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O Movimento Abolicionista no Brasil e no Ceará Autor(a): Carla Pontes O movimento abolicionista iniciou-se antes em âmbito nacional tendo até mesmo o apoio do imperador Dom Pedro, porém o mesmo sem qualquer tipo de aproximação devido ao seu caráter mais anarquista. Entretanto, também se desenvolveu lado a lado com o movimento em um conte�o cearense visto que os mesmos teriam sido os pioneiros quanto à libertação dos escravos. Aqueles que compunham o movimento contra a escravatura detinham um certo perfil: indivíduos de classe média e em sua maioria brancos, acadêmicos influenciados diretamente por ideais europeus com ênfase para os princípios franceses de “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”. Algumas das ideias pelos abolicionistas defendidas é que o trabalho escravo não seria um sistema de trabalho de países desenvolvidos, na verdade traria regresso ao território além de ser visto enquanto não civilizado e nem um pouco cristão para aqueles ativistas mais religiosos. No Ceará o movimento abolicionista foi relativamente vitorioso devido a escravatura não ter incidência sobre a situação econômica do território e aliado a isso as secas de forma que não teve a necessidade de se travar conflitos para decretar o seu fim. Contudo, é importante citar de modo geral que como o foco estava basicamente na alforria o “depois” não era pensado. O que fazer a partir da liberdade que foi conquistada? A isso poderia ser feita a conexão com a falta de uma “adoração” digamos assim, ou de uma aceitação por parte dos ativistas de uma cultura afro-brasileira haja vista que alguns reconheciam a importância dos povos africanos porém, devido ao intercâmbio muitos abolicionistas acabaram “ad�ando” a cultura europeia e a consagrando como uma espécie de modelo a ser seguido. Nesse processo surgiram instituições como a Sociedade Cearense Libertadora que advinha de uma outra organização denominada “Perseverança e Porvir” formada em sua maioria por comerciantes focando nesse aspecto comercial, porém também responsável pela compra da liberdade de vários escravos. Criada com o objetivo de acabar com a escravidão, seus componentes sonhavam com um “�tado moderno” e a escravidão era o retrato do atraso a níveis econômicos e sociais. Além disso, se concentravam mais nos centros urbanos por serem sujeitos altamente alfabetizados e versados nas ideias ocidentais devido ao estudo em outros países como a França que foi grande influenciadora. O principal meio utilizado por essa organização para disseminar suas ideias era um periódico semanal chamado “Libertador” onde denunciavam por exemplo vendedores de escravos também chamados de “canibais”, bem como normas não cumpridas e que também não estavam sob vigilância, vale salientar a importância do mesmo que dava a possibilidade de escravizados irem ao tribunal em busca de sua liberdade. Um fator comum ao movimento abolicionista no país, e já colocado, é a ausência de planos após a conquista da liberdade, uma vez que o máximo que os recém-libertos poderiam esperar era um trabalho remunerado. O movimento abolicionista ainda dispôs-se a criar mais ou menos doze medidas, uma espécie de “constituição curta”, com várias normas para a construção do “�tado moderno” e consequentemente o fim da escravidão como o acesso de todos os grupos sociais a educação, modernização do meio rural, autonomia por parte da impressa entre outros fatores. O movimento abolicionista ao mesmo tempo em que aparentemente não teve grandes desafios em âmbito cearense, pode ser considerado uma organização que �ncionava em meio ao seu processo de construção.
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