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2º Bimestre - Unidade 2.2 Buscando Assessoria para o Negócio Empreendedorismo Patrícia Bellotti e Renata Rothenbuhler B447 Bellotti, Patricia. Empreendedorismo/ Patrícia Bellotti, Renata Rothenbuhler. - Curitiba: UTP, 2013. 112 p. ISBN 978-85-7968-055-7 ISBN 978-85-7968-054-0 - Disponível em: http://ead.utp.edu.br 1. Empreendedorismo. 2. Processo empreendedor. 3. Revolução do empreendedorismo. I. Tothenbuhler, Renata. II. Título. CDD – 658.421 Material de uso didático. Reitoria Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitoria Administrativa Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Carmen Luiza da Silva Divisão Acadêmica Marlei Gomes da Silva Malinoski Divisão Pedagógica Analuce Barbosa Coelho Medeiros Margaret Maria Schroeder Divisão Tecnológica Flávio Taniguchi Haydée Silva Guibor Neilor Pereira Stockler Junior Projeto Gráfico Neilor Pereira Stockler Junior Editoração Eletrônica Haydée Silva Guibor Todos os direitos desta edição reservados à Universidade Tuiuti do Paraná. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida e transmitida sem prévia autorização. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” Universidade Tuiuti do Paraná 3 NOTAS SOBRE AS AUTORAS Patrícia Bellotti Graduação em Ciências Econômicas pela UPF/RS, Especialista em Didática do Ensino Superior - PUC/PR; Pós-Graduada em Planejamento e Gerenciamento Estratégico pela PUC/PR e Mestrado em Educação- PUC/PR . Atualmente é Professora da UTP e Bagozzi , Professora de Pós Graduação pelo IBPEX. Tem experiência nas áreas de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas, Planejamento e Gerenciamento Estratégico e Empreendedorismo. Consultora e Palestrante nas áreas : Gestão de Negócios e de Pessoas. Renata Rothenbühler Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Metodista de Piracicaba (1981), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006). Atualmente é professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná. Tem experiência em fisioterapia ortopédica e traumatológica e na área de Engenharia de Produção, com ênfase em empreendedorismo e gestão em saúde. Participa do projeto interdisciplinar promoção humana em saúde. 4 Citação Referencial Destaque Dica do Professor Explicação do Professor Material On-Line Para Reflexão ORIENTAÇÃO PARA LEITURA 5 APRESENTAÇÃO Educação a Distância Instrumentalizando e Otimizando a Extensão A educação a distância, EAD tem sido tema da agenda de inúmeras organizações (acadêmicas, sociais e políticas), em virtude do seu impacto em todas as dimensões do homem moderno. Bem mais do que meras discussões em relação à importância, aos desafios e a própria história do tema, iniciativas concretas e projetos com abrangência internacional, nacional, regional e local estão sendo executada. Desta forma a EAD deixa de ser apenas um tópico nas discussões para adquirir forma e consistência no cenário em foco em crescimento exponencial. O crescimento da EAD na extensão se faz mais forte graças ao e-learning, o qual conta com o apoio das redes de comunicação, em especial, a internet, que está a alavancar, a desenvolver e transformar o modelo educacional vigente a desafiar professores, técnicos e alunos a desempenharem novos papéis diante das necessidades de uma prática pedagógica, a qual se encontra em fase de descoberta e de estruturação. A operacionalização da EAD na extensão tem sido observada em todo o mundo em especial no Brasil, principalmente nos cursos de Extensão Universitária os quais são voltados, preferencialmente, para os acadêmicos de qualquer curso de graduação que queiram aprofundar os conhecimentos já adquiridos em sala de aula ou, que desejam ampliar seu foco de estudos, possibilitando assim, uma aproximação maior com o cenário profissional futuro, além de contribuir para aquisição de novos conhecimentos. A EAD na extensão pode ser usada pela Instituição para atender percentual exigido pelo currículo no tocante a questão Atividade Complementar. No referente à educação continuada ela visa capacitar pessoas e atender as exigências do mercado de massa crítica qualificada. Além destes aspectos positivos a EAD aplicada à extensão apresenta inúmeras vantagens, entre estas se nomina: o fomento da educação continuada, o novo conceito de sala de aula, de professor e de aluno, a perspectiva política e social desta modalidade educativa, uma vez que além de democratizar o 6 acesso ao mundo do ensino, capacita o trabalhador, permitindo- lhe que se mantenha ou adentre no mercado de trabalho. Destaca-se ainda, a flexibilidade da legislação no tocante à sua execução, vez que pode ser executada,sem o preconizado pelas Portarias e Decretos Regulatórios tais como o Decreto 5622, e a Portaria 2/2007, editada pelo Ministério da Educação, a qual segundo o próprio Secretário é muito restritiva no que concerne à criação dos polos e a exigência de avaliações presenciais. Estas vantagens talvez sejam responsáveis pela proliferação de cursos de extensão na modalidade de educação a distância, capacitando recursos humanos, investindo em novas tecnologias e pesquisas que, certamente, proporcionarão à comunidade uma participação ativa no processo, ocupando oportunidades de trabalho e adquirindo condições para formação continuada e aprendizado por toda vida. No entanto, é preciso destacar que, para que os cursos de extensão na modalidade EAD tenham o sucesso esperado, é necessário que a Instituição alie a vontade política à pedagógica, ou que implica que a Instituição assegure uma infraestrutura tecnológica, pedagógica e administrativa de qualidade; é necessário que haja um bom gestor deste sistema, com competência para assegurar que a integração do ensino com a pesquisa e com a extensão seja mediada pelas tecnologias de comunicação e de informação; é preciso que haja um Planejamento Estratégico que unifique os demais tipos de planejamento e garanta a participação de todos, bem como um fluxo comunicacional multidirecional de qualidade. A EAD deve oportunizar a reescrita da história institucional e a manutenção de sua memória, além de possibilitar o fomento do e-learning na instituição, o qual possibilitará por sua vez a abertura de novas parcerias com empresas e serviços regionais, nacionais e internacionais. Pelo exposto pode se constatar que a educação a distância representa indiscutivelmente um dos temas atuais da sociedade globalizada, sendo objeto de interesse da empresa, do Estado e alvo de incentivos materiais e financeiros para projetos inovadores, os quais por sua vez representam excelentes oportunidades de trabalho e aprendizado. Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão 7 SUMÁRIO Unidade 2.2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO ........................................................ OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................ PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................... CONCEITUAÇÃO DO TEMA ........................................................ Buscando Assessoria para o Negócio .......................................... Introdução ..................................................................................... Incubadoras de empresas ............................................................. Incubadoras de empresas pontocom ............................................ O SEBRAE .................................................................................... Assessoria Jurídica Contábil ......................................................... Universidades e Institutos de Pesquisa........................................ Instituto Empreender Endeavor .................................................... Franchising .................................................................................... SISTEMATIZANDO ....................................................................... REFLEXÕES SOBRE O TEMA .................................................... REFERÊNCIAS ............................................................................. 8 9 10 11 11 11 11 16 16 17 18 20 22 24 25 26 8 INTRODUÇÃO AO ESTUDO Que o plano de negócios é importante para o empreendedor, todos já sabem, pois o capítulo anterior tratou desse assunto detalhadamente. No início, as empresas costumam ser frágeis, não têm marca, não são conhecidas e também não conhecem muito bem o mercado em que atuam, devendo ser cautelosas em suas ações, o que não significa dizer que devam ser lentas. O empreendedor, por mais otimista que seja, pode-se ver em dificuldades, e seu sonho tornar-se pesadelo em pouco tempo, por isso, por maior e mais completo que seja o empreendedor, ele sempre necessitará de ajuda externa. Algumas assessorias são citadas a seguir e devem ser consideradas no momento da criação do negócio ou em outros momentos críticos. 9 OBJETIVOS DO ESTUDO Conduzir e orientar o acadêmico na busca por assessorias para o empreendimento. 10 PROBLEMATIZAÇÃO O empreendedor não é uma ilha isolada no oceano. Por meio de sua rede de contatos, ele deve identificar os melhores profissionais e entidades para assessorá-lo. (DORNELAS, 2005) Mas como identificá-los? 11 CONCEITUAÇÃO DO TEMA Buscando Assessoria para o Negócio Introdução Tão importante quanto conseguir o financiamento inicial para o empreendimento, são as assessorias que ajudarão o empreendedor a ultrapassar a primeira e, em geral, a mais difícil fase do negócio: o da sobrevivência. No início, as empresas costumam ser frágeis, não têm marca, não são conhecidas e também não conhecem muito bem o mercado em que atuam, devendo ser cautelosas em suas ações, o que não significa dizer que devam ser lentas. O empreendedor, por mais otimista que seja, pode se ver em dificuldades e seu sonho tornar-se pesadelo em pouco tempo. Por melhor e mais completo que seja o empreendedor, ele sempre necessitará de ajuda extra. Incubadoras de empresas Segundo a Anprotec (1998), as incubadoras são destinadas a amparar o estágio inicial de empresas nascentes Quais tipos de auxílios uma assessoria empresarial pode oferecer às pessoas e às empresas? 12 que se enquadram em determinadas áreas de negócios. Incubadora de empresas pode ser definida como um ambiente flexível e encorajador no qual são oferecidas facilidades para o surgimento e o crescimento de novos empreendimentos. Além de assessoria na gestão técnica e empresarial da organização, a incubadora oferece a possibilidade de serviços compartilhados, como laboratórios, telefone, internet, fax, telex, fotocópias, correio, luz, água, segurança, aluguel de área física e outros. Assim, uma incubadora de empresas é um mecanismo (mantido por entidades governamentais, universidades, grupos comunitários, etc) de aceleração do desenvolvimento de empreendimentos (incubados ou associados), mediante um regime de negócios, serviços e suporte técnico compartilhado, além de orientação prática e profissional. O principal objetivo de uma incubadora de empresas deve ser a produção de empresas de sucesso, em constante desenvolvimento, financeiramente viáveis e competitivas em seu mercado, mesmo após deixarem a incubadora, geralmente em um prazo de dois a quatro anos. As incubadoras podem ser de três tipos diferentes (MCT, 1998): • Incubadora de Empresas de Base Tecnológica: é a incubadora que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas e nos quais a tecnologia representa alto valor agregado. • Incubadora de Empresas dos Setores Tradicionais: é a incubadora que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detêm tecnologia largamente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos, processos ou serviços por meio de um incremento no nível tecnológico empregado. Devem estar comprometidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias. • Incubadora de Empresas Mista: é a incubadora que abriga empresas dos dois tipos anteriormente descritos. 13 Para o Programa Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas, do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal, incubadoras de empresas são assim definidas: Para tanto, conta com um espaço físico especialmente construído ou adaptado para alojar temporariamente micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços e que, necessariamente, dispõe de uma série de serviços e facilidades descritos a seguir: • Espaço físico individualizado para a instalação de escritórios e laboratórios de cada empresa admitida; • Espaço físico para uso compartilhado, como sala de reunião, auditório, área para demonstração dos produtos, processos e serviços das empresas incubadas, secretaria, serviços administrativos e instalações laboratoriais; • Recursos humanos e serviços especializados que auxiliem as empresas incubadas em suas atividades, quais sejam: gestão empresarial, gestão da inovação tecnológica, comercialização de produtos e serviços no mercado doméstico e externo, contabilidade, marketing, assistência jurídica, captação de recursos, contratos com financiadores, engenharia de produção e propriedade intelectual, entre outros; • Capacitação / formação / treinamento de empresários empreendedores nos principais aspectos gerenciais, como gestão empresarial, gestão da inovação tecnológica, comercialização de produtos e serviços no mercado doméstico e externo, contabilidade, marketing, assistência jurídica, captação de recursos, contratos com financiadores, gestão da Incubadora é um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços, de base tecnológica ou de manufaturas leves por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais e que, além disso, facilita e agiliza o processo de inovação tecnológica nas micro e pequenas empresas. 14 inovação tecnológica, engenharia de produção e propriedade Intelectual; • Acesso a laboratórios e bibliotecas de universidades e instituições que desenvolvam atividades tecnológicas (MCT, 1998). Para Nadas et al (1991), uma incubadora de empresas deve fornecer uma estrutura compartilhada a seus incubados, com suporte administrativo centralizado. Com isso, é possível controlar seus custos pelos serviços prestados e consultorias/ treinamentos específicos para cada incubado. Lalkaka & Bishop (1996) definem incubadora de empresas como um ambiente de trabalho controlado, projetado para auxiliar no crescimento de novas empresas emergentes. Esse ambiente possui características particulares que visam criar um clima cooperativo para o treinamento, suporte e desenvolvimento de pequenas empresas e empreendedores. Essas características incluem a seleção adequada de empresas em fase inicial de desenvolvimento com grande potencial de crescimento; espaços físicos projetados para abrigar cada empresa incubada; equipamentos e estruturas necessárias de suporte compartilhadas (como telefonia, fax, internet e suporte administrativo); uma pequena equipe gerencial responsável por assessorar, treinar e ajudar os empreendedores na resolução de problemas; acesso facilitado das empresas incubadas a serviços de terceiros selecionados, como assessoria jurídica, contábil, de marketing, vendas, etc; preços de aluguel e taxas de serviços convidativos; e graduação da empresa incubada após três a quatro anos de permanência na incubadora. Segundo a NBIA – National Business Incubation Association (NBIA, 2000),entidade que representa o movimento de incubadora de empresas nos Estados Unidos, essas incubadoras catalisam o processo de início e desenvolvimento de um novo negócio, provendo os empreendedores com toda expertise necessária para gerenciar suas empresas, estabelecendo redes de contatos e ferramentas que farão seus empreendimentos atingirem o 15 sucesso. Ainda segundo a NBIA, uma incubadora de empresas deve oferecer, pelo menos, os seguintes serviços (Rice, 1992): • Possibilitar ao empreendedor o desenvolvimento de uma rede de contatos, sempre encorajado pelo gerente da incubadora; • Prover assistência técnica e gerencial aos incubados por intermédio de especialistas que trabalhem na própria incubadora ou via profissionais capacitados da comunidade; • Auxiliar o empreendedor a conseguir financiamento para seu empreendimento, desde a elaboração do plano de negócios até a negociação com os investidores; • Oferecer uma série de serviços aos incubados e também às empresas filiadas à incubadora, mas não residentes. Por meio das incubadoras os problemas gerenciais de empresas em estágio inicial são solucionados em conjunto, pois a maioria desses problemas refere-se a dificuldades de planejamento, acesso à capital e desconhecimento das habilidades necessárias ao empreendedor para obter sucesso, que são esclarecidos dentro do ambiente das incubadoras de empresas (Hayhow, 1995; Allen & Weinberg, 1988). Em todo país, o número de incubadoras de empresas já é bem superior a 280 (Anprotec,2004), sendo o Brasil o país que experimenta a maior taxa de crescimento de todo o mundo. A principal justificativa para esse explosivo crescimento do número de incubadoras no país deve-se ao fato de o Sebrae ter financiado grande parcela dessas incubadoras nascentes, com renovação anual dos convênios firmados. Para saber se existe uma incubadora em sua região, o interessado pode acessar o site da Anprotec, entidade que representa o movimento de incubadoras no Brasil, na qual há uma relação dos parques tecnológicos e das incubadoras de empresas a eles associadas. Outra alternativa são os Sebraes estaduais, as prefeituras municipais e as universidades que também apoiam o movimento e podem encaminhar os empreendedores interessados. 16 www.anprotec.org.br Incubadoras de empresas pontocom As incubadoras de empresas pontocom (baseadas na internet) foram concebidas na década de 1990 e são diferentes das incubadoras tradicionais. Naquela época, uma empresa pontocom podia optar por pleitear uma vaga em uma incubadora tecnológica mantida por entidades ou optar por uma vaga nas várias incubadoras pontocom que surgiram no país. A principal diferença é que essas incubadoras voltadas exclusivamente às empresas pontocom privadas, visam lucro e atuam como capitalistas de risco, ou seja, além de oferecerem infraestrutura, suporte e auxílio na gestão, também entram com o capital necessário para começar o negócio. Mas isso tem um preço: a empresa deve ceder uma parte das suas ações à incubadora, em troca de todo esse pacote de benéficos. Em geral, as incubadoras focadas nas pontocom selecionam bem os empreendedores e seus negócios, usando como base o plano de negócios da empresa, o histórico da equipe de gestão e o mercado alvo, avaliando se a ideia é realmente inovadora. Mais recentemente, com a diminuição da euforia que existia para criação de negócios pontocom e com a falta de resultados convincentes, esse modelo de negócios não tem mais atraído tantos adeptos como no passado. Outro modelo de incubadora para esse mercado de empresas pontocom é o das aceleradoras, mas o conceito básico é o mesmo. O empreendedor receberá suporte e capital em troca de uma parte na sociedade de seu negócio. O SEBRAE O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, é a principal entidade que apoia os 17 empreendedores brasileiros. Foi criado por lei de iniciativa do Poder Executivo, mas é predominantemente administrado pela iniciativa privada. A instituição é resultante de uma decisão política, que atende os anseios dos empresários e do Estado que se associaram para criá-la e cooperam na busca de objetivos comuns. Sua criação ocorreu em 1990 pelas Leis 8.029 e 8.154, sendo regulamentado no mesmo ano pelo Decreto 99.570. Está espalhado por todos os estados da Federação, com dezenas de agências, em várias cidades do país. O Sebrae auxilia os empreendedores com conselhos sobre a forma de abertura da empresa, passando por consultorias básicas e pontuais, até cursos sobre gestão da qualidade, fluxo de caixa, marketing e finanças. Organiza ainda caravanas para participação em feiras e eventos nacionais e internacionais (como expositores ou visitantes), promove rodas de negócios, auxilia o empresário em questões relacionadas ao comércio exterior, apóia as incubadoras de empresas e demais eventos voltados às pequenas empresas, entre outros. Para saber onde encontrar uma agência do Sebrae e mais informações sobre a entidade, acesse o site www.sebrae.com.br Assessoria Jurídica Contábil É de extrema importância que o empreendedor seja muito bem assessorado, dede o início, em relação aos aspectos jurídicos e contábeis de seu negócio. Para isso, ele deve recorrer a advogados e contabilistas (contadores) que inspirem confiança, entendam do assunto e, mais do que isso, auxiliem o empreendedor na gestão de seu empreendimento. É comum alguns profissionais da contabilidade apenas indicarem as datas e os valores dos impostos e tributos que o empreendedor deve pagar, não assessorando a empresa de 18 forma a otimizar a administração de seu fluxo de caixa, por exemplo. O empreendedor deve fazer uma boa pesquisa antes de optar por um ou outro profissional, ou escritórios de advocacia e contabilidade, e esclarecer todos os direitos e deveres de cada um, antes de definir sua escolha. Geralmente, essa escolha é feita por motivos pessoais e indicação de amigos conhecidos. Nesses casos, o empreendedor deve procurar conhecer algumas empresas assessoradas pelo profissional antes de contratá-lo, não tomando a decisão final antes disso. Outra questão a ser analisada é o preço da assessoria: os que cobram muito abaixo da média geralmente não oferecem serviço completo e nem sempre os que cobram acima da média do mercado são os melhores. Por isso, fazer uma boa pesquisa de mercado também é recomendado. Universidades e Institutos de Pesquisa O empresariado brasileiro não tem o hábito de recorrer às universidades e aos institutos de pesquisa para solucionar problemas de tecnologia em suas empresas ou mesmo para promover inovação tecnológica. No entanto, o Brasil oferece boas opções e os empreendedores devem estar atentos a elas, principalmente aqueles ligados a empresas de base tecnológica. Um modelo de transferência de tecnologia bastante utilizado em vários países europeus e na América do Norte trata das parcerias entre institutos de pesquisa e universidades com empresas, tanto de pequeno porte, como empresas maiores e com grande presença em seu mercado de atuação. No Brasil existem algumas iniciativas que merecem destaque. Uma delas é o Programa Disque Tecnologia, da Universidade de São Paulo, por focar principalmente as empresas de pequeno porte. O Disque Tecnologia facilitou, de forma eficaz, o apoio na resolução de problemas que não requerem alto teor tecnológico, do ponto de vista acadêmico, mas que otimizam de forma substancial processos e produtos em pequenas empresas que não possuem estrutura para fazê-lo. 19 Um dos fatores que talvez tenha sido importante para a validação deste modelo foi a participação das diversas empresas juniores da USP no projeto, atuando como agentes de ligação entre o meio acadêmico e as pequenas empresas. Dessa forma, e por meio de programas como a Sebraetec do Sebrae, que arca com parte dos custos da consultoria às empresas, o Disque Tecnologia além de solucionar os problemas dasempresas possui baixo custo e é acessível a qualquer pequena empresa com problemas tecnológicos. Nota-se que esse modelo envolve vários atores: de um lado estão os pesquisadores, detentores do conhecimento e da tecnologia; de outro, estão as empresas carentes de soluções para otimizar seus produtos e processos; e como agentes intermediários e facilitadores do processo, estão as empresas juniores, formadas por estudantes dos mais variados cursos de graduação oferecidos pela USP e que estão empenhados na consolidação do modelo. Como não poderia deixar de existir, há ainda o agente financiador, exercido pelo Sebrae, que aporta recursos financeiros subsidiados com o objetivo de viabilizar a participação dos vários atores nesse processo. As Fundações, entidades criadas a serviço das universidades e elo entre o meio acadêmico e as empresas, promovem a transferência de tecnologia ao setor privado. Apesar de bastante conhecidas internamente, essas Fundações não parecem ser a melhor forma de se promover a transferência de tecnologia e a consequente inovação tecnológica nas empresas, pois em geral não têm caráter proativo e sim reativo, ou seja, esperam que o empresário procure a universidade ou que o pesquisador tenha que desenvolver um papel de vendedor de tecnologia. Assim, tornam-se apenas intermediários no processo, não agregando necessariamente valor ao mesmo. Apesar disso, são estruturas já estabelecidas nas universidades e que podem ser aproveitadas de forma mais eficiente, tendo uma ação mercadológica mais evidente e exercendo papel de agente facilitador para ambos os lados, a academia e a empresa, com uma melhor divulgação de suas ações. Precisam também 20 recrutar uma equipe de pessoas especializadas e focadas na transferência de tecnologia, atuando como identificadores de oportunidades e soluções para problemas tecnológicos nas empresas brasileiras. Existem ainda os institutos de pesquisa que têm administração independente, mas possuem estreito relacio- namento com as universidades. Esses institutos desenvolvem pesquisa de alto valor agregado e procuram promover a transferência de tecnologia para o setor privado, seja em forma de parcerias ou até mesmo induzindo a criação de novas empresas de base tecnológica. Todavia, apesar da interação com o meio empresarial, esses institutos necessitam de substanciais recursos do governo para sua sustentação. Como citado, as empresas juniores, situadas nas universidades e faculdades, por serem formadas por alunos e não terem fins lucrativos, são uma alternativa de baixo custo e boa qualidade para as pequenas empresas, pois sempre têm respaldo de professores que auxiliam os alunos na resolução dos problemas. O empreendedor interessado em entrar em contato com essas empresas juniores pode dirigir-se às universidades e faculdades que têm curso sobre o tema de interesse. Muito provavelmente haverá uma empresa júnior preparada para atendê-lo. Outra possibilidade é entrar em contato com a FEJESP – Federação das Empresas Juniores de São Paulo, que possui um cadastro de todas as empresas juniores do país. www.fejesp.org.br Instituto Empreender Endeavor O Instituto Empreender Endeavor é uma entidade internacional sem fins lucrativos que atua no suporte ao empreen- dedorismo em países em desenvolvimento. Essa entidade chegou ao Brasil em 2000 e já auxilia muitos empreendedores brasileiros. Sua missão é eliminar os fatores que têm limitado o 21 surgimento de empreendimentos inovadores. Entre esses fato- res estão: a dificuldade de acesso à capital, a desinformação e a carência de serviços de suporte qualificados. Outro ponto bastante explorado pela Endeavor é apoiar o desenvolvimento de modelos de empreendimentos de sucesso no Brasil, que possam servir de referência para futuros empreendedores. O início da atuação da Endeavor na América do Sul foi na Argentina e no Chile, em 1997. As atividades principais da Endeavor são: 1. Identificar e desenvolver empreendedores, assistindo-os na estruturação, no planejamento e no aprimoramento de seus negócios e na busca por capital e parceiros estratégicos; 2. Criar exemplos educativos de empreendedorismo ajudando a aumentar o número de histórias de sucesso; 3. Promover o interesse de investidores locais por empresas empreendedoras, criando fóruns que promovam a aproximação entre eles; 4. Formar alianças com universidades e instituições de apoio a empreendedores, a fim de estabelecer programas duradouros que disseminem a prática do empreendedorismo no país. A Endeavor possui um modelo de desenvolvimento para eliminar as barreiras enfrentadas por empreendedores, tais como: o pequeno número de exemplos de sucesso no país, falta de preparo gerencial e contatos, acesso limitado a capital, falta de informação e suporte especializado. Para tanto, a Endeavor organiza programas educacionais (seminários, palestras etc) e disponibiliza ainda guias de consulta para o empreendedor, boletins informativos, biblioteca virtual, materiais educacionais, bem como trabalha para o oferecimento de prêmios aos empreendedores que se destacam no país. Suas iniciativas sempre contam com a participação de empreendedores e investidores, promovendo a troca de experiências, networking e o fortalecimento da comunidade empreendedora do país. 22 Aos empreendedores aprovados em seu processo de seleção, a Endeavor oferece, além de programas descritos anteriormente, alguns serviços especiais. Só alguns empreen- dedores são selecionados para esses serviços extras, porque a estrutura enxuta e a limitação de recursos da entidade impedem o atendimento complementar de todos que a procuram. No entanto, os selecionados recebem um suporte da mais alta qualidade, marca da instituição. A Endeavor atua ainda junto aos investidores, mostrando- lhes o potencial de investimento em empresas em fase de start-up (empresas recém criadas, com histórico operacional limitado) e em desenvolvimento, junto às universidades, visando ao intercâmbio de experiências e à elaboração de estudos de casos e junto a instituições governamentais, ONGs, etc. No site da Endeavor podem ser obtidas mais informações. www.endeavor.org.br Franchising É um modelo de negócios que visa estabelecer uma estratégia para distribuição e comercialização de produtos e serviços. Existem dois atores principais no processo: o franqueado e o franqueador. Para que o sistema tenha êxito e todos saiam ganhando, é importante a relação de parceria. O movimento no país é representado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. • Franqueador: é a empresa detentora da marca, que idealiza, formata e concede a franquia do negócio ao franqueado. • Franqueado: é uma pessoa física ou jurídica, que adere à rede de franquia, investindo recursos no próprio negócio, o qual será operado com a marca do franqueador e de acordo com todos os padrões estabelecidos e supervisionados por este. 23 O primeiro exemplo de franchising ocorreu nos Estados Unidos, em 1954, sendo também o caso mais conhecido de sucesso: o McDonald’s, o maior franqueador do mundo. O Brasil é um dos países com maior número de franquias no mundo, nos mais variados setores. Aderir a esse sistema é uma boa possibilidade para os empreendedores brasileiros, que são assessorados pelo franqueador, tendo mais segurança na abertura do próprio negócio. A ABF possui vários programas voltados a auxiliar tanto franqueadores como franqueados e os possíveis candidatos a empreendedores no mundo do franchising. Estes programas têm o objetivo de fortalecer o sistema de franquias, dar suporte a questões de legislação e oferecer capacitação em gestão empresarial, crédito e assessoria técnica aos franqueados e franqueadores. Mais informações podem ser obtidas no site www.abf.com.br Nesta unidade foram analisadas algumas maneiras pelas quais o empreendedor no Brasil pode receber assessoria sobre questões relativas à gestão de seu negócio,desde a criação da empresa (com possibilidade de participação em uma incubadora ou como empresa franqueada); o apoio nas fases iniciais e de crescimento da empresa (Sebrae); o auxílio na resolução de questões tecnológicas (universidades e institutos de pesquisa); assessoria jurídica e contábil; até o apoio na captação de recursos e no desenvolvimento de uma rede eficiente de contatos (Endeavor). 24 Neste capítulo foram analisadas algumas maneiras pelas quais o empreendedor no Brasil pode receber assessoria sobre questões relativas à gestão de seu negócio. Desde a criação da empresa (com possibilidade de participação em uma incubadora ou como empresa franqueada); o apoio nas fases iniciais e de crescimento da empresa (Sebrae); o auxílio na resolução de questões tecnológicas (universidades e institutos de pesquisa); legais (assessoria jurídica) e contábeis (assessoria contábil); até o apoio na captação de recursos e no desenvolvimento de uma rede eficiente de contatos (Endeavor), o empreendedor teve a oportunidade de tomar contato inicial com entidades que provavelmente serão seus parceiros de negócios duradouros. SISTEMATIZANDO 25 Um bom plano de negócios deve mostrar claramente a competência da equipe, o potencial do mercado-alvo e uma ideia realmente inovadora; culminando em um negócio economicamente viável, com projeções financeiras realistas (DORNELAS, 2001). REFLEXÕES SOBRE O TEMA 26 REFERÊNCIAS ADIZES, I. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. ALVAREZ, P.; RODRIGUEZ, B. How to manage rapid growth? Disponível em http://www.ebusinessforum.gr/content/downloads/307.htm BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F. Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo: Makron Books, 2001. CANAVARRO, M. Sonhos que viram realidade. Disponível em http:// www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp? DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo - transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. CANAVARRO, M. Sonhos que viram realidade. Disponível em http://www. timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=812,2004. CHURCHILL, N. C.; LEWIS,V. L. The five stages of small business grouwth. Harvard Business Review, n. 61, p. 30–50, 1983. COELHO, T. Conheça sua base motivacional. Disponível em: http:// www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Conheca%20sua%20base%20 motivacional.htm . COELHO, T. Conheça sua base motivacional. 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