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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
Belo Horizonte 

2020 
Manoel Neves 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2014: PUBLICIDADE INFANTIL EM QUESTÃO NO BRASIL 8 
JOSÉ QUERINO DE MACÊDO NETO	 10 
JUAN DA COSTA	 11 
MARIA EDUARDA DE AQUINO CORREA ILHA	 12 
MARIANA PEREIRA PIMENTA	 13 
NATHALIA CARDOZO	 14 
RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA	 15 
ROSELY COSTA SOUSA	 16 
ANTÔNIO IVAN ARAÚJO	 17 
DANDARA LUIZA DA COSTA	 18 
GEOVANA LAZZARETTI SEGAT	 19 
JULIANA NEVES SILVA DUTRA	 20 
ENEM-2015: A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA 
SOCIEDADE BRASILEIRA 21 
FÁBIO LOPES JÚNIOR	 22 
ANA SANTANA MOIOLI	 23 
AMANDA DELLA TOGNA TORRES	 24 
CECÍLIA MARIA LIMA	 25 
ISADORA FURTADO	 26 
LUANA NATÁLIA DE SENA	 27 
PAULA VITÓRIA MACEDO	 28 
RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA	 30 
VALÉRIA ALVES	 31 
ANA BEATRIZ ÁLVARES SIMÕES	 32 
AMANDA CARVALHO MAIA CASTRO	 33 
KAIO NOBUYASHI KOGA	 34 
JOSÉ MIGUEL ZANETTI TRIGUEIROS	 35 
JÚLIA GUIMARÃES CUNHA	 36 
SOFIA DOLABELA CUNHA SAÚDE BELÉM	 37 
RICHARD WAGNER CAPUTO NEVES	 38 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2016: CAMINHOS PARA COMBATER A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO 
BRASIL E CAMINHOS PARA COMBATER O RACISMO NO BRASIL 39 
LARISSA FERREIRA	 40 
VANESSA MENDES	 41 
HELÁRIO SILVA NETO	 42 
LARISSA CAVALCANTI	 43 
VINÍCIUS DE LIMA	 44 
DESIRÉE ABBADE	 45 
SAMANTA FERREIRA	 46 
JÚLIA MITIE OYA	 49 
JOÃO VÍTOR PONTE	 50 
MARCELA ARAÚJO	 51 
IGOR GIOVANNETTI	 52 
THAÍS OLIVEIRA	 53 
SOPHIA RODRIGUES	 54 
ENEM-2017: DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO EDUCACIONAL DE SURDOS NO 
BRASIL 55 
ISABELLA BARROS CASTELLO BRANCO	 56 
MARIA BEATRIZ NEVES	 57 
MARCUS VINÍCIUS MONTEIRO DE OLIVEIRA	 59 
YASMIN LIMA ROCHA	 61 
LARISSA FERNANDES SILVA DE SOUZA	 62 
ALAN DE CASTRO NABOR	 64 
MATEUS PEREIRA ROSI	 65 
THAIS FONSECA LOPES DE OLIVEIRA	 66 
BEATRIZ ALBINO SERVILHA	 67 
MARIA FERNANDA GURGEL	 68 
MARIA JULIANA COSTA	 69 
JÚLIA KÖCHLER	 71 
IZABELA DAL PAZZOLO MOTA	 72 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIANA CAMELIER MASCARENHAS	 73 
ÚRSULA HASPARYK	 74 
LORENA MAGALHÃES DE MACEDO	 75 
JOÃO PEDRO BELLUZO	 76 
EDUARDA JUDITH JACOME SILVA	 77 
ENEM-2018: A MANIPULAÇÃO DO USUÁRIO PELO CONTROLE DE DADOS NA 
INTERNET 78 
LUCAS FELPI	 79 
CLARA DE JESUS	 80 
THAIS SAEGER	 81 
VANESSA TUDE	 82 
JAMILLE BORGES	 83 
LÍVIA TAUMATURGO	 84 
SÍLVIA FERNANDA LIMA	 87 
MARIA EDUARDA FIONDA	 88 
PEDRO ASSAD	 89 
ANDRÉ BAHIA	 90 
ISABEL PETRENKO DÓRIA	 91 
RYLA LÍDICE VARELA DE MELO	 92 
IOHANA FREITAS DA SILVA	 93 
NATÁLIA CRISTINA PATRÍCIO DA SILVA	 94 
RAUL REZENDE	 95 
CAROLINA MENDES PEREIRA	 96 
DAVID KLINSMAN	 97 
FERNANDA CAROLINA SANTOS	 98 
FABRÍCIO VITORINO	 99 
ISABELLA CAMPOLINA	 100 
ÍVINA ARAÚJO	 101 
LAÍS MESQUITA	 103 
LAURA ELISA VIANA	 104 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LETÍCIA SANT'ANNA	 105 
LUÍSA LEITE	 106 
MARIA FERNANDA BRANDÃO	 107 
MARIANA OLIVEIRA	 108 
MATTHEUS CARDOSO	 109 
MELISSA FIUZA	 110 
NATÁLIA PATRÍCIO	 111 
THIAGO HENRIQUE RODRIGUES	 112 
VITÓRIA AZEVEDO	 113 
YURI FAQUINI	 114 
ENEM-2019: DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO CINEMA NO BRASIL 115 
DANIEL GOMES	 117 
GABRIEL LOPES	 118 
ANA CLARA SOCHA	 120 
AUGUSTO SCAPINI	 121 
EDUARDA DUARTE	 122 
LUCAS RIOS	 123 
LUÍSA MELLO	 124 
NAYRA ALVES	 125 
VITÓRIA OLIVEIRA	 126
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
Caro Estudante, 
Reuni, neste e-book, 100 redações que obtiveram nota 1000 
na redação do Exame Nacional do Ensino Médio entre os anos de 
2014 e 2018. 
O objetivo do meu trabalho é ajudar você e servir de inspiração 
para a construção de textos de excelência tanto para a redação do 
ENEM quanto de outros vestibulares. 
Os textos foram reunidos por ano de aplicação do Exame 
Nacional do Ensino Médio. 
Como, ao longo dos anos, os critérios de correção foram sendo 
refinados, é possível ver que, para se adaptar ao que as 
competências avaliadas na redação do ENEM pediam, os textos 
acabaram tornando-se mais complexos a cada ano. 
Destaco, entretanto, as redações de Raphael Luan Carvalho de 
Souza, nota 1000 nas aplicações de 2014 e de 2015. Nelas, é 
possível perceber uma estrutura textual muito acima da média. 
Ainda que não tenham sido corrigidas pela Fundação Getúlio Vargas 
— responsável pela avaliação dos textos nos anos de 2018 e de 2019 
—, é possível ver uma brilhante execução do Projeto de Texto, além 
de estruturas textuais de primeiríssima qualidade, resultantes da 
aplicação do chamado texto em curto-circuito. 
Espero que você goste do material, que o espalhe por todo o 
Brasil e que muitas pessoas alcancem a tão sonhada nota 1000 no 
ENEM-2020! 
Grande abraço. 
Manoel Neves 
@manoelnevesmn 
OBSERVAÇÃO: Esse material foi compilado para ser distribuído gratuitamente. Em 
hipótese alguma, poderá ser revendido. Caso queiram, professores, blogs, portais ou 
cursos podem adotar esse e-book. Peço apenas que deem o crédito ao material. 
www.manoelneves.com Página de 7 126 @manoelnevesmn
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2014: Publicidade infantil em 
questão no Brasil 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JOSÉ QUERINO DE MACÊDO NETO 
Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos estilísticos da 
linguagem, a exemplo da metáfora e das frases de efeito, como atrativo na vendagem de 
produtos, a manipulação de instrumentos a serviço da propaganda infantil produz 
efeitos que dão margem mais visível ao consumo desnecessário. 
Com base nisso, estabelecem-se propostas de debate social acerca do limite de 
conteúdos designados a comerciais televisivos que se dirigem a tal público. Faz-se 
preciso, no entanto, que se ressaltem as intenções das grandes empresas de comércio: o 
lucro é, sobretudo, ditador das regras morais e decisivo na escolha das técnicas 
publicitárias. Para Marx, por exemplo, o capital influencia, através do acúmulo de 
riquezas, os padrões que decidem a integração de um indivíduo no meio em que ele se 
insere — nesse caso, possuir determinados produtos é chave de aceitação social, 
principalmente entre crianças de cuja inocência se aproveita ao inferir importâncias na 
aquisição. 
Em contraposição a esses avanços econômicos e aos interesses dos grandes 
setores nacionais de mercado infanto-juvenil, os órgãos de ativismo em proteção à 
criança utilizam-se do Estatuto da Criança e do Adolescente para defender os direitos 
legítimos da não-ludibriação, detidos por indivíduos em processo de formação ética. Não 
obstante, a regulamentação da propaganda tende a equilibrar os ganhos das empresas 
com o crescente índice de consumo desenfreado. 
Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais estimular o 
senso crítico a partir do debate em escolas e creches, de forma a instruir que as 
necessidades individuais devem se sobrepor às vontades que se possuem, a fim de coibir 
o abuso comercial e o superconsumo. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JUAN DA COSTA 
Muito se discute acerca dos limites que devem ser impostos à publicidade e 
propaganda no Brasil - sobretudo em relação ao público infantil. Com o advento do meio 
técnico-científico informacional, as crianças são inseridas de maneira cada vez mais 
precoce ao consumismoimposto por uma economia capitalista globalizada - a qual 
preconiza flexibilidade de produção, adequando-se às mais diversas demandas. Faz-se 
necessário, portanto, uma preparação específica voltada para esse jovem público, a fim 
de tornar tal transição saudável e gerar futuros consumidores conscientes. 
Um aspecto a ser considerado remete à evolução tecnológica vivenciada nas 
últimas décadas. Os carrinhos e bonecas deram lugar aos "smartphones", videogames e 
outros aparatos que revolucionaram a infância das atuais gerações. Logo, tornou-se 
essencial a produção de um marketing voltado especialmente para esse consumidor 
mirim - objetivando cativá-lo por meio de músicas, personagens e outras estratégias 
persuasivas. Tal fator é corroborado com a criação de programas e até mesmo canais 
voltados para crianças (como Disney, Cartoon Network e Discovery Kids), expandindo o 
conceito de Indústria Cultural (defendido por filósofos como Theodor Adorno) - o qual 
aborda o uso dos meios de comunicação de massa com fins propagandísticos. 
Somado a isso, o impasse entre organizações protetoras dos direitos das crianças 
e os grandes núcleos empresariais fomenta ainda mais essa pertinente discussão. No 
Brasil, vigoram os acordos isolados com o Poder Público - sem a existência de leis 
específicas. Recentemente, a Conanda (Comissão Nacional de Direitos da Criança e do 
Adolescente) emitiu resolução condenando a publicidade direcionada ao público infantil, 
provocando o repúdio de empresários e propagandistas - que não reconhecem 
autoridade dessa instituição para atuar sobre o mercado. Diante desses posicionamentos 
antagônicos, o debate persiste. 
Com o intuito de melhor adequar os "consumidores do futuro" a essa realidade, e 
não apenas almejar o lucro, é preciso prepará-los para absorver as muitas informações. 
Isso pode ser obtido por meio de campanhas promovidas pelo Poder Público nas escolas 
(com atividades lúdicas e conscientizadoras) e na mídia (TV, rádio, jornais impressos, 
internet), bem como a criação de uma legislação específica sobre marketing infantil no 
Brasil - fiscalizando empresas (prevenindo possíveis abusos) - além de orientação aos 
pais para que melhor lidem com o impulso de consumo dos filhos (tornando as crianças 
conscientes de suas reais necessidades). Dessa forma, os consumidores da próxima 
geração estarão prontos para cumprirem suas responsabilidades quanto cidadãos 
brasileiros (preocupados também com o próximo) e será promovido o desenvolvimento 
da nação. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIA EDUARDA DE AQUINO CORREA ILHA 
De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a criança era um 
ser puro. As tendências do Romantismo influenciavam a temática poética brasileira 
através da idealização da infância. Indo de encontro a essa visão, a sociedade 
contemporânea, cada vez mais, erradica a pureza dos infantes através da influência 
cultural consumista presente no cotidiano. Nesse contexto, é preciso admitir que a 
alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma maneira hipócrita de esconder 
os descaso em relação aos efeitos da publicidade infantil no país. 
Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro contemporâneo é 
baseado na lógica capitalista de busca por lucros e de incentivo ao consumo. Esse 
comportamento ganancioso da iniciativa privada é incentivado pelos meios de 
comunicação, que buscam influenciar as crianças de maneira apelativa no seu dia-a-dia. 
Além disso, a ausência de leis nacionais acerca dos anúncios infantis acaba por 
proporcionar um âmbito descontrolado e propício para o consumo. Desse modo, a má 
atuação do governo em relação à publicidade infantil resulta em um domínio das 
influências consumistas sobre a geração de infantes no Brasil. 
Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos principais 
formadores de consciência da população. O contexto brasileiro se caracteriza pela falta de 
preocupação moral nas instituições de ensino, que focam sua atuação no conteúdo 
escolar em vez de preparar a geração infantil com um método conscientizador e 
engajado. Ademais, a família brasileira pouco se preocupa em controlar o fluxo de 
informações consumistas disponíveis na televisão e internet. Nesse sentido, o despreparo 
das crianças em relação ao consumo consciente e às suas responsabilidades as tornam 
alvos fáceis para as aquisições necessárias impostas pelos anúncios publicitários. 
Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil exige medidas 
concretas, e não um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do 
governo em relação à regulamentação da propaganda infantil, através da criação de leis 
de combate aos comerciais apelativos para as crianças. Além disso, o Estado deve 
estimular campanhas de alerta para o consumo moderado. Porém, uma transformação 
completa deve passar pelo sistema educacional, que em conjunto com o âmbito familiar 
pode realizar campanhas de conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Quem 
sabe, dessa forma, a sociedade possa tornar a geração infantil uma consumidora 
consciente do futuro, sem perder a pureza proposta pelo Movimento Romântico. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIANA PEREIRA PIMENTA 
A publicidade vem sendo valorizada com a constante globalização, onde o 
marketing se apropria em atingir diferentes parcelas populacionais. A questão da 
publicidade infantil vem ganhando destaque no cenário mundial, sendo criticadas suas 
grandes demandas dirigidas à criança, persuadindo-as em favor do consumismo. 
Com a crescente classe média do país, onde milhares de brasileiros são 
favorecidos pelos créditos governamentais, o consumismo vem afetando toda essa 
parcela populacional, deixando no passado a falta de eletrodomésticos e a participação 
social favorecida as elites. Com participação das principais mídias, agrava o abuso do 
imaginário infantil ao mesmo tempo em que favorece na distinção do benéfico e maléfico 
ao padrão de vida individual. 
É cabível que a anulação da publicidade infantil põe em xeque os ideais 
democráticos, confrontando tanto as famílias como o mercado publicitário, 
discriminando tal faixa etária ao mesmo tempo prejudicando o mercado consumidor, 
fator que pode levar a uma crise interna e abdicar do desenvolvimento comercial de um 
país subdesenvolvido. 
Portanto, a busca da comercialização muitas vezes abrange seu favorecimento 
através do imaginário infantil com os ideais seguidos por seus ídolos. Entretanto, é de 
responsabilidade dos pais na conscientização do bom e/ou ruim, em conjunto com a 
escolaridade infantil na abdicação do consumismo ao mesmo tempo em que o governo 
estude medidas preventivas que busquem o controle da exploração publicitária sem que 
atrapalhe o andar econômico do país. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
NATHALIA CARDOZO 
Produtos e serviços são necessários a qualquer sociedade. Dentre eles, estão 
serviços de planos de saúde, financiamento de moradias, compra de roupas e alimentos, 
entre outros elementos presentes no âmbito social. A publicidade e a propaganda 
exercem papel essencial na divulgação desses bens. No entanto, é preciso atenção por 
parte dos consumidores para analisar e selecionar que tipos de propagandas são 
fidedignas, e no caso de publicidade direcionada a crianças e adolescentes, essa medida 
nem sempre é possível.  
Em um primeiro plano, é importante constatar que as crianças não possuem 
capacidade de analisar os prós e contras da compra de um produto. Nesse sentido, os 
elementos persuasivos da propaganda têm grande influência no pensamento dos 
indivíduos da Primeira Idade, já que personagens infantis, brinquedos e músicas 
conhecidas por eles estimulam uma ideia positiva sobreo produto ou serviço anunciado, 
mas não uma análise do mesmo. Infere-se, assim, que a utilização desses recursos é 
abusiva, uma vez que vale-se do fato de a criança ser facilmente induzida e do apego às 
imagens de caráter infantil, considerando apenas o êxito do objetivo da propaganda: 
persuadir o possível consumidor. 
Além disso, observa-se que as ações do Conselho Nacional de 
Autorregulamentação Publicitária (Conar) são importantes, porém insuficientes nesse 
quesito. O Conar busca, entre outros aspectos, impedir a veiculação de propagandas 
enganosas, porém respeita o uso da persuasão. Assim, ao longo dos anos, pode-se 
perceber que o Conar não considera o apelo infantil abusivo e permitiu a transmissão de 
propagandas destinadas ao público infantil, já que essas permanecem na mídia. Diante 
desse raciocínio, é possível considerar a resolução do Conselho Nacional de Direitos da 
Criança e do Adolescente (Conanda) válida e necessária para a contenção dos abusos 
propagandísticos evidenciados. 
Tendo em vista a realidade abusiva da propaganda infantil, é necessário que o 
Conar e o Conanda trabalhem juntos para providenciar uma análise ainda mais criteriosa 
dos anúncios publicitários dirigidos à primeira infância, a fim de verificar as técnicas de 
indução utilizadas. Ademais, a família e o sistema educacional brasileiro devem 
proporcionar às crianças uma educação relacionada a questões analíticas e 
argumentativas para que, já na adolescência, possam distinguir de maneira cautelosa as 
intenções dos órgãos publicitários e a validez das propagandas. Dessa forma, será 
possível conter os abusos e estabelecer justiça nesse contexto. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA 
Durante o século XX, o estímulo à produção industrial, por Getúlio Vargas, e o 
incentivo à integração nacional, de Juscelino Kubitschek, foram fatores que 
possibilitaram a popularização dos meios de comunicação no Brasil. Com isso, cresceu 
também a publicidade infantil, que busca introduzir nas crianças, desde cedo, o princípio 
capitalista de consumo. No entanto, essa visão negativa pode ser significativamente 
minimizada, desde que acompanhada de uma forte base educacional que auxilia as 
crianças a discernir por meio do desenvolvimento de senso crítico próprio. 
É indiscutível a presença de fatores prejudiciais nas propagandas dirigidas a essa 
faixa etária. Segundo o conceito de felicidade, discutido na filosofia da antiguidade por 
Aristóteles, a eudaimonia é alcançada com a união equilibrada entre razão e satisfação de 
prazeres. Contudo, evidencia-se que, na infância, o indivíduo não possui ainda 
discernimento racional suficiente, o que faz com que a criança, ao ter acesso a 
publicidades, pense que o produto divulgado é extremamente necessário. Isso acarreta, 
de forma negativa, a formação de jovens e adultos excessivamente consumistas. 
Entretanto, essa tendência pode ser revertida se somada à instrução adequada do 
público-alvo do mercado publicitário infantil. Segundo a tábula rasa de John Locke, 
nascemos como uma folha em branco, sem conhecimento, e o adquirimos por meio da 
experiência. A partir desse pensamento, é possível entender que é função dos pais educar 
as crianças, haja vista que estas são influenciadas pelo meio em que vivem. Com o apoio 
da base familiar, somada à escolar, cria-se o senso crítico, que possibilita a gradativa 
menor influência da linguagem publicitária. Desse modo, evidencia-se que o poder de 
persuasão do mercado apelativo não é absoluto. 
Por fim, entende-se que, embora a publicidade infantil seja preocupante, tal 
efeito é reduzido com o desenvolvimento do senso crítico, seja na base familiar, seja na 
escolar. A fim de atenuar o problema, o Estado deve implementar, no ensino de base, 
projetos educacionais de análise de linguagens com o auxílio do Ministério da Educação 
e Cultura e governos municipais, visando a evidenciar, para a faixa etária infantil, a suma 
relevância da consciência sobre reais necessidades de consumo. Dessa forma, a folha em 
branco ao nascer poderá ser preenchida, formando cidadãos, de fato, conscientes. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ROSELY COSTA SOUSA 
A grande preocupação hoje, nas políticas públicas, é propiciar um melhor 
atendimento integral à criança, principalmente no que se refere ao desenvolvimento 
moral, social, político e cultural enquanto sujeito ativo e participante dos plenos direitos e 
deveres na sociedade, conforme as normas declaradas no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA). 
Sabe-se que a educação, tanto nas escolas quanto no lar, é a melhor opção para se 
chegar a um objetivo promissor, além de promover o desenvolvimento integral da 
criança, porém tal fato tem sofrido mudanças ultimamente decorrentes do avanço 
tecnológico e de inovações ideológicas quanto à forma de aprimorar e preparar a criança, 
desde o nascimento, para receber as informações que há no mundo exterior. Diante disso, 
as escolas e os pais devem preocupar-se em desenvolver na criança, o seu lado 
consumidor, através de situações do dia a dia, auxiliando-a e orientando-a a se tornar um 
bom consumidor, sendo necessário e importante para se obter uma aprendizagem 
significativa da sua realidade. 
Em relação à publicidade infantil, percebe-se que a tendência das empresas e 
fabricantes de produtos infantis é aumentar seus negócios e divulgar seus produtos 
infantis tendo como alvo, o universo infantil, o que isso, sobretudo, recai nas 
responsabilidades dos adultos que acabam cedendo-a a adquirir, de forma compulsiva, o 
produto anunciado. 
No Brasil, a publicidade infantil é comum, principalmente em datas 
comemorativas tais como Dia das Crianças e Natal, porém defende e apoia a legislação 
que controla e evita abusos do setor que realiza tal publicidade. 
No entanto, espera-se que a publicidade infantil assuma um caráter educativo, apesar de 
ser persuasivo, não afetando os direitos e os deveres da criança, dentro das normas 
contidas na legislação do país. As escolas e, sobretudo os pais, devem orientar as crianças 
a tornarem-se bons consumidores, realizando a escolha certa do produto, conscientes de 
suas atitudes na sociedade em adquirir tal produto a fim de não tornarem-se 
consumidoras compulsivas. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ANTÔNIO IVAN ARAÚJO 
A publicidade infantil movimenta bilhões de dólares e é responsável por 
considerável aumento no número de vendas de produtos e serviços direcionados às 
crianças. No Brasil, o debate sobre a publicidade infantil representa uma questão que 
envolve interesses diversos. 
Nesse contexto, o governo deve regulamentar a veiculação e o conteúdo de 
campanhas publicitárias voltadas às crianças, pois, do contrário, elas podem ser 
prejudicadas em sua formação, com prejuízos físicos, psicológicos e emocionais. 

Em primeiro lugar, nota-se que as propagandas voltadas ao público mais jovem podem 
influir nos hábitos alimentares, podendo alterar, consequentemente, o desenvolvimento 
físico e a saúde das crianças. Os brindes que acompanham as refeições infantis ofertados 
pelas grandes redes de lanchonetes, por exemplo, aumentam o consumo de alimentos 
muito calóricos e prejudiciais à saúde pelas crianças, interessadas nos prêmios. Esse 
aumento da ingestão de alimentos pouco saudáveis pode acarretar o surgimento precoce 
de doenças como a obesidade. 
Em segundo lugar, observa-se que a publicidade infantil é um estímulo ao 
consumismo desde a mais tenra idade. O consumo de brinquedos e aparelhos eletrônicos 
modifica os hábitos comportamentais de muitas crianças que, para conseguir 
acompanhar as novas brincadeiras dos colegas, pedem presentes cada vez mais caros aos 
pais. Quando esses não podem compra-los, as crianças podemser vítimas de piadas 
maldosas por parte dos outros, podendo também ser excluídas de determinados círculos 
de amizade, o que prejudica o desenvolvimento emocional e psicológico dela. 
Em decorrência disso, cabe ao Governo Federal e ao terceiro setor a tarefa de 
reverter esse quadro. O terceiro setor – composto por associações que buscam se 
organizar para conseguir melhorias na sociedade – deve conscientizar, por meio de 
palestras e grupos de discussão, os pais e os familiares das crianças para que discutam 
com elas a respeito do consumismo e dos males disso. Por fim, o Estado deve regular os 
conteúdos veiculados nas campanhas publicitárias, para que essas não tentem convencer 
pessoas que ainda não têm o senso crítico desenvolvido. Além disso, ele deve multar as 
empresas publicitárias que não respeitarem suas determinações. Com esses atos, a 
publicidade infantil deixará de ser tão prejudicial e as crianças brasileiras poderão crescer 
e se desenvolver de forma mais saudável. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
DANDARA LUIZA DA COSTA 
“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças”. A frase 
do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter 
com as questões referentes à infância. Dessa forma, é válido analisar a maneira como o 
excesso de publicidade infantil pode contribuir negativamente para o desenvolvimento 
dos pequenos e do Brasil. 
É importante pontuar, de início, que a abusiva publicidade na infância muda o 
foco das crianças do que realmente é necessário para sua faixa etária. Tal situação torna 
essas crianças pequenos consumidores compulsivos de bens materiais, muitas vezes 
desapropriados para determinada idade, e acabam por desvalorizar a cultura imaterial, 
passada através das gerações, como as brincadeiras de rua e as cantigas. Prova disso são 
os dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferirem se divertir 
com os objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser 
humano e consumo está “nascendo” desde a infância. 
É fundamental pontuar, ainda, que o crescimento do Brasil está atrelado ao tipo 
que infância que está sendo construída na atualidade. Essa relação existe porque um país 
precisa de futuros adultos conscientes, tanto no que se refere ao consumo, como às 
questões políticas e sociais, pois a atenção excessiva dada à publicidade infantil vai gerar 
adultos alienados e somente preocupados em comprar. Assim, a ideia do líder Gandhi de 
que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente parece fazer alusão ao fato de 
que não é prudente deixar que a publicidade infantil se torne abusiva, pois as crianças 
devem lidar da melhor forma com o consumismo. 
Dessa forma, é possível perceber que a publicidade infantil excessiva influencia 
de maneira negativa tanto a infância em si como também o Brasil. É preciso que o 
governo atue iminentemente nesse problema através da aplicação de multas nas 
empresas de publicidade que ultrapassarem os limites das faixas etárias estabelecidos 
anteriormente pelo Ministério da Infância e da Juventude. Além disso, é preciso que essas 
crianças sejam estimuladas pelos pais e pelas escolas a terem um maior hábito de ler, 
através de concessões fiscais às famílias mais carentes, em livrarias e papelarias, distando 
um pouco do padrão consumista atual, a fim de que o Brasil garanta um futuro com 
adultos mais conscientes. Afinal, como afirmou Platão: “o importante não é viver, mas 
viver bem”. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
GEOVANA LAZZARETTI SEGAT 
A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada em todos 
os meios de comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: 
expor um produto e explicar sua respectiva função. No entanto, essa mesma função é 
distorcida por anúncios apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a compra, 
atingindo principalmente as crianças. 
As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos 
animados e trilhas sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos. 
Dessa maneira, as indústrias acabam compartilhando seus espaços; como exemplo as 
bonecas Monster High fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta de 
discussão sobre o assunto é evidenciada pelas opiniões distintas dos países. Conforme a 
OMS, no Reino Unido há leis que limitam a publicidade para crianças como a que proíbe 
parcialmente – em que comerciais são proibidos em certos horários -, e a que personagens 
famosos não podem aparecer em propagandas de alimentos infantis. Já no Brasil há a 
autorregulamentação, na qual o setor publicitário cria normas e as acorda com o governo, 
sem legislação específica. 
A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças 
perdem a noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que 
tudo é possível. Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis 
rígidas que restrinjam a publicidade de bens não duráveis para crianças. Além disso, as 
escolas poderiam proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente” em que 
diferenciam consumo e consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos 
produtos, com a distribuição de cartilhas didáticas introduzindo os direitos do 
consumidor. Esse trabalho seria efetivo aliado ao diálogo com os pais. 
Sérgio Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências 
estrangeiras, e a publicidade atual é a consequência direta da globalização. Por 
conseguinte é preciso que as crianças, desde pequenas, saibam diferenciar o útil do fútil, 
sendo preparados para analisar informações advindas do exterior no momento em que 
observarem as propagandas. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JULIANA NEVES SILVA DUTRA 
A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século 
XVIII, trouxe a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do 
aumento de produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator 
essencial para ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, 
percebe-se as crianças como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida 
pelo Estado para garantir que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado 
produto. 
A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator 
primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo 
alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a 
mercadoria: constroi-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do 
produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não 
possuírem elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a 
realizarem determinada ação. 
Para atingir esse objetivo, as empresas utilizam da linguagem infantil, de 
personagens de desenhos animados e de vários outros meios para atrair as crianças. O 
Conselho Nacional de Direitos de Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que 
considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto 
sobre como isso vai ocorrer. É imprescindível uma maior rigidez do Estado sobre as 
campanhas publicitárias infantis, pois as crianças farão parte do mercado consumidor e 
devem ser educadas para se tornarem consumidores conscientes. 
Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público 
infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas 
etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas 
publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituiçõescomo a 
família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário. 
Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo. 
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ENEM-2015: A persistência da violência 
contra a mulher na sociedade brasileira 
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FÁBIO LOPES JÚNIOR 
A Revolução Francesa foi responsável por levar ao mundo os ideais de liberdade, 
igualdade e fraternidade. Desde lá, de fato, o movimento feminista busca a 
universalização dos direitos civis e sociais, promovida pela Revolução. Entretanto, é 
notório que os valores patriarcalistas, os quais consideram a mulher inferior ao homem, 
insistem em permear as diversas instâncias sociais brasileiras, inserindo a inverdade de 
um possível controle masculino sobre o corpo da mulher, o que desemboca em crimes de 
violência e assédio contra elas. 
Nesse sentido, a educação familiar e escolar oferecida aos meninos difere, ainda, 
da oferecida às meninas. Dessa maneira, é possível observar que desde pequenas, as 
crianças recebem valores conservadores que separam socialmente homens e mulheres 
por diferenças biológicas, oferecendo privilégios aos primeiros. Assim, quando adultos, 
os indivíduos ajudam a propagar o machismo, de modo que a superioridade idealizada 
pelo homem chega a passar despercebida pela sociedade civil, como a exemplo do 
sucesso obtido por músicas que incitam, claramente, a violência contra as mulheres. 
Ademais, as políticas públicas de combate à violência doméstica e ao feminicídio, 
por exemplo, encontram dificuldades na falta de denúncias. Nesse contexto, os diversos 
assédios morais e físicos sofridos diariamente pelas mulheres não recebem a devida 
punição. Isso pode ser ilustrado pela campanha lançada nas redes sociais, em outubro de 
2015, intitulada “#PrimeiroAssédio”, na qual as mulheres traziam à tona relatos de atos 
de violência masculina que não foram devidamente punidos. 
Em suma, a violência é fruto de valores machistas persistentes na sociedade. 
Portanto, é necessário que a escola e as famílias, como agentes educadores, mostrem aos 
seus filhos que as diferenças biológicas entre homens e mulheres não são fatores de 
superioridade e inferioridade, consoante o pensamento da filósofa ilumina Mary 
Wollstonecraft, “a mente não tem gênero”. Além disso, ONGs de defesa da mulheres 
devem, por meio das redes sociais, apresentar as diversas formas de denúncia e os 
direitos garantidos a elas pela Constituição. Por fim, é importante que as grandes mídias 
apresentem em suas novelas e programas exemplos de mulheres bem-sucedidas e 
independentes de uma presença masculina, de modo a atenuar o machismo. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ANA SANTANA MOIOLI 
Figuras como Simone de Beauvoir, pensadora francesa, revolucionaram a 
discussão sobre igualdade de gênero em escala global, dando grande força ao movimento 
feminista nas últimas décadas. Inspirada na teoria existencialista de seu parceiro Sartre, 
Simone propôs que a existência precede a essência em todos os seres humanos, homens 
ou mulheres, de modo que a hierarquização ligada ao sexo biológico fosse uma completa 
convenção social. Apesar disso, no Brasil, o gênero feminino ainda encontra grandes 
dificuldades a serem superadas, com ênfase na persistente violência contra a mulher. 
Embora já tenha havido notáveis avanços nessa luta, a mulher brasileira ainda é 
vítima de diversos tipos de agressões. A Lei Maria da Penha, que estabelece punições aos 
agressores, é um exemplo de conquista do movimento, tendo levado à justiça mais de 330 
mil casos entre setembro de 2006 e março de 2011, segundo dados divulgados pela revista 
“IstoÉ”. Por outro lado, neste mês de outubro, discute-se no poder legislativo a ideia de 
tornar novamente proibido o aborto em casos de estupro. Isto representa o risco de 
inúmeras mulheres (sobretudo as menos favorecidas), cuja dignidade já foi ferida no 
abuso sexual, perderem suas vidas em abortos clandestinos. Desse modo, é importante 
reconhecer que já houve, sim, vitórias, mas ainda se veem fortes resistências à batalha 
feminina. 
Algo que contribui para o enraizamento da noção de inferioridade da mulher na 
mente dos brasileiros e, portanto, para a persistência de tal violência é a representação 
feminina na mídia. Mesmo em 2015, comerciais de cerveja, por exemplo, reduzem a 
figura das brasileiras a objetos sexuais, cujo único objetivo é servir os homens. Ao mesmo 
tempo, propagandas de produtos de limpeza a reproduzem a ainda existente relação 
aparentemente natural entre a mulher e a cozinha, sendo o marido o único capaz de 
trabalhar na sociedade e sustentar a família. Assim, a diferenciação entre gêneros torna-se 
quase inconsciente, o que acaba servindo como justificativa para que os números de 
mulheres agredidas não sejam levados tão a sério. 
Os apontamentos acima evidenciam a necessidade de que sejam tomadas 
medidas a fim de proteger a mulher brasileira. O Estado deve ampliar a legislação 
voltada para a publicidade que expõe a figura feminina. É também preciso que escolas 
públicas e privadas invistam em discussões sobre gêneros, visando desconstruir 
convenções sociais. A mídia, na mesma linha, em vez de reificar a mulher, deveria 
promover programas de conscientização sobre o tema. Por fim, cabe à sociedade 
pressionar o governo em nome da regulamentação da prática do aborto, cuja proibição 
representa a falta de reconhecimento de uma violência em massa contra as mulheres. 
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AMANDA DELLA TOGNA TORRES 
O preconceito contra o sexo feminino é um problema que assola o cotidiano pós-
moderno, sendo inúmeras as formas por meio das quais tal discriminação se apresenta. 
Seja por meio da violência física, psicológica, sexual ou patrimonial, as mulheres têm 
sofrido nas mãos de agressores que veem no sexo feminino um elemento "frágil", 
ideologia que é a completa antítese das democracias contemporâneas, supostamente 
liberais e igualitárias. Nesse contexto, deve-se discutir a persistência da violência contra a 
mulher na sociedade brasileira. 
Desde os primórdios da civilização, foi criado um estereótipo que reservava às 
mulheres apenas as funções domésticas e de procriação, excluindo a possibilidade de seu 
ingresso nas esferas da política ou mesmo do trabalho. Todavia, tal estereótipo vem 
sendo desconstruído, ao passo que as mulheres conquistam mais espaço nas relações 
sociais, políticas e econômicas ao redor do mundo. Toma-se como exemplo as lideranças 
políticas alemã, argentina e, principalmente, brasileira: hoje, tais cargos são exercidos por 
mulheres, realidade improvável há algumas décadas. 
Todavia, ideologias preconceituosas e agressivas ainda são inerentes à sociedade 
brasileira, constituindo um entrave ao progresso da nação como um todo. Este quadro se 
torna evidente ao serem apresentados dados disponibilizados no site da revista "Istoé": 
no período de setembro de 2006 a março de 2011, mais de 330 mil processos com base na 
Lei Maria da Penha foram instaurados nos juizados e varas especializados. É no mínimo 
incoerente que, em pleno século XXI, junto a um cenário pautado pelas ideias de 
igualdade e liberdade como base fundamental de toda e qualquer democracia, ainda 
existam milhares de mulheres sofrendo por agressões de natureza absolutamente 
injustificável. 
Assim, é imprescindível que medidas sejam tomadas para a compleição de uma 
democracia justa e igualitária em sua plenitude. Desse modo, cabe ao Governo tornar 
mais rígida a legislação concernente ao bem-estar do sexo feminino, tomando as devidas 
providências quando algo estiver em desacordo com o que prega a Lei; àsescolas, cabe o 
dever de instruir as gerações futuras quanto à igualdade entre os cidadãos de uma 
democracia, conscientizando-os do caráter absurdo presente em atos discriminatórios e 
agressivos. Por fim, lança-se um apelo às vítimas, ressaltando-se que a denúncia é a 
forma mais eficiente de se combater o problema. Afinal, à guisa de Simone de Beauvoir, o 
opressor não seria tão forte se não encontrasse cúmplices entre os próprios oprimidos. 
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CECÍLIA MARIA LIMA 
Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos 
interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século 
XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como um dos expoentes do movimento por 
igualdade de gênero. Conquanto tenham sido obtidos avanços no que diz respeito aos 
direitos civis, a violência contra a mulher é uma problemática persistente no Brasil, uma 
vez que ela se dá–na maioria das vezes– no âmbito doméstico. Esse fato se deve às 
dificuldades em denunciar o agressor e à vergonha de se expor e assumir a condição de 
vítima. 
Com efeito, ao longo das últimas décadas, a mulher ganhou notável destaque nas 
representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na vida privada, contudo, 
ainda obedecem a uma lógica machista em muitas famílias. Nesse contexto, a agressão 
parte de um pai, irmão, marido ou filho, condição de parentesco essa que desencoraja a 
vítima a prestar queixas, visto que há um vínculo sanguíneo e afetivo que ela teme 
romper. 
Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as 
camadas sociais. Ela se revela não apenas nas marcas físicas de um assassinato ou 
estupro, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da figura feminina em 
hábitos culturais como piadas e músicas populares. Essa é a opressão simbólica da qual 
trata o sociólogo Pierre Bourdieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente 
no embate físico, ela está, sobretudo, no ato de perpetuar preconceitos que atentam 
contra a dignidade de um grupo social. 
Destarte, o Brasil está alguns passos à frente de outros países em relação ao 
combate à violência contra mulheres, tendo em vista, por exemplo, a Lei Maria da Penha. 
Entretanto, é necessário endurecer as penalidades para coibir essa prática. Assim, uma 
iniciativa plausível tomada pelo Congresso Nacional no intuito de tipificar o feminicídio 
como crime de ódio e hediondo deve fazer com que agressores tenham penas maiores a 
cumprir. Em contrapartida, o Estado deve aumentar o número de delegacias de apoio à 
mulher com turnos de 24 horas para que a sociedade também colabore denunciando. O 
debate sobre essa questão deve ser permanente nas escolas e no meio social, pois só 
assim é possível transformar maus preconceitos em uma cultura de paz. 
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ISADORA FURTADO 
A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um 
problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que muitas mulheres sofrem 
diariamente com esta questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado 
histórico-cultural e o que é previsto por lei. 
Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao 
homem. Prova disso é o fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no 
mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero 
oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres, 
corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse 
ínterim, a cultura machista foi a que prevaleceu ao longo dos anos e enraizou-se na 
sociedade contemporânea, mesmo de forma implícita à primeira vista. 
Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, 
independente de cor, raça e gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê o mesmo 
salário para os que desempenham a mesma função, também garantida por lei. No 
entanto, o que se observa em diversas partes do país é a gritante diferença entre os 
salários de homens e mulheres, principalmente se esta for negra. Esse fato causa extrema 
decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem 
recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para solucionar a problemática. 
Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da 
violência, seja física ou moral, criando leis mais rígidas e punições mais severas para 
aqueles que cometem agressões contra as mulheres. Some-se a isso investimentos em 
educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos mais 
comprometidos com o bem-estar de todos. 
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LUANA NATÁLIA DE SENA 
Simone de Beauvoir, filósofa francesa e nome importante do feminismo do século 
XX, já advertiu: não se nasce mulher, torna-se. Ou seja, não há nada na biologia feminina 
que determine sua inferioridade frente aos homens. Essa submissão, creditada pelo 
machismo e imposta socialmente às garotas desde a tenra infância, faz da mulher objeto 
e, por isso, alvo de inúmeras atrocidades, como a violência. Tal pensamento arcaico de 
que mulheres são posses de terceiros e não seres autônomos é decisivo para a existência 
dessa realidade. É preciso uma união entre mulheres cientes de seus direitos e uma 
sociedade que preze pelo bem estar dos seus cidadãos para mudar o atual quadro 
brasileiro. 
Ditados populares, como o famoso "em briga de marido e mulher ninguém mete 
a colher", demonstram a falta de empatia em relação às mulheres que vivem em 
relacionamentos abusivos, tidos por muitos como fato normal. Não raro a violência chega 
a ser romantizada, principalmente em novelas: se bateu é porque ama. Toda essa 
alienação contribui para a existência de mulheres inseguras e assombradas, que não 
conseguem aproveitar plenamente sua liberdade com medo de represálias de um 
parceiro. 
Ademais, além da violência física por parte de cônjuges, a mulher é passível de 
outros tipos de violência no momento em que sai às ruas, haja vista a cultura do estupro 
e do assédio que vigora no país. Apesar de relatar o contexto de outra nação latino-
americana, Isabel Allende, em "A Casa dos Espíritos", demonstra que, devido ao mesmo 
passado colonial, o Brasil assemelha-se bastante aos seus vizinhos, visto que o livro é 
palco de variados casos de estupros cometidos por um patrão que pensa ser dono de suas 
empregadas. 
A violência contra a mulher persiste no país, portanto, devido ao sexismo e ao 
machismo de suas instituições. Para reverter essa cruel realidade, é possível que as 
universidades criem cursos de extensão junto às áreas de Psicologia, Serviço Social e 
Filosofia destinados à realização de palestras que versem sobre as consequências do 
feminicídio na sociedade. Também, cabe ao governo melhorar o serviço das delegacias 
destinadas à mulher, a fim de que a vítima seja acolhida por profissionais preparados. 
Por fim, o movimento feminista, aliado à mídia, deve promover campanhas destinadas a 
empoderar cada vez mais mulheres, para que elas não sejam silenciadas como foram suas 
avós. 
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PAULA VITÓRIA MACEDO 
Há algumas décadas, era comum que a mulher estivesse associada apenas aos 
papéis de mãe, esposa e dona de casa. Através dos movimentos sociais ocorridos entre as 
décadas de 1970 e 1980, essa situação mudou: a mulher conquistou seu espaço no 
mercado de trabalho e na sociedade, passando a ter direitos políticos, por exemplo. 
Entretanto, apesar das conquistas, entre elas a Lei Maria da Penha, a mulher continua a 
sofrer diversos tipos deviolência, decorrentes do pensamento machista e patriarcal que 
ainda são perpetuados na sociedade brasileira. 
Ainda que a violência física e sexual sejam as mais óbvias, são várias as formas 
como se pratica a violência contra a mulher. Um dessas formas é a violência psicológica, 
praticada através dos ideais de beleza impostos pela mídia e pela sociedade, os quais 
reificam o corpo feminino. Prova disso é que as mulheres ainda são utilizadas como 
objetos para a satisfação e admiração masculina em propagandas de cerveja, por 
exemplo. Outra forma de violência é a moral: mulheres continuam sendo assediadas no 
trabalho, nas ruas e nos transportes coletivos. Somada ao assédio no trabalho, está ainda 
a disparidade de salários entre homens e mulheres: dados do IBGE apontam que o 
salário da mulher pode chegar a ser 30% inferior ao de homens que ocupam o mesmo 
cargo. Já a violência sexual é justificada socialmente através da cultura de estupro, por 
meio da qual a culpa é atribuída a vítima. Dessa maneira, mulheres continuam sendo 
privadas de sua liberdade para vestir sair ou ser o que quiserem. 
Sendo assim, essas formas de violência, que muitas vezes passam despercebidas 
pela sociedade, são frutos de uma cultura machista que ainda prevalece no Brasil. Afinal, 
apesar de todas as conquistas que a mulher obteve e das leis que a protege, não houve 
quaisquer reformas que possibilitassem a quebra das estruturas que sustentam e 
justificam essas violências. Dessa forma, meninos continuam sendo educados para 
comandar a mulher enquanto meninas continuam sendo educadas para serem donas de 
casa. Esse modelo binário de educação de gênero é o principal fator que permite a 
persistência da violência contra a mulher. 
Nesse contexto, faz-se necessário mudar o pensamento machista sob o qual a 
violência se sustenta. Assim, em primeiro lugar, o Estado deve regular as propagandas 
que reificam o corpo feminino. Somado a isso, deve promover a igualdade entre os 
salários bem como deve garantir segurança das mulheres nos transportes coletivos e nas 
ruas, através de investimentos em segurança pública. Em segundo lugar, deve-se 
implementar nas escolas e universidades uma educação de gênero por meio da qual se 
desconstrua, paulatinamente o pensamento patriarcal. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA 
Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o 
pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de maneira 
mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao 
homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, com a chegada 
da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência de gênero dessa lógica 
excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência 
de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social. 
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas 
do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por 
meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível 
perceber que, no Brasil, a agressão contra a mulher rompe essa harmonia, haja vista que, 
embora a Lei Maria da Penha tenha sido um grande progresso em relação à proteção 
feminina, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como as muitas vítimas que 
deixam de efetivar a denúncia por serem intimidadas. Desse modo, evidencia-se a 
importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à 
problemática. 
Outrossim, destaca-se o machismo como impulsionador da violência contra a 
mulher. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, 
dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de 
pensamento, observa-se que o preconceito de gênero pode ser encaixado na teoria do 
sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, 
tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento do 
pensamento da exclusão feminina, transmitido de geração a geração, funciona como forte 
base dessa forma de agressão, agravando o problema no Brasil. 
Entende-se, portanto, que a continuidade da violência contra a mulher na 
contemporaneidade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do 
machismo como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal 
deve elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa 
forma de agressão, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas 
áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto às 
emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à denúncia desses crimes. Dessa 
forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será 
gradativamente minimizado no país. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
VALÉRIA ALVES 
A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é 
um fato que tem origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus 
direitos cerceados e a liberdade limitada devido ao fato de ser considerada mais "frágil" 
ou "sensível", ainda que isso não pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento 
deu margem a uma maior subjugação da mulher e abriu portas a atos de violência a ela 
direcionados. 
Nessa perspectiva, a sociedade brasileira é pautada por uma visão machista. A 
liberdade feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem de 
acordo com as próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas irreverentes, 
correm o risco de serem violentadas sob a justificativa de que "estavam pedindo por 
isso". Esse pensamento perdura no meio social, ainda que muitas conquistas de 
movimentos feministas –pautados no existencialismo da filósofa Simone de Beauvoir - 
tenham contribuído para diminuir essa percepção arcaica da mulher como objeto. 
Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação 
globalizada ou desavisadas a respeito dos Direitos Humanos continuam a pôr em prática 
atos atrozes em direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do Lar. A violência 
doméstica, em especial física e psicológica, é praticada por homens com necessidade de 
autoafirmação ou dependentes de drogas (com destaque para o álcool) e faz milhares de 
vítimas diariamente no país. Nesse sentido, a criação de leis como a do feminicídio e 
Maria da Penha foram essenciais para apaziguar os conflitos e dar suporte a esse grupo 
antes marginalizado. 
Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar mulher tem como 
consequência a solidificação de tal prática no psicológico dos filhos. As crianças, dotadas 
de pouca capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo violentada e tem 
grandes chances de se tornarem adultos violentos, contribuindo para a manutenção das 
práticas abusivas nas gerações em desenvolvimento e dificultando a extinção desse 
comportamento na sociedade. 
Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas da Antiguidade até 
hoje, a mulher luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir 
nessa conquista ao investir em ONGs voltadas à defesa de direitos femininos e ao 
mobilizar campanhas e palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia, 
objetivando a exposição da problemática e o debate acerca do respeito aos direitos 
femininos. É importante também a criação de um projeto de distribuição de histórias em 
quadrinhos e livros nas escolas, conscientizando as crianças e jovens sobre igualdade de 
gênero de forma divertida e interativa. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ANA BEATRIZ ÁLVARES SIMÕES 
De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a 
um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre 
si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos 
os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em 
pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência 
de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do 
sexo masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo. 
Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve 
presente, como por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi 
criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas 
pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até 
desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão 
física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se 
que as mulheres têm suas imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de 
uma cultural geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração 
em geração, o que favorece o continuismo dos abusos. 
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo 
colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos 
são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. 
Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% 
dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência 
continuam violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas 
psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho. 
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há 
uma diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o 
Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria 
com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões 
às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. 
Passa a ser a função também das instituições de educação promoverem aulas de 
Sociologia, História e Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de 
palestras, materiais históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar e, 
futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras medidas devem ser tomadas, mas, 
como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um 
homem ou nação. ” 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
AMANDA CARVALHO MAIA CASTRO 
A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos 
nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes 
por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço 
de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a 
psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes 
históricas e ideológicas. 
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. 
Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em 
relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce 
mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo 
feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu 
convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os 
comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da 
construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição 
para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a 
liberdade para o ato é aumentada. 
Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque 
a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no 
cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como 
fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos 
e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo 
feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência 
física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de 
casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os 
de reincidência. 
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras 
dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação 
seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de 
propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para 
difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo 
feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para 
aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem 
sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
KAIO NOBUYASHI KOGA 
O Brasil cresceu nas bases parternalistas da sociedade europeia, visto que as 
mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais, inclusive do voto. Diante desse 
fato, elas sempre foram tratadas como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor 
validade que as demais. Esse modelo de sociedade traz diversas consequências, como a 
violência contra a mulher, fruto da herança social conservadora e da falta de 
conscientização da população. 
Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do pensamento 
da população brasileira. São constantes as notícias sobre o assédio sexual sofrido por 
mulheres em espaços públicos, como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena 
reação a fim de acabar com o problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade 
da postura machista da sociedade e a permissão velada para o seu acontecimento. Esses 
constantes casos são frutos do pensamento machista que domina a sociedade e descende 
diretamente do paternalismo em que cresceu a nação. 
Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a mulher permanece 
na contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. A mulher é constantemente tratada 
com inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que 
demonstra com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, 
chegando à polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo. 
A violência se torna dupla, sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada pela 
população e pelos órgãos públicos frente ao estupro, causando maior sofrimento à 
vítima. 
O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do patriarcalismo e deve 
ser combatido a fim de impedir a violência contra aquelas que historicamente sofreram e 
foram oprimidas. Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei, 
acolhendo e atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a 
conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero e sobre a violência contra a 
mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres e aos movimentos feministas que 
protegem as mulheres e defendem os seus direitos, expondo a postura machista da 
sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estadoe da sociedade, aliado ao debate sobre a 
igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a mulher. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JOSÉ MIGUEL ZANETTI TRIGUEIROS 
A violência contra a mulher no Brasil ainda é grande. Entretanto, deve haver uma 
distinção entre casos gerais (que ocorrem independentemente do sexo da vítima) e casos 
específicos. Os níveis de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos, portanto, o 
número de mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em casos que a mulher 
é vítima devido ao seu gênero, como estupros, abusos sexuais e agressões domésticas, as 
Leis Maria da Penha e do Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres e ao Ligue 180 
são meios de diminuir esses casos. 
O sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta e existe uma 
enorme burocracia, os casos denunciados e julgados são pequenos. Além do mais, muitas 
mulheres têm medo de seus companheiros ou dependem financeiramente deles, não 
contando as agressões que sofrem. Dessa forma, mais criminosos ficam livres e mais 
mulheres se tornam vítimas. 
Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física e moral da 
vítima, como a Lei Maria da Penha, que é um marco para a igualdade de gênero e serve 
de amparo para todo tipo de violência doméstica e já analisou mais de 300 mil casos. Há 
também medidas que contribuem para reduzir assédios sexuais e estupros, como a 
criação do vagão feminino em São Paulo e a permissão para que ônibus parem em 
qualquer lugar durante a noite, desde que isso seja solicitado por uma mulher. 
Também é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. Durante a Copa do 
Mundo de 2014, houve um grande fluxo de estrangeiros para o Brasil. Muitos vêm 
apenas para se relacionar com as mulheres brasileiras, algo ilegal, que que prostituição é 
crime. Não bastasse, o pior é o envolvimento de menores de idade. Inúmeros motivos 
colocam crianças e adolescentes nessa vida, como o abandono familiar, o aliciamento por 
terceiros e até sequestros. 
Portanto, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, deve ocorrer 
uma intensificação na fiscalização, através das Leis que protegem as vítimas femininas. 
No que se refere à punição dos criminosos, deve ocorrer o aumento das penas ou até 
atitudes mais drásticas, como a castração química de estupradores (garantindo a 
reincidência zero). Para aumentar o número de denúncias, a vítima deve se sentir 
protegida e não temer nada. Por isso, mobilizações sociais, através de propagandas e 
centros de apoio devem ser adotadas. Todas essas medidas culminariam em mais 
denúncias, mais julgamentos e mais prisões, além de diminuir os futuros casos, devido às 
prisões exemplares. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JÚLIA GUIMARÃES CUNHA 
O feminismo é o movimento que luta pela igualdade social, política e econômica 
dos gêneros. Hodiernamente, muitas conquistas em prol da garantia dessas igualdades já 
foram alcançadas – a exemplo do direito ao voto para as mulheres, adquirido no Governo 
Vargas. Entretanto, essas conquistas não foram suficientes para eliminar o preconceito e a 
violência existentes na sociedade brasileira. 
De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas houve um 
aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a baixa 
eficiência dos mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as 
mulheres e a Lei Maria da Penha. A existência desses mecanismos é de suma 
importância, mas suas ações não estão sendo satisfatórias para melhorar os índices 
alarmantes de agressões contra o, erroneamente chamado, “sexo frágil.” 
Mas, apesar de ser o principal tipo, não é só agressão física a responsável pelas 
violências contra a mulher. Devido ao caráter machista e patriarcal da sociedade 
brasileira, o preconceito começa ainda na juventude, com o tratamento desigual dado a 
filhos e filhas – comumente nota-se uma maior restrição para o sexo feminino. Além 
disso, há a violência moral, ainda muito frequente no mercado de trabalho. Pesquisas 
comprovam que, no Brasil, o salário dado a homens e mulheres é diferente, mesmo com 
ambos exercendo a mesma função. Ademais, empresas preferem contratar funcionários 
do sexo masculino para não se preocuparem com uma possível licença maternidade. 
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a segurança da mulher 
brasileira. Desse modo, o Estado deve, mediante a ampliação da atuação dos órgãos 
competentes, assegurar o atendimento adequado às vítimas e a punição correta aos 
agressores. Além disso, cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço laboral, 
pagando um salário justo e admitindo funcionários pela sua qualificação, livre de 
preconceitos. Por fim, é dever da sociedade o respeito ao sexo feminino, tratando 
igualmente homem e mulher. Assim, alcançar-se-á uma sociedade igualitária e de 
harmonia para ambos os gêneros. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
SOFIA DOLABELA CUNHA SAÚDE BELÉM 
É inegável o fato de que, na sociedade brasileira contemporânea, a igualdade de 
gêneros é algo que existe apenas na teoria. Medidas como a criação da Lei Maria da 
Penha e da Delegacia da Mulher, apesar de auxiliarem na fiscalização contra a violência 
ao sexo feminino e na proteção das vítimas, são insuficientes e pouco eficazes, algo 
comprovado através da alta taxa de feminicídios ocorridos em nosso país, além dos 
enormes índices de relatos de vítimas de violência. 
O aumento notório de crimes contra a mulher realizados na última década deve-
se a inúmeros fatores. A completa burocracia presente nos processos de atendimento às 
vítimas de estupro, por exemplo, refuta mulheres que apresentam traumas e não recebem 
acompanhamento psicológico adequado, sendo orientadas a realizar o exame de corpo 
de delito, procedimento, por vezes, invasivo. Além disso, é comum que o relato da vítima 
tenha sua veracidade questionada, não recebendo a atenção necessária. Com o 
afastamento de possíveis denúncias, não há redução no número de assassinatos e de 
episódios violentos. 
A cultura machista em que estamos inseridos dissemina valores como a 
culpabilização da vitima: muitas vezes, a mulher se cala porque pensa que é a culpada 
pela violência que sofre. Acredita-se, também, que apenas a violência física e sexual deve 
ser denunciada, ou que a opressão moral é algo comum. A passividade diante de tais 
situações cede espaço para o crescimento de comportamentos violentos dentro da 
sociedade. 
Tendo em vista as causas dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil, 
é necessário que haja intervenção governamental para aprimorar os órgãos de defesa 
contra tais crimes, de modo a tornar o atendimento mais rápido e atencioso. O mais 
importante, no entanto, é atingir a origem do problema e instituir em escolas aulas 
obrigatórias sobre igualdade de gênero, apresentando de forma mais simples conceitos 
desenvolvidos, por exemplo, por Simone de Beauvoir, de modo a desconstruir desde 
cedo ideias preconceituosas que são potenciais estimulantes para futuros 
comportamentos violentos. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
RICHARD WAGNER CAPUTO NEVES 
Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que uma sociedade só 
progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se 
observa a persistência da violência contra a mulher no Brasil em pleno século XXI, 
percebe-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na 
prática. Muitos importantes passos já foram dados na tentativa de se reverter esse 
quadro. Entretanto, para que seja conquistada uma convivência realmente democrática, 
hãode ser analisadas as verdadeiras causas desse mal. 
Em uma primeira abordagem, é importante sinalizar que, ainda que leis como a 
“Maria da Penha” tenham contribuído bastante para o crescimento do número de 
denúncias relacionadas à violência – física, moral, psicológica, sexual – contra a mulher, 
ainda se faz presente uma limitação. A questão emocional, ou seja, o medo, é uma causa 
que desencoraja inúmeras denúncias: muitas vezes, a suposta submissão econômica da 
figura feminina agrava o desconforto. Em outros casos, fora do âmbito familiar, são 
instrumentos da perpetuação da violência o medo de uma retaliação do agressor e a 
“vergonha social”, o que desestimula a busca por justiça e por direitos, peças-chave na 
manutenção de qualquer democracia. 
Em uma análise mais aprofundada, devem ser considerados fatores culturais e 
educacionais brasileiros. Por muito tempo, a mulher foi vista como um ser subordinado, 
secundário. Esse errôneo enraizamento moral se comunica com a continuidade da 
suposta “diminuição” da figura feminina, o que eventualmente acarreta a manutenção de 
práticas de violência das mais variadas naturezas. A patriarcal cultura verde-amarela, 
durante muitos anos, foi de encontro aos princípios do Iluminismo e da Revolução 
Francesa: nesse contexto, é fundamental a reforma de valores da sociedade civil. 
Torna-se evidente, portanto, que a persistência da violência contra a mulher no 
Brasil é grave e exige soluções imediatas, e não apenas um belo discurso. Ao Poder 
Judiciário, cabe fazer valer as leis já existentes, oriundas de inúmeros discursos 
democráticos. A mídia, por meio de ficções engajadas, deve abordar a questão instigando 
mais denúncias – cumprindo, assim, o seu importante papel social. A escola, instituição 
formadora de valores, junto às Ong's, deve promover palestras a pais e alunos que 
discutam essa situação de maneira clara e eficaz. Talvez dessa forma a violência contra a 
mulher se faça presente apenas em futuros livros de história e a sociedade brasileira 
possa transformar os ideais iluministas em prática, e não apenas em teoria. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2016: Caminhos para combater a 
intolerância religiosa no Brasil e Caminhos 
para combater o racismo no Brasil 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LARISSA FERREIRA 
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias 
Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa 
miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros 
frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em 
desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste 
intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta 
mudança de mentalidade social. 
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas 
do problema. Conforme Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio 
da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível 
perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, 
embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser 
tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para externar 
ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes. 
Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de 
discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o principal impulsionador do 
problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de 
pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito 
religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma 
família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em 
grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido de 
geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o 
problema no Brasil. 
Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal para a sociedade 
brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal construir delegacias especializadas em 
crimes de ódio contra religião, a fim de atenuar a prática do preconceito na sociedade, 
além de aumentar a pena para quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras sobre 
as religiões e suas histórias, visando a informar crianças e jovens sobre as diferenças 
religiosas no país, diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade deve 
se mobilizar em redes sociais, com o intuito de conscientizar a população sobre os males 
da intolerância religiosa. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país 
desenvolvido socialmente, e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
VANESSA MENDES 
De acordo com Albert Camus, escritor argelino do século XX, se houver falhas na 
conciliação entre justiça e liberdade, haverá intempéries de amplo espectro. Nesse 
sentido, a intolerância religiosa no Brasil fere não somente preceitos éticos e morais, mas 
também constitucionais estabelecidos pela Carta Magna do país. Dessa forma, observa-se 
que a liberdade de crença nacional reflete um cenário desafiador seja a partir de reflexo 
histórico, seja pelo descumprimento de cláusulas pétreas. 
Mormente, ao avaliar a intolerância religiosa por um prisma estritamente 
histórico, nota-se que fenômenos decorrentes da formação nacional ainda perpetuam na 
atualidade. Segundo Albert Einstein, cientista contemporâneo, é mais fácil desintegrar 
um átomo do que um preconceito enraizado. Sob tal ótica, é indubitável que inúmeras 
ojerizas religiosas, presentes no Brasil hodierno possuem ligação direta com o passado, 
haja vista os dogmas católicos amplamente difundidos no Brasil colônia do século XVI. 
Assim, criou-se ao longo da historiografia, mitos e concepções deturpadas de religiões 
contrárias ao catolicismo, religião oficial da época, instaurou-se, por conseguinte, o medo 
e as intolerâncias ao diferente. Desse modo, com intuito de atenuar atos contrários a 
prática da religiosidade individual, cabe ao governo, na figura do Ministério da 
Educação, a implementação na grade curricular a disciplina de teorias religiosas, 
mitigando defeito histórico. 
Além disso, cabe ressaltar que a intolerância às crenças burla preceitos 
constitucionais. Nessa perspectiva, a Constituição Brasileira promulgada em 1988, após 
duas décadas da Ditadura Militar, transformou a visão dos cidadãos perante seus direitos 
e deveres. Contudo, quase 20 anos depois de sua divulgação, a liberdade de diversos 
indivíduos continua impraticável. À vista de tal preceito, a intolerância religiosa 
configura-se uma chaga social que demanda imediata resolução, pois fere a livre 
expressão individual. Dessa maneira, cabe ao Estado, como gestor dos interesses 
coletivos, a implementação de delegacias especializadas de combate ao sentimento 
desrespeitoso e, até mesmo violento, às crenças religiosas. 
Destarte, depreende-se que raízes históricas potencializam atos inconstitucionais 
no Brasil. Torna-se imperativo que o Estado, na figura do Poder Legislativo, desenvolva 
leis de tipificação como crime hediondo aos atos violentos e atentados ao culto religioso. 
Ademais, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a 
diversidade religiosa, com propósito de elucidar e desmistificar receios populacionais. 
Outrossim, a escola deve realizar debates periódicos com líderes religiosos, a fim de 
instruir, imparcialmente, seus alunos acerca da variabilidade e tolerância religiosa. 
Apenas sob tal perspectiva,poder-se-á respeitar a liberdade e combater a intolerância de 
crença no Brasil, pois como proferido por Karl Marx: as inquietudes são a locomotiva da 
nação. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
HELÁRIO SILVA NETO 
O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVI e XIX, foi marcado pela 
tentativa de converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de 
soberania. Embora date de séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século 
XXI, sugere as mesmas conotações de sua origem: imposições de dogmas e violência. No 
entanto, a lenta mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a 
resolução dessa problemática, o que configura um grave problema social. 
Nesse contexto, é importante salientar que, segundo Sócrates, os erros são 
consequência da ignorância humana, Logo, é válido analisar que o desconhecimento 
acerca de crenças diferentes influi decisivamente em comportamentos inadequados 
contra pessoas que seguem linhas de pensamento opostas. À vista disso, é interessante 
ressaltar que, em algumas religiões, o contato com perspectivas de outras crenças não é 
permitido. Ainda assim, conhecer a lei é fundamental para compreender o direito à 
liberdade de dogmas e, portante, para respeitar as visões díspares. 
Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, um seu livro 
"Pedagogia do Oprimido", é necessário buscar uma "cultura de paz". De maneira 
análoga, muitos religiosos, a fim de evitar conflitos, hesitam em denunciar casos de 
intolerância, sobretudo quando envolvem violência. Entretanto, omitir crimes, ao 
contrário do que se pensa, significa colaborar com a insistência da discriminação, o que 
funciona como um forte empecilho para resolução dessa problemática. 
Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar o 
respeito religioso e o exercício de denúncia. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, 
em parceria com o Ministério da Justiça, implementar aos livros didáticos de História um 
plano de aula que relacione a aculturação dos índios com a intolerância religiosa 
contemporânea, com o fito de despertar o senso crítico nos alunos; e além disso, 
promover palestras ministradas por defensores públicos acerca da liberdade de expressão 
garantida pela lei para que o respeito às diferentes posições seja conquistado. Ademais, a 
Polícia Civil deve criar uma ouvidoria anônima, tal como uma delegacia especializada, 
de modo a incentivar denúncias em prol do combate à problemática. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LARISSA CAVALCANTI 
O ser humano é social: necessita viver em comunidade e estabelecer relações 
interpessoais. Porém, embora intitulado, sob a perspectiva aristotélica, político e 
naturalmente sociável, inúmeras de suas antiéticas práticas corroboram o contrário. No 
que tange à questão religiosa no país, em contraposição à laicização do Estado, vigora a 
intolerância no Brasil, a qual é resultado da consonância de um governo inobservante à 
Constituição Federal e uma nação alienada ao extremo. 
Não obstante, apesar de a formação brasileira ser oriunda da associação de 
díspares crenças, o que é fruto da colonização, atitudes preconceituosas acarretam a 
incrédula continuidade de constantes ataques a religiões, principalmente de matriz 
africana. Diante disso, a união entre uma pátria cujo obsoleto ideário ainda prega a 
supremacia do cristianismo ortodoxo e um sistema educacional em que o estudo acerca 
das disparidades religiosas é escasso corrobora a cristalização do ilegítimo desrespeito à 
religiosidade no país. 
Sob essa conjectura, a tese marxista disserta acerca da inescrupulosa atuação do 
Estado, que assiste apenas a classe dominante. Dessa forma, alienados pelo capitalismo 
selvagem e pelos subvertidos valores líquidos da atualidade, os governantes 
negligenciam a necessidade fecunda de mudança dessa distópica realidade envolta na 
intolerância religiosa no país. Assim, as nefastas políticas públicas que visem a coibir o 
vilipêndio à crença – ou descrença, no caso do ateísmo – alheia, como o estímulo às 
denúncias, por exemplo, fomentam a permanência dessas incoerentes práticas no Brasil. 
Porém, embora caótica, essa situação é mutável. 
Convém, portanto, que, primordialmente, a sociedade civil organizada exija do 
Estado, por meio de protestos, a observância da questão religiosa no país. Desse modo, 
cabe ao Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise a 
contemplar as diferenças religiosas e o respeito a elas, o que deve ocorrer mediante o 
fornecimento de palestras e peças teatrais que abordem essa temática. Paralelamente, 
ONGs devem corroborar esse processo a partir da atuação em comunidades com o fito de 
distribuir cartilhas que informem acerca das alternativas de denúncia dessas desumanas 
práticas, além de sensibilizar a pátria para a luta em prol da tolerância religiosa. 
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VINÍCIUS DE LIMA 
A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico 
brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença. Entretanto, os frequentes casos de 
intolerância religiosa mostram que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na 
prática. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para 
combater a intolerância religiosa é medida que se impõe. 
Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da 
casa colonial, como disserta Gilberto Freyre em “Casa-Grande Senzala”. O autor ensina 
que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande, 
cuja religião era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram 
marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhe deram aparência cristã, 
conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma 
religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser repudiado em um estado laico, a 
fim de que se combata a intolerância de crença. 
De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra “Modernidade 
Líquida”, que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – 
da pós-modernidade, e, consequentemente, parcela da população tende a ser incapaz de 
tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, onde, apesar do 
multiculturalismo, há quem exija do outro a mesma postura religiosa e seja intolerante 
àqueles que dela divergem. Nesse sentido, um caminho possível para combater a rejeição 
à diversidade de crença é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, 
segundo Zygmunt Bauman: o individualismo. 
Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a 
intolerância religiosa. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos 
costumes presentes no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais 
capazes de desconstruir a prevalência de uma religião sobre as demais. Ao Ministério 
Público, por sua vez, compete promover ações judiciais pertinentes contra atitudes 
individualistas ofensivas à diversidade de crença. Assim, observada a ação conjunta entre 
população e poder público, alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de 
Direito. 
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DESIRÉE ABBADE 
Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se para 
o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com o 
potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: “Brasil, 
país do futuro”. Entretanto, quando se observa a deficiência das medidas na luta contra a 
intolerância religiosa no Brasil, percebe-seque a profecia não saiu do papel. Nesse 
sentido, é preciso entender suas verdadeiras causas para solucionar esse problema. 
A princípio, é possível perceber que essa circunstância deve-se a questões 
políticas-estruturais. Isso se deve ao fato de que, a partir da impunidade em relação a 
atos que manifestem discriminação religiosa, o seu combate é minimizado e 
subaproveitado, já que não há interferência para mudar tal situação. Tal conjuntura é 
ainda intensificada pela insuficiente laicidade do Estado, uma vez que interfere em 
decisões políticas e sociais, como aprovação de leis e exclusão social. Prova disso, é, 
infelizmente, a existência de uma “bancada evangélica” no poder público brasileiro. 
Dessa forma, atitudes agressivas e segregacionistas devido ao preconceito religioso 
continuam a acontecer, pondo em xeque o direito de liberdade religiosa, o que evidencia 
falhas nos elementos contra a intolerância religiosa brasileira. 
Outrossim, vale ressaltar que essa situação é corroborada por fatores 
socioculturais. Durante a formação do Estado brasileiro, a escravidão se fez presente em 
parte significativa do processo; e com ela vieram as discriminações e intolerâncias 
culturais, derivadas de ideologias como superioridade do homem branco e darwinismo 
social. Lamentavelmente, tal perspectiva é vista até hoje no território brasileiro. Bom 
exemplo disso são os índices que indicam que os indivíduos seguidores e pertencentes 
das religiões afro-brasileiras são os mais afetados. Dentro dessa lógica, nota-se que a 
dificuldade de prevenção e combate ao desprezo e preconceito religioso mostra-se fruto 
de heranças coloniais discriminatórias, as quais negligenciam tanto o direito à vida 
quanto o direito de liberdade de expressão e religião. 
Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a luta contra a intolerância 
religiosa no Brasil apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Logo, é necessário 
que o governo investigue casos de impunidade por meio de fiscalizações no 
cumprimento de leis, abertura de mais canais de denúncia e postos policiais. Além disso, 
é preciso que o poder público busque ser o mais imparcial (religiosamente) possível, a 
partir de acordos pré-definidos sobre o que deve, ou não, ser debatido na esfera política e 
disseminado para a população. Ademais, as instituições de ensino, em parceria com a 
mídia e ONGs, podem fomentar o pensamento crítico por intermédio de pesquisas, 
projetos, trabalhos, debates e campanhas publicitárias esclarecedoras. Com essas 
medidas, talvez, a profecia de Zweig torne-se realidade no presente. 
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SAMANTA FERREIRA 
É notória a necessidade de ir de encontro à intolerância religiosa no país vigente. 
Diante disso, averigua-se, desde o período da colonização brasileira, um esforço 
etnocêntrico de catequização dos indígenas nativos, como forma de suprimirem suas 
crenças politeístas. Tal processo de aculturação e subjugo acometeu também os negros 
africanos, durante todo contexto histórico de escravidão, os quais foram, não raro, 
coisificados e abominados por suas religiões e cultos. Por essa razão, faz-se necessário 
pautar, no século XXI, o continuismo desse preconceito religioso e dos desdobramentos 
dessa faceta caótica. 
Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos 
deveriam ser tratados, não como coisas que possuem valor, mas como pessoas que têm 
dignidade. Partindo desse pressuposto, nota-se que a sociedade brasileira, decerto, tem 
ido de encontro ao postulado filosófico, uma vez que há uma valoração negativa às 
crenças de caráter não tradicionais, conforme a mentalidade arcaica, advinda de uma 
herança histórico-cultural, como o Candomblé, o espiritismo e o Islamismo. Tal realidade 
é ratificada ao se destacar a agressão física e moral oriunda de um movimento 
promovido pelo Pastor Lucinho, no Rio de Janeiro, o qual incitou um levante contra a 
manifestação religiosa do Candomblé, segundo notícia da Folha de São Paulo. Por essa 
razão, torna-se inegável a discriminação velada e, não raro, explícita existente contra às 
diversas religiões no Brasil. 
Como desdobramento dessa temática e da carência de combate às díspares 
formas de intolerância religiosa, faz-se relevante ressaltar a garantia de liberdade de culto 
estabelecida na Constituição de 1988. Nesse sentido, de acordo com o Artigo 5º da Carta, 
todos os indivíduos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de assegurar a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade e à segurança. O que se nota, pois, na contemporaneidade, é a 
inoperância desse direito constitucional e do cumprimento da laicidade estatal, haja vista 
a mínima expressividade desse Estado, ainda em vigor, no que tange à proteção do 
cidadão e à legitimidade da livre manifestação religiosa no país. 
Por tudo isso, faz-se necessária a intervenção civil e estatal. O Estado, nesse 
contexto, carece de fomentar práticas públicas, tal como a inserção na grade curricular do 
conteúdo "Moral e Ética", por meio do engajamento pedagógico às disciplinas de 
Filosofia e Sociologia, a fim de que seja debatido a temática do respeito às manifestações 
religiosas e que seja ressignificado a mentalidade arcaica no que tange à tolerância às 
religiões. É imperativo, ainda, que a população, em parceria com as escolas, promovam 
eventos plurissignificativos e seminários, por meio de campanhas de caráter popular, 
para que diversos líderes religiosos orientem os civis, sem tabus e esteriótipos, sobre suas 
crenças, de modo a mitigar a intolerância religiosa de modo efetivo. Só assim, o país 
tornar-se-á mais plural e justo. 
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JÚLIA MITIE OYA 
O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os 
colonizadores, escravos e imigrantes foram essenciais na construção da identidade 
nacional, e também, trouxeram consigo suas religiões. Porém, a diversidade religiosa que 
existe hoje no país entra em conflito com a intolerância de grande parte da população e, 
para combater esse preconceito, é necessário identificar suas causas, que estão 
relacionadas à criação de estereótipos feita pela mídia e à herança do pensamento 
desenvolvido ao longo da história brasileira. 
Primeiramente, é importante lembrar que o ser humano é influenciado por tudo 
aquilo que ouve e vê. Então, quando alguém assiste ou lê uma notícia sobre políticos da 
bancada evangélica que são contra o aborto e repudiam homossexuais, esse alguém tende 
a pensar que todos os seguidores dessa religião são da mesma maneira. Como já disse 
Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria certos esteriótipos que 
tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes 
errôneas, em suas mentes. Retomando o exemplo dos evangélicos, de tanto que são 
ridicularizados por seus costumes e crenças na televisão e na internet e pelos jornais 
destacarem a opinião de uma parte dos seguidores dessa religião, criou-se um modelo do 
"típico evangélico", que é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, infelizmente, foi 
generalizado para todos os fiéis. 
Além disso, percebe-se que certos preconceitos estão enraizados no pensamento 
dos brasileiros há muito tempo. Desde as grandes navegações, por exemplo, que os 
portugueses chamavam alguns povos africanos de bruxos. Com a vinda dos escravos ao 
Brasil, a intolerância só aumentou e eles foram proibidos de praticarem suas religiões, 
tendo que se submeter ao cristianismo imposto pelos colonos. É por isso que aspráticas 
das religiões afro-brasileiras são vistas como "bruxaria" e "macumba" e seus fieis são os 
que mais denunciam atos de discriminação (75 denúncias entre 2011 e 2014). 
Portanto, é possível dizer que, mesmo existindo o artigo 208 do código penal, que 
pune os crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito presente. Para combatê-la, é 
preciso acabar com os esteriótipos, ensinando desde cedo a respeitar todas as religiões. 
Então, o governo federal deve deixar obrigatória para todos os colégios (públicos e 
privados) a disciplina Ensino Religioso durante o Ensino Fundamental. Outro caminho é 
o incentivo das prefeituras para que a população conheça as religiões como elas 
realmente são, e não a imagem criada pela mídia nem aquela herdada desde a época 
colonial, promovendo visitas aos centros religiosos, palestras e programas na televisão e 
no rádio. 
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JOÃO VÍTOR PONTE 
O Brasil foi formado pela união de diversas bases étnicas e culturais e, 
consequentemente, estão presentes em também várias religiões. Entretanto, nem essa 
diversidade nem a liberdade religiosa garantida pela Constituição Cidadã faz com que o 
país seja respeitoso com as diferentes crenças. Fazendo uma analogia com a filosofia 
kantiana, a intolerância existente pode ser vista como o resultado de fatores inatos ao 
indivíduo com o que foi incorporado a partir das experiências vividas. 
Em primeiro lugar, é notória a dificuldade que há no homem em aceitar o 
diferente, principalmente ao se tratar de algo tão pessoal como a religião. Prova disso é a 
presença da não aceitação das crenças alheias em diferentes regiões e momentos 
históricos, como no Império Romano antigo, com as perseguições aos cristãos, na Europa 
medieval, com as Cruzadas e no atual Oriente Médio, com os conflitos envolvendo o 
Estado Islâmico. Também pode-se comprovar a existência da intolerância religiosa pela 
frase popular “religião não se discute”, que propõe ignorar a temática para evitar os 
conflitos evidentes ao se tratar do assunto. Desse modo, nota-se que a intolerância não se 
restringe a um grupo específico e é, de certa forma, natural ao ser humano, o que, porém, 
não significa que não pode e deve ser combatida. 
Além da intolerância inata ao homem, há fatores externos que intensificam o 
problema. No cenário brasileiro, o processo colonizador e seus legados, que perduram 
até hoje, são os principais agravantes desse preconceito. Desde a chegada dos europeus 
no país, as religiões diferentes da oficial são discriminadas. Logo no início da 
colonização, o processo de catequização dos nativos foi incentivado, o que demonstra o 
desrespeito com as religiões indígenas, e, décadas depois, com o início do tráfico 
negreiro, houve também perseguição às religiões afro-brasileiras e a construção de uma 
imagem negativa acerca delas. Toda essa mentalidade perpetuou-se no ideário coletivo 
brasileiro e, apesar das ameaças legais, faz com que essas religiões sejam as mais afetadas 
pela intolerância atualmente. 
É necessário, pois, que se reverta a mentalidade retrógrada e preconceituosa 
predominante no Brasil. Para tal, o Estado deve veicular campanhas de conscientização, 
na TV e na internet, que informem a população sobre a diversidade religiosa do país e a 
necessidade de respeitá-las. Estas campanhas também podem, para facilitar a detecção e 
o combate ao problema, divulgar contatos para denúncia de casos de intolerância 
religiosa. Concomitantemente, é fundamental o papel da escola de pregar a tolerância já 
que, segundo Immanuel Kant, “o homem é aquilo que a educação faz dele”. Portanto, a 
escola deve promover palestras sobre as diferenças crenças do país, ministradas por 
especialistas nas áreas ou por membros dessas religiões, a fim de quebrar estereótipos, 
preconceitos e tornar os jovens mais tolerantes. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARCELA ARAÚJO 
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas 
que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico 
e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se 
distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados 
diariamente por opressores intolerantes. 
O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua 
Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando 
como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e 
a dissseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. 
Assim, o que deveria caracterizar os diversos "Brasis" dentro da mesma nação é motivo 
de preocupação. 
Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de 
expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a 
cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% 
envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo 
dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria 
dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, 
portanto, maior. 
Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a 
intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a 
máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias 
alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia. O 
Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que 
visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, 
efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá 
incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, 
deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente 
assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
IGOR GIOVANNETTI 
A Constituição nacional prevê a liberdade de credo e de expressão religiosa, 
sendo crimes de intolerância considerados graves e de pena imprescritível. No entanto, é 
comum ouvir piadas sobre "macumbeiros" e, em alguns casos, violência física contra 
praticantes do candomblé. O combate dessas atitudes pressupõe uma análise histórica e 
educacional. 
Por razões diacrônicas, certas religiões são estigmatizadas como "inferiores". No 
Período Colonial brasileiro, era nítida a preocupação dos jesuítas e da Coroa Portuguesa 
em "cristianizar" os indígenas e, posteriormente, os negros africanos. Em "Casa Grande e 
Senzala", o sociólogo Gilberto Freyre defende que a cultura foi formada nestes três 
pilares: nativo, colonizador e escravo. De fato, a resistência dos índios e dos negros 
rendeu uma herança imaterial híbrida, contudo, a tradição etnocentrista permanece. A 
sociedade, muitas vezes, repete visões preconceituosas, pois ainda não houve um efetivo 
pensamento crítico, uma conscientização que contrariasse o senso comum. 
O ensino formal também corrobora a problemática. As escolas, por serem o 
espaço de formação cidadã do indivíduo, deveriam estar abertas para amplas discussões 
e para promoção de valores coletivos. Não é o que se vê, por exemplo, no privilégio da 
religião cristã – ensaios teatrais natalinos, homenagem a santos e a anjos – em detrimento 
das restantes. A grade curricular também não explora de forma profunda as matrizes 
culturais afrobrasileiras (as mais discriminadas), como a umbanda (uma fusão do 
cristianismo, do espiritismo e dos orixás negros). 
Tendo em vistaa desconstrução da herança etnocentrista, cabe à sociedade civil 
(desde estudiosos ativistas a familiares) incentivar o pluralismo e a tolerância religiosa, 
através de palestras e de núcleos culturais gratuitos em praças públicas. Por outro lado, 
são necessárias ações do Estado na defesa de festivais escolares afrobrasileiros e na 
reforma da grade curricular de História e de Sociologia, por meio da formação de 
comissões especiais na Câmara dos Deputados, com participação de especialistas na área 
de Educação, objetivando a uma educação mais aberta e democrática. Assim, será 
possível formar cidadãos que entendam, que respeitem e que se orgulhem de sua cultura. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
THAÍS OLIVEIRA 
Se houver duas religiões, cortar-se-ão os preços. Se houver trinta, viverão em paz. 
Na Idade Moderna, o filósofo iluminista Voltaire foi um importante defensor da 
liberdade de culto e da harmonia entre as diversas crenças. Já no Brasil do século XXI 
existe um retrocesso: embora haja muita diversidade religiosa, ainda há a necessidade de 
ser comemorar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – a qual é um crime 
vergonhoso cuja persistência é uma mácula. 
Não há como negar que esse tipo de intolerância é fruto da colonização, pois o 
encontro cultural entre portugueses, os quais manifestavam o Catolicismo, e povos 
politeístas foi devastador. Uma vez que os colonizadores impuseram sua fé para 
submeter ameríndios e africanos ao seu poder ocorreu um processo de aculturação, ou 
seja, perda ou modificação de suas culturas. Ademais, somente após quase 391 anos de 
predominância católica, o Estado tornou-se laico em 1891 devido à proclamação da 
República, no entanto o governo não faz nada para realizar a inclusão social das etnias 
oprimidas ou estimular o respeito mútuo entre os cidadãos. Por isso, infelizmente, os atos 
de violência e opressão por motivos religiosos, sobretudo contra adeptos das religiões de 
matriz africana, continuam ocorrendo. 
Portanto, medidas são necessárias para combater efetivamente esse crime. O 
MEC deve criar um projeto de conscientização para ser desenvolvido nas escolas, a qual 
promova passeios turísticos aos templos de várias religiões, além de apresentações 
artísticas e palestras a fim de ensinar a crianças e adolescentes a importância de conhecer 
e respeitar a pluralidade das crenças. Cabe ao Ministério da Cultura e à Secretaria dos 
Direitos Humanos realizar campanhas combativas permanentes, as quais devem ser 
divulgadas por meio da mídia. Outrossim, é fundamental que o Poder Legislativo 
desenvolva o “Estatuto da Tolerância Religiosa”, para esclarecer melhor os direitos e 
deveres dos cidadãos a respeito do tema. Também, é preciso que os sacerdotes brasileiros 
de todas as religiões unam-se com o objetivo de determinar a realização de palestras e 
discussões nas igrejas para estimular o convívio harmônico e evitar qualquer tipo de 
radicalismo. 
Logo, a adoção dessas propostas possibilitará que a data de 21 de janeiro deixe de 
ter mero caráter simbólico, os casos de intolerância religiosa diminuam no país e nossa 
chaga histórica seja curada. 
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SOPHIA RODRIGUES 
O Darwinismo social, ideal surgido no século XIX, calcava-se na ideia de que 
existem culturas superiores às outras. O preconceito, então, passou a ter um viés 
científico, numa tentativa de justificar a dominação de indivíduos menos favorecidos. No 
entanto, mesmo sendo uma ideia antiga, ainda encontra respaldo em diversas ações 
humanas, como os constantes casos de intolerância religiosa no Brasil, cujos efeitos 
contribuem para a dissolução da coletividade e prejudicam o desenvolvimento do ser. 
Em primeiro plano, vale ressaltar que a população brasileira apresenta muitos 
resquícios da época da escravatura, a qual teve como sustentáculo o eurocentrismo, que 
recusava os valores de povos considerados primitivos. A parte disso, a identidade 
nacional formou-se ignorando expressões culturais de índios e negros, por exemplo, fator 
responsável por marginalizar determinados indivíduos e perpetuar o ódio ao 
desconhecido. Desse modo, atos de repressão e discriminação a religiões ferem a 
liberdade de repressão e podem gerar um "círculo vicioso" de segregação social, nocivos à 
sociedade democrática. 
Outro fator importante reside no fato de que as pessoas estão vivendo tempos de 
"modernidade líquida", conceito proposto pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o qual 
evidencia o imediatismo das relações sociais. Atualmente, pode-se notar que o fluxo de 
informações ocorre em grande velocidade, fenômeno que muitas vezes dificulta uma 
maior reflexão acerca dos dados recebidos, acostumando o ser a apenas utilizar o 
conhecimento prévio. O indivíduo, então, quando apresentado a outras ideologias, tem 
dificuldade em respeitá-las, uma vez que sua formação pessoal baseou-se somente em 
uma esfera de vivência, o que pode comprometer o convívio social e o pensamento 
crítico. 
Fica evidente, portanto, que a intolerância religiosa precisa ser combatida. Como 
forma de garantir isso, cabe ao Ministério da Cultura, em parceria com grandes canais de 
comunicação de concessão estatal, desenvolver campanhas publicitárias que estimulem o 
respeito às diferentes vertentes religiosas, como forma de garantir a coletividade do 
corpo social. Ademais, cabe ao Ministério da Educação, em conjunto com prefeituras, 
para um amplo alcance, o estabelecimento de aulas de sociologia, dentre outras, que 
permitam a apresentação de diferentes religiões, a fim de contribuir para o 
desenvolvimento pessoal e o o pensamento crítico. Assim, a sociedade brasileira poderá 
garantir o exercício da cidadania a todos os setores sociais e, finalmente, ultrapassar 
antigos paradigmas. 
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ENEM-2017: Desafios para a formação 
educacional de surdos no Brasil 
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ISABELLA BARROS CASTELLO BRANCO 
Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis 
expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela 
era “coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, 
mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito 
permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a 
qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no 
ramo laboral. 
Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro 
é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para 
deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios sociais 
e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela. 
Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão 
de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre 
porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange aos 
respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em 
capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente 
escolar mais inclusivo para os surdos. 
Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras 
dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção 
dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao 
preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do 
contratrualista Johm Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já queo 
Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos 
imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade 
entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior 
exclusão e desrespeito. 
Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a 
formação de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio 
de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse 
tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de 
deficiência. Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores 
investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no ensino 
inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos surdos 
uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de 
deficientes por empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, 
objetivando a ampliar a participação desse grupo social no mercado de trabalho. Dessa 
forma, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por 
Machado de Assis e ofertar condições de educação mais justas a esses cidadãos. 
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MARIA BEATRIZ NEVES 
Na obra “Eichmann em Jerusalém”, a filósofa Hannah Arendt desenvolve “as 
banalidades do mal”, termo que aponta a passividade das pessoas frente aos impasses 
que assolam a sociedade.De maneira análoga, o preconceito de parte significativa da 
população em relação aos surdos e à falta de preparo e de infraestrutura adequada na 
maioria das instituições de ensino para recebê-los enquadram-se nesse conceito filosófico, 
uma vez que se constituem como desafios para a formação educacional dos indivíduos 
portadores de surdez. Dessa forma, é necessário discutir os aspectos sociais e políticos 
inerentes à questão no Brasil, em prol da promoção do bem coletivo, proposto por 
Rousseau. 
Em primeira análise, é valido ressaltar que a discriminação em relação às pessoas 
surdas ainda é latente no Brasil hodierno. Nesse contexto, não obstante a isonomia ser 
assegurada pelo quinto artigo da “Constituição Cidadã” — promulgada em 1988, no 
Governo de Sarney —, esse grupo continua marginalizado na contemporaneidade, posto 
que são alvos comuns de injúrias e de ações preconceituosas, a exemplo do bullying 
sofrido por crianças com deficiência auditiva nas escolas. Ademais, tal preconceito 
estende-se aos ambientes de trabalho, uma vez que muitas empresas deixam de contratar 
candidatos portadores de surdez, ainda que estes possuam a qualificação requerida. Essa 
realidade evidencia e ratifica o pensamento do historiador Maquiavel, de que os 
preconceitos têm raizes mais profundas que os princípios, posto que são persistentes 
ainda no século XXI e dificultam a consolidação de uma formação educacional de 
qualidade a essa parcela social. 
Em segunda análise, infere-se que a falta de preparo dos professores e de uma 
infraestrutura adequada aos surdos são inegáveis. Nesse prisma, muitas escolas não 
possuem educadores preparados academicamente para instruir as pessoas portadoras de 
surdez, uma vez que estes devem ser auxiliados por meio de Libras durante todo o 
processo formacional. Além disso, poucas instituições têm infraestrutura adequada para 
fornecer a completa assistência aos alunos surdos, devido aos baixos investimentos 
governamentais quanto aos recursos necessários, o que prejudica a formação e a 
integração desses indivíduos futuramente no mercado de trabalho, o qual já apresenta 
pouca abertura para as pessoas portadoras de deficiência. Tal conjuntura enquadra-se no 
estado anômico de Durkheim, o qual caracteriza uma sociedade ausente de valores 
coletivos, logo, desorganizada, demonstrando a imprescindibilidade de politicas públicas 
mais efetivas quanto à educação dos surdos no Brasil. 
Evidencia-se, portanto, a necessidade de que os desafios inerentes à formação 
educacional dos surdos sejam enfrentados com urgência no Brasil. Para isso, é substancial 
que o Ministério da Educação invista mais vultosamente na capacitação dos professores e 
na infraestrutura das instituições de ensino, por meio de cursos qualificativos para os 
educadores sobre técnicas didáticas voltadas aos alunos portadores de deficiência 
auditiva e pela melhoria dos recursos em sala — material didático e meios assistivos —, 
com o intuito de assegurar uma instrução educacional efetiva a essas pessoas. Outrossim, 
é mister que a escola, como potencial formadora opinativa, insira o ensino de Libras a 
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todos os estudantes e realize palestras nas salas de aula sobre a importância da inclusão 
dos surdos com profissionais da área — psicólogos e sociólogos —, a fim de coibir o 
preconceito e formar futuros cidadãos mais inclusivos. Dessa maneira, o corpo-social 
tornar-se-á mais próximo do bem coletivo de Rousseau, mitigando, assim, “as 
banalidades do mal”, discorridas por Hannah Arendt. 
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MARCUS VINÍCIUS MONTEIRO DE OLIVEIRA 
No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo 
Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se caracterizou 
pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma escola exclusiva para 
tal público, segregando-o dos que seriam considerados “normais” pela população. 
Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com dificuldade 
auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por passividade governamental. 
Portanto, haja vista que a educação é fundamental para o desenvolvimento econômico do 
referido público e, logo, da nação, ela deve ser efetivada aos surdos pelos agentes 
adequados, a partir da resolução dos entraves vinculados a ela. 
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse 
direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte da 
sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação. Isso por 
ser explicado segundo o sociólogo Talcott Parsons, o qual diz que a família é uma 
máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o 
preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação pelos surdos. Tal 
estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência e é 
procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que deficientes eram 
deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda 
hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia. 
Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público 
abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua secundária 
oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo, devido à falta de 
fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de algumas gestões, isso não é 
bem efetivado. Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com 
deficiência auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues -, como 
em exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta está 
relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a Libras e à 
carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser atenuado por 
meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar. 
Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de 
deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos em 
obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema,para 
que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja complacente com a cultura 
de estereótipos e preconceitos difundidos socialmente. Outrossim, o próprio público 
deficiente deve alertar a outra parte da população sobre seus direitos e suas 
possibilidades no Estado civil a partir da realização de dias de conscientização na urbe e 
da divulgação de textos proativos em páginas virtuais, como “Quebrando o Tabu”. Por 
fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria de 
Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada, com o fito 
de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores – para que todos 
saibam, no mínimo, o básico de Libras – e a efetivarem o estudo da Língua Brasileira de 
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Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da criação de políticas públicas 
convenientes, contrariando a teórica inclusão da primeira escola de surdos brasileira. 
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YASMIN LIMA ROCHA 
A formação educacional de surdos encontra, no Brasil, uma série de empecilhos. 
Essa tese pode ser comprovada por meio de dados divulgados pelo Inep, os quais 
apontam que o número de surdos matriculados em instituições de educação básica tem 
diminuído ao longo dos últimos anos. Nesse sentido, algo deve ser feito para alterar essa 
situação, uma vez que milhares de surdos de todo o país têm o seu direito à educação 
vilipendiado, confrontando, portanto, a Constituição Cidadã de 1988, que assegura a 
educação como um direito social de todo o cidadão brasileiro. 
Em primeira análise, o descaso estatal com a formação educacional de deficientes 
auditivos mostra-se como um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso porque 
poucos recursos são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na 
educação de pessoas surdas, bem como à capacitação de profissionais para atenderem às 
necessidades especiais desses alunos. Ademais, poucas escolas são adeptas do uso de 
libras, segunda língua oficial do Brasil, a qual é primordial para a inclusão de alunos 
surdos em instituições de ensino. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir 
minimante na educação de pessoas especiais, dificulta a universalização desse direito 
social tão importante. 
Em segunda análise, o preconceito da sociedade com os deficientes apresenta-se 
como outro fator preponderante para a dificuldade na efetivação da educação de pessoas 
surdas. Essa forma de preconceito não é algo recente na história da humanidade: ainda 
no Império Romano, crianças deficientes eram sentenciadas à morte, sendo jogadas de 
penhascos. O preconceito ao deficiente auditivo, no entanto, reverbera na sociedade 
atual, calcada na ética utilitarista, que considera inútil pessoas que, aparentemente menos 
capacitadas, têm pouca serventia à comunidade, como é caso de surdos. Os deficientes 
auditivos, desse modo, são muitas vezes vistos como pessoas de menor capacidade 
intelectual, sendo excluídos pelos demais, o que dificulta aos surdos não somente o 
acesso à educação, mas também à posterior entrada no mercado de trabalho. 
Nesse sentido, urge que o Estado, por meio de envio de recursos ao Ministério da 
Educação, promova a construção de escolas especializadas em deficientes auditivos e a 
capacitação de profissionais para atuarem não apenas nessas escolas, mas em instituições 
de ensino comuns também, objetivando a ampliação do acesso à educação aos surdos, 
assegurando a estes, por fim, o acesso a um direito garantido constitucionalmente. 
Outrossim, ONGs devem promover, através da mídia, campanhas que conscientizem a 
população acerca da importância do deficiente auditivo para a sociedade, enfatizando em 
mostrar a capacidade cognitiva e intelectual do surdo, o qual seria capaz de participar da 
população economicamente ativa (PEA), como fosse concedido a este o direito à 
educação e à equidade de tratamento, por meio da difusão do uso de libras. Dessa forma, 
o Brasil poderia superar os desafios à consolidação da formação educacional de surdos. 
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LARISSA FERNANDES SILVA DE SOUZA 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU 
– assegura a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, o 
precário serviço de educação pública do Brasil e a exclusão social vivenciada pelos 
surdos impede que essa parcela da população usufrua desse direito internacional na 
prática. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema de 
educação inclusiva do país. 
Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que 
diz respeito à formação educacional de surdos no país, bem como promoção da inclusão 
social desse grupo. Quanto a essa questão, é notório que o sistema capitalista vigente 
exige alto grau de instrução para que as pessoas consigam ascensão profissional. Assim, a 
falta de oferta do ensino de libras nas escolas brasileiras e de profissionais especializados 
na educação de surdos dificulta o acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Além 
disso, há a falta de formas institucionalizadas de promover o uso de libras, o que 
contribui para a exclusão de surdos na sociedade brasileira. 
Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no 
país evidencia práticas históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o 
século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar 
o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a 
função social do indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, 
infere-se que a incapacidade associada hodiernamente aos deficientes tem raízes 
históricas, que acarreta a falta de consciência coletiva de inclusão desse grupo pela 
sociedade civil. 
É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientes auditivos tenham 
pleno acesso à educação no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro 
promova melhorias no sistema público de ensino do país, por meio de sua adaptação às 
necessidades dos surdos, como oferta do ensino de libras, com profissionais 
especializados para que esse grupo tenha seus direitos respeitados. É imprescindível, 
também, que as escolas garantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de 
projetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que os surdos 
tenham sua dignidade humana preservada. 
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ALAN DE CASTRO NABOR 
Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma 
sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e 
deveres. No entanto, percebe-se que, no Brasil, os deficientes auditivos compõem um 
grupo altamente desfavorecido no tocante ao processo de formação educacional, visto 
que o país enfrenta uma série de desafios para atender a essa demanda. Nesse contexto, 
torna-se evidente a carência de estrutura especializada no acompanhamento desse 
público, bem como a compreensão deturpada da função social deste. 
O filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma 
qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por 
parte do Estado. Nessa lógica, é notável que o poder público não cumpre o seu papel 
enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, uma vez que não proporciona aos 
surdos o acesso à educação com qualidade devida, o que caracteriza um irrespeito 
descomunal a essepúblico. A lamentável condição de vulnerabilidade à qual são 
submetidos os deficientes auditivos é percebida no déficit deixado pelo sistema 
educacional vigente no país, que revela o despreparo da rede de ensino no que tange à 
inclusão dessa camada, de modo a causar entraves à formação desses indivíduos e, por 
conseguinte, sua inserção no mercado de trabalho. 
Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos surdos para alcançar a formação 
educativa se dá pela falta de apoio enfrentada por muitos no âmbito familiar, causada 
pela ignorância quanto às leis protetoras dos direitos do deficiente, que gera uma letargia 
social nesse aspecto. Esse desconhecimento produz na sociedade concepções errôneas a 
respeito do papel social do portador de deficiências: como consequência do 
descumprimento dos deveres constitucionais do Estado, as famílias – acomodadas por 
pouca instrução – alimentam a falsa ideia de que o deficiente auditivo não tem 
contribuição significante para a sociedade, o que o afasta da escolaridade e neutraliza a 
relevância que possui. 
Logo, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com instituições de 
apoio ao surdo, proporcione a este maiores chances de se inserir no mercado, mediante a 
implementação do suporte adequado para a formação escolar e acadêmica desse 
indivíduo – com profissionais especializados em atende-lo -, a fim de gerar maior 
igualdade na qualificação e na disputa por emprego. É imprescindível, ainda, que as 
famílias desses deficientes exijam do poder público a concretude dos princípios 
constitucionais de proteção a esse grupo, por meio do aprofundamento no conhecimento 
das leis que protegem essa camada, para que, a partir da obtenção do saber, esse 
empenho seja fortalecido e, assim, essa parcela receba o acompanhamento necessário 
para atingir a formação educacional e a contribuição à sociedade. 
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MATEUS PEREIRA ROSI 
Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequada do 
coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade, como 
os eventos históricos e as relações sociais. Esse panorama auxilia na análise da questão 
dos desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil, visto que a comunidade, 
historicamente, marginaliza as minorias, o que promove a falta de apoio da população e 
do Estado para com esse deficiente auditivo, dificultando a sua participação plena no 
corpo social e no cenário educativo. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que 
favorecem esse quadro, além de o papel das escolas na inserção desse sujeito. 
Em primeiro plano, evidencia-se que a coletividade brasileira é estruturada por 
um modelo excludente imposto pelos grupos dominantes, no qual o indivíduo que não 
atende aos requisitos estabelecidos, branco e abastado, sofre uma periferização social. 
Assim, ao analisar a sociedade pela visão de Lévi-Strauss, nota-se que tal deficiente não é 
valorizado de forma plena, pois as suas necessidades escolares e a sua inclusão social são 
tidas como uma obrigação pessoal, sendo que esses deveres, na realidade, são coletivos e 
estatais. Por conseguinte, a formação educacional dos surdos é prejudicada pela 
negligência social, de modo que as escolas e os profissionais não estão capacitados 
adequadamente para oferecer o ensino em Libras e os demais auxílios necessários, 
devido a sua exclusão, já que não se enquadra no modelo social imposto. 
Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de Modernidade Líquida de 
Zygmunt Bauman, que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos valores, a fim 
de atender aos interesses pessoais, aumentando o individualismo. Desse modo, o sujeito, 
ao estar imerso nesse panorama líquido, acaba por perpetuar a exclusão e a dificuldade 
de inserção educacional dos surdos, por causa da redução do olhar sobre o bem-estar dos 
menos favorecidos. Em vista disso, os desafios para a formação escolar de tais deficientes 
auditivos estão presentes na estruturação desigual e opressora da coletividade, bem 
como em seu viés individualista, diminuindo as oportunidades sociais e educativas dessa 
minoria. 
Logo, medidas públicas são necessárias para alterar esse cenário. É fundamental, 
portanto, a criação de oficinas educativas, pelas prefeituras, visando à elucidação das 
massas sobre a marginalização da educação dos surdos, por meio de palestras de 
sociólogos que orientem a inserção social e escolar desses sujeitos. Ademais, é vital a 
capacitação dos professores e dos pedagogos, pelo Ministério da Educação, com o fito de 
instruir sobre as necessidades de tal grupo, como o ensaio em Libras, utilizando cursos e 
métodos para acolher esses deficientes e incentivar a sua continuidade nas escolas, a fim 
de elevar a visualização dos surdos como membros do corpo social. A partir dessas ações, 
espera-se promover uma melhora das condições educacionais e sociais desse grupo. 
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THAIS FONSECA LOPES DE OLIVEIRA 
Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra 
morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era 
vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito 
assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam 
ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação. Nesse contexto, não 
há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual 
ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao 
preconceito da sociedade. 
A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos 
deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no 
livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se 
verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não 
apenas da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de 
professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território 
nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel. 
Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à 
permanência dos deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência da 
discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados pela 
consciência coletiva. No entanto, segundo o pensador e ativista francês Michel Foucault, 
é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres do que pensam para quebrar 
pensamentos errôneos construídos em outros momentos históricos. Assim, uma 
mudança nos valores da sociedade é fundamental para transpor as barreiras à formação 
educacional de surdos. 
Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse 
problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas 
escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito 
do cotidiano e dos direitos dos surdos. - uma vez que ações culturais coletivas têm 
imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral - 
por conseguinte - conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito 
grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus. 
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BEATRIZ ALBINO SERVILHA 
Durante o século XIX, a vinda da Família Real ao Brasil trouxe consigo a 
modernização do país, com a construção das escolas e universidades. Também, na época, 
foi inaugurada a primeira escola voltada para a inclusão social de surdos. Não se vê, 
entretanto, na sociedade atual, tal valorização educacional relacionada à comunidade 
surda, posto que os embates que impedemsua evolução tornam-se cada vez mais 
evidentes. Desse modo, os entraves para a educação de deficientes auditivos denotam 
um país desestruturado e uma sociedade desinformada sobre sua composição bilíngue. 
A princípio, a falta de profissionais qualificados dificulta o contato do portador 
de surdez com a base educacional necessária para a inserção social. O Estado e a 
sociedade moderna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a falta de 
intérpretes capacitados para a tradução educativa e a inexistência de vagas em escolas 
inclusivas perpetuam a disparidade entre surdos e ouvintes, condenando os detentores 
da surdez aos menores cargos da hierarquia social. Lê-se, pois, é paradoxal que, em um 
Estado Democrático, ainda haja o ferimento de um direito previsto constitucionalmente: 
o direito à educação de qualidade. 
Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma 
barreira para capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-
cega a se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de uma 
boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira, haja 
vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos a 
proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda 
língua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pela 
inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a que 
possuem. 
Infere-se, portanto, que é imprescindível a mitigação dos desafios para a 
capacitação educacional dos surdos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e 
Cultura deve realizar a inserção de deficientes auditivos nas escolas, por meio da 
contratação de intérpretes e disponibilização de vagas em instituições inclusivas, com o 
objetivo de efetivar a inclusão social dos indivíduos surdos, haja vista que a escola é a 
máquina socializadora do Estado. Ademais, a escola deve preparar surdos e ouvintes 
para a convivência harmoniosa, com a introdução de aulas de Libras na grade curricular, 
a fim de uniformizar o laço social e, também, cumprir com a máxima de Nelson Mandela 
que constitui a educação como segredo para transformar o mundo. Poder-se-á, assim, 
visar a uma educação, de fato, inclusiva no Brasil. 
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MARIA FERNANDA GURGEL 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há 45 milhões de 
indivíduos portadores de alguma deficiência no País. Apesar do amplo contingente 
populacional e dos avanços nos direitos dessa camada da sociedade, esses brasileiros não 
dispõem de uma inclusão educacional plena, sobretudo os surdos. Esse cenário 
desafiador demanda a adoção de medidas mais eficientes por parte do Poder Público e 
de instituições formadoras de opinião a fim de garantir uma melhor qualidade de vida 
aos deficientes auditivos.  
De fato, o acesso à educação pelos indivíduos surdos é assegurado pela 
Constituição de 1988 e pelo mais recente Estatuto da Pessoa com Deficiência. No Brasil, 
entretanto, há uma discrepãncia entre o que é defendido por tais instrumentos jurídicos e 
a realidade excludente vivida por essa população. Esses indivíduos sofrem, diariamente, 
com a escassez de materiais didáticos adaptados e com a insuficiente formação de 
profissionais, que, muitas vezes, são incapazes de oferecer uma educação em Libras. 
Além disso, grande parte dos brasileiros desconhece tais legislações, o que dificulta a 
inclusão plena dos deficientes auditivos e evidencia uma atuação negligente do Estado.  
Ademais, de acordo com o pensandor Vygotsky, o indivíduo é fortemente 
influenciado pelo meio em que está inserido, o que ressalta a importância de certos 
setores da sociedade, a exemplo de famílias e escolas, na formação cidadã dos brasileiros. 
Mesmo com essa ampla relevância, diante da persistência de atos discriminatórios contra 
os surdos no âmbito escolar, como a recusa de matrícula, a segregação em turmas 
especiais e o bullying, fica evidente o desrespeito que tifica como crime qualquer 
comportamento intolerante contra os portadores de necessidades especiais, incluindo os 
surdos.  
Portanto, a fim de garantir a devida formação educacional dos deficientes 
auditivos, cabe ao Poder Público, por meio da destinação de mais recursos ao Instituto 
Nacional de Educação de Surdos, garantir uma melhor capacitação dos professores e 
uma maior disponibilização de materiais adaptados, além de promover informes 
educativos, mediante as redes sociais, sobre a existência do Estatuto da Pessoa com 
Deficiência. Ademais, cabe às escolas garantir, por meio de palestras para os pais de 
alunos, o devido incentivo de amplos diálogos entre os membros do núcleo familiar, 
possibilitando uma reflexão quanto ao respeito às diferenças no âmbito domiciliar desde 
a infância. 
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MARIA JULIANA COSTA 
Em razão de seu caráter excessivamente militarizado, a sociedade que constituía 
a cidade de Esparta, na Grécia Antiga, mostrou-se extremamente intolerante com 
deficiências corpóreas ao longo da história, tornando constante inclusive o assassinato de 
bebês que as apresentassem, por exemplo. Passados mais de dois mil anos dessa prática 
tenebrosa, ainda é deploravelmente perceptível, sobretudo em países subdesenvolvidos 
como o Brasil, a existência de atos preconceituosos perpetrados contra essa parcela da 
sociedade, que são o motivo primordial para que se perpetue como difícil a escolarização 
plena de deficientes auditivos. Esse panorama nefasto suscita ações mais efetivas tanto 
do Poder Público quando das instituições formadoras de opinião, com o escopo de 
mitigar os diversos empecilhos postos frente à educação dessa parcela social.  
É indubitável, de fato, que muitos avanços já forma conquistados no que tange à 
efetivação dos direitos constitucionais garantidos aos surdos brasileiros. Pode-se 
mencionar, por exemplo a classificação da Libras - Língua Brasileira de Sinais- como 
segundo idioma oficial da nação em 2002, a existência de escolas especíais para surdos no 
território do Brasil e as iniciativas privadas que incluem esses cidadãos como partícipes 
de eventos - como no caso da plataforma do Youtube Educação, cujas aulas sempre 
apresentam um profissional que traduz a fala de um professor para a língua de sinais. 
Apenas medidas flagrantemente pontuais como essas, contudo, são incapazes de tornar a 
educação de surdos efetiva e acessível a todos que necessitam dela, visto que não só a 
maioria dos centros educacionais está mal distribuida no país, mas também a 
disponibilidade de professores específicos ainda é escassa, além da linguagem de sinais 
ainda ser desconhecida por grande parte dos brasileiros.  
No que tange à sociedade civil, nota-se a existência de comportamentos e 
ideologias altamente preconceituosas contra os surdos brasileiros. A título de ilustração, é 
comum que pais de estudantes ditos "nomais" dificultem o ingresso de alunos portadores 
de deficiência auditiva em classes não específicas a eles, alegando que tal parcela tornará 
o "ritmo" da aula mais lento; que colegas de sala difundam piadas e atitudes maldosas e 
que empresas os considerem inaptos à comunicação com outros funcionários. Essas 
atitudes deploravelmente constantes no Brasil ratificam a máxima atribuída ao filósofo 
Voltaire: "os preconceitos são a vazão dos imbecís". 
Urge, pois, a fim de tornar atitudes intolerantes restritas à história de Esparta, 
que o Estado construa mais escolas para deficientes auditivos em municípios mais 
afastados de grandes centoros e promova cursos de Libras a professores da rede pública - 
por meio da ampliação de verbas destinadas ao Ministério da Educação e da realização 
de palestras com especialistas na educação de surdos -, emprol de tornar a formação 
educacional deles mais fácil e mais inclusiva. Outrossim, é mister que instituições 
formadoras de opinião - como escolas, universidades e famílias socialmente engajadas - 
promovam debates amplos e constantes acerca da importância de garantir o respeito e a 
igualdade de oportunidades a essa parcela social, a partir de diálogos nos lares, de 
seminários e de feiras culturais em ambientes educacionais. Assim, reduzir-se-ão os 
empecilhos existentes hoje em relação à educação de surdos na Nação e formar-se-ão 
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cidadãos mais aptos à empreender a necessidade de respeito a eles, afinal, segundo o 
filósofo Immanuel Kant: "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". 
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JÚLIA KÖCHLER 
Em Esparta, na Grécia Antiga, as pessoas com deficiência física, como os surdos, 
eram sacrificados, pois o Estado não acreditava no potencial deles em um contexto de 
guerras. Mesmo que essa não seja mais uma realidade na sociedade contemporânea, os 
surdos ainda enfrentam diversos desafios para a sua formação educacional no Brasil, seja 
pela falta de recursos assistivos, seja pela dificuldade de inclusão social no âmbito 
escolar.  
Em primeiro plano, percebe-se que as escolas com alunos surdos incluídos não 
apresentam todos os recursos assistivos necessário para garantir o pleno 
desenvolvimento das habilidades funcionais desses estudantes. Exemplo disso são as 
escolas de Educação Básica, as quais não possuem docentes preparados para se 
comunicarem eficientemente com esses alunos, assim como não possuem materiais 
didáticos especializados para o ensino de Libras. Nessa perspectiva, fica evidente que o 
sistema educacional brasileiro não garante o total aperfeiçoamento intelectual dos 
deficientes auditivos.  
Além das dificuldades na aprendizagem, o caráter excludente das instituições de 
ensino também é um desafio para os surdos, devido a falta de integração social através 
da comunicação nas escolas. Segundo a célebre escritora Hellen Keller, "A tolerância é o 
resultado mais sublime da educação." Essa máxima, entretanto, não está sendo 
devidamente efetivada, tendo em vista que a Libras não é amplamente difundida na 
educação brasileira, o que resulta na exclusão social dos surdos e compromete o 
desenvolvimento de suas habilidades sociais. 
Frente aos desafios enfrentados pelos surdos no que tange a sua formação 
educacional, faz-se necessário, portanto, que o Governo Federal capacite os professores e 
adapte os mecanismos de ensino por meio de cursos profissionalizantes em Libras, bem 
como materiais didáticos completos e específicos para a formação intelectual desses 
alunos, com o objetivo de garantir aos deficientes auditivos o pleno desenvolvimento de 
suas habilidades. Ademais, o Estado junto às empresas de serviço público devem oferecer 
o ensino de Libras em todos os setores da sociedade, a fim de melhorar a comunicação 
dos surdos com a população e, consequentemente, implementar a inclusão social. Assim, 
será possível continuar a acelerar o processo de superação dos desafios vividos desde a 
Antiguidade. 
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IZABELA DAL PAZZOLO MOTA 
A educação é um direito inalienável de todos os cidadãos brasileiros. Entretanto, 
a acessibilidade àqueles que apresentam algum tipo de deficiência configura-se como um 
grande impasse na inclusão de todos os indivíduos. Com isso, surge a problemática dos 
desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, que cresce intrinsecamente 
ligada à realidade dos país, seja pela ineficácia das políticas públicas vigentes, seja pela 
cultura acerca do deficiente auditivo no país. 
É indubitável que a questão legislativa e a sua aplicação contribuem para o 
problema a respeito da educação inclusiva. Pessoas portadoras de qualquer deficiência, 
como a surdez, têm seu direito à educação garantido pela Constituição e pelo Estatuto da 
Pessoa com Deficiência. Contudo, cenários como a falta de profissionais aptos a suprirem 
as necessidades dessa parte da população, assim como a ausência de um maior 
entendimento dos fatores que impedem de exercerem plenamente seu direito, 
impossibilitam sua eficiência. Tais legislações apresentam resultados insuficientes, já que 
não são capazes de possibilitar uma conjuntura na qual a educação inclusiva represente 
uma opção viável a todos os surdos. 
Segundo pesquisas realizadas pelo Inep, sofreu uma diminuição o número de 
surdos matriculados em escolas da educação básica. De acordo com Durkheim, o fato 
social é a maneira coletiva de agir e pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-
se que o impasse na promoção da inclusão do deficiente auditivo encaixa-se na teoria do 
sociólogo, uma vez que, se um indivíduo cresce em um círculo social que inferioriza o 
surdo e não o trata como merecedor de uma educação igualitária, tende a adotar um 
determinado comportamento também devido à vivência. Assim, o preconceito da 
sociedade à inclusão do surdo em todas as esferas da educação, transmitido de geração 
em geração, funciona como fator "sine qua non" dessa cultura, perpetuando o problema. 
Visando valorizar a educação inclusiva e criar condições indispensáveis para o 
seu sucesso, é preciso que o Estado promova a capacitação e a formação de professores 
para surdos plenamente competentes. Por meio de cursos especializados, que auxiliem 
no entendimento total das necessidades dos deficientes auditivos que lhes proporcione o 
aprendizado das ferramentas necessárias para a comunicação, poder-se-á aumentar a 
inclusão e, lentamente, mudar a cultura rumo à valorização de idiossincrasias e de 
singularidades. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIANA CAMELIER MASCARENHAS 
Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram assassinadas, pois não 
poderiam ser guerreiras, profissão mais valorizada na época. Na contemporaneidade , tal 
barbárie não ocorre mais, porém há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – 
em especial os surdos – o acesso à educação, devido ao preconceito ainda existente na 
sociedade e à falta de atenção do Estado à questão. 
Inicialmente, um entrave é a mentalidade retrógrada de parte da população, que 
age como se os deficientes auditivos fossem incapazes de estudar e, posteriormente, 
exercer uma profissão. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de banalidade do mal, 
trazido pela socióloga Hannah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre 
constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Um exemplo disso é a 
discriminação contra os surdos nas escolas e faculdades – seja por olhares maldosos ou 
pela falta de recursos para garantir seu aprendizado. Nessa situação, o medo do 
preconceito, que pode ser praticado mesmo pelos educadores, possivelmente leva à 
desistência do estudo, mantendo o deficiente à margem dos seus direitos – fato que é tão 
grave e excludente quanto os homicídios praticados em Esparta , apenas mais 
dissimulado. 
Outro desafio enfrentado pelos portadores de deficiência auditiva é a 
inobservância estatal , uma vez que o governo nem sempre cobra das instituições de 
ensino a existência de aulas especializadas para esse grupo – ministradas em Libras – 
além da avaliação do português escrito como segunda língua. De acordo com Habermas, 
incluir não é só trazer para perto, mas também respeitar e crescer junto com o outro. A 
frase do filósofo alemão mostra que, enquanto o Estado e a escola não garantirem direitos 
iguais na educação dos surdos – com respeito por parte dos professores e colegas – tal 
minoria ainda estará sofrendo práticas discriminatórias. 
Destarte, para que as pessoas com deficiência na audiçãoconsigam o acesso 
pleno ao sistema educacional , é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com 
as instituições de ensino, promova cursos de Libras para os professores, por meio de 
oficinas de especialização à noite – horário livre para a maioria dos profissionais – de 
maneira a garantir que as escolas e universidades possam ter turmas para surdos, 
facilitando o acesso desse grupo ao estudo. Em adição, o Estado deve divulgar 
propagandas institucionais ratificando a importância do respeito aos deficientes 
auditivos, com postagens nas redes sociais, para que a discriminação dessa minoria seja 
reduzida, levando à maior inclusão. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ÚRSULA HASPARYK 
A plena formação acadêmica dos deficientes auditivos, uma parcela das 
chamadas Pessoas com Deficiência (PCD), é um direito assegurado no recém aprovado 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, também conhecido como Lei da 
Acessibilidade. Além de um direito legalmente garantido, a educação para esse grupo 
social é sociologicamente analisada como essencial para uma sociedade tolerante e 
inclusiva. Entretanto, observa-se o desrespeito a essa garantia devido ao preconceito, 
muitas vezes manifestado pela violência simbólica, e à insuficiência estrutural 
educacional brasileira. 
Nessa conjuntura, é necessário destacar as principais relevâncias de se garantir 
aos surdos a plena formação acadêmica. Segundo Hannah Arendt, em sua teoria sobre o 
Espaço Público, os ambientes e as instituições públicas – inclusive as escolas e as 
faculdades – têm que ser completamente inclusivas a todos do espectro social para 
exercer sua total funcionalidade e genuinidade. Analogamente, para atuarem como 
aparato democrático, tais instituições devem ser preparadas e devem garantir o espaço e 
a educação para os deficientes auditivos, constituindo, assim, uma sociedade 
diversificada, tolerante e genuína. Além disso, outra importância é o cumprimento dos 
direitos à educação e ao desenvolvimento intelectual , assegurados no Estatuto da PCD e 
na Constituição Federal de 1988, que não discrimina o acesso à cidadania a nenhum 
grupo social, sendo, dessa forma, uma obrigação constitucional. 
Contudo, observam-se algumas distorções para essa garantia educacional. 
Infelizmente, os surdos são alvo de preconceito e são vistos erroneamente como 
incapazes. Isso é frequentemente manifestado na forma de violência simbólica, termo do 
sociólogo Pierre Bordieu, que inclui os comportamentos, não necessariamente agressivos 
física ou verbalmente, que excluiriam moralmente grupos minoritários, como a PCD, 
exemplificados na colocação desses indivíduos em postos de trabalho menos valorizados 
e menos remunerados. Adicionalmente , nota-se que outra manifestação dessa violência é 
a falta de uma infraestrutura escolar de qualidade com professores capacitados e com 
material adequado para garantir a devida formação educacional. Consequentemente, as 
vítimas dessa agressão simbólica tenderiam a se isolar, gerando, por exemplo, evasão 
escolar e redução da procura pela qualificação profissional e acadêmica por esses 
deficientes. 
Dessa forma, é necessário que, para garantir o ensino de qualidade e estruturado, 
o Ministério da Educação leve profissionais educadores especialistas em Libras para 
capacitar os professores já atuantes acerca do ensino aos deficientes auditivos e da 
adaptação às suas necessidades particulares na sala de aula. Isso deve ser feito com 
palestras instrucionais para os docentes de toda a hierarquia pedagógica. 
Complementarmente, o Ministério da Saúde deve disponibilizar profissionais, como 
psicólogos, que dêem o apoio e o estímulo para a continuidade educacional dos 
deficientes e desconstruam, com atividades lúdicas e interativas com todos os alunos, 
como simulações da surdez, os preconceitos acerca desse grupo social. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LORENA MAGALHÃES DE MACEDO 
No convívio social brasileiro, parte considerável da população apresenta alguma 
deficiência. Nessa conjuntura, grande parcela dos surdos, em especial, não tem acesso a 
uma educação de qualidade, o que fomenta maior empenho do Poder Público e da 
sociedade civil, com o fito de superar os desafios para a efetiva inclusão desses 
indivíduos no sistema educacional. 
Sob esse viés, muitos deficientes auditivos encontram dificuldades para acessar o 
Ensino Fundamental, Médio ou Superior, visto que diversas instituições de ensino 
carecem de uma infraestrutura adaptada a esses indivíduos, como intérpretes da Libras 
durante as aulas. Tal panorama representa a violação da Constituição Federal de 1988 e 
do Estado da Pessoa com Deficiência, os quais são mecanismos jurídicos que asseguram 
o acesso à educação como um direito de todos os deficientes. Isso atesta a ineficiência 
governamental em cumprir prerrogativas legais que garantem a efetiva inclusão dos 
surdos na educação. 
Ademais, em muitas instituições de ensino, deficientes auditivos ainda são 
vítimas de xingamentos e até de agressões físicas por parte de outros alunos, ações que 
caracterizam o bullying. Nesse contexto, o filósofo iluminista Voltáire já afirmava: 
“Preconceito é opinião sem conhecimento”. Tal máxima, mesmo séculos depois, 
comprova que atos intolerantes são, em geral, consequências de uma formação moral 
deturpada, a qual não privilegiou princípios, por exemplo, a tolerância e o respeito às 
diferenças como essenciais para a convivência harmônica em uma sociedade tão 
heterogênea. Desse modo, verifica-se a ineficácia de famílias e escolas em desestimular, 
rigorosamente, qualquer ação de caráter discriminatório contra surdos. 
Portanto, a fim de garantir que surdos tenham pleno acesso à formação 
educacional, cabe ao Estado, mediante o redirecionamento de verbas, realizar as 
adaptações necessárias em todas as escolas e as universidades públicas, como o 
oferecimento de cursos gratuitos que capacitem profissionais da educação para se 
comunicarem em Libras e a contratação de mais intérpretes da Libras para atuarem 
nessas instituições. Outrossim, famílias e escolas, por meio de, respectivamente, diálogos 
frequentes e palestras, devem debater acerca da aceitação às diferenças como fator 
essencial para o convívio coletivo, de modo a combater o bullying e a formar um 
paradigma comportamental de total respeito aos deficientes auditivos. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
JOÃO PEDRO BELLUZO 
Na antiga pólis de Esparta, havia a prática da eugenia, ou seja, a segregação dos 
denominados “imperfeitos”, como, por exemplo, os deficientes. Passados 2000 anos, o 
preconceito contra esse grupo ainda prevalece socialmente e afeta, principalmente, a área 
da educação. Nesse contexto, os surdos são grandes vítimas da exclusão no processo de 
formação educacional, o que traz desafios e a busca por autonomia e pela participação de 
pessoas com essa deficiência no espaço escolar brasileiro. 
Para o filósofo francês Voltaire, a lei essencial para a prática da igualdade é a 
tolerância. Porém, nas escolas, onde as diferenças aparecem, essa característica não se 
concretiza. Nesse ambiente, a surdez se torna motivo para discriminação e para o 
bullying, contrariando o objetivo da educação de elevar e emancipar o indivíduo, como 
defende o sociólogo Paulo Freire, idealizador da educação brasileira. Dessa forma, os 
surdos, segregados, encontram um alicerce frágil, para alcançar o desenvolvimento de 
seus talentos e habilidades. 
Além disso, nota-se que as instituições escolares não oferecem suporte adequado 
para os deficientes auditivos. Com isso, a independência e a participação desses 
indivíduos são comprometidas, o que acentua as desigualdades. Essa ideia se torna 
paradoxal quando comparada à Declaração Universal dos DireitosHumanos e à 
Constituição Federal (1988), documentos de alta hierarquia, comprovando a necessidade 
de incluir e assistir a população surda nos processos educacionais brasileiros. 
Portanto, conclui-se que deve-se tomar medidas que incluam os surdos na 
educação, assegurando o desenvolvimento desse grupo. As escolas devem, então, 
promover a assistência a esses deficientes, por meio da disponibilização de voluntários 
que dominem a linguagem de Libras, principal forma de comunicação da população 
surda, com o objetivo de inserir as pessoas com essa deficiência nas salas de aula, 
facilitando também o aprendizado. A mídia deve, ainda, mostrar, com exemplos, a 
igualdade que deve prevalecer no ambiente escolar, acabando com o preconceito e com o 
bullying. Com essas medidas, a eugenia social será minimizada e os deficientes auditivos 
serão incluídos nos processos educacionais brasileiros. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
EDUARDA JUDITH JACOME SILVA 
Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU promulgou a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, a qual assegura, em plano internacional, a igualdade e a dignidade da 
pessoa humana. Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do princípio da isonomia no 
que tange à inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Consequentemente, a formação 
educacional é comprometida, o que pressupõe uma análise acerca dos entraves que 
englobam esta problemática. 
Em primeiro lugar, cabe pontuar que as instituições de ensino apresentam, em 
sua maioria, um sistema pouco inclusivo. Embora a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) 
atenda a Convenção do Direito da Pessoa com Deficiência, realizada em 2006 pela ONU, 
sua finalidade encontra obstáculos, seja na estrutura escolar vigente, seja na falta de 
preparo do corpo docente. Prova disso são as escolas regulares e as universidades que 
não se adequaram à comunicação em Libras, bem como exames avaliatórios que não 
garantem tal acessibilidade. Nesse sentido, os surdos recebem uma educação frágil, 
desigual e excludente. 
Além disso, a ineficiente integração no âmbito escolar/acadêmico resulta em 
efeitos fora dele. Conforme afirmou Aristóteles, é preciso tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, na medida exata de suas desigualdades. Contudo, a 
instrução de aristotélica não é vista na prática, uma vez que o mercado de trabalho 
oferece poucas oportunidades, ainda que o deficiente auditivo tenha concluído o ensino 
superior. Paralelamente a isso, o comportamento contemporâneo, o qual prioriza o 
individualismo e a competição, intensifica a exclusão visto que a deficiência em questão é 
alvo de uma visão equivocada de incapacidade funcional. Desse modo, as implicações de 
uma educação que não se adapta às diferenças são visíveis. 
Diante do exposto, faz-se necessária uma complementação nas instituições 
sociais secundárias a fim de promover uma formação educacional coerente com as leis e 
as resoluções. Para tanto, o Ministério da Educação deve impor diretrizes de um projeto 
pedagógico inclusivo, como a obrigatoriedade de aulas de Libras na graduação de 
professores, bem como cursos para os formados. Ademais, o Estado, através do corpo 
legislativo, deve propor incentivos fiscais às grandes empresas que instituírem um 
percentual proporcional na contratação de pessoas com alguma restrição física, incluindo 
a auditiva. Assim, os direitos básicos inerentes à vida e à liberdade, consagrados na Carta 
Magna, poderão ser cumpridos. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2018: A manipulação do usuário 
pelo controle de dados na internet 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LUCAS FELPI 
No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um 
Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e contemporâneo, 
a Mim de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa 
foca na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que 
diariamente analisa e altera notícias e conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do 
Partido e formar a população através de tal ótica. Fora da Micção, é fato que a realidade 
apresentada por Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI: 
gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial corroboram para a 
restrição de informações disponíveis e para a influência comportamental do público, 
preso em uma grande bolha sociocultural. 
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, 
internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados e conteúdos na 
internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtrados de informação a 
partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Bauman, vive-se 
atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo digitalizado não só 
possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas 
para a manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são 
inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo para o 
consumo pessoal. 
Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no 
comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe interessa e o 
que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas coisas e 
fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da série 
televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para 
relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as 
que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o 
objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir 
conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo 
e, logo, facilmente atingível. 
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. 
Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o 
Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, 
campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos 
inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da alienação, 
sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes variadas e 
manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será possível combater a 
passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha 
que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as 
novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século XXI. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
CLARA DE JESUS 
“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da tecnologia no 
cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus episódios, é apresentado um 
dispositivo que atua como uma babá eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar 
as imagens e sons que os indivíduos poderiam vivenciar. Não distante da Micção, nos 
dias atuais, existem algoritmos especiais ligados em filtrar informações de acordo com a 
atividade “online” do cidadão. Por isso, torna-se necessário o debate acerca da 
manipulação comportamental do usuário pelo controle de dados na internet. 
Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de 
maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 201, 
apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, 
nunca haviam utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a criança tem contatocom aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de 
navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perMil 
de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. 
Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações sócio-
econômicas. 
Em segundo lugar, o ser humano perde sua capacidade de escolha. Conforme o 
conceito de “mortificação do Eu”, do sociólogo Erving Goffman, é possível entender o 
que ocorre na internet que induz o indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal 
preceito afirma que, por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu 
pensamento individual e junta-se a uma massa coletiva. Dentro do contexto da internet, o 
usuário, sem perceber, é induzido a entrar em determinados sites devido a um 
“bombardeio” de propagandas que aparece em seu dispositivo conectado. Evidencia-se, 
portanto, uma falsa liberdade de escolha quanto ao que fazer no mundo virtual. 
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional deve 
formular leis que limitem esse assédio comercial realizado por empresas privadas, por 
meio de direitos e punições aos que descumprirem, a Mim de acabar com essa imposição 
midiática. As escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre esse 
tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de palestrantes, 
com a participação de psicólogos e especialistas, que debatam acerca de como agir 
“online”, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a 
tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se tornará realidade. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
THAIS SAEGER 
É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas 
esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao 
uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois 
permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo 
com os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de 
informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é 
necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e 
econômicos. 
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na 
internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande 
parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na 
qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa 
vulnerabilidade e, por intermédio de uma análise dos sites mais visitados por 
determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus 
interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma 
analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma 
vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, 
libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - neste caso, a manipulação. 
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal 
controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente 
desde o Mim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse 
âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da 
rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, esse 
cenário corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" defendido pelo filósofo Sartre, 
já que os cidadãos acreditam estar escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na 
verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo. 
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima 
relação com aspectos educacionais e econômicos. Desse modo, é imperiosa uma ação do 
MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os 
alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por 
intermédio da checagem de dados, com o Mito de estimular o senso crítico dos 
estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o 
MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas, através 
de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na 
construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e 
menos iludida. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
VANESSA TUDE 
O mundo conheceu novos equipamentos ao longo do processo de 
industrialização, com destaque para os descobrimentos da Terceira Revolução Industrial, 
que possibilitou a expansão dos meios de comunicação e controle de dados em inúmeros 
países. Entretanto, as ferramentas recém descobertas foram utilizadas de forma 
inadequada, como por exemplo, durante a Era Vargas. Com efeito, a má utilização dessas 
tecnologias contribui com a manipulação comportamental dos usuários que se 
desenvolve devido não só à falta de informação popular como também à negligência 
governamental. 
Primeiramente, vale ressaltar o efeito que a falta de informação possui na 
manipulação das pessoas. Consoante à Teoria do Habitus elaborada pelo sociólogo 
francês Pierre Bourdieu, a sociedade possui padrões que são impostos, naturalizados e, 
posteriormente, reproduzidos pelos indivíduos. Nessa perspectiva, a possibilidade da 
coleta de dados virtuais, como sites visitados e produtos pesquisados, por grandes 
empresas ocasiona a divulgação de propagandas específicas com o Mito de induzir a 
efetivação da compra da mercadoria anunciada ou estimular um estilo de vida. Assim, o 
desconhecimento dessa realidade permite a construção de uma ilusão de liberdade de 
escolha que favorece unicamente as empresas. Dessa forma, medidas são necessárias 
para alterar a reprodução, prevista por Bourdieu, dessas estratégias comerciais que 
afetam negativamente inúmeros indivíduos. 
Ademais, a influência de milhares de usuários se dá pela negligência e abuso de 
poder governamental. Durante a Era Vargas, a manipulação comportamental dos 
brasileiros foi uma realidade a partir da criação do Departamento de Imprensa e 
Propaganda que possuía a função de fiscalizar os conteúdos que seriam divulgados nos 
meios de comunicação usando o controle da população. Nos dias atuais, com o auxílio da 
internet, as pessoas estão mais expostas, uma vez que o governo possui acesso aos dados 
e históricos de navegação que possibilitam a ocorrência de uma obediência influenciada 
como ocorreu na Era Vargas. Desse modo, urge a extrema necessidade de alterações 
estruturais para a ocorrência de uma liberdade comportamental de todos. 
Impende, portanto, que a manipulação do comportamento através do controle de 
dados na internet deixe de ser realidade. Nesse sentido, cabe ao Governo, por meio do 
aumento da parcela de investimentos com prioridade, fiscalizar e punir instituições que 
utilizem essa estratégia de direcionamento através de multas e aumento na cobrança de 
impostos. Essa inciativa tem a finalidade de propor o uso adequado das tecnologias 
descobertas durante, e posteriormente, a Terceira Revolução Industrial e, 
consequentemente, erradicar a manipulação comportamental dos indivíduos através dos 
dados coletados na internet. 
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JAMILLE BORGES 
A série britânica “Black Mirror” é caracterizada por satirizar a forma como a 
tecnologia pode afetar a humanidade. Dentre outros temas, o seriado aborda a influência 
dos algoritmos na opinião e no comportamento das personagens. Fora da Micção,os 
efeitos do controle de dados não são diferentes dos da trama e podem comprometer o 
senso crítico da população brasileira. Assim, faz-se pertinente debater acerca das 
consequências da manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na 
internet. 
Por um lado, a utilização de algoritmos possui seu lado positivo. A internet 
surgiu no período da Guerra Fria, com o intuito de auxiliar na comunicação entre as 
bases militares. Todavia, com o passar do tempo, tal ferramenta militar popularizou-se e 
abandonou, parcialmente, a característica puramente utilitária, adquirindo função de 
entretenimento. Hoje, a internet pode ser utilizada para ouvir músicas, assistir a filmes, 
ler notícias e, também, se comunicar. No Brasil, por exemplo, mais da metade da 
população está “conectada” – de acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) -, o que significa a consolidação da internet no país e, nesse 
contexto, surge a relevância do uso de dados para facilitar tais ações. 
Por outro lado, o controle de dados ressalta-se em seu lado negativo. Segundo o 
sociólogo Pierre Levy, as sociedades modernas vivem um fenômeno por ele denominado 
“Novo Dilúvio” – termo usado para caracterizar a dificuldade de “escapar” do uso da 
internet. Percebe-se que o conceito abordado materializa-se em apontamentos do IBGE, 
os quais expõem que cerca de 85% dos jovens entre 18 e 24 anos de idade utilizaram a 
ferramenta em 2016. Tal quadro é preocupante quando atrelado aos algoritmos, pois estes 
causam, principalmente, nos jovens a redução de sua capacidade crítica – em detrimento 
de estarem sempre em contato com informações unilaterais, no tocante ao ponto de vista, 
e pouco distoantes de suas próprias vivências e opiniões -, situação conhecida na 
Sociologia como “cognição preguiçosa” – a qual culmina na manipulação do ser. 
Entende-se, portanto, que é necessário que a população entenda os riscos do 
controle de dados. Desse modo, cabe às escolas desenvolverem a percepção dos perigos 
da “cognição preguiçosa” para a formação da visão de mundo dos seus alunos, mediante 
aulas de informática unidas à disciplina de Sociologia – voltadas para uma educação não 
só técnica, mas social das novas tecnologias -, a Mim de ampliar nos jovens o interesse 
por diferentes opiniões e, consequentemente, reduzir os efeitos adversos da 
problemática. Posto isso, será superado o controle do comportamento do usuário e não 
mais viveremos em um Brasil análogo à trama de “Black Mirror”. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LÍVIA TAUMATURGO 
Segundo as ideias do sociólogo Habermas, os meios de comunicação são 
fundamentais para a razão comunicativa. Visto isso, é possível mencionar que a internet 
é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Entretanto, o meio virtual tem sido 
utilizado, muitas vezes, para a manipulação do comportamento do usuário, pelo controle 
de dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar determinados assuntos ou a 
consumir certos produtos. Isso ocorre devido `falha de políticas públicas efetivas que 
auxiliem o indivíduo a “navegar”, de forma correta, na internet, e à ausência de 
consciência, da grande parte da população, sobre a importância de saber utilizar 
adequadamente o meio virtual. Essa realidade constituiu um desafio a ser resolvido não 
somente pelos poderes públicos, mas também por toda a sociedade. 
No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário, pode-se citar 
que no século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de liberdade do 
mundo contemporâneo”, afirmando que as pessoas eram controladas pela “indústria 
cultural”, disseminada pelos meios de comunicação de massa. Atualmente, é possível 
traçar um paralelo com essa realidade, visto que milhões de pessoas no mundo são 
influenciadas e, até mesmo, manipuladas, todos os dias pelo meio virtual, por meio de 
sistemas de busca ou de redes sociais, sendo direcionadas a produtos específicos, o que 
aumenta, de maneira significativa, o consumismo exacerbado. Isso é intensificado devido 
à carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” 
corretamente na internet, explicando-lhe sobre o posicionamento do controle de dados e 
ensinando-lhe sobre como ser um consumidor consciente. 
Ademais, é importante destacar que grande parte da população não tem 
consciência da importância da utilização, de forma correta, da internet, visto que as 
instituições formadoras de conceitos morais e éticos não têm preconizado, como 
deveriam, o ensino de uma polarização digital”, como faz o projeto Digipo (“Digital 
Polarization Iniciative”), o qual auxilia os indivíduos a acessarem páginas comparáveis e, 
assim, diminui, o compartilhamento de notícias falsas, que, muitas vezes, são lançadas 
por moderadores virtuais. Nesse sentido, como disse o empresário Steve Jobs, “A 
tecnologia move o mundo”, ou seja, é preciso que medidas imediatas sejam tomadas para 
que a internet possa ser usada no desenvolvimento da sociedade, ajudando as pessoas a 
se comunicarem plenamente. 
Portanto, cabe aos Estados, por meio de leis e de investimentos, com um 
planejamento adequado, estabelecer políticas públicas efetivas que auxiliem a população 
a “navegar”, de forma correta, na internet, mostrando às pessoas a relevância existente 
em utilizar o meio virtual racionalmente, a Mim de diminuir, de maneira considerável, o 
consumo exacerbado, que é intensificado pela manipulação do comportamento do 
usuário pelo controle de dados. Além disso, é de suma importância que as instituições 
educacionais promovem, por meio de campanhas de conscientização, para pais e alunos, 
discussões engajadas sobre a imprescindibilidade de saber usar, de maneira cautelosa, a 
internet, entendendo a relevância de uma “polarização digital” para a concretização da 
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razão comunicativa, com o intuito de utilizar o meio virtual para o desenvolvimento 
pleno da sociedade. 
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SÍLVIA FERNANDA LIMA 
No livro Admirável Mundo Novo do escritor inglês Aldous Huxley é retratada 
uma realidade distópica na qual o corpo social padroniza-se pelo controle de informações 
e traços comportamentais. Tal obra fictícia, em primeira análise, diverge 
substancialmente da realidade contemporânea, uma vez que valores democráticos 
imperam. No entanto, com o influente papel atribuído à internet, configurou-se uma 
liberdade paradoxal tangente à regulamentação de dados. Assim, faz-se profícuo 
observar a parcialidade informacional e o consumo exacerbado como pilares 
fundamentais da problemática. 
Em primeiro plano, a estruturação do meio cibernético fomenta a conjuntura 
regida pela denominada denominada pós-verdade, traduzida na sobreposição do 
conhecimento fundamentado por conotações subjetivas de teor apelativo. Nesse 
contexto, como os algoritmos das ferramentas de busca fornecem fontes correspondentes 
às preferências de cada usuário, cria-se uma assimilação unilateral, contendo 
exclusivamente aquilo que promove segurança emocional ao indivíduo e favorece a 
reprodução automatizada de pensamentos. Desse modo, com base nas premissas 
analíticas do escritor francês Guy Debord, pelo fato de o meio digital ser mediatizado por 
imagens, o sujeito é manipulado de forma alienante, mitigando do seu senso crítico e 
capacidade de compreender a pluralidade de opiniões. 
Outrossim, a detenção de dados utilizada para a seleção de anúncios fomenta o 
fenômeno do consumismo. Sob esse viés, posto que a sociedade vigente é movida pelo 
desempenho laboral e pela autoexploração, como preconizou o filósofo sul-coreano 
Byung Chul-Han, o consumo apresenta-se como forma de aliviar as inquietações 
resultantes desse quadro e alternativa para uma felicidade imediata. Então, na medida 
em que os artigos publicitários exibidos na internet são direcionados individualmente, o 
estímulo à compra denota-se ainda mais magnificado, funcionando como fator adicional 
à busca por alívio paralelamente à construção de hábitos desequilibrados e prejudiciais. 
Portanto, minimizar os impactos negativos da inserção no ciberespaço não se 
apresenta como tarefa fácil, porém, tornar-se-á possível por meio de uma abordagem 
educacional. Dessa forma, o Ministério da Educação deve elaborar um projeto de 
educação digital tendo com perspectiva basilar o ensino emancipatório postulado pelo 
filósofo alemão Theodor Adorno. Essa ação pode ser constituída por frequentes debates 
incluindo problematizações e a criação de reformulações conscientes relacionadas aos 
perigos delimitados pela manipulação do comportamento online nos ensinos 
Fundamental II e Médio das escolas públicas e particulares. Tal medida deve incluir a 
mediação de professores de Sociologia e Filosofia, além de especialistas em Cultura 
Digital, com o objetivo de modular nos alunos autonomia e criticidade no uso da 
internet. EnMim, será possível a construção de uma juventude responsável e dificilmente 
manipulada, sem nenhuma semelhança a obra de Aldous Huxley. 
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MARIA EDUARDA FIONDA 
George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os 
meios de comunicação são controlados e manipulados para garantir a alienação da 
população frente a um governo totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma Micção, 
o livro de Orwell parece refletir, em parte, a realidade do século XXI, uma vez que, na 
atualidade, usuários da internet são constantemente influenciados por informações 
previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse contexto, questões 
econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a Mim de serem devidamente 
compreendidas e combatidas. 
Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém, em muito, de 
interesses econômicos. Segundo o sociólogo alemão Theodor Adorno, a chamada 
“Indústria Cultural”, visando o lucro, tende a massificar e uniformizar os gostos a partir 
do uso dos meios de comunicação. Sob esse viés, é possível depreender que a utilização 
de dados dos internautas por determinados grupos empresariais constitui uma estratégia 
de divulgação da produtos e pensamentos conforme seus interesses. Dessa maneira, 
ocorre a seleção de informações e propagandas favoráveis a essas empresas, levando o 
usuário a agir e consumir inconscientemente, de acordo com padrões estabelecidos por 
esses grupos. 
Outrossim, o mau uso das novas tecnologias corrobora com a perpetuação dessa 
problemática. Sob a ótica do teórico da comunicação Marshall McLuhan, “os homens 
criam as ferramentas e as ferramentas recriam o homem”. Nessa perspectiva, é 
perceptível que o advento da internet, apesar de facilitar o acesso à informações, 
contribui com a diminuição do senso crítico acerca do conteúdo visualizado nas redes. 
Isso ocorre, principalmente, por conta do bombardeamento constante de propagandas e 
notícias, muitas vezes, sem a devida profundidade e sem o acompanhamento de análises 
de veracidade. Consequentemente, os internautas são cada vez menos estimulados a 
questionar o conteúdo recebido, culminando, então, em um ambiente favorável à 
manipulação de comportamentos. 
É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem 
desafios a superar. Para tanto, o Poder Público deve restringir o acesso de empresas a 
dados pessoais de usuários da internet, por meio da elaboração de uma legislação eficaz 
referente ao problema. Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população 
sobre as mazelas de não questionar o conteúdo acessado em rede, por meio de 
campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas ficcionais 
engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a Mim de 
contribuir com o uso crítico das novas tecnologias. Assim, será possível restringir, de fato, 
a distopia de Orwell à Micção. 
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PEDRO ASSAD 
As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo globalizado, 
foram marcadas por consideráveis avanços científicos, dentre os quais destacam-se as 
tecnologias de informação e comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama promoveu 
a ampliação do acesso ao conhecimento, por intermédio das redes sociais e mídias 
virtuais. Em contrapartida, nota-se que essa realidade impôs novos desafios às 
sociedades contemporâneas, como a possibilidade de manipulação comportamental via 
dados digitais. Desse modo, torna-se premente analisar os principais impactos dessa 
problemática: a perda da autonomia de pensamento e a sabotagem dos processos 
políticos democráticos. 
Em primeira análise, é lícito postular que a informação é um bem de valor social, 
o qual é responsável por modular a cosmovisão antropológica pessoal e influenciar os 
processos de decisão humana. Nesse raciocínio, as notícias e acontecimentos que chegam 
a um indivíduo exercem forte poder sobre tal, estimulando ou suprimindo sentimentos 
como empatia, medo e insegurança. É factual, portanto, que a capacidade de selecionar - 
via algoritmos - as reportagens e artigos que serão vistos por determinado público 
constitui ameaça à liberdade de pensamento crítico. Evidenciando o supracitado, há o 
livro " Rápido e devagar: duas formas de pensar", do especialista comportamental Daniel 
Khaneman, no qual esse expõe e comprova - por meio de décadas de experimentos 
socioculturais - a incisiva influência dos meios de comunicação no julgamento humano. 
Torna-se clara, por dedução analítica, a potencial relação negativa entre a manipulação 
digital por dados e a autonomia psicológica e racional da população. 
Ademais, é preciso compreender tal fenômeno patológico como um atentado às 
instituições democráticas. Isso porque a perspectiva de mundo dos indivíduos coordena 
suas escolhas em eleições e plebiscitos públicos. Dessa maneira, o povo tende a agir 
segundo o conceito de menoridade, do filósofo iluminista Immanuel Kant, no qual as 
decisões pessoais são tomadas pelo intelecto e influência de outro. Evidencia-se, assim, 
que o domínio da seletividade de informações nas redes sociais, como Facebook e 
Twitter, pode representar uma sabotagem ao Estado Democrático. 
Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo 
desafio hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, as instituições escolares - 
responsáveis por estimular o pensamento crítico na população - devem buscar fortalecer 
a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isso pode ser feito por 
meio de palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e 
sociologia, visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo, as 
grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam restringir o 
uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável por intermédio da restrição do 
acesso, por parte de entidades políticas, aos algoritmos e informações privadas de 
preferências pessoais, objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o exercício da 
democracia plena. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo 
do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade 
Kantiana. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ANDRÉ BAHIA 
Segundo Steve Jobs, um dos fundadores da empresa “Apple”, a tecnologia move 
o mundo. Contudo, os avanços tecnológicos nãotrouxeram apenas avanços à sociedade, 
uma vez que bilhões de pessoas sofrem a manipulação oriunda do acesso aos seus dados 
no uso da internet. Nesse sentido, esse processo é executado por empresas que buscam 
potencializar a notoriedade dos seus produtos e conteúdos no meio virtual. Sob tal ótica, 
esse cenário desrespeita princípios importantes da vida social, a saber, a liberdade e a 
privacidade. 
De acordo com Jean Paul Sartre, o homem é condenado a ser livre. Nessa lógica, 
o uso de informações do acesso pessoal para influenciar o usuário confronta o 
pensamento de Sartre, visto que o indivíduo tem sua liberdade de escolher impedida 
pela imposição de conteúdos a serem acessados. Dessa forma, a internet passa a ser um 
ambiente pouco democrático e torna-se um reflexo da sociedade contemporânea, na qual 
as relações de lucro e interesse predominam. Faz-se imprescindível, portanto, a 
dissolução dessa conjuntura. 
Outrossim, é válido ressaltar que, conforme Immanuel Kant, o princípio da ética 
é agir de forma que essa ação possa ser uma prática universal. De maneira análoga, a 
violação da privacidade pelo acesso aos dados virtuais sem a permissão das pessoas vai 
de encontro à ética kantiana, dado que se todos os cidadãos desrespeitassem a 
privacidade alheia, a sociedade entraria em profundo desequilíbrio. Com base nisso, o 
uso de informações virtuais é prejudicial à ordem social e, por conseguinte, torna- se 
contestável quando executado sem consentimento. 
Em suma, são necessárias medidas que atenuem a manipulação do 
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Logo, a Mim de dar 
liberdade de escolha ao indivíduo, cabe às empresas de tecnologia solicitar a autorização 
para o uso dessas informações, por meio de advertências com linguagem clara, tendo em 
vista a linguagem técnica utilizada, atualmente, por avisos do tipo. Ademais, compete ao 
cidadão ficar atento a essa questão, de modo a cobrar e pressionar essas empresas. 
EnMim, a partir dessas ações, as tecnologias, como disse Steve Jobs, moverão o mundo 
para frente. 
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ISABEL PETRENKO DÓRIA 
Em “O jogo da imitação”, o personagem Alan Turing prejudica o avanço da 
Alemanha nazista quando consegue decifrar os algoritmos correspondentes ao projeto de 
guerra de Hitler. Diante disso, pode-se observar, desde a segunda metade do século XX, a 
relevância do conhecimento tecnológico para atingir certos objetivos. Contudo, 
diferentemente desse contexto, atualmente, utiliza-se, muitas vezes, a tecnologia não para 
o bem coletivo, como no filme, mas para vantagens individuais, mediante a manipulação 
de dados de usuários da internet. Destarte, é fundamental analisar as razões que tornam 
essa problemática uma realidade no mundo contemporâneo. 
Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de regulação dos sites quanto ao 
acesso aos dados de quem está inserido no ambiente virtual. Segundo o filósofo Kant, a 
pessoa é um Mim em si mesma, e não um meio de conseguir atingir interesses 
particulares. Nesse sentido, rompe-se com tal lógica humanista ao verificar-se que, hoje, 
muitas empresas transformam o consumidor em um instrumento de lucro. Isso ocorre 
porque os entraves para o controle da manipulação, caracterizados pela dificuldade de 
identificação dos agentes de tal ação, inviabilizaram a proteção dos usuários, sobretudo 
nas redes sociais, que são o principal elo de ligação das pessoas com as empresas e suas 
propagandas publicitárias. Por conseguinte, os indivíduos são bombardeados por 
anúncios, que contribuirão para traçar perMis individuais, direcionar o consumo e, 
ainda, influenciar as escolhas e gostos de cada um. 
Ademais, outro fator a salientar é a falta de informação no que tange à internet. 
Com o advento da Terceira Revolução Industrial, nota-se uma população cada vez mais 
rodeada de tecnologia, porém despreparada para lidar com ela. Percebe-se, em grande 
parte das instituições de ensino, que a educação é incompleta, visto que, apesar de, desde 
a infância, ter contato com computadores e celulares, a criança cresce sem saber discernir 
corretamente quais dados podem ser públicos e como protegê-los de sistemas 
inteligentes. Logo, é mister providencia uma reconfiguração no ensino para formar 
indivíduos conscientes dos riscos que a internet pode oferecer. 
Torna-se evidente, portanto, que a manipulação do comportamento do usuário é 
nociva ao direito dele à privacidade. Assim, cabe ao Executivo combater a manipulação 
de doados, mediante o investimento no Ministério da Ciência e Tecnologia, que 
aprimorará a fiscalização dos sistemas virtuais de empresas e desenvolverá um setor de 
tecnologia da informação, rumo à ampla proteção dos usuários do ambiente cibernético. 
Outrossim, compete ao legislativo inserir na grade curricular disciplinas como 
Informática e Educação Tecnológica, por meio da alteração na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, a qual permitirá um suporte de ensino sobre as ameaças aos dados virtuais e 
sobre como lidar com as redes sociais, a Mim de criar uma maior preocupação com a 
segurança das informações. Dessa forma, será possível construir uma sociedade mais 
autônoma e menos guiada pelos interesses empresariais. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
RYLA LÍDICE VARELA DE MELO 
A obra musical "Admirável Chip Novo", da cantora Pitty, retrata a manipulação 
das ações humanas em razão do uso das tecnologias, que findam por influenciar o 
comportamento dos indivíduos. Não obstante, tal questão transcende a arte e mostra-se 
presente na realidade brasileira através da filtragem de dados na internet e sua utilização 
como ferramenta de determinação de atitudes, consequência direta do interesse do 
mercado globalizado e da vulnerabilidade dos usuário. Assim, torna- se fundamental a 
discussão desses aspectos, a Mim do pleno funcionamento da sociedade. 
Convém ressaltar, a princípio, o estabelecimento do comércio virtual e sua 
contribuição para a continuidade da problemática. Quanto a esse fator, é válido 
considerar a alta capacidade publicitária da web, bem como sua consolidação enquanto 
espaço mercantil - possibilitador de compra e venda de produtos. Sob esse aspecto, o 
célebre géografo, Milton Santos, afirma a existência de relação entre o desenvolvimento 
técnico-científico e as demandas da globalização, justificando, assim, a constante oferta 
de conteúdos culturais e comerciais que podem ser adquiridos pelos usuários, de modo a 
fortalecer o mercado mundial e o capitalismo. 
Paralelo a isso, a imperícia social vinculada ao déficit em letramento digital 
fomenta a perpetuação do impasse. Nesse viés, as instituições educacionais ainda não são 
eficazes na educação tecnológica, por não contarem com estrutura profissional e material 
voltado ao tema. Ademais, a formação de indivíduos vulneráveis possibilita a ação do 
mecanismo que pode transformar comportamentos, tornando-os passíveis de alienação. 
Essa conjuntura contraria o Estado proposto pelo filósofo John Locke - assegurador de 
liberdade -, gerando falsa sensação de autonomia e expondo internautas a um ambiente 
não transparente, em que decisões são previamente programadas por outrem. 
Em suma, faz-se imprescindível a tomada de medidas atenuantes ao entrave 
abordado. Posto isso, concerne ao Estado, mediante os Ministérios da Educação e Ciência 
e Tecnologia, a criação de um plano educacional que vise a elucidar a população quanto 
aos riscos da navegação na rede e à necessidade de adaptação aos novos instrumentos 
digitais. Tal projeto deve ser instrumentalizado na oferta de aparelhos tecnológicos às 
escolas, para a promoção de palestras e aulas práticas sobre o uso da tecnologia, 
mediadas por técnicos e professores da área, objetivando a qualificação dos usuários e a 
prevenção de casos de manipulação de atitudes.Dessa maneira, o Brasil poderá garantir 
a liberdade de seus cidadãos e o Estado lockeano poderá ser consolidado. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
IOHANA FREITAS DA SILVA 
Por consequência da Revolução Científica, o acesso à tecnologia favorece o 
contato com uma farta veiculação de informações, as quais são constantemente 
manipuladas. Nesse sentido, o controle de dados presente na internet reverbera uma 
arquitetura de comportamento da sociedade, sendo imperiosa a ampliação de medidas a 
Mim de minimizar os impactos ocasionados por esse cenário. Ademais, é fulcral ressaltar 
a ausência de pensamento crítico como causa, bem como os prejuízos sociais fomentados 
em decorrência disso. 
Em primeiro plano, urge analisar a falta de criticismo dos usuários mediante a 
internet. Nesse contexto, a falta de percepção crítica acerca das informações adquiridas 
nas redes por parte dos indivíduos implica uma falsa ideia de liberdade de escolha, já 
que os meios de comunicação deMinem a noção de mundo dos seus usuários. Com 
efeito, tal conjuntura é análoga à “menoridade intelectual”, proposta por Kant, a qual 
caracteriza a falta de autonomia dos indivíduos sobre seus intelectos, uma vez que a 
sociedade torna-se refém da manipulação de dados da internet e, consequentemente, tem 
seu comportamento moldado. 
Outrossim, questões sociais estão intimamente ligadas ao controle de 
informações na internet. Nesse âmbito, a cegueira moral, fenômeno exposto por José 
Saramago em sua obra “Ensaio sobre cegueira”, caracteriza a alienação da sociedade 
frente as demais realidades sociais, a qual é fomentada pela restrição do pleno acesso à 
informação pelos meios de comunicação. Dessa feita, as redes sociais propiciam a 
formação de “bolhas sociais”, de modo a manipular o comportamento do indivíduo, 
além de restringir sua ideia acerca da conjuntura vivida. 
Em síntese, medidas devem ser efetivadas a Mim de mitigar os impactos 
causados pelo controle de dados na internet. Desse modo, as escolas devem promover a 
educação em informática, por meio de aulas sobre o uso consciente da tecnologia e da 
informação – as quais utilizem computadores e celulares – com vistas a induzir o 
pensamento crítico desde a infância. Além disso, cabe à sociedade efetivar o uso 
consciente da internet, por intermédio do policiamento acerca da obtenção de 
informações, as quais devem ser originadas de fontes confiáveis – com o intuito de 
assegurar uma mudança de pensamento social. Dessa forma, garantir-se-a o combate à 
manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. 
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NATÁLIA CRISTINA PATRÍCIO DA SILVA 
A utilização dos meios de comunicação para manipular comportamentos não é 
recente no Brasil: ainda em 1937, Getúlio Vargas apropriou-se da divulgação de uma falsa 
ameaça comunista para legitimar a implantação de um governo ditatorial. Entretanto, os 
atuais mecanismos de controle de dados, proporcionados pela internet, revolucionaram 
de maneira negativa essa prática, uma vez que conferiram aos usuários uma sensação 
ilusória de acesso à informação, prejudicando a construção da autonomia intelectual e, 
por isso, demandam intervenções. Ademais, é imperioso ressaltar os principais impactos 
da manipulação, com destaque à influência nos hábitos de consumo e nas convicções 
pessoais dos usuários. 
Nesse contexto, as plataformas digitais, associadas aos algoritmos de filtragem de 
dados, proporcionaram um terreno fértil para a evolução dos anúncios publicitários. Isso 
ocorre porque, ao selecionar os interesses de consumo do internauta, baseado em 
publicações feitas por este, o sistema reorganiza as informações que chegam até ele, de 
modo a priorizar os anúncios complacentes ao gosto do usuário. Nesse viés, há uma 
pretensa sensação de liberdade de escolha, teorizada pela Escola de Frankfurt, já que 
todos os dados adquiridos estão sujeitos à coerção econômica. Dessa forma, há um 
bombardeio de propagandas que influenciam os hábitos de consumo de quem é atingido, 
visto que, na maioria das vezes, resultam na aquisição do produto anunciado. 
Somado a isso, tendo em vista a capacidade dos algoritmos de selecionar o que 
vai ou não ser visto, esses podem ser usados para moldar interesses pessoais dos leitores, 
a Mim de alcançar objetivos políticos e/ou econômicos. Nesse cenário, a divulgação de 
notícias falsas é utilizada como artifício para dispersar ideologias, contaminando o 
espaço de autonomia previsto pelo sociólogo Manuel Castells, o qual caracteriza a 
internet como ambiente importante para a amplitude da democracia, devido ao seu 
caráter informativo e deliberativo. Desse modo, o controle de dados torna-se nocivo ao 
desenvolvimento da consciência estética dos usuários, bem como à possibilidade de uso 
da internet como instrumento de politização. 
Evidencia-se, portanto, que a manipulação advinda do controle de dados na 
internet é um obstáculo para a consolidação de uma educação libertadora. Por 
conseguinte, cabe ao Ministério da Educação investir em educação digital nas escolas, 
por meio da inclusão de disciplinas facultativas, as quais orientarão aos alunos sobre as 
informações pessoais publicadas na internet, a Mim de mitigar a influência exercida 
pelos algoritmos e, consequentemente, fomentar o uso mais consciente das plataformas 
digitais. Além disso é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas 
de tecnologia, crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de 
indicadores de confiabilidade nas notícias veiculadas – como o projeto “The Trust 
Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilhamento de 
informações falsas e o impacto destes na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira 
poderá se proteger contra a manipulação e a desinformação. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
RAUL REZENDE 
De acordo com o sociólogo positivista Auguste Comte, a sociedade funciona 
como um organismo vivo, por ser composta por partes interdependentes e coesas. Dessa 
forma, para que tal modelo funcione harmonicamente, é necessário que os cidadãos não 
tenham seus direitos violados. No entanto, na prática, essa teoria não pode ser aplicada 
ao Brasil, uma vez que a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de 
dados na internet rompe esse ideal e reflete diretamente na realidade hodierna. Nesse 
prisma, é pertinente analisar os aspectos políticos e sociais que envolvem essa questão no 
país. 
Em primeira análise, deve-se ressaltar que a a partir da Terceira Revolução 
Industrial, ocorrida na década de 1930, houve um intenso desenvolvimento tecnológico, 
amparado na ciência e na integração dos meios informacionais. Nesse ínterim, a internet 
foi concebida e gradualmente se difundiu pelo globo e se transformou em uma 
ferramenta fundamental na rotina da população civil, atuando, principalmente, como 
veículo de informação. Contudo, sabe-se que os dados gerados nessa plataforma são 
controlados e, dessa maneira, interferem no comportamento dos usuários. A exemplo 
disso, tem-se a veiculação de propagandas na plataforma digital baseadas nos conteúdos 
que os indivíduos acessam. Tal realidade vai de encontra ao Marco Civil da Internet, lei 
sancionada em 2014 por Dilma Roussef, a qual determinou às empresas envolvidas no 
oferecimento de serviços virtuais a neutralidade em relação às informações acessadas 
pelos internautas. 
Em segunda análise, segundo o filósofo empirista John Locke, o indivíduo nasce 
como uma folha em branco, sem conhecimento, e o adquire por meio da experiência. 
Partindo desse pressuposto, torna-se nítido o impacto que o controle de dados pode 
gerar no comportamento dos cidadãos. Nesse sentido, a circulação de fake news aliadaà 
divulgação dos assuntos considerados mais relevantes pelas redes sociais são 
responsáveis por gerar grandes conflitos, haja vista que, de acordo com dados do IBGE, a 
finalidade de maior parte dos brasileiros ao acessar a internet se dedica a comunicação, e 
que propicia a rápida difusão de informações em certo tempo. À vista disso, a 
manipulação dos internautas tem-se apresentado um caos, assim como a obra 
“Guernica”, de Pablo Picasso. 
Torna-se evidente, porta to, que a questão do controle de dados na internet, no 
Brasil, exige medidas concretas. É imprescindível, nesse sentido, que o Ministério da 
educação incite na população o desenvolvimento do senso crítico, por meio da inserção 
da disciplina Ética e Internet — a qual deve abordar o uso consciente dos meios virtuais 
— na grade curricular e ensino, no intuito de conscientizar as futuras gerações sobre a 
circulação de falsas informações — fake news — e a imposição da mídia virtual de 
assuntos que devem ser considerados relevantes e, assim, evitar conflitos. Ademais, é 
mister que as grandes redes de televisão promovam o respeito ao Marco Civil da 
Internet, por intermédio da divulgação dos benefícios dessa lei, a Mim de garantir maior 
conforto e segurança no acesso às redes. Desse modo, o país funcionará assim como o 
molde proposto por Auguste Comte. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
CAROLINA MENDES PEREIRA 
Em sua canção "Pela Internet", o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade 
de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No 
entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos 
por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as 
notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados - uma conjuntura 
atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal 
manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível 
e merece um olhar mais crítico de enfrentamento. 
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz 
de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso 
do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na 
capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor 
para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a 
cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno 
conhecimento da realidade na qual estão inseridos, e de como seu próximo pode 
desfrutar do bem comum - já que suas fontes de informações estão direcionadas -, eles 
serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do 
comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e 
do zelo pelo bem grupal. 
Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de 
encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo 
pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de 
múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em 
constante interação, o que não pode ser limitado pela prévia seleção de informações, 
comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa 
de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário 
criam uma falsa sensação de livre-arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades 
que um sujeito poderia assumir. 
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para 
tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de 
seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas 
tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito 
pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental - uma vez que as gerações 
estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias -, de maneira 
lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores 
acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras profissionais das 
áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de 
informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho 
traçado para uma sociedade emancipada. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
DAVID KLINSMAN 
Para o pensador francês Pierre Bourdieu, “aquilo que foi criado para ser um 
instrumento de democracia, não deve ser convertido em uma ferramenta de 
manipulação“. Essa visão, embora correta, não é efetivada no hodierno cenário global, 
sobretudo no Brasil, posto que se tornou frequente a manipulação do comportamento do 
usuário pelo controle de dados na internet, nas diversas relações cotidianas. Isso ocorre, 
ora em função do despreparo civil, ora pela inação das esferas governamentais para 
conter esse dilema. Assim, hão de ser analisados tais fatores, a fim de que se possa 
liquidá-los de maneira eficaz. 
A priori, é imperioso destacar que a manipulação da conduta dos usuários, pelo 
controle dos seus dados nas plataformas virtuais, é fruto do despreparo civil para lidar 
com a influência das tecnologias. Isso porque, mediante a ausência de uma orientação 
adequada, os indivíduos são expostos, cotidianamente, a conteúdos selecionados por 
algoritmos que direcionam os materiais, segundo os gostos pessoais. Esse panorama se 
evidencia, por exemplo, quando se observa a elaboração superficial de um “ranking“ 
diário de informações em plataformas digitais como “Twitter”, em que o grau de 
relevância da disposição de conteúdos já é pré-determinado. Logo, é substancial a 
alteração desse quadro que vai de encontro à possibilidade de escolha inerente ao 
homem. 
Outrossim, é imperativo pontuar que a manipulação dos atos de usuários da 
internet, devido ao controle de dados desse público, deriva, ainda, da baixa atuação dos 
setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais 
recorrências. Isso se torna mais claro, por exemplo, ao se observar o recente cenário das 
eleições ocorridas em países da América Latina, como Colômbia, México e Brasil, em que 
a difusão desordenada de informações equivocadas, sem efetivas intervenções do Estado, 
induziram o comportamento do eleitor. Ora, se um governo se omite diante uma questão 
tão importante, entende-se, assim, o porquê de sua continuação. Desse modo, faz-se 
mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente. 
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater a manipulação do 
comportamento dos usuários pelo controle de dados na internet. Para tanto, cabe ao 
Ministério da Educação — ramo do Estado responsável pela formação civil — inserir, nas 
escolas, desde a tenra idade, a disciplina de Educação Digital, de cunho obrigatório em 
função da sua necessidade, além de difundir campanhas instrucionais, por meio das 
mídias de grande alcance, para que o sujeito aja corretamente segundo as próprias 
necessidades e escolhas. Ademais, o Governo Central deve impor sanções a empresas, em 
especial as virtuais, que criam perfis de usuários para influenciar suas condutas, por via 
da instauração de Secretarias planejadas para a atuação no ambiente digital, uma vez que 
tais plataformas padecem de fiscalizações efetivas, com o fito de minorar o controle de 
comportamentos por particulares. Quiçá, assim, tal hiato reverter-se-á, sobretudo na 
perspectiva tupiniquim, fazendo “jus”, deveras, àquilo que fora apregoado pelo 
pensador francês Bourdieu. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
FERNANDACAROLINA SANTOS 
No filme “Matrix“, clássico do gênero ficção científica, o protagonista Neo é 
confrontado pela descoberta de que o mundo em que vive é, na realidade, uma ilusão 
construída a fim de manipular o comportamento dos seres humanos, que, imersos em 
máquinas que mantém seus corpos sob controle, são explorados por um sistema 
distópico dominado pela tecnologia. Embora seja uma obra ficcional, o filme apresenta 
características que se assemelham ao atual contexto brasileiro, pois, assim como na obra, 
os mecanismos tecnológicos têm contribuído para alienação dos cidadãos, sujeitando-os 
aos filtros de informações impostos pela mídia, o que influencia negativamente seus 
padrões de consumo e sua autonomia intelectual. 
Em princípio, cabe analisar o papel da internet no controle do comportamento 
sob a perspectiva dos sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman. Segundo o autor, o 
crescente desenvolvimento tecnológico, aliado ao incentivo ao consumo desenfreado, 
resulta numa sociedade que anseia constantemente por produtos novos e por 
informações atualizadas. Nesse contexto, possibilita-se a ascensão, no meio virtual, de 
empresas que se utilizam de algoritmos programados para selecionar o conteúdo a ser 
exibido aos internautas com base em seu perfil socioeconômico, oferecendo anúncios de 
produtos e de serviços condizentes com suas recentes pesquisas em sites de busca ou de 
compras. Verifica-se, portanto, o impacto da mídia virtual na criação de necessidades que 
fomentam o consumo entre os cidadãos. 
Ademais, a influência do meio virtual atinge também o âmbito intelectual. Isso 
ocorre na medida em que, ao ter acesso apenas ao conteúdo previamente selecionado de 
acordo com seu perfil na internet, o indivíduo perde contato com pontos de vistas que 
divergem do seu, o que compromete significativamente a construção de seu senso crítico 
e de sua capacidade de diálogo. Dessa maneira, surge uma massa de internautas 
alienados e despreocupados em checar a procedência das informações que recebem, o 
que torna ambiente virtual propício à disseminação das chamadas “fake news“. 
Assim, faz-se necessária a atuação do Ministério da Educação, em parceria com a 
mídia, na educação da população — especialmente dos jovens, público mais atingido 
pela influência digital — acerca da necessidade do posicionamento crítico quanto ao 
conteúdo exposto sugerido na internet. Isso deve ocorrer por meio da promoção de 
palestras, que, ao serem ministradas em escolas e universidades, orientem os brasileiros 
no sentido de buscar informação em fontes variadas, possibilitando a construção de 
senso crítico. Além disso, cabe às entidades em governamentais a elaboração de medidas 
que minimizem os efeitos das propagandas que visam incentivar o consumismo. Dessa 
forma, será possível tornar o meio virtual um ambiente mais seguro e democrático para a 
população brasileira. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
FABRÍCIO VITORINO 
Após o fim da Guerra Fria, em 1990, e o estabelecimento do capitalismo em 
praticamente todo o mundo, as empresas utilizam-se cada vez mais dos meios midiáticos 
e da tecnologia para promoverem seus produtos de maneira direcionada e flexibilizada 
aos consumidores. Com efeito, nota-se crescente número de pessoas consumistas e 
endividadas, problema agravado na contemporaneidade. Assim, cabe a análise acerca de 
causas, consequências e possível solução da problemática. 
Mormente, é importante ressaltar os fatores que possibilitaram o aumento da 
influência midiática. Adorno e Horkheimer, dois importantes filósofos da escola de 
Frankfurt, definiram como indústria cultural a padronização e massificação dos produtos 
como forma de lucratividade. Tais métodos, aliados às facilidades que a tecnologia traz 
em rastrear os sites de compras visitados pelo consumidor, permitem a manipulação das 
pessoas por meio de propagandas direcionadas. Desse modo, como dito por Theodor 
Adorno, os cidadãos têm a liberdade de escolher sempre a mesma coisa; algo grave, 
tendo em vista o ferimento do direito de escolha do indivíduo. 
Vale também ressaltar os efeitos desse fenômeno. De acordo com uma pesquisa 
publicada no portal G1, os brasileiros passam cerca de 4 horas diárias conectados à rede. 
Como grande parte do conteúdo na internet é moldada ao usuário, é cada vez mais 
comum encontrar pessoas que passam horas assistindo, ouvindo ou lendo coisas de 
interesse próprio, pois essas pessoas são bombardeadas diariamente com sugestões que 
atendem ao seu perfil. Dessa maneira, os indivíduos têm sua opinião e comportamento 
moldados inconscientemente, podendo criar padrões consumistas, algo que gera 
endividamento e desperdício e precisa mudar urgentemente. 
Depreende-se, portanto, que o controle dos dados na internet pode ser muito 
prejudicial ao cidadão e necessita de mais atenção. O governo federal, como instituição 
regulamentadora da internet e propaganda, deve criar medidas que controlem e reduzam 
a publicidade direcionada, por meio da fiscalização e criação de leis que exijam a 
transparência das empresas. Espera-se, com isso, que os brasileiros possam ter a 
liberdade de escolha garantida e, assim, sejam menos manipulados pela mídia, como 
Adorno e Horkheimer defendiam. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ISABELLA CAMPOLINA 
Em meados do século XX, durante o período da Segunda Guerra Mundial, foi 
desenvolvida a internet. A princípio, tal ferramenta tinha como objetivo facilitar a 
comunicação bélica e, por isso, era restrita a um determinado grupo de pessoas. 
Entretanto, após o término da guerra a internet foi difundida e alcançou novos públicos. 
Além disso, foram atribuídas novas funções à ferramenta que contribuíram para sua 
popularização. Atualmente, a tecnologia virtual faz parte da vida da maior parte da 
população brasileira, seja para lazer, seja para trabalho. Contudo, embora a internet 
ofereça acesso a todo tipo de conteúdo, ela se vale de mecanismos de controle de dados 
que manipulam a disposição das informações. Dessa maneira, em razão do Capitalismo e 
do ensino tradicionalista, a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de 
dados da internet torna-se evidente e problemático. 
Em primeiro plano, o sistema econômico capitalista corrobora o problema, na 
medida em que se vale do ambiente virtual para obter lucro com o desenvolvimento do 
comércio online. Isso pode ser verificado com o aumento de lojas e, consequentemente, 
de propagandas virtuais. Com isso, foram desenvolvidos padrões de rastreamento de 
dados do usuário a fim de personalizar as propagandas de acordo com o tipo de 
consumidor. Esse mecanismo contribui para o aumento das vendas, já que o indivíduo é 
sutilmente persuadido a comprar um produto que, provavelmente, já o interessava. 
Dessa forma, cada cidadão é afetado diretamente por mecanismos de venda e nem 
sempre tem conhecimento disso, prejudicando, pois, a democracia pela restrição indireta 
da liberdade individual. 
Ademais, o falho sistema de ensino — no que diz respeito às novas tecnologias 
— contribui para ocorrência do problema. Isso se confirma com a permanência de um 
ensino tradicionalista, que exclui os aparelhos tecnológicos da rotina escolar, em oposição 
à constante modernização dos aparelhos. Estes, ao invés de serem incorporados à vida 
escolar para serem compreendidos e ressignificados como ferramentas úteis ao 
conhecimento, são duramente combatidos das salas de aula por serem majoritariamente 
utilizados para entretenimento. Assim, sem o conhecimento a respeito das possíveis 
maneiras de se usar internet e dos mecanismos nela presentes, o usuário torna-se 
vulnerável diante da manipulação do seus dados, o que prejudica harmonia social do 
espaço virtual e, por consequência, a plena vivência da cidadania. 
Logo, a fim de mitigar o problema é preciso isto: que oMinistério da Educação 
integre à grade curricular o ensino sobre o uso seguro e consciente da internet por meio 
da realização de projetos que expliquem e exemplifiquem como o controle de dados é 
feito e como isso afeta o indivíduo. Tal ação deverá alertar os cidadãos para que eles se 
tornem mais autônomos ao usar a ferramenta. Além disso, o Governo Federal deve criar 
campanhas que sejam veiculadas às mídias abordando o tema em questão. Dessa 
maneira, a parcela da população que não frequenta mais a escola também é informada e 
alertada para se precaver. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ÍVINA ARAÚJO 
Em um dos episódios da série televisiva “Black Mirror“, é retratada a aceitação 
de padrões de comportamentos na Internet pelo indivíduo como uma forma de ser aceito 
pela sociedade mesmo que, muitas vezes, este discorde daqueles. De maneira similar à 
realidade, nota-se que, no Brasil, a questão da manipulação dos usuários no ambiente 
virtual em nada difere do enredo ficcional citado, pois a falta de um questionamento 
contundente pelas esferas midiático e social acerca da temática é uma marca constante 
neste país. Diante disso, é imprescindível discutir novas metodologias ativas no intuito 
de estimular o desenvolvimento do senso crítico dos cidadãos e eliminar as mazelas 
trazidas pela problemática. 
Nesse sentido, observa-se a influência midiática na atual conjuntura, já que, 
desde a Revolução Técnico-Científica, com a criação de artigos tecnológicos de preço 
acessível e que possibilitam o acesso a informações em escala global, até a 
contemporaneidade, com a popularização dessas tecnologias devido ao surgimento das 
redes sociais, por exemplo, nota-se que o indivíduo encontrou nesses produtos uma 
forma de expressar seus pensamentos e de ter acesso a conhecimentos variados. Todavia, 
ao mesmo tempo em que a mídia proporciona essa liberdade também a limita, utilizando 
para isso o emprego de algoritmos que regulam o fluxo de informações que chegam os 
usuários, a exemplo da plataforma digital Netflix. Por conseguinte, há a criação de uma 
“bolha“, em que os indivíduos possuem acesso apenas a conteúdos de seu interesse, o 
que interfere negativamente na formação do seu pensamento por não abordar 
integralmente os assuntos existentes. Desse modo, o jovem, por ainda estar construindo 
sua personalidade, é facilmente suscetível a adquirir os conteúdos sem o devido 
questionamento, impossibilitando o pleno desenvolvimento de seu senso crítico. 
Nessas circunstâncias, deve-se ressaltar a importância econômica da 
problemática. Em face disso, Adorno traz em seus trabalhos o conceito de Indústria 
Cultural, em que há uma objetificação do homem pela mídia, passando este a seguir os 
comportamentos ditados pela seara midiática. Seguindo essa linha de pensamento, as 
empresas que utilizam os dados dos usuários presentes na Internet para promover seus 
produtos estariam interessados não no bem-estar do indivíduo, mas nas benesses 
econômicos, promovendo a circulação de ideias e mercadorias com ausência de um 
conteúdo crítico, permitindo com isso a massificação desses comportamentos. Dessa 
maneira, entende-se essa questão como uma problemática cuja resolução deve ser 
imediata. 
Destarte, é mister a união entre a seara midiática e a sociedade afim de mostrar a 
essencialidade da reeducação dos cidadãos para a eliminação dessa prática na sociedade. 
Para tanto, a mídia, em parceria com as instituições privadas, deve reformular os 
algoritmos presentes nos meios midiáticos, adotando formas mais abrangente de 
disponibilizar os conteúdos de forma integral nas mídias, no intuito de proporcionar 
uma maior variedade de opções aos indivíduos. Ademais, em sinergia com a sociedade, 
deve propor a discussão da temática mediante a criação de campanhas publicitárias e 
programa de debates, em busca de estimular o indivíduo a desenvolver o seu senso 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
crítico e instigar a busca de conhecimento de forma mais completa. Só assim será possível 
evitar que casos, como da série “Black Mirror”, venham a ocorrer. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LAÍS MESQUITA 
A maior parte da população mundial do século XXI tem acesso à internet, porém 
esse limitado devido ao uso que “sites” e aplicativos dão aos dados de seus usuários. Tais 
informações, em geral, são usadas para restringir o contato destes apenas àquilo que se 
alinha ao pensamento deles e para difundir padrões e atitudes dominantes, 
manipulando, portanto, o comportamento de seus usuários. 
Em primeira análise, a restrição do acesso a informações ocorre por meio da 
disponibilização ao usuário apenas daquilo que está associado a conteúdos que foram 
bem avaliados por ele. As consequências disso foram mostradas em um episódio da série 
“Black Mirror“, no qual um professor separou a turma em dois grupos e forneceu a cada 
um informações diferentes sobre o mesmo assunto. Ao colocar os alunos para debater, 
conflitos surgiram, pois cada grupo tomou as informações que recebeu como verdade 
absoluta. Isso mostra que o acesso a informações selecionadas pode influenciar 
comportamentos negativamente. 
Ademais, o controle de dados impulsiona a indústria cultural, teoria criada pelos 
sociólogos Adorno e Horkheimer. Segundo esta, a cultura de determinado local é 
substituída por uma que se sobressai, fenômeno intensificado pelo controle de dados, 
uma vez que os elementos da cultura ser difundida são vinculados a postagem com 
conteúdo de interesse do usuário. Isso causa perda de identidade dos povos devido ao 
desapego a tradições e símbolos da cultura destes em prol de uma cultura única. 
Tendo em vista a problemática debatida, fica evidente que medidas devem ser 
tomadas. Cabe, então, aos desenvolvedores de “sites“ e de aplicativos a não restrição de 
informações e a desvinculação de padrões culturais estrangeiros a postagens. Isso deve 
ser feito por meio do fim de algoritmos que enquadrem os usuários em perfis e que 
valorizam elementos de outras culturas em detrimento da cultura destes. Assim, eles 
terão amplo acesso aos conteúdos disponíveis na internet sem abandonar as suas 
tradições, ajudando a reverter a teoria da indústria cultural e a situação apresentada em 
“Black Mirror“. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LAURA ELISA VIANA 
O Marco Civil da Internet, lei aprovada em 2014, assegura aos cidadãos 
brasileiros direitos e deveres referentes ao uso dos espaços virtuais na 
contemporaneidade. Embora seja uma importante conquista por reiterar a liberdade de 
expressão e o direito à privacidade, essa legislação está ameaçada pela manipulação do 
comportamento dos usuários pelo controle de dados na internet, prática que favorece os 
interesses de grupos empresariais e políticos. Nesse cenário, a falsa liberdade de escolha e 
a padronização dos pensamentos emergem como empecilhos para a manutenção de uma 
sociedade dialógica e igualitária. 
Em primeiro plano, torna-se evidente que a massificação de um padrão cultural 
restringe progressivamente o espaço da individualidade, do inovador e do diferente, 
limitando e padronizando as opções subjetivas individuais. Com efeito, o filósofo T. 
Adorno identificou a ascensão da indústria cultural, que busca transformar elementos da 
cultura erudita para padronizá-los e, assim, estabelecer uma relação de dependência 
entre produtor e receptor que exclui as particularidades de um contexto multilateral. Em 
decorrência disso, o mundo globalizado reforça, por meio de propagandas direcionadas 
de acordo com os dados pessoais de cada usuário, uma cultura ideologicamente 
predominante, minimizando o apoio a qualquer tipo de movimento contracultural.Nesse mesmo viés, soma-se à padronização cultural a dominação ideológica, que 
condiciona o pensamento dos cidadãos inseridos no mundo virtual aos objetivos de 
agentes detentores do poder, os quais podem decidir sobre conteúdos que devem ou não 
ser veiculados nas redes sociais. Tal reificação do usuário, tratado como um banco de 
dados a ser manipulado, amplia o que o sociólogo Pierre Bourdieu definiu como 
violência simbólica: uma engrenagem conservadora, hodiernamente representada, 
também, pela internet, responsável por manter o prestígio e a soberania das classes 
dominantes em detrimento do respeito aos direitos dos oprimidos. 
Diante desse panorama, antes que a internet seja transformada em instrumento 
de manipulação, é preciso intervir. Logo, cabe ao Ministério da Educação abordar a 
importância dos múltiplos pontos de vista na esfera virtual, mediante palestras, projetos 
e debates, a fim de mitigar a homogeneização das manifestações individuais, uma vez 
que o convívio social implica diálogo e consenso. Além disso, faz-se necessário que o 
Estado amplie a fiscalização do uso de informações pessoais por corporações políticas e 
empresariais, por intermédio da criação de órgãos de denúncia online, os quais inserirão 
os usuários nesse processo, com a finalidade de controlar o domínio elitista sobre os 
limites e possibilidades do indivíduo. Desse modo, o Brasil poderá vivenciar aquilo que o 
Marco Civil determinou: igualdade e segurança no paralelo universo virtual, 
indissociável da realidade do século XXI. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LETÍCIA SANT'ANNA 
A sociedade distópica retratada no longa-metragem “Matrix“ era controlada por 
uma inteligência artificial que ocasionava a ilusão de livre-arbítrio das pessoas, a qual era 
erroneamente interpretada como decisão inerente ao ser humano. Para além da ficção, o 
poder de alienação e manipulação dos indivíduos a partir do controle de dados na 
internet é uma realidade provocada pelas plataformas de comunicação e redes sociais no 
Brasil e no mundo. 
Em primeiro lugar, é importante salientar que a popularização da internet 
favoreceu o preenchimento ágil e completo dos bancos de dados das redes sociais em 
decorrência das informações fornecidas pelos próprios usuários. Sob essa perspectiva, o 
acesso a tais dados mostrou-se bastante perigoso nos quesitos de privacidade e 
principalmente de liberdade de escolha dentro do universo cibernético. Tendo em vista a 
real dimensão do domínio que os algoritmos da internet têm sobre as pessoas, muitas 
plataformas virtuais se beneficiaram com o poder e capital gerados pela administração 
das opiniões de massa, como ocorreu com o “Facebook“ em 2016 que direcionou as 
propagandas políticas de Donald Trump para os usuários que, de acordo com o banco de 
dados, seriam mais propícios a votar nesse candidato, fazendo com que ele vencesse as 
eleições. 
Em segundo lugar, é necessário ressaltar que a influência excessiva e silenciosa 
da internet sobre as decisões dos indivíduos reduz drasticamente a sua liberdade e 
cognição, tornando a sociedade menos crítica e inteligente. Nesse viés, fica nítida a 
supressão da autonomia e vontade, fatores imprescindíveis para que haja liberdade na 
visão do filósofo Pico della Mirandola e, sem ela, não haveria sentido na existência 
humana. Sendo assim, as filtragens de informações para alienar o usuário da internet 
funcionam como meios para anular a opinião individual e consequentemente retirar, de 
forma rigorosa e gradual, a racionalidade humana, devendo ser combatidas. 
Portanto, medidas são necessárias para evitar a manipulação do comportamento 
do usuário pelo controle de dados na internet. Cabe ao Ministério da Educação implantar 
o ensino crítico aos jovens por meio de aulas a serem ministradas por especialistas da 
área cibernética e por psicólogos que ensinem o valor da opinião de cada um e 
desmistifiquem o poder alienador das plataformas virtuais a fim de formar cidadãos não 
influenciáveis e entendedores do mundo em que vivem. Só assim, a ignorância dar 
espaço a razão nas sociedades contemporâneas e a realidade do filme “Matrix” não será 
repetida no mundo real. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LUÍSA LEITE 
A Revolução Técnico-Científico-Informacional, iniciada na segunda metade do 
século XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. 
Embora esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para 
democratizar o acesso a ferramentas digitais e a participação nas redes sociais, tal 
processo é acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do 
controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de 
informações privadas de internautas pode induzí-los a adotar comportamentos 
intolerantes ou aderir a posições políticas, é imprescindível buscar alternativas que 
inibam essa manipulação comportamental no Brasil. 
A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de 
tecnologia contribui para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em 
consonância com a filósofa Hannah Arendt, pode-se considerar a diversidade como 
inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam ser habituados a 
convivência com diferentes. Todavia, a filtragem informações efetivada pelas redes 
digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de 
vistas, uma vez que os algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com 
perfil do internauta. Observam-se, por consequência, restrições ao debate e à 
confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a segmentação da comunidade 
virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença, conforme 
conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a 
discriminação. 
Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é 
veiculado em sites favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em 
vista que os servidores de redes sociais como a “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de 
usuários com base nas páginas por eles visitadas, torna-se possível a identificação das 
tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa informação, as 
empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de 
procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, 
ainda, de modificá-las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, 
assim, a possibilidade de manipulação ideológica na rede. 
Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais 
por empresas de tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de 
caráter punitivo às companhias que utilizarem dados privados para a filtragem de 
conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da criação de uma legislação 
específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso 
indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a manipulação 
comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a 
experiência dos brasileiros na internet. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIA FERNANDA BRANDÃO 
De acordo com o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, “o homem toma os 
limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo”. Atualmente, essa 
conduta é potencializada pela seleção parcial dos dados expostos na internet decorrente 
da influência global das indústrias capitalistas. Tal realidade, uma vez desconhecida pela 
população, pode influenciar e manipular o comportamento do usuário de maneira 
despercebida e prejudicar o seu senso crítico, inibindo, assim,a plena liberdade de 
escolha. Diante disso, faz-se necessária a adoção de medidas capazes de assegurar esse 
direito civil aos brasileiros. 
A princípio, é importante ressaltar a intrínseca relação entre a alienação e a 
interferência na conduta do indivíduo. De fato, o processo de filtração dos dados 
expostos virtualmente é desconhecido em parte, senão todo, pela população. Nesse 
contexto, segundo o escritor brasileiro Gilberto Dimenstein, só existe opção quando há 
informação. Sob essa ótica, observa-se que o indivíduo, ao ser privado — mesmo que 
parcialmente — do conhecimento, não possui as ferramentas fundamentais para tomar 
uma decisão consciente. Por conseguinte, os usuários da internet, com sentimento de 
liberdade ilusório, assumem comportamentos não naturais, mas sim induzidos pela 
seleção das informações disseminadas. 
Vale analisar, ainda, a influência das empresas multinacionais e internacionais 
como fator preponderante para a manipulação do indivíduo a partir dos conteúdos 
expostos. Nesse viés, o fenômeno da “Aldeia Global“, proposto pelo filósofo canadense 
Marshall McLuhan, expressa a ideia de que, com a dinamização dos meios de 
comunicação, evidencia-se o constante acesso a novos conhecimentos. Contudo, em vista 
do poder do capital sobre tais meios, esse processo tende a priorizar a disseminação de 
dados os quais convém serem expostos em consonância com os interesses empresariais. 
Com efeito, percebe-se um entrave para a democracia virtual, pois diretrizes privadas 
não precisam, necessariamente, atender ao papel social do acesso pleno à informação. 
Dessa forma, os internautas são vistos apenas como potenciais consumidores e, com o 
uso de propagandas e notícias filtradas, tornam-se peões no jogo chamado “capitalismo“, 
no qual os jogadores são as empresas e o prêmio é o lucro. 
Fica claro, portanto, que medidas são necessárias a fim de atenuar a manipulação 
do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Logo, é imperativo que 
o Ministério da Educação, junto aos veículos midiáticos, mobilize-se por meio de 
palestras e campanhas sociais as quais atentem para a filtração virtual das informações. 
Isso ocorrerá com o propósito de aprimorar o senso crítico da população e, então, reduzir 
a influência das empresas globais sobre suas ações. Ademais, cabe ao Legislativo 
brasileiro propor leis de regulamentação com o intuito de promover a democracia nos 
meios de comunicação. A partir dessas intervenções, será possível que os brasileiros 
enxerguem o mundo sem os limites impostos por sua visão ou pela seleção de conteúdos 
na internet. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MARIANA OLIVEIRA 
Consoante o filósofo Jean Jacques Rousseau, “o homem nasce livre e por toda 
parte encontra-se acorrentado“. A partir dessa ideia, infere-se que, apesar de o ser 
humano possuir a liberdade de escolher produtos e gostos, é, na atualidade, manipulado 
pelo controle de dados na internet, que tem exercido coerção sobre o comportamento do 
indivíduo. Tal problemática ocorre devido, entre outros fatores, à ausência de informação 
e à falta de fiscalização desses mecanismos. 
Nesse sentido, o desconhecimento sobre o assunto corrobora a existência do 
problema. Diante desse fato, a obra “1984“, do escritor George Orwell, apresenta uma 
sociedade na qual há uma manipulação exercida pelo “grande irmão“. De maneira 
análoga, nos dias atuais, o controle dos gostos e o estímulo ao consumo exacerbado, por 
meio de propagandas e de notícias nas redes sociais, além da divulgação de produtos e 
de serviços na internet, moldam o comportamento da população de acordo com o que é 
desejado. Nesse cenário, a ausência não só de campanhas informativas nas mídias 
sociais, como também de debates e de palestras nas escolas e nas comunidades, dificulta 
o esclarecimento e o desenvolvimento crítico dos indivíduos, logo, torna-se árduo 
reverter a situação. 
Ademais, a ineficácia de mecanismos de fiscalização do controle de dados 
também agrava essa problemática. Segundo o conceito de indústria cultural, dos 
sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer, há uma massificação da cultura como 
forma de padronização do ser humano, com a escolha de produtos criados próprios para 
o mercado. Nessa perspectiva, seguindo esse viés, nota-se que a internet faz uso dessa 
ideia, uma vez que, muitas vezes, busca introduzir no indivíduo, de forma coercitiva e 
generalizada, noções prontas que atendam às exigências dos meios de manipulação. 
Desse modo, a ineficácia de leis que fiscalizem e que regulamentem essas intenções, 
como o Marco Civil da Internet no Brasil, contribui para a perpetuação desse quadro 
deletério. 
Portanto, a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados 
na internet é um problema que aflige a sociedade atual e que necessita ser combatido. 
Para tanto, é dever do Estado, por meio do Ministério da Educação e de suas secretarias e 
em parceria com as famílias, inserir nas escolas públicas e nas privadas, desde as séries 
iniciais, a educação digital, com a inserção não só de aulas na grade curricular, mas 
também de debates e de palestras com especialistas no assunto, com o intuito de 
desenvolver senso crítico dos indivíduos, para que esses possam adquirir discernimento 
e serem capazes de tomar decisões. Outrossim, é fundamental que o governo federal, por 
intermédio de parcerias público-privadas, amplie a fiscalização dos mecanismos de 
manipulação, ao tornar efetivas leis como as do Marco Civil da Internet, a fim de 
dissolver esse mal e de gerar homens livres de suas próprias escolhas. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MATTHEUS CARDOSO 
O advento da internet possibilitou o avanço das formas de comunicação e 
permitiu maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de 
usuários se mostra um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o 
combate a manipulação de usuários por meio de controle de dados representa um 
enorme desafio. Pode-se dizer, então, que a negligência por parte do governo e a forte 
mentalidade individualista dos empresários são os principais responsáveis pelo quadro. 
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para 
combater a venda de dados pessoais e a manipulação do comportamento nas redes. 
Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da 
população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das 
autoridades, grandes empresas sentem-se livres para invadir a privacidade dos usuários 
e vender informações pessoais para empresários que desejam direcionar suas 
propagandas. Dessa forma, a opinião dos consumidores é influenciada, e o direito à 
liberdade de escolha ameaçado. 
Outrossim, a busca pelo ganho pessoal acima de tudo também pode ser 
apontado como responsável pelo problema. De acordo com o pensamento marxista, 
priorizar o bem pessoal em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a 
sociedade. Ao vender dados particulares e manipular o comportamento de usuários, 
empresas invadem a privacidade dos indivíduos e ferem importantes direitos da 
população em nome de interesse individuais. Desse modo, a união da sociedade é 
essencial para garantir o bem-estar coletivo e combater o controle de dados e a 
manipulação do comportamento no meio digital. 
Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na 
internet é um grande desafio no Brasil. Sendo assim, o governo federal, como instância 
máxima de administração executiva, deve atuar em favor da população, através da 
criação de leis que proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que 
utilizam essa prática seja punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada. Além 
disso, a sociedade, como conjunto de indivíduos que compartilhamvalores culturais e 
sociais, deve atuar em conjunto e combater a manipulação e o controle de informações, 
por meio de boicotes e campanhas de mobilização, para que os empresários então se 
pressionados pela população e sejam obrigados a abandonar a prática. Afinal, conforme 
afirmou Rousseau: “a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos”. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
MELISSA FIUZA 
Immanuel Kant, filósofo iluminista, argumentava que a menoridade é o estado 
em que o homem se encontra manipulado e sem a capacidade de pensar por conta 
própria, dependendo dos outros para que suas ações se concretizem. Nesse sentido, Kant 
afirmava que a saída para essa triste realidade é o esclarecimento, ou seja, o uso da razão 
para que o indivíduo se emancipe. No entanto, o que se observa na atualidade é o 
contrário do que o filósofo pregava, uma vez que o controle de dados na internet 
favorece a manipulação dos usuários, a qual não é combatida pelas escolas, que não 
oferecem educação tecnológica, e pelo Poder Público, que não pune empresas que 
comercializam esses dados. 
De fato, as escolas, como formadoras de opinião, têm um papel importante no 
combate à manipulação dos indivíduos pelo controle de dados na internet, já que a 
adoção de uma postura crítica é essencial para que as pessoas se informem acerca dos 
aplicativos que utilizam. Porém, essas instituições não oferecem educação tecnológica, o 
que contribui para que as empresas manipulem o comportamento dos usuários, e eles 
não percebam, sendo induzidos a ler ou a consumir o conteúdo oferecido. Assim, a 
maioria da população permanece na menoridade de Kant, e as empresas de internet 
aproveitam-se disso, controlando a opinião do público. 
Além disso, muitos aplicativos vendem os dados coletados para grandes 
empresas, as quais, sabendo dos gostos de cada tipo de público, desenvolvem 
propagandas direcionadas, o que aumenta seus lucros. Infelizmente, essa situação é 
consequência da omissão governamental, já que o Poder Público não pune, 
adequadamente, os responsáveis pelos aplicativos que vendem os dados de seus 
usuários. Nesse contexto, Johann Goethe já afirmava que a maior necessidade de um 
Estado é a de governantes corajosos, e o pensamento do autor exemplifica bem a 
importância do Governo para a diminuição da impunidade dessas empresas. 
Portanto, atitudes para a reversão da problemática supracitada são necessárias. 
Para isso, a escola, com seu poder transformador, deve disponibilizar educação 
tecnológica, por meio de aulas de Filosofia e de Sociologia, as quais devem dar enfoque 
às problemáticas relacionadas aos meio de comunicação e às redes sociais, 
impulsionando a criação de senso crítico, com o fito de que cada indivíduo não permita o 
controle de suas preferências por empresas cibernéticas. Ademais, o Poder Público, 
demonstrando a coragem referida por Goethe, deve punir, corretamente, empresas que 
venderem dados de seus usuários, mediante aumento de penas e de multas, para que 
esse processo seja coibido. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
NATÁLIA PATRÍCIO 
A utilização dos meios de comunicação para manipular comportamentos não é 
recente no Brasil: ainda em 1937, Getúlio Vargas apropriou-se da divulgação de uma falsa 
ameaça comunista para legitimar a implantação de um governo ditatorial. Entretanto, os 
atuais mecanismos de controle de dados, proporcionados pela internet, revolucionaram 
de maneira negativa essa prática, uma vez que conferiram aos usuários uma sensação 
ilusória de acesso à informação, prejudicando a construção da autonomia intelectual e, 
por isso, demandam intervenções. Ademais, é imperioso ressaltar os principais impactos 
da manipulação, com destaque à influência nos hábitos de consumo e nas convicções 
pessoais dos usuários. 
Nesse contexto, as plataformas digitais, associadas aos algoritmos de filtragem de 
dados, proporcionaram um terreno fértil para a evolução dos anúncios publicitários. Isso 
ocorre porque, ao selecionar os interesses de consumo do internauta, baseado em 
publicações feitas por este, o sistema reorganiza as informações que chegam até ele, de 
modo a priorizar os anúncios complacentes ao gosto do usuário. Nesse viés, há uma 
pretensa sensação de liberdade de escolha, teorizada pela Escola de Frankfurt, já que 
todos os dados adquiridos estão sujeitos à coerção econômica. Dessa forma, há um 
bombardeio de propagandas que influenciam os hábitos de consumo de quem é atingido, 
visto que, na maioria das vezes, resultam na aquisição do produto anunciado. 
Somado a isso, tendo em vista a capacidade dos algoritmos de selecionar o que 
vai ou não ser visto, esses podem ser usados para moldar interesses pessoais dos leitores, 
a fim de alcançar objetivos políticos e/ou econômicos. Nesse cenário, a divulgação de 
notícias falsas é utilizada como artifício para dispersar ideologias, contaminando o 
espaço de autonomia previsto pelo sociólogo Manuel Castells, o qual caracteriza a 
internet como ambiente importante para a amplitude da democracia, devido ao seu 
caráter informativo e deliberativo. Desse modo, o controle de dados torna-se nocivo ao 
desenvolvimento da consciência estética dos usuários, bem como à possibilidade de uso 
da internet como instrumento de politização. 
Evidencia-se, portanto, que a manipulação advinda do controle de dados na 
internet é um obstáculo para a consolidação de uma educação libertadora. Por 
conseguinte, cabe ao Ministério da Educação investir em educação digital nas escolas, 
por meio da inclusão de disciplinas facultativas, as quais orientarão aos alunos sobre as 
informações pessoais publicadas na internet, a fim de mitigar a influência exercida pelos 
algoritmos e, consequentemente, fomentar o uso mais consciente das plataformas 
digitais. Além disso é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas 
de tecnologia, crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de 
indicadores de confiabilidade nas notícias veiculadas – como o projeto “The Trust 
Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilhamento de 
informações falsas e o impacto destes na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira 
poderá se proteger contra a manipulação e a desinformação. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
THIAGO HENRIQUE RODRIGUES 
O Marco Civil da Internet, criado em 2014, assegura o uso livre e democrático nas 
redes comunicativas. Porém, na realidade contemporânea, é evidente que o 
monitoramento das atividades dos usuários online por parte de empresas implica a 
perda da privacidade dos indivíduos que utilizam a internet. Com isso, a influência dos 
interesses empresariais, bem como o descaso governamental frente a tal problemática 
corroboram para a manutenção da mesma. 
Em primeiro plano, vale destacar que, com o avanço no compartilhamento de 
informações, o controle de dados se tornou essencial para a divulgação de propagandas 
direcionadas às preferências dos usuários das redes de comunicação. Nesse sentido, a 
manipulação dos anúncios se assemelha ao processo de dominação descrito pelo 
sociólogo Foucault ao analisar o modelo panóptico, pois o monitoramento das ações dos 
indivíduos é de suma importância para a manutenção do poder de forma discreta. Nisso, 
observa-se como o controle do comportamento dos indivíduos restringe a privacidade 
deles. 
Paralelamente a essa dimensão empresarial, o descaso do Estado, principalmente 
na esfera legislativa, contribui para a permanência do uso não autorizado de informações 
pessoais para fins comerciais. Conforme o sociólogo alemão Dahrendorf, no livro "A lei e 
a ordem", a anomia é a condição social em que as normas reguladoras dos 
comportamentos das pessoas perdem sua validade. Deforma análoga a esse pensamento, 
nota-se que as leis que regulamentam os atos na internet encontram-se em um estado de 
anomia, pelo fato de serem infringidas, por vezes, sem qualquer punição ao infrator. 
Portanto, é notório que a manipulação dos dados de pesquisa dos utentes se 
configura como um problema relativo à fragilidade das leis na rede. Logo, o Congresso 
Nacional deveria elaborar uma legislação que reforçasse os direitos e deveres dos 
usuários no ambiente virtual, por meio de reuniões com especialistas em segurança 
digital, com o fito de amenizar os crimes de roubos de dados por empresas. Assim, o 
Governo reverteria o estado de anomia na internet. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
VITÓRIA AZEVEDO 
A Terceira Revolução Industrial, ocorrida no século XX, trouxe diversas novas 
tecnologias que fomentaram os processos de conexões do mundo, como a internet. Nesse 
viés, embora tal rede virtual tenha tornado-se demasiadamente difundida na atualidade 
e seja benéfica em diversos aspectos, esse meio também é usado para um objetivo 
nefasto: alienação populacional. Sobre essa perspectiva, seja pela interferência na 
capacidade de escolha do indivíduo, seja pela colaboração com o consumo desmedido, a 
manipulação dos usuários da internet extremamente nociva para a sociedade. 
Em primeiro plano, a liberdade dos cidadãos de terem suas próprias opções é 
prejudicada por essa mazela. Dessa forma, é imprescindível citar que no livro 1984, de 
George Orwell, o “Grande Irmão” observa e controla o comportamento do corpo social 
por meio de uma “teletela“. Sob essa ótica, a internet manipulada tem papel parecido no 
período atual, em que o internauta fica refém de imagens, de notícias e de assuntos 
baseados em algoritmos definidos por programas de computador. Desse modo, o 
indivíduo, majoritariamente, tem apenas uma falsa sensação de liberdade, uma vez que 
torna-se alienado pela rede e não tem verdadeira capacidade de escolha. 
Ademais, o consumismo exacerbado é corroborado pela manipulação de dados 
do mundo virtual. Nesse sentido, cabe salientar que, segundo IBGE, mais de 60% da 
maioria das pessoas utilizam a internet. Dessa maneira, com tal número significativo de 
cidadãos conectados, empresas do mundo capitalista — consolidado após a guerra fria — 
pagam por impulsionamento de seus produtos direcionados a possíveis consumidores. 
Nesse cenário, muitos indivíduos, mesmo sem capital para compra, são ingenuamente 
fascinados pelas vitrines virtuais, o que pode acarretar dívidas e, por conseguinte, perda 
de bem-estar. 
Portanto, torna-se evidente que a manipulação das ações dos internautas pelo 
controle de dados na espaço virtual causa consequências maléficas para população. Posto 
isso, para mitigar a problemática, cabe ao Governo Federal, juntamente com o Ministério 
da Ciência e Tecnologia, regulamentar como os dados dos usuários são utilizados na 
internet, por meio da criação de programas capazes de bloquear sistemas que tenham 
objetivo de alienar a população para determinados assuntos, com o fito de garantir uma 
real liberdade de escolha para os cidadãos. Outrossim, é obrigação do Ministério da 
Educação, em parceria com as escolas, ensinar ao indivíduo, desde a infância, não apenas 
a consumir — de modo responsável —mercadorias no meio virtual, mas também a 
reconhecer propagandas que usem os dados do internauta como meio de 
impulsionamento, mediante brincadeiras lúdicas e dinâmicas nos aparelhos eletrônicos, a 
fim de garantir melhor qualidade de vida para o corpo social na fase adulta. Sendo assim, 
essas medidas podem ajudar a minimizar as manipulações dos usuários. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
YURI FAQUINI 
Para o sociólogo Manuel Castells, o advento da “Era da Informação” significou 
uma mudança nas relações de poder. Enquanto, na “Era Industrial”, o cenário era 
regulado pela posse dos meios de produção, na nova fase, o domínio político, econômico 
e social tornou-se vinculado ao controle da produção, do processamento e do 
compartilhamento de dados. Tal transformação favoreceu que o meio virtual, por meio 
de algoritmos, adquirisse a capacidade de manipular o comportamento de internautas de 
acordo com suas preferências, prática a qual, uma vez sustentada pela ausência de 
autonomia dos indivíduos na “internet”, constitui o alicerce para o surgimento das 
“bolhas virtuais”. 
Em primeira análise, o controle da atividade dos usuários da rede é possibilitado 
pela navegação sem autonomia no espaço digital, visto que esta facilita o direcionamento 
do internauta a páginas ou grupos específicos. Quanto a isso, o filósofo italiano Umberto 
Eco afirma que a “internet” originou uma “legião de imbecis”, sendo o ambiente virtual 
desprovido de hierarquia. Assim, a qualidade dos “sites” acessados e a escolha dos itens 
pesquisados são determinadas pelo próprio sujeito, o qual depende de sua 
responsabilidade para não ser manipulado. Nesse sentido, a escola emerge como um 
decisivo agente de socialização, já que, ao formar cidadãos mais autônomos, contribui 
para diminuir a influência de mecanismos de filtragem nos indivíduos. 
Além disso, a seleção do conteúdo exibido aos usuários com base no seu histórico 
leva à formação das “bolhas virtuais”, considerando que eles são direcionados, sobretudo 
nas redes sociais, para páginas nas quais é compartilhado um mesmo interesse. Segundo 
o médico e criador da psicanálise Freud, um indivíduo, ao ser inserido em um grupo 
específico, tende a suprimir suas peculiaridades para assumir as características 
predominantes no ambiente em que se encontra. No caso da “internet”, esse fenômeno, 
além de ocorrer, é agravado, uma vez que a própria escolha de integrantes de um espaço 
é feita a partir de opiniões convergentes. 
Portanto, a manipulação de pessoas no meio digital, favorecida pela falta de 
autonomia nesse contexto, leva à formação de grupos os quais só compartilham um 
único interesse. Logo, cabe às escolas, instituições que desenvolvem sujeitos autônomos, 
a tarefa de alertar acerca da necessidade de navegar com responsabilidade pela internet, 
por meio de palestras e discussões sobre o assunto, envolvendo as disciplinas de Filosofia 
e Sociologia, a fim de formar cidadãos que não sejam controlados pelas ferramentas 
virtuais. Ademais, as redes sociais, principal espaço causador das “bolhas” de 
pensamentos e gostos, deve facilitar a interação de ideias divergentes, mediante a criação 
de páginas voltadas para a troca de opiniões. Só assim, o controle de indivíduos na “Era 
da Informação” será solucionado. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ENEM-2019: Democratização do acesso ao 
cinema no Brasil 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
DANIEL GOMES 
O filme ‘’Cine Hollywood’’ narra a chegada da primeira sala de cinema na cidade 
de Crato, interior do Ceará. Na obra, os moradores do até então vilarejo nordestino têm 
suas vidas modificadas pela modernidade que, naquele contexto, se traduzia na exibição 
de obras cinematográficas. De maneira análoga à história fictícia, a questão da 
democratização do acesso ao cinema, no Brasil, ainda enfrenta problemas no que diz 
respeito à exclusão da parcela socialmente vulnerável da sociedade. Assim, é lícito 
afirmar que a postura do Estado em relação à cultura e a negligência de parte das 
empresas que trabalham com a ‘’sétima arte’’ contribuem para a perpetuação desse 
cenário negativo. 
Em primeiro plano, evidencia-se, por parte do Estado, a ausência de políticas 
públicas suficientemente efetivas para democratizar o acesso ao cinema nopaís. Essa 
lógica é comprovada pelo papel passivo que o Ministério da Cultura exerce na 
administração do país. Instituído para se rum órgão que promova a aproximação de 
brasileiros a bens culturais, tal ministério ignora ações que poderiam, potencialmente, 
fomentar o contato de classes pouco privilegiadas ao mundo dos filmes, como a 
distribuição de ingressos em instituições públicas de ensino básico e passeios escolares a 
salas de cinema. Desse modo, o Governo atua como agente perpetuador do processo de 
exclusão da população mais pobre a esse tipo de entretenimento. Logo, é substancial a 
mudança desse quadro. 
Outrossim, é imperativo pontuar que a negligência de empresas do setor – como 
produtoras, distribuidoras de filmes e cinemas – também colabora para a dificuldade em 
democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Isso decorre, principalmente, da postura 
capitalista de grande parte do empresariado desse segmento, que prioriza os ganhos 
financeiros em detrimento do impacto cultural que o cinema pode exercer sobre uma 
comunidade. Nesse sentido, há, de fato, uma visão elitista advinda dos donos de salas de 
exibição, que muitas vezes precificam ingressos com valores acima do que classes 
populares podem pagar. Consequentemente, a população de baixa renda fica impedida 
de frequentar esses espaços. 
É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para facilitar o acesso 
democrático ao cinema no país. Posto isso, o Ministério da Cultura deve, por meio de um 
amplo debate entre Estado, sociedade civil, Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e 
profissionais da área, lançar um Plano Nacional de Democratização ao Cinema no Brasil, 
a fim de fazer com que o maior número possível de brasileiros possa desfrutar do 
universo dos filmes. Tal plano deverá focar, principalmente, em destinar certo percentual 
de ingressos para pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas. Ademais, o 
Governo Federal deve também, mediante oferecimento de incentivos fiscais, incentivar 
os cinemas a reduzirem o custo de seus ingressos. Dessa maneira, a situação vivenciada 
em ‘’Cine Hollywood’’ poderá ser visualizada na realidade de mais brasileiros. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
GABRIEL LOPES 
O longa-metragem nacional "Na Quebrada" revela histórias reais de jovens da 
periferia de São Paulo, os quais, inseridos em um cenário de violência e pobreza, 
encontram no cinema uma nova perspectiva de vida. Na narrativa, evidencia-se o papel 
transformador da cultura por intermédio do Instituto Criar, que promove o 
desenvolvimento pessoal, social e profissional dos alunos por meio da sétima arte. 
Apresentando-se como um retrato social, tal obra, contudo, ainda representa a história de 
parte minoritária da população, haja vista o deficitário e excludente acesso ao cinema no 
Brasil, sobretudo às classes menos favorecidas. Todavia, para que haja uma reversão do 
quadro, faz-se necessário analisar as causas corporativas e educacionais que contribuem 
para a continuidade da problemática em território nacional. 
Deve-se destacar, primeiramente, o distanciamento entre as periferias e as áreas 
de consumo de arte. Acerca disso, os filósofos Adorno e Horkheimer, em seus estudos 
sobre a "Indústria Cultural", afirmaram que a arte, na era moderna, tornou-se objeto 
industrial feito para ser comercializado, tendo finalidades prioritariamente lucrativas. 
Sob esse prisma, empresas fornecedoras de filmes concentram sua atuação nas grandes 
metrópoles urbanas, regiões onde prevalece a população de maior poder aquisitivo, que 
se mostra mais disposta a pagar um maior valor pelas exibições. Essa prática, no entanto, 
fomenta uma tendência segregatória que afasta o cinema das camadas menos abastadas, 
contribuindo para a dificuldade na democratização do acesso a essa forma de expressão e 
de identidade cultural no Brasil. 
Ademais, uma análise dos métodos da educação nacional é necessária. Nesse 
sentido, observa-se uma insuficiência de conteúdos relativos à aproximação do indivíduo 
com a cultura desde os primeiros anos escolares, fruto de uma educação tecnicista e 
pouco voltada para a formação cidadã do aluno. Dessa forma, com aulas voltadas para 
memorização teórica, o sistema educacional vigente pouco estimula o contato do 
estudante com as diversas formas de expressão cultural e artística, como o cinema, 
negligenciando, também, o seu potencial didático, notável pela sua inerente natureza 
estimulante. Tal cenário reforça a ideia da teórica Vera Maria Candau, que afirma que o 
sistema educacional atual está preso nos moldes do século XIX e não oferece propostas 
significativas para as inquietudes hodiernas. Assim, com a carência de um ensino que 
desperte o interesse dos alunos pelo cinema, a escola contribui para um afastamento 
desses indivíduos em relação ao cinema, o que constitui um entrave para que eles, 
durante a vida, tornem-se espectadores ativos das produções cinematográficas brasileiras 
e internacionais. 
É evidente, portanto, que a dificuldade na democratização do acesso ao cinema 
no Brasil é agravada por causas corporativas e educacionais. Logo, é necessário que a 
Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania torne tais obras mais 
alcançáveis ao corpo social. Para isso, ela deve estabelecer parcerias público-privadas 
com empresas exibidoras de filmes, beneficiando com isenções fiscais aquelas que 
provarem, por meio de relatórios semestrais, a expansão de seus serviços a preços 
populares para regiões fora dos centros urbanos, de forma que, com maior oferta a um 
maior número de pessoas, os indivíduos possam efetivar o seu uso para o lazer e para o 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
seu engrandecimento cultural. Paralelamente, o Ministério da Educação deve levar o 
tema às escolas públicas e privadas. Isso deve ocorrer por meio da substituição de parte 
da carga teórica da Base Nacional Comum Curricular por projetos interdisciplinares que 
envolvam exibição de filmes condizentes com a prática pedagógica e visitas aos cinemas 
da região da escola, para que se desperte o interesse do aluno pelo tema ao mesmo tempo 
em que se desenvolve sua consciência cultural e cidadã. Nesse contexto, poder-se-á 
expandir a ação transformadora da sétima arte retratada em "Na Quebrada", criando um 
legado duradouro de acesso à cultura e de desenvolvimento social em território nacional. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
ANA CLARA SOCHA 
Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito 
de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento 
dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à 
concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de 
que a arte direcionada aos mais favorecidos economicamente.  
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas 
sobre um viés elitista e segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua 
maioria, restritos ao espaço ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa 
dinâmica não foi diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população do 
país frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, observa-se que a 
segregação social - evidenciada como uma característica da sociedade brasileira, por 
Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias atuais, 
por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são 
proporcionados pelo cinema.  
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não 
abrange a população de baixa renda é um fato limitante para que haja a democratização 
plena da cultura e, portanto, do cinema. Isso é retratadono livro "Quarto de Despejo", de 
Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de 
miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva 
distante de sua realidade, não necessariamente pela distância física, mas pela ideia de 
pertencimento a esses espaços.  
Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema 
é imprescindível para a construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é 
imperativo que o Ministério da Economia destine verbas para a construção de salas de 
cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão desse 
objetivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de descentralizar o acesso à 
arte. Além disso, cabe às instituições de ensino promover passeios aos cinemas locais, 
desde o início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos 
responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões 
carentes. Feito isso, a sociedade brasileira poderá caminhar para a completude da 
democracia no âmbito cultural. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
AUGUSTO SCAPINI 
Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do 
conhecimento para a obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a 
cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse 
contexto, destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século XIX, até a 
atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No entanto, há ainda 
diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, 
centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual 
presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir 
o acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros.  
De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os 
cidadãos o acesso igualitário aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do 
lazer. Porém, visto que os cinemas, materialização pública desses conceitos, concentram-
se predominantemente nos espaços reservados à elite socioeconômica, como os 
"shopping centers", é inquestionável a existência de uma segregação das camadas mais 
pobres em relação ao acesso a esse recurso. Essa segregação é identificada na elaboração 
da tese de "autocidadania", escrita pelo sociólogo Jessé Souza, que denuncia a situação de 
vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos direitos são negligenciados tanto 
pela falta de ação do Estado quanto pela indiferença da sociedade em geral. Fica claro, 
então, que o acesso ao cinema não é um recurso democraticamente pleno no Brasil.  
Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a 
exclusão das camadas mais periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a 
essa parte da população. Nesse sentido, assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por 
vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados pelos 
filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que 
impede a obtenção do conhecimento e, por conseguinte, a plenitude da essência 
aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de "alienação", descrito pelo alemão 
Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos 
trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial, refletido na 
camada pobre brasileira atual.  
Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma 
sociedade mais culta e a necessidade de democratização desse recurso. Nesse âmbito, 
cabe ao Ministério da Educação e da Cultura promover um maior acesso ao 
conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas áreas urbanas 
mais periféricas - que deverão possuir preços acessíveis à população local -, a fim de 
evitar a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes 
mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da 
essência, prevista por Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais, 
através do conhecimento e da cultura. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
EDUARDA DUARTE 
Durante a primeira metade do século XX, as obras cinematográficas de Charlie 
Chaplin atuaram como fortes difusores de informações e de ideologias contra a 
exploração e o autoritarismo no continente americano. No contexto atual, o cinema 
permanece como um importante veículo de conhecimento, mas. No Brasil, não há o 
acesso democrático a essa mídia em decorrência das disparidades socioeconômicas nas 
cidades, as quais fomentam a elitização dos ambientes de entretenimento, e da falta de 
investimentos em exibições populares, as quais, muitas vezes, são realizadas em prédios 
precários e não são divulgadas. Portanto, é imperativo promover mecanismos eficientes 
de integração dos telespectadores para facilitar o contato com filmes, proeminentes na 
introdução dos cidadãos. 
Tendo em vista a realidade supracitada, destaca-se a crescente discrepância entre 
as classes sociais nos grandes centros habitacionais, o que leva a modificações no espaço. 
Essa visão condiz com as ideias de Henri Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o 
meio urbano é a manifestação de conflitos, o que pode ser relacionado à evidente 
segregação socioespacial dos cinemas. Nesse viés, a concentração de salas de exibição em 
áreas nobres está vinculada às desigualdades sociais e configura a elitização do acesso 
aos filmes em locais públicos em função do encarecimento dos serviços ao longo dos 
anos. Dessa forma, para uma grande parte dos brasileiros, o entretenimento e o 
aprendizado por meio das obras cinematográficas, como visto no início do século XX, se 
tornam inviáveis, restringindo o contato com novos ideais e inibindo a mobilização da 
sociedade em prol de seus valores. 
Além disso, a insuficiência de recursos destinados a exibições em teatros 
populares é um fator que dificulta a democratização do cinema no Brasil. Isso porque, 
apesar de Steve Jobs, um dos fundadores da empresa “Apple”, ter corroborado com a 
ideia do mundo virtual como influenciador ao constatar que a “tecnologia move o 
mundo”, as redes sociais não são utilizadas pelos órgãos públicos para divulgar 
apresentações cinematográficas nos centros culturais, presentes em diversas regiões do 
país. Aliada à falta de visibilidade, a precariedade infraestrutural dos prédios onde tais 
eventos ocorrem reduz a qualidade de experiência e desencoraja muitos de frequentarem 
os locais, apesar dos menores preços. Assim, torna-se clara a necessidade de 
investimentos par garantir o contato com os filmes, essenciais para a instrução e para a 
integração dos indivíduos. 
Desse modo, é imprescindível democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Para 
isso, cabe às prefeituras disponibilizar a experiência cinematográfica à população urbana 
menos privilegiada, por meio de eventos de exibição em áreas periféricas – os quais 
devem fornecer programações internacionais e acionais a custos reduzidos -, com o 
intuito de evitar o processo de elitização cultural em virtude de disparidades 
socioeconômicas. Ademais, compete ao Ministério da Cidadania promover a visibilidade 
dos centros culturais nas redes sociais e investir em reformas periódicas, a fim de 
assegurar a manutenção dos locais. Com essas medidas, assim como na época de Charlie 
Chaplin, a sociedade terá o maior contato com as novas ideias e as informações do 
mundo contemporâneo. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LUCAS RIOS 
O cinema se tornou uma tecnologia com grande potencial expressivoe, por essa 
razão, é considerado uma forma de arte. Simultaneamente, apresenta elevado valor 
lúdico, prova pelo recente sucesso de obras como "Coringa" e "Vingadores: Ultimato". 
Infelizmente, no contexto brasileiro, nem todos têm amplo acesso a tal maravilha. Nesse 
sentido, percebe-se a existência de problemas sociais e econômicos que dificultam a 
democratização dessa atividade no país.  
Segundo o economista Ludwig von Mises, um dos grandes nomes da Escola 
Austríaca de Economia, o homem quando em liberdade, tende a agir buscando a 
maximização de sua felicidade. Sob essa ótica, nota-se que indivíduos com baixo poder 
aquisitivo priorizarão serviços de necessidade básica (como alimentação, saúde e 
moradia) em detrimento de atividades culturais, uma vez que aqueles, por serem 
essenciais à sobrevivência, lhes farão mais felizes que estes. Assim, a fragilidade 
econômica torna-se um fator de exclusão de certas parcelas da população nacional do 
mundo cinematográfico.  
Além disso, de acordo com o Índice de Liberdade Econômica desenvolvido pela 
Heritage Foundation, o Brasil está entre os piores países para abrir uma empresa. Isso é 
resultado da alta complexidade tributária e burocrática, que resulta em maiores custos 
tanto para empreendedores quanto para consumidores. Por não ser imune a tal 
fenômeno, o setor do cinema sofre com as mesmas consequências, que restringem ainda 
mais a participação popular nas sessões. Dessa forma, a abertura e simplificação desse 
mercado são medidas necessárias para democratizá-lo, dado que reduzem os preços.  
Diante do exposto, evidenciam-se os desafios sociais e econômicos para o pleno 
acesso da população brasileira às obras cinematográficas. Cabe, então, ao Ministério da 
Cidadania, por ter herdado as funções do extindo Ministério da Cultura, criar, por meio 
de parcerias com as empresas do setor, entradas gratuitas periódicas para a população de 
baixa renda, de modo a facilitar a sua participação nas salas de cinema e, 
consequentemente, popularizar o acesso à cultura. Paralelamente, o Ministério da 
Economia deve estimular, através de medidas provisórias, a redução de impostos e 
regulações no mercado citado. Desse modo, concretizar-se-ão os seus valores lúdico e 
artístico, que serão apreciados pelo povo brasileiro como um todo. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
LUÍSA MELLO 
A primeira exibição pública do cinema ocorreu no ano de 1895 na França e, aos 
poucos, difundiu-se para todas as nações, sendo ainda uma grande fonte de 
entretenimento, inclusive no Brasil. Além disso, é notória sua função social ao 
proporcionar aos espectadores tanto uma atividade de lazer quanto uma proporção de 
informações e de conhecimentos, como os documentários e os filmes contendo alusões 
históricas. Nesse viés, a Constituição brasileira de 1988 determina o direito ao 
entretenimento a todos os cidadãos, assegurando o princípio da isonomia. Entretanto, o 
acesso aos cinemas no país vem deixando, grandemente, de ser democrático, sobretudo 
devido à segregação espacial e aos elevados custos, ferindo o decreto, o que demanda 
ação pontual. 
Decerto, o processo de urbanização brasileira ocorreu de forma acelerada e 
desorganizada, provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros 
urbanos. Diante dessa conjuntura, essas periferias sofrem, de modo geral, históricas 
negligências governamentais, como a escassez de infraestrutura básica, de escolas e de 
hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de espaços de lazer como os 
cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta renda das 
cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que 
“toda noa tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação 
técnica, promove a segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.  
Ademais, a maioria dos cinemas pelo Brasil cobram altos valores pelos ingressos 
das sessões, o que se torna inviáveis para grande parte da população, haja vista a 
situação de acesso ao lazer pela população, especialmente um entretenimento tão 
difundido entre a sociedade e de grandes benefícios pessoais, como a aquisição de 
informações e a ampliação da criticidade. Por fim, ratifica-se a tese desenvolvida pelo 
jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein acerca da Cidadania de Papel, isto é, embora o 
país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao 
plano teórico. Logo, a garantia de acesso ao cinema pelos cidadãos não é 
satisfatoriamente aplicada na prática, impulsionada a segregação social. 
Observa-se, então, a necessidade de democratização dos cinemas no Brasil. Para 
tanto, é preciso que a Ancine - Agência Nacional de Cinema – amplie o acesso da 
população aos cinemas. Isso ocorrerá por meio do incentivo fiscal às empresas do ramo, 
orientando a construção de mais cinemas nas regiões periféricas, a redução dos preços 
dos ingressos e a concessão de gratuidade de entrada para a parcela da sociedade 
pertencente às classes menos favorecidas, como indivíduos detentores de renda familiar 
inferior a um salário mínimo. Dessa forma, mais brasileiros terão a possibilidade de 
acesso aos cinemas e, finalmente, a isonomia será garantida nesse contexto, reduzindo a 
desigualdade entre a população. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
NAYRA ALVES 
No Brasil, apesar de a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 215, garantir 
acesso à cultura a todos os brasileiros, nota-se que muitos cidadãos não usufruem dessa 
prerrogativa, tendo em vista que uma grande parcela social não tem acesso ao cinema. 
Dessa forma, esse cenário comprometedor exige ações mais eficazes do poder público e 
das instituições de ensino, a fim de assegurar a igualdade de acesso ao universo 
cinematográfico. 
Efetivamente, é notório o desacordo que existe entre o que é assegurado pela 
Constituição e a realidade do país, uma vez que muitos municípios não possuem cinemas 
ou espaços destinados à exposição de filmes, séries e documentários. Esse nefasto 
paradigma atesta, sobretudo, uma grande desigualdade no acesso à cultura do país, 
tendo em vista que em grandes cidades, como o Rio de Janeiro, o cinema é mais 
valorizado. Além disso, vale ressaltar que tal desigualdade fere a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos de 1948, a qual assegura a produção cultural e lazer como um 
direito de todos. Logo, é fundamental que o poder público desenvolva medidas, como a 
construção de mais espaços destinados aos espectadores, com o intuito de que os anseios 
do artigo 215 tenham realmente vigor. 
Ademais, outro fator preponderante é que, apesar da modernização do universo 
cinematográfico, o qual, atualmente, possui filmes em “3D” e salas de cinema bastante 
equipadas, muitos brasileiros não conseguem arcar, por exemplo, com o custo do 
ingresso ou, até mesmo, o espaço destinado à exibição de filmes, como shopping center, é 
distante do local onde essas pessoas residem, inviabilizando, assim, o acesso à cultura 
previsto na Constituição. Esse panorama conflituoso explicita a necessidade das 
instituições de ensino em atuar de forma mais efetiva, promovendo, por exemplo, “noites 
do filme” na comunidade que se sejam gratuitas, a fim de democratizar o acesso ao 
cinema, sendo essa uma forma de entretenimento da população, bem como de 
transmissão de conhecimento. 
Portanto, cabe ao poder público intensificar os investimentos no acesso à 
produção cultural do país, sobretudo, ao cinema, mediante replanejamento orçamentário, 
que viabilize a destinação de mais verbas para a construção de cinemas nos municípios, 
com o propósito de que mais brasileiros possam usufruir dessa importante ferramenta 
para o lazer. Outrossim, as instituições de ensino, como as escolas e as universidades, 
devem promover a democratização do acesso aocinema, por meio da exibição gratuita 
de filmes em, por exemplo, auditórios e quadras escolares em horários noturnos, com o 
fito de que todas as parcelas sociais possam ser atendidas. 
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100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
VITÓRIA OLIVEIRA 
Em sua obra “Cidadãos de Papel”, o célebre escritor Gilberto Dimestein disserta 
acerca da inefetividade dos direitos constitucionais, sobretudo, no que se refere à 
desigualdade de acesso aos benefícios normativos. Diante disso, a conjuntura dessa 
análise configura-se no Brasil atual, haja vista que o acesso ao cinema, no país, ainda não 
é democrático. Essa realidade se deve, essencialmente, à falta de subsídios para 
infraestrutura nas regiões periféricas e à urbanização desordenada das urbes.  
Sob esse viés, é importante ressaltar que a logística de instalação de salas de 
cinemas, nas cidades pequenas, é precária. Nesse sentido, segundo o Contrato Social – o 
proposto pelo contratualista John Locke - , cabe ao Estado fornecer medidas que 
garantam o bem-estar coletivo. Contudo, a infraestrutura das cidades pequenas e médias 
é, muitas vezes, pouco dotada de incentivos para a construção de salas de exibição de 
filmes, como centros de lazer – dotados de praça de alimentação, por exemplo. Com isso, 
uma parcela expressiva da população é excluída dessa atividade cultural, o que, além de 
evidenciar o contexto discutido por Gilberto Dimenstein, vai de encontro ao Contrato 
Social. Desse modo, políticas públicas eficazes tornariam possível maior acesso ao direito 
de cultura, garantido pela Magna Carta de 1988, por meio do cinema.  
Além disso, o crescimento urbano desordenado gerou a concentração de cinemas 
em determinadas áreas da cidade, o que excluiu, principalmente, os locais pouco 
evidenciados pelo mercado imobiliário. Nessa linha de raciocínio, o geógrafo Milton 
Santos atribuiu ao inchaço urbano desenfreado o surgimento de processos como a 
Gentrificação, a qual “expulsa” a parcela de indivíduos de baixa renda da sua moradia. 
Devido a isso, a distribuição de salas de cinema ocorreu de maneira desigual, 
privilegiando áreas nobres. Por conseguinte, as favelas – localidades sem aparatos sociais 
– possuem pouco ou nenhum acesso à arte cinematográfica, o que evidencia um exército 
de “cidadãos de papel”. Assim, o cinema pode ampliar o seu alcance mediante a ação de 
setores sociais que forneça infraestrutura de filmes.  
Portanto, para a efetiva democratização do acesso ao cinema no Brasil, é 
importante que o Governo Federal, por intermédio de subsídios tributários estaduais, 
forneça a descentralização das salas cinematográficas no território, a partir da instalação 
de unidades de cinema nas regiões que não possuem – com aparato qualificado, 
variedade de exibições e praça de alimentação - , a fim de proporcionar a cultura do 
cinema para a parcela de cidadãos excluída. Ao mesmo tempo a isso, cabe ao Ministério 
da Cultura – principal órgão intermediador de políticas culturais no país – propor um 
vale cinema para aqueles que não possuem renda suficiente para a compra, com direito a 
pelo menos duas oportunidades mensais, para que o direito aos filmes não seja restrito 
por critérios censitários. Dessa forma, poder-se-ia atenuar a desigualdade discutida por 
Dimenstein.
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	Manoel Neves
	100 REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM
	Belo Horizonte 2020
	ENEM-2014: Publicidade infantil em questão no Brasil
	JOSÉ QUERINO DE MACÊDO NETO
	JUAN DA COSTA
	MARIA EDUARDA DE AQUINO CORREA ILHA
	MARIANA PEREIRA PIMENTA
	NATHALIA CARDOZO
	RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA
	ROSELY COSTA SOUSA
	ANTÔNIO IVAN ARAÚJO
	DANDARA LUIZA DA COSTA
	GEOVANA LAZZARETTI SEGAT
	JULIANA NEVES SILVA DUTRA
	ENEM-2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
	FÁBIO LOPES JÚNIOR
	ANA SANTANA MOIOLI
	AMANDA DELLA TOGNA TORRES
	CECÍLIA MARIA LIMA
	ISADORA FURTADO
	LUANA NATÁLIA DE SENA
	PAULA VITÓRIA MACEDO
	RAPHAEL LUAN CARVALHO DE SOUZA
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	JOSÉ MIGUEL ZANETTI TRIGUEIROS
	JÚLIA GUIMARÃES CUNHA
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	ENEM-2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil e Caminhos para combater o racismo no Brasil
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