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CONSTITUCIONAL

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 Sumário 
1. ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DA CF E O PODER CONSTITUINTE ................................................. 127 
2. PODER CONSTITUINTE E LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR .................................................. 128 
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO ......................................................................... 128 
2.1.1 Poder Constituinte Originário .................................................................................................................. 129 
2.1.2 PODER DERIVADO ................................................................................................................................. 129 
2.2. LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR ............................................................................................. 130 
2.2.1. TEMPORAIS ............................................................................................................................................ 130 
2.2.2. CIRCUNSTANCIAIS ............................................................................................................................... 130 
2.2.3. FORMAIS .................................................................................................................................................. 130 
2.2.4. MATERIAIS.............................................................................................................................................. 132 
2.3. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL ................................................................................................................. 133 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ...................................................................................................... 133 
3.1 EFEITOS TRAZIDOS COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO ................................................................... 134 
4. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ..................................................... 135 
4.1. Normas constitucionais de eficácia plena ....................................................................................................... 135 
4.2. Normas constitucionais de eficácia contida ................................................................................................... 135 
4.3.Normas constitucionais de eficácia limitada ................................................................................................... 135 
4.4. Normas constitucionais de eficácia exaurida, esvaída, esgotada ................................................................. 136 
5. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ................................................................................................................ 137 
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................... 139 
6.1 FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................ 139 
1. Quanto ao momento. ....................................................................................................................................... 139 
2. Controle repressivo exercido pelo poder judiciário ..................................................................................... 140 
3. Inconstitucionalidade Formal x Material ..................................................................................................... 141 
6.1. CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO ............................................................................................. 141 
1. Introdução ....................................................................................................................................................... 141 
2. Legitimidade Ativa (comum a ADI, ADC e ADPF): .................................................................................... 141 
3. Objeto da ação x Causa de Pedir/Parâmetro: .............................................................................................. 143 
3.1. ADI e ADC: ................................................................................................................................................. 143 
3.3 Aspecto Temporal: ............................................................................................................................................ 144 
4. Aspecto Espacial .............................................................................................................................................. 145 
5. Decisão de Mérito: .......................................................................................................................................... 145 
5.1. Quorum ..................................................................................................................................................... 145 
5.3. Eficácia Temporal ................................................................................................................................... 146 
5.4. Extensão da Declaração:......................................................................................................................... 146 
6. Liminar: ........................................................................................................................................................... 146 
6.1. Quorum ..................................................................................................................................................... 146 
 
 
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6.2. Eficácia contra todos e efeito vinculante: .............................................................................................. 146 
6.3. Efeitos Temporais: .................................................................................................................................. 147 
7. Aspectos comuns a ADI, ADC e ADPF: ............................................................................................................ 147 
8. Observações Importantes: .............................................................................................................................. 147 
6.2. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................... 147 
1. Competência: ................................................................................................................................................... 147 
2. Finalidade: ....................................................................................................................................................... 147 
3. Legitimidade: ................................................................................................................................................... 148 
4. Parâmetro ........................................................................................................................................................ 148 
4. Objeto: ............................................................................................................................................................. 148 
5. Efeitos da Decisão: .......................................................................................................................................... 148 
6. Cláusula da Reserva de Plenário: .................................................................................................................. 148 
7. Suspensão pelo Senado (art. 52, X, CF) ........................................................................................................ 149 
ENTENDENDO AS LEIS QUE TRATAM DO CONTROLE CONCENTRADO: ............................................. 149 
7. DA DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ................................................................................... 152 
7.1 INTERVENÇÃO FEDERAL ...........................................................................................................................152 
7.2 ESTADO DE DEFESA ..................................................................................................................................... 153 
7.3 ESTADO DE SÍTIO.......................................................................................................................................... 155 
8. ESTRUTURA/ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................................................. 156 
8.1. PODER LEGISLATIVO ................................................................................................................................. 157 
8.2. PODER EXECUTIVO .................................................................................................................................... 162 
8.3. PODER JUDICIÁRIO .................................................................................................................................... 164 
8.3.1. SÚMULA VINCULANTE ....................................................................................................................... 166 
9. PROCESSO LEGISLATIVO ................................................................................................................................ 168 
9.1. ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................................... 168 
8.1. MEDIDAS PROVISÓRIAS ....................................................................................................................... 172 
8.2. LEI DELEGADA ........................................................................................................................................ 175 
9. PROCESSO LEGISLATIVO ............................................................................................................................ 175 
9.1. DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES .................................................................................. 176 
9.2. LEIS DE INICIATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA .............................................................. 177 
10. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................................... 177 
10. 1. HABEAS CORPUS ....................................................................................................................................... 178 
10.2. HABEAS DATA ............................................................................................................................................. 179 
10.3. MANDADO DE INJUNÇÃO ........................................................................................................................ 180 
10.4. MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................................... 182 
10.5. AÇÃO POPULAR.......................................................................................................................................... 183 
11. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ......................................................................................................................... 185 
11.1. AUTONOMIA E SOBERANIA ................................................................................................................... 189 
 
 
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12. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................................................................... 190 
12.1. DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS ...................................................................................... 190 
12.1.1.CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................. 190 
12.1.2. APLICABILIDADE IMEDIATA .......................................................................................................... 191 
12.1.3. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................... 191 
12.1.4. NATUREZA RELATIVA ...................................................................................................................... 191 
12.1.5. CONFLITO E COLISÃO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................. 192 
12.2. DOS DIREITOS SOCIAIS ........................................................................................................................... 192 
12.3. DIREITOS DA NACIONALIDADE ............................................................................................................ 195 
Inicialmente quero que você guarde bem: TRATA-SE DE DIREITO DE 1ª GERAÇÃO. Bem a propósito 
vejamos: .................................................................................................................................................................... 195 
12.3.1. PERDA DA NACIONALIDADE ........................................................................................................... 197 
12.3.2. VEDAÇÃO DE TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIROS NATOS E 
NATURALIZADOS............................................................................................................................................ 197 
12.3.3. CARGOS – art. 12, §3º da CF ................................................................................................................ 197 
12.3.4. FUNÇÃO – art. 89, VIII da CF ............................................................................................................. 198 
12.3.5. EXTRADIÇÃO – art. 5º, LI e LII da CF .............................................................................................. 198 
12.3.6. PROPRIEDADE – art. 222 da CF ......................................................................................................... 198 
12.4. DIREITOS POLÍTICOS ............................................................................................................................... 199 
12.4.1. MANIFESTAÇÃO DO SUFRÁGIO ..................................................................................................... 199 
12.4.2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE ................................................................................................... 201 
12.4.3. REELEIÇÃO ........................................................................................................................................... 202 
12.4.4. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS - INELEGIBILIDADES ..................................................... 203 
12.4.4.1. INELEGIBILIDADE REFLEXA ....................................................................................................... 204 
12.4.5. PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS .................................................................... 206 
12.4.6 PARTIDOS POLÍTICOS – ART. 17, CF .............................................................................................. 207 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DA CF E O PODER CONSTITUINTE 
 
A CF de 1988 está dividida em três partes ou grupos: 
 Preâmbulo, 
 Parte dogmática (normas centrais ou corpo fixo) e 
 Ato das disposições transitórias (ADCT). 
 
PREÂMBULO 
 
 
PARTE DOGMÁTICA 
(corpo ou texto) 
 
 
ADCT 
 
 
Para que não reste dúvidas, importante que você guarde que o preâmbulo NÃO possui força normativa, conforme 
já entendeu o STF, ou seja, ele adotou a tese da irrelevância jurídica do preâmbulo. Assim, é tão somente a 
apresentação do texto constitucional. 
Por essa razão NÃO é de observância obrigatória aos Estados, DF e Municípios, de modo que tais entes não 
precisam, pelo Princípio da Simetria da Constituição, repeti-lo em suas constituições ou leis orgânicas. 
Vejamos o preâmbulo: 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, asegurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL. 
Já a parte dogmática, trata da mais importante e maior parte da CF. São 250 artigos distribuídos em 9 títulos. Tal 
parte carrega as normas essenciais (direitos fundamentais, estrutura do Estado federal, competências de cada ente, 
etc.), bem como aquelas relacionadas à organização básica do Estado. 
Por fim, temos o ADCT, que é um ato de transição entre a antiga CF e a atual CF. Ele é responsável por assegurar 
a harmonia entre o antigo e o novo regime constitucional. Percebam o nome: ATO DAS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS! Isso porque, entre duas constituições, ou melhor dizendo, na passagem 
para a atual (1988) tivemos uma enorme transição, eram muitos direitos que foram assegurados, mas que ainda 
dependiam de lei para serem efetivados e etc. 
Os direitos previstos no ADCT se concluem conforme vão cumprindo seu papel, ou leis específicas vão sendo 
criadas. Muito da ADCT ainda possui aplicabilidade. 
Impende ressaltar, que não existe hierarquia entre as normas da parte dogmática e das do ADCT, ambas 
compreendem o texto constitucional e possuem o mesmo peso. E, assim, ambas podem ser objeto de controle de 
 
 
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constitucionalidade, ou seja, ambas podem ser usadas como base para uma norma posterior ser declarada 
inconstitucional ou confirmada sua constitucionalidade. 
Muito bem! Agora que entendemos quais são as normas constitucionais, importante ainda diferenciar as normas 
constitucionais em ORIGINÁRIAS e DERIVADAS. 
 
As originárias são aquelas nasceram na CF, em 05/10/1988, vieram no corpo original da Constituição, ou seja, não 
foram resultado de alteração posterior. Bem por isso, tais normas NÃO podem sofrer controle de constitucionalidade, 
pois possuem presunção absoluta de constitucionalidade. Pense comigo: eu posso declarar uma norma que NASCEU 
com a constituição como inconstitucional? Não faz sentido, concorda? 
Por outro lado, temos as normas derivadas, ou seja, vieram DEPOIS! Essas são resultado das emendas 
constitucionais resultantes do Poder Reformador, ou seja, do poder de adequar a CF. Essas possuem tão somente 
presunção relativa de constitucionalidade, por ser posterior ao nascimento da CF! Mesmo sendo uma emenda, e, 
portanto, terem seguido um caminho mais rígido de aprovação, ainda assim é possível que que seja declarada 
inconstitucional, por não guardar compatibilidade com o restante do corpo constitucional. 
ASSIM: 
- Nasceu com a CF (normas originais): presume-se constitucional, e não cabe controle. 
- Foi acrescentada na CF, através de Emenda à Constituição – EC (normas derivadas): pode ser declarada 
inconstitucional. 
 
Conseguiu entender? Caso não, estamos à disposição. 
Ainda quanto a esse ponto é importante lembrar que NÃO existe hierarquia entre normas originárias e 
derivadas. 
As normas acrescentadas posteriormente são originárias do PODER REFORMADOR, ou seja, aquele de altera ou 
adequa a CF de acordo com as necessidades e os anseios sociais. É importante que entendamos esse poder, que não é 
ilimitado. 
2. PODER CONSTITUINTE E LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR 
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO 
O Poder CONSTITUINTE é aquele que confere o poder de edição das normas CONSTITUCIONAIS. Salienta-se 
que, não se confunde com Poder LEGISLATIVO, posto que este último visa editar e criar as demais normas 
INFRACONSTITUCIONAIS. 
Poder Constituinte:Normas Constitucionais! É exercido pelas pessoas do art. 60, CF, e pertence ao POVO! 
Poder Legislativo: Normas infraconstitucionais (fora da matéria da CF). É exercido pelo Poder Legislativo 
(Deputados, Senadores, Vereadores) 
 
Assim, podemos dizer que cada órgão ou pessoa descrito no art. 60 da CF (Senado, Câmara Federal, Presidente da 
República e Assembleias Legislativas) estão investidos do poder constituinte, possuindo competência para propor 
alterações na CF por meio das Emendas Constitucionais (EC). 
Por fim, cabe lembrar, também, que sendo o Brasil um Estado Democrático, o Poder Constituinte emana do 
POVO, ainda que não possa ser exercido por meio do povo diretamente, vez que Emendas Complementares não 
podem ser propostas por iniciativa popular, sendo, portanto, proposta pelos representantes eleitos pelo povo. 
 
 
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2.1.1 Poder Constituinte Originário 
Também chamado de inicial, inaugural ou primário. É o poder competente para criar uma nova Constituição. 
Assim, chamamos de originário porque inicia um novo sistema constitucional que servirá de base para todo o sistema 
jurídico nacional, sendo a nova base para as demais normas constitucionais. 
SÃO CARACTERÍSTICAS DO PODER ORIGINÁRIO: 
Ilimitado, incondicionado, absoluto: isso porque em seu exercício não há subordinação a qualquer outra norma 
jurídica. A partir do momento que uma nova constituição for criada não haverá base a ser respeitada, com observação 
 
apenas dos direitos jusnaturalistas ligados em sua maioria com os direitos humanos, bem como dos tratados e normas 
internacionais, posto que o Brasil sendo pertencente a ordem internacional a suas regras também deve se adequar. 
Autônomo: sendo pressuposto da incondicionalidade, é também autônomo, existe por si só, não depende necessita 
de outra norma para fixar seus limites ou sua existência. 
Inicial: aqui temos de lembrar que a partir do Poder Constituinte pode nascer novas constituições, e ela será inicial, 
sem vínculos com a anterior. Quanto a essa possibilidade se destacam duas formas da manifestação do Poder 
Constituinte: 
 DEMOCRÁTICO: esse é instituído por soberania popular (a pedido do povo) com a instauração de 
uma assembleia nacional constituinte. 
 
 AUTORITÁRIO: que decorre da tomada do poder pela força, como, por exemplo, num golpe de 
Estado, nesse caso o poder se manifesta por outorga. 
Em uma segunda classificação temos: 
 HISTÓRICO: nesse caso ocorre a instituição de um novo Estado, nascendo pela primeira vez sua 
Constituição. 
 REVOLUCIONÁRIOaqui ocorre uma ruptura com o sistema anterior, nascendo uma nova 
Constituição. 
Assim, conforme visto as formas de classificação temos nossa atual CONSTITUIÇÃO como sendo criada pelo 
poder constituinte originário (nova constituição); revolucionário (ruptura com o sistema anterior); democrático 
(partiu da vontade do povo, resultou da promulgação por assembleia nacional representada pelos eleitos pelo povo, 
não foi resultante de golpe de estado como a de 64). 
2.1.2 PODER DERIVADO 
Já nesse caso, temos o poder de EDIÇÃO da Constituição, sem a criação de uma nova. 
Com a passar do tempo e com as necessidades sociais, é necessário que a CF seja moldada, emendada, arrumada! 
Lembre-se que, conforme Venosa o direito é processo valorativo, tão flexível quanto as necessidades do homem. 
A CF/88 trouxe a existência do poder derivado em três classificações: 
Poder Reformador: sua finalidade é alterar a CF por meio da edição de Emendas Constitucionais. 
Poder Revisor: visa tão somente a atualização do texto constitucional, através das Emendas Constitucionais de 
Revisão. Este poder tinha um período delimitado pela própria CF, período este que já passou, pois, conforme a CF, a 
revisão só poderia ser feita em um único período, qual seja, após cinco anos da promulgação da Constituição Federal. 
Tal disposição culminou na edição de seis emendas de revisão em 1994, não havendo mais possibilidade de revisão. 
Poder Decorrente: este último, é o poder conferido aos Estados de elaborar suas próprias Constituições estaduais, 
efetivando o poder de auto-organização garantido constitucionalmente aos Estados. 
ATENÇÃO: a CF/88 não atribuiupoder decorrente ao Distrito Federal nem aos Municípios, estes possuem tão 
somente o poder de criação de Leio Orgânica. 
 
 
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Por derradeiro, temos de observar que o poder de reforma da CF, Poder Reformar, não é ilimitado, e a CF não pode 
ser modificada facilmente, posto que é RÍGIDA, tampouco pode ser modificada a qualquer tempo ou em qualquer 
matéria. 
2.2. LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR 
As limitações são quatro: temporais, circunstanciais, formais e materiais. 
2.2.1. TEMPORAIS 
Essa limitação diz respeito a imposição de um tempo máximo para alteração da constituição após seu 
advento/promulgação. A CF/88 NÃO possui limitação temporal, pode ser alterada sempre que clamar as mudanças 
sociais. Nessa limitação se destacam duas observações: 
 
- As emendas de revisão que só puderam ser editadas após os cinco anos da promulgação da CF/88, prazo este já 
extinto. 
- Impossibilidade de apresentação de nova proposta de uma emenda que foi rejeita na mesma sessão legislativa. 
Sessão Legislativa é o período anual, em que o Congresso se reúne, que vai de fevereiro a dezembro. Se alguém 
propôs uma EC e ela foi rejeitada, ela não pode voltar naquela sessão legislativa, ou seja, naquele ano. 
Por ex: Emenda rejeitada em outubro de 2016  só pode voltar em fevereiro de 2017 (próxima sessão legislativa) 
 
2.2.2. CIRCUNSTANCIAIS 
Significa dizer que diante de determinadas situações não poderá ocorrer mudança na Constituição Federal, ou seja, 
não será admitida Emenda à Constituição. Tais circunstancias são: 
 Intervenção Federal 
 Estado de Sítio 
 Estado de Defesa 
 
Assim, sempre que acontecer algum dos cenários narrados no último parágrafo, não poderá haver emenda à CF. 
Vejamos o que diz o art. 60 §1º da CF: “1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”. 
2.2.3. FORMAIS 
Essa é a limitação mais extensa, e a mais cobrada também, muita atenção! Diz respeito ao processo legislativo de 
criação da Emeda Constitucional (EC), caracterizado como sendo um processo legislativo rígido e formal. 
Fundamentação, art. 60, I, II, III, §§2º, 3º e 5º, da CF. Note que o §1º trata-se da limitação circunstancial 
vista acima, e o §4º são as cláusulas pétreas. 
Vamos entender o processo legislativo, para, assim, entender as limitações formais. Passo a passo, vamos lá: 
PROCESSO LEGISLATIVO DE CRIAÇÃO DA EC 
INICIATIVA: a PEC (proposta de emenda constitucional) pode ser apresentada por: 
1/3 dos deputados federais = 171 
1/3 dos senadores = 27 
Presidente da República 
+ das ½ das assembleias legislativas (deputados estaduais) do país 
ATENÇÃO: esse rol é taxativo, outras pessoas não podem apresentar PEC. Isso quer dizer que não cabe 
apresentação de PEC por iniciativa popular. 
* Esses números (171 e 27) são ilustrativos, pra que você compreenda, não precisa decorá-los, a OAB não cobra 
;) 
 
 
1
3
1
 
TRÂMITE 
Antes de entender o trâmite, compreenda que o processo de aprovação passa por duas casas, a primeira e a 
segunda. A primeira Casa é chamada de Casa Iniciadora, ela é a que inicia o processo legislativo, dá o pontapé inicial, 
e a segunda casa, Casa Revisora, revisa a proposta. 
É como se fosse: 
- Filho diz: “Pai, posso ir no show do Wesley Safadão?” (proposta de emenda) 
- Pai diz: “filho, pode! Mas só se sua mãe deixar” (o pai é a casa iniciadora, ela analisa em primeiro lugar) 
- Mãe diz: “vou pensar” (a mãe é a casa revisora) 
Essas casas (iniciadora e revisora) podem ser a Câmara ou o Senado. 
CASA 
INICIADORA 
Inicia a análise da 
PEC. Normalmente a 
câmara dos deputados 
federal 
CASA 
REVISORA 
Revisa a proposta da 
PEC. Geralmente o 
Senado Federal 
ATENÇÃO: Geralmente, porque se o projeto for de iniciativa do Senado, a Câmara revisa. Sempre que uma 
começa a outra revisa! 
VOTAÇÃO/APROVAÇÃO 
Ocorre por MAIORIA QUALIFICADA (3/5) em dois turnos em cada casa do congresso. Ou seja, haverá 2 turnos 
de votação em cada casa Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado), em cada turno não poderá haver 
menos de 3/5 de votos favoráveis, caso em que havendo a PEC será reprovada. Vejamos o art. 60, §2º da CF: “A 
proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada 
se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”. 
 
3/5 do SENADO 49 senadores 
3/5 da 
CÂMARA 
308 deputados 
* Esses números (49 e 308) são ilustrativos, pra que você compreenda, não precisa decorá-los, a OAB não cobra 
;) 
Professores, não entendi nada dessa Aprovação!! Calma, vamos lá: 
1º 
Turno 
Casa 
Iniciadora 
 
Votação 
01 
A Casa Iniciadora (Seja 
Câmara ou Senado), vai 
votar. Dela deverão sair 3/5 
dos votos favoráveis! 
 
Saiu? Beleza, então 
vamos pro 2º TURNO? 
 
2º 
Turno 
Casa 
Iniciadora 
 
Votação 
02 
A Casa Iniciadora (Seja 
Câmara ou Senado), vai 
votar. Dela deverão sair 3/5 
dos votos favoráveis! 
 
Saiu? Beleza, então 
vamos passar pra próxima 
CASA? 
 
 
 
1
3
2
 
1º 
Turno 
Casa 
Revisora 
 
Votação 
01 
A Casa Revisora, vai 
votar. Dela deverão sair 
3/5 dos votos favoráveis! 
 
Saiu? Beleza, então 
vamos pro 2º TURNO? 
 
2º 
Turno 
Casa 
Revisora 
 
Votação 
02 
A Casa Revisora, vai 
votar. Dela deverão sair 3/5 
dos votos favoráveis! 
 
Saiu? Beleza, então tá 
APROVADO, basta 
promulgar! 
 
Ufa! Que trampo, né? ;) 
 
SANÇÃO/VETO 
Tratando-se de EC a sanção não cabe ao Presidente, como nas demais normas infraconstitucionais, de igual forma 
o chefe do executivo não possui direito a veto. Assim, não havendo necessidade de sanção, caberá as mesas do 
congresso a tarefa da promulgação. Vejamos o art. 60, §3º da CF: “A emenda à Constituição será promulgada pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem”. 
 
REJEIÇÃO 
Em caso de rejeição de uma EC, está somente poderá ser proposta novamente em nova sessão legislativa. Vejamos 
o art. 60, §5º: “A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto 
de nova proposta na mesma sessão legislativa”. 
Quanto a esse ponto não confunda sessão legislativa com legislatura, ambas as expressões existem no texto 
constitucional e por vezes são confundidos. 
Sessão 
Legislativa 
Corresponde ao período 
anual de trabalho legislativo 
que vai de 02/fev a 17/jul e de 
01/ago a 22/dez, sendo 18/jul a 
31/7 o recesso legislativo. (Art. 
57 da CF) 
Legislatura 
Corresponde ao mandato de 
4 anos, conforme art. 44, § 
único da CF. 
 
Lembra que lá no começo do tópico nós dissemos que a limitação formal dizia respeito ao processo legislativo de 
criação da Emeda Constitucional (EC)? 
Agora a gente já sabe que o processo legislativo é rígido e formal, e deve ser respeitado. 
Ou seja, se o Poder Reformador não seguir esse trâmite, não pode emendar a constituição! 
 
2.2.4. MATERIAIS 
Por fim, temos as limitações materiais, ou seja, o legislador não pode alterar a CF em relação a determinadas 
MATÉRIAS, chamadas de CLÁUSULAS PÉTREAS. 
 
 
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3
 
As cláusulas pétreas de dividem em EXPRESSAS e IMPLÍCITAS: 
As EXPRESSAS são as do art. 60, §4º da CF: 
PARA DECORAR – CLÁUSULAS PÉTREAS 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais 
Já as IMPLÍCITAS são: 
 A FORMA (Republicano) e SISTEMA (Presidencialismo) de governo; 
 A titularidade do Poder Constituinte (é do povo, assim sendo de competência dos representantes do 
povo); 
 O próprio artigo 60 da CF (sim, o art. 60 da CF não pode ser objeto de Emenda, pois isso poderia 
acarretar uma tentativa de burlar a rigidez do poder reformador, deixando a modificação da CF mais 
flexível). 
2.3. MUTAÇÃOCONSTITUCIONAL 
Frise-se que, além da alteração rígida da constituição temos também a chamada MUTAÇÃO 
CONSTITUCIONAL, essa corresponde apenas a como a CF é INTERPRETADA de acordo com sua época, 
tentando analisar a vontade do Legislador Constituinte, mas sem alteração o texto da Lei. 
Exemplo: Em 1990 jamais poderíamos dizer que do Princípio da Igualdade resultaria a União Homoafetiva. Era 
um ultraje! Hoje já evoluímos, e podemos dizer, sem dúvidas, que há a possibilidade da união homoafetiva como 
interpretação ampliativa do direito a igualdade. 
Para UADI LAMMÊGO BULOS (2010, p. 118) temos que: O fenômeno das mutações constitucionais, portanto, 
é uma constante na vida dos Estados. As constituições, como organismos vivos que são, acompanham o evoluir das 
circunstâncias sociais, políticas, econômicas, que, se não alteram o texto na letra e na forma, modificam-no na 
substancia, no significado, no alcance e nos seus dispositivos. 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
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ESCRITA quando possui texto escrito codificado É a nossa CF!!! Concorda que ela é 
escrita? Tá la no seu Vade! 
 
COSTUMEIRA (não escritas) quando as Normas constitucionais podem ser encontradas em 
textos esparsos, nos costumes e na Jurisprudência. 
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FORMAL conteúdo não é necessariamente constitucional, como, por exemplo, direitos 
fundamentais, mas sim fala de tudo um pouco! É a nossa CF!!! Você sabia que tem um artigo 
da CF (art. 242, §2), que fala até que um colégio no RJ, o Colégio Pedro II, será mantido na 
órbita federal! Acredita? Corre na sua CF e confere! Assim, nossa CF não trata só de matéria 
constitucional, mas sim de mais um monte de coisa! 
 
MATERIAL nesse caso o conteúdo é considerado propriamente constitucional, isto é, 
essencial à estruturação do Estado, à regulação do exercício do poder e ao reconhecimento dos 
direitos fundamentais. 
 
 
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 SINTÉTICA quando ela tem o básico, o necessário, como, por exemplo, direitos 
fundamentais e normas de organização do Estado. É uma Constituição de menor extensão. Ela é 
MATERIAL no conteúdo e SINTÉTICA na extensão (tamanho). Os conceitos se 
complementam. 
 
ANALÍTICAOU PROLIXA é aquela que possui muita coisa além das normas 
fundamentais. São mais extensas. Ela é FORMAL no conteúdo e ANALÍTICA na extensão 
(tamanho). Os conceitos se complementam  É a nossa CF! Já viu como ela é grande e fala de 
tanta coisa? Afinal, já viram brasileiro ser sucinto! 
 
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DOGMÁTICA quando a CF pega todos os valores de uma sociedade e compila em um texto 
escrito. Ou seja, faz-se uma análise de tudo que aquela nação tem como valores e, em um “balaio 
de gato”, joga tudo dentro da CF! É a nossa CF!!! 
 
HISTÓRICA quando não há valores escritos em uma CF. Para dirimir casos, utilizam-se os 
valores resultantes de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições. Nesse caso os 
valores não são trazidos de uma única vez, mas sim vão sendo incorporados lentamente no 
ordenamento constitucional de acordo com a evolução dos valores da sociedade. 
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ECLÉTICA: Ela abre espaço a mais de uma ideologia. Por exemplo, a nossa CF protege o 
patrimônio, mas também permite a expropriação da terra para utilização em reforma agrária 
quando ela é utilizada para plantio de drogas! É a nossa CF!!! 
 
ORTODOXA quando adotar um único fundamento. 
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RÍGIDA para sua alteração é necessário processo legislativo mais complexo e formal que o 
processo de leis comuns É a nossa CF!!! Vocês viram no tópico de cima a dificuldade para 
emendar a CF? 
 
FLEXÍVEL quando pode ser alterado sem processo legislativo ou com processo legislativo 
mais simplificado, como a criação das demais normas infraconstitucionais, leis ordinárias etc. 
 
SEMIRRÍGIDA quando para sua alteração parte pode ser modificada de forma menos 
formal e parte/determinadas matérias dependem de processo legislativo formal. 
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 OUTORGADA quando o poder originário é instituído pela força, de forma autoritária. 
 
PROMULGADA quando decorre da soberania popular, da vontade do povo, que delega 
poder aos representantes para que elaborem o texto constitucional É a nossa CF!!! Em 88 não 
sofremos nenhum golpe que obrigou, a força, a nova CF! 
 
3.1 EFEITOS TRAZIDOS COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO 
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Diz respeito a restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido sua 
vigência ou ter sido revogada. CUIDADO, não é admitido em nosso ordenamento jurídico, exceto 
se a lei nova traga expressamente essa restauração em seu texto. 
Assim, por exemplo, temos: 
- Lei 01, de 2002 
- Lei 02, de 2004, revoga Lei 01 
- Lei 03, de 2007, revoga Lei 02 
 
Não é porque a Lei 02 foi revogada, que retornamos para a Lei 01 (não há repristinação), 
exceto se a lei nova traga expressamente essa restauração em seu texto. 
 
 
 
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 Significa dizer que as leis infraconstitucionais que não forem incompatíveis com a nova 
Constituição serão por ela recepcionadas, assim, continuarão em vigor mantendo sua eficácia. Já 
as incompatíveis serão revogadas tacitamente. 
 
Por exemplo, o Código Penal é de 1940 (velhinho!), e a CF é de 1988. Como o CP era 
compatível com a CF, ele foi recepcionado por ela! 
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 Regra geral não é admitido tal efeito. 
Ele irá ocorrer se as regras da antiga constituição revogada, se compatíveis com a nova ordem 
constitucional, ganham status de leis infraconstitucionais (queda de hierarquia), ou seja, não é 
mais uma norma constitucional, mas ainda está em vigor com outro status, outra hierarquia. 
Só ocorre se houver expressa disposição da nova Constituição. 
Imagine vocês que em 2020 surja uma nova constituição, a CF/20. Ela poderia prever que a 
norma estabelecida acerca do Colégio Pedro II, permaneça no Ordenamento Jurídico, agora não 
mais como norma constitucional, mas sim com status de Lei Ordinária. 
 
4. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
4.1. Normas constitucionais de eficácia plena 
Elas não necessitam de nenhuma lei ou complemento para, produzir todos os seus efeitos, a partir da vigência da 
CF. Elas são imediatamente aplicáveis, ou seja, não dependem de uma normatividade futura. 
Por exemplo, o art. 44, CF, assim diz: “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal” 
Veja que a norma não precisa de mais nada, ela sozinha já contém em si todos os elementos necessários para sua 
plena aplicação. 
Essas normas possuem incidência imediata, direta e integral, não podem sofrer restrição do Poder Público. 
4.2. Normas constitucionais de eficácia contida 
Elas produzam seus efeitos desde logo, independentemente de regulamentação futura, mas PODEM, por expressa 
disposição constitucional, ter sua eficácia restringida por outras normas. A CF já fala tudo que é necessário, mas 
deixa uma margem para o Poder Público reduzir sua abrangência. 
Essa restrição pode ser por uma lei infraconstitucional ou pela própria Constituição. 
Por exemplo, o art. 5º, inciso XIII, CF, que diz que “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. 
Assim, possuem incidência direta e imediata, mas não integral, pois podem sofrer restrições do Poder Público, 
admitindo que uma lei infraconstitucional restrinja seu alcance (dite as condições de sua execução) – cláusula de 
redutibilidade. Exemplos: art. 93, IX da CF. 
4.3.Normas constitucionais de eficácia limitada 
Elas dependem de uma regulamentação e integração por meio de normas infraconstitucionais.Desde que elas 
nascem na CF elas não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa 
infraconstitucional. 
Ela também é chamada de eficácia reduzida e possui incidência indireta, mediata e não integral. Assim, tais normas 
ficam na dependência de uma outra para integrar, regulamentar ou explicar. 
Elas se dividem em dois grandes grupos: 
a) Normas constitucionais de princípio Institutivo 
b) Normas de princípio Programático. 
 
 
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As normas constitucionais de princípio INSTITUTIVO ou organizativo, contém regras de instituição de 
determinado órgão, entidade ou instituição, como, por exemplo, o art. 18, § 2º, CF, que diz que “Os Territórios 
Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar”. 
Veja que, desde seu nascimento, a CF não prevê como criar ou transformar um Território. Ela diz que é possível, 
mas diz que a lei que vai falar sobre o assunto. 
Já as normas de princípio programático, são aquelas que estabelecem programas a serem implementados pelo 
Estado, com uma finalidade sociocultural, educacional, saúde, etc. 
Podemos citar como exemplo o art. 196, CF, que diz que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
Mais uma vez, ela não disse como implementar essa saúde, mas tão somente garantiu sua existência. 
4.4. Normas constitucionais de eficácia exaurida, esvaída, esgotada 
Essas últimas, são as que já produziram todos os seus efeitos, não tendo mais o que surtir. A exemplo temos as 
normas ADCT que já cumpriram sua finalidade para a qual foram propostas. Esse é o caso do art. 2º do ADCT que 
prevê a realização de plebiscito em 1993. CUIDADO, é importante lembrar que nem todas as normas do ADCT são 
exauridas, posto que ainda existem artigos que continuam produzindo efeitos, como é o caso do art. 10 que traz 
direitos trabalhistas. 
Em resumo: 
 INCIDÊNCIA 
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 Imediata 
 
Já vale desde o início, já que não 
precisa de complemento. 
Direta 
 
A própria norma já 
regula o caso concreto 
Integral 
 
Não sofre limitações 
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 Imediata 
 
 
Já vale desde o início, já que não 
precisa de complemento. 
Direta 
 
 
A própria norma já 
regula o caso concreto 
Não integral 
 
Ela PODE sofrer 
limitações 
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Mediata 
 
Ela precisa de complemento, logo 
não passará a valer imediatamente. 
Indireta 
 
Ela precisa de uma 
segunda norma pra poder 
se aplicar ao caso 
concreto 
Não integral 
 
Ela sofre limitações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
A divisão das competências constitucionais decorre do poder de autoadministração de cada ente, como visto na 
semana passada em Organização do Estado. 
A matéria de competência é bastante extensa no texto constitucional, não são raras suas aparições na OAB, 
portando, CUIDADO! Aqui deixaremos os principais artigos na íntegra, mas isso não dispensa, caso tenha tempo de 
dar uma “folheada” na CF a partir do artigo 21. 
Pode-se dizer que, as competências atribuídas à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal 
basicamente se dividem em: 
 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA – aquela exercida pelo poder legislativo na elaboração de leis 
sobre os assuntos designados a cada ente político 
 
 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA – aquela exercida pelo seu respectivo poder executivo 
através da edição de atos administrativos. 
O princípio da predominância do interesse: Conforme JOSÉ AFONSO DA SILVA “É o princípio geral que 
norteia a repartição de competência. Segundo ele, à União caberão aquelas matérias e questões de predominante 
interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, 
e aos Municípios concernem os assuntos de interesse local”. 
Sistema da Constituição de 1988: ainda segundo o aludido autor, “Busca realizar o equilíbrio federativo, por 
meio de uma repartição de competências que se fundamenta na técnica da enumeração dos poderes da União (arts. 21 
e 22), com poderes remanescentes para os Estados (25, § 1º) e poderes definidos indicativamente aos Municípios (art. 
30), mas combina possibilidades de delegação (22, parágrafo único), áreas comuns em que se preveem atuações 
paralelas da União, Estados, DF e Municípios (art. 23) e setores concorrentes entre União e Estados”. 
Com relação a divisão da COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIALtemos o seguinte: 
Competência Exclusiva: aquela conferida tão somente à União, a CF traz em seu art. 21 um rol de assuntos que 
apenas a União pode realizar. ATENÇÃO tal competência não é passível de delegação aos estados, DF ou municípios. 
Competência Comum: trata-se daquela atribuída a TODOS os entes federativos para o exercício dentro de seus 
limites territoriais em assuntos cujas ações podem coexistir; assuntos estipulados no art. 23 da CF. 
Competência Remanescente/Residual: disposta no art. 25, § 1º, da CF, confere aos Estados-membros as 
competências que não lhe tenham sido vedadas. Importante observar que não há rol de atribuições como no caso da 
União, ficando o Estado-membro com as ações que “sobram”, com resto! 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
 
Competência Relativa ao Interesse Local: tratam-se daquelas conferida aos Municípios visando a realização de 
ações que digam respeito às peculiaridades de sua comunidade. Importante mencionar que o rol do art. 30, incisos III a 
IX é meramente exemplificativo. 
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVAestá dividida da seguinte forma: 
Competência Privativa: aquela conferida tão à União, delimita certas matérias cuja legislação só se ocorrerá por 
meio do Congresso Nacional. ATENÇÃO pode ser delegada pela União aos Estados ou ao Distrito Federal para que 
legislem em certo assunto objeto da delegação. Estão previstas no art. 22, da CF. 
Competência Delegada pela União: ocorre quando alguma matéria contida no art. 22 da CF, de competência 
privativa da União, é “emprestada” ao Estado ou ao Distrito Federal. 
 
 
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 Competência Remanescente/Residual: da mesma forma como ocorre na competência administrativa, o art. 25, 
§1º, da CF, que confere aos Estados-membros as competências que não lhe tenham sido vedadas, valendo também 
para a legislação cuja matéria não tenha sido atribuída de forma privativa à União, nem sejam de interesse local dos 
Municípios. 
Competência Relativa ao Interesse Local: designadas aos Municípios, conforme determinação do art. 30, I, CF, 
atribui, de forma aberta, a capacidade de legislarem sobre matérias essenciais às necessidades da comunidade local. 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
Competência Concorrente: disposta no art. 24 da CF possibilita em certos assuntos a elaboração de legislação 
concomitante pela União, Estados e Distrito Federal. 
RESUMÃO 
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 
Espécie Regra 
Exclusiva – art. 21 da CF Apenas a União Exerce 
Comum – art. 23 da CF Cooperação entre União, Estados, DF e Municípios 
Residual art. 25, §1º da CF “o resto”, direcionada aos Estados o que não for vedado pela 
CF 
Interesse Local – art. 30, III a 
IX da CF 
Direcionada aos municípios 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Espécie Regra 
Privativa – art. 22 da CF A União legisla privativamente. 
 
EXCEÇÃO: Lei complementar poderá autorizar os estados a 
legislar sobre questões relativas à competência privativa da 
União, criando a competência legislativa delegada. 
Delegada – art. 22, § único da 
CF 
Ocorre mediante Lei Complementar em que a União delega 
para os Estados e para o DF. 
Concorrente art. 24 da CF A União editaas normas gerais e os Estados e DF editam as 
normas específicas. 
 
Para lembrar da competência PRIVATIVA, lembre-se de capacete de pimenta 
Civil 
Agua 
Penal 
Agrário 
Comercial/consórcio 
Espacial 
Trabalho 
Eleitoral 
DEsapropriação 
Processual 
Informática 
Marítimo 
Energia 
Nacionalidade 
Trânsito e transporte 
Aeronáutico 
 
 
 
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 E para memorizar a competência CONCORRENTE, lembre-se de PUTO FÉ 
 
Penitenciário 
Urbanístico 
Tributário 
Orçamentário 
 
Financeiro 
Econômico 
 
 
Esta cansado de estudar até aqui? calma, acredite no seu potencial! 
 
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
6.1 FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1. Quanto ao momento. 
Ela pode ser originária ou superveniente 
1.1. Controle preventivo 
É aquele exercido durante o processo legislativo com o intuito de evitar uma violação à Constituição. Pode ser 
exercido pelos 3 poderes: 
1.1.1. Controle preventivo exercido pelo poder legislativo 
É famosa CCJ na Câmara (comissão de constituição e justiça e redação), CCJ (comissão de constituição e 
cidadania) no Senado. Existe CCJ em todos os níveis (estadual, federal, municipal e distrital). 
Se essas comissões entenderem que é inconstitucional, arquiva-se. 
1.1.2. Controle preventivo exercido pelo poder executivo 
No caso do poder executivo, os instrumentos são o Veto Jurídico e Veto Político. 
Art. 66, § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional (VETO 
JURÍDICO) ou contrário ao interesse público (VETO POLÍTICO), vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente 
do Senado Federal os motivos do veto. 
O veto jurídico se dá em caso de inconstitucionalidade e o veto político no caso de ser contrário ao Interesse 
Público. 
Observe que não existe veto em proposta de emenda, somente em Projeto de Lei. 
 
1.1.3. Controle preventivo exercido pelo poder judiciário. 
Ele raramente vai exercer esse tipo de controle. 
A única hipótese no direito brasileiro é a impetração de MANDADO DE SEGURANÇA por PARLAMENTAR 
da respectiva casa por inobservância do devido processo legislativo constitucional, a ser julgado no STF. 
É um controle concreto, que tem como principal finalidade de assegurar um direito líquido e certo do parlamentar. 
1.2. Controle repressivo. 
Também poderá ser exercido pelos 3 poderes. Controle repressivo é aquele exercido após a publicação da lei. 
1.2.1. Controle repressivo exercido pelo poder legislativo. 
 
 
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 a) Art. 49, inciso V, CF/88: 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
O Poder Executivo pode elaborar Decretos e regulamentos, que são instrumentos que regulamentam as leis. Porém, 
os decretos e regulamentos não podem extrapolar os leis e, se assim fizerem, cabe ao CN sustar esse ato. 
Ademais, em alguns casos, o CN delega ao chefe do poder executivo (no âmbito federal, estadual e municipal) o 
direito de elaborar uma lei, mas, para isso, determina o assunto que se irá legislar, fixa o conteúdo e os termos de seu 
exercício. Se o chefe do Poder Executivo exorbita esses limites, cabe ao CN sustar esse ato. 
b) Art. 62, CF. 
O Presidente da República tem o poder de editar Medidas provisórias, mas elas deve, respeitar pressupostos 
constitucionais (relevância e urgência) e um conteúdo (a própria CF proíbe MP de alguns assuntos). 
Se o presidente extrapola seu poder, cabe ao CN sustar esse ato. 
c) Súmula 347 do STF 
Trata do tribunal de contas (órgão auxiliar do poder legislativo) 
STF Súmula nº 347 - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade 
das leis e dos atos do poder público. 
 
1.2.2. Controle repressivo exercido pelo poder executivo 
O chefe do poder executivo pode negar cumprimento a um ato normativo que ele entenda ser inconstitucional, 
desde que essa negativa seja motivada e que seja dada publicidade. Observe que o chefe do executivo deve dar 
publicidade ao ato, comunicar o poder legislativo e justificar. 
 Importante observar que o Poder Executivo só vai poder descumprir a lei que acredita ser inconstitucional 
enquanto não houver uma decisão do STF com efeito vinculante. 
1.2.3. Controle repressivo exercido pelo poder judiciário. 
O principal em exercer esse controle é o poder judiciário. O poder judiciário pode exercer esse controle através do 
Controle Difuso e do Controle Concentrado. 
 
2. Controle repressivo exercido pelo poder judiciário 
2.1. Controle difuso ou aberto: 
Pode ser exercido, por qualquer juiz ou tribunal. É aberto porque não existe uma restrição quando ao órgão que 
pode exercer esse modo de controle. O juiz eleitoral, federal, estadual, TJ, STF, poderão exercer o controle difuso de 
constitucionalidade, não existe qualquer tipo de limitação quanto à competência para exercê-lo. 
O controle difuso ocorre diante de um caso CONCRETO. 
 
2.2. Controle concentrado. 
Controle concentrado é também chamado de reservado. É aquele atribuído a apenas um determinado órgão do 
poder judiciário. Para o Brasil, ao STF, quando o parâmetro é a CF/88, e ao TJ quando o parâmetro é a CE (o STF não 
pode). 
O controle concentrado ocorre em casos ABSTRATO, ou seja, aqueles cuja finalidade é assegurar a supremacia da 
Constituição. 
A análise da constitucionalidade da lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa. 
 
 
Quadro Resumo: 
 
 
Controle 
preventivo 
 
Legislativo Comissão de constituição e justiça na Câmara e Senado. 
Executivo 
Veto Jurídico (inconstitucionalidade) e Veto Político (contrário ao 
interesse público). 
Judiciário 
MS por parlamentar por inobservância do devido processo 
legislativo. 
Controle 
repressivo 
 
Legislativo 
Ocorre em 3 casos: CN susta os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa; Medida provisória. Tribunal de Contas 
 
 
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1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Inconstitucionalidade Formal x Material 
3.1. Inconstitucionalidade material: 
Quando contrário ao conteúdo constitucional, ou seja, afronta a CF! 
Este tipo de vício é insanável, por ser impossível de convalescimento da espécie normativa. 
3.2. Inconstitucionalidade formal: 
Inobservância do rito processual ou incompetência do órgão. classifica-se em subjetiva, objetiva e orgânica. 
Quando a inconstitucionalidade é afeta ao trâmite esta é denominada inconstitucionalidade formal objetiva, 
quando, por sua vez repousa sobre a competência para a iniciativa do processo legislativo, denomina-se de 
inconstitucionalidade formal subjetiva. 
As inconstitucionalidades formais, diferente das materiais, são sanáveis. 
Afronta a CF, mas no que tange às suas determinações procedimentais. Por exemplo, o art. 61, CF, traz temas que 
são de iniciativa exclusiva do Presidente da República, de modo que seu início pelo Senado gera inconstitucionalidade 
formal, ou o desrespeito a algum trâmite na aprovação da lei. 
 
 
6.1. CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO 
 
1. Introdução 
O controle concentrado ocorre em casos ABSTRATOS, ou seja, aqueles cuja finalidade é assegurar a supremacia 
da Constituição. 
A análise da constitucionalidade da lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa. 
São ações de controle concentrado: 
 ADI e ADI interventiva. 
 ADC 
 ADO 
 ADPF 
 
2. Legitimidade Ativa (comum a ADI, ADC e ADPF): 
Estão previstos no art. 103, CF. 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DistritoFederal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
 VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Executivo 
O chefe do poder executivo pode negar cumprimento a um ato 
normativo. 
Judiciário 
Controle Difuso (qualquer juiz ou tribunal) e Controle 
Concentrado (apenas um determinado órgão do poder judiciário.) 
 
 
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Podem ser: 
 Legitimados Ativos Universais: 
São aqueles que não precisam demonstrar a existência de pertinência temática. 
Dica para lembrar: associe com a União 
 
 Legitimados Ativos Especiais: 
São aqueles que só poderão propor estas ações se demonstrarem a existência de pertinência temática, ou seja, a 
relação causal entre o objeto impugnado e o interesse defendido pelo legitimado. 
Dica para lembrar: associe com os Estados. 
 
 
 Poder 
executivo 
Poder Legislativo 
Legitimados 
Ativos 
Universais 
(Lembrar 
União) 
Presidente 
da República 
Mesas do Senado 
Federal e Câmara dos 
Deputados 
Legitimados 
Ativos Especiais 
(Lembrar 
Estado) 
Governador 
Mesas da Assembleia 
Legislativa dos Estados e a 
Câmara Legislativa do 
Distrito Federal 
 
 Ministério 
Público 
Outros 
Legitimados 
Ativos 
Universais 
(Lembrar 
União) 
Procurador 
Geral da 
República 
Conselho Federal da 
OAB e Partido Político 
com representação no 
Congresso Nacional 
Legitimados 
Ativos 
Especiais 
(Lembrar 
Estado) 
 
Confederações Sindicais 
e Entidades de Classe de 
âmbito nacional 
 
Dica: Interpretação Restritiva: 
 
Caso na hora da prova surja alguma dúvida, lembre-se sempre que a Interpretação dos Legitimados costuma ser 
feita de maneira RESTRITIVA. Por exemplo, vices (vice-presidente, vice-governador) não podem propor essas ações, 
exceto, por óbvio, se o titular não estiver presente e o vice estiver atuando como o tal (exemplo, a presidente vai viajar 
pro exterior e o vice assume como presidente temporariamente e como presidente ele propõe a ação). O que importa é 
que no momento da propositura da ação a pessoa ocupava cargo legítimo. Da mesma forma, a mesa do Congresso 
Nacional não tem legitimidade, só a da Câmara e do Senado. 
 
 Momento da propositura: 
A legitimidade ativa deve ser aferida apenas no momento da propositura da ação. 
 
 Capacidade Postulatória: 
Apenas 3 destas entidades não possuem capacidade postulatória, ou seja, precisam de advogados. São eles os 
Partidos Políticos, as Confederações Sindicais e as Entidades de Classe de âmbito Nacional. 
 
 
 
1
4
3
 
3. Objeto da ação x Causa de Pedir/Parâmetro: 
Observe que o Objeto da ação é a lei que se quer declarar inconstitucional. Por exemplo: “eu quero declarar 
inconstitucional a Lei Maria da Penha (11.340), porque eu entendo que ela fere a constituição, no tocante a 
igualdade dos sexos”. 
O objeto é a Lei Maria da Penha. 
Já a causa de pedir é a ofensa ao Princípio da Igualdade, previsto na CF (Parâmetro). Ou seja, o que está sendo 
atacado é a CF, especificamente, na opinião da parte que ingressa com a ação, o artigo 5º (“Todos são iguais perante a 
lei”). 
O Parâmetro é a norma ofendida, que, no nosso exemplo, é a CF! A causa de pedir é a ofensa ao Parâmetro (ofensa 
à CF)! 
O objeto não pode ser mudado (Se eu entro com uma ação pra declarar inconstitucional a Lei Maria da Penha, não 
pode o STF declarar inconstitucional o Estatuto do Idoso, ou a Lei de Drogas), porém a causa de pedir é aberta (eu 
pedi a inconstitucionalidade com base no art. 5º, mas o STF pode me dar com base no art 6º, 7º, 8º, 10º, 20, 50, 100, 
200, 250, etc) 
Assim, a causa de pedir é aberta, ou seja, abrange todas as normas da Constituição independentemente daquelas 
que foram mencionadas na Inicial. Porém, o objeto da ação, o ato ou dispositivo que está sendo questionado, não 
pode ser ampliado. É a chamada Regra da adstrição. 
A Exceção a esta regra é a inconstitucionalidade por arrastamento (ou por atração, ou consequente). Esta exceção 
significa que quando dois dispositivos são interligados o STF pode declará-lo inconstitucional mesmo sem ele ter sido 
provocado. Exemplo: art. 5º e 6º da determinada lei tratam exatamente do mesmo ato que está sendo impugnado. Ao 
declarar a inconstitucionalidade do artigo 5º, por atração óbvia o STF pode declarar o art. 6º inconstitucional. 
 
3.1. ADI e ADC: 
 
Parâmetro: 
Lembre-se: Parâmetro é a norma constitucional ofendida, e não o objeto da ação. 
O Parâmetro para essas ações é a CF/88 e os Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (desde 
que aprovados por 3/5 e dois turnos – art. 5º, § 3º, CF1). 
 
Objeto: 
Como já visto o objeto é o que ofende a CF (Lembre-se do nosso exemplo acima, o objeto é a Lei Maria da Penha) 
Para o ato ser objeto de ADI ou ADC ele deve ser uma LEI ou ATO NORMATIVO (O ato normativo deve ser 
dotado de generalidade e abstração)2. 
Não são admitidos como objeto de ADI e ADC: 
a) Atos meramente regulamentares 
b) Normas constitucionais originárias 
A norma originária é elaborada pelo Poder Constituinte Originário (diferente da Emenda Constitucional, que é 
elaborada pelo Poder Constituinte Derivado). 
c) Leis que já perderam sua utilidade (chamada de Perda do Objeto). 
Ocorre nos seguintes casos: 
 Leis ou norma de efeitos concretos já exauridos: Por exemplo, uma lei orçamentária para o 
ano de 2011. No ano de 2012 os efeitos já foram exauridos, não faz sentido que o STF julgue esta lei. 
Nestes casos há a perda do objeto. 
 Leis revogadas e medidas provisórias revogadas/rejeitadas. 
 Leis Temporárias: salvo quando a impugnação ocorrer em tempo adequado e houver a 
inclusão em pauta de julgamento antes do exaurimento de sua eficácia. 
 
1Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
2 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade 
de lei ou ato normativo federal 
 
 
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4
4
 
 
Resumo: 
Para ADC e ADI o Parâmetro (norma constitucional ofendida) deve ser a CF ou Tratados e Convenções 
Internacionais com força de Emenda Constitucional, enquanto o Objeto (o que ofende a CF) deve ser LEI ou ATO 
NORMATIVO, dotado de generalidade e abstração. 
Cuidado: se o ato não for dotado de generalidade (meramente regulamentar), a lei já perdeu a utilidade, ou foi 
elaborada pelo PCO, não pode ser objeto de ADC e ADI. 
 
3.2. ADPF 
 
PARÂMETRO: 
Lembre-se: Parâmetro é a norma ofendida, e não o objeto da ação. 
Na ADPF o parâmetro são os preceitos fundamentais. 
Os preceitos são os fundamentais e não constitucionais. Nem todos os preceitos constitucionais são fundamentais. 
Ninguém sabe o que são Preceitos Fundamentais, o STF decide caso a caso. Nas palavras do próprio STF “Cabe 
apenas ao STF, como guardião da Constituição, dizer quais são os preceitos fundamentais”. 
Ou seja, não adianta traçar parâmetros, pois é o Supremo quem decide, embora alguns autores tracem algumas 
linhas gerais. 
 
Objeto: 
Como já visto o objeto é o que ofende a CF (Lembre-se do nosso exemplo acima, o objeto é a Lei Maria da Penha) 
O objeto será qualquer ato do poder público. Veja a Lei 9882/99, artigo 1º: 
Art. 1º. A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo 
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder 
Público. 
Parágrafoúnico. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual 
ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; 
 
Não são admitidos como objeto de ADPF: 
a) Atos tipicamente regulamentares 
É o mesmo entendimento da ADI. 
b) Súmulas 
c) PEC – Proposta de Emenda à Constituição 
Isso ocorre porque a proposta não está finalizada, ela ainda está em processo de formação. Só depois de aprovada 
como Emenda que ela vai pode ser discutida no Supremo. 
d) Veto 
 
RESUMO: 
Na ADPF o parâmetro são os Preceitos Fundamentais, enquanto o objeto é qualquer ato do poder público. 
Excluem-se Atos tipicamente regulamentares, Súmulas, PEC, Veto 
 
3.3 Aspecto Temporal: 
 
Um ato só pode ser questionado em ADC/ADI quando é posterior ao parâmetro. 
Exemplo: um artigo do CP (que é de 1940) não pode ser objeto de ADI e ADC, pois o objeto é anterior ao 
parâmetro (CF/88). 
Já a ADPF admite atos anteriores e posteriores ao parâmetro, não importa. 
 
 
VEJA UM QUADRO: 
 ADC e ADI ADPF 
 
 
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4
5
 Objeto (o que ofende 
a CF) 
Lei ou Ato Normativo. Qualquer ato do poder público 
Parâmetro (norma 
constitucional ofendida) 
CF ou Tratados e 
Convenções Internacionais com 
força de Emenda Constitucional, 
Preceitos Fundamentais 
 Exceções ao Objeto 
 
Ato meramente regulamentar 
 
Lei que já perdeu a utilidade 
 
Lei elaborada pelo PCO 
 
Lei anterior a Parâmetro 
Ato meramente regulamentar 
 
Súmulas 
 
PEC 
 
Veto 
 
4. Aspecto Espacial 
4.1. ADC: só pode lei ou ato normativo da esfera federal. 
4.2. ADI: pode lei ou ato normativo tanto da esfera estadual quanto da esfera federal. 
4.3. ADPF: pode ato do poder público das três esferas, municipal, estadual e federal. 
 
 
DICA: Coloque em ordem alfabética: 
 C - federal 
 I - federal/estadual 
 PF - federal/estadual/municipal 
 
Para saber sobre o Distrito Federal, lembre-se que uma lei do DF trata de um objeto municipal E estadual. Logo 
uma lei do DF pode ser objeto de ADPF sem problemas. Em relação à ADI pode ser objeto se a competência 
legislativa for estadual, mas não municipal (Súmula 642, STF). 
STF Súmula nº 642 - Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua 
competência legislativa municipal. 
 
5. Decisão de Mérito: 
 
5.1. Quorum 
 
O quorum de VOTAÇÃO mínimo, ou seja, o número de Ministros que devem estar presentes na votação, é 2/3 (ou 
seja 8 ministros). 
Já o quorum mínimo para APROVAÇÃO DA DECISÃO,é o da maioria absoluta, ou seja, 6 ministros. 
ENTENDA: O STF tem 11 ministros. Para começar a votar devem estar presentes 2/3 (ao menos 8). Para aprovar a 
decisão deve haver o voto da maioria dos ministros integrantes, e não dos presentes (ao menos 6 ministros). 
 
5.2. Eficácia contra todos e efeito vinculante: 
 
Observe o art. 102, §2º, CF: 
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas 
esferas federal, estadual e municipal. 
A eficácia erga omnes atinge a todos (particulares e poderes públicos), enquanto o efeito vinculante se dirige 
apenas ao Judiciário (exceto o STF) e ao Executivo. 
 
5.2.1. O efeito vinculante e o STF: 
 
 
 
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6
 Em relação a não vinculação do STF, cumpre salientar que isso significa que futuramente, existindo razões que 
justifiquem uma nova análise da tese jurídica, ele poderá revê-la. No entanto, os ministros e as turmas ficam 
vinculados, enquanto o Tribunal não mudar o posicionamento. 
Caso contrário, haveria uma fossilização da Constituição, pois o STF jamais poderia rever um posicionamento. 
Se o STF, em contrapartida, disser que a lei é constitucional, ela permanecerá válida, de modo que pode ser revista 
a qualquer tempo, havendo, é claro, motivos razoáveis que justifiquem uma nova apreciação pelo Tribunal. 
5.2.2. O efeito vinculante e o Poder Legislativo: 
 
Em relação ao Poder Legislativo, a não vinculação se refere apenas à sua função legiferante. No entanto, em 
relação às funções fiscalizatórias, administrativas e jurisdicionais, o Poder Legislativo fica vinculado. 
 
5.3. Eficácia Temporal 
 
O Brasil adota o entendimento de que a lei inconstitucional já nasce assim, de modo que a inconstitucionalidade 
tem efeito ex tunc. 
No entanto, no direito brasileiro é admitida a modulação temporal dos efeitos da decisão, ou seja, 
excepcionalmente, o STF pode conferir efeito ex nunc ou efeito prospectivo. Veja os artigos 27, da Lei 9.868/99 e art. 
11, da Lei 9.882/99. 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança 
jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus 
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em 
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
Pra essa modulação ser feita, veja que é necessário a maioria de 2/3 de seus membros, e que haja razões de 
segurança jurídica ou excepcional interesse social. 
O STF, então, ponderará o Princípio da Nulidade (já que a lei é um ato nulo) com os Princípios da Segurança 
Jurídica e Excepcional Interesse Social. 
 
5.4. Extensão da Declaração: 
O Supremo pode utilizar as seguintes técnicas: 
 Declaração de Nulidade com Redução Total ou Parcial de texto 
Na redução total, o tribunal declara toda a lei ou todo o dispositivo inconstitucional. Na redução parcial, será 
declarada parte da lei ou parte do dispositivo. Lembre-se que na declaração parcial poderá incidir a 
inconstitucionalidade sobre uma determinada palavra ou expressão, desde que não altere o significado do disposto. Se 
a palavra mudar o sentido do dispositivo, este deve ser declarado inconstitucional como um todo. 
 Declaração de Nulidade sem redução de texto ou Interpretação conforme a Constituição: 
O Tribunal exclui um determinado sentido atribuível ao dispositivo sem que aja qualquer alteração no seu texto. 
 Inconstitucionalidade Consequencial ou por arrastamento ou por atração. 
Esta Inconstitucionalidade significa que quando dois dispositivos são interligados, o STF pode declará-lo 
inconstitucional mesmo sem ele ter sido provocado. O segundo dispositivo é consequência direta do primeiro 
dispositivo. 
 
6. Liminar: 
 
6.1. Quorum 
É o mesmo para decisão de mérito: 
 Ministros que devem estar na votação: 2/3 - 8 ministros. 
 Ministros que devem aprovar a decisão: Por maioria absoluta, ou seja, 6 ministros. 
Contudo, há algumas decisões que o relator monocraticamente pode proferir a decisão. Veja: 
 ADI: Durante o recesso do tribunal ou nos casos de extrema urgência. 
 ADPF: Durante o recesso do tribunal ou nos casos de extrema urgência ou perigo de lesão grave. 
 
6.2. Eficácia contra todos e efeito vinculante: 
 
Os efeitos da liminar também são erga omnes vinculante. 
O julgamento da ADC e da ADI deve suspender nos Tribunais os demais processos que envolvam aquela lei. 
 
 
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6.3. Efeitos Temporais: 
 
Em relação à ADI, a regra é que a lei ou ato normativo será moldada com efeito “ex nunc”, uma vez que a decisão 
ainda é cautelar. Assim, suspende a aplicação daquela lei dali pra gente, até que sobrevenha uma decisão final. 
Observe que o Tribunal, todavia, pode manipular os efeitos desta decisão, conferindo, inclusive, efeitos “ex tunc”, 
mas isso deverá ser expresso na decisão. Assim, o efeito ex nunc é a regra, e o ex tunc é a exceção. 
O §2º, do art. 11, Lei 9868 por sua vez, trata do EFEITO REPRESTINATÓRIO TÁCITO. Segundo o artigo, 
quando uma lei é suspensa em sede de liminarou não, a lei anterior volta ao vigor, para que o país não fique sem lei 
sobre o assunto, salvo expressa manifestação em contrário. 
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação 
em sentido contrário. 
Entenda como seria: 
 
 
Exemplo: 
 
No ano de 2010 a lei 10/2000 é revogada pela lei 20/2010. 
No ano de 2012 a lei 20/2010 é impugnada por uma ADI. 
Nesta ADI, o STF concede uma liminar para suspender a lei 20/2010. Ao suspender esta 
lei, a legislação anterior volta a fazer efeitos (no caso, a lei 10/2000), para evitar um vácuo 
legislativo. 
Frisa-se, o STF pode determinar expressamente que isso não ocorra. 
 
7. Aspectos comuns a ADI, ADC e ADPF: 
a) Elas não admitem desistência, assistência e nem Intervenção de Terceiros (Somente Amicus Curiae). 
b) A decisão de mérito é irrecorrível, salvo os Embargos Declaratórios. 
c) Não cabe ação rescisória. 
d) PGR: O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em 
todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. 
e) AGU: Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a INconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato 
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. 
 
8. Observações Importantes: 
 É requisito de admissibilidade da ADPF a inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesividade (tem 
caráter subsidiário). Assim, só cabe ADPF se não couber outra ação sobre ela, se couber ADI ou ADC, não cabe 
ADPF. 
 Pode haver fungibilidade entre ADI e ADPF e entre ADI e ADO. 
 
 
6.2. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1. Competência: 
A diferença entre controle abstrato e difuso é o agente que vai realizar esse controle. Podem exercer o controle 
difuso, qualquer Juiz ou Tribunal, dentro do âmbito de sua competência, inclusive de ofício. 
Isso pode ser feito, inclusive, pelo STJ. 
Observe que o controle difuso se realiza em qualquer espécie de ação ou recurso, seja HC, MC, REsp, não importa. 
 
2. Finalidade: 
A finalidade principal é a proteção de direitos subjetivos (processo constitucional subjetivo). A pretensão não é 
assegurar a supremacia da CF, mas sim proteger direitos objetivos nos casos concretos. 
Quando a pessoa ajuíza a ação, ela não pede para o juiz declarar a inconstitucionalidade. O juiz que, para acolher a 
pretensão do autor, acaba tendo que declarar a inconstitucionalidade da lei. 
 
 
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8
 O foco são os direitos subjetivos, a inconstitucionalidade é incidental. 
 
3. Legitimidade: 
Qualquer pessoa que tenha um direito subjetivo violado por uma norma inconstitucional. 
 
4. Parâmetro 
Qualquer norma formalmente constitucional. 
Não se esqueça que também podem ser parâmetro Tratado e Convenções Internacionais de Direitos Humanos, com 
quorum de EC (3/5 e 2 turnos – art. 5º, §3º, CF). 
Muito Cuidado: se uma norma já foi revogada, ela não mais afeta a CF, logo não há que se falar em 
ADI/ADC/ADO pra discutir uma lei/ato revogado; contudo, no controle difuso deve-se assegurar os direitos 
subjetivos. Pode ser que uma lei de 1980 tenha violado um direito seu, garantido pela CF anterior, a pessoa pode 
pedir, desde que não esteja prescrito. 
Assim, se na época que o fato ocorreu o parâmetro era vigente, ele pode ser invocado. 
 
4. Objeto: 
Não existe nenhum requisito específico para determinar o objeto no controle difuso. Qualquer ato que viole algum 
parâmetro pode ser questionado. 
 
5. Efeitos da Decisão: 
A decisão só terá efeito inter partes. Existem maneiras, contudo, de estender os efeitos da decisão, mas isso será 
visto depois. 
 
6. Cláusula da Reserva de Plenário: 
Prevista no art. 97, CF. 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial 
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 
6.1. Características a serem preenchidas para submeter a questão à Reserva de Plenário: 
 
a) Maioria Absoluta: 
Quando a CF exige a maioria absoluta para qualquer caso, ela exige mais de 50% dos membros daquele órgão 
(cuidado, a maioria relativa é a maioria dos presentes na sessão, a absoluta é a maioria dos que compõem em órgão). 
Ex: Se são 11 membros que compõe a casa, a maioria será 6. 
Neste caso, a maioria absoluta deve ser do pleno (todos os ministros/desembargadores) ou um órgão especial que 
faça as vezes do pleno. O órgão especial está previsto no art. 93, XI, CF. Cuidado, não são todos os tribunais que 
podem criar órgão especial, devem ter no mínimo 25 julgadores. 
 
b) Só aos Tribunais: 
Ademais, a cláusula de reserva de plenário só se aplica aos Tribunais. Logo, não se aplica aos juízes singulares ou 
às turmas recursais. 
 
c) Declaração de INconstitucionalidade: 
Ela só precisa ser observada nos casos de inconstitucionalidade da Lei e não de constitucionalidade. 
Observe, contudo, que o órgão especial/pleno não analisará o caso concreto, ele só analisará a 
inconstitucionalidade em tese do ato impugnado. Quem resolve acerca do caso concreto é a Câmara. Esta decisão 
funcionará, a partir de agora, como Leading Case. A partir de então, os demais órgãos do tribunal deverão observar 
este precedente. 
 
6.2. Exceções à Reserva de Plenário – MUITO IMPORTANTE: 
a) Quando a Inconstitucionalidade já tiver sido reconhecida pelo pleno ou órgão especial do tribunal. Art. 482, 
parágrafo único, CPC. 
b) Quando a tese já tiver sido declarada inconstitucional pelo STF, em controle difuso. 
 
 
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 c) Quando a Câmara decidir pela Constitucionalidade e não a inconstitucionalidade. 
Veja a Súmula Vinculante nº 10. 
SV 10. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, 
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
Esta Súmula surgiu para evitar as declarações escamoteadas de constitucionalidade, isso porque muitos tribunais 
não respeitavam a reserva de plenário, usando a “desculpa” da interpretação conforme. Logo, se o tribunal não aplicar 
a lei por ela ser incompatível com a Constituição, ele deve ser remetido ao pleno. 
 
7. Suspensão pelo Senado (art. 52, X, CF) 
É a suspensão, pelo Senado, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Assim, a decisão do 
STF que era inter partes ganhará efeitos erga omnes pela suspensão do Senado. 
Características: 
a) Esta hipótese só se aplica ao controle difuso, nunca ao concentrado. 
Isso porque o Senado não precisa suspender uma lei, porque a decisão do controle concentrado já tem efeitos erga 
omnes. 
b) Esta suspensão só ocorrerá quando a lei for declarada Inconstitucional. 
No caso de ato pré-constitucional, não pode o Senado suspender a lei, pois não é um caso de inconstitucionalidade, 
mas sim de Não Recepção pela nova CF. 
c) Segundo o entendimento do STF, trata-se de um ato discricionário. 
O Senado suspende se e quando quiser. 
d) Senado pode suspender a lei em todo ou em parte. 
Contudo, a suspensão da execução tem que se ater aos exatos limites da decisão proferida pelo STF. 
Observe, é um ato discricionário, o senado escolhe se vai suspender ou não, mas se for suspender deve suspender 
nos moldes decididos pelo STF. 
e) Alcance da Suspensão: 
A suspensão pode ser de Leis Federais, Estaduais e Municipais, independente de ser um órgão federal. 
 
 
ENTENDENDO AS LEIS QUE TRATAM DO CONTROLE CONCENTRADO: 
 
1) CF 
Art. 102. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas

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