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Contabilidade Ambiental

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3 BALANÇO SOCIAL E CONTABILIDADE AMBIENTAL
Torres (2008) afirma que no Brasil os primeiros registros de ações organizadas voltadas para o tema são de 1965, com a publicação da Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, e de 1969, com a criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), entidade que existe até hoje. É importante ressaltar que alguns autores consideram a Carta como o primeiro documento com o termo “responsabilidade social” no Brasil, o que pode ser verificado neste trecho:
As crises e tensões do mundo contemporâneo devem-se a que as instituições econômico-sociais vigentes se afastaram dos princípios cristãos e das exigências de justiça social e que os antagonismos de classe, os aberrantes desníveis econômicos, o enorme atraso de certas áreas do país decorrem, em parte, de não ter o setor empresarial tomado consciência plena de suas responsabilidades sociais (BARBOSA, 2003, p. 1).
O termo inicialmente era usado no plano das ideias e das intenções “cristãs” com o intuito de conscientizar empresários do valor dos princípios de justiça social. Ou seja, mais do que produzir bens e serviços, há uma função social junto aos trabalhadores e à sociedade. Convenhamos: empresários sérios falando em justiça social nos primeiros anos de um governo militar que combatia o comunismo era coisa bem arriscada, tanto que a iniciativa não progrediu efetivamente.
Observação
Os governos militares do Brasil que existiram entre 1964 e 1985 foram presididos por generais-presidentes eleitos de forma indireta pelo Congresso Nacional. O regime militar foi muito enfático na oposição ao comunismo e ideais de esquerda.
Em 1977 ocorreu o 2º Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas, promovido pela ADCE, com incentivo à participação das empresas frente a problemas sociais. Um dos assuntos debatidos foi a criação de um balanço social, segundo Barbosa (2003). Era o germe da mudança se multiplicando. Porém, já que nessa época o governo militar continuava pouco afeito a discussões que pudessem ser interpretadas como socialistas (muito embora não fossem, evidentemente), e o receio do empresariado de certa forma continuou a prejudicar as discussões.
Freire e Malo (1999) pontuam que na década de 1970 foi criada a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), um relatório obrigatório para todas as empresas com informações sociais dos funcionários.51
Unidade II
Muito timidamente, é um antepassado longínquo do Balanço Social que mais tarde foi desenvolvido no Brasil e no mundo.
No início da década de 1980, segundo Torres (2008), a Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides) elaborou um modelo de Balanço Social sem muita repercussão. Nessa década, o modelo de desenvolvimento econômico do governo militar mostrava esgotamento, uma vez que era baseado no protecionismo da indústria brasileira, pouco competitiva quando comparada a similares de outros países desenvolvidos. O protecionismo consistia, entre outros fatores, na proibição de importações de produtos e bens de capital que tivessem similar nacional. Os sindicatos ganharam força e reinvindicações de trabalhadores passaram a fazer parte do dia a dia das empresas. Organizações sociais, em maior parte ligadas à Igreja Católica, também abriram espaço para reinvindicações locais. O germe da mudança se espalhava lenta e continuamente.
Após a redemocratização do país, as empresas e os empresários precisaram de reestruturação, já que as barreiras às importações caíram no governo Collor (1990-1992). Então veja: tivemos simultaneamente os processos de reestruturação do Estado, redefinição do papel das empresas, renovação do empresariado, fortalecimento das reivindicações trabalhistas e sociais e, na sequência, a entrada de produtos melhores e mais baratos vindos do exterior. Esse ponto de inflexão do empresariado leva, entre outras coisas, a discursos (e depois a práticas) de ação social, inicialmente tímidos, mas que gradualmente foram ganhando força.
Antes mesmo da liberação das importações, em 1989 surgiu o Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (Gife), a primeira associação da América do Sul a reunir empresas, institutos e fundações interessados em aperfeiçoar o ambiente político institucional do investimento social privado. Ou seja, tratava-se da destinação de recursos privados para fins públicos via projetos sociais, culturais e ambientais.
Saiba mais
Conheça o Gife e compreenda como suas ações contribuem para a RSE: http://www.gife.org.br/.
5.1 O balanço social das empresas
Balanço social é um balanço social instrumento de gestão e de informação que visa a evidenciar, da forma mais transparente possível, informações econômicas e sociais do desempenho das entidades aos mais diferenciados usuários (TINOCO, 2002, p. 59).
Silva e Freire (2001, p. 69) complementam:
O balanço social pode ser considerado como uma demonstração técnico/gerencial que engloba um conjunto de informações sociais da empresa, permitindo que os agentes econômicos visualizem suas ações em programas sociais para os52
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
empregados (salários e benefícios), entidades de classe (associações, sindicatos), governo (impostos) e cidadania (parques, praças, meio ambiente etc.).
O Instituto Ethos (2007, p. 6) define balanço social como “levantamento dos principais indicadores de desempenho ambiental, econômico e social da empresa”. Desde 2007 o Ethos disponibiliza uma metodologia de criação do balanço social que abrange, além de dados financeiros, as dimensões ambientais, econômicas e sociais ligadas à gestão das empresas.
Observação
O Instituto Ethos é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) cuja missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável.
Martins, Bernardo e Madeira (2009, p. 106) resgatam a origem do balanço social no Brasil na publicação em 1984 do Balanço Social da Nitrofértil, empresa estatal no polo petroquímico de Camaçari, Bahia, onde se apresentavam as ações internas realizadas. Esse documento é considerado o primeiro do gênero no Brasil.
Outras organizações publicaram seus balanços sociais entre as décadas de 1980 e 1990, como:
· Femaq;
· Sistema Telebrás;
· Banco do Estado de São Paulo (Banespa);
· Inepar S/A Indústria e Construções;
· Usiminas;
· Companhia Energética de Brasília (CEB);
· Light.
Há um conjunto de fatores que contribuíram para a receptividade da ideia do Balanço Social no Brasil, entre eles:
· a Constituição de 1988, que definiu regras e obrigações em questões sociais e ambientais;
· as exigências de organizações internacionais de financiamento de projetos de infraestrutura, onde a questão ambiental e social é levada a sério;
· o aumento da percepção junto ao público consumidor da importância de preservação da natureza;53
54
Unidade II
· os rankings internacionais de qualidade de vida, sustentabilidade, preservação e educação que se refletem na disposição de investimento internacional no país;
· a divulgação do resultado de programas ambientais e de apoio cultural de empresas multinacionais como Xerox, CA, Coca-Cola, McDonald’s e outras;
· o exemplo nacional de atuação em RSE do Banco do Brasil, Usiminas, Inepar, Petrobras, Natura, Azaleia e O Boticário, entre outras.
O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), uma organização de cidadania ativa sem fins lucrativos, define:
O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa (IBASE, [s.d.]).
No balanço social, a empresa divulga ordenadamente suas ações voltadas aos funcionários e dependentes, além da comunidade, tornando públicasas atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos, construindo e melhorando os vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.
Santos (1998, p. 4) pondera que “O balanço social é um poderoso referencial de informações nas definições de políticas de recursos humanos, nas decisões de incentivos fiscais, no auxílio sobre novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania”.
O balanço social, na sua definição mais ampla, inclui, ainda, informações sobre o meio ambiente e sobre a formação e a distribuição da riqueza gerada pelas empresas (valor adicionado). Quando apresentado em conjunto com as demonstrações financeiras tradicionais, é efetivamente o instrumento mais eficaz e completo de divulgação e avaliação das atividades empresariais.
Tinoco (2002) pontua que o balanço social deriva utilidade junto a diversos usuários:
Quadro 3 – Usuários do balanço social e da Contabilidade
	Usuários
	Metas relevantes
	Clientes
	Produtos com qualidade; recebimento de produtos em dia; produtos mais baratos
	Fornecedores e financiadores
	Parceria; segurança no recebimento; continuidade
	Colaboradores
	Geração de caixa; salários adequados; incentivos à promoção; produtividade; valor adicionado; segurança no emprego
	Investidores potenciais
	Custo de oportunidade; rentabilidade; liquidez da ação
	Acionistas controladores
	Retorno sobre o patrimônio líquido; retorno sobre o ativo; continuidade; crescimento no mercado
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
	Usuários
	Metas relevantes
	Acionistas minoritários
	Fluxo regular de dividendos; valorização da ação; liquidez
	Gestores
	Retorno sobre o patrimônio líquido; continuidade; valor patrimonial da ação; qualidade; produtividade; valor adicionado
	Governo
	Lucro tributável; valor adicionado; produtividade
	Vizinhos
	Contribuição social; preservação do meio ambiente; segurança; qualidade
Fonte: Tinoco (2002, p. 64).
Barros Correa, Carvalho e Santos Alves (2010) abordam a questão do público externo e interno:
Aos agentes externos às organizações, o balanço social visa dar conhecimento daquelas ações institucionais que têm impacto não apenas no desempenho financeiro, mas também na relação capital-trabalho e na geração ou não de riqueza e bem-estar para a sociedade.
No que tange ao público interno da organização, a gestão da responsabilidade social visa motivá-lo e assim obter um desempenho ótimo do mesmo, criando um ambiente agradável de trabalho e contribuindo para seu bem- estar. Com isso, a organização ganha a dedicação, empenho, lealdade e melhor produtividade de seus colaboradores (BARROS CORREA; CARVALHO; SANTOS ALVES, 2010, p. 45).
Dessa forma, o balanço social é um instrumento de demonstração das atividades das empresas que tem por finalidade conferir maior transparência e visibilidade às informações que interessam não apenas aos sócios e acionistas das companhias (stockholders), mas a um número maior de atores: empregados, fornecedores, investidores, parceiros, consumidores e comunidade (stakeholders).
Lembrete
 	
No balanço social, a empresa divulga ordenadamente suas ações voltadas aos funcionários e dependentes, além da comunidade, tornando públicas as atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos, construindo e melhorando os vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.
5.1.1 Conteúdo do balanço social
Segundo Tinoco (2002), na década de 1960 a pressão popular por mudanças de cunho social nos EUA e na Europa acabaram incluindo informações quantitativas e qualitativas nos demonstrativos contábeis: emprego, condições de trabalho e bem-estar dos empregados. Uma lei francesa de 1977 exige de empresas com mais de 300 funcionários detalhes sociais nos balanços:55
Unidade II
A lei (francesa) divide-se, em síntese, em sete grandes capítulos de informações, que são:
I - Emprego.
II - Remuneração e encargos acessórios.
III - Condições de higiene e de segurança no trabalho. IV - Outras condições de trabalho.
V - Formação.
VI - Relações profissionais.
VII - Outras condições de vida dependentes da empresa (TINOCO, 2002, p. 61).
O balanço patrimonial tradicional apresenta resultados em moeda. Já o balanço social apresenta tantos dados quantitativos quanto qualitativos.
Tinoco (2002) elenca as informações desejadas em um balanço social:
· Absenteísmo e turnover.
· Condições de higiene e segurança no trabalho.
· Condições de vida de dependentes da empresa.
· Demonstração do valor adicionado (ou agregado).
· Formação profissional e desenvolvimento contínuo.
· Pessoas ocupadas por categoria profissional, segundo classes salariais.
· Pessoas ocupadas por estabelecimento e distribuição espacial.
· Pessoas ocupadas por instrução, segundo as classes salariais.
· Pessoas ocupadas por sexo e instrução, segundo classes de salários.
· Pessoas ocupadas por sexo, segundo classes salariais.
· Pessoas ocupadas, por tipo de contrato de trabalho.
· Pessoas ocupadas, segundo a categoria profissional e sexo.
· Pessoas ocupadas, segundo a idade.
· Pessoas ocupadas, segundo a nacionalidade.56
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
· Pessoas ocupadas, segundo o estado civil e raça.
· Pessoas ocupadas, segundo o tempo de trabalho na empresa.
· Pessoas ocupadas, segundo sexo e instrução.
· Relações profissionais.
· Remunerações e outros benefícios (custos com pessoal).
· Tempo integral, temporário, parcial, optantes ou não do FGTS.
· Volume total de empregados no fim de cada exercício.
Tinoco (2002) também sugere indicadores qualitativos e quantitativos a partir do balanço social:
· De caráter econômico:
· o valor adicionado por trabalhador;
· a relação entre salários pagos ao trabalhador quanto ao valor adicionado;
· a relação entre salários e receitas brutas da empresa;
· a contribuição do valor adicionado da empresa para o produto interno bruto;
· a produtividade social da empresa;
· a carga tributária da empresa em relação ao seu valor adicionado.
· De caráter social:
· a evolução do emprego na empresa;
· a promoção dos trabalhadores na escala salarial da empresa;
· a relação entre a remuneração do pessoal em nível de gerência e os operários;
· a participação e evolução do pessoal por sexo e instrução;
· a classificação do pessoal por faixa etária;
· a classificação por antiguidade na empresa;
· o nível de absenteísmo;57
Unidade II
· benefícios sociais concedidos (médico, odontológico, moradia, educação);
· política de higiene e segurança no trabalho;
· política de proteção ao meio ambiente.
Godoy et al. (2007) aponta que são três os modelos mais utilizados no Brasil para elaborar o balanço social: o do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), o do GRI (Global Reporting Initiative) e o do Instituto Ethos.
5.1.2 Contabilidade ambiental
A Contabilidade Ambiental passou a ter status de novo no ramo da Ciência Contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do “Relatório financeiro e contábil sobre o passivo e custos ambientais”, pelo Grupo de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios (Isar – United Nations Intergovernamental Working Group of Experts on International of Accounting and Reporting) (GARCIA; OLIVEIRA, 2009, p. 12).58
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
Os resultados econômicos precisam ser cotejados com os resultados sociais: é a Contabilidade Ambiental, que registra os eventos econômicos da relação da empresa com o meio ambiente.
Figura 6
Garcia e Oliveira (2009, p. 14) citam a Resolução 750, de 1993, do Conselho federal de Contabilidade:
Toda e qualquer atividade, desenvolvida ou em desenvolvimento, ocorrida ou a ocorrer, não importando se em maior ou menor relevância, desde que mensurável em moeda, que cause ou possa vir a causar qualquer tipo de dano ao meio ambiente, bem como toda e qualquer ação destinada a amenizar e/ou extinguir tais danos, serão registradas em contas contábeis específicas, na data de sua ocorrência, emconsonância com o disposto nos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Organizações com estratégia alinhada com conceitos de RSE idealmente devem incluir em meio ao plano de contas contábil o ativo e o passivo ambiental, a receita ambiental e custos e despesas ambientais, de acordo com Ferreira (2003):
· Ativo ambiental: bens e direitos com origem nas ações de gestão ambiental.
· Passivo ambiental: obrigações ligadas ao controle, preservação e recuperação do meio ambiente.
· Receita ambiental: receitas oriundas de sobras/perdas do processo produtivo e de serviços para terceiros ligados à gestão ambiental.
· Custos e despesas ambientais: gastos com o sistema de gestão ambiental. Nessas contas, Ribeiro (1992) aprofunda a questão:
O valor dos insumos, mão de obra, amortização de equipamentos e instalações do processo de preservação, proteção e recuperação do meio ambiente, bem como serviços externos e os gastos para realização de estudos técnicos59
60
Unidade II
sobre a metodologia e procedimentos adequados, podem constituir-se em exemplos de custos e despesas ambientais (RIBEIRO, 1992, p. 80).
Tinoco e Kraemer (2004) propõem um modelo de plano de contas ambiental:
Quadro 4 – Plano de contas ambiental
	1 Ativo
	1.1 Ativo circulante
	1.1.1 Disponível
	1.1.1.1 Caixa
	1.1.1.2 Banco conta movimento
	1.1.2 Créditos
	1.1.2.1 Clientes ambientais
	1.1.2.2 Subvenções ambientais a receber
	1.1.3 Estoques
	1.1.3.1 Renovável
	1.1.3.2 Não renovável
	1.1.3.3 Reciclada
	1.1.3.4 Reutilizável
	1.2 Ativo realizável a longo prazo
	1.3 Ativo permanente
	1.3.1 Investimentos
	1.3.1.1 Participação em fundo de investimentos ambientais
	1.3.2 Imobilizado
	1.3.2.1 Equipamentos ambientais
	1.3.2.2 Depreciação, exaustão acumulada
	1.3.3 Diferido
	1.3.3.1 Projetos de gestão ambiental
	1.3.3.2 Treinamento ambiental
	2 Passivo e patrimônio líquido
	2.1 Passivo circulante
	2.1.1 Empréstimos e financiamentos
	2.1.1.1 Financiamentos ambientais
	2.1.2 Obrigações
	2.1.2.1 Multas por danos ambientais
	2.2 Passivo exigível a longo prazo
	2.2.1 Fornecedores
	2.2.1.1 Fornecedores ambientais
	2.3 Resultado de exercícios futuros
	2.4 Patrimônio líquido
	2.4.1 Capital social
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
	2.4.2 Reservas de lucros
	2.4.2.1 Reserva contingencial para indenizações por danos ambientais
	2.4.3 Lucros ou prejuízos acumulados
	3 Contas credoras de resultado
	3.1 Receita bruta de produtos e serviços ambientais
	3.1.1 Vendas de resíduos reciclados
	3.1.2 Prestação de serviços ambientais
	4 Contas devedoras de produção e de resultado
	4.1 Custos vinculados à produção
	4.1.2 Insumos ambientais
	4.1.3 Custos com prevenção e gestão ambiental
	4.2 Despesas operacionais
	4.2.1 Seguros ambientais
	4.2.2 Auditoria ambiental
	4.2.3 Licenças e impostos ambientais
Adaptado de: Tinoco e Kraemer (2004, p. 32).
Pereira, Couto e Galvão (2009) também propõem um modelo de balanço ambiental:
Quadro 5 – Modelo de balanço ambiental
	Ativo
	Investimentos em meios patrimoniais, utilizados para preservação e recuperação do meio ambiente natural.
	Investimentos realizados que possuem perspectivas de geração de benefícios futuros no processo de controle de preservação ambiental.
	Estoques dos insumos peças e acessórios utilizados no processo de eliminação dos níveis de poluição.
	Investimentos em máquinas, equipamentos e instalações adquiridos ou produzidos com a intenção de amenizar os impactos causados ao meio ambiente.
	Gastos com pesquisas visando desenvolvimentos de tecnologias modernas de médio e longo prazo, desde que constituam benefícios ou ações que irão refletir nos exercícios seguintes.
	Bens adquiridos pela companhia que têm como finalidade controle, preservação e conservação do meio ambiente.
	Todo recurso retirado da natureza e que não se renova naturalmente, em quantidade viável no aspecto temporal. É um recurso exaurível onde se enquadra os metais, zinco, ferro, alumínio, carvão, petróleo, florestas, mármore etc.
	Passivo
	Obrigações com terceiros a curtos e longos prazos, com aplicação na natureza e destinadas única e exclusivamente a promover investimentos em prol de ações relacionadas à extinção ou amenização dos danos causados ao meio ambiente, inclusive percentual do lucro do exercício com distinção compulsório direcionado a investimentos na área ambiental.
	Obrigações contraídas pela empresa perante terceiros que têm como origem um gasto ambiental (ativos, custos despesas etc.) constituindo-se de obrigações ambientais, decorrentes de compras de ativos ambientais, de elementos consumidos durante o processo de produção e aqueles provenientes de penalidades impostas às organizações, por infração à legislação ambiental, danos ao meio ambiente e à propriedade de terceiros.
Fonte: Pereira, Couto e Galvão (2009, p. 57).61
Unidade II
Quadro 6 – Modelo de balanço ambiental
	Ativo ambiental
	Lançamentos
	R$
	1. Compras de máquinas e equipamentos
	
	2. Manutenção
	
	3. Investimento em preservação de recursos exauríveis
	
	4. Pesquisa e desenvolvimento
	
	5. Estoques
	
	Passivo ambiental
	Lançamentos
	R$
	1. Pagamento de multas ambientais
	
	2. Processos judiciais
	
	3. Custos com tratamentos de resíduos
	
	4. Custos com recuperação ecossistema

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