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301
O mundo contemporâneo passa por acelerado
processo de urbanização. Denominamos urbanização o
crescimento da população urbana em ritmo superior ao da
população rural, ou seja, o aumento da participação urbana
no total da população.
Esse movimento começou a ganhar dimensão a partir
do século XVIII, na Inglaterra. Inicialmente, envolveu os
países que vivenciaram o processo de Revolução Industrial
e hoje são nações subdesenvolvidas que apresentam as
maiores taxas de urbanização do mundo. A urbanização
está associada ao êxodo rural, deslocamento da população
rural para áreas urbanas, e, por isso, a industrialização dos
países desenvolvidos foi decisiva para a sua ocorrência.
Atualmente, cerca de 54% dos 7,5 bilhões de
habitantes do planeta reside em cidades, como você pode
observar no gráfico.
Nas nações em desenvolvimento ou subdesenvolvidas
(periferia ou semiperiferia do capitalismo mundial), a
urbanização se intensificou bastante a partir de 1950, graças
ao crescimento de industrialização impulsionada com a
transferência de empresas transnacionais que buscavam
reduzir os custos de produção.
Atualmente, os países desenvolvidos são altamente
urbanizados, com três quartos dos habitantes vivendo em
cidades. Entre as nações em desenvolvimento, a urbanização
é relativamente baixa - apenas 40% da população é urbana,
com exceção da América Latina e do Caribe , onde a taxa de
urbanização é tão alta quanto à de países ricos.Observe no
gráfico a seguir a evolução e variação da urbanização pelos
diversos continentes:
PARTE VI:
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS SOCIEDADES
UNIDADE 01:
• ORIGEM, EVOLUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
URBANO
• O PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO
• A HIERARQUIA URBANA
• AS CIDADES GLOBAIS E AS REDES DE PODER
 Dentre os principais fatores,que justificam a maior
urbanização latino-americana em relação a outras áreas
periféricas, podemos citar:
••••• O tipo de colonização e o processo posterior de
ocupação do território foram fortemente apoiados
em um sistema urbano, suporte da organização
administrativa;
••••• Nos grandes países da América Latina, a partir dos
anos 50, a industrialização concentrada nos
principais centros urbanos, atraiu uma grande
parcela de população;
••••• A estrutura fundiária permaneceu concentrada,
mas houve um processo de modernização da
agricultura que resultou na aceleração do êxodo
rural;
••••• A economia voltada para exportação que reforçou
a concentração das atividades econômicas e da
população nos centros urbanos próximos ao litoral;
••••• O peso demográfico dos países mais urbanizados
da América Latina (Brasil, México, Argentina,
Colômbia, Peru etc.) é muito superior aquele dos
países menos urbanizados, como é o caso na
América Central (Honduras, El Salvador, Nicarágua
etc).
URBANIZAÇÃO EM PAÍSES DESENVOLVIDOS
Os fatores responsáveis pelo processo de
urbanização, em países desenvolvidos, estão ligados
basicamente ao desenvolvimento industrial, ou seja, às
transformações provocadas na cidade pela indústria,
notadamente quanto à geração de oportunidades de
empregos, seja no setor secundário, seja no setor terciário,
com salários em geral mais altos. Essas condições surgiram
primeiramente nos países de industrialização antiga, os
países desenvolvidos. Nesses países, além das
transformações urbanas, houve como conseqüência da
Revolução Industrial, também uma revolução agrícola, ou
seja, uma modernização da agropecuária que, ao longo da
história, foi possibilitando a transferência de trabalhadores
do campo para a cidade, principalmente como resultado da
modernização da agricultura.
A urbanização que ocorreu nos países desenvolvidos
foi lenta e gradual. As cidades foram se estruturando
lentamente para absorver os trabalhadores oriundos do
campo, promovendo melhorias na infra-estrutura urbana -
moradia, água, esgoto, luz, etc. E aumento na capacidade
de geração de empregos para os trabalhadores urbanos.
Assim, os problemas urbanos não se multiplicaram tanto
como nos países subdesenvolvidos.
302
URBANIZAÇÃO EM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
Nos países subdesenvolvidos os fatores repulsivos do campo estão ligados fundamentalmente às péssimas condições
de vida existentes na zona rural, em função da estrutura fundiária concentrada, dos baixos salários, da falta de apoio aos
pequenos produtores, do arcaísmo das técnicas de cultivo, etc. Assim, houve uma grande transferência de populacional
para as cidades, especialmente para as grandes metrópoles, criando uma série de problemas urbanos.
Com fenômeno do processo de urbanização ocorre o surgimento das megacidades. Isto é, aglomeração que possui
mais de 10 milhões de habitantes. Em 1950, apenas Nova Iorque, nos Estados Unidos, tinha mais de 10 milhões de
habitantes. Em 2000, já havia uma dezena de cidades no mundo (vide tabela). Antes típicas das nações desenvolvidas, as
megacidades são cada vez mais um fenômeno dos países em desenvolvimento. Essa tendência deverá acentuar-se
ainda mais nas próximas décadas.
Nos próximos 30 anos, o processo tende a desacelerar-se, e o crescimento urbano se localizará na África e na Ásia,
áreas onde a população é ainda predominantemente rural e, vêm ocorrendo nas últimas décadas intensos fluxos
populacionais do campo para as cidades devido aos conflitos, fome e epidemias.
303
CHINA SE TORNA DE MAIORIA URBANA,
APÓS 4 MILÊNIOS DE PREDOMÍNIO RURAL
Agência EFE, em Pequim 27/12/2011 - 12h49
A China, um país predominantemente rural durante
seus quatro milênios de história, vive um momento inédito
em 2011, ano no qual pela primeira vez os moradores
das cidades superaram os do campo, uma grande
mudança que terá consequências sociais, econômicas
e até culturais no país mais populoso do mundo.
De acordo com um estudo da estatal Academia
Chinesa de Ciências divulgado nesta semana, a
população urbana superará a rural no final deste ano,
algo que é visto nesse país como "um momento histórico
para uma civilização tradicionalmente agrícola".
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão
matematicamente, usando os números do último censo
nacional, realizado em 2010 --que indicou que 50,32%
dos chineses moravam no campo e 49,68% nas cidades.
Considerando que a urbanização do país cresce com
uma média anual entre 0,8% e 1%, calcula-se que a
população urbana um ano depois estará entre 674 e 676
milhões, e a rural entre 671 e 672 milhões, o que revela,
pela primeira vez, uma mudança na composição da
sociedade desse país.
Nos últimos 30 anos, cerca de 240 milhões de
chineses deixaram o campo para viver nas cidades e
muitos não encontraram outra opção do que trabalhar
em empregos não especializados e mal remunerados,
como a construção civil.
Esse é um momento simbólico no processo de
urbanização que começou há um século, mas
lentamente: nos anos 50, pouco mais de 60 milhões de
chineses viviam nas cidades contra cerca de 500 milhões
de agricultores.
Até o Partido Comunista de Mao Tsé-tung, na
ocasião, foi considerado fundamentalmente camponês,
em relação às formações proletárias (urbanas) da URSS
e de outros países com orientação marxista.
Mao limitou muito o êxodo rural, apesar de seus
esforços para industrializar o país, que não deixaram a
população rural chinesa diminuir até os anos 90,
enquanto a urbana havia iniciado um ritmo acelerado de
crescimento nos primeiros anos da década de 80, com a
reforma e abertura de Deng Xiaoping.
A nova situação da China é um passo desejado por
Pequim, embora os especialistas reconheçam que o país
enfrenta grandes desafios e que o êxodo rural é também
um reflexo de problemas sociais.
O PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO
O crescimento rápido de algumas cidades acabou
culminando no fenômeno da metropolização, ou seja,
crescimento acelerado das grandes concentrações urbanas,
que assumem características metropolitanas. A urbanização
brasileira envolve uma acelerada metropolização em virtude
da expressiva concentração espacial da indústria e das mais
importantes atividades terciárias em um número reduzido
de aglomerações urbanas.
Esse processo é responsável pelocolapso entre
crescimento populacional e geração de empregos nas
grandes cidades. Incapacidade de criação de empregos,
seja na zona rural, seja em cidades pequenas e médias, o
que força o deslocamento de milhões de pessoas para as
cidades que polarizam a economia de cada país.
Mesmo o centro dinâmico dos países subdesenvolvidos
não tem capacidade de absorver tamanha quantidade de
migrantes, e logo começa a aumentar o número de pessoas
desempregadas. Muitos desempregados permanentes, para
poder sobreviver, acabam buscando alternativa no
subemprego, que é toda forma de trabalho remunerado ou
prestação de serviços que funciona à margem da economia
formal, compondo, por isso uma economia informal ou
subterrânea.
A MACROCEFALIA URBANA
Uma importante característica da urbanização nos
países da periferia do capitalismo é a exagerada
concentração econômica e populacional em um único ou
em poucos aglomerados urbanos que, por isso, são
marcados por um enorme tamanho.
Esse processo é denominado de macrocefalia urbana
e constitui uma espécie de metropolização exagerada com
uma única ou poucas metrópoles. Para entendermos mais
claramente essa situação, observe os dados a seguir:
Os cinco casos apresentados indicam macrocefalia
urbana em países subdesenvolvidos. E por que há poucos
exemplos dessa situação em países desenvolvidos? A
resposta está na existência de várias cidades importantes
(metrópoles) gerando uma rede urbana bem estruturada.
O grande aglomerado urbano de Tóquio pode ser
considerado exemplo de macrocefalia mas ela é justificada
pela geografia japonesa, país que possui pouquíssimos
espaços planos (a capital localiza na maior planície do país).
A REDE E A HIERARQUIA URBANA
A rede urbana é formada pelo sistema de cidades, no
território de cada país, interligadas umas às outras através
dos sistemas de transportes e de comunicações, pelos quais
fluem pessoas, mercadorias, informações, capitais etc. As
cidades desempenham funções importantes no processo
de ocupação do território. Exercem funções de controle
político, posto de armazenamento da produção agrícola e
de produtos de extração, pontos de contato com o comércio
exterior, polos de desenvolvimento industrial, prestação de
serviços, etc. A essas funções se somam outras mais
recentes, associadas à circulação de capital, informação e
tecnologia. Vide os fluxogramas 1 e 2 sintetizam dois
modelos distintos de relações entre cidades em uma rede
urbana.
304
Adaptado de SANTOS, M.
"Metamorfoses do Espaço Habitado". Hucitec, São Paulo, 1994.
A Divisão Territorial do Trabalho estabelecida através da rede urbana é responsável pela construção de uma hierarquia
urbana. Isto é, o resultado das relações concretas travadas entre as cidades do interior da rede urbana. Com os crescentes
avanços tecnológicos, com a brutal modernização dos sistemas de transportes e de comunicações, essas relações se
tornaram mais complexas e densas. O nível hierárquico de cada cidade depende do seu tamanho populacional, da
importância de sua base econômica, do número, qualificação e diversidade dos serviços urbanos ofertados e da densidade
e amplitude das redes de transportes e telecomunicações.
A partir da análise destes fluxogramas, afirma-se:
••••• O fluxograma 1: apresenta a forma clássica de
rede urbana, composta por uma hierarquia rígida
entre as cidades, em que são estabelecidos níveis
de relações que vão da metrópole até as cidades
locais e pequenas vilas,
••••• O fluxograma 2: apresenta uma recente e mais
flexível hierarquia urbana, composta a partir dos
avanços técnicos dos transportes e comunicações,
incluindo-se, também, maior mobilidade locacional
das empresas.
A NOVA REDE URBANA BRASILEIRA - 2007
305
1. METRÓPOLES
São os 12 principais centros urbanos do País, que
caracterizam-se por seu grande porte e por fortes
relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem
extensa área de influência direta. O conjunto foi dividido
em três subníveis, segundo a extensão territorial e a
intensidade destas relações:
a) Grande Metrópole Nacional 1
São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com
19,5 milhões de habitantes, em 2007, e alocado
no primeiro nível da gestão territorial;
b) Metrópole Nacional 2
Rio de Janeiro e Brasília, com população de
11,8 milhões e 3,2 milhões em 2007,
respectivamente, também estão no primeiro nível
da gestão territorial. Juntamente com São Paulo,
constituem foco para centros localizados em todo
o País;
c) Metrópole
Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, com
população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1 milhões
(Belo Horizonte), constituem o segundo nível da
gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia,
embora estejam no terceiro nível da gestão
territorial, têm porte e projeção nacional que lhes
garantem a inclusão neste conjunto.
2. CAPITAL REGIONAL
Integram este nível 70 centros que, como as
metrópoles, também se relacionam com o estrato superior
da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível
imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de
influência de âmbito regional, sendo referidas como destino,
para um conjunto de atividades, por grande número de
municípios. Como o anterior, este nível também tem três
subdivisões. O primeiro grupo inclui as capitais estaduais
não classificadas no nível metropolitano e Campinas. O
segundo e o terceiro, além da diferenciação de porte, têm
padrão de localização regionalizado, com o segundo mais
presente no Centro-Sul, e o terceiro nas demais regiões do
País. Os grupos das Capitais regionais são os seguintes:
a) Capital Regional A
Constituído por 11 cidades, com medianas de
955 mil habitantes e 487 relacionamentos;
b) Capital Regional B
Constituído por 20 cidades, com medianas de
435 mil habitantes e 406 relacionamentos;
c) Capital Regional C
Constituído por 39 cidades com medianas de
250 mil habitantes e 162 relacionamentos.
3. CENTRO SUB-REGIONAL
Integram este nível 169 centros com atividades de
gestão menos complexas, dominantemente entre os níveis
4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação mais
reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à
sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três
metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas
áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul, e
mais esparsa nos espaços menos densamente povoados
das Regiões Norte e Centro-Oeste, estão também
subdivididos em grupos, a saber:
a) Capital Sub-Regional A
Constituído por 85 cidades, com medianas de
95 mil habitantes e 112 relacionamentos;
b) Capital Sub-Regional B
Constituído por 79 cidades, com medianas de
71 mil habitantes e 71 relacionamentos.
4. CENTRO DE ZONA
Nível formado por 556 cidades de menor porte e com
atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de
gestão elementares. Subdivide-se em:
a) Capital de Zona A
192 cidades, com medianas de 45 mil habitantes
e 49 relacionamentos. Predominam os níveis 5 e
6 da gestão territorial (94 e 72 cidades,
respectivamente), com nove cidades no quarto
nível e 16 não classificadas como centros de
gestão; e
b) Capital de Zona B
364 cidades, com medianas de 23 mil habitantes
e 16 relacionamentos. A maior parte, 235, não
havia sido classificada como centro de gestão
territorial, e outras 107 estavam no último nível
daquela classificação.
5. CENTRO LOCAL
As demais 4 473 cidades cuja centralidade e atuação
não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas
aos seus habitantes, têm população dominantemente
inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8 133 habitantes).
Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de
Geografia, Regiões de Influência das Cidades 2007.
306
NOTAS
1 Metrópole que articula a economia global através de inúmeras redes de todos os tipos e que centraliza funções
superiores direcionais, produtivas e administrativas de empresas com atuação planetária. Articula e centraliza também
o controle da mídia e a capacidade simbólica de criar e difundir mensagens. Em decorrência, encontra-se no nível
hierárquicomais elevado do sistema urbano mundial ou global.
2 Cidade de grandes dimensões e elevado tamanho populacional, que centraliza a maior parte das atividades
terciárias (comércio e serviços) de sua região e/ou de seu país. Em decorrência, encontram-se nos mais altos níveis
hierárquicos de uma rede urbana. As metrópoles nacionais funcionam como centros polarizadores de vastas regiões
do território. Monopolizam um conjunto de serviços sofisticados, demandados por populações espalhadas por áreas
muito extensas. Redistribuem bens e mercadorias por toda sua região de influência. Assim, comandam centenas de
cidades situadas em posição inferior na hierarquia urbana.
AS CIDADES GLOBAIS E AS REDES DE PODER
Num espaço mundial em processo de globalização a noção de lugar se torna extremamente complexa, na medida
em que o próprio mundo começa a se tornar um "lugar", sendo assim, identificamos lugares com características globais.
Essas cidades concentram perícia e conhecimento em serviços ligados à globalização. Isso é medido pela concentração
de capitais nacionais e estrangeiros, e por sua capacidade de influência sobre territórios fora do domínio do seu Estado-
Nação.
Fonte: GaWC Inventory of World Cities e ONU.
 Fonte de pesquisa: Retaillé, D. (Org.). La Mondialisation. Paris: Nathan, 2007. p.136.
307
Segundo a literatura técnica disponível, as cidades
globais caracterizam-se basicamente por atributos que
acentuam as suas vantagens competitivas de inserção na
economia mundial. Os estudos disponíveis mostram que
são cidades:
••••• de grande porte, áreas centrais de economias
dinâmicas e abertas aos mercados regionais e
globais, que exercem funções estratégicas para o
desenvolvimento da economia mundial, regional
e dos sistemas urbanos a que pertencem;
••••• nas quais se concentram as funções de comando,
controle e comutação dos fluxos internacionais de
capitais, informações, pessoas, bens e serviços
avançados, exercidas por grupos empresariais ou
empresas que operam direta ou indiretamente nos
mercados globais;
••••• que apresentam condições competitivas de atrair
e sediar novas atividades produtivas, novos
complexos empresariais, centros tecnológicos de
pesquisa e desenvolvimento, centros comerciais
e turísticos, fortemente interligados, dispondo de
serviços avançados de apoio às transações
globais, como mercados financeiros e de capitais,
informática e telemática, consultoria, direto e
contabilidade, entre outros;
••••• que têm sistemas adequados de educação,
capacitação e treinamento da mão de obra, e
geram um perfil da força de trabalho compatível
com as novas demandas de alta qualificação e
flexibilidade exigidas pelas empresas que atuam
nos mercados globais;
Portanto, as metrópoles globais exercem funções de
comando supranacional e de alto nível tecnológico,
constituindo-se, em local onde a rede internacional das
empresas capitalistas encontra seus pontos físicos de
ancoragem espacial. Essas cidades funcionam como
centros de localização de atividades econômicas nacionais
e internacionais, influenciando na organização do território
em suas diversas escalas.
01 O que é urbanização?
02 Quais são os 2 continentes que ainda não possuem
população majoritariamente urbana?
03 O que são megacidades?
04 O que é macrocefalia urbana?
05 Quais cidades do Brasil são classificadas como
metrópoles nacionais?
06 O que é o processo de metropolização?
01 Quanto ao espaço rural e urbano, é correto afirmar:
I. Atualmente existe equilíbrio entre as populações
rurais e urbanas, tanto nos países desenvolvi-
dos como nos subdesenvolvidos.
II. O "êxodo rural", que ocorre em larga escala nos
países do Terceiro Mundo, provoca o crescimen-
to desordenado do chamado "setor informal" das
cidades.
III. O espaço rural e o urbano estão interligados de
tal maneira, que os problemas das cidades difi-
cilmente são solucionados, se isolados dos pro-
blemas do campo.
Assinale:
(A) se apenas a frase I for correta.
(B) se apenas a frase II for correta.
(C) se apenas as frases I e II forem corretas.
(D) e apenas as frases II e III forem corretas.
(E) e todas as frases forem corretas.
02 "Não houve, nos países subdesenvolvidos, como
aconteceu nos países industrializados, uma passagem
da população do setor primário para o secundário e,
em seguida, para o terciário. A urbanização foi terciária.
Somente depois, evidentemente com exceções, é que
a grande cidade provocou a criação de indústrias."
 (Milton Santos, Manual de Geografia Urbana.)
Entende-se por urbanização terciária:
(A) A presença de indústrias nas áreas urbanas, mo-
tivando o êxodo rural.
(B) O processo de industrialização das cidades, ab
sorvendo mão-de-obra rural.
(C) A passagem gradual da economia do país pe-
los diversos setores de atividades.
(D) O processo de hipertrofia do setor de serviços
nas cidades, provocado pelo acúmulo de popu-
lação.
03 Sobre o surto de urbanização que se verifica no
mundo, é correto afirmar que:
(A) É verificado com a mesma intensidade nos paí-
ses desenvolvidos e subdesenvolvidos.
(B) É provocado em todo o mundo pelos altos índi-
ces de natalidade.
(C) É um fenômeno característico dos países indus-
trializados europeus.
(D) É mais intenso nos países subdesenvolvidos,
tendo como causa o êxodo rural.
(E) É mais intenso nos países desenvolvidos devi-
do ao desenvolvimento industrial.
04 (PUC-SP) Leia com atenção: “A Terra urbanizou-se
ainda mais depressa do que previra o Clube de Roma
em seu relatório de 1972 (Limites de Crescimento)
[...] Em 1850, havia 86 cidades no mundo com mais
de um milhão de habitantes; hoje são 400, e em 2015
serão pelo menos 550.”
(Mike DAVIS. “Planeta Favela”.
São Paulo, Boitempo, 2006, p. 13-14)
308
É correto afirmar que
(A) esse ritmo acelerado de urbanização concen-
trado é expressão do que ocorreu na Europa,
com a reconstrução, após a 2ª Guerra Mundial.
(B) a concentração urbana em grandes cidades tem
sido mais comum nos países asiáticos do que
nos países sul-americanos, em razão da escas-
sez territorial dos primeiros.
(C) atualmente, a América do Sul já possui índices
de urbanização que se assemelham aos índi-
ces da Europa.
(D) o fundamental dessa urbanização acelerada
deve-se a processos dos anos 1950 e 1960, na
China socialista, onde a opção foi pelo modo de
vida urbano.
(E) países de grande extensão territorial, como Ín-
dia e Brasil, tendem a ter urbanização mais dis-
tribuída, com raras cidades que ultrapassam 1
milhão de habitantes.
05 (UERJ) E os governos do Terceiro Mundo sabem
ainda menos sobre as suas fronteiras urbanas, esses
estranhos limbos onde se faz a transição entre cidades
ruralizadas e campos urbanizados.
A orla urbana é a zona de impacto social onde a força
centrífuga da cidade colide com a implosão do campo.
MIKE DAVIS
Adaptado de Planeta favela. São Paulo: Boitempo, 2006.
O trecho sublinhado sugere que a orla urbana das
grandes metrópoles do Terceiro Mundo é a expressão
espacial da convergência de dois processos.
Esses dois processos, significativos na segunda
metade do século XX, são:
(A) verticalização e imigração
(B) periferização e êxodo rural
(C) conurbação e migração pendular
(D) industrialização e tráfico de mão-de-obra
06 (ENEM) A mais profunda objeção que se faz à ideia
da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu
desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma
objeção muito séria, pois provém de uma concepção
de vida fundamental: a de que a atividade social e
cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se,
porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil,
como praticamente toda a América, é criação do
homem ocidental.
PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis -
Revista do Programa de Pós-graduação em Arte (UnB),
Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
As ideias apontadas no texto estão em oposição,
porque
(A) a cultura dos povos é reduzida a exemplos
esquemáticos que não encontram respaldo na
história do Brasil ou da América.
(B) as cidades, na primeira afirmação, têm um pa-
pel mais fraco na vida social, enquanto a Améri-ca é mostrada como um exemplo a ser evitado.
(C) a objeção inicial, de que as cidades não podem
ser inventadas, é negada logo em seguida pelo
exemplo utópico da colonização da América.
(D) a concepção fundamental da primeira afirma-
ção defende a construção de cidades e a se-
gunda mostra, historicamente, que essa estra-
tégia acarretou sérios problemas.
(E) a primeira entende que as cidades devem ser
organismos vivos, que nascem de forma espon-
tânea, e a segunda mostra que há exemplos his-
tóricos que demonstram o contrário.
07 "A urbanização nem sempre é uma decorrência, em
todos os países subdesenvolvidos, do surto de
industrialização. Existem processos de urbanização
rápida em muitos países que ultrapassam a
industrialização. Se de um lado a industrialização abre
novas perspectivas de trabalho nas áreas urbanas,
estimulando o êxodo rural, este, por sua vez, não é
resultado somente dela. O êxodo rural, fenômeno
responsável, ao lado do crescimento natural da
população urbana, pelo grande crescimento das
cidades, tem causas variadas."
 (Estudos de Geografia, Melhem Adas, Editora Moderna.)
Podemos apontar como causas predominantes do
êxodo rural nos países desenvolvidos:
(A) A mecanização da lavoura, transformação nas
relações de trabalho no meio rural.
(B) A difusão da pequena propriedade; o aumento
da fertilidade do solo agrícola.
(C) A difusão da educação nas áreas rurais; pro gra-
mas oficiais de valorização e fixação do traba-
lhador no campo.
(D) A proibição do trabalho agrícola infantil; as faci-
lidades crescentes para a compra de terras por
posseiros, parceiros e pequenos proprietários.
(E) A tendência crescente à instalação de indústri-
as no campo; as diversas reformas agrárias que
têm ocorrido nesses países.
08 (FALBE) "Na atual fase da economia global, é
precisamente a combinação da dispersão global das
atividades econômicas e da integração global,
mediante uma concentração contínua do controle
econômico e da propriedade, que tem contribuído para
o papel estratégico desempenhado por certas grandes
cidades, que denomino cidades globais."
SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial.
São Paulo: Studio Nobel, 1998, p.16-17.
Partindo do texto acima, assinale a alternativa que
caracteriza corretamente cidades globais:
(A) estruturam-se como aglomerados urbanos e
econômicos sendo centros vitais da dinâmica
capitalista atual e estão localizadas apenas em
países desenvolvidos.
(B) definem-se como cidades de comando da eco-
nomia mundial por se destacarem como cen-
tros financeiros e bancários e como polos de
pesquisa em ciência e tecnologia.
(C) definem-se como megacidades, pois é o total
populacional o responsável por sua capacidade
de polarizar a economia em vários aspectos
como no caso do Mumbai.
(E) organizam-se a partir de uma rede de serviços
que as interligam pelo planeta. Também têm
como característica serem consideradas centros
sub-regionais de polarização urbana.
309
09 (UEL) Leia o texto a seguir.
Segundo a Globalization and World Cities Study Group
& Network, atualmente são reconhecidas mais de 50
cidades globais no planeta, divididas em três grupos,
por grau de importância, Alfa, Beta e Gama.
(Adaptado de: INFOESCOLA. Cidades Globais.
Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2013.)
Sobre o conceito de cidade global, assinale a
alternativa correta.
(A) Aplica-se à junção de duas ou mais metrópoles
nacionais, com elevado tráfego urbano e aéreo
internacionais.
(B) Aplica-se às cidades em áreas de conurbação
com os maiores Índices de Desenvolvimento Hu-
mano (IDH) do planeta.
(C) Define-se por cidades que possuem elevados
índices de emprego e renda e que atraem imi-
grantes de várias partes do mundo.
(D) Refere-se aos centros de decisão e locais geo-
gráficos estratégicos, nos quais a economia
mundial é planejada e administrada.
(E) Refere-se a um conjunto de regiões metropoli-
tanas, que formam áreas com maior número de
população do planeta.
10 (UFJF-PISM II) Leia o texto.
"Para avaliar se uma cidade é global, considera-se: o
número de escritórios das principais empresas (em
contabilidade, consultoria, publicidade, banco e
consultorias) a sua rede financeira/bancária, de
telecomunicações, etc.. As cidades globais são
vetores importantes da globalização. Elas são sede
de poder e por meio delas que a economia global é
administrada, coordenada e planejada. Elas formam
uma rede onde transitam os trilhões que alimentam
os mercados financeiros internacionais. [...] Estudos
recentes registram 55 cidades globais no mundo".
Fonte: Maria da Glória in: http://lite.fae.
unicamp.br/revista/gohn.html
Com base no texto, pode-se afirmar que cidade global
é definida pela:
(A) quantidade de habitantes.
(B) localização geográfica.
(C) influência supranacional.
(D) economia sóciodemocrata.
(E) reserva de biodiversidade.
11 (UERJ) A análise das áreas de influência das
metrópoles permite identificar características atuais
da rede urbana nacional, como é o caso da
descontinuidade espacial da polarização exercida por
um centro urbano e a superposição espacial das áreas
de influência das cidades. Um exemplo pode ser
observado no mapa ao lado, no caso das áreas
polarizadas por Curitiba e por Porto Alegre.
A descontinuidade espacial das áreas de influência
dessas duas metrópoles meridionais tem como
principal explicação a existência de:
(A) fluxos de migrantes da região Sul para outras
regiões
(B) filiais de indústrias gaúchas e paranaenses dis-
persas pelo país
(C) redes de transporte rodoviário com origem nos
estados sulistas
(D) matrizes de bancos curitibanos e porto-
alegrenses e agências em outros estados
01
Estimativas feitas pela ONU indicam que no ano 2015
dois terços da população mundial estarão vivendo nas
cidades.
Compare os dados de 1995 com a projeção feita para
o ano 2015 e destaque as mudanças que ocorreram
quanto à localização geográfica das maiores
concentrações urbanas.
310
 
02 (UERJ) Observe os quadros abaixo, que tratam das
grandes aglomerações urbanas mundiais.
QUADRO I
Percentual de população urbana nas maiores cidades
nacionais em relação à população urbana do país
País Cidade %
Guatemala Guatemala City 71,8
Congo Brazzaville 66,2
Haiti Porto Príncipe 60,9
Tailândia Bancoc 59,2
Uruguai Montevidéu 43,2
QUADRO II
Número de aglomerações urbanas com mais de 10
milhões de habitantes
Regiões 1975 1995 2005 2015
Mais desenvolvidas 2 4 4 4
Menos desenvolvidas 3 10 15 17
(Adaptado de http://www.un.org/esa/population/publications)
Apresente:
a) duas consequências socioespaciais para os
países que apresentam o fenômeno de
macrocefalia urbana expresso no quadro I;
b) duas justificativas para o processo diferenciado
03
No mapa, o conjunto das áreas em laranja e o conjunto
em azul representam, cada um, metade do Produto
Interno Bruto (PIB) norte-americano distribuído por
todo o território do país.
Justifique a grande concentração espacial da riqueza
norte-americana nas áreas em laranja. Cite, ainda,
duas atividades econômicas relevantes, realizadas
nessas áreas, que favorecem a concentração espacial
do PIB.
04
O conceito de megacidade contribui para o
entendimento do processo de urbanização em
diferentes países do mundo. Na tabela, mostram-se
dados passados e projeções de ocorrência no mundo
desse tipo específico de aglomeração urbana.
Apresente o critério demográfico que define
megacidade. Comparando as duas colunas,
identifique uma tendência da distribuição espacial das
megacidades no mundo.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA ATIVIDADE
ECONÔMICA DOS ESTADOS UNIDOS
DEZ MAIORES MEGACIDADES NO
MUNDO EM 1990 E EM 2030
311
As cidades na sociedade capitalista podem exercer
inúmeras funções urbanas, sejam elas produtivas ou não.
Na Europa, por exemplo, existem cidades muito pequenas,
porque dependendo do país as mesmas são consideradas
aglomerados urbanos com uma importante gama de
serviços essências à população. No Brasil para seralçada
a categoria de cidade basta ser a sede política administrativa
do município, independentemente do número de habitantes,
atividade produtiva desenvolvida e infraestrutura urbana.
TIPOS DE CIDADES
As cidades podem ser classificadas da seguinte forma:
a) Quanto ao Sítio
Sítio urbano refere-se ao local no qual está
superposta a cidade, sendo assim a classificação
quanto ao sítio leva em consideração a questão
topográfica. Como exemplo temos: cidades onde
o sítio é uma planície, um planalto, uma montanha,
etc.
a) Quanto à Situação
Situação urbana corresponde à posição que ocupa
a cidade em relação aos fatores geográficos. Como
exemplo temos: cidades fluviais, marítimas, entre
o litoral e o interior, etc.
b) Quanto à Função
Função corresponde à atividade principal
desenvolvida na cidade. Como exemplo temos:
cidades industriais, comerciais, turísticas,
portuárias, etc.
c) Quanto à Origem
Pode ser classificada de duas formas: planejada
e espontânea. Como exemplo temos: Brasília,
cidade planejada e Belém, cidade espontânea.
d) Quanto ao Tamanho
O IBGE caracteriza as cidades da rede urbana da
seguinte forma:
••••• Cidade pequena: 500 a 100 000 habitantes;
••••• Cidade média: 100 001 a 500 000 habitantes;
••••• Cidade grande: acima de 500 000 habitantes;
••••• Megacidade: acima de 10 000 000 de
habitantes.
FUNÇÕES URBANAS
As funções exercidas por uma cidade ou mais cidades
estão associadas à Divisão social e/ou Territorial do Trabalho
num país ou região. Essas funções correspondem às
principais atividades desenvolvidas na cidade. Como
exemplo, temos as cidades industriais, comerciais,
turísticas, portuárias, etc. Dependendo da importância o
alcance desses serviços podem ultrapassar os limites de
um município ou até de um estado. A área de influência de
cada cidade é determinada pelo alcance das funções mais
sofisticadas, isto é, a distância máxima alcançada pelos seus
serviços.
DINÂMICA DA ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CIDADE
A diferenciação socioeconômica do espaço urbano
consiste na delimitação de áreas da cidade de acordo com
as características econômicas e sociais que encontramos.
Existem fatores importantes para diferenciarmos os usos e
os abusos do espaço urbano, são fatores importantes no
processo de diferenciação do espaço urbano o custo do
solo, a qualidade ambiental, as amenidades, a acessibilidade
à infraestrutura de transporte, a existência de equipamentos
urbanos (escolas, creches, correios, universidades, etc) e a
segurança pública. Com esses equipamentos, as cidades
podem enfim, desenvolver atividades político-administrativas,
econômicas, residenciais, lazer, entretenimento e cultura.
O Distrito Central de Negócios (CBD-Central
Business District) concentra atividades do setor terciário
(comércio especializado, administração pública e justiça),
a vida econômica (sedes de banco e empresas de diferentes
setores), o lazer e o entretenimento cultural (cinema, museus
e teatros)
Na Área de Transição na área central permanecem
indústrias de bens de consumo e que utilizam pouca energia,
atividades de suporte às atividades terciárias e secundárias
e, serviços de menor envergadura. Em muitas cidades essas
áreas vêm sofrendo valorização do solo urbano devido a
revitalização econômica. Revitalização das áreas com mais
sinais de degradação. Mantêm-se os bairros com as
mesmas características funcionais, mas melhoram-se as
condições físicas, internas e externas dos prédios e
dinamizam-se as atividades de forma a torna a área mais
atrativa. A GENTRIFICAÇÃO visa à revitalização das áreas
urbanas que apresentem sinais de depressão e degradação,
PARTE VII:
ESTRUTURA INTERNA DAS CIDADES
UNIDADE 01:
• FUNÇÕES URBANAS
• DINÂMICA DA ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CIDADE
• FLUXOS E FIXOS DE UMA CIDADE
312
declínio econômico e urbano, desemprego e degradação
da qualidade de vida da população, exclusão social e
insegurança. A reabilitação é muitas vezes encarada com
uma oposição à construção de bairros sociais, onde as más
condições de vida, a miséria e a marginalidade imperam. A
reabilitação visa não só uma melhoria dos edifícios quer
interna que externa, mas também uma dinamização das
atividades que nestes se instalaram.
Área residencial da classe trabalhadora que fica
próximo ao distrito central e que possui um valor do solo
urbano bastante inferior em relação ao núcleo central,
apesar de dotado de boa infraestrutura. Abriga atividades
que precisam estar próximas ao centro tais como armazéns,
depósitos, comércio atacadista, indústrias leves e outras
atividades que atendam às necessidades do núcleo central
ou da cidade como um todo. Abriga também núcleos
residenciais de população de baixa renda.
Área residencial da classe abastada, extratos de
renda média e alta costumam ficar em regiões distantes
da área central, que possui um valor do solo urbano
bastante inferior em relação aos condomínios residências
de luxo localizado fora dos limites das cidades. Este fato
está associado ao uso do automóvel e a fuga das áreas
degradadas. O exemplo acima se encaixa perfeitamente
nas sociedade estadunidense, onde o automóvel e a
segregação socioespacial são elementos fundamentais na
diferenciação do espaço.
FLUXOS E FIXOS DE UMA CIDADE
As transformações tecnológicas estão associadas as
mudanças de ordem econômica, que interferem
decisivamente no crescimento e estruturação das cidades.
O sistema de transporte moderno e eficiente garante elevada
mobilidade das pessoas, permitindo que se distribuam com
maior liberdade no território. Mas talvez a mudança
tecnológica de maior impacto tenha sido o avanço das
telecomunicações e da tecnologia da informação, que aliado
a uma logística de transportes eficiente, possibilitou um
refinamento da divisão territorial do trabalho e aumentou o
grau de liberdade locacional das empresas, com
consequências óbvias no desenvolvimento das cidades.
Redesenhando uma nova geografia da circulação de bens,
serviços e capitais, permitindo maior integração e
desenvolvimento de regiões consideradas periféricas ou
deprimidas.
01 Quais são os critérios para classificação das cidades?
02 O que são funções urbanas?
03 Identifique fatores importantes no processo de
diferenciação do espaço urbano.
04 Quais são as atividades predominantes nas áreas
centrais das grandes cidades?
05 Como as cidades são divididas quanto à origem?
01 O tecido social brasileiro sofre um contínuo e histórico
processo de esgarçamento em função das
desigualdades sociais e da ausência de um ideal
coletivo de progresso e bem-estar. A expulsão de
trabalhadores do campo interfere na dinâmica interna
das cidades, determinando alterações na hierarquia
urbana.
Uma importante conseqüência desse fluxo migratório
é a:
(A) redução dos serviços urbanos
(B) favelização das áreas periféricas
(C) atrofia do mercado de consumo
(D) retração do mercado imobiliário
02 Búzios está à venda e a leva quem der mais ao correr
do martelo. A favelização tomou conta do bairro Cem
Braças, na entrada da cidade, as barracas de lona se
espalham pelo bairro da Rasa, a Serra das
Emergências está sendo invadida por posseiros.
("Jornal do Brasil", 12/05/2002)
Esse cenário de crise urbana parece indicar que os
graves problemas sociais não se limitam mais às
metrópoles brasileiras. O caso de Búzios, que é uma
cidade turística e de veraneio, possui inúmeras
semelhanças com o de qualquer grande cidade.
Duas semelhanças entre Búzios e uma grande cidade
brasileira estão apontadas na seguinte alternativa:
(A) restrição legal do espaço edificável - investimen-
tos em loteamentos populares
(B) chegada crescente de migrantes - políticas mu-
nicipais de estímulo ao êxodo rural
(C) mercantilização do solo urbano - segregação dos
menos favorecidos em áreas desvalorizadas
(D) ocupação agrícola desordenada - aglomeração
da população de baixa renda na orla marítima.
03 (UERJ)
FAVELA
Numa vasta extensão
onde não há plantação
nem ninguém morando lá.
Cada um pobre que passa por ali
só pensa em construir seu lar.
E quando o primeiro começa
os outros,depressa, procuram marcar
seu pedacinho de terra pra morar.
E assim a região sofre modificação,
fica sendo chamada de nova aquarela.
É aí que o lugar então passa a se chamar
Favela
("Padeirinho" - Jorginho)
As primeiras favelas do Rio de Janeiro surgiram,
provavelmente, ao final do século XIX nos morros
Favela - atual Providência - e Santo Antônio, numa
época de intenso crescimento populacional e
significativas modificações urbanas.
313
O conhecimento histórico desse processo e as
observações feitas pelos autores da canção permitem
afirmar que o surgimento das favelas, no Rio de
Janeiro, está ligado à conjugação dos seguintes
fatores:
(A) expansão espacial da cidade e disputa pela ocu-
pação do solo
(B) política estatal de habitação popular e cresci-
mento da área metropolitana
(C) decadência agrícola fluminense e competição
entre áreas de especialização produtiva
(D) momento de imigração estrangeira e atração de
novos trabalhadores para a indústria.
04 (UERJ)
 A NOVA FRONTEIRA URBANA
Por que tantas áreas centrais na Europa, América do
Norte e Austrália vêm sendo tão radicalmente
renovadas nas últimas três décadas, convertendo
decadência urbana em novo chic? O processo vai
continuar no século XXI ou acabou? O que ele significa
para as pessoas que moram lá?
(Traduzido de SMITH, Neil. The new urban frontier.
Londres: Routledge, 1996.)
A NOVA APOSTA DO SETOR IMOBILIÁRIO
A venda, em menos de duas horas, dos 688
apartamentos do Cores da Lapa, em pleno coração
do Rio, mostra o acerto da aposta num bairro até há
pouco tempo esvaziado economicamente e há três
décadas sem um único grande lançamento imobiliário.
Os mais céticos duvidavam do sucesso de um
condomínio de classe média, encravado na Rua do
Riachuelo, onde funcionava uma antiga fábrica da
Antárctica.
(Adaptado de Jornal do Brasil, 12/11/ 2005)
Os textos acima abordam o atual processo de
reabilitação de áreas urbanas que se encontravam
decadentes em várias cidades do mundo, inclusive
no Rio de Janeiro.
Uma causa e uma das conseqüências que se pode
esperar desse processo são, respectivamente:
(A) reativação das funções urbanas para a popula-
ção de média e alta renda - expulsão da popula-
ção de baixa renda pela valorização do solo ur-
bano
(B) especulação imobiliária ligada ao setor financei-
ro - descentralização dos serviços ligados ao
lazer e à cultura pela reordenação dos critérios
de construção
(C) construção de elevados e vias de ligação da
Área Central aos bairros residenciais - redução
da densidade da ocupação do solo urbano pelo
novo código de obras
(D) remoção das atividades terciárias para os
subcentros comerciais - elevação dos índices
de crescimento da população dos bairros cen-
trais pela reurbanização das áreas de periferia.
05 (UERJ) Observe nas imagens a área urbanizada em
quatro metrópoles nos anos de 1990 e de 2000.
No período 1990-2000, o processo de periferização
ocorreu de forma mais intensa na área metropolitana
de:
(A) Varsóvia
(B) Chengdu
(C) Bangalore
(D) Sacramento
06 (UERJ)
 O MOVIMENTO E A AVENIDA
Em vista da importância do Exército para as classes
dominantes, não é de admirar que o tráfego militar
fosse o fator determinante do planejamento das
cidades, exemplificado pelo traçado das avenidas de
Paris, proposto pelo prefeito Haussmann entre 1853
e 1870.
Adaptado de MUNFORD, Lewis.
A cidade na história: suas origens, transformações e
perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
TOPOGRAFIA DA MARÉ FACILITA
OCUPAÇÃO PELO EXÉRCITO
Ao adotar no Complexo da Maré estratégia
semelhante à utilizada para ocupar os Complexos do
Alemão e da Penha, o Exército vai encontrar mais
vantagens do que desvantagens, apesar de a nova
região ser maior e mais populosa. A topografia da área
a ser pacificada é plana, e as ruas são mais largas,
fatores que acabam facilitando a distribuição do efetivo
e as manobras dos veículos militares.
Adaptado de extra.globo.com, 02/04/2014.
314
Apesar das muitas diferenças existentes entre Paris
no século XIX e Rio de Janeiro no século XXI, os textos
apontam para manifestações do exercício do poder
militar em ambas as cidades. Nos dois contextos, é
reconhecível a seguinte relação estratégica entre o
espaço da cidade e a ação do Estado:
(A) sítio urbano e polarização política
(B) morfologia urbana e controle social
(C) hierarquia urbana e segurança pública
(D) centro urbano e marginalização econômica
07
A Zona Portuária do Rio de Janeiro vem recebendo
muitos investimentos públicos e privados com o
objetivo de promover sua renovação física e funcional.
Considerando a charge, a nova dinâmica espacial
pode ter a seguinte consequência sobre o processo
de urbanização nessa região da metrópole carioca:
(A) mudança do perfil social
(B) degradação do setor comercial
(C) aumento da atividade industrial
(D) redução da acessibilidade viária
08 Nota intitulada "Urbano ou rural?" foi destaque na
coluna Radar, na revistaVeja. Ela apresenta o caso
extremo de União da Serra (RS), município de 1900
habitantes, dos quais 286 são considerados urbanos.
A reportagem da revista apontou as seguintes
evidências:
(A) a totalidade dos moradores sobrevive de rendi-
mentos associados à agropecuária;
(B) a "população" de galinhas e bois é 200 vezes
maior que a de pessoas;
(C) nenhuma residência é atendida por rede de es-
goto;
(D) não há agência bancária.
08
Na imagem anterior, visualiza-se a região da Baixada
Santista, com as diversas cidades que compõem esse
espaço do litoral paulista.
A análise da imagem permite reconhecer a ocorrência
do seguinte processo socioespacial comum em
cidades de áreas metropolitanas:
(A) favelização
(B) conurbação
(C) gentrificação
(D) verticalização
10
A final da Taça Rio 2006 pôs em confronto times que
em sua origem relacionam-se a espaços distintos
da cidade do Rio de Janeiro - o Subúrbio e a Zona
Sul -, ambos com história e tipos humanos marcantes.
O subúrbio brasileiro possui um perfil socioeconômico
que o diferencia de outras concepções internacionais.
O padrão metropolitano de subúrbio cujo conteúdo
social difere da realidade brasileira está corretamente
descrito em:
(A) europeu - habitado pela população de baixa ren-
da
(B) norte-americano - ocupado pela população de
alta renda
(C) japonês - hierarquizado pelo grande contraste
de renda da população
(D) australiano - destinado tanto à população de alta
renda como à de baixa renda
11 Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa
cousa em matéria de edificação da cidade. Nada mais
irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer,
pode ser imaginado.
Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos
lembre os famosos das grandes cidades européias,
com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as
suas estradas e ruas macadamizadas* e cuidadas,
nem mesmo se encontram aqueles jardins,
cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os
nossos, se os há, são em geral pobres, feios e
desleixados.
* tipo antigo de pavimentação
(BARRETO, A. H. de L. "O Triste Fim de Policarpo
Quaresma". São Paulo: Brasiliense, 1956.)
A comparação de Lima Barreto expressa a
diferenciação, já existente no início do século XX, entre
os subúrbios cariocas e os subúrbios das cidades de
outros países.
Esta diferenciação está expressa adequadamente na
seguinte afirmativa:
(A) Os subúrbios cariocas abandonados pelo po-
der público constituíam uma contradição, pois,
inversamente ao que ocorria no resto do mun-
do, eles abrigavam a população de maior pres-
tígio social.
315
A cidade cresce horizontalmente e verticalmente. O
crescimento horizontal revela a ocupação de áreas
anteriormente vazias ou utilizadas para atividades
primárias. Essas áreas são divididas em lotes que se
multiplicam na periferia urbana. O crescimento vertical
é demonstrado pelo aumento da construção de
edifícios bem altos. Nesse contexto de crescimento
das cidades do mundo capitalista, os lotes urbanos
refletem claramente seu caráter de mercadoria através
de um processo de valorização do espaço urbano.
Levando em conta a dinâmica docrescimento das
cidades, marcada pela segregação socioespacial:
a) Explique como se dá o processo de valorização
do espaço urbano;
b) Apresente duas medidas a serem adotadas pelo
poder público para combater essa segregação.
02 "As professoras que fazem o censo escolar no Rio
apuraram um vazio que já desconfiávamos: não há
mais crianças no centro da cidade. Bateram a muitas
portas, indagaram de moradores:
- Onde estão os meninos?
Não tinham meninos. Algum raro espécime que se vê
na rua vem do norte ou do sul da cidade; para fazer
companhia à mãe, sofrer no dentista, comprar sapato
em liquidação. Há lugares onde faz muitos anos não
passa um garoto...
Onde está o menino, para onde foi o menino?"
(Carlos Drummond de Andrade,
Cadeira de balanço.)
Responda à pergunta feita pelo autor.
03 (UERJ)
 BÍBLIA DO JORNALISMO DOS E.U.A.
VÊ ITAQUERÃO COMO "MONUMENTO
À GENTRIFICAÇÃO"
A nova edição da revista New Yorker, considerada a
bíblia do jornalismo norteamericano, apresenta um
texto de quatorze páginas sobre o futebol brasileiro, a
preparação do país para a Copa do Mundo e o
Corinthians. Escrita para o público dos Estados
Unidos, a reportagem cita o Itaquerão, palco da
abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, como um
"monumento à gentrificação". Gentrificação é o nome
dado ao fenômeno socioespacial que afeta a
população de baixa renda de determinado lugar por
meio da valorização imobiliária provocada por um novo
empreendimento, como um shopping center ou um
estádio de futebol, por exemplo.
Adaptado de
copadomundo.uol.com.br, 06/01/2014.
Cite duas consequências socioespaciais negativas do
processo apresentado no texto para a população de
baixa renda local, explicando cada uma delas.
(B) Os subúrbios das grandes cidades européias fo-
ram reservados principalmente para a prática da
agricultura, situação inversa aos seus equiva-
lentes cariocas, locais da indústria e de mora-
dia da classe operária.
(C) Os subúrbios no mundo eram destinados à po-
pulação de baixo status social mas, ao contrá-
rio do Rio, nas cidades das nações ricas não
ocorre o abandono dos investimentos públicos
no seu embelezamento.
(D) Os subúrbios cariocas caracterizaram-se pela
precária infra-estrutura urbana e como moradia
da população de baixa renda, em oposição ao
ocorrido em várias outras cidades das nações
desenvolvidas.
12 (ENEM) A mais profunda objeção que se faz à ideia
da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu
desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma
objeção muito séria, pois provém de uma concepção
de vida fundamental: a de que a atividade social e
cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se,
porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil,
como praticamente toda a América, é criação do
homem ocidental.
PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis - Revista do
Programa de Pós-graduação em Arte (UnB),
Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
As ideias apontadas no texto estão em oposição,
porque
(A) a cultura dos povos é reduzida a exemplos
esquemáticos que não encontram respaldo na
história do Brasil ou da América.
(B) as cidades, na primeira afirmação, têm um pa-
pel mais fraco na vida social, enquanto a Améri-
ca é mostrada como um exemplo a ser evitado.
(C) a objeção inicial, de que as cidades não podem
ser inventadas, é negada logo em seguida pelo
exemplo utópico da colonização da América.
(D) a concepção fundamental da primeira afirma-
ção defende a construção de cidades e a se-
gunda mostra, historicamente, que essa estra-
tégia acarretou sérios problemas.
(E) a primeira entende que as cidades devem ser
organismos vivos, que nascem de forma espon-
tânea, e a segunda mostra que há exemplos his-
tóricos que demonstram o contrário.
01
316
PARTE VIII:
OS GRANDES PROBLEMAS URBANOS
UNIDADE 01:
• A QUESTÃO DA MORADIA
• A QUESTÃO DO TRANSPORTE
• A VIOLÊNCIA
• A SEGREGAÇÃO NO ESPAÇO URBANO
A QUESTÃO DA MORADIA
O crescimento desordenado das cidades e o fim da
sociedade do trabalho, onde o trabalhador além de garantir
o sustento de sua família através do salário, o mesmo
recebia do Estado todo amparo social necessário para
garantir seus direitos fundamentais, tais como moradia,
saúde, alimentação e segurança. Hoje temos o avanço de
uma lógica liberal onde esta responsabilidade passa a ser
do cidadão, vulnerabilizando milhões de trabalhadores que
perdem a capacidade de sustentar suas famílias. No meio
urbano o principal problema é a moradia. O déficit
habitacional no Brasil não se restringe às favelas e periferias,
esse problema atinge milhões de brasileiros. O conceito de
déficit habitacional utilizado está ligado diretamente às
deficiências do estoque de moradias. Engloba aquelas sem
condições de serem habitadas devido à precariedade das
construções ou em virtude de desgaste da estrutura física.
Elas devem ser repostas. Inclui ainda os moradores de baixa
renda sem condições de suportar o pagamento de aluguel
e aos que vivem em casas e apartamentos alugados com
grande densidade de pessoas.
Segundo definição do IBGE, Aglomerados
Subnormais são o conjuntos constituídos por no mínimo
51unidades habitacionais (barracos, casas etc.). Ocupando
ou tendo ocupado, até período recente, terreno de
propriedade alheia (pública ou particular), dispostas, em
geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua
maioria, de serviços públicos essenciais. Trata-se de um
eufemismo do IBGE para não utilizar o termo "favelas", que
apesar de popularizado no Brasil é fortemente carregado
de preconceitos sociais. Tanto é assim que também os
moradores das favelas evitam esse nome, preferindo
denominar os seus locais de moradia, entre outros, como
"vilas" e "comunidades".
A QUESTÃO DO TRANSPORTE
Carência de Serviços de Infraestrutura é um grave
problema no Brasil. Existem domicílios que não dispõem
de ao menos um dos seguintes serviços básicos: iluminação
elétrica, rede geral de abastecimento de água com
canalização interna, rede geral de esgotamento sanitário
ou fossa séptica e coleta de lixo.
Estudos realizados nos últimos anos apontam a
mobilidade urbana como uma questão crucial no
desenvolvimento das grandes cidades brasileiras. Além de
afetar a qualidade de vida dos moradores, ela desequilibra
a economia das cidades e acentua a exclusão social. A
demora nos deslocamentos, os longos congestionamentos
e a falta de acesso ao transporte são problemas diretamente
decorrentes do atual modelo de mobilidade adotado.
Os problemas apresentados no transporte não são
somente de ordem operacional, mas, também, de
sustentabilidade. Vários fatores contribuem para a redução
da demanda de passageiros, como o crescimento do
transporte individual, o aumento de transporte clandestino,
empobrecimento da população, falta de investimentos
públicos permanentes no setor e a falta de flexibilidade de
gestores e operadores em qualificar e tornar mais eficiente
os equipamentos e os serviços.
Um fator bastante relevante que contribuiu para a
queda do número de passageiros transportados foi o
aumento das tarifas em níveis desproporcionais à
capacidade de compra do salário mínimo; e também a
prioridade dada pelos governos aos automóveis, que são
individuais, além da falta de atenção dos órgãos
responsáveis pelo setor.
A VIOLÊNCIA
O aprofundamento da crise socioeconômica no Brasil
na década de 1980 acabou asfixiando financeiramente o
Estado, comprometendo as contas públicas e os
investimentos essenciais à população. Essa conjuntura
provocou um grave desequilíbrio social, pois foi marcada
pela aceleração da inflação, que afeta principalmente os
segmentos de menor poder aquisitivo da população. O
arrefecimento da atividade econômica e a falência do estado
nesse período contribuíram com o avanço do desemprego
e, por conseguinte, o aumento da pobreza nas grandes
cidades brasileiras.
O cenário de crise econômica com o aumento das
desigualdades sociais nas grandes cidades brasileiras
aprofundou a crise de governabilidade enfrentada pelos
estados. Essa conjuntura desfavorável foi responsável pela
escalada da violência e criminalidadenas grandes cidades
brasileiras, em especial, nas grandes cidades. O principal
problema deste período foi o tráfico de drogas, que
infelizmente encontrou nos espaços segregados das
cidades um território particular e muito especial para sua
territorialização. No caso da cidade do Rio de Janeiro, os
317
A SEGREGAÇÃO NO ESPAÇO URBANO
O processo de segregação sócioespacial é uma
expressão territorial das classes sociais. Isto é, a
diferenciação do espaço conforme o poder aquisitivo e a
capacidade de consumo de grupos que compõem a
sociedade, o que nos permite também a denominar a
segregação sócioespacial de segregação residencial. O
fenômeno da segregação sócioespacial é um processo
socialmente produzido em que as pessoas com menor poder
aquisitivo ou econômico têm acesso apenas às áreas menos
valorizadas no interior de uma cidade.
Fonte: www.angeli.com.br Folha de São Paulo
No Brasil, as classes populares representam a grande
maioria da população, o que resulta na grande quantidade
de favelas, loteamentos na periferia (muitas vezes,
irregulares) e cortiços em nossas cidades. Essas pessoas
comumente são "marcadas" pelo local onde moram, sendo
pejorativamente chamadas de "faveladas" e "suburbanas",
o que agrava os problemas de integração e convivência
entre os grupos sociais diferentes, além de refletir na auto-
estima coletiva dessa população. Ao mesmo tempo em que
a elite induz a população de baixa renda a ocupar as áreas
rejeitadas, ela opta, muitas vezes, por se isolar ao máximo
da cidade. Para se livrar do barulho, dos congestionamentos,
da sujeira e, cada vez mais, da "ameaçadora" violência
urbana, as classes de média e alta renda se autossegregam
nos chamados condomínios fechados, que se multiplicam
nas grandes cidades brasileiras.
Fonte: www.angeli.com.br Folha de São Paulo
A intensificação da segregação residencial está
ligada diretamente à péssima distribuição de renda,
baixos salários, especulação imobiliária e insuficiência
do poder estatal num país como o Brasil. Assim, ao
mesmo tempo em que a segregação tem origem nas
desigualdades socioeconômicas, ela favorece a
manutenção dessas desigualdades. Quanto maior for a
segregação, menores serão as chances de interação
entre grupos sociais diferentes; isto é um problema
porque o convívio entre os grupos tende a facilitar a
destruição de preconceitos: "teme-se e odeia-se muito
mais facilmente aqueles que, no fundo, não se conhece,
embora se pense conhecer". É desta forma que a
segregação não só gera preconceitos, como permite o
contínuo agravamento destes e da existência de
intolerância e de conflitos no espaço urbano, onde o
isolamento tanto de pobres quanto de ricos aumenta as
desigualdades de uma sociedade em que todos não têm,
definitivamente, as mesmas oportunidades.
(Adaptado por do livro "ABC do
desenvolvimento urbano",
de Marcelo Lopes de Souza, 2003).
A cidade capitalista é claramente dividida em áreas
residenciais distintas. Estas áreas se diferenciam, no caso
das cidades brasileiras, principalmente, pela renda de seus
moradores. Como renda e poder se confundem numa
sociedade capitalista, as diferenças econômicas entre os
diversos grupos sociais acabam sendo refletidas no espaço
urbano, influenciando onde cada classe social pode viver.
Assim, as classes sociais de média e alta renda escolhem
as áreas que querem ocupar, expulsando as classes
populares para as áreas rejeitadas, que podem ser tanto
áreas distantes do Centro da cidade (como os subúrbios e
as periferias), quanto as áreas de difícil acesso ou pouco
atraentes para a habitação, como morros, áreas alagadiças,
margens de rios entre outras.
efeitos do tráfico de drogas provocaram uma fragmentação
do tecido sociopolítico espacial degradando ainda mais os
vulneráveis direitos civis do cidadão morador de favela, que
passou a viver acuado entre a tirania do tráfico de drogas e
a violência policial (SOUZA, 1996).
O crescimento da violência e da criminalidade no Brasil
nas últimas décadas é resultado da conjugação dos
seguintes problemas: desemprego, concentração de
renda, precariedade do ensino público e crise
institucional (valores éticos no poder público) e retração
da ordem estatal.
318
01 O que são os aglomerados subnormais?
02 De que maneira a ineficiência do sistema de
transportes contribui para a favelização?
03 O que é segregação espacial?
04 Identifique causas da segregação espacial no Brasil.
05 Por que a segregação espacial contribui para o
aumento das desigualdades?
02 (ENEM) Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de
um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade.
Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.
A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse sentido, uma
característica comum a esses espaços tem sido
(A) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades
básicas dos moradores.
(B) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo
poder público.
(C) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais
circundantes.
(D) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas mate-
riais e humanas.
(E) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de
políticas que tentam reverter esse quadro
03 (UERJ)
TREM DA CENTRAL
Empurra pra entrar dez mil
nesse trem da Central do Brasil
Eu já vou na porta pra saltar em Bangu
sei que vou ser chutado e pisado pra chuchu
No outro dia não saltei onde moro
me chutaram do trem na estação de Deodoro
(...)
(César Cruz / Silvinha Drumond - 1959)
AVENIDA BRASIL, TUDO PASSA QUEM NÃO VIU?
De lá pra cá, daqui pra lá eu vou (ah, como vou)
Com meu amor vou viajando nessa Avenida
pela faixa seletiva no sufoco dessa vida
tudo passa, quem não viu?
Uma confusão de coisas assim é a Avenida Brasil
Linha Vermelha vem cortando a Maré (...)
Do importado à carroça o contraste social
Nesse rio de asfalto o dinheiro fala alto
É a filosofia nacional (...)
(Jefinho / Dico da Viola / Jorge Gannen - 1994)
01 (ENEM) O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em
22 minutos de casa para o trabalho, todos os dias.
Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima
diária do trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre
a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3
microgramas de poluição particulada - poeira, fumaça,
fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos,
nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras
substâncias nocivas.
ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008.
A população de uma metrópole brasileira que vive nas
mesmas condições socioambientais das do professor
citado no texto apresentará uma tendência de:
(A) ampliação da taxa de fecundidade.
(B) diminuição da expectativa de vida.
(C) elevação do crescimento vegetativo.
(D) aumento na participação relativa de idosos.
(E) redução na proporção de jovens na sociedade.
319
Tanto a marcha do carnaval de 1959 quanto o samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel de 1994
fazem referência às condições da circulação urbana na cidade do Rio de Janeiro.
Uma característica associada aos meios de transporte preservada durante o tempo decorrido entre os dois momentos
retratados e sua conseqüência urbana são:
(A) estatização do sistema de transporte - /intensificação da ocupação da periferia
(B) longa duração dos movimentos pendulares / aceleração do processo de favelização
(C) prioridade para o transporte de massa /incentivo ao processo de segregação urbana
(D) custo elevado de tarifas / concentração espacial de comércio e serviços na Área Central
04
O problema habitacional na cidade do Rio de Janeiro é antigo,com alguns de seus efeitos mantendo-se há mais de
um século, como o tipo de moradia popular retratado nas imagens.
Uma causa econômica e um resultado socioespacial, associados diretamente à expansão desse tipo de moradia ao
longo do século XX, são:
(A) mercantilização do solo urbano - segregação
(B) fortalecimento do comércio informal - verticalização
(C) crescimento do trabalho assalariado - suburbanização
(D) redução do financiamento habitacional - periferização
05 Hoje, a interação espacial entre “comunidades”, no que tange ao deslocamento de pessoas moradoras em uma
delas para visitarem amigos ou parentes ou estabelecerem contatos associativos com pessoas residentes em outras,
tornou-se um tanto difícil, devido aos mecanismos de controle impostos pelos traficantes e à rivalidade e aos choques
entre quadrilhas baseadas em favelas diferentes (...).
SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano:
um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas
metrópoles brasileiras. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2000.
O fenômeno descrito no texto, que vem ocorrendo nas últimas décadas, corresponde mais diretamente ao seguinte
processo socioespacial:
(A) hierarquização
(B) regionalização
(C) metropolização
(D) territorialização
06 AS ENCHENTES
As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro inundações desastrosas.
Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da
cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis (...).
O Rio de Janeiro, da avenida, dos squares, dos freios elétricos, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou
menos violentas, para viver a sua vida integral.
Não sei nada de engenharia, mas, pelo que me dizem os entendidos, o problema não é tão difícil de resolver (...).
Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os aspectos externos, (...) e não com o que há de essencial nos
problemas de nossa vida urbana, econômica, financeira e social.
("Vida Urbana", 19/01/1915)
(BARRETO, Lima. Crônicas escolhidas. São Paulo: Ática, 1995.)
320
Lima Barreto é considerado um cronista perspicaz da sociedade carioca do início do século XX. O trecho acima
apresenta o problema das enchentes, que até hoje tumultua a vida dos cariocas.
Dentre as diversas causas apresentadas para a recorrência das enchentes na cidade do Rio de Janeiro, as duas
especialmente ressaltadas por Lima Barreto são:
(A) ocupação desordenada e ineficiência das comunicações
(B) sítio escarpado da cidade e problemas com a engenharia
(C) falta de desenvolvimento tecnológico e traçado colonial da cidade
(D) ênfase no embelezamento urbano e precariedade da infra-estrutura
07 (MACKENZIE) Observe os mapas para responder a questão.
Jornal O Estado de São Paulo, Cader no Cidades, 2010
O Rodoanel, ainda não concluído, é uma obra viária para a circulação de veículosautomotores na Região Metropolitana
de São Paulo. Sua constr ução envolvequestões econômicas, sociais, políticas e ambientais. Sendo assim, assinale
a alternativa cor reta a respeito desse tema.
(A) Trata-se de um projeto que conta com unanimidade na Grande São Paulo, emrazão dos benefícios que propi-
cia ao promover a distribuição dos f luxos decaminhões e automóveis, sem maiores danos ambientais, em
especial sobre a floresta tropical localizada ao norte da capital paulista.
(B) O Rodoanel é u ma respost a inovadora, pois rompe com o modelo detransporte de cargas adotado no Brasil
desde a década de 1950, baseado na ferrovia como principal meio de deslocamentos para grandes distâncias.
(C) Economicamente o Rodoanel contribui para a f luidez de mercadorias dentro domodelo rodoviarista nacional.
Contudo, tem sido alvo de críticas pelos impactosambientais decor rentes da distribuição das fontes de emis-
são de poluentes emnovas áreas da Grande São Paulo.
(D) crítica recor rente ao Rodoanel é a de que tem priorizado o transporte depassageiros, por meio da constr ução
de cor redores de ônibus e trensmetropolitanos. Desse modo, o transporte de cargas em caminhões tem
sidoprejudicado, com orientações e regras para que circulem pelas áreas centrais dacapital paulista.
(E) A opção desse tipo de modalidade de transporte para o deslocamento de cargase passageiros é a mais
comum entre economias desenvolvidas, como EUA, Japão, eentre outras emergentes, como a Rússia e a
China.
321
08 (UNIOESTE) O trânsito das grandes cidades tem se
constituído como um dos principais desafios ao
planejamento urbano contemporâneo. Para tentar
enfrentar este desafio, o governo brasileiro publicou
a Lei no 12587 de 3 de janeiro de 2012 que institui as
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
No artigo 2 da referida Lei, é apresentado o seu
objetivo principal:
"A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por
objetivo contribuir para o acesso universal à cidade, o
fomento e a concretização das condições que
contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos
e diretrizes da política de desenvolvimento urbano,
por meio do planejamento e da gestão democrática
do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana".
O prefeito de uma cidade do interior do Paraná, com
cerca de 50 mil habitantes, apresentou algumas
medidas com o intuito de diminuir o problema do
trânsito:
I. Ampliar a construção de ciclovias
II. Facilitar o acesso ao transporte individual, prin-
cipalmente de carros e motos.
III. Criar instrumentos legais que permitam a popu-
lação habitar áreas mais próximas do centro da
cidade, diminuindo o seu deslocamento entre o
local de trabalho e de moradia.
IV. Investir em transportes urbanos de massa, prin-
cipalmente metrô.
Assinale a alternativa correta, que contém as medidas
que podem ajudar a diminuir o problema do trânsito
na cidade referida.
(A) Apenas as afirmações I e II estão corretas.
(B) Apenas as afirmações I e III estão corretas.
(C) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
(D) Apenas as afirmações III e IV estão corretas.
(E) Apenas as afirmações I, III e IV estão corretas.
09 O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais
marcante da modificação das condições iniciais do
clima pelo processo de urbanização, caracterizado
pela modificação do solo e pelo calor antropogênico,
o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à
sua vida na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica
 em ambientes urbanos: estudo em microclimas
em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.
O texto exemplifica uma importante alteração
socioambiental, comum aos centros urbanos. A
maximização desse fenômeno ocorre
(A) pela reconstrução dos leitos originais dos cur-
sos d'água antes canalizados.
(B) pela recomposição de áreas verdes nas áreas
centrais dos centros urbanos.
(C) pelo uso de materiais com alta capacidade de
reflexão no topo dos edifícios.
(D) pelo processo de impermeabilização do solo nas
áreas centrais das cidades.
(E) pela construção de vias expressas e
gerenciamento de tráfego terrestre.
10 (ENEM) Um dos grandes problemas das regiões
urbanas é o acúmulo de lixo sólido e sua disposição.
Há vários processos para a disposição do lixo, dentre
eles o aterro sanitário, o depósito a céu aberto e a
incineração.
Cada um deles apresenta vantagens e desvantagens.
Considere as seguintes vantagens de métodos de
disposição do lixo:
I. diminuição do contato humano direto com o lixo;
II. produção de adubo para agricultura;
III. baixo custo operacional do processo;
IV. redução do volume de lixo.
A relação correta entre cada um dos processos para
a disposição do lixo e as vantagens apontadas é:
01 (UERJ) O tráfico de drogas na Rocinha está impondo
um desafio não apenas à Unidade de Polícia
Pacificadora, mas também à segunda fase do
Programa de Aceleração do Crescimento. Bandidos
vêm intensificando ameaças e ataques a policiais
militares e técnicos que fazem o mapeamento para
as obras de alargamento e abertura de vias. Segundo
especialistas, o alargamento de vias em grandes
favelas é fundamental para a melhoria da qualidade
de vida dos moradores, sob váriosaspectos.
 Adaptado de O Globo, 22/11/ 2014.
Explique por que a intervenção urbana mencionada
pode afetar o controle do território do tráfico de drogas
na Rocinha. Em seguida, indique uma consequência
dessas obras que contribua para melhorar outros
aspectos da qualidade de vida dos moradores, mas
que não seja a segurança.
02 (UFJF) Vinte e sete dias por ano preso em um
congestionamento? Pois esta é a média de dias que
a população da cidade de São Paulo perde por ano
em congestionamentos diários de 2 horas e 42
minutos. O tema não sai dos noticiários, nem das
rodas de conversas entre paulistanos. E, assim,
constitui-se uma espécie de percepção pública da
crise de mobilidade na cidade como "problema de
trânsito". Será?
322
A ideia de que nosso problema principal é o
"congestionamento" oculta diferenças significativas
nas dimensões e significados políticos da crise. Quero
crer que nossa crise principal não é de trânsito, e sim
do sistema geral de mobilidade da cidade, o que inclui
o transporte coletivo e os chamados modos não
motorizados, como os deslocamentos a pé e por
bicicleta.
Sendo assim, não por acaso o tema da mobilidade se
apresenta como "congestionamento": esta visão
expressa a captura da política de circulação pelas
intervenções na ampliação física e modernização da
gestão do sistema viário, em detrimento da ampliação
e modernização dos transportes coletivos. Mais
alargamento de avenidas, mais túneis e viadutos, mais
zona azul, mais radares e lombadas eletrônicas… e
nada de um modelo de transporte coletivo integrado,
confortável e barato.
Disponível em:
a) Por que prevalece a ampliação física e moder-
nização da gestão do sistema viário, em detri-
mento da ampliação e modernização dos trans-
portes coletivos?
De acordo com um estudo do Instituto de Pes-
quisa Econômica Aplicada (Ipea), nos últimos
15 anos, aumentou o transporte individual mo-
torizado no Brasil, enquanto houve uma redu-
ção no uso do transporte coletivo, o que, do
ponto de vista da eficiência energética e
ambiental, é uma tendência bastante
preocupante.
Disponível em: Acesso em: 23 set. 2011. Adaptado.
b) Cite um impacto ambiental provocado pelo au-
mento do transporte individual motorizado no
Brasil.
Com base na notícia acima, apresente duas causas para a ocorrência de deslizamentos de encostas e duas medidas
preventivas para impedir ou atenuar as consequências desse fenômeno.
03 DESLIZAMENTO SOBRE O TÚNEL REBOUÇAS
A liberação do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, interditado desde a noite desta terça-feira (23), pode demorar
uma semana. Grandes volumes de terra - num total de cerca de 6000 toneladas - deslizaram no local, segundo a
Secretaria Municipal de Obras.
323
04 (UNICAMP) "As projeções feitas para o final da década indicam que haverá, na América Latina, 37% de lares em
situação de pobreza e 17% em condições de indigência.
Na área urbana, essas porcentagens alcançariam 31% e 12%, respectivamente, enquanto que para as áreas rurais,
estas seriam de 54% e 31%."
(Relatório do Brasil para a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi mento - ECO-92)
A dramática realidade social da América Latina no final do século XX, apontada no texto, demonstra o fracasso dos
modelos econômicos que preconizavam a superação da chamada "situação do subdesenvolvimento".
Apresente duas conseqüências dessa situação de empobrecimento nas grandes cidades latino-americanas.
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