais moeda para oferecer aos diversos agentes económicos em forma de empréstimos, e sendo assim, a taxa de juro do mercado pode ser afectada4, esta poderá baixar e, como consequência, o preço que os empresários irão pagar para obter um empréstimo será menor e o nível de investimentos irá aumentar, aumentando assim o nível de emprego e a quantidade de bens e serviços produzidas na economia. No caso de implementação de uma política monetária restritiva a quantidade de moeda em circulação irá reduzir e a taxa de juro irá aumentar, reduzindo, desse modo, o nível de investimentos e, por sua vez, o nível de emprego e de produção. 4 Nota que a moeda pode ser considerada um bem e a taxa de juro o preço da moeda. Neste caso, quando temos um aumento da quantidade da moeda em circulação, preço da moeda (taxa de juro) reduz. De modo similar quando a quantidade de tomate aumenta no mercado o seu preço é afectado podendo reduzir. 16 4.2.Política Cambial A política cambial é gerida pelo Banco Central. Consiste na manipulação da taxa de câmbio, ou o preço da moeda externa em relação à doméstica para atingir objectivos de política macroeconómica, em particular um maior crescimento, equilíbrio da balança de pagamentos ou o controlo inflacionário. 4.3.Política Comercial A política comercial incide sobre as tarifas aduaneiras, quotas de exportação/importação e barreiras administrativas. O Governo usa estas variáveis para influenciar o curso da economia, em particular o saldo da balança comercial e/ou atingir outros objectivos de desenvolvimento nacional como a promoção da indústria doméstica, ou a protecção de certos sectores considerados relevantes 4.4.Política de Salários e Preços O Governo usa a política de salários e preços, em particular, para proteger os grupos sociais de rendimentos baixos ou que considera que saem prejudicados ao serem deixados ao mercado livre. Pela via da política de salários e preços, o Governo estabelece salários mínimos, preços máximos e mínimos na perspectiva de proteger determinados grupos sociais. Em Moçambique a política de salário mínimo tem em vista proteger os trabalhadores assalariados. Tarefas 1. Um dos objectivos da política macroeconómica, em Moçambique, é a redução do desemprego a) Discuta quais são as acções que o Governo tem realizado para reduzir o desemprego em Moçambique. Dê a sua opinião sobre outros métodos que o Governo poderia usar para combater o desemprego na economia. 17 b) O desemprego pode criar consequências bastante negativas na população e na economia, em geral. Explique qual é o impacto do desemprego no nível de vida das pessoas e na economia. 2. A estabilidade dos preços constitui um dos objectivos da política macroeconómica em Moçambique e é levada a cabo pelo Banco de Moçambique. a. Explique duas vantagens da estabilidade dos preços em Moçambique. b. Usando o teu conhecimento geral e da análise macroeconómica explique qual é o impacto da inflação no nível de vida das pessoas no geral e particularmente para os que recebem uma pensão fixa do Estado. 3. Os bancos C centrais usam os instrumentos de política monetária para poder alcançar os objectivos macroeconómicos. Considerando um país com um sistema financeiro pouco desenvolvido, qual das políticas (fiscal ou monetária) poderia ser usada para aumentar o nível da produção. Justifique detalhadamente a sua resposta. Auto-avaliação 1. Explique em que contexo surgiu a macroeconomia 2. Identifique e explique quais os meios existentes para o alcance dos objectivos macroeconómicos. 3. A macroeconomia estuda fenómenos económicos da economia como um todo; a microeconomia estuda fenómenos económicos de uma parte da economia ou de agentes individuais. a) Concorda com a afirmação? Justifique usando exemplos de indicadores ou fenómenos estudados pela microeconomia e macroeconomia. b) Explique como é que a microeconomia se relaciona com a macroeconomia. 4. Os economistas keynesianos argumentam que os mecanismos automáticos do mercado nem sempre funcionam. 18 a) Explique de forma detalhada porque e como estes economistas chegaram a esta conclusão. b) Ilustre graficamente e explique o pensamento Keynesiano. 5. Os economistas clássicos salientam que o mercado e, consequentemente a economia, é auto regulada, isto é, a economia por si só volta ao ponto de equilíbrio. a) Identifique dois pressupostos principais da abordagem clássica e relacione-os com a lei dos mercados de Say. b) Ilustre graficamente e explique de forma detalhada o pensamento clássico. c) Defina os objectivos conflituantes e os objectivos não conflituantes. Dê exemplos e explique. Chave de Correcção 1. A macroeconomia surgiu com a grande depressão e os problemas de desemprego criados por esta crise. Ver o ponto 2 da unidade temática 1 e desenvolver a resposta explicando como e porque Keynes sugeriu a intervenção do estado na economia. 2. Os meios existentes para o alcance dos objectivos macroeconómicos são as políticas: fiscal, monetária, cambial e orçamentária, comercial e de salários e preços. 3.a) Concordo com a afirmação. A macroeconomia estuda os fenómenos económicos de uma forma geral como a inflação, o nível de investimentos, etc. e a microeconomia estuda o comportamento dos agentes económicos individualmente, estuda o consumo, o comportamento dos consumidores, produtores etc. 3.b) A macroeconomia relaciona-se com a microeconomia pois, para serem feitas as análises macroeconómicas, usamos as análises microeconómicas, isto é, a análise macroeconómicabaseia-se na análise microeconómica para sabermos o nível de investimentos temos que conhecer o nível de investimentos de cada empresa. 4.a) Os economistas keynesianos chegaram a esta conclusão porque durante a grande depressão, as variáveis económicas não se ajustaram, automaticamente, e era necessário a intervenção do estado na economia para reverter a situação de altos níveis de desemprego. 19 4.b) Os keynesianos argumentavam que a oferta não gerava a sua própria procura e que as economias não produziam, no seu potencial, pois os factores de produção nem sempre eram usados de forma plena dada as oscilações (recessões e expansões) económicas. Veja o gráfico 1A. 5.a) Os dois principais pressupostos da abordagem clássica são: os preços e salários são flexíveis e a economia produz no seu potencial, isto é, não existem recursos ociosos na economia. Estes pressupostos estão relacionados com a lei de Say, pois esta lei argumentava que toda a oferta gera a sua procura e os pressupostos clássicos defendiam também a produção máxima, salários e preços ajustados a produção e a produtividade. 5.b) Os clássicos consideravam a curva da oferta como vertical e a procura ajustava-se ao nível de produção. Ver o gráfico 1B. 5.c) Os principais objectivos macroeconómicos são: a produção (aumento cada vez mais elevado da produção), o emprego (maior nível de emprego para a economia) e a inflação (níveis controlados da inflação). Os governantes almejam alcançar estes objectivos simultaneamente e usando por vezes os mesmos instrumentos ou políticas. No entanto, existem objectivos que podem não ser alcançáveis usando a mesma política, isto é, se usarmos uma política fiscal expansiva (o estado construir mais bens públicos como escolas, centros de saúde etc.) podemos aumentar a produção de bens e serviços na economia, mas este aumento da produção pode por um lado criar um aumento na inflação, e por outro lado o aumento da produção implica o aumento de trabalhadores, aumento de emprego. Assim, podemos afirmar que o objectivo do aumento da produção e controle da inflação são objectivos conflituantes (não podem ser atingidos usando a mesma política), enquanto o objectivo de aumento da produção e o aumento do nível de emprego são objectivos não conflituantes (podem ser atingidos usando a mesma política macroeconómica). Resumo Nesta unidade temática diferenciamos a macroeconomia da microeconomia, vimos que a macroeconomia estuda os fenómenos económicos, de uma forma geral, e a microeconomia estuda os fenómenos de forma particular individual. 20 A macroeconomia surgiu com a grande depressão e a crise económica que se desenvolveu a partir de 1929 e se prolongou até 1933. Os principais objectivos macroeconómicos são o emprego, a produção, a estabilidade dos preços, equilíbrio da balança de pagamentos e reduzidas desigualdades na distribuição de rendimento Para alcançar os objectivos macroeconómicos os governos usam: a política monetária, fiscal, cambial, comercial e de salários e preços. Bibliografia 1. Blanchard, O. J. (2001). Macroeconomia: Teoria e Política Económica. Rio de Janeiro. Campus Editora 2. Dornbusch, R. F., Fischer, S. & Startz, R. (1998). Macroeconomia. 7˚ Edição. Lisboa. McGraw Hill 3. Mankiw, N. G. (2003). Macroeconomia. 5˚ Edição. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos Editora 4. Sachs, J. D. & Larrain, F. (1998). Macroeconomia. São Paulo. Makron Books 21 Unidade Didáctica nº 2: Produto Interno Bruto Introdução Na unidade anterior vimos os principais objectivos macroeconómicos dos quais destacamos o aumento da produção, isto é, quanto maior for a quantidade de bens e serviços produzidos por uma economia, melhor serão as opções de bens e serviços ao dispor da sociedade e maiores serão os níveis de crescimento da economia. Em relação ao produto referimos que este pode ser definido de várias formas. Por exemplo, que podemos definir o produto de acordo com a nacionalidade de quem produz ou de acordo com a abrangência em termos territoriais, tendo assim o Produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB). Podemos ainda calcular o produto em termos líquidos, considerando preços correntes ou preços constantes, considerando o preço de mercado ou os custos de factores e, por fim, podemos calcular o produto médio produzido por cada indivíduo de um país, neste caso o produto interno bruto per capita. Na presente unidade vamos definir e diferenciar o produto de acordo com cada uma destas formas. Objectivos da Unidade Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: Identificar as várias formas de definir o produto; Diferenciar o produto interno e o produto nacional; Diferenciar o produto interno a preços correntes e a preços de mercado; Diferenciar o produto interno a custo de factores e a custos de mercado. 22 Desenvolvimento do conteúdo 1. Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto Produto Interno Bruto (PIB) - é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos por residentes de um determinado país (sejam eles nacionais ou estrangeiros), durante um determinado período de tempo, normalmente um ano. PIB= Σ(valor dos bens e serviços finais) Produto Nacional Bruto (PNB) - é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos por nacionais (independentemente do país onde se encontram a residir), durante um determinado período de tempo, normalmente um ano. A compreensão destes dois conceitos é fundamental para a compreensão da matéria subsequente. O PIB é o valor de bens e serviços finais produzidos em Moçambique, independentemente de serem produzidos por empresas nigerianas, chinesas, brasileiras, etc. Enquanto o PNB representa o valor de bens e serviços produzidos apenas pelos moçambicanos, independentemente da sua localização geográfica, isto é, se existir um moçambicano a produzir na China será contabilizado no PNB moçambicano e no PIB chinês. Na essência, o que difere o PIB do PNB são os rendimentos pela propriedade dos factores de produção (RPFP) – nomeadamente os lucros os juros, as rendas, os salários e outros – que recebemos e que enviamos para o resto do mundo. Neste caso, podemos calcular o PNB usando a seguinte fórmula: PNB= PIB + (rendimentos recebidos do exterior - rendimentos enviados ao exterior) A diferença entre os rendimentos recebidos e os rendimentos enviados é designado Saldo líquido dos rendimentos pela propriedade dos factores de produção externos (SLRPFE), assim sendo, pode se resumir a fórmula do PNB para: PNB= PIB + (SLRPFE) 23 2.PIB nominal e PIB real Existem duas formas de medir o PIB, que são: o PIB nominal e o PIB real. O PIB nominal é medido a preços correntes de mercado. O PIB real é calculado a preços constantes ou invariáveis. As variações do PIB real são a melhor e a mais difundida medida do nível do crescimento do produto e servem para monitorar o pulsar da economia de um país.A evolução do PIB ao longo do tempo nem sempre é constante, evidenciando antes períodos de expansão rápida seguidos de outros em que se contrai. Estas flutuações do produto constituem ciclos económicos durante os quais o emprego diminui, na fase recessiva do ciclo, enquanto na fase expansionista o nível de emprego tende a aproximar-se da plena utilização. Além do PIB real e nominal, o PIB pode ser potencial e efectivo. O PIB potencial representa a quantidade máxima que a economia pode produzir. Quando uma economia está a operar no seu potencial, o desemprego encontra-se na sua taxa natural e a produção é elevada. O PIB potencial é determinado pela capacidade produtiva da economia, que depende dos factores de produtos disponíveis (capital, trabalho, terra, etc.) e da eficiência tecnológica da economia. O PIB potencial tende a crescer, lentamente e continuamente, dado que os factores como o trabalho e o capital e o nível tecnológico variam bastante lentamente ao longo do tempo. O PIB efectivo representa o volume de produção que, de facto, a economia produz num dado período. PIB nominal ou PIB a preços correntes - representa o valor monetário dos bens e serviços finais produzidos por um determinado país num dado ano, em que os preços correntes, isto é, os preços em vigor, neste mesmo ano, são usados na valorização dos bens e serviços. Representa o somatório do valor de todos os bens e serviços que o país produz calculados usando o preço do mesmo ano (preços correntes). Matematicamente, temos: PIBnominal= Σ(P*Q) Supondo que um determinado país produza dois bens, a destacar arroz e pão. Neste caso, o PIB nominal de 2011 será o somatório do valor do pão (preço do pão multiplicado pela quantidade do pão) e do valor do arroz (preço do arroz multiplicado pela quantidade do arroz). Conforme podemos ver a seguir: PIBnominal2011= (Ppão de 2011*Qpão de 2011) + (Parroz de 2011*Qarroz de 2011) 24 PIB real ou PIB a preços constantes - representa o valor monetário dos bens e serviços finais produzidos por um determinado país num dado ano, retirado a variação dos preços ao longo do tempo. Representa o somatório de todos os bens e serviços que o país produz calculados usando o preço de um determinado ano base (preços constantes). Supondo que um determinado país produz dóis bens, nomeadamente arroz e pão. E tendo como base o ano de 2010. O PIBreal 2011 será o somatório do valor do pão (preço do ano base multiplicado pela quantidade do ano corrente) e do valor do arroz (preço do ano base multiplicado pela quantidade do ano corrente) Matematicamente, temos: PIBreal2011= (Ppão de 2010*Qpao de 2011) + (Parroz de 2010*Qarroz de 2011) O PIB nominal e o PIB real podem ser relacionados através do conceito de Deflactor do PIB, obtido pela divisão entre o PIB Nominal e o PIB Real. 100 min x realPIB alnoPIB PIBdoDeflactor Exemplo: Considere uma economia que produz dois bens: leite e pão. A tabela abaixo mostra as quantidades e os respectivos preços (preços em meticais) nos anos 2010, 2011 e 2012. Tabela 1: Preços e quantidades de leite e pão nos anos de 2010, 2011 e 2012 Ano Leite Pão Preço Quantidade Preço Quantidade 2010 10 2 5 1 2011 20 3 6 2 2012 30 5 7 3 a) Calcule o PIB nominal para cada ano; b) Calcule o PIB real para cada ano tendo como ano base o ano 2010; c) Calcule o deflator do PIB em cada ano. 25 Resolução: a) O PIB nominal, como anteriormente vimos, representa o somatório do valor dos bens finais, isto é o preço multiplicado pela quantidade para cada bem. PIB nominal2010=(Preço do leite2010 x Quantidade leite2010) +(Preço pão2010 x Quantidade pão2010) PIB nominal2011=(Preço do leite2011 x Quantidade leite2011) +(Preço pão2011 x Quantidade pão2011) PIB nominal2012=(Preço do leite2012 x Quantidade leite2012) +(Preço pão2012 x Quantidade pão2012) A tabela que se segue resume o cálculo do PIB nominal para cada ano Tabela 2: Cálculo do PIB nominal Ano Cálculo do PIB nominal 2010 (10x2) +(5x1) =25meticais 2011 (20x3) +(6x2) =72 meticais 2012 (30x5) +(7x3) =171 meticais Como podemos observar, o PIB nominal aumentou de 15 em 2010 para 72 em 2011 e depois para 171, em 2012. Parte deste aumento pode ser atribuído ao aumento das quantidades de leite e pão e também ao aumento dos preços do leite e pão. b) Para calcular o PIB real, temos sempre que considerar um ano base, neste caso sabemos que é 2010. Então utilizamos os preços do leite e pão no ano base para calcular o valor dos bens e serviços em todos os anos. PIB real2010 = (preço leite2010 x quantidade leite2010) +(preço pão2010 x quantidade pão2010) PIB real2011 = (preço leite2011 x quantidade leite2011) +(preço pão2010 x quantidade pão2011) PIB real2012 = (preço leite2012 x quantidade leite2012) +(preço pão2010 x quantidade pão2012) 26 A tabela que se segue mostra os resultados do cálculo do PIB real. Tabela 3: Cálculo do PIB real Como podemos ver o PIB real aumenta de 25 em 2010 para 40 em 2011 e depois para 65 em 2012. Parte deste aumento pode ser atribuído ao aumento nas quantidades de leite e de pão, uma vez que no cálculo do PIB mantivemos os preços fixos e apenas as quantidades variaram. c) Para o cálculo do deflactor temos apenas que dividir o PIB nominal do PIB real. Tabela 4: Cálculo do Deflactor do PIB 3.Produto Interno Bruto e Produto Interno Líquido O conceito do PIB já foi dado acima. Vamos a seguir definir o PIL. Produto Interno Líquido (PIL) corresponde ao valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos por residentes de um determinado país (sejam eles nacionais ou estrangeiros), durante um determinado período de tempo, normalmente um ano, retirando as amortizações (a depreciação dos equipamentos, maquinarias e outros bens usados na produção dos bens e serviços que perdem valor ao longo do tempo. Ano Cálculo do PIB real 2010 (10x2) +(5x1) =25 2011 (10x3) +(5x2) =40 2012 (10x5) +(5x3) =65 Ano PIB nominal PIB real Deflator do PIB =PIB nominal/PIB real 2010 25 Meticais 25 Meticais 25/25=1 2011 72 Meticais 40 Meticais 72/40=1.8 2012 171 Meticais 65 Meticais 171/65=2.63 27 Neste caso temos: PIB= Σ(valor dos bens e serviços) PIL= PIB – Amortizações Na essência o que difere o Bruto do Líquido são as Amortizações Neste caso se temos os agregados Brutos, para obtermos os agregados líquidos temos que retirar as amortizações. Isto é: PNL= PNB – Amortizações 4.Produto Interno Bruto a custos de factores e Produto Interno Bruto a preços de mercado O Produto Interno Bruto pode também ser medido a preços de mercado (PIBpm) e a custos de factores (PIBcf). O PIB é, usualmente, medido em preços de mercado, que são os preços que os bens e serviços apresentam, na realidade. A existência do Governo e de seus instrumentos fiscais modifica a distribuição do rendimento e do preço final dos produtos. Estes instrumentos fiscais são: os impostos (directos e indirectos, taxas, subsídios, etc.). Para tentar captar esta diferença é feita a distinção entre a valorização, a preços de mercado e a custos de factores. Pode-se distinguir o PIB, a preços de mercado,e PIB, a custos de factores. A distinção entre estes é que o PIB, a preços de mercado, inclui todos os impostos indirectos e subtrai os subsídios enquanto o PIB, a custos de factor, exclui os impostos indirectos e adiciona os subsídios. Matematicamente temos: PIBpm = PIBcf+impostos indirectos – subsídios PIB cf =PIBpm− impostos indirectos+ subsídios 5.PIB Potencial e PIB efectivo O PIB mede o total de bens e serviços finais (o seu cálculo elimina as transacções intermediárias) produzido dentro de determinada área geográfica (país, estados, municípios), por residentes e não residentes, durante um certo período de tempo, normalmente um ano. Este corresponde ao PIB efectivo o que se produz ano após ano. 28 O PIB potencial é definido como o nível máximo do produto que pode ser alcançado pela economia sem gerar pressões inflacionárias, o que equivale ao nível máximo do PIB, isto é, o PIB potencial mostra as quantidades que poderíamos produzir se todos os factores de produção fossem usados em pleno. A diferença entre o PIB potencial (o máximo que podemos produzir) e o PIB efectivo (o que realmente produzimos) designa-se hiato do PIB. O PIB potencial pode aumentar ano após ano de acordo com o incremento dos factores de produção. E o PIB efectivo pode estar abaixo ou acima do PIB potencial e pode oscilar de acordo com as recessões e expansões económicas, (a produção pode aumentar ou reduzir em determinados anos dependendo da situação económica de cada região). 6.PIB Per Capita As estatísticas do PIB permitem avaliar se a economia está em contracção ou expansão, ou se necessita de um impulso (intervenção). Quando os economistas querem determinar o nível de desenvolvimento económico de um país usam o PIB per capita. PIB per capita mede o grau de desenvolvimento económico de um país. O PIB per capita calcula-se dividindo o PIB pelo número total da população. Tarefas 1. Moçambique espera receber nos próximos anos um número elevado de investimentos estrangeiros na área de recursos naturais. Caso este investimento se efective quais serão os efeitos para o Produto Interno Bruto e para o Produto Nacional Bruto. 2. Tendo em conta os conceitos de PIB a preços correntes e PIB a preços constantes, estudados nesta unidade, qual destes mede melhor o nível de crescimento da produção no País? Justifique a sua resposta de forma detalhada. 3. Moçambique é um País que possui muitos recursos humanos, materiais e naturais que não estão a ser usados de forma plena. O que se pode dizer sobre o hiato do PIB para o nosso País. Na sua opinião o que os agentes económicos (as famílias, Estado, as empresas, as 29 instituições financeiras e o resto do mundo) poderiam fazer para minimizar o fosso entre o produto efectivo e o potencial. 4. O PIB per capita pode também ser usado para medir o grau de desenvolvimento do país. Assim sendo, quanto maior for o PIB per capita desse país significa que a redistribuição da renda é feita de forma equitativa. Comente a afirmação. Auto-avaliação I. Defina os seguintes conceitos a) PIB b) PIBpm c) PIBcf d) PNB e) PNBpm f) PNBcf g) PIL h) PNL i) Amortizações j) Impostos indirectos k) Impostos directos l) Subsídios II. Das questões que se seguem escolha a alternativa correcta. 1. O Produto Interno Bruto é: a) Uma estimativa grosseira da riqueza de um país b) A medida mais usual do conjunto da actividade económica durante um período específico de tempo c) Estimativa do volume de vendas realizado durante um determinado período de tempo 2. O P.I.B. pode ser expresso em: a) Termos brutos ou líquidos b) Preços de mercado ou custo de factores 30 c) Incluindo ou excluindo amortizações 3. Se ao Produto Interno Bruto (P.I.B.) adicionarmos o saldo de rendimentos recebidos do exterior, obtemos: a) O Produto Interno Líquido b) O Rendimento Disponível c) O Produto Nacional Bruto d) O Rendimento Nacional Líquido 4. Se à despesa interna retirarmos o saldo de rendimentos recebidos do exterior, obtemos: a) Despesa Nacional. b) O Rendimento Disponível. c) O Produto Nacional Bruto. d) Nenhuma das opções. 5. PNB menos PIB é igual a: a) PNBcf b) PIBpm c) Saldo dos rendimentos pela propriedade dos factores. d) O Rendimento Disponível. e) Nenhuma das opções. 6. PNBcf mais impostos indirectos menos os subsídios é igual a: a) PIBcf b) PIBpm c) PNBpm d) PILpm e) Nenhuma das opções. 7. Considere a informação abaixo referente às quantidades produzidas dum determinado conjunto de cabaz duma economia: Tabela 5: Preços e Quantidades Produzidas do Cabaz 31 Ano 2001 2002 2003 2004 2005 Preço 50 20 30 10 20 Qtd.tone 50 230 600 105 150 Tomando como base o ano de 2004, calcule o PIB nominal e real para cada ano e interprete os resultados. 8. A produção da Boanalândia (em milhões de ZVL, a moeda desse país) é constituído por 4 bens como mostra a tabela 6. Os dados estão apresentados para três anos seguidos. Tabela 6: Preços e quantidades produzidas dos bens da Boanalândia 2008 2009 2010 Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade Peixe 2 5 3 20 5 20 Laranja 3 10 2 20 4 30 Maçã 5 10 2 20 2 30 Manga 4 20 5 10 3 10 Determine: a. Produto Interno Bruto nominal. b. Produto Interno Bruto real usando o ano de 2008 como ano base. c. Diga o que aconteceu com o nível do bem-estar económico entre o ano de 2009 e 2010. 5. Considere os dados incompletos da economia da Manicalândia: Tabela 7: PIB real, PIB nominal e Deflactor do PIB Ano PIB nominal PIB real Deflactor do PIB 1990 6500 1 32 Complete a tabela e demonstre todos os cálculos. Considere o ano base 1990. Chave-de-correcção 1. a) PIB é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos numa economia durante um período de tempo, normalmente um ano. b) PIBpm é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por uma economia medida a preço de mercado, isto é, é o valor do PIB a custos de factores adicionado dos impostos indirectos e retirados os subsídios. c) PIBcf é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por uma economia medido a custo de factores, isto é, é o valor dos bens e serviços com o preço da fábrica, dos custos de produção. É o valor do PIBpm retirando os impostos indirectos e adicionando os subsídios. d) PNB é o valor monetário dos bens e serviços produzidos por todos os nacionais independentemente da região onde se encontram. e) PNBpm é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos pelos nacionais medidos a preço de mercado. f) PIBcf é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos por nacionais medido a custo de factores. g) PIL é o valor monetário dos bens e serviços retirando as amortizações. h) PNL é o valor monetário dos bens e serviços produzidos por todos os nacionais retirando as amortizações. i) Amortizações é o desgaste físico dos bens de capital.
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