Buscar

DAVID HARVEY As 17 Contradições e o Fim do Capitalismo julho 2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

DAVID HARVEY. 17 Contradições e o Fim do Capitalismo Tradução: Rogério Bettoni. São Paulo, 
Ed. Boitempo, 2016 (copy:2014) 
Ivony Lídia, registra: 
Convidada (em 4/7/21) pela Profa. Gelfa de M. Aguiar Costa, ACEITEI participar do grupo de
estudo coordenado por ela, embora já na metade da atividade, de vez que se estudava a
Contradição 8: Tecnologia, Trabalho e Descartabilidade Humana. Esta seria apresentada
p/Abel Diniz, em 13/7. mas, por imprevistos, a discussão só foi finalizada em 29/7/21. A
Contradição 8 está inserida na PARTE II – AS CONTRADIÇÕES MUTÁVEIS, pgs. 93 a 199).
A PARTE I – AS CONTRADIÇÕES FUNDAMENTAIS, abrange sete (7) Contradições (pgs. 28 a
93). Esclareci não ter tempo p/ler toda esta parte que o grupo já trabalhara e, também, que
não tinha a menor prática nesse tipo de aula, por isto agradeci a oportunidade de estar “me
reciclando na Teoria e me alfabetizando na tecnologia”!
Contradição Mutável n . 8 – Tecnologia, Trabalho e Descartabilidade Humana 
Começo citando cometário feito por mim, o qual resolvi reconsiderar e tentar perceber o autor
com mais segurança e imparcialidade, daí me obriguei reler, à partir da Ct-8, a 9, a 10 e a 11, já que
a pausa de outubro assim o propiciou, além do Prólogo: A Crise Atual do Capitalismo, e da
Introdução sobre a Contradição. A leitura dessas duas partes iluminou a interpretação do que lia,
mas ampliou a lista dos questionamentos. Eu disse: 
“Peguei o “BONDE andando”, pendurada – quase caindo ou saindo - e já estou enviesada
com a forma do David comentar num “bate e assopra sem fim”. 
 Ele começa (p.93) incisivo, fazendo seu (?) resumo sobre a “concepção marxista
tradicional” relativa ao tema objeto do que denomina “Contradição Mutável” n. 8: Tecnologia,
Trabalho e Descartabilidade Humana:
“A principal contradição que a concepção marxista tradicional de socialismo/comunismo
deveria resolver1 é aquela entre o aumento inacreditável(2) nas forças produtivas (3)
(amplamente entendidas como capacidades e potencialidades tecnológicas) e a(4) incapacidade do
capital de utilizar essa produtividade para o bem-estar comum, em razão de seu comprometimento
com as relações de classe vigentes e seus mecanismos associados de reprodução, dominação e
controle de classes. 5) Abandonado (?) a si mesmo – prossegue o argumento*? – o capital está
fadado? a produzir uma estrutura de classe oligárquica e plutocrática cada vez mais vulnerável, sob
a qual a massa da população mundial deve se virar para ganhar a vida ou morrer de fome. Frustrado
com essa desigualdade crescente em meio à abundância, surgirá das massas um movimento
revolucionário anticapitalista, consciente, organizado (? conduzido nos termos* leninistas por um
partido de vanguarda) capaz de derrubar o domínio de classe e reorganizar a economia global,**
proporcionando a toda população do planeta os benefícios prometidos pela maravilhosa
produtividade do capital.
(*) Essa frase faz esperar o nome de quem argumenta, o que não acontece, mas, adiante, a frase
entre parêntesis parece apontar teóricos leninistas… Enfim: ao final do primeiro parágrafo, não se
sabe se é interpretação dele ou citação. 
Ivony destaca como percebe as palavras que grifa:
1) deveria resolver – Incisivo: 2) inacreditável – o autor (não citado) se maravilha ou zomba? 
3) Harvey faz este enfático e apressado esclarecimento?; 4) Pq “incapacidade do capital” (?ou dos
capitalistas?) se a teoria diz que o Capitalismo produz para quem tem dinheiro para comprar? 5)
Talvez, a “tradução não favoreça o autor” ao optar por estes ADJETIVOS: abandonado, fadado,
vulnerável, frustrado… Finalmente, o conceito: (**) economia global, globalização, etc, termos
que tentam encobrir (eufemismo) o conceito de Imperialismo, conforme Atílio A. BARON, artigo:
A Questão do Imperialismo, pgs. 459 a 483, do livro: A Teoria Marxista Hoje (Expressão Popular,
2006) Salvo melhor juízo: este meu olhar induziu-me o “bate e assopra sem fim!”
O David HARVEY comenta assim o conteúdo “resumido” no primeiro parágrafo:
 
“Embora haja bem mais que um pingo de verdade nessa análise (parecemos bastante adiantados
hoje na produção de uma plutocracia global, por exemplo), acompanhada de mais do que uma
lufada de fervor revolucionário com esperanças no mecanismo de transição, sempre tive a sensação
de que essa fórmula é simplista demais ou até fundamentalmente falha. Está claro que os aumentos
drásticos de produtividade do capital são apenas um dos polos de uma movimento contraditório que
está sempre ameaçado de explodir em crise. O que não está claro, no entanto, é qual seria sua
antítese correta. Vamos tratar aqui desta questão.” (p.93) (negritos e sublinhados: Ivony Lídia)
PÁGINA 93:
1) Pela FORMA de começar, entendi que o autor seria um marxista contemporâneo, trabalhando
falhas teóricas dos marxistas tradicionais (falhas ou afirmativas vulneráveis que a história
demonstrou infundadas). Ou seja: o autor revisa, atualiza e pode desembocar numa reconstrução em
nível teórico superior. Entretanto, a maneira como o autor formula o segundo parágrafo introduziu-
me dúvidas quanto ao meu entendimento sobre o “nicho teórico” dele, dada a forma minimizadora
de expressar-se sobre a formulação teórica dos “marxistas tradicionais”! Comecei até a fazer uma
tabela para contar elogios/críticas aos avanços do capitalismo. Certamente, esse não é o caminho!
 Meus caminhos de trabalho me afastaram do evolução da discussão teórica durante cerca
de três décadas, mas, para mim, a essência límpida, demonstrada pela Teoria Socialista/ Marxista é
esta: TRABALHO (manual E intelectual) E NATUREZA (terra e matérias/Frutos,Sementes, etc,
dela extraídas) para gerar coisas úteis para toda a Humanidade. Ou seja, dos que produzem coisas e
serviços úteis: todos trabalham para todos! Mas, ao longo da história “civilizada” da Humanidade, o
TRABALHADOR (Sujeito, dono da Força de trabalho) tem sido “Coletor, Caçador, Agricultor,
ESCRAVO, SERVO….OPERÁRIO/….HOJE: o Trabalhador ou operário, tem a denominação de
Terceirizado ou Colaborador e, Autônomo: chamado, pomposamente, de Empreendedor! 
 Das preciosas formulações teóricas do filósofo Karl Marx, dentre as “joias” com
logicidade atemporal, está no meu acervo educativo pessoal, por exemplo:só quando as condições
históricas estão dadas, a humanidade reconhece, identifica e se propõe resolver os problemas
resultantes. A ironia, presente em determinadas formulações críticas de Marx, quando cabível,
sempre esteve relativizada pelo destaque às condições históricas vivenciadas pelo autor cuja teoria
era objeto de sua análise. Essa postura, que pode ser considerada de maturidade intelectual,
espiritual, humanista, etc, em primeiro lugar, é de Ética, de honestidade!!!
Falei de maneira bem simples (simplista demais?) mas, persigo transparência de
sentimentos e atitudes.
 AGORA, VEJAMOS OS DESTAQUES DA CT-8 (APÓS RELEITURA) 
 Confirmei meu entendimento de que o autor objetiva demonstrar a antítese essencial
dentro da dinâmica oriunda da alta produtividade gerada pelos fatores tecnologia e trabalho, a
qual resulta no descarte deste e nas crises econômico-sociais que o Sistema Capitalista, neste
século, estendeu ao mundo inteiro. 
HARVEY define “tecnologia como o uso de processos e coisas naturais na fabricação de produtos
para propósitos [utilização] humana.” (p.93)
Destaca que “Em sua base, a tecnologia define uma relação específica, dinâmica e contraditória,
com a natureza.” Enfatiza que “essa contradição é importantíssima” e que tratará da mesma no
capítulo 16. (p.94) , e diz o porquê: “O que nos interessa de imediato é reconhecer sua existência,
fluidez e dinamismo.” 
Na sequência HARVEY explica o que chama de “propósito imediato e distintivo do capital (em
oposição, digamos, às Forças Armadas,ao aparelho estatal e a várias outras instituições da
sociedade civil) é o lucro, que se traduz socialmente na acumulação perpétua de capital e na
reprodução do poder da classe capitalista. Esse é o objetivo do consumo do capital. Para alcançá-
lo, os capitalistas (…)” Pg. 94, (grifos: ivony) 
 Pensei no grupo ao grifar em negrito e sublinhar, a fim de chamar a atenção para a
multiplicidade de sentidos no emprego da palavra capital, pelo autor, dado que nada sei da
vivência de cada membro do grupo com a teoria socialista/marxista (não houve tempo e condições
para isto!). Como eu disse estar me reciclando, aqui vai meu apelo para Gelfa e o grupo : por
favor, corrijam minha interpretação: 
Na frase “Esse é o objetivo do consumo do capital”:
1) Até aqui podemos entender capital como o conjunto: TRABALHO: intelectual (abstrato) +
Manual (concreto) + NATUREZA (lógico!) CONCRETIZADO EM MAQUINAS e/ou
FERRAMENTAS, que SÃO CONSUMIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO???
Na frase seguinte, “Para alcançá-lo, os CAPITALISTAS* ADAPTAM E REFORMULAM
- o hardware da tecnologia (máquinas e computadores),
- o software (programas usados pelas máquinas)
- e suas formas de organização (estruturas de comando e controle SOBRE O USO DO
TRABALHO**, em particular)” (Pg.94, maiúsculas e negrito: Ivony)
 
(*) Capitalista: SUJEITO, Dono do CAPITAL: { “Econ. Conjunto dos bens produzidos pelo
homem que participam da produção de outros bens. Basicamente, máquinas e equipamentos.” } (N.
Aurélio, 2009)
 CAPITALISTA – {De Capital + ista} Adj. 2 g. 1. Referente a Capital ou Capitalismo; 2. Diz-se do
sócio que oferece capital a uma empresa; 3. Pessoa que vive do rendimento de um capital; 4. Pessoa
que tem muito dinheiro; 5. Pessoa que fornece capital a empresa.” (Novo Aurélio, 2009).
 Capitalista, nesse caso, é o DONO DE TUDO que represente Riqueza e Poder (os
“siameses” forjados pelos Humanos) através da posse de Bens Tangíveis e Intangíveis (a
Técnica) cujo montante se expressa em valor monetário, conforme a Economia. (Ver
significados cfe. Aurélio, 2009 )
(**) TRABALHO – “{Dev. de Trabalhar} “Aplicação das forças e faculdades humanas para
alcançar um determinado fim”; “o exercício dessa atividade como ocupação, ofício, profissão”...
(Novo Aurélio, 2009). 
 TRABALHADOR - “{De Trabalhar + dor, Adj.} 1) Que trabalha: laborioso, ativo, S. M. 2)
Aquele que trabalha, lidador, pelejador. 3)Jornaleiro, empregado, operário; # Trabalhador
Autônomo.” Novo Aurélio, 2009, que define o verbete Trabalhar “{Do latim vulg. “tripaliare”,
martirizar com o tripallium (instrumento de tortura…) pela f. Trabalhar} Ocupar-se em algum
mister, exercer o seu ofício, (…)”. 
Relembrando este conceito pela Ciência Econômica e agregando o primeiro sentido de Trabalho
no “Aurélio”, tem-se:
 TRABALHADOR: SUJEITO, Dono da Força de trabalho: Energia Física e Mental (Forças que
integram o SER ou sujeito, forjadas por seu “Programador”/Criador” ou pela Natureza) que o
sujeito utiliza no processo de trabalho produzindo os Bens e Serviços úteis para
Humanidade. Um complemento, que espelha a realidade é: “produzindo para a parte da
Humanidade que pode comprar os bens e pagar pelos serviços”!
 Este sujeito, concreto e dinâmico, está pouco “ativo” no texto do David, até aqui, embora
possa vir a ser o centro da discussão, porque é quem pode ser descartado, conforme o enunciado
da contradição.
 
 Continuemos atentos aos significados acima expostos, porque precisaremos prestar
atenção aos sentidos de palavras dentro de frases, como: 
“O propósito imediato e distintivo do capital…” (3* parágrafo, p.94) e “O propósito imediato do
capital…” (também, 3* parágrafo, p. 94), 
PERGUNTO SE CONCORDAM QUE, AQUI, O PROPÓSITO NÃO PODE SER DO CAPITAL
E SIM DOS CAPITALISTAS? 
POR QUE RECORDAR SIGNIFICADOS DESSES CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA
ECONÔMICA?
- Primeiro, porque o autor está reconstruindo uma visão teórica – “atualizada” – deste
momento histórico do SISTEMA CAPITALISTA; 
- Segundo, porque nesta Contradição Mutável n. 8: Tecnologia, Trabalho e Descartabilidade
Humana, o autor reconhece o aspecto contraditório tecnologia/Natureza (será tratado na CT-16)
mas, busca achar ou “definir a antítese correta” dentro da contradição, logicamente, por
discordar com a teoria tradicional. Portanto, vai propor conceitos adequados ao que pretende dar
visibilidade como contribuição do seu trabalho. Por exemplo: Ele já começa no final da primeira
página do texto (93): “A tecnologia pode ser definida como o uso de processos e coisas naturais
(,,,)” (atenção nos grifos! ivony) e, finalmente, 
- Terceiro, ao final do texto, ficaremos convencidos ou não com a contribuição ou reconstrução
feita pelo autor.
Agora vamos ao resultado da minha leitura das duas partes que se constituem em início do
livro, mas, também, em ferramentas de compreensão e de indicação dos novos caminhos teóricos
que o autor vai tentar concretizar. Optei por “fichar” as formulações que possam nos ajudar, salvo
complementações e melhor juízo do coletivo.
PRÓLOGO: A Crise Atual do Capitalismo (N. Y., jan./2014, . 09-13) – Destaques:
“(…) notável nas crises não é tanto a ampla reconfiguração da paisagem física, mas as mudanças
drásticas no modo de pensar e entender , nas instituições e ideologias dominantes, nos processos,
alianças e subjetividades políticas, nas tecnologias e formas organizacionais, nas relações sociais,
nos costumes, e nas preferências culturais que permeiam a vida cotidiana. As crises abalam
profundamente nossas concepções de mundo (…) E nós, como participantes e habitantes inquietos
desse mundo que vem surgindo, temos de nos adaptar, por coerção ou consentimento a um novo
estado de coisas, ao mesmo tempo que, por meio de nossas ações e do modo como pensamos e nos
comportamos, damos nossa pequena contribuição às complicações desse mundo.(p.9-10)” (gf:iy)
Harvey resume crises politicas – guerras e outros – e econômicas no século XX, e
destaca com maestria as políticas econômicas, em pauta, e dados que exibem o montante da
riqueza dos “Plutocratas”:
“ Em termos gerais, o mundo está polarizado entre a continuação ou até o aprofundamento das
soluções neoliberais, baseadas a oferta {supply-side} e monetaristas, enfatizando a austeridade
como remédio apropriado para curar nossos males (caso da Europa e dos Estados Unidos), e a
retomada de uma versão em geral diluída de uma expansão keynesiana baseada na demanda e
financiada pela dívida (como na China), ignorando a ênfase de Keynes na redistribuição de
renda para as classes mais baixas como um dos seus componentes-chave. Não importa qual
política é seguida: o resultado é o favorecimento do clube de bilionários que constitui hoje uma
plutocracia cada vez mais poderosa, tanto dentro dos países como no cenário mundial (como Rupert
Murdoch). Em toda parte, os ricos estão cada ez mais ricos. Os cem maiores bilionários do mundo
(tanto da China, da Rússia, da Índia, do México e da Indonésia como dos centros tradicionais de
riqueza na América do Norte e na Europa)juntaram US$240 bilhões a mais em seus cofres só em
2012 (o suficiente, calcula a Oxfam, para acabar com a pobreza mundial da noite para o dia). Em
contrapartida, o bem-estar das massas estagna, na melhor das hipóteses, ou, mais provavelmente,
sofre uma degradação crescente, se não catastrófica (como na Grécia e na Espanha).” (p.10-11)
“Desta vez, a grande diferença institucional parece ser o papel desempenhado pelos
bancos centrais, e, obviamente, o papel principal, ou até dominante, no cenário mundial é do
Federal Reserve, dos Estados Unidos. Mas, desde os primórdios dos bancos centrais (em 1694, no
caso britânico) o papel deles tem sido proteger e socorrer os banqueiros, não cuidar do bem-estar
das pessoas. O fato de que, estatisticamente,os Estados Unidos conseguiram sair da crise (…) tem
tudo a ver com a política do Federal Reserve. Será que isso é o prenúncio de um capitalismo
global administrado pela ditadura dos banqueiros centrais do mundo, cuja missão é proteger o
poder dos bancos e plutocratas? Se sim, parece haver pouca possibilidade de resolvermos o atual
problema das economia estagnadas e do padrão de vida cada vez mais baixo da massa da
população mundial.” (p.11, todos os grifos: ivony)
O autor fala de “muita conversa fiada sobre a possibilidade de uma solução tecnológica” e
destaca que “Atualmente, as esperanças estão concentradas no capitalismo “baseado no
conhecimento” (em primeiro plano, a engenharia biomédica, a engenharia genética e a inteligência
artificial).” (p. 11).
 Encaminhando-se para finalizar, ele analisa a “esquerda tradicional (partidos políticos e
sindicatos), há 30anos derrotadas pelos ataques ideológicos e políticos da direita. Enfatiza “o
colapso estigmatizado do comunismo realmente existente e a “morte do marxismo” (aspas do autor)
depois de 1989, pioraram ainda mais a situação. Hoje o que resta da esquerda radical (…)” 
Harvey relata e opina sobre posições discordantes do espectro à esquerda, e fecha o
parágrafo dessa forma:
 “Mas uma vez que essa esquerda tenta mudar o mundo sem tomar o poder, uma classe
capitalista plutocrática* cada vez mais consolidada permanece inconteste em sua capacidade de
dominar o mundo sem restrições. Esta nova classe dominante é apoiada por um Estado* de
segurança e vigilância que não é em absoluto contrário ao uso do poder de polícia para dominar
qualquer forma de dissidência em nome do antiterrorismo.” p.12 (PRESTEM ATENÇÃO NA
COMPOSIÇÃO do parágrafo! (*) Perda da soberania estatal para os Credores Privados = Capital Financeiro no
comando. Ver BAUMAN, Zymunt. Capitalismo Parasitário e outros temas contemporâneos. Rio, RJ, Zahar,
2010.)
“Foi nesse contexto que escrevi este livro. A abordagem que adotei é pouco convencional,
visto que segue o método de Marx, mas não necessariamente seus preceitos, e receio que, por
conta disso, os leitores se sintam desestimulados a aceitar zelosamente os argumentos expostos
aqui. (…)” (p.12)
“(…) Precisamos de um fórum aberto – de uma assembleia global por assim dizer – para
refletir em que ponto se encontra o capitalismo para onde se encaminha* e o que se deveria
fazer a esse respeito. Espero que este livro sucinto possa contribuir para o debate. New York,
janeiro de 2014. “ (p. 13) (negrito, itálico, sublinhados: Ivony, (*) Ver citação bibliográfica na
última página destas anotações.)
INTRODUÇÃO SOBRE A CONTRADIÇÃO – DESTAQUES: 
“O conceito de contradição é usado na língua inglesa de duas maneiras básicas. A mais
óbvia e mais comum deriva da lógica aristotélica,* em que duas declarações são consideradas tão
conflituosas que ambas possivelmente não podem ser verdadeiras.(…)” p.15. 
* No rastro de Aristóteles, permitam-me caros colegas de grupo colocar: “A Verdade não pode
existir em coisas que divergem” (São Jerônimo); e, “Não se opor ao erro é aprová-lo. Não defender
a Verdade é negá-la.” (São Tomás de Aquino) Ainda: Verbete Contradição, 5) LÓGICA: Oposição
entre a proposição universal afirmativa, e a proposição particular negativa; ou entre a proposição
universal negativa e a proposição particular afirmativa pela qual se excluem recíproca e
necessariamente os seus valores de verdade. (Aurélio, 2009).
“O segundo uso do termo “contradição” acontece quando duas forças aparentemente
opostas estão presentes ao mesmo tempo em determinada situação, entidade, processo ou
evento. (…)” p.15. (grifos ivony)
No restante da pag. 15 e em toda a pg. 16, o autor ilustra com exemplos individuais,
pessoais, etc, diversas situações de oposição, o que me fez deduzir que seria para “formatar” o
aspecto do conceito de contradição com o qual vai trabalhar. Daí, resolvi continuar a “ficha”:
 “Há uma forte elemento subjetivo quando se trata de definir e sentir o poder das
contradições. (…) contradições latentes podem se intensificar de repente e gerar crises violentas
(..)”
“Contradições não são todas ruins, e não é minha intenção insinuar conotações
automaticamente negativas. Elas podem ser uma fonte fecunda de mudanças pessoais e sociais. (…)
Podemos usá-las de forma criativa. Inovar é uma das maneiras de sair de uma contradição.(…)”
p.16; Podemos adaptar nossas ideias e práticas às novas circunstâncias e aprender com a
experiência a ser pessoas melhores e mais tolerantes.(…) p.17” (*****)
 HARVEY retorna, na p.17, a exemplos “de adaptação” individual, familiares, de
vizinhança e diz: “Esse tipo de adaptação pode acontecer em escala tanto macroeconômica, como
individual. A Grã-Bretanha, por exemplo, numa situação contraditória no início do século XVIII
(…)” Resumo: a disputa acirrada pela terra: produzir alimentos ou carvão? Solução; escavar minas
e usar terra para produção de alimentos. O autor destaca (e prepara?): 
“Posteriormente, a invenção da máquina a vapor ajudou a revolucionar o capitalismo vigente
(…) A contradição pode ser a “mãe da invenção”. (aspas do autor) mas devemos ressaltar algo
importante aqui: o recurso aos combustíveis fósseis aliviou uma contradição, mas hoje, séculos
depois, tornou-se o pivô de outra contradição entre o uso de combustíveis fósseis e as mudanças
climáticas. as contradições têm o péssimo hábito de não se resolverem, apenas se deslocarem.
Guardemos BEM ESSE PRINCÍPIO PORQUE VOLTAREMOS MUITAS VEZES A ELE.
(p.17) (negrito, maiúsculas, Ivony, e digo: atenção para o penúltimo parágrafo dessa página 17):
“As contradições do capital têm gerado inovações, e muitas delas têm melhorado a qualidade da
vida cotidiana. Contradições, quando levam a uma crise do capital, produzem momentos de
“destruição criativa”. É raro que o que se cria e o que se destrói seja predeterminado, e é raro que
tudo que se cria seja ruim e tudo que era bom seja destruído. E é raro que as contradições sejam
totalmente resolvidas. Crises são momentos de transformação em que o capital e se transforma em
outra coisa. E essa “outra coisa” (aspas do autor) pode ser melhor ou pior para as pessoas, mesmo
que estabilize a reprodução do capital. Mas crises também são momentos de perigo quando a
reprodução do capital é ameaçada por contradições subjacentes.” (p.17) Analisem este parágrafo!
“Neste estudo baseio-me na concepção dialética da contradição, e não na lógica aristotélica.
Não quero dizer com isso que a definição de Aristóteles seja errada. As duas definições –
aparentemente contraditórias – são autônomas e compatíveis. Apenas se referem a circunstâncias
diferentes. Acredito que a concepção dialética seja rica em possibilidades e é mais fácil trabalhar
com ela.” (p.17).” Mas, HARVEY alerta no final dessa página:
“No entanto, primeiro devo explorar o que talvez seja a contradição mais importante
de todas: aquela entre realidade e aparências no mundo em que vivemos.” (p.17, grifo Ivony)
“De forma memorável, Marx nos aconselha que o que importa é transformar o mundo e não
interpretá-lo. Mas, quando olho o conjunto dos seus escritos, vejo que ele passou a maior parte*
do seu tempo na Biblioteca do Museu Britânico tentando interpretar o mundo. (…) p. 18.
 (*) Pergunto se o grupo buscou alguma informação bibliográfica sobre Marx? 
Utilizando o conceito de fetichismo* Harvey ilustra com exemplos diversos a contradição
entre realidade e aparência, ao longo das páginas 18 e 19.
 Lembremos que na obra O Capital (Livro I) Marx usa o conceito de *“Fetiche” (feitiço)
após construir sua Teoria do Valor Trabalho (a qual envolve: Valor de Uso, Valor de Troca e Valor)
para culminar sua demonstração de como a dinâmica da sociedade capitalista encobre,
escamoteia (escamotear: fazer desaparecer sem que se perceba)o trabalho humano contido em
todas as mercadorias. 
 E aqui simplifico e sintetizo: do campo (cadeia agrícola e agropecuária) às minas (cadeia
extrativa) e em toda cadeia industrial, além da “cadeia de Serviços” e, digo agora a “cadeia da Arte:
TRABALHO MANUAL E INTELECTUAL + NATUREZA = ESSÊNCIA da atividade produtiva
da Humanidade.
 Quero encerrar estas anotações/observações: primeiro, esperando que elas consigam
motivar o grupo ao trabalho de “dissecar” o que reúno como objeto delas: a Contradição
Mutável 8, o Prólogo e a Introdução à Contradição (informo que reli as CtM: 9,10 e 11, e li
também as Ct. Fundamental 1 e 2, e até vou reler) , e,
 segundo, enfocando, enfocando o que, neste final da “Introdução à Contradição”parece
contribuir para formatarmos uma noção inicial do caminho teórico que David Harvey constrói e
que é o objeto de de seu trabalho (e o objetivo?) no livro de sua autoria.
Entretanto, por cautela e ética (primeiro devo ler o livro todo), não vou expressar o que, até
este ponto de leitura, a intuição me sugere. Implica esforço e dedicação, que só valeria se a Profa.
Gelfa e todo o grupo, após a leitura destas anotações, acharem que há condições de continuidade –
até meados de dezembro. Mas, recomendo e não tenho dúvida de que o livro deve ser estudado
pelos alunos que vão prosseguir na formação acadêmica, quanto pelos que vão exercer a profissão
objeto do seu bacharelado ou mestrado.
Vejamos os parágrafos finais do David Harvey:
 “Neste livro, tentarei mostrar o que está por trás do fetichismo e identificar as forças
contraditórias que obstruem o motor econômico que move o capitalismo. Faço isso porque
acredito que a maioria das explicações acessíveis sobre o que está acontecendo estão
profundamente equivocadas: reproduzem o fetichismo e não ajudam a dispersar a neblina da má
compreensão.” (p.19) Palavra-chave: motor econômico;
ATENÇÃO: a seguir o autor faz o que chamo de esclarecimento, no qual formata seu
conceito de capitalismo (até apresenta o porquê ) após dizer que sua “investigação VISA o capital”
(objeto de trabalho??) mas não apresenta seu conceito de capital.
- “Aqui, no entanto, faço uma distinção clara entre capitalismo e capital. Esta investigação visa o
capital não o capitalismo. E o que implica tal distinção? Por capitalismo designo qualquer
formação social em que os processos de circulação e acumulação do capital são hegemônicos e
dominantes no fornecimento e moldagem das bases materiais, sociais e intelectuais da vida social.
O capitalismo é cheio de contradições, contudo muitas não têm nada a ver diretamente com a
acumulação do capital. (…)” ( p. 20) (analisem este conceito!!!)
- “Em certos círculos, é comum tachar estudos como este de “CAPITALCẼNTRICOS”* (aspa do
autor, maiúsculas iy) Além de não ver nada de errado com tais estudos (…) considero imperativo
que tenhamos muito mais estudos capitalcêntricos sofisticados e profundos para facilitar um melhor
entendimento dos problemas que a acumulação de capital tem enfrentado. De que outro modo
podemos interpretar o problema persistente do desemprego em massa, a espiral descendente do
desenvolvimento econômico na Europa e no Japão, os solavancos da China, da Índia e de outros
países do chamado grupo dos Brics {Brasil, Rússia, Índia e China]? (…) É certamente míope, se
não perigoso e ridículo, descartar as interpretações e teorias a respeito do funcionamento do motor
econômico da acumulação do capital em relação à atual conjuntura por serem “capitalcêntricas.*
Sem estudos desse tipo, provavelmente faremos leituras leitura e interpretações equivocadas dos
eventos ao nosso redor. (…)” (p. 22)
Talvez o livro que cito a seguir, possa ser enquadrado nessa classificação. Eu o tenho
mas não li, embora tenha sido recomendado por um diretor-presidente de cooperativa de crédito.
Atrás, indiquei O Capital Parasitário, de BAUMAN, Z., (li e tenho) o qual, juntamente com
MESZAROS, Istvàn, Para Além do Capital, Rumo a uma teoria da transição (Não tenho e não li),
logicamente, não constam na Bibliografia do David Harvey.
(*) YUNUS, Muhammad (1940-) Um mundo sem pobreza. A empresa social e o futuro do
capitalismo. SP, Ática, 2008. Prêmio Nobel da Paz. Talvez este livro se enquadre nessa
classificação! Confesso que, ainda, não o li, mas o farei se GELFA E O GRUPO
DECIDIREM . JP/PB, 16/11/2021, Ivony 
João Pessoa,16 e 17 de novembro de 2021, reunião e elaboração destas “notas”. Ivony Lídia

Continue navegando