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Ciências Sociais (Conteúdo completo)

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CIÊNCIAS SOCIAIS E CIÊNCIAS MÉDICAS 
Ciências sociais são uma ampla área de estudos 
voltada a entender a forma de funcionamento, 
desenvolvimento e organização das sociedades. 
Nas ciências sociais são estudados todos os 
aspectos importantes relacionados a uma 
sociedade: suas origens, processos históricos, 
funcionamento, aspectos de desenvolvimento, 
transformações sociais, conflitos, características 
culturais e hábitos. 
Ciências médicas é o campo que desenvolve 
estudos relacionados a saúde, vida e doença. 
Ciências Médicas e Medicina portanto, são duas 
nomenclaturas do curso que forma o bacharel em 
Medicina. 
O ensino das Ciências Sociais ampliou-se ao longo 
das três últimas décadas, dado o interesse por 
seus conteúdos na formação de profissionais de 
saúde. 
CIÊNCIAS SOCIAIS NA SAÚDE 
As Ciências Sociais na educação médica é um 
estudo que interessa a cientistas sociais e 
sanitaristas, mas também a médicos, professores 
e a todos os profissionais da área de saúde. Nas 
palavras de Barros, 
LINHA DO TEMPO 
As ciências sociais desenvolveram métodos de 
investigação e novos conhecimentos que 
permitiram uma convergência de seu trabalho 
com a psiquiatria e as profissões de saúde como 
um todo. A vida social de indivíduos e grupos 
humanos. 
SAÚDE E SEUS CONFLITOS SOCIAIS 
O conflito entre saúde pública e medicina e entre 
os enfoques biológico e social do processo saúde 
– 
 
 
 
 
 
doença estiveram no centro do debate sobre a 
configuração desse novo campo de 
conhecimento, de prática e de educação. 
O conceito de saúde públicaorientada ao controle 
de doenças específicas, fundamentada no 
conhecimento científico baseado na bacteriologia 
e o foco da saúde pública, que passa a distanciar-
se das questões políticas e dos esforços por 
reformas sociais e sanitárias de caráter mais 
amplo. 
A definição de saúde como um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social, e não 
meramente a ausência de doença ou 
enfermidade, inserida na Constituição da OMS no 
momento de sua fundação, em 1948, é uma clara 
expressão de uma concepção bastante ampla da 
saúde, para além de um enfoque centrado na 
doença. 
Entretanto, na década de 50, com o sucesso da 
erradicação da varíola, há uma ênfase nas 
campanhas de combate a doenças específicas, 
com a aplicação de tecnologias de prevenção ou 
cura. 
Na década de 80, o predomínio do enfoque da 
saúde como um bem privado desloca novamente 
o pêndulo para uma concepção centrada na 
assistência médica individual, a qual, na década 
seguinte, com o debate sobre as Metas do 
Milênio, novamente dá lugar a uma ênfase nos 
determinantes sociais que se afirma com a criação 
da Comissão sobre Determinantes Sociais da 
Saúde da OMS, em 2005. 
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
A comissão homônima da Organização Mundial da 
Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, 
segundo a qual os DSS são as condições sociais em 
que as pessoas vivem e trabalham. 
 
METAS DO MILÊNIO 
Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
são: 
1 - Acabar com a fome e miséria; 
2 - Educação básica de qualidade para todos; 
3 - Igualdade entre sexos e valorização da mulher; 
4 - Reduzir a mortalidade infantil; 
5 - Melhorar a saúde das gestantes; 
6 - Combate a aids, malária e outras doenças; 
7 - Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente 
8 - Todo mundo trabalhando pelo 
desenvolvimento. 
SOCIEDADE E SAÚDE 
As relações entre determinantes sociais e saúde 
consiste em estabelecer uma hierarquia de 
determinações entre os fatores mais gerais de 
natureza social, econômica, política e as 
mediações através das quais esses fatores incidem 
sobre a situação de saúde de grupos e pessoas. 
As diferenças de renda influenciam a saúde pela 
escassez de recursos dos indivíduos e pela 
ausência de investimentos em infraestrutura 
comunitária (educação, transporte, saneamento, 
habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de 
processos econômicos e de decisões políticas. 
Esse avanço é particularmente marcante no 
estudo das iniquidades em saúde, ou seja, 
daquelas desigualdades de saúde entre grupos 
populacionais que, além de sistemáticas e 
relevantes, são também evitáveis, injustas e 
desnecessárias (WHITEHEAD, 2000). 
Segundo Nancy Adler (2006), podemos identificar 
três gerações de estudos sobre as iniquidades em 
saúde. 
INIQUIDADE: AQUILO QUE É INJUSTO 
A primeira geração se dedicou a descrever as 
relações entre pobreza e saúde; 
A segunda, a descrever os gradientes de saúde de 
acordo com vários critérios de estratificação 
socioeconômica; 
E a terceira e atual geração está dedicada 
principalmente aos estudos dos mecanismos de 
produção das iniquidades. 
 
CLASSES SOCIAIS NO BRASIL 
Países com frágeis laços de coesão social, 
ocasionados pelas iniquidades de renda, são os 
que menos investem em capital humano e em 
redes de apoio social, fundamentais para a 
promoção e proteção da saúde individual e 
coletiva. 
Esses estudos também procuram mostrar por que 
não são as sociedades mais ricas as que possuem 
melhores níveis de saúde, mas as que são mais 
igualitárias e com alta coesão social. 
GLOBALIZAÇÃO 
O processo de globalização é um fenômeno do 
modelo econômico capitalista, o qual consiste na 
mundialização do espaço geográfico por meio da 
interligação econômica, política, social e cultural 
em âmbito planetário. Porém, esse processo 
ocorre em diferentes escalas e possui 
consequências distintas entre os países, sendo as 
nações ricas as principais beneficiadas pela 
globalização, pois, entre outros fatores, elas 
expandem seu mercado consumidor por 
intermédio de suas empresas transnacionais. 
QUALIDADE DE VIDA 
Suas principais características, assim como a 
influência da globalização sobre a pobreza e as 
condições de saúde, e sobre as condições de vida 
em geral foram analisadas por Buss (2006). 
A noção de responsabilidade social e a ética 
profissional, cada vez mais presente nas escolas 
médicas, têm dado maior importância aos 
contextos sociais, às comunidades locais, 
estimulando o trabalho em equipe e a 
desmistificação da profissão como benevolência. 
Já que a promoção a Saúde é parte importante do 
processo. A falta de compreensão dos processos 
saúde doença e de sua 
complexidade, que podem ter resultados 
negativos como erros médicos e intervenções 
desnecessárias. Tal fato decorre de um 
reducionismo inerente ao modelo biomédico que 
se reflete na assistência e no cuidado, uma vez que 
valoriza o cuidado individual em um campo que 
demanda interação. É particularmente relevante 
no contexto do SUS, onde os princípios, dentre 
outros, são a integralidade e a universalidade. 
 
 
 
 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Considerando que o reconhecimento da dignidade 
inerente a todos os membros da família humana e 
dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o 
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no 
mundo; 
Considerando que o desconhecimento e o 
desprezo dos direitos do Homem conduziram a 
atos de barbárie que revoltam a consciência da 
Humanidade e que o advento de um mundo em 
que os seres humanos sejam livres de falar e de 
crer libertos do terror e da miséria, foi 
proclamado como a mais alta inspiração do 
Homem; 
NO BRASIL 
A Constituição federal proíbe penas de morte e 
crueldade. Considerando que é essencial a 
proteção dos direitos do Homem através de um 
regime de direito, para que o Homem não seja 
compelido, em supremo recurso, à revolta contra 
a tirania e a opressão; 
Artigo 1° Todos os seres humanos nascem livres e 
iguais em dignidade e em direitos. Dotados de 
razão e de consciência, devem agir uns para com 
os outros em espírito de fraternidade. 
Artigo 2° Todos os seres humanos podem invocar 
os direitos e as liberdades proclamados na 
presente Declaração, sem distinção alguma, 
nomeadamente de raça, decor, de sexo, de língua, 
de religião, de opinião política ou outra, de origem 
nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou 
de qualquer outra situação. Além disso, não será 
feita nenhuma distinção fundada no estatuto 
político, jurídico ou internacional do país ou do 
território da naturalidade da pessoa, seja esse 
país ou território independente, sob tutela, 
autônomo ou sujeito a alguma limitação de 
soberania. 
 
 
 
 
 
 
O VALOR DA VIDA 
Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à vida, à 
liberdade e à segurança pessoal. 
Artigo 4° Ninguém será mantido em escravatura 
ou em servidão; a escravatura e o trato dos 
escravos, sob todas as formas, são proibidos. 
Artigo 5° Ninguém será submetido a tortura nem 
a penas ou tratamentos cruéis 
Artigo 7° Todos são iguais perante a lei e, sem 
distinção, têm direito a igual proteção da lei. 
Artigo 8° Toda a pessoa tem direito a recurso 
efetivo para as jurisdições nacionais competentes 
contra os actos que violem os direitos 
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou 
pela lei. 
Artigo 10° Toda a pessoa tem direito, em plena 
igualdade, a que a sua causa seja equitativa e 
publicamente julgada por um tribunal 
independente e imparcial que decida dos seus 
direitos e obrigações ou das razões de qualquer 
acusação em matéria penal que contra ela seja 
deduzida. 
DOS DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o 
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, 
a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
DIREITOS DA SAÚDE 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal 
e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE 
Por humanização na saúde entendemos a 
valorização dos diferentes sujeitos implicados no 
processo de produção de saúde: usuários, 
trabalhadores e gestores. 
A POLÍTICA NACIONAL DE ÉTICA NACIONAL DE 
HUMANIZAÇÃO 
A proposta da Política Nacional de Humanização 
(PNH) coincide com os próprios princípios do SUS, 
enfatizando a necessidade de assegurar atenção 
integral à população e estratégias de ampliar a 
condição de direitos e de cidadania das pessoas. 
Propondo uma atuação que leve à “ampliação da 
garantia de direitos e o aprimoramento da vida em 
sociedade”. Ministério da Saúde/Política Nacional 
de Humanização. Relatório Final da Oficina 
HumanizaSUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. 
A IMPORTÂNCIA 
A constituição de um atendimento calcado em 
princípios como a integralidade da assistência, a 
eqüidade e a participação social do usuário, 
dentre outros, demanda criação de espaços de 
trabalho que valorizem a dignidade do 
trabalhador e do usuário. 
Na possibilidade de resgate do humano, é que 
pode residir a intenção de humanizar o fazer em 
saúde. 
 
MEDICINA E HUMANIZAÇÃO 
Reconhecer e aceitar os sentimentos envolvidos 
com as doenças e agravos; 
• Acolher; 
• Olhar; 
• Escutar; 
• Conversar e esclarecer; 
• Reconhecer os limites. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO MÉDICO -PACIENTE 
 
A relação médico- paciente tem sido focalizada 
como um aspecto chave para a melhoria da 
qualidade do serviço de saúde e desdobra -se em 
diversos componentes, como a personalização da 
assistência, humanização do atendimento e o 
direito à informação. 
• Médico ativo/paciente passivo 
• Médico dirigindo/ paciente colaborando 
• Médico agindo/ paciente interagindo 
ativamente 
• (aliança terapêutica) 
O novo Código de Ética Médica (2010), tem como 
um dos pontos principais, instituir uma relação 
mais participativa e interativa entre médico e 
paciente. 
CEM (1988) CEM(2010) 
 
Este direito não estava 
definido claramente 
no código. 
 
(Cap.V) O paciente 
tem o direito de 
escolher como quer 
seguir o tratamento, 
desde que os 
procedimentos 
diagnósticos e 
terapêuticos sejam 
cientificamente 
reconhecidos. 
 
 
DESUMANIZAÇÃO COM O TRABALHADOR 
Cabe como desumanização ao trabalhador: 
• Demandas superiores a sua capacidade; 
• Poucas condições para atendimento: falta 
de medicamentos, falta de equipamento, 
falta de pessoal; 
• Atenção básica enfraquecida, 
necessitando de fortalecimento urgente; 
• Demora em exames complexos, em 
virtude da grande demanda; 
• Hospitais sem a resolutibilidade 
necessária, sobrecarregados, devido ao 
grande n° de pacientes; 
• Leitos insuficientes; 
• Grave crise de leitos hospitalares no 
Brasil; 
• Relações precárias de trabalho. 
 
A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE 
As OSs, OSCIP’s, Fundações Públicas de Direito 
Privado, Cooperativas Genéricas e Sociedades em 
Conta de Participação que abrigam diferentes 
tipos de trabalhadores, são formas institucionais 
que precarizam o trabalho do profissional de 
saúde e a prestação do serviço de saúde. 
 
FORMAS DA PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE 
TRABALHO 
Pagamento por RPA, sem qualquer vínculo ou 
direito; Falsas cooperativas de trabalho; Poder 
Público faz contratos emergenciais reiterados; 
Contratos por meio de fundações paraestatais 
para atividades fim do Estado; pode demitir a bem 
do interesse da instituição; escapa do controle 
social. Trabalho através de Cargos Comissionados 
(CCs). Sub-contratação direta. Exigência do 
tomador de trabalho para constituição de pessoa 
jurídica individual ou coletiva. OSCIP’S. 
AS CONDIÇÕES QUE AFETAM O TRABALHO DOS 
PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
Hoje, os Hospitais foram submetidos a um novo 
padrão de gestão: Sistema de Contratualização; 
Mesmo com a Aprovação da EC 29 continua 
existindo problemas de Sub-financiamento no 
SUS; A Municipalização e Regionalização da Saúde, 
onde as operações estão 
municipalizadas/regionalizadas, mas com recursos 
ainda centralizados na União (Gov. Federal); 
Neste contexto o médico é um dos lados mais 
fracos, porque com menos recursos e mais 
demandas é contra o médico que muitos se 
voltam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLUXOS MIGRATÓRIOS 
O principal motivo para esses fluxos migratórios 
internacionais é o econômico, no qual as pessoas 
deixam seu país de origem visando à obtenção de 
emprego e melhores perspectivas de vida em 
outras nações. 
Pode decorrer de: 
• Aspectos e dimensões históricas da 
globalização: 
• Fatores políticos econômicos e culturais; 
TIPOS DE IMIGRAÇÃO 
Tipos de imigração (imigrantes, refugiados, 
asilados), com ênfase nos principais fluxos 
migratórios presentes no território brasileiro, bem 
como nas problemáticas em torno da legislação e 
do acesso dos imigrantes aos serviços de saúde. 
REFUGIADOS 
São pessoas que estão fora de seu país de origem 
devido a fundados temores de perseguição 
relacionados a questões de raça, religião, 
nacionalidade, pertencimento a um determinado 
grupo social ou opinião política, como também 
devido à grave e generalizada violação de direitos 
humanos e conflitos armados. 
ASILADOS 
O mecanismo do asilo está associado a questões 
políticas particulares. O asilado, assim como o 
refugiado, é alguém perseguido em seu país de 
origem que se abriga em outro. Porém, a 
legislação e o processo são diferentes em cada um 
desses casos. 
EXILADO 
As definições presentes nos dicionários descrevem 
o exílio como uma expatriação forçada, uma 
deportação. Mesmo quando o exílio é voluntário, 
 
 
 
 
 
 
 a associação com a expulsão está enraizada no 
vocábulo 
REFUGIADOS NO MUNDO 
A Síria foi o país que mais gerou refugiados no 
mundo. Cerca de 824.400 pessoas foram forçadas 
a fugir dos conflitos que assolam o país. As crises 
na África subsaariana também levarama novos 
deslocamentos. Quase 737.400 pessoas deixaram 
o Sudão do Sul para escapar de uma crise 
humanitária que cresceu consideravelmente em 
2016. Burundi, Iraque, Nigéria e Eritréia também 
geraram grande número de refugiados. 
A Turquia recebeu o maior número de refugiados 
– um total de 2,9 milhões, vindos principalmente 
da Síria. O país também abriga cerca de 30.400 
refugiados do Iraque. 
As crises na África subsaariana tendem a forçar as 
pessoas a fugir para os países vizinhos e, como 
resultado, esta região continua a acolher um 
número cada vez maior de refugiados do Sudão do 
Sul, Somália, Sudão, República Democrática do 
Congo, República Centro-Africana, Eritréia e 
Burundi. 
O Paquistão acolheu a segunda maior população 
de refugiados no final de 2016: 1,4 milhão de 
pessoas vindas principalmente do Afeganistão. 
Esse número diminuiu ligeiramente devido aos 
refugiados que regressaram para casa. Cerca de 
um milhão de refugiados buscaram segurança no 
Líbano e 979.400 no Irã. 
Uganda vivenciou um aumento dramático da 
população de refugiados que saltou de 477.200 no 
final de 2015 para 940.800 no final de 2016. Esta 
população era constituída por pessoas vindas 
principalmente do Sudão do Sul (68%), mas 
também contava com números significativos de 
pessoas vindas da República Democrática do 
Congo, Burundi, Somália e Ruanda. Na verdade, 
Uganda registrou o maior número de novos 
refugiados em 2016. O número de refugiados 
também aumentou na Etiópia, Jordânia e 
República Democrática do Congo. Na Alemanha, a 
população de refugiados mais do que duplicou em 
2016 e chegou a 669.500 pessoas. O principal 
motivo para esse aumento foi o reconhecimento 
de solicitações de refúgio apresentadas em 2015 
principalmente por sírios. 
REFUGIADOS NO BRASIL 
Segundo dados divulgados pelo Comitê Nacional 
para os Refugiados (CONARE) na 6ª edição do 
relatório “Refúgio em Números”, ao final de 2020 
havia 57.099 pessoas refugiadas reconhecidas 
pelo Brasil. 
A nacionalidade com maior número de pessoas 
refugiadas reconhecidas, entre 2011 e 2020, é a 
venezuelana (46.412), seguida dos sírios (3.594) e 
congoleses (1.050). 
Dentre os solicitantes da condição de refugiado, as 
nacionalidades mais representativas foram de 
venezuelanos (60%), haitianos (23%) e cubanos 
(5%). 
Tanto os homens (50,3%) como as mulheres 
(44,3%) reconhecidos como refugiados 
encontravam-se, predominantemente, na faixa de 
25 a 39 anos de idade. 
 
ASILADOS NO BRASIL 
O direito de “buscar asilo” em outro Estado é 
garantido pela Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. Entretanto, a proteção concedida a 
estrangeiros é algo mais antigo do que se imagina, 
uma vez que tal direito já era reconhecido nas 
civilizações egípcia, grega e hebraica. Ao longo da 
história, podemos citar os pedidos de asilo político 
de Descartes nos Países Baixos, Voltaire na 
Inglaterra e Hobbes na França. 
Para um estrangeiro pedir asilo político ao 
governo brasileiro, o mesmo deve iniciar tal 
procedimento na Polícia Federal, onde serão 
coletadas todas as informações relativas aos 
motivos para o pedido. Posteriormente, o 
requerimento é avaliado pelo Ministro das 
Relações Exteriores, e, posteriormente, pelo 
Ministro da Justiça. Caso aceito, o asilado se 
compromete a seguir as leis brasileiras, além dos 
deveres que lhe forem impostos pelo Direito 
Internacional. 
Não se deve confundir asilo político com refúgio. 
Este último procedimento trata de fluxos maciços 
de populações deslocadas por razões de ameaças 
de vida ou liberdade. Já o asilo político é 
outorgado separadamente; caso a caso. 
EXILADO NO BRASIL 
Muitos autores utilizam o termo exilado como 
sinônimo de refugiado, pois analisam o 
movimento de um indivíduo que sai do seu país 
por sofrer ameaças de perseguição devido ás suas 
convicções políticas, pertencimento e 
características raciais e práticas religiosas como 
semelhantes àqueles critérios definidores da 
ACNUR (Alto-comissariado das Nações Unidas 
para os Refugiados) para a categoria de exilado. 
O exílio pode acontecer de forma imposta ou 
voluntária. O exílio forçado é conhecido 
popularmente como expatriação. Quando o 
individuo busca por exílio a partir de iniciativa 
própria, isto é, sem que haja alguma imposição 
legal ou jurídica que determine a sua saída, esse 
movimento é denominado de autoexílio ou exílio 
voluntário. A Anistia Internacional não faz 
distinção de um tipo de exílio para outro. Para a 
secretária Nacional de Justiça, Maria Hilda 
Marsiaj, a presença de imigrantes, solicitantes de 
refúgio e refugiados no Brasil traz desafios não 
somente para os formuladores e gestores das 
políticas públicas migratórias, mas também aos 
diversos atores da sociedade civil que cumprem 
papel histórico na acolhida de imigrantes e 
refugiados. 
“O conhecimento rigoroso da imigração, a partir 
de relatórios como hoje lançado, é ferramenta 
imprescindível para a formulação de políticas 
públicas e para a tomada de decisões de ações 
específicas que permitam a inserção e 
contribuição dos migrantes para o 
desenvolvimento do país”. Ela ressaltou, ainda, 
que o monitoramento estatístico, amparado para 
análise sociodemográfica e socioeconômica é 
tarefa do Estado e recomendação da comunidade 
internacional. 
LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017. 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os direitos e os 
deveres do migrante e do visitante, regula a sua 
entrada e estada no País e estabelece princípios e 
diretrizes para as políticas públicas para o 
emigrante. 
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se: 
Art. 4º Ao migrante é garantida no território 
nacional, em condição de igualdade com os 
nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, bem como são assegurados: 
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de 
assistência social e à previdência social, nos 
termos da lei, sem discriminação em razão da 
nacionalidade e da condição migratória; 
DIREITO A SAÚDE 
A despeito de a saúde ser um direito 
constitucionalmente garantido a todos e um dever 
do Estado, é necessário questionar se seu acesso 
universal e igualitário efetivamente alcança a 
população de estrangeiros residentes no Brasil. 
DIREITO A SAÚDE COM DIGNIDADE 
A situação vulnerável em que se encontram 
muitos destes migrantes, sejam eles 
documentados ou não, se agrava pelas 
desvantagens de não terem o conhecimento dos 
costumes e práticas legais brasileiras e da 
acessibilidade aos serviços sociais disponíveis, sem 
contar com as barreiras de linguagem e cultura. 
O acesso à saúde dos imigrantes, tendo em vista 
que os mesmos enfrentam diversas modificações 
e adaptações em seu modo de vida, o que pode 
resultar em alterações, também, no campo de sua 
saúde. 
Conforme o artigo 196 da Constituição, a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, portanto, a 
universalidade é a garantia de acesso de toda a 
população aos serviços de saúde, em todos os 
níveis de assistência. 
Ou seja, todos devem ter acesso gratuito, não 
importando o sexo, idade, religião, raça, cor, 
origem ou nacionalidade. Quando se trata de 
saúde pública, é garantido que qualquer pessoa 
seja atendida, mesmo sem portar qualquer 
documento de identificação, como RG, CPF, RNE, 
cartão do SUS, entre outros. ( CF /88) 
NOSSA PARTICIPAÇÃO 
É necessária uma promoção da equidade de 
acesso à saúde, prevenção contra a discriminação, 
ampliação das políticas públicas, formação dos 
profissionais e oferta de serviços adaptados, 
abordando a temática das migrações como 
determinante social de saúde. 
MULTICULTURALISMO 
O multiculturalismo é a inter-relação de várias 
culturas em um mesmo ambiente. É um fenômeno 
social que pode ser relacionado com a 
globalização e as sociedades pós-modernas. 
O multiculturalismo também pode ser chamado 
de pluralismo cultural,é um conceito da sociologia 
aplicado aos estudos em ciências sociais. A ideia 
de um grupo multicultural pressupõe que os 
grupos culturais estariam interligados, em função 
do contato que as culturas têm entre si. 
MULTICULTURALISMO NO BRASIL 
O Multiculturalismo no Brasil é diretamente 
associado ao processo migratório desde a chegada 
dos portugueses em 1500. O Brasil se desenvolveu 
a partir de uma construção social entre os 
portugueses (europeus), os indígenas (povos 
originários) e os negros sequestrados e 
escravizados (de diversos territórios africanos). 
Ao longo dos séculos, o território brasileiro 
recebeu holandeses, franceses, espanhóis, 
italianos, japoneses, alemães e outros imigrantes, 
fazendo e transformando a cultura brasileira. 
A diversidade étnica dos próprios brasileiros é 
outra forte característica multicultural. As 
diferentes cores de pele, os diversos costumes 
compartilhados, diferentes de credos religiosos, 
tudo isso faz parte do conjunto multicultural. 
DIVERSIDADE CULTURAL 
Diversidade cultural são os vários aspectos que 
representam particularmente as diferentes 
culturas, como a linguagem, as tradições, a 
culinária, a religião, os costumes, o modelo de 
organização familiar, a política, entre outras 
características próprias de um grupo de seres 
humanos que habitam um determinado território. 
A diversidade cultural é um conceito criado para 
compreender os processos de diferenciação entre 
as várias culturas que existem ao redor do mundo. 
As múltiplas culturas formam a chamada 
identidade cultural dos indivíduos ou de uma 
sociedade; uma "marca" que personaliza e 
diferencia os membros de determinado lugar do 
restante da população mundial. 
A diversidade significa pluralidade, variedade e 
diferenciação, conceito que é considerado o 
oposto total da homogeneidade. Atualmente, 
devido ao processo de colonização e miscigenação 
cultural entre a maioria das nações do planeta, 
quase todos os países possuem a sua diversidade 
cultural, ou seja, um "pedacinho" das tradições e 
costumes de várias culturas diferentes. 
Algumas pessoas consideram a globalização um 
perigo para a preservação da diversidade cultural, 
pois acreditam na perda de costumes tradicionais 
e típicos de cada sociedade, dando lugar às 
características globais e "impessoais". 
O Brasil é um país incrivelmente rico em 
diversidade cultural, devido a sua extensão 
territorial e a pluralidade de colonizações e 
influências que sofreu ao longo do processo de 
construção da sociedade brasileira. 
As diferenças são bastante visíveis mesmo entre 
as diferentes regiões do país: norte, nordeste, 
centro-oeste, sudeste e sul. 
• Nas regiões norte e nordeste, a 
predominância é das tradições indígenas e 
africanas, sincretizadas com os costumes 
dos povos europeus, que colonizaram o 
país. 
• Na região centro-oeste, onde predomina 
o Pantanal, existe ainda uma grande 
presença da diversidade cultural indígena, 
com forte influência da culinária mineira e 
paulista. 
• No sudeste e sul destacam-se costumes 
de origem europeia, com colônias 
portuguesas, germânicas, italianas e 
espanholas que, ainda hoje, mantêm a 
cultura típica de seus países de origem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAÇA 
A raça é um conceito que obedece diversos 
parâmetros para classificar diferentes populações 
de uma mesma espécie biológica de acordo com 
suas características genéticas ou fenotípic as; é 
comum falar-se das raças de cães ou de outros 
animais. 
A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou 
igualmente várias classificações de grupos 
humanos no que é conhecido como "raças 
humanas" mas, desde que se utilizaram os 
métodos genéticos para estudar populações 
humanas, essas classificações e o próprio conceito 
de "raças humanas" deixaram de ser utilizados, 
persistindo o uso do termo apenas na política, 
quando se pede "igualdade racial" ou na legislação 
quando se fala em "preconceito de raça", como a 
lei no 12.2883 , de 20 de julho de 2010, que 
instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade 
Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é o de 
"etnia". 
O vocábulo raça aparecia normalmente nos textos 
científicos (como os livros de geografia de Aroldo 
de Azevedo e a coleção "História das Raças 
Humanas", de Gilberto Galvão, que detalha todas 
as raças, com fotografias) até a década de 1970, 
quando começou a ser questionado como 
racismo, especialmente com o advento do 
politicamente correto na década de 1980. 
Do ponto de vista científico, como já demonstrou 
o Projeto Genoma, o conceito de raça não pode 
ser aplicado a seres humanos por não existirem 
genes raciais na nossa espécie; isso corrobora 
teses anteriores, que negavam a existência de 
isolamento genético dentre as populações. Assim, 
para a espécie humana "raça" corresponde a um 
conceito social, não a conceito científico. 
Uma pesquisa do IBGE, divulgada em 22 de julho 
de 2011, revelou que a maioria dos brasileiros 
acredita que a cor e a raça do indivíduo 
influenciam o trabalho e a vida cotidiana das 
 
 
 
 
 
 
pessoas. O termo "raça" ainda é aceito 
normalmente para designar as variedades de 
animais domésticos e animais de criação como o 
gado (nelore, gir e zebu). Abaixo discutem-se os 
conceitos biológicos de raça, várias definições 
históricas destes conceitos e um resumo da 
história e utilização das classificações de raças 
humanas. 
RAÇAS HUMANAS 
Já os egípcios classificavam os seres humanos com 
base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- 
asiáticos, branca- populações do norte, preta- 
populações subsaarianas, etc. 
Vários investigadores demonstraram que a 
distância genética é fortemente associada à 
distância geográfica entre as populações, esta 
associação torna-se mais forte se tivermos em 
conta as migrações entre continentes ao longo de 
toda a história da humanidade. 
O conceito de raças humanas foi usado pelos 
regimes coloniais e pelo apartheid (na África do 
Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados; 
atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma 
classificação da sua população em raças, 
alegadamente para proteger os direitos das 
minorias. 
A definição de raças humanas é principalmente 
uma classificação de ordem social, onde a cor da 
pele e origem social ganham, graças a uma cultura 
racista, sentidos, valores e significados distintos. 
As diferenças mais comuns referem-se à cor de 
pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, 
ancestralidade e, em algumas culturas, genética. 
O conceito de raça humana não se confunde com 
o de sub-espécie e com o de variedade, aplicados 
a outros seres vivos que não o homem(embora 
humanos e animais estejam exatamente sobre o 
mesmo tipo de seleção genética, apesar das 
pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu 
caráter controverso (seu impacto na identidade 
social e política), o conceito de raça é questionado 
por alguns estudiosos como constructo social; 
entre os biológos, é um conceito com certo 
descrédito por não se conformar a normas 
taxonômicas aceites. 
Algumas vezes utiliza-se o termo raça para 
identificar um grupo cultural ou étnico-lingüístico, 
sem quaisquer relações com um padrão biológico. 
Nesse caso pode-se preferir o uso de termos como 
população, etnia, ou mesmo cultura. 
A primeira classificação dos homens em raças foi a 
"Nouvelle division de la terre par les différents 
espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da 
terra pelas diferentes espécies ou raças que a 
habitam") de François Bernier, publicada em 1684. 
No século XIX, vários naturalistas publicaram 
estudos sobre as "raças humanas", como Georges 
Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, 
Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. 
Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se 
pela cor da pele, tipo facial (principalmente a 
forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e 
texturae cor do cabelo, mas considerava-se 
também que essas diferenças refletiam diferenças 
no conceito de moral e na inteligência, pois uma 
caixa cranial maior e/ou mais alta representava 
um cérebro maior, mais alto e por consequência 
maior quantidade de células cerebrais). 
A necessidade de descrever os "outros" advém do 
contato social entre indivíduos e entre grupos 
diferentes. 
No entanto, a classificação de grupos traz sempre 
consequências negativas, principalmente pelo 
facto dos termos empregados poderem ser 
considerados pejorativos pelos grupos visados 
(ver, por exemplo ameríndio e hotentote). 
Tradicionalmente, os seres humanos foram 
divididos em três ou cinco grandes grupos de 
linhagem (dependendo de interpretação), mas a 
denominação de cada um – pelo motivo indicado 
– tem variado ao longo do tempo: 
• Mongoloide (raça amarela): povos do 
leste e sudeste asiático, 
• Oceania (malaios e polinésios) e 
continente americano (esquimós e 
ameríndios). 
• Caucasoide (raça branca): povos de todo o 
continente europeu, norte da África e 
parte do continente asiático (Oriente 
Médio e norte do Subcontinente Indiano). 
• Negroide (raça negra): povos da África 
Subsaariana. 
Os outros dois grupos de linhagem humana 
poderiam ser: 
• Australoide: sul da Índia (drávidas), 
negritos das Ilhas Andaman (Oceano 
Índico), negritos das Filipinas, aborígenes 
de Papua-Nova Guiné, aborígenes da 
Austrália e povos melanésios da Oceania. 
• Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do 
continente africano). 
EXEMPLOS: 
 
ETNIA 
Uma etnia ou um grupo étnico é uma comunidade 
humana definida por afinidades linguísticas e 
culturais. Estas comunidades geralmente 
reivindicam para si uma estrutura social, política e 
um território. 
A palavra etnia é usada muitas vezes 
erroneamente como um eufemismo para raça, ou 
como um sinônimo para grupo minoritário. 
A diferença reside no fato de que etnia 
compreende os fatores culturais, como a religião, 
a língua, hábitos gastronómicos, hábitos no 
vestuário, outras tradições, etc., enquanto raça 
compreende apenas os fatores morfológicos, 
como cor de pele, constituição física, estatura, 
traço facial, etc. 
ETIMOLOGIA 
A palavra "etnia" é derivada do grego ethnos, 
significando "povo". Esse termo era tipicamente 
utilizado para se referir a povos não-gregos, então 
também tinha conotação de "estrangeiro". 
Em Israel, nos tempos bíblicos, a palavra 
equivalente no hebraico do Antigo Testamento 
era usada para distinguir os israelitas de todos os 
povos não judeus, chamados "gentios". 
O mesmo sentido acompanhou o uso da palavra 
grega e seus correlatos nos tempos de Jesus e, no 
Novo Testamento, esta palavra é usada também 
para distinguir os não cristãos em oposição aos 
cristãos, adquirindo também o sentido de 
"pagãos". 
Mesmo assim, boa parte dos textos do Novo 
Testamento usam a palavra grega ethnos para se 
referir aos povos ainda não alcançados pela 
pregação do Evangelho, adquirindo a conotação 
de "povos-não-alcançados". A palavra deixou de 
ser relacionada com o paganismo em princípios do 
Século XVIII. O uso do sentido moderno, mais 
próximo do original grego, começou na metade do 
Século XX, tendo se intensificado desde então. 
FATORES DE CLASSIFICAÇÃO 
Os fatores de classificação são definidos na Língua 
e cultura, sendo descritos abaixo: 
FATOR DE CLASSIFICAÇÃO: LÍNGUA 
A língua tem sido muitas vezes utilizada como 
fator primário de classificação dos grupos étnicos, 
embora sem dúvida não isenta de manipulação 
política ou erro. 
É preciso destacar também que existe grande 
número de línguas multiétnicas e determinadas 
etnias são multilíngues. 
FATOR DE CLASSIFICAÇÃO: CULTURA 
A delimitação cultural de um grupo étnico, com 
respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz 
dificultosa para o etnólogo, em especial no 
tocante a grupos humanos altamente 
comunicados com seus grupos vizinhos. 
Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha 
aprofundado a análise das diferenças entre etnias 
e culturas. 
Geralmente se percebe que os grupos étnicos 
compartilham uma origem comum, e exibem uma 
continuidade no tempo, apresentam uma noção 
de história em comum e projetam um futuro como 
povo. Isto se alcança através da transmissão de 
geração em geração de uma linguagem comum, 
de valores, tradições e, em vários casos, 
instituições. 
Embora em várias culturas se mesclem os fatores 
étnicos e os políticos, não é imprescindível que um 
grupo étnico conte com instituições próprias de 
governo para ser considerado como tal. 
A soberania portanto não é definidora da etnia, 
mas se admite a necessidade de uma certa 
projeção social comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GÊNERO 
O gênero se refere às características socialmente 
construídas de mulheres e homens - como 
normas, papéis e relações existentes entre eles. 
As expectativas de gênero variam de uma cultura 
para outra e podem mudar ao longo do tempo. 
Também é importante reconhecer identidades 
que não se encaixam nas categorias binárias de 
sexo masculino ou feminino. 
As normas, relações e papéis de gênero também 
afetam os resultados de saúde de pessoas com 
identidades transexuais e intersexuais. 
QUAL É A DIFERENÇA ENTRE SEXO E GÊNERO? 
Enquanto a maioria das pessoas nasce 
biologicamente homem ou mulher, a elas são 
ensinados comportamentos apropriados para 
homens e mulheres (normas de gênero) - 
incluindo como eles devem interagir com outros 
do mesmo sexo e do sexo oposto dentro de 
famílias, comunidades e locais de trabalho 
(relações de gênero), bem como as funções ou 
responsabilidades que devem assumir na 
sociedade (papéis de gênero). Renda, 
escolaridade, idade, etnia, orientação sexual e 
local de residência são determinantes importantes 
para a saúde. 
Quando eles se cruzam com a desigualdade de 
gênero, podem agravar a experiência da 
discriminação, dos riscos à saúde e da falta de 
acesso aos recursos necessários para alcançar a 
saúde. 
IMPACTO NA SAÚDE 
As diferenças entre mulheres e homens definidas 
socialmente não constituem, em si mesmas, um 
problema, salvo quando limitam as oportunidades 
ou os recursos necessários para resultados de 
 
 
 
 
 
 
saúde e, por conseguinte, provocam 
discriminação e desigualdades que podem ter 
consequências negativas para a saúde. 
 Quando os indivíduos não se encaixam nas 
normas, relações ou papéis de gênero 
estabelecidos, frequentemente enfrentam 
estigma, práticas discriminatórias ou exclusão 
social - todos com impactos negativos para a 
saúde. 
As normas de gênero influenciam o acesso e o 
controle sobre os recursos necessários para atingir 
a saúde ideal, incluindo: Econômicos (renda, 
crédito); Sociais (redes sociais); Políticos 
(liderança, participação); Informação e educação 
(alfabetização em saúde, acadêmica); Vinculados 
ao tempo (acesso aos serviços de saúde); e De 
caráter interno (autoconfiança/autoestima). 
As normas, papéis e relações de gênero resultam 
em diferenças entre homens e mulheres em: 
Exposição a fatores de risco ou vulnerabilidade; 
Investimento doméstico em nutrição, cuidados e 
educação; Acesso e utilização dos serviços de 
saúde; Experiências em contextos de cuidados de 
saúde; e Impactos sociais em problemas de saúde. 
IGUALDADE DE GÊNERO NA SAÚDE 
A igualdade de gênero na saúde significa que as 
mulheres e os homens, ao longo da vida e em toda 
a sua diversidade, têm as mesmas condições e 
oportunidades para realizar plenamente seus 
direitos e potencial para serem saudáveis, além de 
contribuírem para o desenvolvimento da saúde e 
se beneficiarem de seus resultados. 
 A consecução da igualdade de gênero na saúde 
muitas vezes requer medidas específicas para 
mitigar os obstáculos. 
 
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO 
A história do conceito de gênero, exemplifica, 
desdea segunda metade do século XX, essas idas 
e vindas, em campos como a Antropologia, as 
Ciências Sociais e a Filosofia. Esta história ganha, 
no início do século XXI, questionamentos aos quais 
nos interessa chegar a fim de fazer pensar até que 
ponto o conceito de gênero – a partir do qual se 
tem discutido a assimetria de gênero na sociedade 
–, pode ser repensado em nome do debate sobre 
a heteronormatividade. 
O conceito de gênero como importante operador 
para a crítica de situações sociais específicas nas 
quais as mulheres ainda são subjugadas, tomando 
como exemplos o mercado de trabalho, o 
ambiente da família e a sua necessária discussão 
no ambiente escolar. 
A noção de sexo, ou da natureza biológica de 
homens e mulheres, é uma construção social que 
foi construída ao longo de muitos séculos. Porém 
durante a Idade Média – Era Medieval – o fato 
mais emblemático quanto ao cerceamento das 
mulheres foi a caça as bruxas. 
PEDAGOGIA DO MEDO 
Podemos imaginar o efeito que teve nas mulheres 
o fato de ver suas vizinhas, suas amigas e suas 
parentes ardendo na fogueira, enquanto 
percebiam que qualquer iniciativa contraceptiva 
de sua parte poderia ser interpretada como 
produto de uma perversão demoníaca. 
Entender o que as mulheres caçadas como bruxas 
e as demais mulheres de suas comunidades 
deviam pensar, sentir e decidir a partir desse 
horrendo ataque contras elas também nos 
possibilita evitar as especulações sobre as 
intenções dos perseguidores e concentrar nossas 
atenções, por outro lado, nos efeitos que a caça às 
bruxas provocou sobre a posição social das 
mulheres. 
BRUXARIA = Contracepção, Paixão, Prática do sexo 
fora do contexto da reprodução, Prostituta, 
Trabalhadoras, Donas de posses, Questionadora, 
Rebelde, Pobreza, Velhice, Médica, Não europeia, 
Mulher independente, Solteirona, Viúva, Infértil, 
Mulher com amiga,Qualquer outra que ameace o 
poder ou a exploração do seu trabalho 
A CAÇA ÀS BRUXAS AMPLIFICOU AS TENDÊNCIAS 
SOCIAIS DA ÉPOCA. 
Existe uma continuidade inconfundível entre as 
práticas que foram alvo da caça às bruxas e 
aquelas que estavam proibidas pela nova 
legislação introduzida na mesma época com a 
finalidade de regular a vida familiar e as relações 
de gênero e de propriedade. 
À medida que a caça às bruxas avançava, 
aprovavam-se leis que castigavam as adúlteras 
com a morte A prostituição, os nascimentos fora 
do casamento, ilegalidade 
O infanticídio foi transformado em crime capital. 
As amizades femininas eram objeto de suspeita, 
denunciadas no púlpito como uma subversão da 
aliança entre marido e mulher, As relações entre 
mulheres foram demonizadas pelos acusadores 
das bruxas, que as forçavam a delatar umas às 
outras como cúmplices do crime. 
A palavra gossip [fofoca], que na Idade Média 
significava “amiga”, mudou de significado, 
adquirindo uma conotação depreciativa: mais um 
sinal do grau a que foram solapados o poder das 
mulheres e os laços comunais. 
RACISMO E MISOGINIA MESMA ORIGEM 
A sexualização exagerada das mulheres e dos 
homens negros — as bruxas e os demônios — 
também deve ter como origem a posição que 
ocupavam na divisão internacional do trabalho 
surgida com a colonização da América, com o 
tráfico de escravos e com a caça às bruxas. A 
definição da negritude e da feminilidade como 
marcas da bestialidade e da irracionalidade 
correspondia à exclusão das mulheres na Europa 
— assim como das mulheres e dos homens nas 
colônias — do contrato social implícito no salário, 
com a consequente naturalização de sua 
exploração. 
Racismo consiste no preconceito e na 
discriminação com base em percepções sociais 
baseadas em diferenças biológicas entre os povos. 
Misoginia é a repulsa, desprezo ou ódio contra as 
mulheres. 
ESTUDOS SOBRE GÊNERO 
Não é possível entender o que são Estudos de 
Gênero sem compreender o movimento 
feminista, que começa no cenário internacional no 
século XIX e reivindica direitos civis para as 
mulheres. 
É muito reconhecida a luta pelo direito ao voto, 
mas é importante lembrar que essa não era a 
única reivindicação – as mulheres tinham pouco 
direitos e muito pelo que lutar. A mulher casada, 
por exemplo, era considerada pela lei brasileira 
“incapaz” e sob tutela do marido – o que somente 
foi alterado na legislação em 1962, com a Lei 
4.121. Estudar Gênero significa estabelecer um 
recorte sobre aspectos da realidade social 
existente – no presente e/ou no passado – que 
têm como peça fundamental a organização de 
papeis sociais baseada numa imagem socialmente 
construída acerca do que foi consolidado como 
sendo masculino ou feminino por exemplo. 
Portanto, procura compreender como a ideia de 
uma masculinidade hegemônica influencia nas 
relações e restringe as opções sociais de mulheres, 
de crianças e dos próprios homens, e propor 
estratégias de libertação. 
Aqui, nos Estudos de Gênero, estão as pesquisas 
sobre violência doméstica, violência sexual, 
feminicídio, desigualdade econômica e outras 
assimetrias relacionadas às desigualdades de 
gênero. 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
As políticas públicas podem ser definidas como 
respostas do Estado a problemas que emergem na 
sociedade. São consolidadas em conjuntos de 
diretrizes, medidas e procedimentos que 
explicitam o posicionamento político do Estado 
frente a problemas que são considerados de 
interesse público (Teixeira, 1997; Lucchese, 2004; 
Sampaio & Araújo, 2006). 
No campo da ação social, as políticas públicas de 
saúde têm por função definir a resposta do Estado 
às necessidades de saúde da população, visando 
ações de promoção, proteção e recuperação da 
saúde em nível individual e coletivo (Lucchese, 
2004). 
No Brasil, a política de saúde pública está 
consolidada, desde a Constituição Federal de 1988 
no Sistema Único de Saúde (SUS). 
 O SUS tem como princípios a universalidade e a 
equidade no acesso aos serviços e ações de saúde 
e a integralidade da atenção, operacionalizando-
se pelas diretrizes de descentralização, 
regionalização e hierarquização do cuidado e de 
participação da comunidade. Produto da luta do 
movimento da reforma sanitária brasileiro, 
instituído no contexto de redemocratização do 
Brasil e na contramão das propostas hegemônicas 
de organização de sistemas de saúde focalizados 
vigentes nos anos oitenta, o SUS estabelece a 
saúde como um direito universal, sendo dever do 
Estado prover o acesso à saúde a todos os 
cidadãos e cidadãs. 
MARCO IMPORTANTE 
Um importante marco da introdução da dimensão 
de gênero na política de saúde do país foi o 
Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Mulher (PAISM). 
Lançado em 1983, a partir da confluência de forças 
dos movimentos de mulheres e sanitarista, o 
PAISM ampliou a concepção até então 
hegemônica de “saúde da mulher”, restrita à 
atenção ao pré-natal e ao parto, construindo uma 
proposta de atenção à saúde que tomasse as 
mulheres na sua condição de cidadãs, portadoras 
de múltiplas necessidades de saúde, às quais o 
Estado deveria responder (Correa, 1993). 
POPULAÇÃO LGBTQIA+ 
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, 
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais Ademais 
da incorporação das singularidades da população 
masculina, o debate sobre gênero e saúde tem se 
ampliado também no sentido de destacar a 
multiplicidade de construções de identidades de 
gênero e orientações sexuais que constituem a 
diversidade humana, para além da classificação 
dos sujeitos em homens e mulheres unicamente a 
partir de seu sexo biológico. 
Segundo Lionço (2009), em grande medida, os 
agravos à saúde dos segmentos de lésbicas, gays, 
bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) são 
determinados socialmente, em função das 
frequentes violações de direitos a que estão 
expostos estes cidadãos e cidadãs. 
Tais violações são expressões das representações 
e significações construídassocialmente acerca das 
orientações sexuais tidas como desviantes 
perante a norma, representada pela 
heterossexualidade. 
A vivencia da homossexualidade e da expressão de 
gênero em desacordo com o sexo biológico são 
marcadas pela injúria, desqualificando-se essas 
possibilidades de existência com vistas à 
asseguração dos padrões morais hegemônicos no 
campo da sexualidade. 
Os dados da pesquisa “Diversidade Sexual e 
Homofobia no Brasil”, realizada pela Fundação 
Perseu Abramo, não deixam dúvida quanto à 
gravidade do preconceito da população brasileira 
em relação aos segmentos LGBT: 11 em cada 12 
brasileiros concordam com a afirmação de que 
“Deus fez o homem e a mulher [com sexos 
diferentes] para que cumpram seu papel e tenham 
filhos”. 
O índice de homofobia, construído a partir dos 
dados da pesquisa, indica que um quarto – 25% - 
da população brasileira é homofóbica. Inserida no 
contexto da vigência do Programa Brasil sem 
Homofobia (Brasil, 2004), lançado em 2004 pela 
Secretaria Especial de Direitos Humanos da 
Presidência da República, a Política Nacional de 
Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Travestis e Transexuais foi lançada pelo Ministério 
da Saúde em 2008. 
Trata-se de um marco importante no 
reconhecimento das necessidades de saúde 
destes segmentos para além das questões 
referentes à epidemia de aids, no sentido do 
reconhecimento da complexidade e diversidade 
dos problemas de saúde que os afetam. 
A Política parte do reconhecimento da existência 
dos efeitos perversos dos processos de 
discriminação e de exclusão sobre a saúde da 
população LGBT e, visando a sua superação, 
orienta-se para a promoção da equidade em 
saúde. Destaca, ainda, que a orientação sexual e a 
identidade de gênero são reconhecidas pelo 
Ministério da Saúde como determinantes e 
condicionantes da situação, na medida em que a 
intolerância, o estigma e a exclusão social 
relacionadas à diversidade sexual são geradoras 
de sofrimento e limitadoras do acesso da 
população LGBT aos cuidados de saúde. 
PRINCIPAIS FATOS E MELHORAS 
As normas, os papéis e as relações de gênero 
podem influenciar os resultados de saúde e afetar 
a obtenção da saúde, do bem-estar mental, físico 
e social. A desigualdade de gênero limita o acesso 
aos serviços de saúde de qualidade e contribui 
para taxas de morbidade e mortalidade evitáveis 
em mulheres e homens ao longo da vida. 
O desenvolvimento de programas de saúde 
sensíveis às questões de gênero, apropriadamente 
implementados são benéficos para homens, 
mulheres, meninos e meninas. 
É necessário desagregar dados e conduzir análises 
de gênero para identificar diferenças sexuais e de 
gênero nos riscos e oportunidades de saúde, além 
de projetar intervenções apropriadas. Abordar a 
desigualdade de gênero melhora o acesso e os 
benefícios dos serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
OBJETIVO 
O objetivo deste treinamento é possibilitar aos 
profissionais de uma empresa, se relacionarem 
melhor com as Pessoas com Deficiência (PcDs) e 
dar acesso a informações que permitam que todos 
possibilitem aos PcDs, o exercício do direito à 
equidade de oportunidades. 
DIVERSIDADE 
A diversidade humana contempla cinco 
dimensões: 
1° Dimensão: são as diferenças que percebemos 
logo que olhamos para alguém, e que não podem 
ser mudadas 
2° Dimensão: são às diferenças percebidas, mas 
que podem ser mudadas.... Cor dos cabelo, bairro, 
cidade, conhecimento 
3° Dimensão está relacionada aos diferentes 
comportamentos que temos mediante ao mesmo 
estimulo. Uma pessoa pode ser mais agressiva que 
a outra, romântica, compreensiva e está ligado ao 
temperamento de cada um. 
4° Dimensão: como nos comportamos mediante à 
questões hierárquicas. 
5° Dimensão: Relacionado a padrões de 
comportamentos de pessoas que estão fora de 
seu país de origem. 
Obs: a riqueza das relações humanas está 
justamente nas diferenças 
VANTAGEM COMPETITIVA 
Vantagem competitiva de ser uma empresa 
inclusiva: 
• As pessoas buscam empresas com valores 
semelhante aos seus. 
 
 
 
 
 
 
• Quando vinculo a marca da empresa à questões 
ligadas à diversidade, há uma valorização da 
marca na sociedade. 
• É o mesmo que dizer: aceitamos você , como 
você é! Isso fideliza o cliente, e traz um numero 
maior de pessoas para recrutar. 
• A empresa se apresenta ao mercado consumidor 
como uma empresa flexível, em sintonia com seus 
parceiros. 
• A empresa tem menos problemas com orgãos 
fiscalizadores como o TEM (ministério do trabalho 
e emprego). 
DIVERSIDADE = VANTAGEM COMPETITIVA 
✓ Valorização da imagem institucional e da 
marca; 
✓ Maior fidelização do consumidor; 
✓ Maior capacidade de recrutar e manter 
talentos; 
✓ Flexibilidade e capacidade de adaptação; 
✓ Longevidade; 
✓ De “opção” a “imperativo” sintonia com 
os interesses dos stakeholders; 
✓ Evita problemas vindos de denúncias, 
difamações, multas, através da 
fiscalização. 
ESTATÍSTICAS 
45 milhões de pessoas com algum tipo de 
deficiência no Brasil. Este número representa 
aproximadamente 25% da população brasileira. A 
informação acerca das deficiências é o 
instrumento mais eficaz, gerador de atitudes 
inclusivas. 
DEFICIÊNCIA É ... 
Reconhecendo que a deficiência é um conceito em 
evolução e que a deficiência resulta da interação 
entre pessoas com deficiência e as barreiras 
devidas à 
s atitudes e ao ambiente que impedem a plena e 
efetiva participação dessas pessoas na sociedade 
em igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas. 
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA 
Deficiente: 
✓ Incompleto 
✓ Carente 
✓ Deficitário 
✓ Escasso 
✓ Insuficiente 
Indeficiente 
✓ Abundante 
✓ Bastante 
✓ Completo 
✓ Suficiente 
O termo “portador de necessidades especiais” não 
deve ser usado, pois, quem porta alguma coisa, 
pode deixar de portá-la. 
O termo “necessidades especiais” também não 
deve se usado, pois inclui idosos, gestantes, mães 
com crianças de colo, e todos nós podemos ser 
especiais uns para os outros. 
A seguir, apresentamos várias expressões comuns, 
porém incorretas, no tratamento de pessoas com 
deficiência. 
-Tipos de deficiência 
 
DEFICIÊNCIA FÍSICA 
Quando acompanhar uma pessoa com deficiência, 
ande conforme o ritimo dela 
Elimine barreiras físicas nos locais de circulação 
Evite apoiar objetos em cadeira de rodas, bengalas 
e muletas 
Não mude bengalas ou muletas de lugar sme o 
consentimento da pessoa 
Empurre uma cadeira de rodas somente com a 
permissão da pessoa 
Não é necessário alterar o tom de voz 
Ao falar com uma pessoa numa cadeira de rodas, 
se possível, sente-se 
Palavras como: Andar, correr, poder ser 
empregadas normalmente 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL 
Nunca segure o braço de uma pessoa para 
conduzir, ofereça o seu braço 
Quando guiar a pessoa com DV avise-a sobre 
obstáculos 
Coloque a mão da pessoa na cadeira para indicar 
assento 
Evite deixar barreiras físicas nas áreas de 
circulação 
Em palestras, indique o posicionamento do públco 
em relação ao palco 
Não distraia, alimente ou acaricie um cão guia 
Sempre que abordar uma DV, identifique-se. Não 
é necessário falar mais alto 
Não exclua DVs das atividades, deixe que elas 
decidam 
 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Para iniciar uma conversa, acene ou toque em seu 
braço. 
Fale de maneira clara, pronunciando bem as 
palavras. Não é necessário falar mais alto 
Se tiver dificuldades para entende-lo não tenha 
vergonha de pedir que repita 
Se necessário, cominique-se por meio da escrita e 
caso conheça alguns sinais de libra utilize 
Nunca fale que a pessoa é muda, pois ela possui 
aparelho fonético preservado só não aprendeu a 
falar por não ser capaz de escutar. 
 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
Aja naturalmente ao dirigir-se a pessoa 
Trate-a com respeito e consideração de acordo 
com sua idade 
Não a superproteja, ajude apenas quando solicitar 
Não subestimesua capacidade 
Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo q 
puder 
Deficiência intelectual não deve ser confundida 
com doença mental 
 
ATITUDES QUE FAZEM A DIFERENÇA 
Converse normalmente com o deficiente 
Trate o deficiente como alguém com limitações 
específicas da deficiência 
Permita que o deficiente desenvolva ao máximo 
suas potencialidades 
Chame a pessoa com deficiência pelo nome 
Quando julgar necessário, faça pergunras sobre a 
deficiência 
Quando quiser alguma informação de uma pessoa 
com deficiência dirija-se a ela 
Aja com naturalidade e bom senso 
 
 
BENEFÍCIOS 
Para a empresa: Acesso a um mercado de 
consumidores com as mesmas carecterísticas, 
Conviver com indivíduos diferentes contribui para 
humanizar as relações no ambiente de trabalho. 
Para a empresa; Ganhos de imagem institucional 
(responsabilidade social). 
Para o colaborador Auto-estima elevada, maior 
poder aquisitivo, Ampliação de convívio social, 
Consciência de cidadão produtivo. 
 
COMO GERIR 
Entender as necessidades específicas; 
Trabalhar possíveis resistências da equipe; 
Ter visão inclusiva, onde todos têm direitos e 
deveres iguais; 
Transformar o ambiente de trabalho em um lugar 
de oportunidades e de valorização da diversidade; 
Participar, envolver e promover ações que 
favoreçam a inclusão; 
Estar ciente da importância do seu papel para 
sucesso no programa; 
Enxergar os benefícios; 
Não subestimar nem superestimar; 
Valorizar a competência e não a deficiência. 
 
 
 
DIREITOS E DEVERES 
Os direitos e deveres são iguais aos dos demais 
colaboradores! 
Gestor Colaborador com Deficiência 
• Promover igualdade de oportunidades e 
tratamento; 
• Delegar responsabilidades; 
• Considerar a limitação ao cobrar 
produtividade e desempenho; 
• Não rotular a pessoa pela sua deficiência. 
• Atingir suas metas; 
• Ser produtivo; 
• Cumprir seus horários; 
• Investir em seu desenvolvimento. 
Atenção as seguintes questões: 
 
Não excluir e isolar estes colaboradores; 
Realizar a avaliação de desempenho dentro dos 
critérios previamente estabelecidos pela empresa; 
Dar feedbacks constantes; 
Realizar pesquisas para validar a inclusão do 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO NATURAL 
A noção mais abrangente e difundida do que 
sejam os “recursos naturais” nos remete 
imediatamente à idéia de uma natureza utilizada 
pelo homem, afinal recurso, segundo o Novo 
dicionário Aurélio da língua portuguesa (2004), “é 
o ato de recorrer. Auxílio, proteção, socorro.” Ou 
seja, “recurso natural” expressa a necessidade do 
homem em buscar na natureza as condições para 
a manutenção de sua vida. 
 
O que difere a natureza dos recursos naturais: 
Conceito de Natureza não é natural contudo, os 
homens não são iguais e o conceito de natureza é 
uma importante chave de compreensão das 
diferentes visões das sociedades, pois cada povo 
se relaciona com a natureza por ele interpretada. 
Em outras palavras, a forma como uma sociedade 
conceitua a natureza determina de qual maneira 
ela vai se relacionar com ela. A relação dos povos 
com a natureza se estabelece no interior das 
sociedades, tanto quanto as relações sociais. 
Para Dominique Bourg (1993) mesmo a evidente 
dimensão dos problemas ambientais atuais não é 
capaz de ocultar a diversidade das relações que 
mantemos com a natureza Se temos apenas um 
planeta Terra, em compensação temos muitas 
maneiras de o habitar 
Para Philippe Pons, de forma geral, na cultura 
japonesa há uma contradição entre idolatria e uso 
da natureza. Devido às pressões econômicas e 
populacionais apenas 20% do território está 
preservado. Homem e natureza são fatos 
concretos, não hierárquicos. 
Para Abdelwahab Meddeb A natureza é uma 
criação divina a qual o homem deve governar O 
Oásis é uma benção 
 
CONCEITO DE NATUREZA 
O conceito de natureza é uma importante chave 
de compreensão de diferentes sociedades, pois 
cada povo se relaciona com a natureza por ele 
interpretada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecer o conceito em diferentes culturas 
Portanto, faz-se necessário conhecer o conceito 
de natureza nas diferentes culturas que se vai 
estudar, bem como o conceito de natureza de 
nossa própria sociedade, visto que esta se tornou 
dominante nos últimos dois séculos, ignorando 
outras formas de pensar o mundo e 
especificamente a natureza. 
De acordo com Ponting (1995, p. 236 e 237) “O 
modo de pensar sobre o mundo que se tornou 
dominante nos últimos séculos originou-se na 
Europa, entretanto suas origens podem ser 
descobertas, como em outras tantas áreas, na 
influência dos filósofos da Grécia e da Roma 
antigas e das idéias que a Igreja cristã herdou de 
suas origens judaicas.” 
 
GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 
Para Warren Dean (2004, p. 60) os portugueses 
incapazes de compreender intelectualmente a 
magnitude de sua descoberta, tropeçaram em um 
meio continente, movidos por cobiça e virtude, 
sem se deixarem levar por compaixão ou mesmo 
por curiosidade. A Mata Atlântica os deixava 
impassíveis ou atônitos. Por diversas vezes 
penetraram-na, e traziam apenas relatos 
delirantes sobre esmeraldas e ouro. Produziram 
tamanha devastação entre seus irmãos que, no 
prazo de um século, quase todos aqueles com 
quem haviam se deparado estavam mortos e suas 
sociedades em ruínas. Esse foi o começo, a 
fundação do povoamento, da colonização e do 
império, de uma civilização transferida e imposta. 
 
BIODIVERSIDADE 
uma eficaz estratégia de conservação dos recursos 
naturais deve ter em conta que tão importante 
quanto a biodiversidade é a sociodiversidade, pois 
entende-se não haver natureza intocada, 
principalmente ao se deparar com o fato de que o 
que parecia selvagem, virgem ou intocado, há 
gerações já se constituía como recurso natural em 
outras culturas. 
A biodiversidade de uma área seria o produto da 
história da interação entre o uso humano e 
ambiente. 
O entendimento, até agora predominante, de que 
toda relação entre homem e natureza seja 
destrutiva é simplificador e injusto com inúmeras 
culturas que desenvolveram outras formas de 
relação com a natureza. 
 
POPULAÇÕES E A DIVERSIDADE DOS AMBIENTES 
Em geral as populações tradicionais não só 
convivem com os recursos naturais, mas também 
os classificam, nomeiam e lhes atribuem valor e 
em muitos casos são responsáveis pela 
variabilidade dos recursos. Desde a pré história o 
homem interfere consciente ou 
inconscientemente na espacialização da vida. 
Gómez-Pompa e Kaus (2000) alertam para a 
importância de atuais e futuros cientistas 
entenderem as conseqüências ecológicas 
benéficas e destrutivas das perturbações 
antropogênicas e de incorporarem visões 
alternativas no trato com o meio ambiente, 
avaliando-o em seu contexto histórico, social e 
cultural. 
O que em geral acontece é uma percepção 
apurada dos limites e potencialidades dos 
recursos naturais. Observar a natureza e conhecer 
os hábitos dos animais e as características das 
plantas era muito mais importante que guardar 
comida por um longo tempo. a produção de tais 
conhecimentos possui múltiplas dimensões, 
visíveis e invisíveis, reunindo elementos técnicos 
com o mágico, o ritual, e enfim, o simbólico. E 
poucos pesquisadores são realmente capazes de 
transpor sua própria cultura para entender outra 
lógica de funcionamento do mundo. 
 
POLÊMICAS E CONTESTAÇÕES 
Uma visão simplificadora tende a separar os 
termos e a dividir os recursos naturais em 
renováveis e não renováveis. Subliminarmente a 
acreditar que os recursos renováveis são também 
inesgotáveis 
 
AMBIENTE E MEIO AMBIENTE 
A ideia de meio vem da biologia 
• Ambiente: “Conjunto de condições que 
envolvem e sustentam os seres vivos na 
biosfera, como um todo ou em parte 
desta, abrangendo elementos do clima, 
solo, água e de organismos” 
• Meio ambiente : “soma total das 
condições externas circundantes no 
interior das quais um organismo, uma 
condição, uma comunidade ou um objeto 
existe.” 
Portanto, para cada espécie, existiriam conjuntos 
diferentesde elementos inter-relacionados que 
lhes são indispensáveis para sobreviver, 
constituindo- se em meios ambientes específicos. 
Se se admitir que a natureza é pensada, reforça-se 
a visão de que ao se referir a ambiente, refere-se 
ao conjunto dos meios ambientes de todas as 
espécies, pensados e/ou conhecidos pelo sistema 
social humano 
 
BIODIVERSIDADE E DES. SUSTENTÁVEL 
No passado por exemplo, a mata atlântica 
brasileira ocupava uma área de 1,3 milhões de 
km2 enquanto hoje restam apenas 100.000 km2 
aproximadamente. 
Diversidade biológica significa a variabilidade de 
organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas 
terrestres, marinhos e outros ecossistemas 
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem 
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro 
de espécies, entre espécies e de ecossistemas. 
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é 
um tratado da Organização das Nações Unidas e 
um dos mais importantes instrumentos 
internacionais relacionados ao meio ambiente. A 
Convenção foi estabelecida durante a notória 
ECO-92 – a Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), 
realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 – e 
é hoje o principal fórum mundial para questões 
relacionadas ao tema. Mais de 160 países já 
assinaram o acordo, que entrou em vigor em 
dezembro de 1993. 
Em um trabalho publicado na Nature em 1997, 
Robert Costanza e colaboradores estimaram o 
valor dos serviços ecológicos prestados pela 
natureza. A ideia geral do trabalho era contabilizar 
quanto custaria por ano para uma pessoa ou mais, 
por exemplo, polinizar as plantas ou quanto 
custaria para construir um aparato que serviria 
como mata ciliar no antiaçoriamento dos rios. O 
trabalho envolveu vários "serviços" ecológicos e 
chegou a uma cifra média de US$ 
33.000.000.000.000,00 (trinta e três trilhões de 
dólares) por ano, duas vezes o produto interno 
bruto mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE É TECNOLOGIA EM SAÚDE 
Podemos definir a tecnologia da saúde como 
todas as soluções desenvolvidas a partir da 
combinação entre essas duas grandes áreas. A 
parceria entre tecnologia e saúde existe há 
séculos, e tem sido essencial para a evolução de 
ambos os setores. Enquanto a saúde cria 
demandas para a invenção e aprimoramento do 
aparato tecnológico, a tecnologia proporciona 
uma série de avanços, seja na prestação de 
serviços, novos equipamentos, na educação ou na 
comunicação. Graças a esses avanços, a 
humanidade desenvolveu técnicas de prevenção e 
combate a doenças que, um dia, provocaram 
tragédias ao dizimar milhares de pessoas. No 
Brasil, por exemplo, o trabalho pioneiro do médico 
sanitarista Oswaldo Cruz levou ao maior 
conhecimento sobre a peste bubônica e a febre 
amarela, erradicadas a partir do desenvolvimento 
de vacinas e soros na década de 1900. Desde 
então, o Governo Federal tem encabeçado 
campanhas de vacinação em massa, promovendo 
a imunização e erradicação da poliomielite, 
rubéola, tétano, entre outros males. 
 
TECNOLOGIA APLICADA A SAÚDE 
Essa expressão faz referência a uma definição da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma 
que tecnologia em saúde é: A aplicação de 
conhecimentos e habilidades organizados na 
forma de dispositivos, medicamentos, vacinas, 
procedimentos e sistemas desenvolvidos para 
resolver um problema de saúde e melhorar a 
qualidade de vida. Segundo esse conceito, a 
tecnologia aplicada à saúde engloba todos os 
dispositivos, produtos, técnicas e mecanismos de 
gestão que viabilizam a prevenção de doenças e 
reabilitação das pessoas, melhorando sua 
qualidade de vida. Em outras palavras, qualquer 
ferramenta que seja aplicada à promoção da 
saúde em seu aspecto mais amplo faz parte do 
universo das tecnologias em saúde. Quando um 
gestor utiliza, por exemplo, o Sistema de Triagem 
de Manchester no pronto-socorro, esse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mecanismo é considerado uma tecnologia 
aplicada à saúde. Sistema de Triagem de 
Manchester é uma ferramenta para classificação 
de risco que separa os pacientes em cinco 
diferentes níveis, auxiliando a equipe de saúde na 
escolha daqueles que devem ser atendidos com 
prioridade. O mesmo raciocínio vale para um novo 
medicamento para o tratamento do câncer, para 
vacinas ou dispositivos capazes de monitorar o 
funcionamento de um órgão. 
 
PRINCIPAIS AVANÇOS 
Uma série de invenções e tecnologias contribuiu 
para que os cuidados em saúde, exames, 
tratamentos e prevenção chegassem ao patamar 
atual. No campo dos equipamentos médicos, vale 
destacar a descoberta dos raios-X e sua utilização 
para observar partes internas do corpo humano, 
atribuídas ao físico alemão Wilhelm Conrad 
Rontgen. Em 1895, o cientista realizou a primeira 
radiografia (uma espécie de fotografia interna da 
mão de sua esposa), dando início ao estudo do 
organismo de forma não invasiva. Isso porque, 
antes dessa descoberta, o exame de órgãos e 
tecidos só era possível através de cirurgia 
exploratória, o que expunha pacientes já 
debilitados a grandes riscos. O trabalho de 
Rontgen viabilizou o aprimoramento do aparelho 
de raio-X e o emprego das radiações para exames 
de diagnóstico, levando à construção de 
equipamentos modernos de tomografia, 
ressonância magnética, entre outros. 
 
Transplantes: Outra área que merece ser 
lembrada é a dos transplantes, cujo 
aprimoramento tem garantido a sobrevida de 
pacientes com doenças graves, como cardiopatias 
e insuficiência renal. A substituição de órgãos 
parecia coisa de outro mundo antes da década de 
1930, quando um cirurgião ucraniano chamado 
Yurii Voronoy fez a primeira operação com essa 
finalidade. Diante de um envenenamento por 
mercúrio e a consequente insuficiência renal de 
um paciente, o médico resolveu transplantar um 
rim cerca de seis horas após a morte de outro 
doente. Claro que o procedimento não deu certo, 
pois o órgão já tinha parado de funcionar há horas. 
Mas foi uma primeira tentativa importante. 
Depois de Voronoy, mais médicos se aventuraram 
em transplantes de pâncreas, coração e outros 
tecidos. Porém, mesmo quando os órgãos eram 
implantados imediatamente após a morte do 
doador, grande parte dos receptores ia a óbito 
devido à rejeição. Duas décadas mais tarde, 
estudos levaram à descoberta e aplicação de 
substâncias imunossupressoras, essenciais para 
evitar a rejeição de um novo órgão, aumentando 
o sucesso dos transplantes. As pesquisas 
continuaram e, atualmente, existem 
recomendações para que os transplantes sejam 
realizados em condições ideais, evitando 
complicações de saúde. 
 
Comunicação: Quanto à troca de informações em 
saúde, é importante citar o papel das tecnologias 
da informação e comunicação (TICs), que têm sido 
empregadas há séculos para transmitir dados 
médicos e de pacientes. Estudos e livros sobre o 
tema mostram que a comunicação em saúde 
progrediu conforme novas modalidades de TIC 
eram criadas, viabilizando atendimentos com 
finalidade assistencial e diagnóstica. Desde a 
invenção do telégrafo, em meados do século XIX, 
cada inovação nesse campo serviu para conectar 
médicos, pacientes e outros profissionais de 
saúde, viabilizando serviços cada vez mais 
avançados e assertivos. Telefone, rádio, aparelho 
de fax e até circuitos fechados de televisão foram 
utilizados para melhorar as condições de saúde 
por todo o mundo antes do surgimento da 
internet. Atualmente, a popularização da web 
possibilitou a construção de sistemas modernos, 
como os utilizados nas plataformas de 
telemedicina. 
 
TECNOLOGIAS DIGITAIS 
A medicina integrada procura extrair o melhor da 
visão ocidental, que foca no tratamento de 
doenças, e da visão oriental, centrada numa 
abordagem integral e preventiva. Junto a 
ferramentas que colhem e armazenam dados 
sobre os pacientes – como big data e mapeamento 
genético -, essa nova visão possibilita ações 
altamente eficazes na prevenção de doenças. 
Afinal, informações sobre os genes permitem que 
riscos para determinadas patologiassejam 
calculados e o paciente tome atitudes para evitar 
seu adoecimento. Esse conceito tem gerado novas 
áreas de estudo, como a nutrigenômica e 
farmacogenômica, que combinam segmentos 
tradicionais ao conhecimento aprofundado sobre 
a predisposição genética e o comportamento do 
paciente. 
 
Gestão e eficiência: A saúde é um dos setores que 
mais se beneficiam com ferramentas de gestão 
aplicadas adequadamente. Manter documentos 
em papel, por exemplo, é um hábito ultrapassado 
e que implica em custos na compra de papel e 
tinta, impressões e local para arquivamento. Em 
vez disso, muitos estabelecimentos de saúde têm 
investido na digitalização de suas informações, 
que pode ser trabalhosa em um primeiro 
momento, mas tem impacto positivo, enxugando 
despesas e facilitando a localização de arquivos. 
Outro exemplo é a melhoria no fluxo de trabalho 
em laboratórios como a DASA, empresa 
especializada em diagnósticos clínicos que 
automatizou a análise de amostras em 2017. O 
sistema lê o código de barras colado nos tubos 
com amostras dos exames de pacientes, e os 
direciona até a máquina que fará a análise sem 
qualquer intervenção humana. Em seguida, as 
informações sobre o teste são enviadas a uma 
central, ficando disponíveis para a avaliação dos 
funcionários e posterior envio dos resultados ao 
paciente. A novidade viabilizou menos coletas e 
mais conforto, pois o mesmo tubo serve para 
diferentes exames laboratoriais. A informação 
cada vez mais será digitalizada, eliminando a 
necessidade de papel 
 
Sistemas de gestão: médica Há alguns anos, 
existem softwares capazes de simplificar a rotina 
de consultórios, clínicas e hospitais, oferecendo 
uma visão ampla sobre diversas tarefas de 
administração desses locais. São sistemas que 
reúnem agenda, dados financeiros, estoque, 
limpeza, inventário de equipamentos médicos e 
outras informações cruciais para o bom 
funcionamento das unidades de saúde. Utilizando 
essas tecnologias, os médicos – que nem sempre 
têm conhecimentos em gestão – ganham um 
suporte importante para melhorar a qualidade e a 
eficiência de seus serviços. 
 
Prontuário Eletrônico: O prontuário eletrônico do 
paciente (PEP) faz parte dos sistemas que auxiliam 
na gestão de dados médicos, reunindo diferentes 
documentos em formato digital – laudos, 
receituários, atestados, etc. O PEP segue as 
exigências de normas como a Resolução CFM 
1.821/07, que autorizou a substituição do papel 
por arquivos digitais e orienta sobre a obtenção e 
guarda desses documentos. Assim, é formado um 
banco de dados completo sobre o histórico do 
paciente, que permite a rápida localização e 
cruzamento de informações para apoio no 
diagnóstico e tratamento. A partir de alguns 
cliques, é possível levantar as cirurgias realizadas, 
alergias e medicações utilizadas, evitando 
complicações devido à interação com outras 
substâncias químicas. 
 
Bulário online: Farmacêuticas, empresas 
criadoras de softwares de gestão médica e outras 
companhias disponibilizam diferentes 
modalidades de bulário online. Um dos mais 
conhecidos é alimentado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, e pode ser acessado 
gratuitamente. Preenchendo um ou mais campos 
nesta página, é possível obter as bulas de milhares 
de medicamentos, em versões para o paciente ou 
para o profissional. Entretanto, esse sistema tem 
limitações, pois é preciso baixar as bulas em PDF. 
Mais modernos, outros bulários oferecem opções 
como pesquisa e acesso inteiramente na web. 
Informações médicas são muito sensíveis, por isso 
a segurança dos sistemas precisa ser reforçada 
 
Segurança da informação na saúde: Com os 
documentos e outros dados digitalizados, 
empresas de saúde devem redobrar a atenção 
quanto aos protocolos de segurança. Afinal, elas 
lidam com informações pessoais e de saúde dos 
pacientes, como dados bancários e o histórico de 
atendimentos, reunido no prontuário eletrônico. 
Pensando nisso, companhias atuantes em 
tecnologia e segurança da informação vêm 
adaptando mecanismos cada vez mais sofisticados 
para garantir a proteção aos arquivos digitais de 
saúde. Além de antivírus eficientes, redes wi-fi 
seguras e senhas fortes, elas têm disponibilizado 
duplo fator de autenticação, firewall e até 
criptografia, a fim de garantir que apenas pessoas 
autorizadas visualizem os documentos. 
 
Big Data: Big data é como chamamos a quantidade 
maciça de dados compilados na era digital. Essa 
inovação pode ter uma série de aplicações na 
saúde. Mencionamos, acima, que é possível 
prever eventos adversos, calculando o risco de 
uma doença com base em informações genéticas 
e no histórico presente no prontuário eletrônico 
do paciente. O mesmo raciocínio vale para a 
análise de dados administrativos, determinando 
quando um aparelho precisará de manutenção 
preventiva, evitando que necessite ser consertado 
com frequência. Junto à big data, a internet das 
coisas pode conectar aparelhos e informações 
dentro de um hospital ou laboratório, facilitando 
a automatização de processos e reduzindo a 
sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde. 
O compartilhamento de dados é outra tendência 
promissora, já que avanços em inteligência 
artificial viabilizam o aprendizado de máquina 
(machine learning) e avaliação de inúmeros 
artigos científicos para aperfeiçoar os serviços 
prestados em saúde. 
 
Empoderamento dos pacientes: Prevenção e 
autocuidado estão em alta no mercado da saúde. 
Isso porque novas tecnologias possibilitam um 
maior empoderamento do paciente, por meio de 
ferramentas capazes de coletar dados 
continuamente, enviar as informações a um 
médico e até sugerir a adoção de hábitos mais 
saudáveis. Um exemplo emblemático são os 
dispositivos vestíveis ou wearables de saúde, que 
facilitam a rotina de quem sofre com doenças 
crônicas, como hipertensão. Conectados a 
softwares, relógios, pulseiras e outros acessórios 
realizam automaticamente medições da pressão 
sanguínea, frequência cardíaca, entre outros. 
Dessa forma, o próprio paciente é alertado 
quando está com a pressão alta, e pode adotar 
medidas para baixá-la. Pessoas saudáveis também 
se beneficiam dessas tecnologias, monitorando, 
por exemplo, a atividade cardíaca durante 
exercícios físicos. 
 
Fidelização de pacientes: Além de dados sobre os 
procedimentos médicos realizados, o prontuário 
eletrônico contém informações mais gerais, como 
o aniversário do paciente ou suas preferências. 
Elas podem ser utilizadas para fidelização através 
de um e-mail parabenizando o cliente, ou inspirar 
o tema de um evento realizado pela unidade de 
saúde. Softwares e sistemas específicos disparam 
automaticamente mensagens em e-mails, SMS, 
questionários de satisfação e até conteúdos 
interativos nas redes sociais. Assim, o paciente se 
sente valorizado e se lembra do serviço prestado, 
o que aumenta as chances de que ele retorne 
quando precisar de um novo atendimento. A 
questão genética também tem a tecnologia como 
aliada 
 
Mapeamento genético: O maior conhecimento 
sobre os genes e sua função representa uma 
esperança para a cura ou tratamentos de sucesso 
para doenças como Aids e câncer. Afinal, 
compreender a dinâmica genética permite que 
sejam feitas edições nos genes, corrigindo 
alterações que provocam doenças até hoje 
incuráveis. A técnica CRISPR-CAS 9 é um dos 
trabalhos mais avançados nesse campo, 
permitindo que cientistas isolem e mudem 
trechos do DNA com genes causadores de doenças 
hereditárias. No entanto, a técnica enfrenta 
barreiras éticas, especialmente porque viabiliza a 
manipulação genética de embriões humanos. 
 
Telemedicina: A telemedicina utiliza tecnologias 
da informação e comunicação para superar a 
distância geográfica e levar atendimentos de 
saúde para pacientes em qualquer localidade. 
Laudos a distância e segunda opinião médica são 
serviços ofertados por empresas de telemedicina 
no Brasil. Pelo mundo, nações como os Estados 
Unidos autorizam até mesmo consultas remotas, 
a exemplo do programa focado

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