Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Controle Interno Governamental: Noções Gerais e Mecanismos Resumo Atualmente, os escândalos de corrupção envolvendo recursos públicos enseja a sociedade a se questionar acerca do controle das atividades administrativas e o modo como ele se articula para evitar que tais atos aconteçam. Com base nisso, o objetivo desse trabalho, portanto, é abordar o tema do controle interno de maneira explicativa e demonstrativa, baseando-se em teorias e ensinamentos doutrinários, bem como em dispositivos legislativos e noções jurisprudenciais sobre a Administração Pública e o controle internogovernamental. Isso será feito, inicialmente, a partir da criação de um panorama geral sobre a ideia de Administração Pública e controle, bem como uma análise sobre a evolução legislativa acerca do tema. Por fim, serão apresentados alguns dos mecanismos utilizados pela Administração como meios para se organizar internamente e cntrolar seus próprios atos. Palavras-chave: Administração Pública. Controle Interno Governamental. Controladoria Geral da União. Democracia. 1. Introdução Atualmente, escândalos de corrupção envolvendo verbas públicas faz com que a população no geral se pergunte: de que maneira as atividades administrativas governamentais são controladas e regulamentadas de modo a garantir que casos de corrupção não aconteçam? De que forma o corpo político-administrativo brasileiro se submete às leis e como tal submissão é garantida legal e institucionalmente? Nesse contexto, “as legislações locais e os estudiosos do Direito Administrativo vêm procurando criar soluções para garantir a lisura da Administração Pública e o bom uso dos recursos públicos”, com o objetivo de criar um ambiente que proporcione a realização dos objetivos coletivos a serem seguidos pela Administração Pública (SCHIRATO, 2017). O controle da Administração Pública é uma noção antiga, datada já nos períodos medievais e se estende da Revolução Francesa até os períodos atuais. Vejamos. Segundo Montesquieu, “a liberdade política encontra-se somente nos governos moderados. Mas nem sempre está nos Estados moderados; ela existe somente quando não se abusa do poder” (MONTESQUIEU, 2004). Baseado nessa ideia de limitação do poder, Montesquieu criou a Tripartição dos Poderes, de modo a criar um panorama em que havia certa distribuição de poderes e diminuição dos poderes arbitários do governante. Mais a frente, com a Revolução Francesa, surge a Lei do 1º Pluciose do Ano VIII, fincando as bases do Princípio da Legalidade no Direito Administrativo, uma vez que determinou a submissão da Administração à Lei e “quebrando o paradigma do antigo regime no qual a lei era ditada pelo soberano que a ela não se submetia” (SCHIRATO, 2015). Cria-se, então, as bases essenciais do Estado de Direito, concentradas na submição estatal à lei e a submissão do poder ao controle pelo Poder Judiciário. “As ideias de tripartição de poderes e submissão 2 do Estado à lei permearam praticamente todos os textos constitucionais editados após a Revolução Francesa, transformando-se em verdadeiro pilar das sociedades ocidentais”. (SCHIRATO, 2015). Nesse contexto, o entendimento acerca do controle interno da administração pública ganha destaque. O objetivo desse trabalho, portanto, é abordar o tema do controle interno de maneira explicativa e demonstrativa, baseando-se em teorias e ensinamentos doutrinários, bem como em dispositivos legislativos e noções jurisprudenciais sobre a Administração Pública e o controle internogovernamental. Isso será feito, inicialmente, a partir da criação de um panorama geral sobre a ideia de Administração Pública e controle, bem como uma análise sobre a evolução legislativa acerca do tema. Por fim, serão apresentados alguns dos mecanismos utilizados pela Administração como meios para se organizar internamente e cntrolar seus próprios atos. 2. A Administração Pública e o Controle: Conceituação e Noções gerais Em sua doutrina, Mello (2007, p. 59) indica que o termo administração envolve, diretamente, os sentidos de subordinação e hierarquia, significando não apenas a prestação de serviços como também a própria direção, governança e exercício da vontade com o objetivo de obter um resultado almejado. Assim, o vocábulo “tanto abrange a atividade superior de planejar, dirigir, comandar, como a atividade subordinada de executar”. Nas relações entre administrador e administrado, existe uma relação de teor jurídico cuja estrutura se baseia em um “influxo de uma finalidade cogente”. Há, logo, uma atividade que depende também de vontades externas, individuais ou coletivas, vinculadas a finalidade da ação a ser realizada (Di Pietro, 2020, p. 72). A relação entre Administração e Governo se concentra na noção de que uma das funções estatais se caracteriza pela “emanação de atos de produção jurídica complementares, em aplicação concreta do ato de produção jurídica primário e abstrato contido na lei” (Di Pietro, 2020, p. 81). Emerge, então, o conceito de Administração Pública. A função de governo também emana atos de produção jurídica complementares, referentes à direção suprema e geral do Estado e à fixação das diretrizes para as outras funções: abrange as atividades colegislativas e de direção; quanto ao conteúdo (aspecto material), não se distinguem as funções administrativas e de governo, mas nesta última incluem-se atribuições que decorrem diretamente da Constituição, dizendo respeito mais à polis, à sociedade, à nação, do que a interesses individuais; a Administração Pública é objeto de estudo mais do direito administrativo, e, por sua vez, o Governo é objeto de estudo mais do direito constitucional (Di Pietro, 2020, p. 81). Segundo Silva (2004), a Administração Pública é caracterizada pelo conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos os quais são organizados e 3 necessários para a execução de decisões políticas. Assim, segundo Almeida e Martins apud Meirelles (2017): A Administração Pública é composta de um conjunto de órgãos instituídos pelo Governo para a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito de todas as esferas, e tem como principal objetivo, a prestação do serviço público em benefício da coletividade. Para isso, é necessário que a administração lance mão de todo o aparelhamento do Estado capacitado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades e o bem comum da coletividade administrada. No âmbito da Administração pública, importa ressaltar que existem alguns pontos se contrapõem radicalmente ao âmbito da Administração Privada, sendo o principal deles o conteúdo do princípio da legalidade. Nesta última, o princípio da legalidade permite aos particulares a execução de quaisquer atividades que não se opõem à lei. Já na área da Administração Pública, “nada é permitido, somente o que a legislação permite” (CASTRO, 2018). A noção de democracia no âmbito da Administração públcia se relaciona com sua submissão à lei. Assim, “na medida em que cabe à Administração aplicar a lei elaborada pelo Parlamento segundo ditames democráticos, estaria a atuação da Administração Pública devidamente legitimada pela democracia” (SCHIRATO apud MELLO, 2017) . Para que o maquinário administrativo estatal não perpasse os limites legais institucionalizados, de modo a contrarias os valores presentes no Direito Administrativo e constitucionalmente aplicados à odem jurídica nacional, cria-se um corpo de controle administrativo no âmbito interno das relaçãos administrativas públicas (FRANÇA, 2016, p. 99). Assim, na Administração, o administrador não pode calcar suas ações na ideia de independência absoluta, uma vez que estas devem estar sempre vinculadas à lei. A Administração Pública, representada pela máquina estatal, está sempre sujeita ao controle externo protagonizado pelo Poder Legislativo, pelo Ministério Público, pelo Poder Judiciário e pela própria sociedade.Entretanto, desta-se a importância do autocontrole, representado, aqui, por mecanismos utilizados para a reaalização do controle interno das atividades administrativas (FRANÇA, 2016, p. 100). Expõe Miguel Seabra Fagundes que o autocontrole da Administração Pública tem por objetivos corrigir os defeitos de funcionamento interno do organismo administrativo, aperfeiçoando-o no interesse geral, e en- sejar reparação a direitos ou interesses individuais, que possam ter sido denegados ou preteridos em consequência de erro ou omissão na apli- cação da lei (FRANÇA, 2016, p. 102). O termo controle tem raízes no latim rotulum, o qual, por sua vez, “sempre esteve ligado a finanças” (CASTRO, 2018, p. 251). Segundo Chiavenato (2003, p. 636): 4 O controle é a quinta e última função do processo administrativo, e visa assegurar que as ações sejam realizadas de acordo com as expectativas ou conforme o que foi planejado, organizado, dirigido e coordenado assinalando as faltas e os erros com a finalidade de repará-los e evitar sua repetição. O controle governamental “é, basicamente, a atividade que determina como a Administração deve se portar para cumprir sua missão constitucional” (FRANÇA, 2016, p. 99). Assim, a finalidade principal do controle consiste na garantia de que a Administração exerça suas ações sempre baseada nos princípios e leis impostas pelo ordenamento jurídico (Di Pietro, 2020, 931). Hoje, é visto como instrumento democrático (CASTRO, 2018, p. 251). Vejamos, agora, as noções acerca do controle interno. 3. Controle Interno Governamental O controle interno, consiste na verificação do andamento dos processos e atos administrativos, de modo a dar certa cetificação para atestar se tudo está correndo com o planejado e de acordo com as instruções dadas (CARVALHO; GARCIA, 2017). É, logo, [...] o agrupamento dos planos, métodos e metas desenvolvidas por determinada empresa ou instituição com o objetivo de controlar suas próprias atividades com o objetivo de garantir a segurança patrimonial, correta e fiel informação sobre os dados contábeis e eficiência operacional dentro das atividades finalísticas que se pretende produzir (CARVALHO; GARCIA, 2017). Segundo Castro (2018, p. 256), as organizações precisam de um controle interno para que “seus dirigentes tenham apoio e tranquilidade na condução de sua gestão”. Isso porque nenhum dirigente consegue ter ciência de tudo o que acontece em sua organizaçao, se agir sozinho e “essa cegueira atinge as pectos fundamentais, como o de saber se as diversas áreas estão cumprindo suas determinações ou se estão atuando dentro dos planos e das regras estabelecidas”. Assim, O controle interno – ou controle interno administrativo – representa a segurança do administrador. É fundamental, em primeiríssimo lugar, para o gestor público, porque este responde – com seus bens e sua reputação – pelos atos que pratica ou delega a terceiros para praticar em seu nome. Deve, portanto, praticá-los com toda segurança possível. O administrador 5 precisa estabelecer controle em todos os níveis, e de forma prévia para dar suporte a todos os seus atos decisórios (CASTRO, 2016, p. 273). No âmbito da Administração Pública, o controle interno, de maneira geral, é aquele exercido por órgãos e entidades que integram sua própria estrutura, não necessitando então, da interferência de órgãos integrantes dos Poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário. Assim, este se configura “como uma verdadeira competência da Administração Pública, razão pela qual os mecanismos de controle interno são incluídos no plexo de afazeres de parcela dos agentes públicos integrantes da Administração” (SCHIRATO, 2015). Nesse sentido, segundo Justen Filho (2014): O controle interno da atividade administrativa é o dever-poder imposto ao próprio Poder de promover a verificação permanente e contínua da legalidade e da oportunidade da atuação administrativa própria, visando a prevenir ou eliminar defeitos ou a aperfeiçoar a atividade administrativa, promovendo as medidas necessárias para tanto. Ressalta-se, entretanto, que: O controle interno da Administração Pública há que ser visto como uma função administrativa própria e autônoma. É dizer, há que existir uma função de controlar, exercida de maneira exclusiva e típica por certos agentes administrativos, incumbidos, assim, de verificar a correção da atividadee outros agentes públicos incumbidos de algo realizar em favor dos cidadãos (SCHIRATO, 2017) De maneira geral, a atividade sistemática de um controle interno compreende a ação cooperativa entre auvidoria, auditoria e corregedoria administrativa, sendo tais atividades responsáveis por: a) ouvir e processar o reclame, seja do cidadão ou da própria Admi- nistração (ouvidoria); b) de verificar constantemente a legalidade, eficiên- cia, eficácia e efetividade da Administração (auditoria); e de c) identificar, processar e encaminhar a respectiva e proporcional correção de falhas do exercício administrativo (corregedoria) persiste em qualquer sistema de controle interno. (FRANÇA, 2016, p. 106) 4. O Sistema de Controle Interno e Evolução Legislativa No Brasil, a utilização do controle interno pela Administração Pública data de 1936, a 6 partir do exercício da função de padronização da aquisição de materiais, revisão de estruturas e aplicações de métodos na definição de procedimentos no âmbito do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) (CARVALHO; GARCIA, 2017). Com a Lei 4.320/64,ocorreu a positivação do controle interno através dos seguintes dispositivos: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. Capítulo II – Do Controle Interno Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente. Tal legislação, pela primeira vez, citou o termo controle interno, demonstrando a importância do controle orçamentário que a Contabilidade exerce, “bem como a estruturação das áreas de planejamento e orçamento”(CASTRO, 2016, p. 301). A partir de 1967, através do Decreto Lei 200/67, a função do controle interno governamental ganhou mais força. Através dele, houve a separação do controle interno do controle de contas, dando origem ao Sistema de Controle Interno e ao Sistema de Controle Externo (CASTRO, 2016, p. 265). Mais a frente, em 1988, a Constituição Federal disciplina o tema, positivando os seguintes dispositivos: Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governoe dos orçamentos da União; 7 II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: [...] d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno, externo e social dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a consolidação de conselhos de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos de educação; Em conformidade com o art. 64 supracitado, o Governo Federal “foi ajustando o modelo do sistema de controle interno, que nasceu como controle interno administrativo, evoluiu para controle financeiro [...] e foi consolidado como Auditoria [...]” (CASTRO, 2016, p. 286). Em 1993, há o surgimento da lei 8.666/93, a qual abrange o poder atribuído aos membros integrantes do sistema de controle interno, “orientando encaminhamento de qualquer irregularidade verificada diretamente ao Ministério Público para oferecimento de denúncia” (CARVALHO; GARCIA, 2017). Observe o seguinte dispositivo: Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. Em 2021, tal dispositivo passou por mudanças, passando a ser regulado através da Lei nº 14.133/2021. Quanto ao controle interno, observe o disposto pela nova lei (grifo nosso): Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos: 8 § 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. § 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da Administração. [...] Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação. [...] § 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o desempenho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei. [...] Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regulamentares relativas às atividades de administração de materiais, de obras e serviços e de licitações e contratos deverão: [...] IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno, modelos de minutas de editais, de termos de referência, de contratos padronizados e de outros documentos, admitida a adoção das minutas do Poder Executivo federal por todos os entes federativos; [...] Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das propostas, e, nesse caso: I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo; [...] Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art7 9 pertinentes a essa atribuição. [...] § 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da Administração, que deverão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução contratual. [...] Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos atos previstos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade, relevância e risco e considerarão as razões apresentadas pelos órgãos e entidades responsáveis e os resultados obtidos com a contratação, observado o disposto no § 3º do art. 169 desta Lei. [...] § 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal de contas competente contra irregularidades na aplicação desta Lei. Em 1994, houve uma reorganização do controle interno no âmbito do Governo Federal através da Medida Provisória nº 480, em 27 de abril de 1994. Foi criada, então, a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC). Domingos Pubel de Castro nos traz o seguinte esquema em sua obra, referente ao sistema de controle interno regulado pelo art. 74 da Constituição Federal: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art169%C2%A73 10 Figura 1 – Sistema de Controle Interno Fonte: CASTRO, 2016, p. 297 O Sistema de Controle Interno é consitido por várias unidades que atuam de maneira integrada e harmônica entre si. Hoje, o sistema de controle interno da Administração Pública brasileira é tratado constitucionalmente pelos artigos 31, 70 e 74, bem como pela Lei n° 10.180/2001 e Decreto nº 3.591, sendo a primeira responsável por organizar e disciplinar os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e o segundo responsável por dispor especificamente sobre o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Tal sistema de controle representa, em cada unidade administrativa, a ver- dadeira concatenação de esforços dos entes federativos da República para atingir os ditames constitucionais de legalidade, legitimidade, economicidade e de bem servir o administrado, sob o prisma de controle horizontal da sua atividade (FRANÇA, 2016, p. 105). Depreende-se, do exposto, que a evolução legislativa traz consigo o aumento da importância do controle interno no âmbito da Administração Pública, colocando-a como protagonista das relações de controle administrativas. O procedimento a ser adotado, entretanto, não é regulamentado por nenhum dispositivo legal, endurecendo os sistemas de controle e tornando-os inúteis na prática (CARVALHO; GARCIA, 2017). Quando meramente “ilustrativos”,os sistemas de controle interno fragilizam o sistema e deixam as riquezas produzidas pelo Estado a mercê de oportunistas inescrupulosos como tem ocorrido no país e noticiado diuturnamente na mídia. Quando excessivos, provocam entraves administrativos que impossibilitam o Estado de realizar suas ações básicas refletindo em má prestação dos serviços públicos e conseqüentemente ineficiência, principio basilar da administração pública (CARVALHO;GARCIA, 2017). Além disso, de acordo Floriano de Azevedo M. Neves o movimento sistemático de controle interno no Brasil tende a “transformar o controle em um fim em si próprio”, uma vez que “a autonomização do controle faz com que haja um défcit de responsividade no manejo da função”. Assim, o controlador pode tomar decisões sem considerar seus impactos finais (NETO, 2009, p. 221-222). Em contrapartida, segundo Schirato, a funcionalização do sistema de controle é essencial. Ao que nos parece, não se pode confundir funcionalização do controle com 11 descolamento da realidade por parte do controlador. A transformação do controle em um fim em si mesmo não é uma decorrência lógica e necessária da funcionalização do controle, mas, sim, uma patologia decorrente de um desvirtuamento da ideia de função [...] a funcionalização do controle e sua atribuição a uma autoridade administrativa devidamente dotada de competência para o exercício de dita função predica o confinamento da atividade do controle à finalidade para a qual existe, dado que, como é cediço, função nada mais é do que uma finalidade a ser alcançada. Com isso, fica prejudicada a afirmação de uma verticalidade entre controlador e controlado que permita a substituição do segundo pelo primeiro. Novamente concordando com Eberhard Schmidt-Assmann, controlado e controlador encontram-se horizontalmente dispostos12, cabendo ao segundo, dentro dos limites de sua função, corrigir falhas eventualmente verificadas na conduta do primeiro. Qualquer desbordamento dos limites da função configurará um desvio por parte do controlador, justificando nosso posicionamento acerca da autonomização da função de controle. (SCHIRATO, 2017). 5. Mecanismos de controle interno governamental 5.1. Autotutela Na Adminstração, a autotutela se refere à capacidade de correção autônoma de seus próprios atos, por meio da anulação ou da convalidação. Observe as seguintes súmulas do Supremo Tribunal Federal: Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 476: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o Poder desapropriante, imitido na posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos. De acordo com Miguel Seabra Fagundes (2005, P. 126), a autotutela no âmbito da Administração Pública tem como objetivo a correção de defeitos de funcionamento interno da própria Administração, de modo a aperfeiçoá-la e ensejar a reparação de interesses e direitos individuais. Nesse sentido: É dever da Administração exercer a supervisão de seus atos, no sentido de coibir e corrigir eventuais disparates, de forma célere e com vistas a evitar reflexos negativos àqueles envolvidos com sua atuação, com destaque à sociedade. Contudo, se tais reflexos forem inevitáveis, cabe à Administração se portar de maneira a prontamente corrigir o ato (ou omissão) não coincidente com os valores de legalidade e de direito e, quando for o caso, de ressarcir eventuais danos aos administrados. Dano este que deve ser verificado de maneira objetiva para o cidadão, isto é, sem se questionar a culpa pelo ato (ou omissão) geradora da res- ponsabilidade, 12 demonstrando tão só o elo de causalidade entre o ato da Administração e o consequente dano (FRANÇA, 2016, p. 102) Segundo Schirato (2015), a autotutela, em alguns casos, pode se apresentar como forma de controle interno autônomo. “É o que ocorre, por exemplo, quando a própria autoridade que tenha exarado um ato administrativo viciado decide por sua anulação ex oficio” (SCHIRATO, 2015). 5.2. Recurso Administrativo O recurso administrativo, em geral, “é expressão que designa todos os meios postos à disposição dos administrados para provocar reexame dos atos da Administração” (DI PIETRO, 2020, p. 481). Na definição de Medauar (2010, p. 391): Um modo pelo qual a Administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao atendimento do interesse público e à preservação da legalidade. Por meio dos Recursos Administrativos reexame de ato, decisão ou medida editada em seu âmbito. Se refere a uma forma de controle interno da Administração Pública na medida em que caracteriza uma forma de a Administração controlar seus atos através de seus próprios meios (SCHIRATO, 2015). 5.3. Poder hierárquico De maneira geral, não há hierarquia entre as entidades políticas e administrativas figurantes na Administração Direta ou Indireta, entre os próprios Poderes Estatais ou entre as funções estatais e o Ministério Público. O Poder hierarquico consiste, portanto, no poder vinculado e outorgado através de lei à Administração para que esta possa se autorganizar de maneira autônoma, ordenando, controlando e corrigindo as atividades administrativas em seu âmbito interno (GAMA JÚNIOR, 2012). Representa, aqui, um desdobramento da autotutela, uma vez que também dá à Administração Pública a autonomia de corrigir seus próprios atos, caracterizando, entçao, um mecanismo de controle interno. Assim. “o controle exercido no âmbito do poder hierárquico assemelha-se ao controle exercido pelo próprio agente no exercício de sua autotutela” (SCHIRATO, 2015). 5.4. Controle de gestão 13 Segundo Schirato (2015), o controle de gestão consiste no “incidente sobre o acompanhamento do alcance dos resultados previamente fizados pelo controlador em relação ao cotnrolado”. Tal controle substituiu ou adiciona ao controle hierárquico anteriormente citado, implicando em maior flexibilidade noe xercício do controle sobre os meios empregados pelo órgão com o finto de alcançar os resultados determinados previamente. Segundo o mesmo autor, “no controle de gestão, tem-se intensificado o controle pelo alcance de resultados, com maior flexibilização no controle de meios empregados“. Nesse sentido, portanto, “pode ser objeto do controle de gestão o aumento da autonomia de certo órgão ou entidade da Administração Pública, em contrapartida da obrigação de alcance de resultados” (SCHIRATO, 2015). 5.5. Inspeções, auditorias, correição e ouvidorias Segundo Odete Medauar (2014), tais métodos consistem em atividades que se destinam a controlar de maneira intrusiva determinadas atividades da Administração Pública. Há, através das inspeções e auditorias, a verificação de atos administrativos e documentações, coletando dados que buscam embasar as ações da Administração Pública. Atualmente, no âmbito do Governo Federal, existe a Controladoria Geral da União, um órgão da Administração direta cuja responsabilidade se concentra justamente na realização de isnpeções e auditorias da Administração Pública Federal (SCHIRATO, 2015). Tal órgão, de maneira específica, é “responsável por realizar atividades relacionadas à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio de ações de autidoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria”(BRASIL, 2021). A correição, por sua vez, “consiste na apuração de possíveis irregularidades cometidas por servidores e empregados públicos e à aplicação das devidas penalidades” (BRASIL, 2021). Corresponde a uma atividade exercida por órgãos autônomos da Administração Pública que se destinam a corrigir as ações defeituosas internas ou externas à autoridade administrativas (SCHIRATO, 2015). No âmbito do Poder Executivo Federal, existe o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, o SISCOR, cuja função é a correição nessa searae é composto pela própria CGU e por outras unidades específicas voltadas à correição (BRASIL, 2021). As ouvidorias, por fim exercem o papel de criar as pontes interlocutórias entre os particulares e a Administração Pública, de modo a receber um feedback acerca das necessidades populares, suas reclamações e comentários sobre a Aadministração. Apesar de, em si, não exercerem nenhuma função de controle, tem o importante papel de “fornecer elementos para as autoridades dotadas de efetiva capacidade controladora, sempre que forem informadas de irregularidades na atuação da Administração Pública”(SCHIRATO, 2015). 6. Conclusão 14 Haja vista as implicações sociais, políticas, administrativas e até mesmo penais envolvidas no assunto, o controle interno governamental constitui um tema de extrema relevância no âmbito do Direito Administrativo brasileiro. Através do controle interno governamental, há uma maior fiscalização sobre as atividades administrativas. Este representa, hoje, um dos mecanismos de efetiva garantia da democracia, uma vez que figura como limitador do Poder Estatal, indo na contramão da discricionariedade e dando ampla abertura à sociedade de interferência nas ações administrativas. Através desse artigo, buscou-se criar um panorama geral acerca da importância dos mecanismos de controles internos governamentais existentes hoje no Brasil; não pretendendo, entretanto, esgotar o tema, haja vista a amplitude que este apresenta capilarmente ao longo da Administração Pública. 7. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Nelia França; MARTINS, Samuel Lopes. A importância da gestão integrada na Administração Pública. TCC. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/3392/1/N%C3%A9lia%20Fran%C3%A7a%20- %20Samuel%20Lopes.pdf. Acesso em 14 de jul de 2021. BRASIL. Comissão de Coordenação de Controle Interno. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/comissao-de- coordenacao-de-controle-interno-ccci. Acesso em 15 de jul de 2021 BRASIL. Controladoria Geral da União. Institucional, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/acesso-a-informacao/institucional. Acesso em 15 de jjl de 2021 BRASIL. Portal de Corregedorias, 2021. Disponível em: https://corregedorias.gov.br/assuntos/perguntas-frequentes/correicao. Acesso dem 15 de jul de 2021 BRASIL. Presidência da República. Lei nº 10.180/2001, de 6 de fevereiro de 2001.Organiza e disciplina os sistemas de planejamento e de orçamento federal, se administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle interno do Poder Executivo Federal. Brasília, DF, 2001. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.Lei de licitações e contratos administrativos. Brasília, DF, 2021. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.Dispõe sobre o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Brasília, DF, 1993. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/3392/1/N%C3%A9lia%20Fran%C3%A7a%20-%20Samuel%20Lopes.pdf https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/3392/1/N%C3%A9lia%20Fran%C3%A7a%20-%20Samuel%20Lopes.pdf https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/comissao-de-coordenacao-de-controle-interno-ccci https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/comissao-de-coordenacao-de-controle-interno-ccci https://www.gov.br/cgu/pt-br/acesso-a-informacao/institucional https://corregedorias.gov.br/assuntos/perguntas-frequentes/correicao 15 DF, 1993. BRASIL. Presidência da República. Lei nº4.320, de17 de março de 1964. Estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e baçanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, DF, 1964 BRASIL. Presidência da República.Constituição da República Federativa do Brasil. CARVALHO, Marcelo Augusto Reveles; GARCIA, Anderson. Controle Interno – sua importância, seus excessos burocráticos e a ética como equilíbrio do conflito. Disponível em http://www.bombeiros.mt.gov.br/arquivos/File/ARTIGOS/Artigo%20Cientifico%20- %20Tc%20Reveles.pdf. Acesso em 14 de jul de 2021 CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor público. São Paulo: Atlas, 2018. 7 ed. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018455/cfi/6/10!/4/30@0:3 2.9. Acesso em 14 de jul de 2021 CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2029. 33 ed. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530989736/cfi/6/10!/4/18@0:2 2.4. Acesso em 14 de jul de 2021 FAGUNDES, Miguel Seabra. O controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário. 7. ed. Atualização de Gustavo Binenboam. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 126. FRANÇA, Phillip Gil. Controle da administração pública- Combate à corrupção, discricionariedade administrativa e regulação econômica. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. 4ª ed. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547204051/cfi/4!/4/4@0.00:0.0 0. Acesso em 14 de jul de 2021 GAMA JÚNIOR, Geraldo Aymoré de Araújo. Aplicação do poder hierárquico na Administração Pública. Rio de Janeiro: Editora Justiça e Cidadania, 2012. Disponível em: https://www.editorajc.com.br/aplicacao-do-poder-hierarquico-na- administracao-publica/. Acesso em 15 de jul de 2021 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Ed. RT, 2014 MARQUES NETO, Floriano de Azevedo. Os grandes desafios do controle da Administração Pública. In: MODESTO, Paulo (Coord.). Nova organização administrativa brasileira. Belo Horizonte: Fórum, 2009. MEDAUAR, Odete. Controle da Administração Pública. 3. ed. São Paulo: Ed. RT, http://www.bombeiros.mt.gov.br/arquivos/File/ARTIGOS/Artigo%20Cientifico%20-%20Tc%20Reveles.pdf http://www.bombeiros.mt.gov.br/arquivos/File/ARTIGOS/Artigo%20Cientifico%20-%20Tc%20Reveles.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018455/cfi/6/10!/4/30@0:32.9 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018455/cfi/6/10!/4/30@0:32.9 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530989736/cfi/6/10!/4/18@0:22.4 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530989736/cfi/6/10!/4/18@0:22.4 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547204051/cfi/4!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547204051/cfi/4!/4/4@0.00:0.00 https://www.editorajc.com.br/aplicacao-do-poder-hierarquico-na-administracao-publica/ https://www.editorajc.com.br/aplicacao-do-poder-hierarquico-na-administracao-publica/ 16 2014. MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14ª. Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010 MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de Princípios gerais de direito administrativo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2004. SCHIRATO, VITOR REIN. O controle interno da administração pública e sua aplicação às contratações públicas. Revista de Direito Administrativo e Infraestrutura, 2017, v. 3, p. 51-83. Disponível em: <https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid =i0ad82d9a0000017aa9ffc5e63bc0af85&docguid=I263aa9c0c54a11e7b7eb0100000 00000&hitguid=I263aa9c0c54a11e7b7eb010000000000&spos=1&epos=1&td=1530 &context=87&crumb-action=append&crumb- label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk =1.> Acesso em 15 de jul de 2021 SCHIRATO, Vitor Rein. O controle interno da administração pública e seus mecanismos. Revista dos Tribunais, 2015, v. 956, p. 25-50.Disponível em: https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid= i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db0100000 00000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000& context=128&crumb-action=append&crumb- label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk =1. Acesso em 15 de jul de 2021 SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2004 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1 https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad82d9b0000017aaa1d48a17ed065db&docguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&hitguid=I05eefb30fb9e11e485db010000000000&spos=1&epos=1&td=4000&context=128&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=true&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1
Compartilhar