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VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 REDAÇÃO PROFISSIONAL Nomes: Gustavo Rafael Rodrigues Pereira Pablo Roberto Barcelos Prates de Souza Período: 8° período/Manhã Professor(a): Ângela Araújo Costa Data de Entrega: 08/11/2021 Valor: 10 pontos Nota: ______ ESTA ATIVIDADE TEM COMO OBJETIVO A CONTINUIDADE DA PESQUISA ACADÊMICA ELABORANDO OS CAPÍTULOS 4 E 5, DE FORMA CRONOLÓGICA, FINALIZANDO O DESENVOLVIMENTO TEXTUAL DAS IDEIAS CONSTRUÍDAS. CAPÍTULOS 4 e 5 4. DO ATO INFRACIONAL, DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO E DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 4.1. ATO INFRACIONAL A conduta da criança e do adolescente, quando coberta de ilicitude, reflete obrigatoriamente no contexto social em que vive. E, a despeito de sua maior incidência nos dias atuais, tal fato não constitui ocorrência apenas deste século, mas é nesta quadra da história da Humanidade que o mesmo assume proporções alarmantes, principalmente nos grandes centros urbanos, não só pelas dificuldades de sobrevivência como, também, pela ausência do Estado nas áreas da educação, da saúde, da habitação e, ainda, da assistência social (AMARANTE, 2002, p. 324). Por outra parte, a falta de uma política séria em termos de ocupação racional dos espaços geográficos, a ensejar migração desordenada, produtora de favelas periféricas nas capitais dos Estados, ou até mesmo nas médias cidades, está permitindo e vai permitir, mais ainda, pela precariedade de vida de seus habitantes, o aumento, também, da delinquência infanto-juvenil (AMARANTE, 2002, p. 324). O Ato infracional é “ação condenável, de desrespeito às leis, à ordem pública, aos direitos dos cidadãos ou ao patrimônio, cometido por crianças ou adolescentes”. Somente haverá o ato infracional se a conduta for correspondente a uma hipótese prevista em lei que determine sanções ao seu autor (AQUINO, 2012). O Estatuto da Criança e do Adolescente conceitua em seu art. 103 o ato infracional: “Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”. Desta forma, considera-se ato infracional todo fato típico, descrito como crime ou contravenção penal (AQUINO, 2012). Tal definição decorre do princípio constitucional da legalidade. É preciso por tanto para a caracterização do ato infracional que este seja típico antijurídico e culpável garantindo ao adolescente por um lado, um sistema compatível com o seu grau de responsabilização e por outro a coerência com os requisitos normativos provenientes da seara criminal. Assim, João Batista Costa Saraiva esclarece: “Não pode o adolescente ser punido onde não o seria o adulto” (SARAIVA, 2002). Ainda, João Batista Costa Saraiva explica: O garantismo penal impregna a normativa relativa ao adolescente infrator como forma de proteção desta em face de ação do Estado. A ação do Estado autorizando-se a sancionar o adolescente e infligir-lhe uma medida socioeducativa fica condicionada a apuração dentro do devido processo legal que este agir típico se faz antijurídico e reprovável - daí culpável (SARAIVA, 2002, p.66). O Estatuto ao definir o ato infracional, adotou um conteúdo certo e determinado, abandonando as expressões como ato antissocial, desvio de conduta e outros, de significado jurídico impreciso, afastando-se qualquer subjetivismo do intérprete quando da análise da ação ou omissão (PAULA, 2002). Crianças e adolescentes podem praticar ações ilícitas ao preceito legal e são nomeados atos infracionais, desta forma, recebem tratamento distintos, como o disposto no art. 105 do ECA, estes somente obedecerão às medidas exclusivas previstas no art. 101 do mesmo diploma. Toda criança e adolescente recebem tratamento individualizado e especial, mesmo quando praticam condutas que sejam tipificadas no Código Penal (RAMIDOFF, 2008, 74). Para RAMIDOFF: A prática de ato infracional não se constitui numa conduta delituosa, precisamente por inexistir nas ações/omissões infracionais um dos elementos constitutivos e estruturantes do fato punível, isto é, a culpabilidade – a qual, por sua vez, não se encontra regularmente composta, precisamente por lhe faltar a imputabilidade, isto é, um elemento seu constitutivo e que representa a capacidade psíquica para regular a válida prática da conduta dita delituosa, enquanto decorrência mesmo da opção política do Constituinte de 1987/1988. Esta consignou a idade de maioridade penal em 18 (dezoito) anos, alinhando-se, assim, à diretriz internacional dos Direitos Humanos, como alternativa válida e legítima que reflete a soberania popular e a autodeterminação do povo brasileiro (RAMIDOFF, 2008, p. 75). 4.2. NATUREZA JURÍDICA DO ATO INFRACIONAL No ordenamento jurídico brasileiro, os crimes e as contravenções penais só podem ser atribuídas, para efeitos da respectiva pena, às pessoas imputáveis, que via de regra, são as com mais de 18 anos de idade. Se a conduta ilícita partir de uma criança e adolescente, não será crime ou contravenção e sim um ato infracional em fase da ausência de culpabilidade e consequente punibilidade (ENGEL, 2006). Segundo o Desembargador Napoleão X. do Amarante: Significa dizer que o fato atribuído à criança ou ao adolescente, embora enquadrável como crime ou contravenção, só pela circunstância de sua idade, não constitui crime ou contravenção, mas, na linguagem do legislador, simples ato infracional. O desajuste existe, mas, na acepção técnico-jurídica, a conduta do seu agente não configura uma ou outra daquelas modalidades de infração, por se tratar simplesmente de uma realidade diversa. Não se cuida de uma ficção, mas de uma entidade jurídica a encerrar a ideia de que também o tratamento a ser deferido ao seu agente é próprio e específico. Assim, quando a ação ou omissão venha a ter o perfil de um daqueles ilícitos, atribuível, entretanto, à criança ou ao adolescente (v. art. 2°), são estes autores de ato infracional com consequências para a sociedade, igual ao crime e à contravenção, mas, mesmo assim, com contornos diversos, diante do aspecto da inimputabilidade e das medidas a lhes serem aplicadas, por não se assemelharem estas com as várias espécies de reprimendas (AMARANTE, 2002, p. 325). No mesmo contexto Vater Kenji Ishilda: Pela definição finalista, crime é o fato típico e antijurídico. A criança e ao adolescente podem vir a cometer crime, mas não preenchem o requisito da culpabilidade, pressuposto da aplicação da pena. Isso porque a imputabilidade penal inicia-se somente aos 18 (dezoito) anos, ficando de medida socioeducativa por meio de incidência. Dessa forma, a conduta delituosa da criança e do adolescente é denominada de ato infracional, abrangendo tanto o crime como a contravenção (ISHILDA, 2001, p.160). Para Paulo Lucio Nogueira: “O estatuto considera o ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Assim não há diferença entre crime e ato infracional, pois ambos constituem condutas contrarias ao direito positivo, já que se situa na categoria ilícito penal” (NOGUEIRA, 1998, p. 149). Assim, tem-se duas correntes, uma qual a conduta praticada pela criança ou adolescente esteja revestida dos elementos que caracterização crime ou contravenção, e outra que não vislumbra a diferença entre ato infracional crime e contravenção (ENGEL, 2006). 4.2.1. Ato infracional praticado por criança e/ou adolescente Com relação às crianças, pessoas de até doze anos de idade incompletos e, adolescentes de até dezoito anos de idade, que cometem infrações penais, o ECA excluiu da aplicação de medidas socioeducativas, e deu a aplicação de medidas de proteção, podendo elas serem aplicadas de forma isolada ou cumulativa. O Estatuto da Criança e do Adolescente não especificou o procedimento na apuração do ato infracional, somente esclareceu que caberá ao Conselho Tutelar e não ao Juízo da Vara da Infância e Juventude a aplicação das medidasde proteção dispostas no art. 136, I do referido diploma. 4.3. APURAÇÃO DO ATO INFRACIONAL Por serem as crianças e adolescentes dotados de condição especial de desenvolvimento, e as soluções dos problemas devem ser rápidas, pois a demora no atendimento pode produzir danos irreparáveis. Eles possuem ritmo de vida mais acelerado e a sensação de impunidade pode acarretar uma sequência de atos infracionais que resultarão em sua interação (UNIPLAC, 2010). Assim, de acordo com art. 106 do Eca, o adolescente poderá ser apreendido em flagrante delito, no sentido que “nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”. Desta forma, no art. 107 do mesmo diploma que a apreensão do adolescente feita em flagrante deve ser imediatamente comunicada a autoridade judiciária competente, aos pais ou responsáveis ou quem ele indicar. A autoridade policial deverá desde logo verificar a possibilidade da liberação do adolescente isto, sob pena de responsabilização. O adolescente assina um termo de compromisso onde os pais se comprometerão em apresentar o adolescente ao representante do Ministério Público em dia determinado. Poderá também o Ministério Público de acordo com o art. 180 do ECA, a promoção do arquivamento dos autos, a concessão de remissão ou ainda a representação à autoridade judiciária para a aplicação das medidas socioeducativas. De acordo com o Estatuto, quanto ao arquivamento dos autos, deve ser pedido fundamentado na inexistência do ato infracional, inexistência da prova de participação do adolescente no ato, deve estar presente a excludente de antijuridicidade ou culpabilidade e inexistência de prova suficiente para a condenação (ELIZEU, 2010). O art. 184 do referido diploma, assim como o art. 41 do Código de Processo Penal, a representação é oferecida por petição, observando o princípio do contraditório e ampla defesa, assim que recebida pelo juiz, o processo será iniciado. Assim, o juiz poderá solicitar a apresentação do adolescente, fazendo por citação, bem como de seus pais ou responsáveis para que compareçam em juízo acompanhado de advogado. Se caso o adolescente não for encontrado, o juiz expedira mandado de busca e apreensão e o processo ficará suspenso até que seja o adolescente apresentado. Assim que o adolescente se apresentar em juízo, será marcada audiência, onde será feito o interrogatório. Após serão ouvidos os pais ou responsáveis quando apreciará a aplicação da remissão. Caso não haja remissão o processo terá continuidade com a apresentação de defesa previa e rol de testemunhas, podendo o juiz determinar diligencias, neste caso será designada nova audiência (ELIZEU, 2010). Concluída a oitiva das testemunhas, é dada a palavra ao Ministério Púbico e em seguida ao defensor. Poderá os debates ser substituída por acusação e defesa escrita, desde que na forma de memoriais, nos preceitos legais. Logo após, será proferida a decisão do juiz, que poderá determinar a aplicação de uma das medidas socioeducativas, relacionados no art. 112 do ECA. 4.4. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO De acordo com De Plácido Silva, conceitua proteção como: Do latim protectio, de protegere (cobrir, amparar, abrigar), entende-se toda espécie de assistência ou de auxílio, prestado às coisas ou às pessoas, a fim de que se resguardem contra os males que lhes possam advir. Em certas circunstâncias, a prostituição revela-se o favor ou o benefício, tomando, assim, o caráter de privilégio ou de regalia. Desta acepção é que se deriva o conceito de protecionismo, na linguagem econômica e tributária (SILVA, 1999, p. 1121). Com base no conceito retro, pode-se dizer que as medidas de proteção que estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente são aplicadas pela autoridade competente, sejam juízes, promotores, conselheiros tutelares, às crianças e adolescentes que tiveram seus direitos fundamentais ameaçados ou violados (ZAINAGHI, 2002). O art. 98 do ECA estabelece que: Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta. Na aplicação das medidas de proteção será levado em conta de acordo com o art. 100 do ECA, as necessidades pedagógicas, preferindo as que visam o fortalecimento dos vínculos familiares e sociais. As medidas de proteção a serem aplicadas estão dispostas no art. 101 do referido Estatuto: Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Observa-se que no disposto artigo, o legislador teve a preocupação em tocar tanto na criança quando na família, pois quando uma criança/adolescente comete ato infracional, entende-se que a base familiar não está bem, não conseguindo sustentar a criança dentro da sociedade (CASSANDRE, 2008, 34). 4.5. DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS O Estatuto da Criança e do Adolescente elenca as medidas socioeducativas no artigo 112 e seguintes, como consequências da prática de ato infracional praticado por adolescente, são elas: Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. §1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. §2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. §3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. É necessário distinguir medidas socioeducativas de medidas de proteção, para DUPRET: Faz-se necessário distinguir as medidas protetivas das medidas socioeducativas. As medidas protetivas podem ser plicadas tanto a criança quanto ao adolescente que se encontre em situação de risco. Já as medidas socioeducativas se restringem a situação de risco prevista no artigo 98, III, quando é o adolescente que se coloca nessa condição em razão de sua própria conduta, pela prática de ato infracional (DUPRET, 2010. p. 171). De forma diferente da criança, o adolescente infrator é sujeito a tratamento mais severo, sendo o rol de medidas expresso na legislação taxativo e sua limitação deriva do princípio da legalidade, sendo proibida a imposição de medidas diferentes das enunciadas na legislação (MAIOR NETO, 2006. p. 378). Entretanto, o ECA, ao mencionar sobre o enfrentamento da delinquência infanto-juvenil, não se resume apenas nas medidas citadas.Ao ser empregada a doutrina do princípio da proteção integral, o legislador admitiu que a forma mais eficaz de prevenção da criminalidade está no objetivo de derrotar a situação de marginalidade experimentada pela maioria das crianças e adolescentes (MAIOR NETO, 2006. p. 378). É sabido que a principal finalidade das medidas socioeducativas é buscar a reeducação e ressocialização do menor infrator, possuindo um elemento de punição, tendo como finalidade impedir futuras condutas ilícitas. Não se pode negar o caráter não punitivo, entretanto, as medidas possuem semelhança com as penas previstas no Código Penal, tendo um caráter penal especial, como forma de retribuição ou punição imposta ao menor infrator (DA SILVA, 2008. p. 23). 5. DAS ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS No artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente estão elencadas as medidas de caráter socioeducativo aplicáveis aos adolescentes autores de atos infracionais. É um rol taxativo, e não exemplificativo, sendo vedada a estipulação de medidas diferentes daquelas dispostas no referido artigo. São previstas no artigo 112 do ECA as seguintes medidas: Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. A aplicação da medida socioeducativa tem como objetivo impedir a reincidência entre os menores infratores, e sua finalidade é pedagógico-educativa. De mais a mais, as medidas, tem caráter impositivo, pois não é de cunho do infrator escolher ou acatar a medida determinada. Possui, ainda, finalidade sancionatória, uma vez que descumprida a regra de convivência por meio de ação ou omissão do menor, ele responderá por seus atos na proporção de sua atitude, sendo- lhe aplicada a medida cabível e necessária. 5.1. DA ADVERTÊNCIA Dispõe o art. 115 do ECA, que “A advertência consistirá na admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada”. O termo advertência significa admoestação, observação, aviso, ato de advertir. É a primeira das medidas aplicáveis ao menor que revela comportamento antissocial, mas de menor gravidade. O menor será entregue a seus responsáveis, mediante advertência verbal, reduzida a termo e assinada pela autoridade judicial. De acordo com Nogueira “a advertência deve ser a medida mais usada, uma vez que toda medida aplicada ao menor visa à sua integração sócio familiar”. (NOGUEIRA apud CHAVES, 1997, 517) O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a aplicação da referida medida às seguintes situações: a) ao adolescente, no caso de prática de ato infracional (art. 112, I, c/c o art. 103); b) aos pais ou responsáveis, guardiões de fato ou de direito, tutores, curadores etc. (art. 129, VII); c) às entidades governamentais ou não governamentais que atuam no planejamento e na execução de programas de proteção e socioeducativas destinados a crianças e adolescentes (art. 97, I, “a”, e II, “a”) (BRASIL. Lei n. 8.069/90). De acordo com o artigo 114, parágrafo único do Estatuto, para que seja feita a advertência é necessária prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria. Nos dizeres de Mayara Yamada Dias Fonseca: Sendo a advertência a mais leve das medidas socioeducativas, sua imposição dispensa a sindicância ou o procedimento contraditório, já que deve ser imposta mediante o boletim de ocorrência elaborado pela autoridade policial ou informação do comissário (FONSECA, 2006. p.34). Entretanto, Cury, Silva e Mendez, entendem no seguinte sentido: [...] embora a advertência possa vir a ser aplicada no primeiro contato com o sistema de Justiça da Infância e da Juventude, na audiência de apresentação ao órgão do Ministério Público (art. 197 do ECA), nada impede que decorra do procedimento apuratório do ato infracional, através do respectivo procedimento contraditório (CURY, SILVA, MENDEZ, 2002, p. 254). Assim, tem-se que a advertência deve ser destinada, em regra, a adolescentes que não possuam antecedentes infracionais e para os casos de infrações brandas. 5.2. DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO Preconiza o art. 116 do Estatuto que “em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima” (BRASIL. Lei n. 8.069/90). Essa medida socioeducativa pode ser injetada ao adolescente autor de ato infracional e, consequentemente, ao seu responsável legal. Não é tranquila a ideia de que essa medida deve ser colocada em procedimento contraditório, pois incube ao adolescente fazer a sua defesa devidamente assistida por advogado. De acordo com o parágrafo único do artigo 116, a medida de obrigação de reparar o dano pode ser substituída por outra adequada, caso seja evidente a manifesta impossibilidade de sua aplicação (FONSECA, 2006, p 38). 5.3. DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE A prestação de serviços à comunidade obriga ao adolescente autor de ato infracional, o cumprimento de tarefas de caráter coletivo, visando interesses e bens comuns (SÁ, 2009, p. 46). Essa prestação é realizada gratuitamente, com o fim de proporcionar ao adolescente a possibilidade de adquirir valores sociais positivos, por meio da vivência de relações de solidariedade. As características dessa prestação de serviços comunitários estão explicitadas no artigo 117 do ECA abaixo transcrito: Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. Segundo Cury, Silva e Mendez é uma das medidas socioeducativas que se reveste, hoje, de um grande e profundo significado pessoal e social para o adolescente infrator. (MENDES, 2002, 255) Como dispõe o parágrafo único deste artigo que trata da prestação de serviços à comunidade, as tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. A supervisão será realizada pela autoridade judiciária, do Ministério Público, de técnicos sociais, informando suas atividades e comportamento por meio de relatórios, e da comunidade (FONSECA, 2006, p.38). 5.4. DA LIBERDADE ASSISTIDA A aplicação da liberdade assistida está prevista no artigo 118 do ECA, qual seja: Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. §1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. §2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. O menor, depois de entregue aos responsáveis ou após liberação do internato, será submetido à assistência, como objetivo de impedir a reincidência e obter a certeza da reeducação(AQUINO, 2012, p.27). Essa medida será determinada pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses, sendo possível a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra sempre que preciso, ouvindo o orientador, o Ministério Público e o defensor. Devido a sua finalidade, não há prazo máximo para ser cumprido, sendo admissível enquanto o Juiz considerar necessário ao adolescente (CASSANDRE, 2008, p. 48). Em regra, essa medida é aplicada a menores que são reincidentes em infrações menos gravosas, entretanto também pode ser aplicada aos que cometeram infrações mais graves, mas que, realizado o estudo social, foi verificado que a melhor opção é deixá-los com sua família, para que possam se reintegrar à sociedade. Também é aplicado aos que estavam em regime de semiliberdade ou de internação, quando é constatado que já se recuperaram parcialmente e não são um perigo à sociedade (FONSECA, 2006, p.43). No artigo 119 do Estatuto estão previstos os encargos do orientador, com apoio e supervisão da autoridade competente, quais sejam: orientar o adolescente, colocando-o, se preciso, em programas de auxílio e assistência social; supervisionar sua frequência e aproveitamento escolar e promover sua matrícula; diligenciar no sentido de profissionalização e inserção do adolescente no mercado de trabalho e, por fim, apresentar relatórios do caso (DIAS, 2010, p.39). As condições que serão cumpridas pelo adolescente não estão especificadas no ECA, sendo de incumbência da autoridade judiciária, que individualizará o tratamento tutelar, aplicando no caso concreto as condições, que poderão abarcar as relações de trabalho, escola e familiares. Ademais, deve-se sempre considerar a capacidade do adolescente de cumprir essas condições, as circunstâncias e a gravidade da infração, de acordo com o que dispõe o artigo 112, §2°. 5.5. DO REGIME DE SEMILIBERDADE A medida socioeducativa da semiliberdade está contemplada no artigo 120 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que assim preceitua: Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. §1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. §2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação. O regime de semiliberdade é a medida mais rigorosa da liberdade pessoal depois da internação. Entre as medidas previstas no artigo 112 para o adolescente infrator, essas são as duas únicas medidas que geram a institucionalização. A semiliberdade pertence às medidas socioeducativas que o artigo 114 solicita a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração (FONSECA, 2006, p.47). Geralmente a semiliberdade é utilizada quando o menor a que foi aplicada a medida de internação deixou de ser um perigo para a sociedade passando para um regime mais brando, como também quando o menor, mesmo que tenha cometido uma infração grave, não é considerado perigoso, sendo necessário apenas a semiliberdade para a sua reintegração à sociedade e à família (MATIAS, 2012, p.33). Compreende-se, por semiliberdade, como uma medida socioeducativa destinada a adolescentes infratores, que trabalham e estudam durante o dia, e à noite recolhem-se a uma entidade especializada. São obrigatórias a escolarização e a profissionalização (SANTOS, 2012, p. 51). De acordo com o parágrafo 2º do art. 120 do Estatuto, a semiliberdade não possui prazo determinado, sendo aplicado, no que couberem, as disposições relacionadas à internação, inclusive quanto aos direitos do adolescente privado de sua liberdade (ABREU, 2009, p. 28). 5.6. DA INTERNAÇÃO A medida de internação combina com a ideia de retirar o adolescente infrator do convívio com a sociedade. Em compensação, a internação, também possui a capacidade pedagógica, objetivando à reinserção do jovem infrator ao ambiente familiar e comunitário, bem como o seu aperfeiçoamento profissional e intelectual. O art. 121, caput, do ECA permite o entendimento sobre a medida, suas condições de imposição e desenvolvimento: “A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento” (CAVALCANTE, 2008, p.32). Em decorrência do princípio da brevidade, a internação deve ser mantida pelo menor espaço de tempo possível, sendo que, de acordo com o artigo 121 §2º e §3º, 3 anos é o limite máximo de duração da medida, de forma que a cada período de, no máximo, 6 meses, deve ocorrer uma reavaliação para verificar a necessidade de manter o adolescente internado (CAVALCANTE, 2008, p.33). O princípio da excepcionalidade integra-se no fato de que só deve ser aplicada a medida de internação nos casos em que não há cabimento para nenhuma outra medida socioeducativa. O princípio de respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento está expressamente previsto no art. 277 da Constituição Federal/88. Segundo tal princípio, deve ser utilizado um tratamento jurídico especial à criança e adolescente posto que são indivíduos que ainda estão formando sua personalidade. Ao atingir o limite máximo de 3 anos, o adolescente deverá ser liberado, posto em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida, sendo a liberação compulsória aos 21 anos de idade. Assim, após essa idade não poderá ser aplicada qualquer medida socioeducativa (AQUINO, 2012. p.29). As hipóteses de cabimento da internação estão previstas no artigo 122, que são: Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Ao restringir as hipóteses em que a medida de internação poderá ser aplicada, o artigo 122 em seus incisos de I a III, está regulamentando o princípio da excepcionalidade. E, ainda, como menciona o §2º, ela deve ser evitada se houver antes dela outras medidas de caráter mais adequado (CARDOSO, 2006, p.50). A internação somente poderá ser executada pela autoridade judiciária competente em decisão qualificada, devendo ser cumprida, segundo o art. 123, em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele intitulado ao abrigo, sendo obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração, sendo obrigatório durante o seu período a realização de atividades pedagógicas. Os direitos do adolescente privado de sua liberdade encontram-se previstos no artigo 124 do Estatuto, assim dispostos: Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público; II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; III - avistar-se reservadamente com seu defensor; IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; V - ser tratado com respeito e dignidade; VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; XI - receber escolarização e profissionalização; XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade; XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. §1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. §2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. A desinternação, em qualquer hipótese, deverá sempre ser antecedida de autorização judicial e devendo ser ouvido o Ministério Público. O promotor Paulo Affonso Garrido de Paula, citado por Wilson Donizeti Liberati, assim destacava a finalidade da medida de internação ainda na vigência do Código de Menores: A internação tem finalidade educativa e curativa. É educativa quando o estabelecimento escolhido reúne condições de conferir ao infrator instrumentos adequados para enfrentar os desafios do convívio social. Tem finalidade curativa quando a internação se dá em estabelecimento ocupacional, psicopedagógico, hospitalar ou psiquiátrico, ante a ideia de que o desvio de conduta seja oriundo da presença de alguma patologia, cujo tratamento em nível terapêutico possa reverter o potencial criminológico do qual o menor infrator seja portador (PAULA apud LIBERATI, 2000, p. 95). José Farias Tavares salienta que há quem atribua caráter punitivo à medida de internação, apesar das disposições do ECA quanto à proteção do adolescente, e exemplifica essa hipótese citando um acórdão do eminente Des. Yussef Cahali: As medidas socioeducativas previstas no ECA também visam punir o delinquente, mostrando-lhe a censura da sociedade ao ato infracional que cometeu, e protegendo os cidadãos honestos da conduta criminosa daqueles que ainda não são penalmente responsáveis (TAVARES, 2010, p. 20). 5.7. REMISSÃO Remissão significa clemência, indulgência, perdão, renúncia. O artigo 126 do Estatuto prevê a remissão como maneira de exclusão, suspensão ou extinção do processo para apuração do ato infracional, in verbis: Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo. A remissão por exclusão do processo é para as seguintes hipóteses: a infração não possuir caráter grave, o menor não apresentar antecedentes e quando a família, a escola ou outras instituições já reagiram de maneira adequada e construtiva ou que venham a reagir desse modo (CURY; SILVA; MENDEZ, 2002, p. 412). Segundo Chaves: Se do sistema processual penal deflui o princípio da obrigatoriedade de propositura da ação penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ao instituir a remissão como forma de exclusão do processo, expressamente adotou o princípio da oportunidade, conferindo ao titular da ação a decisão de invocar ou não a tutela jurisdicional. A decisão nasce do confronto dos interesses sociais e individuais tutelados unitariamente pelas normas insertas no ECA (CHAVES, 1997, p. 558). A exclusão da medida socioeducativa por meio da remissão explica-se quando o interesse de defesa social assume valor menor àquele representado pelo custo, viabilidade e eficácia do processo. Desse modo, contravenções e infrações de menor gravidade, impostas a adolescentes primários, marcadas pela previsão de dificuldades na coleta da prova, cujo resultado, além de incerto, constituirá mera advertência, podem ser remidas plenamente pelo representante da sociedade (FONSECA, 2006, p. 39). É medida exclusiva do representante do Ministério Público por força dos artigos 180, inciso II e 201, inciso I, que, em lugar de pedir a execução do procedimento, concede a remissão, podendo incluir a aplicação de qualquer das medidas previstas na lei, exceto a disposição em regime de semiliberdade e a internação, como estabelece o artigo 127. A manifestação deve ser fundamentada e o pedido homologado pelo juiz, que, não concordando com sua aplicação, deve remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça (ABREU, 2009, p. 30). A remissão pode ser posta como perdão puro e simples, sem a aplicação de qualquer medida, ou ainda, como uma espécie de transação, a critério do representante do Ministério Público ou da autoridade judiciária, como diminuição das consequências do ato infracional (CURY; SILVA; MENDEZ, 2002, p. 413). Importante se faz os ensinamentos de Mirabete: A remissão pode ser concedida como perdão puro e simples, sem a aplicação de qualquer medida, ou, a critério do representante do Ministério Público ou da autoridade judiciária, como uma espécie de transação, como mitigação das consequências do ato infracional. Nesta última hipótese ocorre a aplicação de medida específica de proteção ou socioeducativa, excluídas as que implicam privação da liberdade (encaminhamento aos pais ou responsáveis, advertência etc). Excluem-se as medidas de semiliberdade e internação diante do princípio do devido processo legal, consagrado na Constituição Federal (art. 5º, LIV). Essa transação sem a instauração ou conclusão do procedimento tem o mérito de antecipar a execução da medida adequada, a baixo custo, sem maiores formalidades, diminuindo também o constrangimento decorrente do próprio desenvolvimento do processo (MIRABETE, 2003, p. 426-427). De acordo com Cury, Silva e Mendez: Quando a remissão constituir perdão puro e simples ou vier acompanhada de medida que se esgote em si mesma, ocorrerá a exclusão do processo, se concedida pelo representante do Ministério Público, ou a extinção do processo, se concedida pelo juiz. Não ocorrendo uma dessas hipóteses, o processo ficará suspenso até que se cumpra a medida eventualmente aplicada pela remissão. As medidas aplicadas, ainda que pelo Ministério Público, serão sempre executadas pela autoridade judiciária (CURY; SILVA; MENDEZ, 2002, p. 413). Segundo Chaves (1997, p. 566), a concessão da remissão como causa de suspensão ou extinção do procedimento de investigação do ato infracional compete à autoridade judiciária e, só serão aceitas no curso do processo, quando madura a decisão ou quando alcançado o objetivo a que se presta o procedimento, qual seja, a educação e a reintegração do adolescente às normas sociais de conduta. Já como forma de exclusão do processo, é responsabilidade do membro do Ministério Público podendo ser concedida quando comprovado que o início do procedimento não trará benefícios ao adolescente. O artigo 128 do Estatuto dispõe que a medida aplicada devido a remissão poderá ser reanalisada judicialmente, em qualquer momento, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. Ao decidir a revisão, a autoridade judiciária poderá: a) cancelar a medida aplicada, sendo retornada à situação processual anterior; b) substituí-la por outra, com exceção do regime de semiliberdade e da internação; c) convertê-la em perdão. Para que seja aplicada medida de regime de semiliberdade ou internação deverá ser instaurado o procedimento referente ao devido processo legal, ou então, se estava suspenso ou extinto, será dado continuação na forma regular (FONSECA, 2006, p.31). Quanto à constitucionalidade dos artigos 126 a 128 Cury, Silva e Mendez (2002, p. 414), entendem que a aplicação da remissão com medidas previstas na lei não acarreta, necessariamente, reconhecimento ou comprovação de responsabilidade,nem predomina como antecedentes e, ainda, quando aplicada pelo Ministério Público se sujeita ao controle jurisdicional. Ademais, como estabelece o artigo 128, é facultado o pedido de revisão a qualquer tempo. Portanto, esses artigos não podem ser considerados inconstitucionais (FONSECA, 2006, p.33).
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