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terry Eagleton (1998, p. 7), filósofo e crítico literário britânico para os temas de cultura, modernidade e pós-modernidade, escreve que a pós-modernidade "emerge da mudança histórica ocorrida no Ocidente para uma nova forma de capitalismo - para o mundo efêmero e descentralizado da tecnologia, do consumismo e da indústria cultural, no qual as indústrias de serviços, finanças e informação triunfam sobre a produção tradicional, e a política clássica de classes cede terreno a uma série difusa de 'políticas de identidade'". Disserte sobre os principais custos da modernidade no campo da economia e da política. A modernidade certamente nos favoreceu em diversos aspectos, mas não podemos exalta-la, sem considerarmos os seus custos econômicos e políticos. Com a modernidade, e ascensão do capitalismo – industrial e financeiro, vemos o recuo constante do Estado, na organização econômica e em diversas ocasiões, na organização politica das sociedades modernas. Com o capitalismo e o liberalismo econômico, as grandes corporações empresariais, tendem a nortear e balizar as nuances econômicas e sociais dos corpos civis. Como resultado, temos o agravamento da concentração de renda e tecnologias, o que deixa a margem do desenvolvimento e da globalização parte significativa da população mundial, em especial o continente Africano. Essa concentração limita o progresso – econômico e político, sendo que para o alcance de tal objetivo, há na modernidade a grande disseminação de que o essencial é a conclusão de projetos, independentemente das consequências das ações necessárias para tal conclusão. Milton Santos, geógrafo brasileiro, muito discorreu sobre o lado excludente da globalização, tanto em viés políticos, econômicos e sociais; lado esse resultante, da concentração financeira, cientifica e técnica, que renega a grande parte dos indivíduos o papel de engrenagens de um sistema, sem de fato ser beneficiários diretos do mesmo. Eis o caráter da modernidade, um estilo de maldade indireta, impessoal, pragmática, comprometida com os fins, os meios que fossem adulterados quanto e quando fosse necessário, e que as novas e complexas organizações institucionais estatais e jurídicas, intermediando e recepcionando o transcorrer destes processos, isentando, amenizando o impacto dos mesmos acarretariam na consciência dos indivíduos e nos códigos e valores da sociedade da época. ]] Outros dois críticos da modernidade, Marx e Engels (2010, p. 26-27), contemporâneos a Goethe, categoricamente expressavam que a burguesia foi a principal responsável pelos aspectos mais revolucionários e ao mesmo tempo irresponsáveis da época moderna, ao ponto que ascendeu ao poder Os autores descrevem a burguesia como inescrupulosa, capaz de adulterar e burlar os mais profundos valores e formas de organização social em que se encontrava inserida ou que pretendia se inserir, e o faria profundamente, atingindo as relações de produção, as dimensões religiosas e sagradas a fim de mobilizar a humanidade na busca de seus próprios sonhos e ambições por poder e riqueza. A expressão de Marx e Engels “tudo o que é sólido se desmancha no ar”, que é inicialmente encontrada em seus estudos, está no sentido de que as tradições, os regulamentos, a moral e os valores éticos foram movidos, desregulamentados e até desfeitos, deixando os indivíduos desamparados e impelidos a assumir os novos valores, os que a burguesia estava ditando Berman (1986) descreve que o problema do capitalismo consiste em que, aqui como em qualquer parte, ele destrói as oportunidades humanas por ele mesmo criado. Estimula, ou melhor, força o autodesenvolvimento de todos, mas as pessoas só podem desenvolver-se de maneira restrita e distorcida. tudo o que não é atraente para o mercado é reprimido de maneira drástica, ou se deteriora por falta de uso, ou nunca tem uma chance real de se manifestar. Os interesses são os de alcançar resultados econômicos e financeiros. Colaboradores deste cenário seriam também as descobertas nas ciências físicas, a industrialização da produção, que transformam conhecimento científico em tecnologia, criam novos ambientes humanos, mas destroem os antigos, aceleram o próprio ritmo de vida, geram novas formas de poder corporativo e acirram a competitividade e as lutas de classes Prossegue analisando que a explosão demográfica, que penaliza milhões de pessoas arrancando-as de seu habitat ancestral, empurrando-as pelos caminhos das cidades e em direção a novas formas de vida; os sistemas de comunicação de massa, dinâmicos em seu desenvolvimento, que embrulham e amarram, no mesmo pacote, os mais variados indivíduos e sociedades O Estado se legitimou na lei, posteriormente, na cooptação e na desnacionalização do patrimônio público. “Essa instância se expressou modernamente como pouco interventora no mercado, antes como facilitadora da autoridade e autonomia do indivíduo, da burguesia e do capital, o bem comum e o bem-estar social foram conduzidos a um segundo plano”. (DIEHL; TEDESCO, 2001, p. 12). Em termos econômicos e políticos, os indivíduos e a sociedade civil foram, gradualmente, enfraquecidos. O acúmulo de fatos, objetos e tecnologias tornaram os indivíduos incapazes de se situarem diante das proporções que a economia e o capital galgavam, o que, por sua vez, favoreceu ainda mais o quadro do processo civilizatório da globalização. isse a sua estrutura e interferência nas formas de obtenção de matéria-prima, nos modos de produção e nas relações e transações do comércio. Assim no interior da sociedade, abriu-se o caminho para que instituições financeiras terceirizadas atuassem no sentido de garantir o bem-estar e serviços de infraestrutura que deveriam ser oferecidas pelo Estado. (DIEHL e TEDESCO, 2001). O cerne da modernização econômica exigiu uma transformação política. O capitalismo se instaurou no interior dos governos, fazendo com que as estruturas democráticas e o exercício de cidadania por parte da população fosse anulado. O essencial foi que a revolução provocada pela ciência e pela tecnologia só pode começar depois que esta revolução política ocorreu. (DIEHL, 1993). Os colapsos políticos e econômicos do século XX com a crise de 1929 no período entre guerras que se abateu tanto nos Estados Unidos como na Europa e novamente das primeiras décadas do século XXI continuam a evidenciar que continuamos presos ao mesmo modo de sociedade que foi instaurado na modernidade. A cultura está associada aos elementos materiais, se aplica às produções humanas e compõe o patrimônio cultural dos povos em cada época. As condições materiais representam fatores primordiais para compreender as transformações que levaram a humanidade à modernidade. Pode-se dizer que, em cada época, a seu modo, a seu ritmo e no interior de uma realidade e de um contexto histórico, a humanidade vivenciou os seus momentos de modernidade. Partindo deste pressuposto, disserte sobre a experiência de modernidade nos meios rurais vivenciados nas sociedades medievais.
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