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ç História As primeiras legislações a respeito do uso e abuso de álcool e outras drogas no Brasil datam da primeira metade do século XX. 1915 – Decreto 11.481, ratificando convenções internacionais. 1921 – Decreto 4.292, que restringia o uso de ópio, morfina, heroína e cocaína somente a indicações médicas, punindo quem usasse tais substâncias para outros fins e criminalizando o porte e a venda dessas drogas. 1938 – O governo do Estado Novo promulgou o Decreto-Lei nº 891, aprovando a lei de fiscalização de entorpecentes. 1967 – Decreto nº 159, que criava normas limitando e fiscalizando a produção e o consumo de substâncias. 1961 – Lei nº 5.726, faz alguma referência ao tratamento da população envolvida (somente para pessoas definidas como “infratores viciados”) com uso e abuso de substâncias. O tratamento previsto referia-se somente às medidas de recuperação em regime de internação em hospitais psiquiátricos. 1976 – Lei nº 6.368, que dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica. Com relação à assistência de saúde, a Lei passou a contemplar, também, os “dependentes de substâncias entorpecentes” nas intervenções de tratamento, além de recomendar que as redes dos serviços de saúde dispusessem de estabelecimentos próprios para o tratamento dessa população. 1980 – Decreto nº 85.110, que instituiu o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão de Entorpecentes, estabelecendo, assim, como órgãos desse sistema, os Conselhos de entorpecentes nas três esferas de governo, subordinados ao Ministério e às Secretarias da Justiça. 1980 – Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN) publicou a Política Nacional sobrea Questão das Drogas. O CONFEN apoiava: - Os centros de referência em tratamento, pesquisa e prevenção na área de álcool e outras drogas (geralmente em parceria com as universidades); - As comunidades terapêuticas (vinculadas, em geral, a entidades filantrópicas e de cunho religioso); - Os programas de redução de danos voltados para a prevenção da transmissão do HIV/AIDS entre usuários de drogas injetáveis (UDI). Até o fim dos anos 1990, as iniciativas governamentais vinham, tradicionalmente, priorizando a repressão para o tráfico de drogas em detrimento das ações de prevenção e tratamento, destinando a maior parte dos recursos financeiros para a redução da oferta; restringindo-se a ações repressivas no combate às substâncias ilegais e, apesar de atacar a produção, a comercialização e o consumo, concentrando-se na punição de usuários e pequenos traficantes. Os olhares das políticas públicas de saúde começavam a se voltar para as pessoas que usavam drogas pela ameaça de que a epidemia de HIV/AIDS fugisse ao controle a partir desta população. O setor da saúde, por meio dos programas de DST/AIDS, iniciou as primeiras experiências de troca de seringas entre os UDI. Surgindo assim, a lógica da redução de danos. 1998 – Criação da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), vinculada ao Ministério da Justiça e à Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. A SENAD tinha como principais objetivos: - Articular e coordenar as atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas; - Propor a atualização da Política Nacional sobre Drogas. 1999 – Lei nº 9.782, que cria o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, que assume papel importante no enfrentamento na questão de álcool e outras drogas, quando definidas, dentre as suas responsabilidades: a normatização; o controle; e a fiscalização de produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde. 2001 – Lei 10.216, que amplia e incorpora as questões relativas ao álcool e outras drogas às ações da Área Técnica de Saúde Mental do MS. 2001 – A SENAD lançou a Política Nacional Antidrogas. 2002 – Portaria GM/MS nº 816, que institui o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e Outras Drogas, no SUS. Tal programa tinha o objetivo de organizar e implantar a RAPS para usuários de álcool e outras drogas, estabelecendo metas e prazos de implantação de CAPS ad em vários municípios do país. 2003 – O MS apresenta a Política para Atenção Integral ao Uso de Álcool e Outras Drogas, incorporando efetivamente a temática como problema de saúde pública. A Política se baseava nos seguintes marcos teóricos: transversalização entre clínica e saúde coletiva; lógica da redução de danos; rede de saúde como local de conexão e de inserção. As diretrizes da política eram: - Intersetorialidade; - Atenção Integral; - Prevenção; - Promoção e Proteção à saúde dos consumidores de álcool e outras drogas; - Modelos de atenção; - Controle de substâncias que produzem dependência física ou psíquica, e de precursores – padronização de serviços de atenção à dependência química. 2005 – A Política Nacional sobre Drogas foi aprovada a partir de várias reformulações da Política Nacional Antidrogas, resultando numa atualização quase que total do documento anterior. Amplia o foco para além da repressão, pois considera a não discriminação do usuário de drogas ilícitas, diferenciando o usuário do traficante, reconhece a redução de danos como estratégia de prevenção, e faz referência à dependência causada por drogas lícitas. 2006 – Lei nº 11.343, que revogando as leis anteriores de 1976 e de 2002, cria o Sistema Nacional sobre Drogas (SISNAD). O SISNAD não pune o usuário de drogas com reclusão; aumenta as penas ligadas ao tráfico de drogas; estabelece as medidas de prevenção, atenção e reinserção social do usuário de drogas; define as normas sobre repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito; e define os crimes relacionados às drogas. 2009 – Portaria nº 1.190 do MS, que lançou o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e Outras Drogas – PEAD, que é direcionado, prioritariamente, para crianças, adolescentes e jovens em situação de grave vulnerabilidade social. 2010 – Decreto nº 7.179, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, conhecido como Plano Crack. Este documento sofreu algumas alterações, por meio do Decreto nº 7.637/2011, que ampliou as ações e elevou o Plano à condição de Programa, como o nome “Crack, é Possível Vencer!”. Política do Ministério da Saúde – 2003 Esta PNAD afirma que o consumo de álcool e outras drogas é um grave problema de saúde pública. Dentro dessa perspectiva, o planejamento de programas deve contemplar grandes parcelas da população, de uma forma que a abstinência não seja a única meta viável e possível aos usuários. A abordagem da redução de danos – tida como um caminho promissor – reconhece cada usuário em suas singularidades, traça com ele estratégias que estão voltadas não para a abstinência como objetivo a ser alcançado, mas para a defesa de sua vida. Ela oferece-se como um método e, portanto, não excludente de outros. Nessa perspectiva, tratar significa aumentar o grau de liberdade, de corresponsabilidade daquele que está se tratando. Implica, por outro lado, no estabelecimento de vínculo com os profissionais, que também passar a se corresponsáveis pelos caminhos a serem construídos pela vida daquele usuário, pelas muitas vidas que a ele se ligam e pelas que nele se expressam. O lócus de ação pode ser tanto os diferentes locais por onde circulam os usuários de álcool e outras drogas, como equipamentos de saúde flexíveis, abertos, articulados com outros pontos da rede de saúde, mas também das de educação, de trabalho, de promoção social, etc., ondea promoção, a prevenção, o tratamento e reabilitação sejam contínuos e se deem de forma associada. Proporcionar tratamento na atenção primária, garantir o acesso a medicamentos, garantir atenção na comunidade, fornecer educação em saúde para a população, envolver comunidades/famílias/usuários, formar recursos humanos, criar vínculos com outros setores, monitorizar a saúde mental na comunidade, dar mais apoio à pesquisa e estabelecer programas específicos são práticas que devem ser obrigatoriamente contempladas pela Política de Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas, em uma perspectiva ampliada de saúde pública. • Diretrizes A rede proposta se baseia em serviços comunitários, como os CAPSad, apoiados por leitos psiquiátricos em hospital geral e outras práticas de atenção comunitária. 1. Intersetorialidade Por ser tratar de um tema transversal a outras áreas da saúde, da justiça, da educação, social e de desenvolvimento, requer uma intensa capilaridade para a execução de uma política de atenção integral ao consumidor de álcool e outras drogas. 2. Atenção Integral - Prevenção: processo de planejamento, implantação e implementação de múltiplas estratégias voltadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco específicos, e fortalecimento dos fatores de proteção. Implica necessariamente em inserção comunitária das práticas propostas, com a colaboração de todos os segmentos sociais disponíveis, buscando atuar, dentro de suas competências, para facilitar processos que levem à redução da iniciação no consumo, do aumento deste em frequência e intensidade, e das consequências do uso em padrões de maior acometimento global. Para tanto, a lógica da redução de danos deve ser considerada como estratégica ao planejamento de propostas e ações preventivas. A educação em saúde é também uma estratégia fundamental para a prevenção. - Promoção e proteção à saúde de consumidores de álcool e outras drogas: Aponta-se a necessidade de potencializar a prevenção institucional, contrária à culpabilização dos sujeitos, oferecendo de fato, subsídios para o enfrentamento da vulnerabilidade das pessoas em geral e especialmente de populações mais vulneráveis (tais como os usuários de álcool e outras drogas). - Modelos de atenção: CAPS e Redes Assistenciais: um CAPSad tem como objetivo oferecer atendimento à população, respeitando uma área de abrangência definida, oferecendo atividades terapêuticas e preventivas à comunidade, buscando: - Prestar atendimento diário aos usuários dos serviços, dentro da lógica da redução de danos; - Gerenciar os casos, oferecendo cuidados personalizados; - Oferecer atendimento nas modalidades intensiva, semi-intensiva e não-intensiva, garantindo que os usuários de ad recebam atenção e acolhimento; - Oferecer condições para o repouso e desintoxicação ambulatorial de usuários que necessitem de tais cuidados; - Oferecer cuidados aos familiares dos usuários dos serviços; - Promover, mediante diversas ações, a reinserção social dos usuários, utilizando para tanto, recursos intersetoriais (educação, esporte, cultura e lazer), montando estratégias conjuntas para o enfrentamento dos problemas; - Trabalhar, junto a usuários e familiares, os fatores de proteção para o uso e dependência de substâncias psicoativas, buscando ao mesmo tempo minimiza a influência dos fatores de risco para tal consumo; - Trabalhar a diminuição do estigma e preconceito relativos ao uso de substâncias psicoativas, mediante atividades de cunho preventivo/educativo. - Controle de Entorpecentes e Substâncias que Produzem Dependência Física ou Psíquica, e de Precursores – Padronização de Serviços de Atenção à Dependência Química: As ações de controle e fiscalização do uso lícito de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial no Brasil, incluídos os entorpecentes e psicotrópicos, são executadas pelo MS, sob o amparo no art. 6º da Lei nº 6368/76. Nova Política Nacional sobre Drogas - 2019 O Decreto nº 9.761, de 11 de abril de 2019, aprova a Política Nacional sobre Drogas, mudando a perspectiva teórico-prática e pontos estruturais na condução desta política. Este resumo aponta apenas as mudanças trazidas pela Nova PNAD. - Art. 3º - A Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública articularão e coordenarão a implementação da PNAD, no âmbito de suas competências. • Pressupostos da PNAD - Buscar incessantemente atingir o ideal de construção de uma sociedade protegida do uso de drogas lícitas e ilícitas e da dependência de tais drogas. - A orientação central da PNAD considera aspectos legais, culturais e científicos, especialmente, a posição majoritariamente contrária da população brasileira quanto às iniciativas de legalização de drogas. - O plantio, o cultivo, a importação e a exportação, não autorizados pela União, de plantas de drogas ilícitas, tais como a cannabis, não serão admitidos no território nacional. - As ações, os programas, os projetos, as atividades de atenção, o cuidado, a assistência, a prevenção, o tratamento, o acolhimento, o apoio, a mútua ajuda, a reinserção social, os estudos, a pesquisa, a avaliação, as formações e as capacitações objetivarão que as pessoas mantenham-se abstinentes em relação ao uso de drogas. - Buscar o equilíbrio entre as diversas diretrizes que compõem de forma intersistêmica a PNAD e a Política Nacional sobre o Álcool, nas diversas esferas da federação, classificas, de forma não exaustiva, em: ações de redução da demanda; ações de redução da oferta. - Reconhecer a importância do desenvolvimento, do fomento e do apoio a serviços e ações à distância, de modo a tornar a política sobre drogas lícitas e ilícitas alcançável a todos, inclusive com possibilidade de menor custo para o Poder Público. - Reconhecer a necessidade de políticas tributárias que disciplinem o consumo, o contrabando e o descaminho de drogas lícitas. - Reconhecer a necessidade de impor restrições de disponibilidade de drogas lícitas e ilícitas. • Objetivos da PNAD - Garantir o direito à assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal, a partir da visão holística do ser humano, pela implementação e pela manutenção da rede de assistência integrada, pública e privada, com tratamento, acolhimento em comunidade terapêutica, acompanhamento, apoio, mútua ajuda e reinserção social, à pessoa com problemas decorrentes do uso, do uso indevido ou da dependência do álcool e outras drogas e a prevenção das mesmas a toda a população, principalmente àquelas em maior vulnerabilidade. - Buscar equilíbrio entre as diversas frentes que compõem de forma intersistêmica a Pnad, nas esferas da federação, classificadas, de forma não exaustiva, em políticas públicas de redução da demanda (prevenção, promoção e manutenção da abstinência, promoção à saúde, cuidado, tratamento, acolhimento, apoio, mútua ajuda, suporte social e redução dos riscos e danos sociais e à saúde, reinserção social) e redução de oferta (ações de segurança pública, de defesa, de inteligência, de regulação de substâncias precursoras, de substâncias controladas e de drogas lícitas, além de repressão da produção não autorizada, de combate ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e crimes conexos, inclusive por meio da recuperação de ativos que financiem atividades do Poder Público nas frentes de redução de oferta e redução de demanda). - Promover e apoiar novas formas de abordagens e cuidados e o uso de tecnologias, ferramentas, serviços e ações digitais e inovadoras, que inclusive proporcionem redução de custos de PoderPúblico. - Assegurar políticas públicas para redução da oferta de drogas, por meio de atuação coordenada, cooperativa e colaborativa dos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública – Susp e de outros órgãos responsáveis pela persecução criminal nos entes federativos, incluída a realização de ações repressivas e processos criminais contra os responsáveis pela produção e pelo tráfico de substâncias proscritas, de acordo com o previsto na legislação. - Difundir o conhecimento sobre os crimes, os delitos e as infrações relacionados às drogas ilícitas e lícitas, a fim de prevenir e coibir sua prática, por meio da implementação e da efetivação de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida do cidadão. - Garantir a harmonia da PNAD com outras políticas públicas vinculadas ao tema, tais como, a Política Nacional de Controle do Tabaco, a Política Nacional de Álcool, a Política Nacional de Saúde Mental e a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. - Quanto à Política Nacional de Controle do Tabaco, deverão ser tomadas as medidas administrativas, jurídicas e legislativas necessárias para que as restrições hoje existentes para os produtos do tabaco em geral, inclusive quanto às advertências e imagens de impacto dos malefícios causados pelo tabaco e seus derivados sejam aplicadas e cumpridas em relação a seus derivados, incluído o narguilé, com rigorosa fiscalização para aplicação das leis e das normas estabelecidas, especialmente quanto à proteção da criança, do adolescente e do jovem contra a informação e o material prejudicial ao seu bem-estar e à sua saúde. - Garantir o caráter intersistêmico, intersetorial, interdisciplinar e transversal do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas – Sisnad, por meio de sua articulação com outros sistemas de políticas públicas, tais como o SUS, o SUAS, o Sistema Único de Segurança Pública – SUSP, entre outros. - Propor e manter normas severas para os causadores de acidentes de trânsito ou do trabalho decorrentes do uso de drogas lícitas ou ilícitas. • Prevenção - As ações preventivas devem ser pautadas em princípios éticos e de pluralidade cultural, orientadas para a promoção de valores voltados à saúde física, mental e social, individual e coletiva, ao bem-estar, à integração socioeconômica, à formação e fortalecimento de vínculos familiares, sociais e interpessoais, à promoção de habilidades sociais e para a vida, da espiritualidade, à valorização das relações familiares e à promoção de habilidades sociais e para a vida, da espiritualidade, à valorização das relações familiares e à promoção dos fatores de proteção ao uso do tabaco e seus derivados, do álcool e de outras drogas, considerados os diferentes modelos, em uma visão holística do ser humano, com vistas à promoção e à manutenção da abstinência. • Diretrizes: - Dirigir ações de educação preventiva; - Promover a abstinência; - Promover e apoiar ações específicas para a população em situação de rua, indígenas e gestantes, que visem à prevenção e à proteção da vida e à promoção da saúde, por meio de ações e da constituição de serviços em instituições públicas e privadas sem fins lucrativos. - Recomendar a criação de mecanismos de incentivos, fiscais ou de outra ordem, para que empresas e instituições desenvolvam ações de caráter preventivo sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas, inclusive para pessoas jurídicas que admitam em seus quadros profissionais egressos de sistema de tratamento, acolhimento, recuperação, apoio e reinserção de dependentes do álcool e outras drogas. • Tratamento, acolhimento, recuperação, apoio, mútua ajuda e reinserção social - Tais ações podem ser executadas diretamente pelo Poder Público, nos níveis federal, estadual, distrital e municipal, e pelas organizações não- governamentais sem fins lucrativos. - Promover e garantir a articulação e a integração das intervenções para tratamento, recuperação, reinserção social, por meio das UBS, Ambulatórios, CAPS, Unidades de Acolhimento, Comunidades Terapêuticas, Hospitais Gerais, Hospitais Psiquiátricos, Hospitais-Dias, Serviços de Emergências, Corpo de Bombeiros, Clínicas Especializadas, Casas de Apoio e Convivência, Moradias Assistidas, Grupos de Apoio e Mútua Ajuda, com o Sisnad, o SUS, o SUAS, o SUSP e outros sistemas relacionados para o usuário e seus familiares, por meio de distribuição de recursos técnicos e financeiros por parte do Estado, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal. - Nesse processo, será considerada a multifatorialidade das causas do uso, do uso indevido e da dependência das drogas lícitas e ilícitas e com vistas à promoção e à manutenção da abstinência. - Desenvolver, adaptar e implementar diversas modalidades de tratamento, acolhimento, recuperação, apoio, mútua ajuda e reinserção social dos dependentes do tabaco e seus derivados, do álcool e de outras drogas, inclusive seus familiares, às características específicas dos diferentes grupos incluídos crianças e adolescentes, adolescentes em medida socioeducativa, mulheres, homens, população LGBTI, gestantes, idosos, moradores de rua, pessoas em situação de risco social, portadores de comorbidades, população carcerária e egressos, trabalhadores do sexo e populações indígenas, por meio de recursos técnicos e financeiros. - Estimular e apoiar, inclusive financeiramente, o trabalho de comunidades terapêuticas, de adesão e permanência voluntárias pelo acolhido, de caráter residencial e transitório, inclusive entidades que as congreguem ou as representem. - Estimular e apoiar, inclusive financeiramente, o aprimoramento, o desenvolvimento e a estruturação física e funcional das Comunidades Terapêuticas e de outras entidades de tratamento, acolhimento, recuperação, apoio e mútua ajuda, reinserção social, de prevenção e de capacitação continuada. - Estimular e apoiar ações e serviços destinados a pessoas reclusas, ex-apenados ou sujeitos a penas administrativas. - Propor que a Agência Nacional de Saúde Suplementar regule o atendimento assistencial em saúde para os transtornos mentais ou por abuso de substâncias psicotrópicas, de modo a garantir tratamento tecnicamente adequado previsto na Política Nacional de Saúde Mental e da PNAD. - Estimular e apoiar, inclusive financeiramente, a Rede Nacional de Mobilização Comunitária e Apoio a Familiares de Dependentes de Drogas, em articulação com grupos e entidades da sociedade civil de reconhecida atuação nesta área. - Desenvolver novos modelos de assistência e cuidado, por meio de credenciamento de entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, de modo a permitir que esse serviço possa atingir a população nos diferentes pontos do território nacional, incluídas propostas para atendimentos de públicos-alvo diferenciados, com apoio financeiro. - Estimular e apoiar o desenvolvimento de novas formas de grupos de apoio e mútua ajuda, inclusive virtuais, de modo a atingir o público-alvo no seu próprio território, com foco na autonomia do usuário, quando possível, para escolha da melhor forma de receber assistência à sua demanda, mediante plataformas e formas próprias. • Redução da oferta - Meios adequados serão assegurados à promoção da saúde e à preservação das condições de trabalho e da saúde física e mental dos profissionais de segurança pública, incluída a assistência jurídica, em especial pelo Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional – Sievap. - As ações contínuas de repressão serão promovidas para redução da oferta das drogas ilegais e seu uso, para erradicação e apreensão permanentes de tais substâncias produzidas no território nacional ou estrangeiro, para bloqueio do ingresso dasdrogas oriundas do exterior, destinas ao consumo interno ou ao mercado internacional, para identificação e desmantelamento das organizações criminosas e para gestão de ativos criminais apreendidos por meio das ações de redução da oferta. - As ações dos integrantes do Susp, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Secretaria Especial da Receita Federal do Ministério da Economia, da ANVISA e dos demais setores governamentais com responsabilidade na redução da oferta devem receber irrestrito apoio na execução de suas atividades. - Estimular operações repressivas e assegurar condições técnicas e financeiras, para ações integradas entre os órgãos federais, estaduais, municipais e distritais, responsáveis pela redução da oferta, coordenadas de acordo com os princípios do Susp, sem relação de subordinação, com objetivo de prevenir e combater os crimes relacionados às drogas, inclusive do combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado vinculado ao narcotráfico, como alvo das ações de redução da oferta. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST/Aids. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. BRASIL. Decreto Nº 9.761, de 11 de abril de 2019. Aprova a Política Nacional sobre Drogas. ZEFERINO, Maria Terezinha et. al. Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem: Estruturação do campo no contexto da Reforma Psiquiátrica e do SUS. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina/Programa de Enfermagem, p. 33 – 44, 2013.
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