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AS PRIMEIRAS NOTAS DE AULA – A FEDERAÇÃO SEMESTRE 2020.2 – PROFESSORA MÔNICA MELLO Notas de Aula 2 Plano de Aula 2020.2 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: ▪ Disciplina: Direito Constitucional II ▪ Código: J 575 Pré-requisito: D. Constitucional I ▪ Número de créditos: 04 (quatro) créditos ▪ Professora: Mônica Mello ▪ E-mail: mellomonica@unifor.br 2. SÍNTESE DO CURRÍCULO LATTES: Professora especialista e mestre em direito constitucional. 3. EMENTA 4. OBJETIVO GERAL: 5. Metodologia A metodologia de trabalho será mista, com emprego de aulas expositivas, discussões em grupo sobre tema previamente definido, debates e observação, apresentação de seminários, realização de pesquisas dirigidas, realização de exercícios de interpretação constitucional. Poderão ser empregados recursos didáticos como data show, retro projetor, vídeos e palestras com profissionais da área jurídica. 6. RECOMENDAÇÕES OU INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: A CHAMADA SERÁ REALIZADA EM TODAS AS AULAS REALIZADAS. FALTAS - Não há abono de faltas. (Resolução R 21 -05 e R 18 -05) 8. OUTRAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO(A) ALUNO (A): De acordo com a Resolução CEPE nº10/2007, art. 2, poderá ser computada pontuação pela participação em atividades de pesquisa, resolução de exercícios, visitas técnicas orientadas, participação em eventos de natureza científico-cultural, estudos bibliográficos, participação e uso de tecnologias de informação e comunicação, dentre outros. + O presente projeto está de acordo com o novo Programa da Disciplina da UNIFOR mailto:mellomonica@unifor.br Notas de Aula 3 MÓDULO I - FEDERAÇÂO UNIDADE I – O ESTADO Contribuição para ideia de Estado: - Ideias: Aristóteles (diferenciação das funções), Locke (Inglaterra), Montesquieu (França) - Revoluções - Constituições ELEMENTOS DO ESTADO a) Poder Soberano b) Povo (Nação) c) Território Finalidade: bem comum → FORMA DE ESTADO: Modo de exercício Estado Unitário Estado federal → FORMA DE GOVERNO → Presidencialismo e Parlamentarismo • A Importância da História Constitucional • Atualidades • Povo x Território X Poder (Soberania) Notas de Aula 4 Diferenças : PAÍS: aspectos físicos, paisagem territorial ESTADO: organização que tem por fim específico e essencial a regulamentação globas das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre um dado território, na qual a ordenação expressa a idéia de poder institucionalizado NAÇÃO: É a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elementos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional. Algumas indagações sobre conceitos formados que merecem um desenvolvimento maior. Notas de Aula 5 UNIDADE II – A ESTRUTURA 2. Entes da federação brasileira: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 3. A peculiar situação dos territórios. 4. Distribuição de competências: Normativa, Material, Tributária. Intervenção federal e intervenção estadual. CONCEITO A análise inicial deve ser através dos tipos de ESTADO. Mas, isso não é matéria que já passamos? Qual a razão de revermos? Vamos lá! Já vimos que temos: ESTADO UNITÁRIO E ESTADO FEDERAL ESTADO UNITÁRIO: centro único de poder, distendido por todo território (centralização) = só um centro emanado de normas. Centralização política e administrativa. Exemplos: França, Holanda, Portugal, Bélgica, Peru, Uruguai, Panamá. É a mais simples, a mais lógica, a mais homogênea A ordem jurídica, a ordem política e a ordem administrativa se acham conjugadas em perfeita unidade orgânica, referidas a um só povo, um só território, um só titular do poder público de império Notas de Aula 6 Queiroz Lima ao assegurar que: ”O Estado Unitário é o Estado Padrão. A teoria clássica da soberania nacional foi concebida em referência a essa forma normal de Estado, e as características da soberania – unidade, indivisibilidade, imprescritibilidade e inalienabilidade – só ao Estado Unitário se aplicam integralmente ESTADO UNITÁRIO, o unitarismo brasileiro teve um aspecto semifederal. Estado unitário é um Estado ou país que é governado constitucionalmente como uma unidade única, com uma legislação constitucionalmente criada. O poder político do governo em tais Estados pode ser transferido para níveis inferiores, como os das assembléias eleitas local ou regionalmente, governadores e prefeitos ("governo devolvido"), mas o governo central detém o direito principal de retomar tal delegação de poder TIPOS: A) Estado Unitário Puro - Inexistência de regiões administrativas autônomas ou meramente desconcentradas - Inexistência de desconcentração ou descentralização da administração ou da jurisdição - atribuições em um só centro produtor de poder B) Estado Unitário Desconcentrado (Ou Estado Descentralizado Administrativamente) Tem autonomia administrativa Não tem autonomia política. Repartem o poder administrativamente mas a tomada de poder é ordenada por um poder central. Notas de Aula 7 Pessoas são criadas para executar as decisões tomadas pelo poder central. José Afonso cita a criação de autarquias territoriais sem autonomia política (p. 99). Desvantagens? Burocracia Demora na prestação do serviço C) Estado Unitário Regional - Descentralização administrativa e política. - Há um campo mínimo de atuação, qual seria a melhor execução do comando central. - Mais comum nos países europeus - Grau de descentralização - Descentralização de cima para baixo Poder central transfere, por lei nacional, competências administrativas e legislativas História O Estado Regional é como Estado unitário descentralizado, foi estruturado, pela primeira vez, na Constituição espanhola de 1931. Nele ocorre uma descentralização, que pode ser administrativa como ainda política. Têm-se, assim, regiões que se aproximam dos Estados-Membros de uma federação, quando, por exemplo, dispõem da faculdade de auto-organização. Contudo as regiões não se confundem com os Estados-Membros, pois não dispõem do poder constituinte decorrente, já que o estatuto regional tem de ser aprovado pelo órgão central. DÚVIDA???!!! Ué?! Então quer dizer que a descentralização não é um fator definidor de um Estado Unitário e Estado federal?! Não! Notas de Aula 8 Michel Temer adverte que a descentralização é fator indicativo, mas para haver um Estado Federal, deve haver outras características (Elementos do Direito Constitucional p. 60, 20 ed. SP, 2005) Dica de Leitura TEXTO 1- Estado Unitário, Estado Regional, Estado Federal, Sérgio Resende O ESTADO FEDERAL: descentralização política com mais de um centro produtor de normas além da autonomia política, também possui capacidade legislativa. Dalmo Dalari: união de alianças, de Estados baseada em uma Constituição e onde os Estados perdem a soberania, mas preservam sua autonomia 5. Diferente também do Estado confederado. A Confederação: constitui em uma associação de Estados soberanos que se unem para determinados fins (defesa e paz externas). Não perdem sua soberania interna e externa. Surge através de pacto, de um tratado. Características da Confederação: Manutenção da soberania Vários Estados associados Política comum de defesaexterna e segurança interna Órgãos interestatais Poderes variam quanto à espécie e ao número, conforme delegação cometida. Notas de Aula 9 Como é a Confederação: Tratado internacional Possibilidade de secessão Estados se conservam autônomos e soberanos Não cria nenhum poder estatal, ou ordenamento provido de imperium sobre os Estados participantes da comunhão O poder lida com os Estados e não com os cidadãos; A ação se projeta ordinariamente para fora e não para dentro; Reconhecimento da personalidade jurídica internacional Precisamos também distinguir: desconcentração, descentralização administrativa e descentralização política. Desconcentração quando se transferem para diversos órgãos, dentro de uma mesma pessoa jurídica, competências decisórias e de serviços, mantendo tais órgãos relações hierárquicas e de subordinação. Descentralização administrativa: “quando há transferência de atividade administrativa ou, simplesmente, do exercício dela para outra pessoa, isto é, desloca- se do Estado que a desempenharia através de sua Administração Central, para outra pessoa, normalmente pessoa jurídica”. Assim, a descentralização administrativa implica a criação, por lei, de novas pessoas jurídicas, para além do Estado, às quais são conferidas competências administrativas. Descentralização política: ocorre quando se confere a uma pluralidade de pessoas jurídicas de base territorial competências não só administrativas, mas também políticas (Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, no Direito Constitucional brasileiro). Notas de Aula 10 DIFERENÇAS Descentralizar Atribuição de Personalidade Jurídica Própria Competências administrativas Capacidade decisória Agilidade e democratização da administração Eficiência Desconcentrar um representante do poder central Possibilidade de divisões territoriais Desvantagens? Burocracia Demora na prestação do serviço Quem são os entes da Federação? Constituição União Estados Distrito Federal Municípios Notas de Aula 11 COMO ERA E COMO FICOU: • 1534 Capitanias do Brasil. • 1573 Dois estados. • 1709 As sete províncias originais. • 1789 Inconfidência Mineira. • 1823 Províncias do império brasileiro. • 1889 Estados da República. • 1943 Territórios de fronteira. • 1990 Atuais estados da federação e Distrito Federal http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1534.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1534 http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1572.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1573 http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1709.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1709 http://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1789.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1789 http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconfid%C3%AAncia_Mineira http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1823.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1823 http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1889.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1889 http://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1943.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1943 http://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteiras_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_states1990.png http://pt.wikipedia.org/wiki/1990 http://pt.wikipedia.org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil) Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 12 Maiores Influências Independência norte-americana 1776 (Convenção da Filadélfia) Guerra da Secessão União das colônias inglesas que haviam se declarado independentes politicamente da Inglaterra Constituição dos EUA em 1787 História No semestre passado estudamos as influências trazidas por países como Inglaterra, França e Estados Unidos. E de onde vem a origem de nossa federação? O início é demarcado quando foi criada as 12 capitanias hereditárias por D João III, onde havia governadores com poderes limitados. Em 28/02/1821 passaram a ser províncias. Com independência do Brasil já tínhamos 18 Províncias. Durante o Império já tínhamos 20 províncias. O período de transição marcado pelo sistema colonial mercantil escravista para o sistema capitalista baseado no trabalho assalariado, acelerou a idéia da Federação. Em 1823, antes de surgir a primeira constituição, a idéia foi rejeitada. Em decorrência da abdicação de D. Pedro I (1831), surge em 1834, o Ato Adicional, e com as reformas instituídas por uma combinação de interesses entre as elites políticas provinciais e o Estado nacional imperial, veio a Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 13 previsão da autonomia das províncias, traz o federalismo. A Federação só surgiu após a proclamação da República em 1889. Tudo por influência dos EUA, quando em 1787, surgiu as ex-colônias inglesas que cederam parte de sua soberania, mesmo que autônomas para se tornar um novo Estado. Relembrando o que já tratamos em sala de aula: PRINCÍPIO FEDERATIVO: refere-se a forma de Estado, caracterizando-se pela distribuição de poder, preservando autonomia dos entes políticos que a compõem. No Brasil está relacionado com a divisão entre União, Estado, Distrito Federal e Municípios. E os Territórios? Os Componentes da Federação possuem poder de auto-organização, podem ter um ordenamento constitucional próprio, desde que não conflitante com as normas da Constituição Federal, são autônomos, mas não soberanos porquanto limitados por uma lei maior. Entre suas características podemos citar: Constituição federal rígida Bicameralismo, com um órgão representando a Federação - Senado Autonomia estatutária, política, financeira, administrativa, Distribuição de competências Existência de uma Corte Constitucional-STF Intervenção Impossibilidade de secessão Conceito de Estado Federal: podemos denominar de ente dotado de soberania (poder supremo). Produto de sua constituição, fruto do exercício do Poder Constituinte Originário. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 14 ≠ União: entidade Federal formada pela reunião das partes componentes, não é soberana, mas possui suas prerrogativas e goza de autonomia. Função do Estado Federal Manter, organizar e proteger o povo. Possui 3 elementos: - o povo, o território e o governo. Os PRINCÍPIOS do Estado Federal são: - nacionalidade única para a população; - repartição de competências; - renda própria dos Estados; - autonomia constitucional de organização; - intervenção para o equilíbrio federativo; - participação do Estado no legislativo federal; - possibilidade de criação de Estados ou alteração territorial; - órgão de cúpula do Judiciário para interpretar a Constituição = STF TIPOS a) Por agregação(Centrípeto) : cedem parte de sua soberania para agregar-se entre si. Por desagregação (Centrífugo): aquele estado unitário que se descentraliza. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 15 b) Dual: divisão rígida da repartição de atribuições, contempla apenas as competências privativas entre as entidades federadas. Cooperativo: interação da repartição de competências, mais moderno surgiu com o Estado do Bem Estar Social. c) Simétrico: divisão de competências e receitas igualitárias. Assimétrico: competências e receitas de maneira não uniforme. Assim promove as desigualdades regionais (tratar os desiguaisdesigualmente Dica de Leitura TEXTO 2 - ESTADO FEDERAL E ESTADOS FEDERADOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DO EQUILÍBRIO FEDERATIVO·de CARLOS MÁRIO VELLOSO (PARTE) QUEM VAI DISTRIBUIR AS COMPETÊNCIAS? Inicialmente esclarecemos que competência é a faculdade de emitir decisões, diversas modalidades de poder para realizar suas funções. Para repartir as competências deve se levar em conta o princípio da predominância de Interesse = aquelas que norteia repartição, p.e.x. a União caberá matérias de interesse geral, nacional, aos Estados as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos Municípios os assuntos de interesse local. Existe a validez da legitimidade da repartição realizada através da Constituição? Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 16 A resposta é afirmativa considerando que o que está expresso representa a vontade do povo, enquanto representados no CN. Critério para distribuição de competências: 1) Reserva: União: poderes enumerados (art 21 a 23) Estados: poderes remanescentes (Art 25, parágrafo 1º.) Municípios: enumerados (art 30) DF ( Estados + Municípios) (art 32, parágrafo 1º.) ver exceção art 22, XVII. 2) Delegação: art 22, parágrafo único – autoriza os Estados a legislar sobre questões específicas da competência da União, obedecendo 3 requisitos:formal (através de LC), material (ponto específico), implícito (art 19, vedação para todos) 3) área comum de atuação administrativa paralela – art 23 4) área de atuação legislativa concorrente – art 24 Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 17 Unidade III – COMPETÊNCIAS Partilha Constitucional de Competência: Princípio geral dominante na partilha de competências: predominância do interesse. União geral/nacional Estados-membros regional Municípios local Distrito Federal interesse regional + local Classificadas por diversas formas, a mais usual é com relação ao ente político, quanto ao que devem fazer ou não fazer conforme determina a Constituição. Senão vejamos como é a distribuição da competência para as pessoas jurídicas de direito público interno: União • competências exclusivas - art. 21; • competências privativas - art. 22, parágrafo único; • competências legislativas - art. 22; • competências administrativas - art. 21; • competências tributárias – residual Estados-membros • competências exclusivas - art. 25, §§ 2º e 3º; • competências legislativas – residual; • competências administrativas – residual; • competências tributárias - art. 155. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 18 Municípios • competências legislativas - art. 30, I e II; •competências administrativas - art. 30, III, IV, V, VII, VIII; • competências tributárias - art. 156. Área de atuação comum aos entes federativos: • competências concorrentes/legislativas - art. 24; • competências comuns/materiais - art. 23; • Competências tributárias comuns - os fundos e quotas de participação em tributos e o art. 145 da Constituição Federal de 1988. Quanto a REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS teremos uma aula bem legal sobre isso> Aguardem! Filme: Hotel Ruanda DESORDEM DO ESTADO. O filme retrata uma guerra – a qual, embora tenha acabado no papel, continua pegando fogo – de um país africano chamado Ruanda. As nações européias lavaram suas mãos para os hutus, minoria massacrada pelos tutsis. A diversidade étnica no continente africano é um dos fatores responsáveis pelo desencadeamento de vários conflitos armados, no entanto, muitas dessas guerras no continente são consequências dos processos de colonização e descolonização dos países africanos, pois os colonizadores não respeitaram as diferenças culturais entre as diversas etnias, separando grupos que viviam em harmonia e, muitas vezes, colocando em mesmo território grupos rivais. Essa atitude contribuiu bastante para intensificar os problemas na África, após terem explorado a riqueza do continente, os europeus deixaram o território com graves problemas econômicos, sociais e uma série de conflitos separatistas e étnicos. A coisa seria muito pior se não fosse Paul Rusesabagina, que abrigou um monte gente no seu hotel, o Hotel Ruanda. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 19 Unidade IV – CRIAÇÃO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS A SUA EXECUÇÃO DEPENDE DE COMENDO CONSTITUCIONAL - Abordagem constitucional - Variações - Estudo de casos Vamos ler um exto publicado pela Câmara ? A divisão do Brasil começou em 1534, quando ainda era uma colônia. Nessa época, foi dividido em 15 faixas, chamadas de capitanias hereditárias. Já em 1709, foi segmentado em sete províncias: Grão-Pará, São Paulo, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Pedro. De lá para cá, aumentou sua extensão e foi redividido por várias vezes. O mapa atual do país é resultado da Constituição de 1988, que manteve a definição de territórios federais, mas acabou com aqueles que existiam. Diferentemente dos estados, os territórios não têm autonomia, pertencem à União, e por isso seus governadores são nomeados pelo presidente, sem eleição. Com a nova legislação, Roraima e Amapá foram transformados em estados, Fernando de Noronha foi incorporado a Pernambuco e Goiás foi desmembrado, dando origem a Tocantins. Todas essas mudanças no mapa estão previstas na Constituição, que diz o seguinte: "os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar". Ou seja, para que um novo estado seja criado, é necessário que seja apresentada uma proposta ao Congresso, que pode aprovar a realização de uma consulta popular. Se a população votar pelo sim, o documento volta para o órgão legislativo, onde precisa receber a maioria absoluta dos votos (metade mais um da Casa) para ser aprovado. Depois, o projeto ainda dever passar pelo presidente da República, que poderá sancioná-lo para então entrar em prática. (https://novaescola.org.br/conteudo/2259/como-funciona-o-processo-de-criacao-de-novos- estados#:~:text=A%20divis%C3%A3o%20do%20Brasil%20come%C3%A7ou,de%20Janeiro%20e %20S%C3%A3o%20Pedro.) https://novaescola.org.br/conteudo/2259/como-funciona-o-processo-de-criacao-de-novos-estados#:~:text=A%20divis%C3%A3o%20do%20Brasil%20come%C3%A7ou,de%20Janeiro%20e%20S%C3%A3o%20Pedro. https://novaescola.org.br/conteudo/2259/como-funciona-o-processo-de-criacao-de-novos-estados#:~:text=A%20divis%C3%A3o%20do%20Brasil%20come%C3%A7ou,de%20Janeiro%20e%20S%C3%A3o%20Pedro. https://novaescola.org.br/conteudo/2259/como-funciona-o-processo-de-criacao-de-novos-estados#:~:text=A%20divis%C3%A3o%20do%20Brasil%20come%C3%A7ou,de%20Janeiro%20e%20S%C3%A3o%20Pedro. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 20 Há muitos projetos para a criação de novos estados ou territórios federais, vamos conferir no site da Câmara? https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=24197 E sobre Estados, temos alguma? Vale a pena conferir https://www.camara.leg.br/noticias/368230-CRIACAO-DE-NOVOS-ESTADOS:-O-CASO-DO- PARA Leitura obrigatória: Constituição de 1988 – Texto original e com Alteração ( EC 15) Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,nos termos desta Constituição. § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios preservarão a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, far-se-ão por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos em lei complementar estadual, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=24197 https://www.camara.leg.br/noticias/368230-CRIACAO-DE-NOVOS-ESTADOS:-O-CASO-DO-PARA https://www.camara.leg.br/noticias/368230-CRIACAO-DE-NOVOS-ESTADOS:-O-CASO-DO-PARA Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 21 Mas e os municípios que estavam sendo criados? Quem já estavam no final do Procedimento? EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 57, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2008 Acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para convalidar os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 96: "Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação." Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 18 de dezembro de 2008. MUNICÍPIO PUTATIVO A análise da questão em torno do denominado município putativo iniciou- se com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo Partido dos Trabalhadores em detrimento da Lei Estadual baiana 7.619/2000, que criou o município de Luís Eduardo Magalhães tendo em vista o desmembramento do município de Barreiras (Informativo 427 — Supremo Tribunal Federal). Alega-se, na espécie, ofensa ao artigo 18, parágrafo 4º, da Constituição Federal, porquanto o referido ente fora criado em ano de eleições municipais, sem que existisse a lei complementar federal prevista no texto constitucional, a qual compete definir o período em que os municípios poderiam ser instituídos. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/emc%2057-2008?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art96adct Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 22 Sustentou-se, ainda, que o preceito da Constituição baiana que atribuíra à lei complementar estadual os requisitos para a criação de municípios teria sido revogado com o advento da Emenda Constitucional 15/96 e que a lei impugnada viola o regime democrático, uma vez que a consulta prévia constitucionalmente exigida, por meio de plebiscito, não fora realizada com a totalidade da população envolvida no processo de emancipação, tendo apenas determinado distrito se manifestado. Ademais, os estudos de viabilidade municipal foram publicados em data posterior ao citado plebiscito. Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 23 Unidade IV – Intervenção CONCEITO: Intervenção é uma medida através da qual quebra-se excepcional e temporariamente a autonomia de determinado ente federativo, nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição Federal. Trata-se de mecanismo utilizado para assegurar a permanência do pacto federativo, ou seja, para impedir a tentativa de secessão (princípio da indissociabilidade do pacto federativo). A intervenção é uma exceção, pois em regra todos os entes federativos são dotados de autonomia. “A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição” (art. 18 da CF). TEMPORIARIEDADE A Intervenção sempre é temporária. Com prazo certo para acabar e, depois, tudo volta ao normal. Tipos: Sempre de um ente maior para um menor (Territoriamente) * Intervenção da União: nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em território federal. * Intervenção dos Estados: nos Municípios localizados nos seus territórios. Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal Conceito: Processo através do qual a União quebra excepcional e temporariamente a autonomia dos Estados ou do Distrito Federal por descumprimento das regras localizadas no artigo 34 da Constituição Federal Hipóteses de intervenção federal: (Rol taxativo no art 34) * Para manter a integridade nacional (art. 34, I da CF). * Para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra (art. 34, II da CF). * Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (art. 34, III da CF). * Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação (art. 34, IV da CF). * Para reorganizar as funções da unidade da Federação que (art. 34, V da CF): * Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo motivo de força maior. * Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei. * Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34, VI da CF). * Para assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (art. 34, VII da CF): - Forma republicana, sistema representativo e regime democrático (art. 34, VII, “a” da CF). Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 24 - Direitos da pessoa humana (art. 34, VII, “b” da CF). - Autonomia municipal (art. 34, VII, “c” da CF). - Prestação de contas da administração pública, direta e indireta (art. 34, VII, “d” da CF). - Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 34, VII, “e” da CF). Espécies: - Intervenção espontânea: O Presidente da República decreta a intervenção federal de ofício. -> Defesa da unidade nacional (art. 34, I e II da CF). -> Defesa da ordem pública (art. 34, III da CF). -> Defesa das finanças públicas (art. 34, V da CF). - Intervenção provocada: O Presidente da República depende da provocação de terceiros para decretar a intervenção federal.Intervenção provocada por solicitação: Defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo locais.Se a coação recair sobre o Poder Legislativo ou Executivo, a decretação da intervenção federal pelo Presidente da República dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou Executivo coacto ou impedido (art. 34, IV e art 36, I, 1a parte da CF). - Intervenção provocada por requisição: * Requisiçãodo STF: Se a coação recair sobre o Poder Judiciário, impedindo seu livre exercício nas unidades da federação (art. 34, IV e art. 36, II 2a parte da CF). * Requisição do STF, STJ ou TSE: No caso de desobediência à ordem ou decisão judicial (art. 34, VI da CF). * O STF pode requisitar não só nas hipóteses de descumprimento de suas próprias decisões como também nas hipóteses de descumprimento de decisões da Justiça Federal, Estadual, do Trabalho ou da Justiça Militar. - Intervenção provocada por provimento de representação: * Provimento do STF de representação do PGR: No caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis e no caso de recusa à execução de lei federal (art. 36, III da CF). A iniciativa do Procurador-Geral da República nada mais é do que a legitimação para a propositura da Ação de executoriedade de lei federal e Ação de inconstitucionalidade interventiva. COMO É? Decreto interventivo: Compete ao Presidente da República a decretação e execução da intervenção federal (art. 84, X da CF). Nas hipóteses de intervenções espontâneas, o Presidente da República ouvirá o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (art. 90, I e II da CF). O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades envolvidas. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF). -> Controle político: O decreto de intervenção será submetido ao Congresso Nacional no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se este estiver em recesso, far-se-á convocação extraordinária neste mesmo prazo (art. 36, §2º da CF). O Congresso Nacional poderá (art. 49, IV da CF): Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 25 * Aprovar a intervenção federal. * Rejeitar a intervenção federal: Se o Congresso Nacional suspendê-la, o Presidente da República deverá cessá-lo imediatamente sob pena de cometer crime de responsabilidade (art. 85, II da CF). -> Dispensa do controle político: Nas hipóteses do artigo 34, incisos VI e VII da Constituição Federal. O decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado. Se essa medida não for suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Presidente decretará a intervenção federal e submeterá ao controle político (art. 36, §3º da CF). Intervenção Federal nos Municípios existentes nos territórios federais Hipótese: Tem cabimento nas mesmas hipóteses de intervenção estadual (art. 35 da CF). INTERVENÇÃO ESTADUAL Conceito: Processo através do qual os Estados quebram excepcional e temporariamente a autonomia dos Municípios por descumprimento das regras localizadas no artigo 35 da Constituição Federal. Hipóteses de intervenção estadual: * Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada (art. 35, I da CF). * Não forem prestadas as contas devidas, na forma da lei (art. 35, II da CF). * Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 35, III da CF). * Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na constituição estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (art. 35, IV da CF). Decreto interventivo: Compete ao Governador a decretação e execução da intervenção estadual. O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades envolvidas. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF). -> Controle político: O decreto de intervenção será submetido à Assembléia Legislativa no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se estiver em recesso, far-se-á convocação extraordinária neste mesmo prazo (art. 36, §2º da CF). -> Dispensa do controle político: art. 35, IV da CF. O decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado. Se essa medida não for suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Governador decretará a intervenção estadual e submeterá ao controle político (art. 36, §3º da CF). Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 26 Notícias Saiba como funciona a intervenção federal em um Estado Sistema prisional no Maranhão vive um colapso, com cenas de bestialidade e detentos decapitados – mas intervenção é processo complexo 6/2014 Apesar do colapso no sistema prisional do Maranhão, com cenas de barbárieque chocaram o país na penitenciária de Pedrinhas, dificilmente o Estado sofrerá imediatamente uma intervenção federal. O motivo é que o mecanismo para forçar a ação federal em questões internas do Estado é complexo e, em boa parte dos casos, requer autorização do Supremo Tribunal Federal ou anuência do Congresso Nacional. Além disso, a intervenção federal só pode ser autorizada em casos específicos, como quando há ameaça à ordem pública ou é urgente a reorganização das finanças do Estado. Pedrinhas: a barbárie em um presídio fora do controle No caso de Pedrinhas, o pedido de intervenção é analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que confrontará um relatório do governo Roseana Sarney (PMDB) e os documentos enviados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a situação do presídio. O eventual pedido de intervenção feito pelo PGR precisa ser julgado pelo Supremo e teria como relator o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa. É permitido que o relator tente resolver o problema administrativamente para evitar a intervenção. Caso o STF autorize a intervenção, cabe à presidente Dilma Rousseff editar um decreto determinando a medida, assim como apontar o prazo e as condições da ação federal. Em casos específicos, é necessário que o Congresso analise o decreto em um prazo de 24 horas. Atualmente, tramitam diversos pedidos de intervenção federal no STF. Os mais recentes são do Rio Grande do Sul e tratam do não pagamento de precatórios – dívidas que União, Estados e municípios adquiriram por terem sido condenados em decisões judiciais definitivas. Na história recente da Corte, porém, houve casos de pedidos de intervenção por causa da falta de reajuste salarial de servidores públicos no Rio de Janeiro e do suposto risco institucional após o estouro do mensalão do DEM no Distrito Federal. Urso Branco – Em 2008, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu intervenção federal em Rondônia após novas denúncias de tortura e mortes em série de detentos no presídio Urso Branco, em Porto Velho. ―Nos últimos oito anos contabilizaram-se mais de cem mortes e dezenas de lesões corporais [contra presos], fruto de motins, rebeliões entre presos e torturas eventualmente perpetradas por agentes penitenciários‖, disse o chefe do Ministério Público na época. O caso, porém, nunca foi julgado pelo STF. Em 2002, uma rebelião de detentos terminou com 27 mortes em Urso Branco. Foi o pior massacre em um presídio desde o Carandiru, em 1992. O episódio rendeu ao Brasil um processo na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que ainda monitora o local. Na época, a rebelião ocorreu após confronto de facções criminosas rivais. Detentos foram decapitados e tiveram os corpos mutilados e esquartejados. Pezão ameaça fazer pedido de intervenção federal no estado Governador procura Temer para reclamar de novo arresto da União em contas d 11/2016 RIO E BRASÍLIA - Irritado ao tomar conhecimento de um novo bloqueio de R$ 140 milhões da União nas contas do estado, o governador Luiz Fernando Pezão ameaçou nesta quinta-feira a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi,de entrar com pedido oficial de intervenção federal no estado. A medida, embora precise ser aprovada pelo governo federal, tem consequências que não interessam ao governo Michel Temer, que tenta passar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos gastos no Congresso. Pela Constituição, esse tipo de votação fica inviabilizada quando há um estado sob intervenção. O governador falou também com o próprio presidente Temer, que prometeu ter nova conversa com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para buscar uma alternativa para o Rio e outros estados com Universidade de Fortaleza Professora Mônica Mello D Constitucional II Notas de Aula 27 dificuldades financeiras. Segundo um assessor de Pezão, o governador, que esteve terça e quarta-feira em Brasília negociando uma saída para a crise fluminense, foi surpreendido pela medida e se sentiu traído. — O governador ficou furioso ao saber do segundo bloqueio, principalmente porque ele passou dois dias seguidos em Brasília para explicar a situação financeira do estado, tendo falado com o ministro da Fazenda, com a própria secretária (Ana Paula Vescovi) e com o presidente Temer — contou a fonte, acrescentando: — A conversa foi num tom muito duro. Ele disse à secretária que, se o Tesouro não pode ajudar, também não deve ficar atrapalhando e que o bloqueio inviabilizaria a sua gestão. O governador falou que não teria alternativa, a não ser pedir a Temer uma intervenção federal. Uma comissão do Tesouro já veio ao Rio para analisar a situação das contas do estado. Pezão teria argumentado isso, que foi ele quem pediu, com objetivo de tentar encontrar uma solução conjunta. Um ministro próximo a Temer confirmou que soube ontem pela manhã da intenção do governador. Mas que considerava a medida extrema e complexa do ponto de vista jurídico. Uma intervenção prejudicaria a votação de projetos de interesse da União no Congresso, como a PEC do teto para os gastos públicos, em fase final de tramitação no Senado. O artigo 60 da Constituição veda alteração no texto constitucional, durante processo de intervenção federal. O clima de discórdia se estabelece justamente quando Pezão tenta um plano B para equilibrar as contas do estado. Anteontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, devolveu um dos projetos mais importantes do pacote anticrise: aquele que prevê alíquotas suplementares previdenciárias — de 16% e 30% —, que poderá gerar uma receita extra de R$ 4,7 bilhões no ano que vem e de R$ 7,1 bilhões em 2018. Inicialmente, quando divulgou o ajuste fiscal, o governo estimava que a medida aumentaria a arrecadação em R$ 6,8 bilhões ao ano — o valor foi corrigido. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/pezao-ameaca-fazer-pedido- deintervencao- federal-no-estado-20451300#ixzz4bEA1gxYi Prontinho chegamos as primeiras aulas! CUMPRIMOS A PRIMEIRA ETAPA QUE É MUITO IMPORTANTE PARA NOSSOS ESTUDOS FUTUROS... AGORA VAMOS PARA A 2ª ETAPA?