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Noções e agentes do pensamento político Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 SST Seidel, Carolina Cunha Noções e agentes do pensamento político / Carolina Cunha Seidel Ano: 2020 nº de p.: Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 13 Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 3 Noções e agentes do pensamento político Apresentação Os prenúncios que levaram ao surgimento do Estado sempre foram objeto de estudo da Teoria Política. Nesse campo, destacaram-se as contribuições de filósofos clássicos como Hobbes, Locke e Rousseau. Este último, em O Contrato Social, inicia sua obra questionando o porquê de o homem nascer livre se, entretanto, a todo momento, ele se encontra sob ferros. Tal questionamento traduz as inquietações do pensamento clássico que, inobstante já contar com a presença marcante do Estado, procurou a todo momento estabelecer os fundamentos do seu surgimento e os limites da sua intervenção na vida privada. São lições fundamentais para o estudante entender o agir dos Estados atuais e poder entender como as relações entre os países se desenvolvem. Formação do pensamento político No transcurso dos séculos, a sociedade humana se desenvolveu e, com ela, surgiram pensamentos, dogmas, teorias, correntes filosóficas e sociológicas que foram e ainda são considerados fundamentais para o estudo do pensamento político, bem como do indivíduo como ser social. Nesse sentido, convém destacar as tradições e correntes teóricas desenvolvidas por grandes pensadores. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre Sócrates, Platão e Aristóteles. O pensamento político grego O primeiro grande teórico sobre a política foi Platão (427-347 a.C.). A sua rejeição à democracia como um sistema político pode ter sido devido às suas origens aristocráticas ou ao resultado do julgamento contra Sócrates, seu professor, cuja democracia ateniense condenou a morrer envenenado. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 4 Independentemente da circunstância, a filosofia política, tal como a sociedade a conhece na atualidade, nasceu como uma crítica radical à democracia e ao movimento dos sofistas que a apoiaram. Atenção Para Platão, o número, a regra da maioria ou a contagem de votos na assembleia não poderia ser critério para estabelecer a verdade das proposições em discussão. O problema da política, que sempre interessou a Platão, seria, então, questionar o que seria uma polis (cidade) justa. E, para responder e expressar seus pensamentos, ele escreveu o livro intitulado A República, que tratava de temas relacionados à administração da polis. Aristóteles (384-322 a.C.) foi discípulo de Platão, mas foi além de seu mentor, pois não tinha uma visão platônica da República – diferentemente de Platão, ele não buscava um rei filosófico que, por meio da ciência política, fosse capaz de solucionar todos os problemas do Estado. Para Aristóteles, o conhecimento teórico não era suficiente, pois era necessário algum tipo de conhecimento prático para saber como aplicar os princípios gerais às circunstâncias particulares, variáveis, contingentes e irrepetíveis, pensamento esse que ele denominava como “prudência”. Por essa razão, desenvolveu um corpo de pesquisa muito mais empírico sobre a política, tendo recolhido material e comentado, por exemplo, sobre as constituições das cidades bárbaras e gregas. Diversamente de Sócrates, que não escreveu livros, Aristóteles, produziu diversas obras sobre a política e ética. Seguindo a doutrina aristotélica, por natureza, o homem é um animal político, visto que seu ambiente natural é a polis, a civilização, a cidadania, e somente um Deus ou um animal seriam capazes de viver na solidão fora da polis. Desse modo, de acordo com Aristóteles, esse homem, animal político, deve ser entendido no sentido de um ser cívico, social ou integrado por natureza, pois a polis é o propósito que une e insere os homens à sociedade. Além disso, para ele, não há ruptura entre ética e política, uma vez que ambas pertencem às “ciências das coisas humanas”. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 5 A visão doutrinária da política aristotélica é caracterizada por tentar encontrar um meio termo entre os abusos democráticos (o despotismo) e os abusos da oligarquia. Saiba mais Bases do Estado moderno Para compreendermos o pensamento político básico sobre a formação dos Estados, é fundamental destacarmos a doutrina político-filosófica de importantes pensadores como Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. Vamos estudar cada um deles, buscando entender as influências do pensamento político clássico. A política de Maquiavel O trabalho de Maquiavel (1469-1527) é um marco fundamental na história do pensamento, já que materializa o fim do agostinianismo político. A política é definitivamente secularizada de suas reflexões sobre a religião. Não podemos esquecer que Maquiavel atuou como diplomata e secretário da República Florentina, ou seja, era um exímio conhecedor das complexidades do poder e, além disso, teve a oportunidade de observar de perto diversas maneiras e estilos de exercer o governo em diferentes regiões, visto que, como diplomata e secretário, viajava em missões. Ainda, escreveu livros, entre os quais destacam-se duas importantes obras: O Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Na clássica obra O Príncipe (1532), Maquiavel, trata da política, que, para ele, é uma luta ativa para alcançar o poder e a prática das virtudes tradicionais, em um contexto de conflito e instabilidade política que pode levar ao fracasso do político e à ruína do Estado. Saiba mais Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 6 Maquiavel subordinava a virtude à política (virtude simplesmente útil em termos políticos), pois, vendo no desejo de poder um substituto amoral da moral, inaugurou a concepção da Filosofia como disciplina a serviço das metas da humanidade inteira. Sua teoria filosófica política tentava garantir a realização da ordem de direito, rejeitando uma meta natural do homem. Os contratualistas e o Estado moderno Thomas Hobbes (1588-1679) é considerado pioneiro ao claramente formular a tese sobre o contrato social, que foi desenvolvida com relação ao status civil e de autoridade soberana. Assim, Hobbes era, como Hugo Grocio, um naturalista. Naturalismo: Corrente filosófica que defendia a natureza como princípio único daquilo que é considerado como real. Curiosidade Ele tratou de garantir a realização da ordem de direito com base no conhecimento científico e na ilustração do povo, tendo construído, assim, uma nova versão da lei natural de temor à morte violenta como a mais forte paixão, e das origens, a razão e o fim do homem, segundo antigas tradições. Segundo a corrente hobbesiana, no estado de natureza, não há poder soberano e cada um dos homens e das mulheres tem o direito a tudo que possa ser alcançado pelo uso de sua própria força (lei natural). Nesse estado, haveria guerra potencial de todos contra todos, da qual ninguém poderia esperar que seus bens ou a própria pessoa estivesse em segurança. Assim, os homens se moveriam pelo instinto de autopreservação e pelo medo da ameaça dos outros. A longo prazo, seria insustentável a existência dos homens e, por esse motivo, os indivíduos deveriam concordar em deixar o estado de natureza e alcançar garantias mínimas de paz. Nasceria, então, o contrato social. Com ele, as partes delegariam poderes ao soberano, que seria responsável por manter a lei e a ordem dentro de um novo estado civil. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 7 Para Hobbes, o poder do monarca deveria ser absoluto, a fim de garantir a instabilidade ou a possibilidadede conflitos entre membros do corpo político, denominado por ele como o Leviatã. Atenção A ideia consiste na justificativa do poder soberano baseado na argumentação da passagem do estado da natureza para o estado civil, ou seja, os sujeitos deveriam obedecer ao soberano, porque ele seria responsável por assegurar a paz e a preservação de seus bens. Assim, a alternativa ao governo civil seria o retorno à guerra e ao terror do estado de natureza, pois o homem, abandonado ao seu estado natural, tornaria-se um perigo para a humanidade. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) representa uma alternativa ao absolutismo político de Hobbes, já que contradiz a teoria dele, afirmando que o homem, no estado de natureza, não é um lobo para o homem, mas, ao contrário, despojado das características da sociedade civil, é bom por natureza. Para Rousseau, autor contratualista, o que corrompe e aliena o homem é a propriedade privada e a vida em sociedade, que, face à hipocrisia e às aparências, vive preso. A visão política rousseauniana remonta ao fundamento da soberania política no contexto do contrato social. O homem natural não precisaria se associar politicamente, mas, ante à falta de recursos, sentiria-se obrigado a se associar. Assim, segundo a doutrina desse pensador, o contrato social seria o acordo de formar uma sociedade civil e estabelecer o instrumento da autoridade: o soberano. De acordo com Rousseau, toda a dificuldade política consiste em estabelecer a devida relação entre a vontade particular e a geral. Ou seja, segundo o contrato social e a Filosofia Política a ele subjacente, não haveria um melhor esquema de leis, visto que o contrato constituiria a sociedade anterior ao governo e, independentemente de alterações governamentais, ela seria mantida. Saiba mais Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 8 Já John Locke (1632-1704) é considerado o pai do liberalismo, isto é, uma visão contrária à Teologia. Liberalismo: Filosofia política baseada em ideais de liberdade individual e igualitarismo. Curiosidade Locke questionava o que seria o poder político e, de acordo com seu pensamento, a sociedade política seria uma invenção e criação humana, mas tal aparato artificial, uma vez que fosse criado, teria natureza própria, logo, seria aplicável uma lei natural. Assim, a sociedade política somente persistiria se o governo fosse constituído de uma única vez, em que a sociedade política necessitaria do governo. Para Locke, não há liberdade onde não há lei, pois, na condição natural do homem, não há lei preestabelecida, e, na visão do pensador, para ser livre, os homens deveriam ser legisladores. A obra de Locke chamada Dois tratados sobre o governo (1689) é de grande importância para o estudo da política, sendo muito indicada sua leitura. Saiba mais Formação do pensamento político contemporâneo Vamos, agora, estudar um pouco mais sobre cada um dos pensadores modernos que influenciaram o pensamento político de hoje. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 9 Bases teóricas do pensamento político contemporâneo Kant • Governantes sujeitos à vontade popular • Poder centralizado Marx • Socialista, crítico ao capitalismo • Criador do materialismo dialético Nietzsche • Estado é perverso • Política deve existir para reconstrução do povo Weber • Estado como detentor do monopólio da violência • Participação popular parcial, seleção de líderes pelo parlamento Fonte: Elaborada pelo autor (2018). Immanuel Kant (1724-1804) desenvolveu seu pensamento político que, supostamente, junto com suas propostas filosóficas em outros campos do conhecimento, constitui-se em uma verdadeira revolução teórica. De acordo com Kant, a única constituição política legítima seria a republicana, pois o sistema político deveria ser representativo, ou seja, os governantes estariam sujeitos à vontade popular e, portanto, deveriam prestar contas aos cidadãos. Além disso, não precisaria haver a concentração de poder em apenas uma mão, mas, sim, uma divisão nas funções de poder, a fim de evitar abusos e despotismos. Kant defendia o contrato social como uma condição da possibilidade teórica do consentimento das pessoas em relação ao governo, visto que as partes estariam em eminente guerra porque não poderiam recorrer a um órgão de arbitragem superior para solucionar os seus conflitos. Dessa forma, tudo ocorreria como se estivessem no estado de natureza detalhado pela doutrina hobbesiana. Contudo, Kant entende ser possível garantir a paz entre os Estados na medida em que aderem a uma série de regras que sujeitam a todos de forma igualitária (respeito à integridade territorial, à publicidade de suas decisões ou à proibição de guerras e agressão). Já Karl Marx (1818-1883) era discípulo da filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel e buscou, de maneira explícita, demonstrar que a realização da ordem de direito é um subproduto necessário do conflito dialético, das cegas paixões egoístas no processo da história. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 10 Convém ressaltarmos que Marx criou a dialética marxista, também chamada de materialismo dialético, que recorre à dialética – a arte do diálogo, poder de persuasão, convencimento da verdade por meio de um discurso – para entender as lutas de classes sociais. Saiba mais Marx afirmava que seu professor Hegel criticou o formalismo moral de Kant, pois para ele Kant contrastava com uma filosofia da História em que o motivo se torna consciente de si, nunca de maneira individual e unilateral, mas seguindo uma evolução coletiva de grandes momentos e tempos. De acordo com Hegel, a história avança dialeticamente, e a razão é incorporada nos interesses do Estado. Dessa forma, não seria possível iniciar a filosofia política com base nos princípios abstratos da razão, pois antes deveriam ser entendidas suas concreções e suas dinâmicas históricas. Assim, a missão da Filosofia seria compreender a racionalidade do real. A síntese entre os princípios morais individuais e a legislação externa dos governos seria a ética do Estado, que seria a reconciliação final entre a moralidade e a política. Para Friedrich Nietzsche (1844-1900), diferentemente do que prega a corrente doutrinária cristã, não haveria nenhuma relação entre Estado e Deus. Nietzsche, além de criticar a cultura e a religião, também criticou a relação do Estado com os sistemas de educação. Segundo seu pensamento, o Estado é uma das maiores perversões criadas pelo homem, pois, além de representar o abstrato, trataria os indivíduos de modo indiscriminado, sendo eles nada mais que escravos. Dessa forma, deixando o Estado de existir, surgiria o verdadeiro homem e não uma massa que identifica os seus interesses com os do Estado. Para o autor, a política é possível se for orientada à reconstrução do povo e, para isso, haveria que resgatá-la do estado catastrófico no qual se encontraria pela ação do igualitarismo democrático promovido pela modernidade, visto ser o povo essencialmente político. Atenção Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 11 Max Weber (1864 – 1920), jurista e economista alemão, também tem em seus escritos as bases do pensamento político contemporâneo. Considerado um dos pioneiros do pensamento sociológico, influenciou as áreas das ciências jurídicas econômicas, políticas, filosóficas, entre outras afins. Em seu livro A política como vocação, conferência transcrita e datada de 1919, Weber formula um importante tese que se constitui na base do pensamento político ocidental, definindo o Estado como aquele que é caracterizado pelo exercício do monopólio legítimo da violência em um determinado território, em que o uso da força física é característico na sua atuação. Portanto, a política se traduziria na construção de uma entidade em que homens dominam homens por meioda violência legitimada. Curiosidade Na estrutura política, Weber defende a atuação ativa do parlamento, por entendê-lo como estrutura que: • limita a atuação das burocracias estatais; • fiscaliza a ação do poder executivo; e • seleciona líderes pela competência, com participação popular parcial e reali- zada apenas em períodos espaçados de tempo. Assim, temos nessa estrutura a atuação política dividida por meio de preceitos éticos: 1. Ética da responsabilidade: Consciência do governante diante do bem-estar de toda a nação e da ponderação dos mais variados interesses que são formados na sociedade e são espelhados na disputa parlamentar. 2. Ética da convicção na ação política: Conjunto de preceitos ideológicos e morais que formam os líderes políticos e que devem ser perseguidos independentemente dos resultados ou das consequências. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 12 Conclusão O conteúdo aqui desenvolvido possibilita ao estudante comparar os principais destaques dos pensadores que influenciaram a formação do Estado que nas primeiras impressões desses filósofos iriam resolver os problemas existentes do homem vivendo em sociedade que, naquela época, já apresentava sinais de que seria necessário seu estudo. Desse modo, os pensadores clássicos se voltaram mais para o contexto de formação do Estado e para a necessidade de proteção e regulação do ser humano em seu estado natural. Nessa perspectiva, surgiram as primeiras teorias de proteção estatal, bem comum, estado de direito e democracia. Esperamos que tenha gostado deste conteúdo. Continue avançando. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82 13 Referências ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross In: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1973, v.4. HEGEL, G. W. F. A fenomenologia do espírito. Tradução de P. Meneses. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. HOBBES, T. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003. KANT, E. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Tradução de Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Barcarolla, 2009. LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo civil. São Paulo, Martins Fontes, 2001. MAQUIAVEL, N. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Tradução MF. São Paulo: Martins Fontes, 2007. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Maria Lucia Cumo. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1996. MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988. NIETZSCHE, F. Genealogia da Moral. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. PLATÃO. República. Tradução Maria Helena da Rocha Pereira. 9. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbbenkian, 2001. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Tradução de Lourdes Santos Machado. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Licensed to MAYARA CAROLINE GUTH FRANÇA - mayara_guth@hotmail.com - 067.965.689-82
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