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Gestão de 
Suprimentos
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 
(PROPEP)
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitoria de Administração Acadêmica
(PROAC)
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância
(NEAD)
Márcia Loch
CATALOGAÇÃO NA FONTE 
NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS – UNIGRANRIO
P324g Paula, Vilson Vieira de.
Gestão de Suprimentos / Vilson Vieira de Paula. – Duque de Caxias, RJ: 
UNIGRANRIO, 2020. 
181 p.: il. ; 23 cm
Referências: p. 179.
ISBN: 978-65-89635-25-3
1. Logística empresarial. 2. Gestão de suprimentos. 3. Controle de estoque. 4. 
Administração de materiais. I. Título.
CDD – 658.5
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Vilson Vieira de Paula
1ª Edição
Copyright © 2020, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD)
Virginia Genelhu de Abreu Francischetti
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão 
(PROPEX)
Nara Pires
Sumário
Apresentação ..................................................................................... 7
Objetivo Geral .................................................................................... 9
Conceituação e Importância da Gestão de Suprimentos para as 
Organizações
Para início de conversa… ................................................................... 11
Objetivo ............................................................................................ 13
1. A Importância da Gestão de Estoques e dos Suprimentos para 
 as Organizações ................................................................... 15
2. As Áreas da Administração de Materiais (Planejamento, Compras 
 e Armazenagem) ................................................................. 19
3. Atividades de Classificação, Descrição e Codificação de Materiais . 24
3.1 A Classificação de Materiais ................................................... 26
3.2 Tecnologias Aplicadas à Classificação de Materiais ..................... 30
3.3 Leitura por Radiofrequência .................................................... 32
Referências ........................................................................................ 33
Dimensionamento e Controle de Estoques
Para início de conversa… ................................................................... 35
Objetivos ........................................................................................... 37
1. Métodos de Planejamento para os Estoques ............................. 39
2. Sistemas de Controles de Estoques ........................................ 46
3. Controle e Acuracidade de Estoques ......................................... 52
Referências ........................................................................................ 57
Níveis de Estoques
Para início de conversa… ................................................................... 59
Objetivo ............................................................................................ 61
1. Conceito e Aplicação da Curva Dente de Serra e os Elementos 
 de Ressuprimento ................................................................. 63
2. Cálculo do Estoque de Segurança, Tempo de Reposição e 
 Ponto de Pedido ................................................................... 67
3. Cálculo do Nível Operacional, Quantidade de Ressuprimento, Nível 
 de Ressuprimento ................................................................. 72
Referência ......................................................................................... 77
Classificação ABC de Materiais
Para início de conversa… ................................................................... 79
Objetivo ............................................................................................ 81
1. Conceito e Aplicação da Classificação ABC de Materiais .............. 83
1.1 Aplicação da Classificação ABC de Materiais .............................. 85
2. Cálculo da Classificação ABC de Materiais ................................. 86
2.1 A Formação do Cálculo .......................................................... 88
3. Construção do Gráfico da Curva ABC ........................................ 91
Referências ........................................................................................ 95
Giro e Cobertura de Estoques
Para início de conversa... ..................................................................... 97
Objetivos ........................................................................................... 99
1. Conceito, Aplicação dos indicadores de Giro e Cobertura de Estoques 101
2. Cálculo do Giro de Estoques ................................................... 102
3. Cálculo da Cobertura de Estoques ............................................ 107
Referência ......................................................................................... 111
Lote Econômico de Compra e Custeio de Estoque
Para início de conversa… ................................................................... 113
Objetivos ........................................................................................... 115
1. Conceito, Aplicação e Representação do Lote Econômico de Compras 117
2. Cálculo do Lote Econômico de Compras ................................... 118
2.1 Desenvolver a Análise Básica .................................................. 120
2.2 Exercícios de Aplicação (Adaptado de Dias, 2005) .................... 121
3. Custo de Estoque (armazenagem, custo de pedido e custo da 
 falta de estoque) .................................................................. 125
3.1 Custo de Armazenagem (CA) ................................................. 126
3.2 Custo de Pedido ................................................................... 126
3.3 Custo da Falta de Estoque ...................................................... 126
3.4 Custo Total (CT) ................................................................... 127
Referência ......................................................................................... 129
Avaliação de Estoques
Para início de conversa… ................................................................... 131
Objetivos .......................................................................................... 133
1. PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair ou FIFO – First in, 
 First out .............................................................................. 135
2. UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair ou LIFO – Last in, 
 First out .............................................................................. 140
3. Custo Médio e Custo de Reposição dos Estoques ....................... 142
3.1 Custo de Reposição de Estoques ............................................. 144
Referência ......................................................................................... 147
Gestão de Compras
Para Início de Conversa… .................................................................. 149
Objetivos ........................................................................................... 151
1. Conceito Básicos dos Sistemas de Compras: Planejamento, 
 Políticas e Organização de Compras ........................................ 153
2. Critérios de Seleção e Métodos de Avaliação de Fornecedores ..... 165
3. Lei das Licitações Públicas (Lei nº. 8666/93) ......................... 172
Referências........................................................................................ 179
Considerações Finais ........................................................................... 181
Apresentação
Ao longo deste livro didático, estudaremos temas relacionados 
à Gestão de Suprimentos, incluindo todos os esforços da organização na 
manutenção de materiais ao longo de sua atividade produtiva, com vistas a 
garantir o nível elevado de serviços.
Nos capítulos, serão apresentados, inicialmente, a importância 
da Gestão de Suprimentos para as Organizações e as técnicas de 
Dimensionamento e Controle de Estoques. 
No assunto Níveis de Estoques, será apresentada a famosa Curva 
Dente de Serra, assunto importantíssimo para profissionais da área de 
Suprimentos. Complementando os estudos sobre Estoques, conheceremos 
a Classificação ABC; Lote Econômico de Compras e Custeio de Estoques; e 
Giro e Cobertura de Estoques. Fechando esse tema, estudaremos a avaliação 
dos estoques.
Concluiremos nossos estudos sobre Gestão de Suprimentos com a 
Gestão de Compras, tendo como um de seus temas principais a Lei das 
Licitações Públicas.
7Gestão de Suprimentos
Objetivo Geral
Desenvolver a escolha da melhor linha de ação em suprimentos, 
programando a disponibilidade de materiais sob a sua responsabilidade.
9Gestão de Suprimentos
Conceituação e Importância da Gestão 
de Suprimentos para as Organizações
Para início de conversa…
Neste capítulo, abordaremos a Gestão de Materiais e sua importância 
para a continuidade das operações nas organizações. O suprimento de itens 
ou materiais é uma condição fundamental para atender aos objetivos da 
organização.
As políticas de abastecimento são parte fundamental para nortear 
decisões de planejamento de aquisição de insumos, políticas de relacionamento 
junto a fornecedores, bem como decisões do que e como comprar para 
atender aos propósitos da organização de forma a fazer um uso inteligente dos 
recursos empregados.
Abordaremos, também, aspectos relacionados à armazenagem, como 
movimentação e estocagem, elemento que merece grande atenção no tocante 
às características do produto.
Por fim, teremos contato com informações fundamentais relacionadas 
à codificação de produtos, elemento crítico para processos de localização, 
compras e vendas de produtos, pois o cadastramento inadequado de produtos 
no sistema representa uma barreira de serviço para o funcionário, dificulta 
o cliente na escolha de produtos por catálogo e pode acarretar aquisições e 
entregas erradas.
11Gestão de Suprimentos
Objetivo
Compreender a importância da Gestão de Suprimentos, considerando 
seu potencial enquanto prática geradora de diferenciais competitivos para as 
organizações.
13Gestão de Suprimentos
1. A Importância da Gestão de Estoques e dos 
Suprimentos para as Organizações
As organizações, em face do momento de grande competitividade e 
da pressão por redução de custos, otimização de investimentos e aplicações 
de recursos, têm na Administração de Suprimentos uma área de importância 
vital para a continuidade de suas atividades.
Diante da necessidade de aprimorar controles e sistemas de medição 
de desempenho, o processo de aquisição, manutenção e dimensionamento de 
estoques cumprem papel de destaque na direção por ganhos de competitividade, 
em um mercado em que o preço final reflete na possibilidade de compra do 
consumidor.
Uma empresa de formação tradicional, para compor suas aquisições, 
segue as seguintes etapas para garantir a sua Gestão de Suprimentos (DIAS, 
2005):
 ▪ Controle de estoques
 ▪ Compras
 ▪ Armazenagem
 ▪ Planejamento e Controle da Produção
 ▪ Importação
 ▪ Transporte e Distribuição
A Gestão de Suprimentos representa os diversos processos, etapas e 
negociações com setores, áreas e empresas, necessários para garantir o nível 
de abastecimento de materiais, tendo, claro, o cumprimento de diretrizes, 
normas legais e éticas para que se tenha disponível o item solicitado em 
tempo hábil e no prazo aceitável.
É uma atribuição fundamental dos profissionais que atuam na Gestão 
de Suprimentos a garantia da disponibilização dos materiais necessários à 
atividade da organização, atuando de forma planejada nos seguintes básicos 
operacionais:
15Gestão de Suprimentos
Básico Operacional Comprometimento da Gestão de Suprimentos
Quantidade ideal Garantir o suprimento ideal de matéria-prima, produtos, itens, insumos, equipamentos e peças, necessários para a atender à demanda da empresa.
Nível de estocagem
Não trabalhar com excesso em estoque, mas com o nível razoável para atender 
às necessidades de estoque para o período definido. O excesso significa que pode 
existir algum erro de pedido, exceto para momentos sazonais.
Eliminação Descarte dos itens que, uma vez em estoque, não são utilizados ou ainda possam estar com validade vencida, ou mesmo danificados e apenas ocupando espaço.
Conhecer a demanda
Saber quais produtos representam o carro-chefe na Gestão de Suprimentos 
representa a dinâmica de que nunca poderá faltar esse(s) produto(s) em estoque.
Antecipar-se, dentro do possível, à demanda de vendas ou consumo e garantir a 
existência e disponibilidade do item.
Cultura de prevenção Ter a prática em preservar os itens armazenados, de forma a salvaguardar de roubos, desperdícios, danos de armazenamento ou perdas.
Estoque de segurança De forma criteriosa, preservar em estoque o suficiente para o consumo da organização ou para a entrega para o cliente final (sendo o caso de distribuição).
 Informação
Disponibilizar, de forma precisa, dados relacionados ao consumo, com efeito de 
estabelecer planejamento na política de investimentos na Gestão de Suprimentos. 
Desenvolvimento de controles confiáveis.
Economicidade
Garantir custos razoáveis e em quantidade menor em estoque, de forma a não 
comprometer as vendas nem o consumo e, ainda, não encarecer o produto no 
momento de sua comercialização.
Ética
Ter ações voltadas a garantir a melhor relação custo-benefício para a empresa e 
não militar em interesses próprios ou de terceiros que, no final, não contribuam 
para a sustentabilidade, transparência e continuidade do negócio.
Observância à lei
Há segmentos que são regulamentados por lei, a exemplo disso o cumprimento 
da Lei das Licitações e Contratos (nº 8.666/93).
Outro aspecto que chama à atenção é quanto a produtos que seguem legislação 
específica de segurança alimentar, produtos perigosos ou, ainda, o cuidado no 
acondicionamento de itens.
Quadro 1: Desempenho da Gestão de Suprimentos. Fonte: Elaborado pelo autor.
16 Gestão de Suprimentos
Os procedimentos abordados no Quadro 1 cumprem a agenda em prol 
da garantia da eficiência operacional, sendo estabelecida pelo compromisso 
de profissionais ligados à Gestão de Suprimentos em cumprirem os básicos 
operacionais, o que, por ter um papel estratégico na gestão empresarial, 
contribui para elevar o nível de serviço ofertado.
Dentre os objetivos essenciais da Gestão de Suprimentos está o de 
otimizar todo o recurso investido em estoque e, ao mesmo tempo, garantir 
a maximização da aplicação de recursos organizacionais. Com essa iniciativa, 
evitam-se custos adicionais ou, ainda, o retrabalho com aquisições de última 
hora, em que nem sempre segue a razão de melhor preço para a empresa, em 
função da necessidade imediata.
O estoque de produtos, insumos, matéria-prima ou de itens necessários 
ao andamento da empresa, no cumprimento de suas funções junto à sociedade, 
tende a representar investimentos da ordem de 25% a 40% dos custos totais 
geridos em uma organização; percebe-se, então, como essa área representa 
grau de importância para a sobrevivência da empresa.
O tipo de serviço, estratégias de entrega e distribuição, bem como 
políticas de pedidos são parte integrante da dinâmica de funcionamento dessa 
área, deixando de ser simplesmente o local onde são armazenados produtos 
ou matérias-primas.
Controlar suprimentos, então, representa uma atividade querequer 
investimentos em tecnologia, sincronismo com a área comercial, logística e 
finanças, para que sejam garantidos os níveis de estocagem ideais frente à 
oscilação da demanda.
A previsão de vendas representa um mecanismo importante para a 
manutenção de estoques, pois, do momento do pedido até o da entrega, é um 
período que em momento algum deve incluir a falta de produtos para atender 
à demanda.
A Gestão de Suprimentos funciona como amortecedor das incertezas 
quanto à necessidade de produtos para entregar ou, ainda, para consumo 
17Gestão de Suprimentos
interno, pois trabalhar com estoque zero é algo quase impossível, dependendo 
do setor de atuação da empresa. O que não pode acontecer é a produção parar 
por falta de algum material necessário ao processo produtivo, ou, ainda, uma 
venda ter sido frustrada em face da ausência de algum produto em estoque 
para a entrega.
Diante disso, algumas providências são adotadas como forma de 
evitar a ruptura de estoques (falta de um item) ou, simplesmente, melhorar 
os mecanismos de controle de estoques. O desafio constante, então, é que a 
área não opere em colapso, com deficiência de materiais em estoque ou com 
excesso de mercadorias, o que demonstra alguma ineficiência no pedido 
feito, levando a investimentos em inventário, além da necessidade real da 
empresa; é esse meio termo o grande desafio aos profissionais da área de 
Gestão de Suprimentos.
A boa gestão de materiais, portanto, segue condições técnicas e 
econômicas conforme as diretrizes e política de investimentos de cada 
organização. Para tal, a otimização de recursos representa uma das habilidades 
indispensáveis ao Gestor de Suprimentos.
A Gestão de Suprimentos está dividida em três pilares básicos que 
sustentam essa importante área de negócio, vital à manutenção das atividades 
da organização.
Planejamento Compras Armazenagem
Gestão de Suprimentos 
Figura 1: Três pilares básicos da Gestão de Suprimentos. Fonte: Elaborado pelo autor.
18 Gestão de Suprimentos
Veja a definição desses pilares, a seguir:
Planejamento
Este segmento, também chamado de Gestão de Estoques, representa 
a área que possui como responsabilidade primária as tomadas de decisões 
quanto ao quantitativo a ser adquirido, como: o que comprar, em que 
momento comprar e outros dados, como qual a quantidade a ser comprada 
ou adquirida.
 
Compras
Este representa a área da Gestão de Suprimentos encarregada da missão 
de escolher de quem comprar, a forma em que essa compra é feita, condições 
de pagamentos e prazos acordados para pagamento, ou seja, a negociação a ser 
feita para garantir a existência do item em estoque para atender à demanda 
da empresa.
Armazenagem
Nesta etapa, a Gestão de Suprimentos tem como responsabilidade o 
recebimento, movimentação ou deslocamento de materiais, a observância das 
condições de empilhamento e estocagem de produtos e cuidados específicos, 
conforme suas características físico-químicas. 
2.	 As	Áreas	da	Administração	de	Materiais	
(Planejamento, Compras e Armazenagem)
A Gestão de Suprimentos faz uso de três etapas essenciais na Administração 
de Materiais para obtenção de resultados consistentes: Planejamento de Materiais, 
Compras de Materiais e a Armazenagem de Materiais.
Alguns autores apresentam organogramas com configurações variando 
quanto à forma, mas, em tese, o que acontece no segmento da Gestão de 
Suprimentos está apresentado na Figura 2, a seguir:
19Gestão de Suprimentos
Classificação de Material
Previsão de Estoques
Controle de Estoques Transporte Movimentação Estocagem
Diligenciamento
Contratação
Cadastro de 
Fornecedores
Armazenagem:
Compras:
Planejamento:
Figura 2: Organograma de Administração de Materiais. Fonte: Elaborado pelo autor.
As subáreas da função Planejamento serão descritas a seguir.
Na etapa de planejamento, são definidas as políticas de estoque, 
a metodologia empregada para a definição dos níveis de estocagem e a 
classificação e codificação dos itens. Nessa fase, também são abordados assuntos 
relacionados aos controles necessários para acompanhar o uso e aplicação dos 
itens adquiridos, pois representa investimento considerável na organização.
Planejamento
Classificação 
de Material
São os processos relacionados à identificação do material de forma funcional para a organização, clientes 
e a todos os que demandam pelo item. Ainda se inclui nessa atividade a codificação, com a criação de 
códigos que facilitem a inserção no sistema de informações, assim como catalogar os diversos produtos 
que a empresa reúne em estoque, de forma a facilitar identificação, análise de volume de vendas e 
acompanhamento do nível de estocagem.
Previsão de 
Estoques
Representa a sequência de atividades que objetiva encontrar, de forma convincente, a quantidade 
ideal necessária para atender à demanda da empresa, para que, dessa forma, se possa chegar ao 
volume em estoque ideal. Lança-se mão de cálculos, técnicas e informações que auxiliem a definir 
quantidades a adquirir, quando comprar e, com isso, ter o produto certo, no lugar certo, na hora certa 
e na quantidade certa.
20 Gestão de Suprimentos
Controle de 
Estoques
É formado por diversos controles e registros de materiais armazenados no interior da empresa com 
a devida acurácia, quanto às movimentações, entradas e saídas de materiais. O controle de seu 
uso também representa tarefa importante, pois auxiliará no melhor conhecimento de quantidades a 
comprar, o tempo razoável de espera por um pedido e a garantia de não ter excesso e nem faltas de 
um produto.
Quadro 2: Etapas de planejamento. Fonte: Elaborado pelo autor.
O processo de compras segue etapas importantes, pois tem como 
propósito a garantia dos valores e princípios da organização contratante, 
sendo observados aspectos como: cultura, valores, equipamentos, tecnologia, 
perfil funcional, fama da empresa no mercado, entre outros. Observe o 
Quadro 3:
Compras
Cadastro de 
Fornecedores
Representa os diversos procedimentos necessários à qualificação de um fornecedor, 
com análise de parâmetros e documentos que comprovem a idoneidade da 
empresa terceira. 
A qualificação é o processo necessário para firmar a parceria de trabalho e tem 
como objetivo verificar se a empresa atende aos parâmetros básicos, tais como: 
qualidade do serviço, tempo de entrega e preço cobrado (trilogia). O objetivo 
desse processo é, justamente, garantir qualidade aceitável quanto ao trabalho da 
empresa terceira.
No cadastro formado, a empresa contratante faz seu contato para solicitar o 
atendimento em sua demanda.
Etapas complementares do cadastro de fornecedores:
Entre o cadastro de fornecedores e a contratação, existe a seleção da proposta 
mais vantajosa, feita após o envio da solicitação de cotação aos fornecedores 
presentes no cadastro de fornecedores.
Após o recebimento das propostas comerciais e da marcação de dia e data, faz-se a 
equalização de propostas e a escolha da mais vantajosa; só então passa à emissão do 
pedido de compras ou celebração de contrato de fornecimento ou prestação de serviços.
21Gestão de Suprimentos
Contratação
Uma vez feitos a seleção e o atendimento aos requisitos essenciais por parte da 
empresa contratante, o contrato é assinado para a prestação de serviços.
Uma vez emitida a ordem de compra, a empresa terceira deve direcionar esforços 
para o atendimento da empresa contratante, sempre observando a legislação e o 
atendimento às regras da empresa contratante.
Atenção:
No caso de fornecimento de itens em uma única vez, emite-se um pedido de 
compra, que funciona como um contrato celebrado entre as partes, no qual 
serão mantidas as condições comerciais resultantes da negociação feita.
Follow-up e 
Diligenciamento
Esta etapa refere-se ao acompanhamento do pedido em suas diversas etapas (de 
emissão do pedido de compras até sua finalização com a entrega do produto). É 
também chamada de gerência do contrato. 
Nela, pode ocorrer o acompanhamento “in loco” de representantes daempresa 
contratante na empresa fornecedora, para comprovar processos, etapas e 
instalações. É a verificação da qualidade atestada nos processos e da competência 
da empresa em atender aos requisitos de qualidade.
Já o diligenciamento é a etapa em que ocorre a nomeação de um representante da 
empresa contratante, sendo que este cuidará da gestão do contrato, evitando que 
este finde de forma prematura ou antecipada.
Transporte
Esta etapa é destinada ao deslocamento do produto ou material até o cliente. É 
comum, nesta etapa, o uso de empresas prestadoras de serviço para fazerem o 
transporte do item. 
Quadro 3: Etapa de compras. Fonte: Elaborado pelo autor.
Na fase de armazenagem, o produto está por conta da empresa, e alguns 
cuidados são necessários para que os itens não sejam mal acondicionados, 
ocorram desperdícios ou sejam extraviados das instalações da empresa.
Cuidados com segurança e práticas de movimentação de materiais 
são válidos, pois mantêm o alto investimento feito pela empresa ao adotar 
níveis de estoque para a manutenção de suas atividades. Observe as etapas 
a seguir:
22 Gestão de Suprimentos
Armazenagem
Movimentação
Recebimento
Nesta etapa, consta a movimentação física do material envolvendo subprocessos, tais como: conferência, 
recebimento e estocagem. Nela, é importante a verificação da nota fiscal em relação às quantidades, unidades de 
medida, valores, marcas, responsável pelo pagamento do transporte, prazo para pagamento, o produto e sua real 
materialidade com os itens em recebimento. 
Esta etapa é muito importante, pois, nela, devem ser verificadas avarias, a conformidade dos materiais, 
quantidades, entre outros aspectos, pois, uma vez recebidos os itens, a responsabilidade pelo material é 
transferida para quem os recebe.
Após os processos voltados para a movimentação e registro da nota fiscal nos controles de entrada do estoque 
(fichas ou sistemas informatizados), esta é direcionada para a área financeira para o(s) funcionário(s) 
responsável(is) por contas a pagar, em que é imputado o comando de pagamento, conforme condições 
combinadas no processo de compras.
Mais atividades envolvidas na movimentação: 
Os processos de movimentação de materiais incluem, também, a separação de produtos para atendimento de 
solicitações de reabastecimento de linhas de produção e processos que envolvem a transferência entre unidades 
de negócio ou envio para clientes. Aqui serão tratadas a separação (picking ou apanhe), conferência física, 
embalagem, pesagem, emissão de documentos fiscais, expedição; fala-se, ainda, sobre o reabastecimento de 
áreas de separação ou apanhe e reincorporação de itens devolvidos.
Expedição
Nesta atividade, cuida-se do deslocamento físico do material para o seu devido destino, conforme setores ou 
áreas solicitantes.
 
Estocagem
Guarda
Representa a atividade de salvaguardar o material em estoque, sendo responsabilidade do setor que faz a sua 
guarda. Nesse caso, chama-se de almoxarifado ou depósito, cabendo à empresa definir o melhor nome para o 
setor que faz a guarda do produto. 
Localização
Nesta etapa, pode ser feito o uso de sistemas de informações para definir a melhor localização do produto.
Preservação
Esta etapa assume grande importância, pois destina-se a atender às regras de armazenagem do produto, 
condições de empilhamento e localização ideal no estoque; esse processo cuida para que se evitem avarias de 
produto e para que seja garantida a sua integridade. 
Segurança
Representa os cuidados com os materiais, a fim de evitar roubos, extravios, perdas, incêndios, alagamentos e 
outras possibilidades de sinistros que sejam contidas com ações que garantam a salvaguarda do material. 
Quadro 4: Etapa de armazenagem. Fonte: Elaborado pelo autor.men
23Gestão de Suprimentos
3. Atividades de Classificação, Descrição e 
Codificação de Materiais
A Gestão de Suprimentos, para que atinja os objetivos de excelência 
conforme o que se espera dessa área, exige uma boa gestão de materiais, 
por meio de um conjunto de informações interligadas, proporcionando à 
organização o atendimento de suas demandas.
A gestão de estoques consiste no balanceamento da demanda da 
organização e seus recursos disponíveis para investimento. Para obtenção 
de êxito nesse processo de gestão da informação, a Classificação, Descrição 
e Codificação de Materiais tornam-se elementos básicos para suportar a 
necessidade de eficiência no atendimento às necessidades da organização.
Um bom ponto de partida para elaborar a classificação de estoques 
está em conhecer os produtos, itens ou materiais que trafegam no interior da 
empresa – como origem, componentes, fabricantes, destino e aplicações –, 
pois esse amplo conhecimento facilitará o processo de codificação.
Conheça a Sigla SKU
SKU: Stock Keeping Unit ou Unidade de Manutenção de Estoque indica o código que 
representa, de forma única, um produto, material ou item armazenado em estoque, sendo 
essa a forma inicial para elaboração da política de codificação de produtos na empresa.
Cuidados são importantes quando lidamos com a informação do SKU, 
pois a codificação deve estar atenta a detalhes. Tomemos como exemplo uma 
empresa que, em seu interior, gerencie a armazenagem de diversos itens, 
dentre eles relógios: um relógio de mergulho com o código SKU 0530 e uma 
caixa de relógios, da mesma marca, com o código SKU 0550. Então, SKU 
0530 trata de uma coisa e o código SKU 0550 trata de outra coisa, pois um 
se refere a uma unidade e o outro a 10 unidades.
Curiosidade
24 Gestão de Suprimentos
Os problemas com o SKU e a troca desses códigos no sistema 
podem parecer sem muita importância, mas a troca desses registros traz 
sérios problemas na apuração financeira e, principalmente, na apuração de 
inventário, sendo esse um problema típico da gestão de estoques, em que 
um descuido de cadastramento e baixa no sistema pode gerar uma diferença 
gigantesca no financeiro.
Em suma, para cada produto, item ou material, associado a ele, deve 
haver uma única codificação, entendendo que produto único recebe um 
código, enquanto produtos em caixa (em apresentações diferentes de cores, 
acabamentos ou quantidades) receberão um outro código, por serem itens 
diferentes na forma de apresentação e venda. 
No Brasil, outro fator que pode ser problemático na criação de 
SKU representa o regionalismo, em que um produto tem um nome 
em uma região e, em outro Estado da federação, outro. Um exemplo 
é o da tangerina, conhecida conforme a região por diversos nomes, 
laranja-mimosa, mandarina ou fuxiqueira; laranja-cravo; bergamota; 
clementina e mexerica. 
A Gestão de Suprimentos possui como um de seus pilares a política 
de cadastro de materiais, que passa pela escolha assertiva do cadastro de 
produtos, considerando os diversos fatores que envolvem o item, de fator 
regional, cultural ou de características do produto em si. 
A formação do cadastro do item, influenciará no Planejamento da 
Informação, Movimentação de Estoque e no Inventário desse estoque, 
contendo dados como fábrica, unidade da empresa, dia, horário e mais 
informações que sejam necessárias ao cadastro e registro do material.
25Gestão de Suprimentos
Código
Data/Hora
Filial/Fábrica
Código
Local de armazenagem
Filial/Fábrica
Dados do lote
Código
Especificações técnicas
Descrição simplificada
Unidades de medida
Informações de 
planejamento Movimentos de estoque Saldos de estoque
Mestre do Item
Código
Tempos de reposição
Filial/Fábrica
Tempo de transporte
Figura 3: Formação estrutural do cadastramento de itens. Fonte: Adaptado de Accioly; Ayres; Sucupira (2008).
3.1 A Classificação de Materiais
A boa classificação de materiais deve reunir simplicidade e praticidade 
em sua essência, pois deve funcionar como apoio à operação da organização, 
e não como uma barreira à boa aplicação da informação no sistema. Então, 
códigos associados ao nome ou codificações que distinguem categorias da 
mesma classe de produtos, sendo algo familiaraos empregados que fazem uso 
dessa informação, funcionam de forma muito positiva.
26 Gestão de Suprimentos
A classificação de materiais representa um método inteligente e prático 
de construção de dados associados, que distinguem um item dos diversos 
outros pertencentes ao estoque de uma organização. 
A boa formação de um sistema de classificação de materiais segue três 
pilares, sendo a base para a estruturação da informação:
Normalização
A maneira de uso
Padronização
Um padrão de processo
Codificação
A forma de codificar
Figura 4: Pilares da classificação de materiais. Fonte: Elaborado pelo autor.
Para a normalização, vale destacar as suas vantagens quando aplicada 
à Gestão de Suprimentos, pois preocupa-se com os critérios de codificação do 
produto, forma de uso e manuseio e aplicações:
 ▪ redução de custos e uso adequado;
 ▪ uso racional do material;
 ▪ facilitar processos de armazenagem;
 ▪ nomenclatura padrão para a empresa.
A padronização é o processo de definição dos parâmetros, processos 
e uniformização de procedimentos, para codificação de produtos, manuseio, 
armazenagem e qualidade. Ela traz grandes oportunidades para as empresas, 
principalmente as que possuem grande quantitativo de funcionários e diversas 
unidades de negócio pois contribui em:
 ▪ facilitar a armazenagem;
 ▪ permitir maior velocidade para cadastro, localização e contabilização 
do material;
 ▪ permitir melhor margem de negociação com fornecedores;
 ▪ permitir a redução de itens com mesma funcionalidade em estoque;
 ▪ permitir a redução do retrabalho para aquisições, assim como 
redução em custos.
27Gestão de Suprimentos
A codificação representa o elemento-chave do processo de identificação 
do produto, item ou material na organização. Para tal, é importante que 
a escolha deste esteja atualizada com o contexto de negócio no qual a 
empresa está inserida. Uma codificação, seja envolvendo números, letras ou 
simplesmente códigos, é importante que tenha alguma coerência para quem 
trabalha com essa informação.
Os pilares da classificação de materiais servem de base para o 
Planejamento da Gestão de Suprimentos. Tal processo precisa ser amadurecido 
no meio gerencial, sendo tema de reuniões que permitam chegar a um 
consenso em relação à apresentação da informação e como deve ser feito o 
tratamento, análise de dados e possíveis críticas quanto ao seu emprego na 
gestão de estoques.
A definição do Padrão de Descrição de Material (PDM) deve ser o 
processo anterior à classificação de materiais, pois, nesse acordo ou convenção, 
decidirão mecanismos padrões e formas de cadastramento e identificação dos 
materiais, sendo adotados os seguintes critérios de importância:
 ▪ nomenclatura comum do produto;
 ▪ atribuições associadas ao produto;
 ▪ siglas relacionadas ao produto;
 ▪ identificação fiscal e contábil;
 ▪ unidades de medida relacionada ao produto para controle e 
aquisição;
 ▪ especificações relacionadas ao produto;
 ▪ informações do fornecedor do produto;
 ▪ possibilidade de trocas.
 
A abordagem de classificação de materiais deve considerar toda a 
abrangência de produtos dos quais a organização faz uso para atingir seus 
propósitos. Deve também permitir flexibilidade em sua classificação, para 
possíveis ampliações de leque de produtos relacionados a grupos comuns e, 
por fim, deve ter clara praticidade. Então, a classificação de materiais deve ser: 
abrangente, flexível e prática.
28 Gestão de Suprimentos
A classificação de materiais obedece ao processo de quatro etapas que 
inclui: a identificação do produto, a codificação do item, o seu cadastro no 
sistema de informações e, por fim, a sua disponibilidade em um catálogo 
para facilitar o acesso ao público interessado.
A identificação do material representa, ainda, fator de grande 
importância quanto à classificação de materiais, pois considera dados 
como: cor do produto, peso, dimensões, fabricante, referências técnicas, 
periculosidade, perecibilidade, voltagem, garantia do fabricante, condições 
de empilhamento etc.
A codificação de materiais tem como preocupação reunir um conjunto 
de dados com o devido grau de importância e associar a um produto específico. 
O processo de codificação contribui para as operações voltadas à produção 
como logística, armazenagem, distribuição, faturamento e contas a pagar 
junto a fornecedores.
Conforme as metodologias aplicadas à codificação de produtos, três 
delas merecem destaque, conforme o Quadro 5:
Sistemas de Codificação de Produtos
Por letras Muito utilizado em bibliotecas, a proposta é associar letras ao item.
Por letras e 
números
Combina letras e números, sendo utilizado em peças para carros, placa de veículos e 
itens de mercado. Permite grande gama de cadastro de produtos. Um bom exemplo 
são as placas dos automóveis.
Por números De grande aceitação por diversos segmentos produtivos e com boa funcionalidade. Um exemplo são os números dos SKU depois grafados como códigos de barras.
Quadro 5: Sistemas de codificação. Fonte: Elaborado pelo autor.
A fase de cadastro ou cadastramento de produtos reúne todas as 
etapas anteriores e condensa informações no sistema utilizado na empresa 
29Gestão de Suprimentos
para identificação posterior do produto. Trata-se de um processo que requer 
atenção, pois um erro de digitação pode trazer problemas sérios para a retirada 
do produto, contabilidade e até mesmo inventário. É aconselhável que poucos 
funcionários tenham sido habilitados a esse acesso, a fim de facilitar o controle 
da qualidade do cadastro.
A última etapa é a de catálogo do produto, que tem grande 
responsabilidade em todo o processo de classificação de materiais, pois necessita 
de simplicidade, clareza de informações, e principalmente, objetividade.
O catálogo precisa trazer formato agradável, identidade visual e, se 
possível, o produto “ser igual à foto”; a codificação e identificação do produto 
deve ser precisa, preservadas as restrições, pois, quanto mais clareza e precisão 
nas informações, mais fácil será o acesso do cliente ao produto. Alguns 
exemplos de catálogos são: jornal de supermercados, linha de beleza, roupas 
e lingeries, material de construção, e outros mais que focam a clareza de 
informações e identidade visual como característica.
3.2 Tecnologias Aplicadas à Classificação de Materiais
 
A tecnologia da informação contribui diretamente para agregar valor 
e precisão à Gestão de Suprimentos, pois a exatidão de inventário representa 
requisito fundamental para a adoção de políticas de manutenção de estoques.
A informatização nas empresas e o uso de banco de dados permitiram, 
com a Logística Integrada, a atualização instantânea dos fluxos de estocagem 
mediante a demanda real que é contabilizada no check-out.
O uso do código de barras e leitores ópticos permitem maior 
velocidade para o registro de entrada e saída de mercadorias, permitindo 
maior abrangência do registro de itens e sua movimentação.
O código de barras congrega várias informações, representando um 
rico registro de informações associados a uma unidade de produto. No 
Brasil, o padrão adotado é o da EAN (Associação Brasileira de Automação 
Comercial), podendo adotar padrões de 8, 12, 13 ou 14 dígitos associados ao 
produto. Cada sequência é associada a um determinado grupo de dados.
30 Gestão de Suprimentos
Associação de dados no Código de Barras
Grupo de 8 Destinado a produtos com baixo consumo. Ex.: canetas
Grupo de 12 Usado no varejo
Grupo de 13 Atende à cadeia de abastecimento como um todo
Grupo de 14 Utilizado em caixas, também em contêineres
Quadro 6: Associação de dados. Fonte: Elaborado pelo autor.
O código de barras apresenta sequência numérica que representa a 
identificação única de um produto ou item a ele atribuído, que, por meio 
da leitura de equipamento óptico, captura tais informações e as converte em 
dados relacionados ao estoque. Relacionado ao registro por código de barras, 
é possível a atribuição de diversas informações, que vão de característicasdo 
produto a, simplesmente, seu registro.
A seguir, é apresentada a configuração básica do código de barras aqui 
no Brasil.
7 8 9 5 5 8 2 5 4 6 8 7 8
País em que foi 
gerado o código
Número da 
empresa que 
produziu o item
Descrição das 
características do 
produto
Dígito 
verificador
Figura 5: Código de Barras. Fonte: Elaborado pelo autor.
31Gestão de Suprimentos
3.3 Leitura por Radiofrequência
O substituto do código de barras é o RFID (Identificação por 
Radiofrequência), também conhecido por EPC (Código Eletrônico de 
Produto). Por meio de banco de dados, antenas e chips, em uma área de 
rastreamento por radiofrequência, faz-se a leitura do produto e, de forma 
automática, efetua o cruzamento de informações com banco de dados; tal 
tecnologia permite contabilizar a chegada de produtos ou, ainda, efetuar a 
“baixa” (desconto) em estoque de produtos em poucos segundos. Observe, na 
Figura 6, a ilustração dessa tecnologia.
2- Número serial
4- Código de barras
1- Dimensões
5- Identificação 
numérica
3- Logotipo
Figura 6: Etiqueta de RFID. Fonte: Elaborado pelo autor.
A implantação do RFID traz repercussões ao longo da Cadeia de 
Suprimentos, pois irá mudar o perfil de toda a dinâmica envolvendo trazendo 
economias em escala. Hoje, a maior dificuldade está na implantação de um 
modelo de etiqueta padrão com preço competitivo. 
Ao longo deste capítulo, compreendemos que a Gestão de Suprimentos 
atua de forma estratégica para atender aos objetivos da organização, por 
meio das etapas de Gestão de Materiais, que vão do controle de estoques até 
transporte e distribuição. Foi possível, também, a compreensão dos aspectos 
integrantes do bom desempenho na Gestão de Suprimentos, em que entender 
a quantidade ideal, o nível de estocagem e entendimento da demanda são 
fatores críticos de sucesso para boa gestão de Materiais. 
Entendemos, também, que a Gestão de Abastecimento em uma 
empresa deve ter muito bem-estruturado o tripé Planejamento-Compras-
Armazenagem, pois a boa gestão dessas etapas permite atender, de forma 
estratégica, às necessidades de suprimentos das operações em uma empresa.
32 Gestão de Suprimentos
Referências
ACCIOLY, F.; AYRES, A. P. S.; SUCUPIRA, C. Gestão de estoques. Rio 
de Janeiro: FGV, 2008.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso 
XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da 
Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 20 jun. 2019.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 
6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
33Gestão de Suprimentos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
Dimensionamento e Controle de Estoques
35Gestão de Suprimentos
Para início de conversa…
O dimensionamento de estoques é uma parte importante das políticas 
de manutenção e investimentos em materiais, ganhando importância 
estratégica na gestão de ativos.
Neste capítulo, veremos que os métodos de planejamento de estoque 
são uma parte importante para a garantia da satisfação de clientes externos e 
internos. Os métodos de previsão de consumo Último Período, Média Móvel 
e Média Ponderada são os mais antigos e possuem falhas em sua condução. 
Diante disso, sistemas de redundância são empregados, como os sistemas de 
duas gavetas e de inserção do estoque de segurança, como forma de não parar 
as atividades operacionais da empresa.
Veremos, também, que a definição de níveis de segurança para 
estoques requer, periodicamente, ajustes, pois, como o mercado é dinâmico, 
ainda mais na sociedade da informação, com tecnologias móveis à disposição 
do consumidor final, a demanda passa por oscilações.
Por fim, estudaremos os mecanismos de controle, como o inventário, 
sendo este voltado a assegurar confiabilidade por meio do investimento em 
materiais, de forma transparente. Empresas reservam em sua agenda anual 
momentos para a contagem de inventário, atividade cansativa, mecânica 
e repetitiva, porém, necessária para atestar o controle empregado nas 
movimentações de mercadorias ao longo das operações diárias. 
37Gestão de Suprimentos
Objetivos
 ▪ Compreender os métodos de planejamento de estoques.
 ▪ Entender os sistemas de controle de estoques.
 ▪ Identificar controles para a acurácia dos estoques.
39Gestão de Suprimentos
1. Métodos de Planejamento para os Estoques
A previsão para estoques necessariamente passa por prognóstico ou 
planejamento das aquisições para atendimento da demanda. Prever, com 
exatidão, o consumo de uma empresa em um determinado mês representa 
uma tarefa bastante difícil, mas é necessário chegar a um número que atenda 
às necessidades de consumo, sem exceder os níveis e sem permitir a ruptura 
de estoques.
A estimativa de consumo de produtos consumidos, comercializados ou 
adquiridos pelos consumidores e no aguardo de entrega seguem os seguintes 
passos básicos:
 ▪ planejamento da empresa;
 ▪ diferente das metas do comercial;
 ▪ coerente com os custos de aquisição de materiais.
O planejamento em relação ao investimento em inventário segue as 
políticas de investimentos e pagamentos da organização, em que o funcionário 
da área de compras segue essa cartilha em suas decisões.
A análise que determina que aquisições devem ser diferentes das metas 
de vendas obedece a premissa de que cada item respeita tempos diferenciados 
de pedido e entregas. Sem desrespeitar a coerência, os custos relacionados 
à aquisição de materiais devem seguir valores razoáveis para a política de 
manutenção de estoques da empresa.
As informações que direcionam as decisões voltadas à dimensão e 
demandas de consumo seguem dois tipos de dados: qualitativos e quantitativos.
 
Dados Precisos
Quantitativos
- Relacionados a pedidos de vendas anteriores, como mês, ano ou 
semestre anterior.
- Família de produtos relacionados e promoções associadas, como venda 
de carne e itens para churrasco.
- Épocas de maior ou menor sazonalidade por um item.
- Lançamento de produto e sua relação com divulgação e propaganda.
40 Gestão de Suprimentos
Qualitativos
Dados Comportamentais
 ▪ A experiência da gerência.
 ▪ A experiência dos funcionários do comercial.
 ▪ A experiência dos empregados da área de compras.
 ▪ Dados de pesquisas junto a consumidores. 
 Quadro 1: Informações para Planejamento de Estoques. Fonte: Elaborado pelo autor. 
A previsão de consumo, segue a técnicas específicas, dividindo-se 
em três grandes áreas a fim de facilitar o entendimento da previsão de 
consumo. A saber:
Figura 1: Técnicas de previsão de consumo. Fonte: Elaborado pelo autor.
 
As técnicas relacionadas à Projeção representam a expectativa de 
que as vendas do passado possam se repetir no presente ou que terão algum 
acréscimo ao longo do tempo. Esses são aspectos puramente quantitativos.
Já as técnicas voltadas para a Explicação seguem o volume de vendas 
do passado, com base em variáveis seguras, sendo utilizados métodos de 
correlação e de regressão.
Por fim, a técnica de Predileção faz uso do conhecimento de 
funcionários já experientes na área e que conhecem as variações de mercado e 
podem contribuir com informações relevantes acerca das quantitativas ideias 
para atender ao período determinado de consumo.
Previsão de
consumo
Projeção Explicação Predileção
41Gestão de Suprimentos
Os estudos de demanda podem seguir modelos que lidam com 
incertezas, como Demanda Dependente e Demanda Independente. Veja, a 
seguir, suas características:
Demanda Dependente Demanda Independente
 ▪ Todos conhecem.
 ▪ Segue programação.
 ▪ É controlada.
 ▪ A organização não tem controle.
 ▪ É o mercado que determina volumes, 
preço e procura.
 ▪ A empresa desconhece sua previsão.
Uma outra forma de estudo segue a lógica da evolução da demanda ou 
do consumo de produtos:
 
 ▪ Evolução de Consumo em Constância.
 ▪ Evolução de Consumopor Propensão ou Tendência.
 ▪ Evolução de Consumo por Sazonalidade.
 
A evolução de Consumo por Constância, também chamada de 
Horizontal, é identificada pelo seu consumo médio. Verifique, no Gráfico 1, 
a linha horizontal que corta o comportamento de consumo.
 
 
Gráfico 1: Evolução Horizontal. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Consumo
(Unidades) Consumo
efetivo
Consumo
médio
Tempo
(Período)
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
42 Gestão de Suprimentos
 A evolução de Consumo por Propensão ou Tendência estabelece uma 
relação de aumento de consumo ao longo do período. Observe, no Gráfico 2, 
a linha inclinada do comportamento da demanda.
 
Gráfico 2: Evolução por Tendência. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
 
A evolução de Consumo por Sazonalidade traz como característica o 
comportamento oscilante da demanda, sendo, em alguns momentos, crescente 
e, em outros, horizontal. Observe o Gráfico 3. 
Gráfico 3: Evolução por Sazonalidade. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
As diversas possibilidades que explicam a evolução do consumo 
devem considerar aspectos que recebem diversas influências, dentre as quais 
podemos destacar:
Consumo
(Unidades) Consumo
efetivo
Consumo
médio
Tempo
(Período)
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Consumo
efetivo
Consumo
médio
Tempo
(Período)
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Consumo
(Unidades)
25%
43Gestão de Suprimentos
 ▪ política;
 ▪ econômica;
 ▪ fatores de sazonalidade;
 ▪ mudanças no mercado;
 ▪ momento conjuntural.
 
Assim, podemos concluir que, conhecendo o perfil da demanda, 
torna-se possível o emprego de técnicas para prever o consumo de itens, facilitando 
a realização de pedidos de mercadorias ou de itens. Observe a Figura 2. 
Figura 2: Métodos de Previsão de Consumo. Fonte: Elaborado pelo autor.
 Método do Último Período (MUP)
Neste método, repete-se a realidade do período anterior (mês). Vale 
ressaltar que há empresas que trabalham com a realidade do ano anterior.
 
Período: Agosto Setembro Outubro Novembro
Demanda: 29 32 30 30
Tabela 1: Método do Último Período. Fonte: Elaborado pelo autor.
Prevê, no período seguinte, 
o comportamento anterior.
Semelhante ao método 
anterior, porém, considera 
a média.
Semelhante à média 
móvel, mas faz uso da 
distribuição de pesos.
Método	do	Último
Período
Média Móvel
Média Móvel
Ponderada
44 Gestão de Suprimentos
Esse método traz fragilidades grosseiras, pois desconsidera 
sazonalidades, variáveis externas e a análise de conjuntura, portanto, pode ser 
que haja ou não assertividade.
Nesse método, seguindo o exemplo apresentado na Tabela 1, o pedido 
que será feito no mês de novembro será de 30 unidades, pois levará em 
consideração a realidade do mês de outubro.
 
Método da Média Móvel (MMM)
Neste método, considera-se a média dos períodos anteriores para 
projetar a demanda futura. As inconsistências ocorrem quando se trata de 
períodos em que existe demanda crescente ou decrescente, não sendo atingida 
a média estabelecida, o que pode acarretar em excesso de mercadoria ou na 
ruptura do estoque.
Veja como funciona:
CMM = C1 + C2 + C3 ...... + Cn
 n
Sendo:
CMM = Consumo da Média Móvel
C1 = Consumo anterior do primeiro período
n = Representa o número de períodos anteriores
Agora, aplicando esse modelo na Tabela 1, teremos:
CMM = 29 + 32 + 30 = 30, 33 ou, para efeito de pedidos, 31 unidades.
 3
Média Móvel Ponderada (MMP)
Este método considera a ponderação entre as variáveis anteriores, com 
interesse em estabelecer um valor médio futuro. 
Para a correta e eficiente aplicação desse método, é importante a 
adoção das seguintes regras:
45Gestão de Suprimentos
 ▪ Nos períodos mais próximos, são atribuídos maiores percentuais.
 ▪ Na última ocorrência de período, atribui-se menor ponderação.
 ▪ O somatório dos percentuais deve ser de 100%.
Veja a fórmula:
MMP = C1 X P1 + C2 X P2 + C3 X P3 + .......... Cn X P n
Sendo:
CMM = Média Móvel Ponderada
C1 = Consumo anterior do primeiro período
P1 = Percentual aplicado
n = Representa o número de períodos anteriores
Considere a aplicação do método MMP na Tabela 2:
Período Consumo Percentual % Quantidade
1 200 10 20
2 80 20 16
3 200 30 60
4 150 40 60
x - 100 = 156
Tabela 2: Consumo da Média Móvel Ponderada. Fonte: Elaborada pelo autor.
46 Gestão de Suprimentos
2. Sistemas de Controles de Estoques 
Representa grande desafio para a Gestão de Suprimentos encontrar o 
dimensionamento ideal do seu volume de estoque, assim como o controle do 
fluxo durante todo o processo. Métodos são utilizados com o intuito de tornar 
possível esse desafio em um contexto de demanda real oscilante. A seguir, 
serão apresentados diversos sistemas e elementos auxiliares na manutenção 
de estoques.
Sistema de Duas Gavetas 
Este método traz grande facilidade em seu manuseio, sendo ideal para 
produtos que não possuem grande valor agregado nem grandes problemas 
com ressuprimento.
O sistema de duas gavetas parte da ideia de trabalhar com duas “caixas” 
ou gavetas, A e B, em que se supõe que, na caixa B, tenha a quantidade 
necessária para trabalhar por um período e, na caixa A, tenha armazenada a 
quantidade suficiente de itens necessários para atender à demanda do ponto 
de solicitação de itens até o ressuprimento, que também é chamado de tempo 
de reposição de mercadorias (a caixa A é acionada após acabar o estoque da 
caixa B).
Veja, na Figura 3, o funcionamento do sistema. No início da operação, 
o estoque está em alta e com o seu nível máximo de estocagem. 
Figura 3: Sistema de Duas Gavetas. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Caixa A Caixa B
47Gestão de Suprimentos
 Durante as operações de produção, venda e consumo, o estoque da 
caixa B chega a sua condição final de atendimento e, imediatamente, a caixa A 
entra em atividade para atender à demanda. Nessa fase, o pedido de reposição 
é processado para B e também para completar o nível de A.
Figura 4: Sistema de Duas Gavetas em atividade. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Durante a operação, ocorre o consumo em estoque de mercadorias 
para atender a determinado período X – o que ocorre, semelhantemente, com 
a caixa B. Sendo feito o pedido de ressuprimento, o estoque de segurança de 
A garante o atendimento da demanda caso ocorra aumento de consumo. 
A descrição do Gráfico 4 permite uma melhor compreensão desse 
fluxo. Observe:
 
 
Gráfico 4: Manutenção de Estoques. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Caixa A Caixa B
Tempo
Quantidade
em estoque
Consumo
do estoque
Re
po
siç
ão
 do
 es
toq
ue
Consumo
do estoque
48 Gestão de Suprimentos
Um elemento importante para que exista o atendimento do 
ressuprimento de cargas é encontrar o ponto de pedido ideal, o qual deve 
levar em consideração o tempo que a carga demora a chegar em estoque: é o 
chamado Ponto de Pedido, conforme demonstra o Gráfico 5.
Gráfico 5: Intervalo de Ressuprimento. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Nesse método, deve-se estar atento aos fatores fundamentais na 
manutenção de estoques, como:
 ▪ consumo e o período;
 ▪ tempo para estabelecer o pedido;
 ▪ fazer cálculos para chegar ao quantitativo;
 ▪ estabelecer os estoques máximos e mínimos (estoque de segurança);
 ▪ encontrar o Lote de Compras necessário.
 
Sistemas de Máximo-Mínimo
A reposição de estoque parte de uma realidade congelada, em que, 
no mundo real, diversos fatores ocorrem em simultaneidade e alteram 
os quantitativos para mais ou para menos, conforme o comportamento 
do mercado.
IR
Est. Máx
PP PP
Est. Mín
49Gestão de Suprimentos
Estabelecer máximo e mínimo de estocagem traz segurança para 
gerir as oscilações da manutenção de estoques. Observe que Dias (2008) 
tenta representargraficamente o momento em que o pedido de reposição de 
estoques é feito, destacando o tempo entre os pedidos.
Gráfico 6: Ponto de Pedido. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Sistemas de Revisões Periódicas
Este sistema elabora ressuprimento constante, em períodos constantes, 
sendo necessária a definição de quantidades, período de pedido, intervalos de 
ressuprimento, sem contar considerações como estoque máximo e estoque de 
segurança.
Gráfico 7: Revisão Periódica. Fonte: Adaptado de Dias (2008).
Sistemas MRP I e II
A Gestão de Suprimentos tem a missão de encontrar o melhor 
dimensionamento do estoque para servir à organização por um período, bem 
como conhecer fluxos, demandas, necessidades de materiais e ferramentas de 
controle e acompanhamento aplicados à Gestão de Materiais.
PP PP
IR
Est. Mín
Est. Máx
T
Q
E. Mn
Q
Revisão Revisão Revisão
Q Q
T
50 Gestão de Suprimentos
Dentre diversos Sistemas de Controle e Planejamento de Materiais, 
o MRP (Materials Requirements Planning) trabalha com a requisição de 
suprimentos. Seus desafios são:
 ▪ efetivamente manter a disponibilidade do item em estoque para uso;
 ▪ garantir baixos custos de inventário;
 ▪ efetuar o planejamento de produção, matéria-prima e entregas.
 
O Sistema MRP atua extraindo de banco de dados informações 
relacionadas à produção, demanda e recursos. Seu relatório final traz toda a 
programação de produção para atender a um período.
O MRP II traz a incorporação de elementos das áreas relacionadas à 
produção, como: Recursos Humanos, Finanças, Compras e Marketing, o que 
agrega praticidade e aplicabilidade à ferramenta.
 
Sistemas ERP
São sistemas com bancos de dados interligados, voltados à atividade de 
produção e atendimento à demanda de uma empresa. Esses sistemas interagem 
com o financeiro, gestão de estoques, recursos humanos, área comercial e 
logística, ou seja, com todas as áreas que são vitais dentro de uma empresa.
A sigla ERP significa Enterprise Resource Planning ou, em português, 
Planejamento de Recursos Empresariais. Um sistema de ERP está distribuído 
em três camadas:
 ▪ cadastro;
 ▪ extração de dados relacionados à produção;
 ▪ customizações para gerar relatórios.
 
Os sistemas ERP relacionam dados diversos, como dados de clientes, 
fornecedores, produtos e Fisco, dentre outros.
Seus benefícios estão principalmente voltados à melhoria de 
performance dos seguintes aspectos:
51Gestão de Suprimentos
 ▪ custos com estocagem;
 ▪ melhor uso de mão de obra;
 ▪ ganhos de produção;
 ▪ otimização de processos, logística, ciclo de pedido;
 ▪ redução do prazo de entrega.
Contribuições: WMS, Just in Time, Kanban
A Gestão de Suprimentos conta com mais ferramentas, como 
o Software WMS, que tem por finalidade o melhor gerenciamento de 
mercadorias dentro de um CD (Centro de Distribuição) ou Armazém. A sigla 
WMS significa Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento 
de Armazém.
Após o cadastro da mercadoria, o software encarrega-se de prover o 
melhor endereçamento dentro do Armazém, desde que todos os parâmetros 
tenham sido registrados. O sistema também faz a retirada da mercadoria, 
baixa em estoque, controle de validade, controle do fornecedor e outras 
funcionalidades muito importantes à Gestão de Suprimentos. Veja, a seguir, 
mais aplicabilidades do WMS:
Aplicabilidades do WMS:
Programa recebimento e faz o recebimento de cargas.
Direcionamento ou endereçamento da carga nas instalações do CD.
Armazenagem da carga e separação da carga em ordem de pedido.
A expedição da carga e abastecimento.
Vantagens do WMS:
Reduz consideravelmente reclamações de clientes com entregas.
52 Gestão de Suprimentos
Faz melhor uso dos recursos da organização.
Traz diferencial para o negócio.
Melhor controle de produtividade, fluxos, armazenagem e desempenho.
Quadro 2: Aplicações e vantagens do WMS. Fonte: Elaborado pelo autor.
Os sistemas JIT, ou Just in Time, surgem como contribuição da 
indústria automotiva japonesa e têm por premissa a otimização da produção 
em função da demanda real.
A sigla JIT aplica-se à administração de produção e indica a hora certa 
para produzir e entregar, de forma que não ocorra excesso e nem a falta do 
produto. É o perfeito sincronismo da produção com vendas, em que, antes de 
faltar o produto, a reposição já está acontecendo.
Já o sistema Kanban faz uso de cartões identificados no processo de 
produção e, à medida que a produção acontece, os cartões são deslocados 
pelos setores; a partir daí, é informada a necessidade de reposição, à medida 
que a produção do item avança na linha de montagem. Nesse modelo, o 
estoque está sempre em movimento.
 
3. Controle e Acuracidade de Estoques
 
A Gestão de Suprimentos conta com um mecanismo de controle 
chamado de inventário de estoque, que consiste no conjunto de atividades 
e procedimentos de registro de itens e localização que devem ter acurácia 
máxima, ou seja, o que está registrado nos sistemas quando de sua entrada 
deve ser fiel à contagem física de produtos – a isso chamamos de acurácia nos 
estoques.
 
Conceito e Aplicação de Inventário Físico: Tipologia e Aplicação
De tempo em tempo, a contagem de estoque precisa ocorrer para 
confrontar os mecanismos de controle e apuração mediante sua contagem 
física. Essa rotina visa verificar:
53Gestão de Suprimentos
 ▪ possíveis diferenças de precificação;
 ▪ alguma diferença de registros de forma física x sistema;
 ▪ levantamento do investimento em estocagem.
Empresas que necessitam manter estoques para sua operação lidam com 
o grande desafio de apresentar a informação real do que se tem armazenado. 
Tal desafio fica ainda mais emocionante quando a empresa persegue a ideia de 
trabalhar com nível de estoque mais reduzido ou enxuto, como alguns autores 
gostam de dizer, sem perder o nível de oferta de um bom serviço prestado 
ao cliente. 
O Inventário é uma listagem completa de todos os produtos 
armazenados no estoque de uma empresa. Ele identifica, classifica e determina 
o valor de cada produto. 
Um inventário pode ser Geral ou Rotativo. O inventário geral é feito 
no fim do exercício, sendo um processo longo, cansativo, porém, necessário 
para apurar possíveis descontinuidades. Já o inventário rotativo são contagens 
menores, distribuídas ao longo de todo o ano, podendo envolver grupos 
diversos de produtos, como:
 ▪ Grupo A: Para produtos de maior valor agregado e que trazem maior 
necessidade de controle. Esses produtos devem ser controlados, em 
média, a cada 3 ou 4 meses.
 ▪ Grupo B: Esses produtos não representam o carro-chefe da 
empresa nem possuem alto valor, mas devem ser controlados, 
pelo menos, a cada 6 meses.
 ▪ Grupo C: São materiais que não possuem grande saída e podem 
ser contabilizados, anualmente, no Inventário Geral.
 Segundo Nogueira (2016), há, ainda, outros tipos de inventário, 
sendo necessário a empresa escolher o modelo que melhor se adequa a seu 
negócio. São eles:
Inventário Permanente - Neste modelo, existe um processo de 
inventário periódico, em que todas as SKUs são contabilizadas pelo menos 
54 Gestão de Suprimentos
uma vez por ano. É comum, dependendo da Classe do Produto, contagem do 
item A = quatro vezes ao ano, B = duas vezes ao ano e C = uma vez por ano.
Inventário Gratuito - Este modelo é aplicável em empresas que 
fazem uso do Inventário Rotativo nos processos de separação de mercadorias. 
Nesse caso, há necessidade de inventário se for encontrada informação de 
algum lote zerado ou a findar-se. Em momentos de ociosidade da mão de 
obra, funcionários são direcionados à contagem de itens conforme a classe. 
Os sistemas WMS e RFID já exploram essa prática.
Inventário por Grupo ou Itens - Neste caso, um grupo específico de 
produtos é focado por questões específicas, seja por custo alto do produto ou 
por ser uma carga muito visada no mercado.
Inventário por Amostra - Muito aplicado em procedimento de 
auditoria. Nesse modelo, parte-se da ideia de que uma amostra representa o 
todo, de formaestatística. 
Inventário por Proposição Física - Com ajuda da tecnologia da 
informação, a organização da carga é viabilizada por meio de endereçagem e 
localização. O objetivo desse modelo é otimizar o tempo de contagem.
Inventário por Lote - Apoia-se ao modelo por proposição física, 
porém, o Inventário por Lote permite rastrear a informação e obter dados 
como: acompanhar o consumo de itens, lotes de fabricação e giro em estoque 
da carga, tornando o inventário mais abastecido de informações.
Para melhor êxito no seu desenvolvimento, o planejamento e preparo 
do procedimento de inventário deve seguir alguns ritos:
 ▪ convocação dos envolvidos;
 ▪ distribuição dos mecanismos de registro;
 ▪ análise física;
 ▪ definição da forma de execução do inventário;
 ▪ análises de registros e apurados;
 ▪ controles de Cut-Off.
55Gestão de Suprimentos
 Após as etapas de planejamento, resta, então, sua execução. Observe 
a Figura 3.
Figura 3: Etapas do Inventário Físico. Fonte: Elaborado pelo autor.
 
O Resultado Final do Inventário
Um termo muito aplicado quando o assunto é Inventário é a 
Acuracidade ou Acurácia no Inventário, que representa a confiança que o 
relatório traz, por meio de qualidade na informação, fidedignidade dos dados 
e precisão nos resultados, de forma que o físico reflita o relatório ou que as 
informações contidas no sistema sejam a realidade encontrada no estoque no 
momento.
Sustentar a fidelidade das informações durante as operações diárias 
representa um grande desafio e exige planejamento e ação com mecanismos 
auxiliares aos processos de trabalho, sem que se tornem barreiras operacionais.
A Acurácia tem sua importância, pois irá descortinar falhas nos processos, 
inconsistências, possíveis fraudes ou, ainda, procedimentos de trabalho, o que 
pode ser nocivo aos resultados esperados de produtividade e qualidade.
 
De acordo com Nogueira (2016), ao final dos processos, quando 
analisados dados da ficha de inventário com os quantitativos físicos encontrados 
Convocação dos 
participante
 do Inventário.
Registros
de Inventário.
Cut-Off: 
Cruzamento 
de itens com 
relatórios e 
notas fiscais.
Arrumação 
dos itens 
inventariados: 
áreas, setores, 
produtos, espaço 
circulante.
Contagem ou 
apuração do 
estoque.
Explicações, 
reconciliação, 
ajustes… Cada 
empresa nomeia 
da forma que 
achar mais 
adequada e que 
mais representar 
essa fase, em 
que se procuram 
justificativas 
para 
inconsistências 
encontradas em 
estoque.
1 2 3 4 5 6
56 Gestão de Suprimentos
em estoque, gera-se um resultado que representa o índice de acurácia do 
relatório emitido, sendo esse um saldo indicador gerencial. Veja a equação:
Equação da Acuracidade 
Acuracidade = Quantidade de informações com Saldo Correto x 100
 Quantidade de itens verificados
Ao longo deste capítulo, foi possível conhecer os diversos métodos 
de planejamento considerados pelas empresas e seus critérios de formulação.
Para atender às diversas demandas de consumo, o mercado lança mão 
dos métodos Último Período, Média Móvel e Ponderada Móvel. Já no interior 
das empresas, predominam os métodos de controle de estoque, como: duas 
gavetas, máximos e mínimos, além dos controles, softwares e sistemas que 
também são empregados nessa tarefa.
57Gestão de Suprimentos
Referências
DIAS, M. A. P. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2008.
NOGUEIRA, A. S. Logística empresarial: um guia prático de operações 
logísticas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
Níveis de Estoques
59Gestão de Suprimentos
Para início de conversa…
Ao longo deste capítulo, os elementos mais importantes da manutenção 
de estoques serão apresentados como forma de garantia da continuidade das 
atividades associadas ao negócio. Atender, vender e produzir são exemplos 
bem interessantes associados à ideia de manutenção dos níveis de produção.
A Curva Dente de Serra representa o elemento material da 
movimentação de estoques, em que percebe-se a venda, o consumo e o 
ressuprimento sendo atividades normais e necessárias para a saúde operacional 
da organização.
Atender a demanda sem provocar a ruptura de estoque representa um 
exemplo de boa gestão de suprimentos. Então, prepare-se para conhecer mais 
sobre a Gestão de Suprimentos por meio dos Níveis de Estoques.
61Gestão de Suprimentos
Objetivo
Identificar os elementos de ressuprimento e a dinâmica dos estoques, 
utilizando como base a ferramenta Dente de Serra.
63Gestão de Suprimentos
1. Conceito e Aplicação da Curva Dente de Serra e 
os Elementos de Ressuprimento
A manutenção de estoques, tarefa essencial da Gestão de Suprimentos, 
tem como meta atender de forma inteligente e econômica os níveis de demanda 
durante o exercício das atividades empresariais.
A sobra excessiva de itens, ou ainda, a falta de itens em estoque são fatores 
indesejáveis para a Administração de Materiais, sendo o JIT (Just in Time) o 
sonho ideal de cada organização. O JIT representa o perfeito sincronismo que 
atende à demanda real. Com este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao 
local de utilização somente no momento exato em que for necessário, ou seja, os 
produtos são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados; 
não existe estoque parado.
Gráfico Dente de Serra
De forma gráfica, consumo e reposição são demonstrados, a fim de 
percebermos os níveis de estocagem. Estes níveis sofrem redução à medida 
que o tempo passa, em virtude do movimento de vendas.
Níveis de estoque
Modelo da curva dente de serra - gráfico
CONSUMO
Re
po
siç
ão
140
120
100
80
60
40
20
J F M A M J J A S O N D
Tempo
( T )
2
Quantidade
CONSUMO
Gráfico 1: Abastecimento de estoques. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
No Gráfico 1, observe que o período de vendas tem seu início com 140 
unidades, e à medida que os meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio continuam 
com vendas, é em junho que este estoque finda. No mesmo mês de junho, ocorre a 
reposição (com as mesmas 140 unidades), durando até o mês de dezembro.
64 Gestão de Suprimentos
Observe que, no exemplo de consumo do gráfico, são considerados os 
seguintes aspectos:
 ▪ A demanda se conservou constante.
 ▪ Os pedidos de reposição ocorreram em sincronismo com o fim 
das mercadorias.
 ▪ Não ocorreram falhas na entrega, com fornecedores e com 
funcionários.
 ▪ Não ocorreram greves que impedissem o tráfego das mercadorias.
 ▪ Não aconteceu nenhuma manutenção de última hora.
A escassez de mercadorias, em função do não reabastecimento, em 
decorrência de vendas contínuas, chama-se ruptura de estoque, que nem 
sempre pode ser caso de ineficiência gerencial, pois diversas fábricas em 
períodos de recesso chegam à ruptura, em virtude do temor da sobra de 
produtos em período de atividades paralisadas.
Observe que, no Gráfico 2 (Curva Dente de Serra com Ruptura), no 
mês de junho, não ocorre o ressuprimento (pontilhado). Nesta simulação, 
os meses de julho a setembro poderiam ficar sem o devido abastecimento, 
chegando a dever 80 unidades para o mercado.
Curva Dente de Serra com Ruptura
Quantidade
em estoque
Re
po
siç
ão
 do
 
es
toq
ue
CONSUMO 
DO ESTOQUE
CONSUMO 
DO ESTOQUE
140
120
100
80
60
40
20
0
-20
--40
-60
-80
J F M A M J J A S O N N
J J A S
Q
Tempo
Gráfico 2: A ruptura de estoque. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
65Gestão de Suprimentos
A gestão eficiente de materiais prevê um quantitativo suficiente 
para atender a demanda no período onde encerra o estoque e ocorre o 
reabastecimento. Este estoque é chamado de estoque de segurança, ou 
também, nível mínimo.
O nível mínimo ou estoque de segurança representa a realidade de 
consumo e tempo de entrega de mercadorias, considerando-se o tempo para 
entrega a partir do pedido ou solicitação de mercadorias.
Tal estoque mínimo deve ser sempre analisado, pois na manutenção 
de estoques, o mercado é dinâmico, sendo oscilante a demanda. O ajuste 
e correções para aumentar o nívelde segurança ou reduzir o pedido são 
procedimentos que não podem ser desconsiderados.
Curva Dente de Serra com Estoque Mínimo
Estoque
Mínimo
Quantidade em 
estoque
Re
po
siç
ão
 do
 
es
toq
ue
CONSUMO 
DO ESTOQUE
CONSUMO 
DO ESTOQUE
140
120
100
80
60
40
20
0
Q
TempoJ F M A M J J A S O N N
Observações:
 ▪ O estoque iniciaria com 140 unidades.
 ▪ Quando chegasse a 20 unidades, deveria ser reposto 
em 120 unidades.
 ▪ A quantidade de 20 unidades serviria como segurança 
para eventualidades.
 ▪ Esse estoque de 20 unidades será considerado estoque morto
Gráfico 3: Estoque mínimo. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
66 Gestão de Suprimentos
Aos movimentos de entrada e saída de mercadorias, representados 
graficamente, nominamos de Gráfico Dente de Serra.
Semelhantemente às serras contidas em um serrote, as oscilações 
em estoque, conforme as políticas de manutenção de mercadorias, seguem 
diversas subidas e descidas em quantidades armazenadas, sendo o histórico 
semelhante aos dentes de uma serra.
O serrote é, então, uma figura inspiradora para compreendermos que 
os pedidos são feitos constantemente para assegurar a qualidade dos produtos, 
economia e otimização de estoques.
Os Elementos de Ressuprimento
São diversos os componentes do ressuprimento de mercadorias que, 
no decorrer das operações diárias, não nos damos conta que se trata de 
um processo técnico, lógico e preciso, quando conhecemos esta dinâmica. 
Observe o Gráfico 4 a seguir:
Tempo
D1
Q
Emax
D2 D3
Q
EM
PP
ES
IR IR
IP
Gráfico 4: Elementos de ressuprimento. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
A dinâmica de ressuprimento representa um conjunto de procedimentos 
interligados, conforme descrição do Quadro 1.
67Gestão de Suprimentos
D = Demanda
Considera-se o consumo, venda ou necessidade de abastecimento para um 
determinado período.
Q = Quantidades
Representa a quantidade de itens ou materiais necessários ao atendimento da 
demanda.
Emax = Estoque Máximo
Considera-se o nível máximo de abastecimento quando o ressuprimento atinge 
o nível máximo, caso não haja redução de pedido, obviamente.
Em = Estoque Médio
Após ciclos de ressuprimento, representa a quantidade média para atender a 
demanda somada ao estoque de segurança.
PP = Ponto de Pedido
Momento importante em que solicita-se o reabastecimento de itens. Não 
atender a este momento poderá representar mais adiante a ruptura de estoques.
ES = Estoque de 
Segurança
Quantidade de itens reservados, a fim de garantir mercadorias ou suprimentos 
enquanto aguarda-se o reabastecimento. Funciona como dispositivo de 
segurança para que não ocorra a ruptura de estoque.
IR = Intervalo de 
Ressuprimento
Representa o intervalo entre o pedido e a entrega de mercadorias.
IP = Intervalo de Pedido
É o período que compreende a entrega de um pedido até o momento de 
entrega de um outro pedido.
Quadro 1: Elementos de ressuprimento. Fonte: Elaborado pelo autor.
No tópico a seguir, iremos conhecer, mais detalhadamente, o estoque 
de segurança, os fatores que influem na reposição de mercadorias e, também, 
fatores importantes no ponto de pedido.
2. Cálculo do Estoque de Segurança, Tempo de 
Reposição e Ponto de Pedido
A escolha do estoque mínimo representa um momento de grande 
importância na Gestão de Suprimentos, pois a definição deste número 
determina como será o nível de estresse durante as operações no referido 
período. Já pensou o que é saber da baixa de estoque a níveis de ruptura e não 
saber como repor, a tempo, este estoque? Este é, portanto, um desafio e tanto.
68 Gestão de Suprimentos
Estoque de Segurança
O estoque de segurança, ou estoque mínimo, representa a quantidade 
suficiente para abastecer a demanda enquanto aguarda-se o reabastecimento, 
de forma que não ocorra falta de mercadoria. Observe as possíveis causas da 
ruptura de estoques:
 ▪ Aumento no consumo de forma não prevista.
 ▪ Erro no dimensionamento do estoque mínimo.
 ▪ Entregas a menor por parte de fornecedores.
 ▪ Erros de contagem no inventário.
 ▪ Problemas na entrega, influindo em atrasos.
}} Tempo
70
5 dias
20
ES
Gráfico 5: Estoque de segurança. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
Claro que, na dinâmica do mundo real, outros fatores podem ser 
somados aos anteriormente descritos, mas, o que deve estar claro em 
nossas mentes é que o estoque de segurança representa o investimento 
técnico da organização para a garantia da satisfação do consumidor, 
mantendo níveis razoáveis de investimentos à organização. Para determinar 
o estoque mínimo, é necessário elaborar uma projeção satisfatória para 
um período e fazer uso de informações estatísticas.
69Gestão de Suprimentos
Segundo Dias (2009), um exemplo para compreendermos melhor 
o cálculo do estoque mínimo pode ser aplicado na empresa Sabor da 
Terra. Observe:
 ▪ Consumo necessário = 3.200 unidades.
 ▪ Quantidade atendida = 2.900 unidades.
 ▪ Quantidade não entregue = 400 unidades.
Encontrar o grau de atendimento (G.A.) seria aplicar a seguinte 
operação:
G.A. = ((2.900) / (3.200)) x 100 = 91%
No caso acima, o atendimento ficou em 91% e, é claro, que a pretensão 
será sempre atender 100% da demanda. Sabemos que nem sempre iremos 
acertar, mas o consumo deve ser atendido pela previsão de vendas.
Tempo
Nív
el 
de
 es
toq
ue
Estoque médio
Estoque de segurança
Gráfico 6: Performance do estoque de segurança. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
O estoque mínimo traz segurança operacional para a continuidade 
das operações no cotidiano das organizações. Trabalhar no limite pode ser 
muito arriscado, pois nem sempre conseguimos a proeza do Just in Time.
Tempo de Reposição
Elemento fundamental para estabelecer o estoque de segurança, o tempo 
de reposição inclui a verificação em estoque das quantidades armazenadas de 
70 Gestão de Suprimentos
itens ou matéria-prima, até que a reposição possa ser entregue na empresa. 
Para tal, este momento envolve três etapas. Veja a seguir:
Envio e emissão de pedido: Ações voltadas ao envio do pedido de 
materiais ao fornecedor.
Arrumação do pedido: Envolve o tempo para preparo do produto, 
aquisição dos itens e arrumação do pedido e envio pelo transporte para 
o solicitante.
Transporte: Envolve o tempo de transporte do fornecedor até o cliente.
Em face da importância deste intervalo de tempo, ele deve ser real, 
pois um erro de margem pode acarretar em ruptura de estoque. Imagine 
esta situação em setores que não podem parar, como a merenda escolar, 
farmácia hospitalar, indústria de medicamentos etc.
Curva Dente de Serra com Tempo de Reposição X Ponto de Pedido
Estoque
Mínimo
Quantidade 
em estoque
140
120
100
80
60
40
20
0
PP
TR
1 2 3
1- Emissão do pedido
2- Preparação do pedido
3- Transporte
Tempo
Observações:
 ▪ Quando o estoque atinge o ponto de pedido(PP), o item necessita 
de um novo ressuprimento.
 ▪ Esse estoque de 20 unidades será considerado estoque morto.
Para o cálculo do estoque disponível (estoque virtual), deve-se considerar:
 ▪ Estoque existente (físico).
71Gestão de Suprimentos
 ▪ Fornecimentos em atraso.
 ▪ Fornecimentos não entregues, mas ainda dentro do prazo.
Gráfico 7: Tempo de reposição. Fonte: Adaptado de Dias (2009).
Ponto de Pedido
O ponto de pedido (PP) representa o momento exato onde o pedido 
de reabastecimento deve ser feito, pois qualquer postergação, diante do 
tempo para repor, poderá comprometer o estoque de segurança e provocar 
possível ruptura. Observe os fatores que devem ser respeitados para o cálculo 
disponível de estoques:
 ▪ O estoque físico.
 ▪ Atraso de fornecimento de materiais.
 ▪ Entregas ainda não positivadas, porém ainda no prazo.
Empresas mais proativas consideram o estoque virtual, que representa 
a junção dos elementos citados anteriormente.
EV = EF + SF + EI
EV = Estoque virtual.
EF = Estoque físico.
SF = Saldo de fornecimento.
EI = Estoque em inspeção.
A fórmula do PP pode ser compreendida como sendo o saldo em 
estoque e os quantitativos destinados à reposição de materiais,

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