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Fármacos Ansiolíticos

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Fármacos Ansiolíticos 
1. Natureza da ansiedade e seu tratamento 
A resposta normal a estímulos ameaçadores engloba vários componentes 
que incluem comportamentos de defesa, reflexos autonômicos, despertar e 
alerta, secreção de corticosteroides e emoções negativas. Nos estados de 
ansiedade essas reações ocorrem de forma antecipatória, independentemente 
dos estímulos externos. A distinção entre um estado “patológico” e um estado 
“normal” de ansiedade não é clara, mas representa o ponto em que os sintomas 
interferem na realização de tarefas produtivas normais. O termo “ansiedade” é 
aplicado a muitos distúrbios distintos. Uma divisão útil dos distúrbios da 
ansiedade pode ajudar a explicar por que os diferentes tipos de ansiedade 
respondem de forma distinta a diferentes fármacos (i) distúrbios que envolvem 
medo (ataques de pânico e fobias) (ii) e aqueles que envolvem um sentimento 
mais generalizado de ansiedade (muitas vezes classificados como distúrbios de 
ansiedade generalizada). 
Os distúrbios de ansiedade reconhecidos clinicamente incluem os seguintes: 
• Distúrbio de ansiedade generalizada (estado permanente de ansiedade 
excessiva em que falta uma razão ou um foco definido); 
• Distúrbio de ansiedade social (medo de estar e de interagir com outras 
pessoas); 
• Fobias (medo excessivo de objetos ou situações específicas, p. ex., 
cobras, espaços abertos, andar de avião); 
• Distúrbio de pânico (ataques súbitos de medo aterrador que ocorrem em 
associação com sintomas somáticos exuberantes, tais como sudação, 
taquicardia, dor torácica, tremor e sensação de sufocamento). Esses 
ataques podem ser induzidos, mesmo em indivíduos normais, pela 
infusão de lactato de sódio, e essa condição parece ter um componente 
genético; 
• Distúrbio de estresse pós-traumático (ansiedade desencadeada pela 
recordação de experiências prévias estressantes); 
• Distúrbio obsessivo-compulsivo (comportamentos compulsivos ritualistas 
desencadeados por ansiedade irracional, p. ex., medo de 
contaminação). 
A descrição extensiva dos distúrbios de ansiedade pode ser encontrada 
no DSM-5. Deve ser enfatizado que o tratamento desses distúrbios geralmente 
envolve abordagens psicológicas assim como o tratamento com fármacos. Ao 
longo da última década o tratamento farmacológico da ansiedade mudou da 
utilização dos agentes ansiolíticos/hipnóticos tradicionais (como os 
benzodiazepínicos e barbitúricos) para o uso de fármacos também utilizados 
para tratar outros distúrbios do sistema nervoso central (SNC) (i. e., fármacos 
antidepressivos, antiepilépticos e antipsicóticos) ou agonistas dos receptores 5-
hidroxitriptamina (5-HT), (i. e., buspirona) que não têm efeito hipnótico. Além 
disso, os benzodiazepínicos, ao mesmo tempo que são fármacos ansiolíticos 
eficazes, têm a desvantagem de causar efeitos secundários não desejáveis, 
como amnésia, capacidade de induzirem tolerância e dependência física, assim 
como serem drogas de uso abusivo. Eles são também ineficazes em tratar a 
depressão que ocorre juntamente com ansiedade. No entanto, os 
antidepressivos e a buspirona requerem três ou mais semanas para mostrarem 
efeito terapêutico e têm que ser tomados continuamente, enquanto os 
benzodiazepínicos podem ser utilizados em pacientes que necessitam de um 
tratamento agudo já que reduzem a ansiedade em 30 minutos e podem ser 
tomados em uma “base de SOS”. Nos anos mais recentes um número infinito de 
bebidas de “relaxamento” contendo neurotransmissores do SNC, seus 
precursores ou outros hormônios e aminoácidos, foi colocado no mercado sem 
qualquer evidência de eficácia. 
 
2. Fármacos usados para tratar ansiedade 
Antidepressivos - Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (5-HT) 
(ISRSs; p. ex., fluoxetina, paroxetina e sertralina) e inibidores da recaptação da 
serotonina/norepinefrina (ISRSNs; p. ex., venlafaxina e duloxetina) são efetivos 
no tratamento do distúrbio de ansiedade generalizada, fobias, distúrbio da 
ansiedade social e distúrbio do estresse pós-traumático. Outros antidepressivos 
(antidepressivos tricíclicos [ADTs] e inibidores da monoamino-oxidase [IMAO]) 
são também eficazes, mas um perfil de efeitos secundários mais baixo favorece 
o uso dos ISRSs. Esses agentes têm a vantagem adicional de reduzir a 
depressão, que está frequentemente associada à ansiedade. 
Benzodiazepínicos - Utilizados para tratar a ansiedade generalizada. 
Aqueles usados para tratar a ansiedade têm uma meia-vida biológica longa 
(Tabela 44.1). Eles podem ser usados durante a estabilização de um paciente 
que utiliza ISRSs. Existe alguma evidência de que, no distúrbio de pânico, a 
combinação de um benzodiazepínico com um ISRS parece ser melhor que um 
ISRS isoladamente.

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