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ISTEG_Modulo_de_Economia_II_curso_de GELACTUALIZADO_14788899d3ced60705ae9fa50a080c3c

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MÓDULO DE ECONOMIA II 
 
 
Curso de Gestão de Empresas e Liderança 
 
 
Moçambique
 
UNIVERSIDADE WUTIVI 
Ensino Superior a Distância 
 
 
ii 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Julho de 2019 
 
© Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e 
Liderança(Ensino a Distância) 
 
Todos os direitos reservados a Universidade Wutivi 
Título do módulo: Economia II 
Edição: 1ª 
 
Organização e Edição 
Universidade Wutivi (Ensino Superior à Distância) 
Autor: Estrela Eduardo Soda Charles 
Revisor de EaD: Lina Sara Chovano do Rosário 
Revisor linguístico: Elísio Álvaro Arnança 
Revisor científico: Constantino Marrengula 
 
 
iii 
 
ÍNDICE 
FICHA TÉCNICA ................................................................................................................... ii 
Apresentação ......................................................................................................................... viii 
Introdução ao módulo .............................................................................................................. 1 
Objectivos do Módulo.............................................................................................................. 2 
Recomendações para o estudo ................................................................................................. 2 
Ícones da Actividade ................................................................................................................ 4 
Dicas de Apoio ......................................................................................................................... 5 
Tempo para o estudo ................................................................................................................ 5 
Testes/Avaliações .................................................................................................................... 5 
Unidade Didáctica nº 1: Introdução à Macroeconomia ........................................................... 6 
Introdução ................................................................................................................................ 6 
Objectivos da Unidade ............................................................................................................. 6 
Desenvolvimento do conteúdo ................................................................................................. 7 
1.Macroeconomia e microeconomia ........................................................................................ 7 
2.Surgimento da Macroeconomia ............................................................................................ 8 
3.Objectivos Macroeconómicos ............................................................................................. 11 
3.1.Produto ............................................................................................................................. 11 
3.2.Emprego ........................................................................................................................... 12 
3.3.Preços ............................................................................................................................... 12 
3.4.Balança de Pagamentos.................................................................................................... 13 
3.5.Desigualdades de Rendimento ......................................................................................... 14 
4.Política Fiscal ...................................................................................................................... 14 
4.1.Política Monetária ............................................................................................................ 15 
4.2.Política Cambial ............................................................................................................... 16 
4.3.Política Comercial ............................................................................................................ 16 
4.4.Política de Salários e Preços ............................................................................................ 16 
Tarefas.................................................................................................................................... 16 
Auto-avaliação ....................................................................................................................... 17 
Chave de Correcção ............................................................................................................... 18 
 
iv 
 
Resumo .................................................................................................................................. 19 
Bibliografia ............................................................................................................................ 20 
Unidade Didáctica nº 2: Produto Interno Bruto ..................................................................... 21 
Introdução .............................................................................................................................. 21 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 21 
Desenvolvimento do conteúdo ............................................................................................... 22 
1. Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto .............................................................. 22 
2.PIB nominal e PIB real ....................................................................................................... 23 
3.Produto Interno Bruto e Produto Interno Líquido............................................................... 26 
4.Produto Interno Bruto a custos de factores e Produto Interno Bruto a preços de mercado 27 
5.PIB Potencial e PIB efectivo ............................................................................................... 27 
6.PIB Per Capita..................................................................................................................... 28 
Tarefas.................................................................................................................................... 28 
Auto-avaliação ....................................................................................................................... 29 
Chave-de-correcção ............................................................................................................... 32 
Resumo .................................................................................................................................. 34 
Bibliografia ............................................................................................................................ 35 
Unidade Didáctica nº 3: Ópticas de medição do Produto ...................................................... 36 
Introdução .............................................................................................................................. 36 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 36 
Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 37 
1.Óptica da Produção .............................................................................................................37 
1.1.Método dos Produtos Finais ............................................................................................ 37 
1.2.Método dos Valores Acrescentados ................................................................................. 37 
2.Óptica da Despesa ............................................................................................................... 41 
3.Óptica do Rendimento ........................................................................................................ 42 
Tarefas.................................................................................................................................... 43 
Auto-avaliação ....................................................................................................................... 44 
Chave-de-correcção ............................................................................................................... 48 
Resumo .................................................................................................................................. 49 
 
v 
 
Bibliografia ............................................................................................................................ 49 
Unidade Didáctica nº 4: Componentes do Produto ................................................................ 50 
Introdução .............................................................................................................................. 50 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 50 
Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 51 
1.Consumo ............................................................................................................................. 51 
1.1.Determinantes do consumo .............................................................................................. 51 
1.2.A Função Consumo.......................................................................................................... 54 
2. Relação a partir da propensão marginal a consumir e a propensão marginal a poupar ..... 57 
3. Relação Gráfica .................................................................................................................. 60 
3.1.Investimento ..................................................................................................................... 61 
3.2.Determinantes do Investimento ....................................................................................... 62 
3.2.1.A Curva da Procura de Investimento ............................................................................ 64 
3.2.2.Inclinação da curva de investimento ............................................................................. 65 
3.2.3.Deslocações da curva de investimento ......................................................................... 65 
4.Gastos do Governo .............................................................................................................. 67 
5.Exportações Líquidas .......................................................................................................... 67 
Tarefas.................................................................................................................................... 69 
Auto-avaliação ....................................................................................................................... 69 
Chave-de-correcção ............................................................................................................... 71 
Resumo .................................................................................................................................. 73 
Bibliografia ............................................................................................................................ 75 
Unidade Didáctica nº 5: Modelo Keynesiano Simples .......................................................... 76 
Introdução .............................................................................................................................. 76 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 76 
Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 77 
1. Modelo keynesiano simples numa economia fechada e sem Governo .............................. 77 
2. Modelo keynesiano simples numa economia fechada e com Governo ............................. 83 
Tarefas.................................................................................................................................... 89 
Auto-avaliação ....................................................................................................................... 90 
 
vi 
 
Chave-de-correcção ............................................................................................................... 91 
Resumo .................................................................................................................................. 92 
Bibliografia ............................................................................................................................ 93 
Unidade Didáctica nº 6: A Moeda ......................................................................................... 94 
Introdução .............................................................................................................................. 94 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................... 94 
Desenvolvimento do Conteúdo .............................................................................................. 95 
1.Definição e Evolução da Moeda ......................................................................................... 95 
2.Funções da Moeda .............................................................................................................. 97 
2.1.Moeda como meio de troca .............................................................................................. 97 
2.2.Moeda como unidade de conta ........................................................................................ 97 
2.3.Moeda como reserva de valor .......................................................................................... 97 
3.Características da moeda. .................................................................................................... 98 
4.Procura por moeda .............................................................................................................. 98 
5.Oferta por Moeda .............................................................................................................. 100 
5.1.Funções do Banco Central ............................................................................................. 101 
5.1.1.Objectivos da Política Monetária ................................................................................ 101 
5.2.Operações de Mercado Aberto....................................................................................... 102 
Taxas de Redesconto............................................................................................................ 103 
5.2.2.Taxa de reservas obrigatórias...................................................................................... 103 
Tarefas..................................................................................................................................104 
Auto-avaliação ..................................................................................................................... 104 
Chave-de-Correcção ............................................................................................................ 105 
Resumo ................................................................................................................................ 107 
Bibliografia .......................................................................................................................... 107 
Unidade Didáctica nº 7: Modelo IS-LM .............................................................................. 108 
Introdução ............................................................................................................................ 108 
Objectivos da Unidade ......................................................................................................... 108 
Desenvolvimento do Conteúdo ............................................................................................ 109 
1.Mercado de bens e serviços .............................................................................................. 109 
 
vii 
 
1.1.Derivação Gráfica da Curva IS ...................................................................................... 109 
1.2.Derivação Analítica da Curva IS ................................................................................... 110 
1.3.A Inclinação da Curva IS ............................................................................................... 112 
1.4.Casos Extremos .............................................................................................................. 112 
1.5.Deslocações da Curva IS ............................................................................................... 113 
2.Mercado monetário ........................................................................................................... 115 
2.1.Derivação Analítica da Curva LM ................................................................................. 115 
2.2.Derivação gráfica da Curva LM .................................................................................... 116 
2.3.A Inclinação da Curva LM ............................................................................................ 117 
3.O Equilíbrio nos Mercados de Bens e Serviços e Mercado Monetário ............................ 118 
4.Política Fiscal e Política Monetária no Modelo IS-LM .................................................... 120 
4.1.A Política Fiscal ............................................................................................................. 120 
4.2.Política Monetária .......................................................................................................... 121 
Tarefas.................................................................................................................................. 124 
Auto-avaliação ..................................................................................................................... 124 
Chave-de-correcção ............................................................................................................. 126 
Resumo ................................................................................................................................ 126 
Bibliografia .......................................................................................................................... 126 
 
 
 
 
viii 
 
Apresentação 
Caro(a) estudante! 
Está nas suas mãos o módulo de Economia II que integra a grelha curricular do Curso de 
Gestão de Empresas e Liderança oferecido pela Universidade Wutivi na modalidade de 
Educação a Distância. 
Este módulo que serve de guia de estudo, coadjuvado com outros saberes vinculados por 
outras disciplinas do seu curso, irá dotá-lo de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes 
fundamentais para o seu sucesso na carreira estudantil e profissional. 
Caro estudante! 
Lembre-se sempre que o sucesso na aprendizagem depende de si. Desta forma, deve 
planificar-se para estudar todos os dias, do período lectivo, para que possa alcançar os 
resultados da aprendizagem pré-determinados no módulo. 
Com a esperança de que este módulo constitua um verdadeiro guia de estudos, a equipa de 
professores que se dedicou à sua elaboração, adaptação e organização deseja a si muita 
aprendizagem activa, que poderá materializá-la através de diálogos e debates nos fóruns e nas 
sessões presenciais, visto que o desenvolvimento do País depende da qualidade de serviço de 
cada um de nós, nos diferentes sectores socioeconómicos. 
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio. 
A Equipa do EaD 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao módulo 
 
Bem-vindo ao módulo de Economia II 
O módulo de Economia II representa o seguimento dos conteúdos leccionados no módulo de 
Economia I, assim sendo, ao longo do módulo será solicitado a rever alguns conceitos e 
teorias abordadas no módulo de Economia I. 
No módulo de Economia I, aprendeu a diferenciar a macroeconomia e a microeconomia. Viu 
também que a macroeconomia analisa as questões económicas, de uma forma geral, enquanto 
a microeconomia analisa as questões económicas, de forma mais particularizada. Por 
exemplo, quando analisamos as quantidades produzidas por uma determinada empresa, 
estamos a fazer uma análise microeconómica. Enquanto quando analisamos o nível de 
produção de todo o País, estamos perante uma análise macroeconómica. 
De uma forma geral, o módulo de Economia I abordou questões relacionadas com a 
microeconomia e, neste módulo, iremos abordar questões macroeconómicas como é o caso 
do cálculo do nível de produção, o rendimento nacional, a despesa nacional, as políticas 
implementadas pelo Governo para aumentar o nível de crescimento e desenvolvimento do 
País. 
Neste módulo irá ainda analisar a moeda e o sistema financeiro. Serão destacadas as funções 
do banco central e as políticas ou instrumentos usados por este órgão, para através da moeda, 
afectar outras variáveis macroeconómicas. Também serão abordados temas que o ajudarão a 
compreender algumas políticas macroeconómicas implementadas pelo Governo e a prever as 
suas consequências. Se, por exemplo, o Banco Central emite mais moeda, o estudante deverá 
estar em condições de prever os efeitos e consequências desta medida para o sector privado, 
no nível de investimentos, no nível de consumo, nos preços e em outras variáveis 
económicas. 
No que se refere à estrutura, o Módulo de Economia II está dividido em sete unidades 
didácticas. Na primeira define-se os principais conceitos macroeconómicos, apresentamos 
ainda a diferença entre a macroeconomia e a microeconomia, o surgimento da 
macroeconomia e os principais objectivos macroeconómicos. 
 
2 
 
Na segunda unidade aborda-se o conceito de cálculo, interpreta-se o produto interno bruto 
(PIB). Na unidade didáctica 3 apresenta-se as diferentes ópticas existentes para a medição do 
PIB. Na unidade didáctica 4 faz-se um estudo, detalhado, de cada um dos componentes do 
PIB. Na unidade 5 desenvolve-se o modelo keynesiano simples. Demonstra-se, nesta 
unidade, como as variações nas componentes do PIB podem afectar o nível de rendimento de 
equilíbrio. Na unidade didáctica 6 estuda-se a moeda, especificamente, a procurae a oferta de 
moeda e faz-se também a ligação entre a unidade didáctica 5 modelo keynesiano simples e a 
serve de ponte para a unidade didáctica 7 onde se aborda o modelo IS-LM, que apresenta os 
principais factores que influenciam tanto a procura como a oferta da moeda. 
Na última unidade veremos o modelo IS-LM, este modelo é considerado uma continuação do 
modelo keynesiano simples. 
 
 
 
 Objectivos do Módulo 
Quando terminar o estudo deste módulo, você deve ser capaz de: 
 Medir a actividade económica usando os vários agregados macroeconómicos; 
 Classificar as diversas componentes do produto; 
 Identificar os determinantes do consumo e do investimento; 
 Identificar as funções da moeda e do banco central; 
 Calcular o nível de rendimento de equilíbrio e taxa de juro de equilíbrio usando o 
modelo IS-LM; 
 Distinguir o modelo IS-LM do modelo keynesiano simples; 
 Demostrar como o estado pode usar as políticas fiscais e monetária para influenciar o 
nível do produto na economia. 
 
Recomendações para o estudo 
Para obter sucesso no estudo deste módulo, siga com atenção as seguintes recomendações: 
 
3 
 
 Leia, com atenção, cada unidade temática e os objectivos a serem concretizados no 
final de cada unidade; 
 Resolva os exercícios que lhe são propostos e compare a sua solução com a grelha de 
correcção fornecida; 
 Relacione os conceitos e exercícios dados com a realidade económica, com os factos 
económicos reais que tem observado no dia-a-dia. 
 Consulte a bibliografia indicada no final do módulo para fortalecer os seus 
conhecimentos; 
 
Irá precisar de uma máquina de calcular (para lhe ajudar nos cálculos dos agregados 
macroeconómicos), uma régua (para a elaboração de gráficos), lápis, caneta e um caderno. 
Sempre que tiver dúvidas entre em contacto com o seu tutor nas tutorias virtuais ou nas 
tutorias presenciais. 
 
 
 
4 
 
Ícones da Actividade 
 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones 
servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma 
parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir. Cada um com uma 
descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para 
representar as várias actividades, ao longo deste módulo. 
 
 Introdução 
Desenvolvimento do conteúdo 
 
 Objectivos 
 
 Resumo 
 
 Tempo para completar o tema 
 
 Definições importantes 
 
 Tarefas 
 
 Auto-avaliação 
 
5 
 
 Para investigar Texto de leitura 
 
Dicas de Apoio 
Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos 
no início do curso. 
 
 
Tempo para o estudo 
Este módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 150 horas, o que 
significa que deve estudar, de forma independente, 118 horas e ter contacto com o docente, 
em média, 8 horas presencialmente e 24 horas virtualmente. 
 
Testes/Avaliações 
Nesta disciplina você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a 
distância (AD’s). 
 
 
 
 
6 
 
Unidade Didáctica nº 1: Introdução à Macroeconomia 
 
 
Introdução 
Nesta unidade iremos abordar o contexto de surgimento da macroeconomia, sua definição, 
importância do seu estudo e suas diferenças em relação a microeconomia. Veremos, ainda, os 
principais objectivos macroeconómicos que todos os países almejam alcançar e as políticas 
ou meios de que estes países dispõem para alcançar estes objectivos. 
A compreensão dos temas abordados nesta unidade é fundamental para o sucesso das 
unidades seguintes por ser uma unidade introdutória. É nesta unidade que você vai estudar os 
principais conceitos que o ajudarão a melhor compreender os fenómenos económicos do dia-
a-dia. 
 
 
 
Objectivos da Unidade 
Ao completar o estudo desta unidade, você deve ser capaz de: 
 Explicar o contexto de surgimento e a importância do estudo da economia; 
 Identificar o precursor da teoria macroeconómica; 
 Diferenciar o pensamento clássico do pensamento keynesiano; 
 Descrever os principais objectivos macroeconómicos; 
 Descrever os meios (políticas) existentes para o alcance dos objectivos 
macroeconómicos. 
 
7 
 
 
 
Desenvolvimento do conteúdo 
1.Macroeconomia e microeconomia 
A palavra macroeconomia provém do grego “macro” que significa grande. A macroeconomia 
estuda o comportamento da economia como um todo, examina o nível global do produto (o 
valor dos bens e serviços finais que são produzidos por determinado país), do emprego e dos 
preços. 
O objectivo da macroeconomia é de explicar as mudanças económicas que afectam muitas 
famílias, empresas, as instituições financeiras e todos os outros agentes económicos. A 
macroeconomia trata de diversas questões dentre as quais destacam-se: 
 Porquê o rendimento médio é elevado em alguns países e baixo em outros? 
 Porquê os preços aumentam rapidamente em certas épocas e são mais estáveis em 
outras? 
 Por que alguns países têm um nível de produção e emprego muito baixo? 
 Que meios os governos dispõem para afectar o nível de produção e de emprego? 
Você pode observar que as questões apresentadas acima são todas macroeconómicas porque 
se referem ao funcionamento da economia como um todo. 
A questão que você, estudante, poderá estar agora a colocar é: como podemos calcular o nível 
da produção de todos os bens e serviços de um país? Como poderemos calcular e interpretar 
o nível de preços? O nível do rendimento? Para responder a estas questões o você deverá 
relacionar os conceitos de macroeconomia e microeconomia vistos no módulo de Economia 
I. 
No módulo de Economia I vimos que a microeconomia estuda ou analisa o nível de preços, 
produção e rendimento dos agentes económicos de forma individual isto é, calculamos o 
nível de preços e produção de uma determinada empresa que pode ser uma padaria, uma 
empresa de prestação de serviços de limpeza, etc. Enquanto a macroeconomia analisa os 
preços e a produção de um país. Neste caso, para obtermos os dados da produção de um país 
temos que recorrer às análises microeconómicas, feitas anteriormente, isto é, para 
calcularmos o nível da produção de pão no país temos que conhecer os níveis individuais da 
 
8 
 
produção de pães em cada padaria. Para compreender o que determina o gasto total com 
consumo, devemos ter em conta as decisões de consumo de uma família. Para compreender o 
que determina o gasto total em investimento, devemos ter em conta o nível de investimentos 
de cada uma das empresas. Como podemos observar, as variáveis agregadas (variáveis 
macroeconómicas) são a soma das variáveis que descrevem as decisões individuais. A teoria 
macroeconómica baseia-se em fundamentos microeconómicos.De uma forma resumida, podemos afirmar que apesar da diferença no seu âmbito de análise, 
a microeconomia e a macroeconomia encontram-se relacionadas. Quando estudamos a 
Economia como um todo devemos levar em consideração as decisões dos agentes 
económicos individuais. 
 
2.Surgimento da Macroeconomia 
No manual de Economia I explicámos o surgimento do estudo da Economia e frisamos o 
papel de Adam Smith na Economia. 
Adam Smith é considerado o pai da economia pois foi o primeiro a analisar, de forma mais 
profunda, as questões económicas. Após o lançamento do seu livro “E estudo das Origens da 
Riqueza das Nações” em 1776, Adam Smith teve os seus seguidores1, dos quais podemos 
citar Jean Baptiste Say e John Stuart Mill, David Ricardo, entre outros. Estes formaram a 
escola clássica que estava baseada nos seguintes pressupostos: 
a) Ausência da intervenção do estado na economia – os clássicos defendiam que a 
economia podia funcionar, perfeitamente, sem a intervenção do estado, isto é, o 
estado deveria apenas ter um papel intermédio e não influenciar nos preços dos bens e 
nos salários. 
b) Flexibilidade dos preços e dos salários – os clássicos defendiam que os preços dos 
bens e serviços eram flexíveis, isto é, estes variavam de acordo com as condições do 
mercado (as condições da procura e da oferta) e não era necessário que alguém fixasse 
o preço de determinado bem, o mercado se encarregaria de o fazer. 
a. Em relação aos salários, os clássicos defendiam que os salários dos 
trabalhadores dependiam da produtividade dos mesmos e eram flexíveis 
 
1 Seguidor refere-se as pessoas que se alinham a determinadas ideais, a determinadas formas de pensamento. 
Estes formam uma escola de pensamento. 
 
9 
 
c) Toda a oferta gera a sua procura – os clássicos defendiam que toda a oferta cria a 
sua própria procura. Isto é, tudo que as empresas produzem será vendido. Em outras 
palavras, se existe produção existirá salario e por sua vez este salário sará usado na 
compra dos bens e serviços produzidos. 
d) Pleno emprego dos factores de produção - Os clássicos defendiam, também, que as 
empresas usam sempre todos os factores de produção disponíveis. O que significa que 
a oferta de bens e serviços será constante e a produção será máxima. 
Durante várias décadas a economia funcionou na base destes pressupostos até 1929 
quando surgiu a crise da superprodução2. Esta crise alastrou-se, as empresas 
começaram a ter stocks muito elevados de bens, não conseguiam vender e não tinham 
como pagar os seus trabalhadores iniciando, assim, níveis de desemprego elevados e 
níveis de salários baixos. Nesta fase, os pressupostos da teoria clássica começaram a 
ser colocados em causa. Em 1936 o economista John Maynard Keynes ao tentar 
compreender o mecanismo económico que originou a grande depressão lançou o seu 
livro “The General Theory of Employment, Interest and Money” (Teoria Geral do 
Emprego, Juro e da moeda). 
Este autor argumentou que as políticas governamentais (políticas fiscais e monetárias) 
podem influenciar o produto e assim reduzir o desemprego e encurtar as recessões 
económicas3. As suas teorias foram aplicadas com sucesso a seguir a grande 
depressão dos anos 30 e ainda hoje influenciam economistas e políticos de todo o 
mundo. A teoria definida por Keynes ficou conhecida como teoria keynesiana. 
Keynes começou a analisar as questões económicas como um todo (visto que o 
problema do desemprego estava generalizado), e não de forma individual como 
faziam e pensavam os clássicos, surgindo, assim, uma nova forma de análise das 
questões económicas: A análise macroeconómica. Keynes afirmava que era 
 
2 A crise da superprodução surgiu na América quando as várias empresas já não encontravam mercados para o 
escoamento dos seus produtos. A europa constituía um mercado forte e potencial para os produtos americanos 
mas neste período vários países europeus estavam a se reconstruir da guerra e recebiam ajuda em forma de 
programas que incentivavam a produção interna de bens e serviços e sendo assim o principal mercado para a 
América estava já comprometido. 
A quantidade de pessoas que adquiria bens na América começou a reduzir e por outro lado os produtores 
americanos não ajustavam a sua produção pois usavam o pressuposto de que toda a oferta gera a sua procura, 
criando assim um excesso de produção de bens e um stock elevado de produtos em seus armazéns. 
3 Recessões económicas são fases da economia em que o nível do produto encontra-se a decrescer. 
 
10 
 
necessário que o estado interviesse no mercado para reduzir o nível de desemprego e 
criar estabilidade económica. 
De forma resumida, podemos dizer que a macroeconomia surgiu após a grande depressão e 
por via dos estudos de John Maynard Keynes que posteriormente ficou conhecido como o pai 
da macroeconomia e formou a escola keynesiana. 
Os keynesianos consideravam que, dificilmente, a economia funcionaria em pleno uso dos 
seus factores de produção. Estes reconhecem as crises económicas e, diferentemente dos 
clássicos, não consideram que toda a oferta gera a sua procura, mas sim que os níveis de 
produção (oferta) eram determinados pela quantidade de pessoas aptas a adquirir o bem. 
O gráfico 1 a seguir está dividido em 2 partes: gráfico A e gráfico B e mostram as curvas da 
procura e da oferta, de acordo com os clássicos e os keynesianos. 
 
 Gráfico 1: Representação gráfica do pensamento clássico e keynesiano 
 
 
O gráfico A mostra o pensamento clássico. Repare que a curva da oferta é vertical e mostra 
que a oferta representa o produto potencial (a quantidade produzida é máxima, pois estamos 
também a usar, de forma plena, todos os factores de produção). Este facto ocorre, 
exactamente, pelo facto dos clássicos não considerarem o desemprego e outros factores que 
possam contribuir para um nível de produção reduzida. 
Segundo os clássicos, a economia não se distancia do pleno emprego e da plena utilização de 
recursos, isto é, não há recessões ou depressões prolongadas e sustentadas, e os trabalhadores 
qualificados conseguem encontrar, rapidamente, emprego com um nível de salário 
compatível com a sua produtividade. 
 
11 
 
O gráfico B mostra o pensamento keynesiano. Estes consideram que a economia, 
dificilmente, estará a funcionar em pleno emprego e, assim sendo, o nível de produto na 
economia será menor que o produto potencial, conforme mostra o gráfico, e podemos 
observar que a quantidade potencial (Q) é maior que a quantidade produzida no mercado 
(Q*). 
Enquanto a abordagem clássica pressupunha que os salários e os preços eram flexíveis, o que 
implicava uma curva da oferta vertical, a abordagem keynesiana insistiu na inflexibilidade 
dos preços e dos salários numa curva de oferta positivamente inclinada. Na abordagem de 
Keynes a oferta não cria, definitivamente, a sua própria procura, o produto pode desviar-se do 
seu potencial por longos períodos de tempo. 
 
3.Objectivos Macroeconómicos 
Os principais objectivos macroeconómicos que os países almejam alcançar são: 
 Nível elevado e crescimento rápido do produto; 
 Nível elevado de emprego e desemprego involuntário reduzido; 
 Estabilidade do nível de preços; 
 Equilíbrio da balança de pagamentos; 
 Reduzidas desigualdades de rendimentoregionais. 
 
3.1.Produto 
Como vimos na disciplina de Economia I, o Homem tem necessidades, cada vez mais 
elevadas, e essas necessidades são satisfeitas com o consumo de bens e serviços. Neste caso, 
quanto mais bens e serviços a economia produzir, mais opções e alternativas para a satisfação 
das necessidades. 
O objectivo final da actividade económica é produzir os bens e serviços pretendidos pela 
população. A medida mais abrangente do produto total de uma economia é o produto interno 
bruto (PIB). O PIB é o valor total de bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um 
país durante um ano. Note que para o cálculo do PIB considera se a produção total do país 
independentemente de quem esteja a produzir. Por exemplo, dentro do território nacional 
existem várias empresas pertencentes a moçambicanos, americanos, angolanos, portugueses, 
 
12 
 
etc. Para o cálculo do PIB somamos toda a produção independentemente da nacionalidade de 
cada proprietário da empresa e independentemente da proveniência dos recursos empregues. 
 
3.2.Emprego 
O segundo objectivo das políticas macroeconómicas está relacionado com o emprego. Este 
deve ser o mais elevado possível. Note-se que não estamos a dizer que o desemprego deve ser 
reduzido a zero. Isso não é possível, pois, mesmo quando todos estão empregados e um 
indivíduo resolve mudar de emprego, o tempo que leva para obter uma nova colocação ele 
estará desempregado. 
O emprego é um dos indicadores macroeconómicos que mais afecta, directamente, as 
pessoas. As pessoas querem encontrar empregos bem remunerados sem terem de andar à 
procura ou esperar durante muito tempo, e querem ter segurança no emprego e bons 
benefícios quando estão empregadas. A taxa de desemprego tende a reflectir o estado do ciclo 
económico, isto é, os níveis de emprego e desemprego reflectem as expansões e recessões da 
produção de bens e serviços. Quando o nível de produção é elevado na economia, ou seja, 
quando a economia está em expansão, o nível de emprego é maior e quando o nível de 
produção é reduzido o nível de desemprego também é maior. 
A questão que o estudante poderá estar a colocar-se agora é: Porquê o desemprego constitui 
um problema para as pessoas e para a sociedade?A resposta a esta pergunta está associada 
aos bens e à satisfação das necessidades económicas. Por um lado, um indivíduo, 
desempregado, não terá um rendimento que lhe permite adquirir os bens e serviços de que 
necessita para a satisfação das suas necessidades e, por outro lado, temos um recurso humano 
ocioso (que não está a ser usado de forma racional pela economia), as despesas de 
alimentação, de vestuário, estudos e outros dos indivíduos desempregados são directa ou 
indirectamente pagos pela sociedade (pelos membros da família ou pelo estado, através dos 
subsídios de desemprego, das bolsas de estudos e de outras formas). 
 
3.3.Preços 
O terceiro objectivo macroeconómico é a manutenção da estabilidade do nível geral de 
preços. A estabilidade do nível geral de preços é muito importante pois pode influenciar na 
capacidade dos agentes económicos em adquirir bens e serviços. 
 
13 
 
O indicador que mede a variação do nível de preços é a inflação. Inflação pode ser definida 
como a subida contínua e generalizada do nível de preços. 
O estudante deve reparar que, na definição da inflação temos alguns termos importantes 
como é o caso da palavra contínua e generalizada, o que significa que a inflação é um 
indicador geral, isto é, só se pode falar de inflação se tivermos uma subida de preços de 
vários bens e serviços e se esta subida for contínua. 
A deflação ocorre quando os preços diminuem (o que significa que a taxa de inflação é 
negativa). 
A inflação é uma das variáveis que deve ser controlada, pois, esta pode causar distúrbios na 
sociedade, em caso de níveis elevados. 
O valor real das pensões também fica afectado com o aumento do nível de preços, o poder de 
compra dos bens e serviços é posto em causa. A inflação também prejudica todos os que 
auferem rendimentos fixos, porque reduz o seu poder de compra. A subida persistente do 
nível de preços dificulta a planificação de longo prazo. Uma vez não se saber a quantas 
estarão os preços e o valor real da moeda, no futuro, os investidores priorizam negócios de 
rápidos ganhos e de curto prazo. 
 
3.4.Balança de Pagamentos 
A balança de pagamento resume a posição do país nas suas transacções com o resto do 
mundo. Inclui a balança comercial, balança de serviços e balança de capitais. 
Abalança comercial regista todas as operações relativas às importações e exportações de 
bens. A diferença entre o valor de bens exportados e importados é representada pelo saldo da 
balança comercial. 
A balança de serviços reporta a diferença entre as receitas dos serviços exportados e 
importados, e a balança de capitais que cobre os fluxos de capitais. 
Para a macroeconomia é importante que a balança de pagamentos esteja equilibrada porque 
só assim o País se vai encontrar em condições de honrar com os seus compromissos com o 
exterior. Uma balança de pagamentos deficitária significa que a economia vive da poupança 
externa e exposta a variáveis fora do seu controlo para o seu funcionamento. 
 
 
14 
 
3.5.Desigualdades de Rendimento 
A redução das desigualdades de rendimento regionais é fundamental para a sustentabilidade 
da própria economia e para a harmonia social. Uma sociedade com níveis altos de 
desigualdades encontra-se mais exposta a riscos de insegurança e instabilidade social. 
Cenários de uma maioria da população e regiões, sem rendimento, são menos atractivas para 
investimentos em empreendimentos de consumo de massa, porque é notória a ausência de 
uma classe média. Os instrumentos da política macroeconómica. 
Para atingir os objectivos citados, anteriormente, a política macroeconómica possui alguns 
instrumentos, nomeadamente: a política fiscal, monetária, cambial, comercial e de 
rendimentos e preços. 
Um instrumento de política é uma variável económica sob o controlo do Estado que pode 
afectar um ou mais objectivos macroeconómicos, isto é, ao fazer variar um instrumento de 
política macroeconómica, as autoridades podem evitar os maiores excessos do ciclo 
económico e aumentar a taxa de crescimento do produto. Vamos a seguir ver os instrumentos 
da política macroeconómica. 
 
4.Política Fiscal 
A política fiscal centra-se no uso dos impostos, das transferências e de outras despesas ou 
receitas do Governo para materializar os objectivos da política macroeconómica. Isto é, a 
política fiscal é um instrumento que o Estado usa para poder atingir o nível de produção 
elevado, nível de emprego elevado ou ainda o nível de inflação controlada. 
A pergunta que se segue é: como o Governo pode usar estas variáveis (impostos, 
transferências ou gastos do Governo) para afectar o nível de produção, de emprego ou a 
estabilidade de preços? 
Para responder a esta questão teremos que fazer várias ligações entre as variáveis 
macroeconómicas, até atingir o nível de emprego ou produto desejado. Suponhamos que o 
Estado pretende aumentar o nível de emprego usando uma política fiscal, ele poderá 
aumentar as transferências efectuadas para os antigos combatentes ou para as pessoas idosas. 
Aumentar o nível das transferências significa que cada indivíduo, que recebe as 
transferências, terá mais dinheiro paraadquirir bens e, serviços e por sua vez, as empresas 
produtoras desses bens e serviços terão que aumentar a sua produção para fazer face a 
crescente procura pelos bens e serviços. 
 
15 
 
Se o Estado optar por aumentar os gastos do Governo (aumentar a construção de escolas, 
hospitais ou pontes) este irá necessitar de mais funcionários para ocupar os novos postos de 
trabalho, o que significa que o nível de emprego irá aumentar, para além disso irá também 
contratar as empresas produtoras de material escolar diverso para o apetrechamento das novas 
instalações, incentivando assim o aumento da produção destes bens e serviços. 
 
4.1.Política Monetária 
O segundo instrumento mais importante da política macroeconómica é a política monetária, 
que o Governo conduz através da gestão da moeda. 
A política monetária é um instrumento usado pelos bancos centrais. Este consiste no aumento 
ou redução da quantidade de moeda, em circulação, na economia. Se o banco central usar um 
instrumento com o objectivo de reduzir a quantidade de moeda em circulação, estamos 
perante uma política monetária restritiva e, quando o objectivo é aumentar a quantidade de 
moeda em circulação, estamos perante uma política monetária expansiva. 
A política monetária pode ser usada para alcançar os objectivos macroeconómicos como é o 
caso do nível de emprego e aumento da produção. Ora vejamos, em caso de uma política 
monetária expansiva, o banco central irá aumentar a moeda em circulação na economia e por 
esta via os bancos comerciais terão mais moeda para oferecer aos diversos agentes 
económicos em forma de empréstimos, e sendo assim, a taxa de juro do mercado pode ser 
afectada4, esta poderá baixar e, como consequência, o preço que os empresários irão pagar 
para obter um empréstimo será menor e o nível de investimentos irá aumentar, aumentando 
assim o nível de emprego e a quantidade de bens e serviços produzidas na economia. 
No caso de implementação de uma política monetária restritiva a quantidade de moeda em 
circulação irá reduzir e a taxa de juro irá aumentar, reduzindo, desse modo, o nível de 
investimentos e, por sua vez, o nível de emprego e de produção. 
 
 
4 Nota que a moeda pode ser considerada um bem e a taxa de juro o preço da moeda. Neste caso, quando temos 
um aumento da quantidade da moeda em circulação, preço da moeda (taxa de juro) reduz. De modo similar 
quando a quantidade de tomate aumenta no mercado o seu preço é afectado podendo reduzir. 
 
16 
 
4.2.Política Cambial 
A política cambial é gerida pelo Banco Central. Consiste na manipulação da taxa de câmbio, 
ou o preço da moeda externa em relação à doméstica para atingir objectivos de política 
macroeconómica, em particular um maior crescimento, equilíbrio da balança de pagamentos 
ou o controlo inflacionário. 
 
4.3.Política Comercial 
A política comercial incide sobre as tarifas aduaneiras, quotas de exportação/importação e 
barreiras administrativas. O Governo usa estas variáveis para influenciar o curso da 
economia, em particular o saldo da balança comercial e/ou atingir outros objectivos de 
desenvolvimento nacional como a promoção da indústria doméstica, ou a protecção de certos 
sectores considerados relevantes 
 
4.4.Política de Salários e Preços 
O Governo usa a política de salários e preços, em particular, para proteger os grupos sociais 
de rendimentos baixos ou que considera que saem prejudicados ao serem deixados ao 
mercado livre. Pela via da política de salários e preços, o Governo estabelece salários 
mínimos, preços máximos e mínimos na perspectiva de proteger determinados grupos sociais. 
Em Moçambique a política de salário mínimo tem em vista proteger os trabalhadores 
assalariados. 
 
 
Tarefas 
1. Um dos objectivos da política macroeconómica, em Moçambique, é a redução do 
desemprego 
a) Discuta quais são as acções que o Governo tem realizado para reduzir o desemprego 
em Moçambique. Dê a sua opinião sobre outros métodos que o Governo poderia usar 
para combater o desemprego na economia. 
 
17 
 
b) O desemprego pode criar consequências bastante negativas na população e na 
economia, em geral. Explique qual é o impacto do desemprego no nível de vida das 
pessoas e na economia. 
2. A estabilidade dos preços constitui um dos objectivos da política macroeconómica em 
Moçambique e é levada a cabo pelo Banco de Moçambique. 
a. Explique duas vantagens da estabilidade dos preços em Moçambique. 
 
b. Usando o teu conhecimento geral e da análise macroeconómica explique qual é o impacto 
da inflação no nível de vida das pessoas no geral e particularmente para os que recebem uma 
pensão fixa do Estado. 
3. Os bancos C centrais usam os instrumentos de política monetária para poder alcançar os 
objectivos macroeconómicos. Considerando um país com um sistema financeiro pouco 
desenvolvido, qual das políticas (fiscal ou monetária) poderia ser usada para aumentar o nível 
da produção. Justifique detalhadamente a sua resposta. 
 
 
 
Auto-avaliação 
1. Explique em que contexo surgiu a macroeconomia 
2. Identifique e explique quais os meios existentes para o alcance dos objectivos 
macroeconómicos. 
3. A macroeconomia estuda fenómenos económicos da economia como um todo; a 
microeconomia estuda fenómenos económicos de uma parte da economia ou de agentes 
individuais. 
a) Concorda com a afirmação? Justifique usando exemplos de indicadores ou fenómenos 
estudados pela microeconomia e macroeconomia. 
b) Explique como é que a microeconomia se relaciona com a macroeconomia. 
4. Os economistas keynesianos argumentam que os mecanismos automáticos do mercado 
nem sempre funcionam. 
 
18 
 
a) Explique de forma detalhada porque e como estes economistas chegaram a esta 
conclusão. 
b) Ilustre graficamente e explique o pensamento Keynesiano. 
 
5. Os economistas clássicos salientam que o mercado e, consequentemente a economia, é 
auto regulada, isto é, a economia por si só volta ao ponto de equilíbrio. 
a) Identifique dois pressupostos principais da abordagem clássica e relacione-os com a 
lei dos mercados de Say. 
b) Ilustre graficamente e explique de forma detalhada o pensamento clássico. 
c) Defina os objectivos conflituantes e os objectivos não conflituantes. Dê exemplos e 
explique. 
 
Chave de Correcção 
1. A macroeconomia surgiu com a grande depressão e os problemas de desemprego criados 
por esta crise. Ver o ponto 2 da unidade temática 1 e desenvolver a resposta explicando 
como e porque Keynes sugeriu a intervenção do estado na economia. 
2. Os meios existentes para o alcance dos objectivos macroeconómicos são as políticas: 
fiscal, monetária, cambial e orçamentária, comercial e de salários e preços. 
3.a) Concordo com a afirmação. A macroeconomia estuda os fenómenos económicos de uma 
forma geral como a inflação, o nível de investimentos, etc. e a microeconomia estuda o 
comportamento dos agentes económicos individualmente, estuda o consumo, o 
comportamento dos consumidores, produtores etc. 
3.b) A macroeconomia relaciona-se com a microeconomia pois, para serem feitas as análises 
macroeconómicas, usamos as análises microeconómicas, isto é, a análise macroeconómicabaseia-se na análise microeconómica para sabermos o nível de investimentos temos que 
conhecer o nível de investimentos de cada empresa. 
4.a) Os economistas keynesianos chegaram a esta conclusão porque durante a grande 
depressão, as variáveis económicas não se ajustaram, automaticamente, e era necessário a 
intervenção do estado na economia para reverter a situação de altos níveis de desemprego. 
 
19 
 
4.b) Os keynesianos argumentavam que a oferta não gerava a sua própria procura e que as 
economias não produziam, no seu potencial, pois os factores de produção nem sempre eram 
usados de forma plena dada as oscilações (recessões e expansões) económicas. Veja o gráfico 
1A. 
5.a) Os dois principais pressupostos da abordagem clássica são: os preços e salários são 
flexíveis e a economia produz no seu potencial, isto é, não existem recursos ociosos na 
economia. 
Estes pressupostos estão relacionados com a lei de Say, pois esta lei argumentava que toda a 
oferta gera a sua procura e os pressupostos clássicos defendiam também a produção máxima, 
salários e preços ajustados a produção e a produtividade. 
5.b) Os clássicos consideravam a curva da oferta como vertical e a procura ajustava-se ao 
nível de produção. Ver o gráfico 1B. 
5.c) Os principais objectivos macroeconómicos são: a produção (aumento cada vez mais 
elevado da produção), o emprego (maior nível de emprego para a economia) e a inflação 
(níveis controlados da inflação). Os governantes almejam alcançar estes objectivos 
simultaneamente e usando por vezes os mesmos instrumentos ou políticas. No entanto, 
existem objectivos que podem não ser alcançáveis usando a mesma política, isto é, se 
usarmos uma política fiscal expansiva (o estado construir mais bens públicos como escolas, 
centros de saúde etc.) podemos aumentar a produção de bens e serviços na economia, mas 
este aumento da produção pode por um lado criar um aumento na inflação, e por outro lado o 
aumento da produção implica o aumento de trabalhadores, aumento de emprego. Assim, 
podemos afirmar que o objectivo do aumento da produção e controle da inflação são 
objectivos conflituantes (não podem ser atingidos usando a mesma política), enquanto o 
objectivo de aumento da produção e o aumento do nível de emprego são objectivos não 
conflituantes (podem ser atingidos usando a mesma política macroeconómica). 
 
 
 Resumo 
Nesta unidade temática diferenciamos a macroeconomia da microeconomia, vimos que a 
macroeconomia estuda os fenómenos económicos, de uma forma geral, e a microeconomia 
estuda os fenómenos de forma particular individual. 
 
20 
 
A macroeconomia surgiu com a grande depressão e a crise económica que se desenvolveu a 
partir de 1929 e se prolongou até 1933. Os principais objectivos macroeconómicos são o 
emprego, a produção, a estabilidade dos preços, equilíbrio da balança de pagamentos e 
reduzidas desigualdades na distribuição de rendimento 
Para alcançar os objectivos macroeconómicos os governos usam: a política monetária, fiscal, 
cambial, comercial e de salários e preços. 
 
Bibliografia 
1. Blanchard, O. J. (2001). Macroeconomia: Teoria e Política Económica. Rio de 
Janeiro. Campus Editora 
2. Dornbusch, R. F., Fischer, S. & Startz, R. (1998). Macroeconomia. 7˚ Edição. 
Lisboa. McGraw Hill 
3. Mankiw, N. G. (2003). Macroeconomia. 5˚ Edição. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e 
Científicos Editora 
4. Sachs, J. D. & Larrain, F. (1998). Macroeconomia. São Paulo. Makron Books 
 
21 
 
Unidade Didáctica nº 2: Produto Interno Bruto 
 
 
Introdução 
Na unidade anterior vimos os principais objectivos macroeconómicos dos quais destacamos o 
aumento da produção, isto é, quanto maior for a quantidade de bens e serviços produzidos por 
uma economia, melhor serão as opções de bens e serviços ao dispor da sociedade e maiores 
serão os níveis de crescimento da economia. 
Em relação ao produto referimos que este pode ser definido de várias formas. Por exemplo, 
que podemos definir o produto de acordo com a nacionalidade de quem produz ou de acordo 
com a abrangência em termos territoriais, tendo assim o Produto Interno Bruto (PIB) ou 
Produto Nacional Bruto (PNB). 
Podemos ainda calcular o produto em termos líquidos, considerando preços correntes ou 
preços constantes, considerando o preço de mercado ou os custos de factores e, por fim, 
podemos calcular o produto médio produzido por cada indivíduo de um país, neste caso o 
produto interno bruto per capita. 
Na presente unidade vamos definir e diferenciar o produto de acordo com cada uma destas 
formas. 
 
 
Objectivos da Unidade 
Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: 
 Identificar as várias formas de definir o produto; 
 Diferenciar o produto interno e o produto nacional; 
 Diferenciar o produto interno a preços correntes e a preços de mercado; 
 Diferenciar o produto interno a custo de factores e a custos de mercado. 
 
 
22 
 
 
 
 Desenvolvimento do conteúdo 
 
1. Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto 
Produto Interno Bruto (PIB) - é o valor monetário de todos os bens e serviços finais 
produzidos por residentes de um determinado país (sejam eles nacionais ou estrangeiros), 
durante um determinado período de tempo, normalmente um ano. 
PIB= Σ(valor dos bens e serviços finais) 
Produto Nacional Bruto (PNB) - é o valor monetário de todos os bens e serviços finais 
produzidos por nacionais (independentemente do país onde se encontram a residir), durante 
um determinado período de tempo, normalmente um ano. 
A compreensão destes dois conceitos é fundamental para a compreensão da matéria 
subsequente. O PIB é o valor de bens e serviços finais produzidos em Moçambique, 
independentemente de serem produzidos por empresas nigerianas, chinesas, brasileiras, etc. 
Enquanto o PNB representa o valor de bens e serviços produzidos apenas pelos 
moçambicanos, independentemente da sua localização geográfica, isto é, se existir um 
moçambicano a produzir na China será contabilizado no PNB moçambicano e no PIB chinês. 
Na essência, o que difere o PIB do PNB são os rendimentos pela propriedade dos factores de 
produção (RPFP) – nomeadamente os lucros os juros, as rendas, os salários e outros – que 
recebemos e que enviamos para o resto do mundo. Neste caso, podemos calcular o PNB 
usando a seguinte fórmula: 
 
PNB= PIB + (rendimentos recebidos do exterior - rendimentos enviados 
ao exterior) 
A diferença entre os rendimentos recebidos e os rendimentos enviados é designado Saldo 
líquido dos rendimentos pela propriedade dos factores de produção externos (SLRPFE), 
assim sendo, pode se resumir a fórmula do PNB para: 
 
PNB= PIB + (SLRPFE) 
 
23 
 
2.PIB nominal e PIB real 
Existem duas formas de medir o PIB, que são: o PIB nominal e o PIB real. O PIB nominal é 
medido a preços correntes de mercado. O PIB real é calculado a preços constantes ou 
invariáveis. As variações do PIB real são a melhor e a mais difundida medida do nível do 
crescimento do produto e servem para monitorar o pulsar da economia de um país.A evolução do PIB ao longo do tempo nem sempre é constante, evidenciando antes períodos 
de expansão rápida seguidos de outros em que se contrai. Estas flutuações do produto 
constituem ciclos económicos durante os quais o emprego diminui, na fase recessiva do ciclo, 
enquanto na fase expansionista o nível de emprego tende a aproximar-se da plena utilização. 
Além do PIB real e nominal, o PIB pode ser potencial e efectivo. O PIB potencial representa 
a quantidade máxima que a economia pode produzir. Quando uma economia está a operar no 
seu potencial, o desemprego encontra-se na sua taxa natural e a produção é elevada. 
O PIB potencial é determinado pela capacidade produtiva da economia, que depende dos 
factores de produtos disponíveis (capital, trabalho, terra, etc.) e da eficiência tecnológica da 
economia. O PIB potencial tende a crescer, lentamente e continuamente, dado que os factores 
como o trabalho e o capital e o nível tecnológico variam bastante lentamente ao longo do 
tempo. O PIB efectivo representa o volume de produção que, de facto, a economia produz 
num dado período. 
PIB nominal ou PIB a preços correntes - representa o valor monetário dos bens e serviços 
finais produzidos por um determinado país num dado ano, em que os preços correntes, isto 
é, os preços em vigor, neste mesmo ano, são usados na valorização dos bens e serviços. 
Representa o somatório do valor de todos os bens e serviços que o país produz calculados 
usando o preço do mesmo ano (preços correntes). Matematicamente, temos: PIBnominal= 
Σ(P*Q) 
Supondo que um determinado país produza dois bens, a destacar arroz e pão. Neste caso, o 
PIB nominal de 2011 será o somatório do valor do pão (preço do pão multiplicado pela 
quantidade do pão) e do valor do arroz (preço do arroz multiplicado pela quantidade do 
arroz). Conforme podemos ver a seguir: 
PIBnominal2011= (Ppão de 2011*Qpão de 2011) + (Parroz de 2011*Qarroz de 2011) 
 
 
24 
 
PIB real ou PIB a preços constantes - representa o valor monetário dos bens e serviços 
finais produzidos por um determinado país num dado ano, retirado a variação dos preços ao 
longo do tempo. 
Representa o somatório de todos os bens e serviços que o país produz calculados usando o 
preço de um determinado ano base (preços constantes). 
Supondo que um determinado país produz dóis bens, nomeadamente arroz e pão. E tendo 
como base o ano de 2010. O PIBreal 2011 será o somatório do valor do pão (preço do ano 
base multiplicado pela quantidade do ano corrente) e do valor do arroz (preço do ano base 
multiplicado pela quantidade do ano corrente) Matematicamente, temos: 
PIBreal2011= (Ppão de 2010*Qpao de 2011) + (Parroz de 2010*Qarroz de 2011) 
O PIB nominal e o PIB real podem ser relacionados através do conceito de Deflactor do PIB, 
obtido pela divisão entre o PIB Nominal e o PIB Real. 
100
min
x
realPIB
alnoPIB
PIBdoDeflactor  
Exemplo: 
Considere uma economia que produz dois bens: leite e pão. A tabela abaixo mostra as 
quantidades e os respectivos preços (preços em meticais) nos anos 2010, 2011 e 2012. 
Tabela 1: Preços e quantidades de leite e pão nos anos de 2010, 2011 e 2012 
Ano 
Leite Pão 
Preço Quantidade Preço Quantidade 
2010 10 2 5 1 
2011 20 3 6 2 
2012 30 5 7 3 
 
a) Calcule o PIB nominal para cada ano; 
b) Calcule o PIB real para cada ano tendo como ano base o ano 2010; 
c) Calcule o deflator do PIB em cada ano. 
 
25 
 
Resolução: 
a) O PIB nominal, como anteriormente vimos, representa o somatório do valor dos bens 
finais, isto é o preço multiplicado pela quantidade para cada bem. 
PIB nominal2010=(Preço do leite2010 x Quantidade leite2010) +(Preço pão2010 x 
Quantidade pão2010) 
PIB nominal2011=(Preço do leite2011 x Quantidade leite2011) +(Preço pão2011 x 
Quantidade pão2011) 
PIB nominal2012=(Preço do leite2012 x Quantidade leite2012) +(Preço pão2012 x 
Quantidade pão2012) 
A tabela que se segue resume o cálculo do PIB nominal para cada ano 
Tabela 2: Cálculo do PIB nominal 
Ano Cálculo do PIB nominal 
2010 (10x2) +(5x1) =25meticais 
2011 (20x3) +(6x2) =72 meticais 
2012 (30x5) +(7x3) =171 meticais 
 
Como podemos observar, o PIB nominal aumentou de 15 em 2010 para 72 em 2011 e 
depois para 171, em 2012. Parte deste aumento pode ser atribuído ao aumento das 
quantidades de leite e pão e também ao aumento dos preços do leite e pão. 
b) Para calcular o PIB real, temos sempre que considerar um ano base, neste caso 
sabemos que é 2010. Então utilizamos os preços do leite e pão no ano base para 
calcular o valor dos bens e serviços em todos os anos. 
PIB real2010 = (preço leite2010 x quantidade leite2010) +(preço pão2010 x quantidade 
pão2010) 
PIB real2011 = (preço leite2011 x quantidade leite2011) +(preço pão2010 x quantidade 
pão2011) 
PIB real2012 = (preço leite2012 x quantidade leite2012) +(preço pão2010 x quantidade 
pão2012) 
 
26 
 
A tabela que se segue mostra os resultados do cálculo do PIB real. 
Tabela 3: Cálculo do PIB real 
 
 
 
 
 
 
Como podemos ver o PIB real aumenta de 25 em 2010 para 40 em 2011 e depois para 65 em 
2012. Parte deste aumento pode ser atribuído ao aumento nas quantidades de leite e de pão, 
uma vez que no cálculo do PIB mantivemos os preços fixos e apenas as quantidades 
variaram. 
c) Para o cálculo do deflactor temos apenas que dividir o PIB nominal do PIB real. 
Tabela 4: Cálculo do Deflactor do PIB 
 
3.Produto Interno Bruto e Produto Interno Líquido 
O conceito do PIB já foi dado acima. Vamos a seguir definir o PIL. 
Produto Interno Líquido (PIL) corresponde ao valor monetário de todos os bens e serviços 
finais produzidos por residentes de um determinado país (sejam eles nacionais ou 
estrangeiros), durante um determinado período de tempo, normalmente um ano, retirando as 
amortizações (a depreciação dos equipamentos, maquinarias e outros bens usados na 
produção dos bens e serviços que perdem valor ao longo do tempo. 
 
Ano Cálculo do PIB real 
2010 (10x2) +(5x1) =25 
2011 (10x3) +(5x2) =40 
2012 (10x5) +(5x3) =65 
Ano PIB nominal PIB real Deflator do PIB =PIB nominal/PIB real 
2010 25 Meticais 25 Meticais 25/25=1 
2011 72 Meticais 40 Meticais 72/40=1.8 
2012 171 Meticais 65 Meticais 171/65=2.63 
 
27 
 
Neste caso temos: 
PIB= Σ(valor dos bens e serviços) 
PIL= PIB – Amortizações 
Na essência o que difere o Bruto do Líquido são as Amortizações 
Neste caso se temos os agregados Brutos, para obtermos os agregados líquidos temos que 
retirar as amortizações. Isto é: 
PNL= PNB – Amortizações 
 
4.Produto Interno Bruto a custos de factores e Produto Interno Bruto a 
preços de mercado 
O Produto Interno Bruto pode também ser medido a preços de mercado (PIBpm) e a custos de 
factores (PIBcf). O PIB é, usualmente, medido em preços de mercado, que são os preços que 
os bens e serviços apresentam, na realidade. A existência do Governo e de seus instrumentos 
fiscais modifica a distribuição do rendimento e do preço final dos produtos. Estes 
instrumentos fiscais são: os impostos (directos e indirectos, taxas, subsídios, etc.). 
Para tentar captar esta diferença é feita a distinção entre a valorização, a preços de mercado e 
a custos de factores. Pode-se distinguir o PIB, a preços de mercado,e PIB, a custos de 
factores. A distinção entre estes é que o PIB, a preços de mercado, inclui todos os impostos 
indirectos e subtrai os subsídios enquanto o PIB, a custos de factor, exclui os impostos 
indirectos e adiciona os subsídios. 
Matematicamente temos: 
PIBpm = PIBcf+impostos indirectos – subsídios 
PIB cf =PIBpm− impostos indirectos+ subsídios 
 
5.PIB Potencial e PIB efectivo 
O PIB mede o total de bens e serviços finais (o seu cálculo elimina as transacções 
intermediárias) produzido dentro de determinada área geográfica (país, estados, municípios), 
por residentes e não residentes, durante um certo período de tempo, normalmente um ano. 
Este corresponde ao PIB efectivo o que se produz ano após ano. 
 
28 
 
O PIB potencial é definido como o nível máximo do produto que pode ser alcançado pela 
economia sem gerar pressões inflacionárias, o que equivale ao nível máximo do PIB, isto é, o 
PIB potencial mostra as quantidades que poderíamos produzir se todos os factores de 
produção fossem usados em pleno. 
A diferença entre o PIB potencial (o máximo que podemos produzir) e o PIB efectivo (o que 
realmente produzimos) designa-se hiato do PIB. 
O PIB potencial pode aumentar ano após ano de acordo com o incremento dos factores de 
produção. E o PIB efectivo pode estar abaixo ou acima do PIB potencial e pode oscilar de 
acordo com as recessões e expansões económicas, (a produção pode aumentar ou reduzir em 
determinados anos dependendo da situação económica de cada região). 
 
6.PIB Per Capita 
As estatísticas do PIB permitem avaliar se a economia está em contracção ou expansão, ou se 
necessita de um impulso (intervenção). Quando os economistas querem determinar o nível de 
desenvolvimento económico de um país usam o PIB per capita. PIB per capita mede o grau 
de desenvolvimento económico de um país. O PIB per capita calcula-se dividindo o PIB pelo 
número total da população. 
 
 
 
 Tarefas 
1. Moçambique espera receber nos próximos anos um número elevado de investimentos 
estrangeiros na área de recursos naturais. Caso este investimento se efective quais serão 
os efeitos para o Produto Interno Bruto e para o Produto Nacional Bruto. 
2. Tendo em conta os conceitos de PIB a preços correntes e PIB a preços constantes, 
estudados nesta unidade, qual destes mede melhor o nível de crescimento da produção no 
País? Justifique a sua resposta de forma detalhada. 
3. Moçambique é um País que possui muitos recursos humanos, materiais e naturais que não 
estão a ser usados de forma plena. O que se pode dizer sobre o hiato do PIB para o nosso 
País. Na sua opinião o que os agentes económicos (as famílias, Estado, as empresas, as 
 
29 
 
instituições financeiras e o resto do mundo) poderiam fazer para minimizar o fosso entre 
o produto efectivo e o potencial. 
4. O PIB per capita pode também ser usado para medir o grau de desenvolvimento do país. 
Assim sendo, quanto maior for o PIB per capita desse país significa que a redistribuição 
da renda é feita de forma equitativa. Comente a afirmação. 
 
 
 
 Auto-avaliação 
I. Defina os seguintes conceitos 
a) PIB 
b) PIBpm 
c) PIBcf 
d) PNB 
e) PNBpm 
f) PNBcf 
g) PIL 
h) PNL 
i) Amortizações 
j) Impostos indirectos 
k) Impostos directos 
l) Subsídios 
II. Das questões que se seguem escolha a alternativa correcta. 
1. O Produto Interno Bruto é: 
a) Uma estimativa grosseira da riqueza de um país 
b) A medida mais usual do conjunto da actividade económica durante um período 
específico de tempo 
c) Estimativa do volume de vendas realizado durante um determinado período de tempo 
2. O P.I.B. pode ser expresso em: 
a) Termos brutos ou líquidos 
b) Preços de mercado ou custo de factores 
 
30 
 
c) Incluindo ou excluindo amortizações 
3. Se ao Produto Interno Bruto (P.I.B.) adicionarmos o saldo de rendimentos recebidos do 
exterior, obtemos: 
a) O Produto Interno Líquido 
b) O Rendimento Disponível 
c) O Produto Nacional Bruto 
d) O Rendimento Nacional Líquido 
4. Se à despesa interna retirarmos o saldo de rendimentos recebidos do exterior, obtemos: 
a) Despesa Nacional. 
b) O Rendimento Disponível. 
c) O Produto Nacional Bruto. 
d) Nenhuma das opções. 
5. PNB menos PIB é igual a: 
a) PNBcf 
b) PIBpm 
c) Saldo dos rendimentos pela propriedade dos factores. 
d) O Rendimento Disponível. 
e) Nenhuma das opções. 
6. PNBcf mais impostos indirectos menos os subsídios é igual a: 
a) PIBcf 
b) PIBpm 
c) PNBpm 
d) PILpm 
e) Nenhuma das opções. 
7. Considere a informação abaixo referente às quantidades produzidas dum determinado 
conjunto de cabaz duma economia: 
Tabela 5: Preços e Quantidades Produzidas do Cabaz 
 
31 
 
Ano 2001 2002 2003 2004 2005 
Preço 50 20 30 10 20 
Qtd.tone 50 230 600 105 150 
 
Tomando como base o ano de 2004, calcule o PIB nominal e real para cada ano e 
interprete os resultados. 
8. A produção da Boanalândia (em milhões de ZVL, a moeda desse país) é constituído por 4 
bens como mostra a tabela 6. Os dados estão apresentados para três anos seguidos. 
Tabela 6: Preços e quantidades produzidas dos bens da Boanalândia 
 2008 2009 2010 
 Preço Quantidade Preço Quantidade Preço Quantidade 
Peixe 2 5 3 20 5 20 
Laranja 3 10 2 20 4 30 
Maçã 5 10 2 20 2 30 
Manga 4 20 5 10 3 10 
 
Determine: 
a. Produto Interno Bruto nominal. 
b. Produto Interno Bruto real usando o ano de 2008 como ano base. 
c. Diga o que aconteceu com o nível do bem-estar económico entre o ano de 2009 e 
2010. 
5. Considere os dados incompletos da economia da Manicalândia: 
Tabela 7: PIB real, PIB nominal e Deflactor do PIB 
Ano PIB nominal PIB real Deflactor do PIB 
1990 6500 1 
 
32 
 
 
 
 
Complete a tabela e demonstre todos os cálculos. Considere o ano base 1990. 
 
Chave-de-correcção 
1. a) PIB é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos numa economia 
durante um período de tempo, normalmente um ano. 
b) PIBpm é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por uma economia 
medida a preço de mercado, isto é, é o valor do PIB a custos de factores adicionado 
dos impostos indirectos e retirados os subsídios. 
c) PIBcf é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por uma economia 
medido a custo de factores, isto é, é o valor dos bens e serviços com o preço da 
fábrica, dos custos de produção. É o valor do PIBpm retirando os impostos indirectos 
e adicionando os subsídios. 
d) PNB é o valor monetário dos bens e serviços produzidos por todos os nacionais 
independentemente da região onde se encontram. 
e) PNBpm é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos pelos nacionais 
medidos a preço de mercado. 
f) PIBcf é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos por nacionais 
medido a custo de factores. 
g) PIL é o valor monetário dos bens e serviços retirando as amortizações. 
h) PNL é o valor monetário dos bens e serviços produzidos por todos os nacionais 
retirando as amortizações. 
i) Amortizações é o desgaste físico dos bens de capital.

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