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Monica Piloni

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DESIGN 
ESCOLA DE BELAS ARTES 
PROFESSOR FERNANDO ANTONIO FONTOURA BINI 
ALUNA ISABEL VOLPATO SANTOS 
 
1. TEXTO – ARTE CONTEMPORÂNEA 
Escolhi desenvolver meu trabalho em torno da artista surrealista Monica Piloni, 
nascida em 1978 em Curitiba. Chamou a minha atenção sua proposta feminista e seus 
questionamentos à natureza da representação presente em suas obras, que estimulam 
a dúvida sobre o limite entre o real e o seu significado. Admiro as questões 
relacionadas à sexualidade e ao íntimo feminino em seu trabalho, representadas por 
figuras sensuais e mórbidas ao mesmo tempo. “Se há um objetivo estético e conceitual 
que tenho buscado chegar como resultado no meu trabalho é alcançar o conceito de 
Freud de unheimlich. O inquietante, a estranheza, o assustador que repele e atrai ao 
mesmo tempo”, afirma Monica. 
Hoje, as diversas representatividades de corpos humanos são muito importantes 
para os meios sociais, refletindo diretamente os artistas contemporâneos. Podemos 
observar uma prática artística unida aos questionamentos das noções tradicionais de 
gênero, sexualidade e individualismo. 
Em meio a isso, Monica Piloni expressa, através do seu trabalho feito com 
esculturas, objetos e fotografias, questionamentos sobre a sexualização da mulher e 
valorização da sensualidade. Sua arte tem como forte característica a distorção do 
corpo humano com desmembramento, omissão ou multiplicação de elementos. 
Monica utiliza de suas próprias observações corporais para realizar seu trabalho, 
variando suas figuras entre o sensual e o perturbador. 
Observando o conjunto da obra da artista, identificamos várias personagens 
exóticas e instigantes: algumas esquartejadas, com ausência de face e vazias; outras 
fisicamente inteiras, mas completamente distorcidas e enigmáticas e algumas até 
levitando. Monica manipula muito a questão do espaço vazio; procuramos em suas 
obras algum elemento de identidade, mas nos deparamos com o oculto do interior 
humano. E é este exato elemento que torna as obras da artista inusitadas. 
 
 
Mergulhadora, 2019 – fibra de vidro, poliuretano e pla. 
 
 
Série Retratos, 2013 – resina, cabelo sintético e veludo. 
As obras de Monica Piloni abordam temas derivados da realidade atual, 
principalmente o feminismo. A arte surrealista, através da qual a artista se expressa, 
rompe com a busca pelo sentido e valoriza a forma irreal. O surrealismo iniciou-se 
em 1924 em Paris, com a publicação do Manifesto Surrealista, feito pelo escritor 
francês André Breton, com a proposta de encarar a arte de uma nova forma. Segundo 
o escritor, o surrealismo consiste em: “Automatismo psíquico puro pelo qual se 
propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o 
funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo 
controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral.” 
Ao observar o conjunto das obras de Monica, identifico uma obsessão pelo corpo 
humano. A base de sua pesquisa visual –os corpos reais– propõe uma linha tênue entre 
o real e o seu significado. Monica expressa e oculta os mistérios na aparência, na 
superfície e no corpo de suas obras e me fascina a atração e repulsa que seu trabalho 
pode causar. Acredito que a arte, digo, qualquer forma de se expressar artisticamente, 
reflete a forma que o artista enxerga o mundo e lida com as suas experiências de vida. 
Vejo nas obras de Monica uma tentativa de aproximar sua história e a das mulheres 
aos seus espectadores e a um público passageiro: as esculturas tridimensionais não 
deixam de ser um modo de ela expor seu íntimo e do objeto em si, observando que, 
tendo como moldura sua própria silhueta, Monica cria peças idênticas a si. “Minha 
obra também é uma revelação dos meus traumas e das experiências da minha 
infância” afirma a artista. A busca por significados em suas obras é enigmática e creio 
que isto é essencial para definir a arte como arte; devemos refletir não apenas o 
conceito externo (a forma) de uma escultura ou pintura, mas, o mais importante, o 
interior sensível do artista. O filósofo Theodor Adorno diz: “Hoje aceitamos sem 
discussão que, em arte, nada pode ser entendido sem discutir e, muito menos, sem 
pensar.”

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