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Hanseníase: história, características e tratamento

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“Eu te proíbo de visitar uma igreja, um mosteiro, um mercado, um 
moinho, uma feira ou uma reunião de pessoas. Eu te proíbo de deixar 
sua casa sem as roupas ou sapatos apropriados. Eu te proíbo de lavar 
mãos ou outras coisas ou mesmo beber em rios ou fontes, a não ser 
que você use seu próprio vaso. Eu te proíbo de tocar algo durante 
uma compra ou troca que ainda não te pertença. Eu te proíbo de 
entrar numa pensão; e quando comprar ou receber vinho, ele tem de 
ser servido em seu próprio copo. Se conversarem com você na rua, eu 
te obrigo a responder de forma que esteja contra o vento. Eu te proíbo 
de entrar numa ruela para evitar contato com cidadãos. Eu te proíbo 
de tocar a beira ou a corda de um poço, a não ser que você use luvas. 
Eu te proíbo de tocar em crianças, ou mesmo lhe entregar-lhes algo 
com as mãos. Eu te proíbo de beber ou comer de outra vasilha que 
não seja a sua.” 
(Missa de separação, Inglaterra, Séc XIII) 
O doente com manchas suspeitas deveria ser analisado por alguns 
dias pelo sacerdote. Se constatada a doença, a regra dura. O doente 
seria declarado impuro, deveria usar roupas rasgadas, andará 
descabelado, cobrir a parte inferior do rosto e gritar: “Impuro!” 
Deveria viver separado, fora das aldeias. 
(Bíblia) 
- Características: 
• Diagnóstico: sacerdote. 
• Isolamento das pessoas diagnosticadas: 
1. reclusão do resto da população 
2. missa de separação 
3. morte social. 
4. uso do sino ou guizo para anunciar sua chegada. 
5. veste específica: roupa rasgada. 
6. lesões na pele: associado a impurezas. 
- Uso do termo lepra: termo proibido por lei, pois é um termo 
pejorativo. 
- Brasil: 
• Isolamento compulsório em leprosário colônia (decreto 
16.300 de 1923): em 1949, o isolamento forçado dos 
hansenianos em leprosário virou lei federal, e em 1920 4 
1950, foram inaugurados quarentas asilos-colônias 
(leprosários) no Brasil, na época do governo Getúlio 
Vargas. 
• Polícia sanitarista: havia inspetores de saúde que 
detectavam possíveis portadores da doença e os 
encaminhava ás vezes com uso da força para leprosários. 
• Filhos separados: a legislação permitia separar os filhos 
dos pacientes ainda bebês, que eram enviados em cestos 
a educandários e preventórios, lugar semelhante a 
creches e voltadas para crianças consideradas órfãs 
mesmo com pais vivos. 
• 1940: uso da sulfona como tratamento. 
• 1950: extingue-se a obrigatoriedade do isolamento 
compulsório. 
• Lei n° 9010 de 29 março de 1995: dispõe sobre a 
terminologia oficial relativa á hanseníase. 
 
 
Paciente, 65 anos, sexo feminino, 78kg, compareceu à consulta 
de Enfermagem, para dar início ao tratamento de hanseníase 
Multibacilar, prescrito pelo médico. Esta compareceu 
acompanhada do companheiro, e afirmou não possuir muito 
conhecimento sobre a doença, e que estava bastante 
assustada sem saber o que fazer. Sendo assim, o(a) 
Enfermeiro(a) pediu para que esta dissesse quais os pontos 
que está mais desconhecia, e temia. 
Dados clínicos: Hanseníase tuberculóide. Poliquimioterapia 
Multibacilar (PQT/MB) – 6 meses. Índice Baciloscópico 0 (zero). 
 
- Doença crônica infeciosa. 
- Agente etiológico: Mycobacterium leprae, que infecta nervos 
periféricos, mais espeficimanete as células de schawann. 
- Mycobacterium leprae: parasita intracelular obrigatório 
(células de Schwann e as células de Langerhans). 
- Fonte de infecção: homem 
- Transmissão: 
 
• Vias respiratórias superiores (tosse, espirro) e convívio 
prolongado com pessoas doentes sem tratamento. 
 
 
 
 
 
• Há pessoas sensíveis e pessoas resistente ao bacilo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Sensíveis: déficit de macrófagos (condição genética), 
desenvolve a doença. Assim, familiares de pessoas com 
hanseníase tem maior chance de adoecer. 
2. Resistente: regressão da doença de forma natural a ter 
contato com o bacilo. 
 Nota: hanseníase ≠ tuberculose 
 Hanseníase (não é letal mas incapacita) Tuberculose ( letal) 
- Acomete: nervos superficiais da pele e troncos nervosos 
periféricos. 
- Tratamento poliquimioterápico: paciente deixa de transmitir 
a doença em poucos dias e se cura. 
- Características: 
• Evolução lenta e progressiva. 
1. Multiplicação ocorre por divisão binária a cada 11 a 16 
dias/ 12 a 21 dias. 
2. Longo período de incubação: 2-10 anos. 
 
Figura 1 – Fotos de uma criança com hanseníase, na fase inicial da 
doença, e sua evolução lenta e progressiva. 
• Resulta em incapacidades físicas 
• Doença sistêmica (bacilo não está localizado somente na 
lesão). 
- Sinais: 
• Lesão(ões) e/ ou áreas da pele, com alteração da 
sensibilidade. 
• Acometimento de nervo (s) periférico (s) com 
espessamento associado a alterações sensitivas e/ou 
motoras e/ou autonômicas. 
• Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico ou na 
biópsia de pele. 
1. avalia as células da lesão na pele, porém caso não seja 
encontrado na pele, não significa necessariamente que 
não tem hanseníase. 
2. Baciloscopia zero: sem transmissão, mas não significa que 
não está doente. 
- SUS: pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a 
tratamento gratuito com a poliquimioterapia, disponível em 
qualquer unidade de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Dermatológicos: 
• Lesão de pele com alteração de sensibilidade e/ou 
(dolorosa, calor, tato). 
• Machas esbranquiçadas (hipocrômicas). 
Penetração do 
bacilo no 
organismo 
Defesa eficaz 
Defesa 
parcialmente eficaz 
Defesa 
intermediária 
Ausência de 
defesa 
Cura 
espontânea 
 
Doença 
localizada 
Doença 
intermediária 
Doença 
genelarizada 
HI/HT 
HB 
HV 
- Anamnese. 
1. Eliminar qualquer possibilidade de 
sentimento de preconceito. 
2. Explicar sobre a doença (enfatizar 
que tem cura, tratamento gratuito 
pelo SUS). 
3. Alertar a importância de adesão ao 
tratamento para evitar resistência e 
falência. 
4. Informar sobre a transmissão. 
 
• Manchas discrômicas/ pigmentares (acastanhadas, 
avermelhadas) 
• Placa: única ou múltiplas formando aglomerados
• Reação inflamatória com aumento da espessura e 
consistência da pele. 
1. Pele dura e quente (sinal de inflamação). 
• Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não (mais 
palpável que visível).
• Pele infiltrada: avermelhada, com diminuição ou ausência 
de suor no local. 
 
 
 
 
 
- Neurológico: 
 
• Dor e espessamento dos nervos periféricos. 
 
1. Bacilo se aloja do nervo. 
2. Edema (espessamento neural ): acúmulo de células 
imunológicas, assim o comando neural não passa. 
• Alteração da sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, 
principalmente (olhos, mãos, pés). 
 
• Diminuição ou perda da força muscular inervada pelos 
nervos, principalmente (pálpebras, MMSS e MMII). 
- Outras queixas: 
• Formigamento, choques e câimbras nos braços e nas 
pernas, que evoluem para dormência (pessoa se queima 
ou se machuca sem perceber). 
• Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, 
especialmente nas sobrancelhas (madarose). 
• Edema de mãos e pés, com cianose e ressecamento da 
pele. 
• Febre e artralgia associado a caroços doloroso de 
aparecimento súbito. 
• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz. 
• Ressecamento e sensação de areia nos olhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Informar sobre as reações medicamentosas mais 
comuns. 
6. Esclarecer que todos os focos da doença devem ser 
eliminados, e que o bacilo pode também estar presente 
em seus familiares (com ou sem sintoma) por isso todos 
devem ser examinados e acompanhados por no mínimo 
5 anos. 
7. O paciente será atendido uma vez no mês durante o 
tratamento, e em caso de dúvida relacionada á doença 
ou ao tratamento terá pronto atendimento na UBS, o 
que faz adquirirconfiança no paciente a fazer todo o 
tratamento, diminuindo o risco de abandono. 
- Inspeção da superfície corporal. 
• Avaliar todas as lesões (despir o paciente em partes) 
- Exame de sensibilidade na lesão 
Explicar o procedimento para o paciente com os olhos abertos 
(compreender o exame) e depois o exame deverá ser feito 
com os olhos fechados. 
Realiza-se o teste em áreas suspeitas (lesões). 
Evitar áreas calosas. 
Perda da sensibilidade térmica, dolorosa e/ou tátil , 
caracterizasse como hanseníase. 
• Térmica: 
 
 
1. Utiliza-se tubos de ensaio com água aquecida e fria. 
2. Fazer o teste na área com lesão e na área normal (se 
houver diferença de sensibilidade, é sinal de alteração). 
NÃO NECESSITANDO FAZER O TESTE DE 
SENSIBILIDADE DOLORSA E TÁTIL. 
3. Perguntar o que o paciente sente (morno, frio ou 
quente). 
4. Caso não se tenha tubo de vidro, pode-se utilizar 
algodão com éter para simular “frio” e um algodão seco 
para simular o “quente” 
• Álgica (dolorosa): 
 
1. Uso de agulha (trocada a cada paciente). 
2. Encostar a ponta da agulha na lesão com uma leve 
pressão, para não perfurar. 
3. Alternar entre ponta da agulha e o cabo da agulha 
(parte plástica), para analisar se o paciente identifica 
diferença. 
4. Anestesia (insensibilidade) ou hipoestesia (sensibilidade 
diminuída confirma diagnóstico de hanseníase. 
• Tátil: 
 
 
 
 
 
 
 
1. Uso algodão, fio dental ou monofilamento verde 0,05g. 
2. Permite avaliar sensibilidade protetora das mãos e pés. 
- Exame dos troncos nervosos 
- Prova da histamina exógena: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Avalia a resposta vasorreflexa a droga, indicando a 
integridade do SNA de dilatar os vasos cutâneos 
superficiais o que resulta em eritema. 
• Traça-se uma reta na pele do paciente utilizando um 
instrumento rombo (tampa de caneta, cotonete, chave, 
etc). O traçado deve ser aplicado com força moderada e 
de maneira contínua, iniciando na região normal, 
passando pela área de lesão (bacilo pode estar presente) 
e terminando distalmente sobre a área de normalidade. 
• Histamina: dilatam os vasos. 
• Sem eritema: sugestivo de hanseníase. 
• Normal: linha contínua vermelha (reação inflamatória) 
• Anormal: linha não fica contínua (linha falhada). 
• Teste deve ser feito em área da pele não comprometida, 
para controle positivo. 
- Avaliação da sudorese (teste do iodo-amido): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Hanseníase resulta em alteração da função sudoral (suor). 
• Percebido por achados de áreas secas que geralmente 
tornam-se mais evidentes porque não permitem 
acumular poeira. 
• Avalia a SNA simpático, responsável pela sudorese. 
Observa-se ilhas de anidrose e/ou hipoidrose. 
 
 
 EXAMES SUBSIDIÁRIOS 
Os resultados desses exames devem ser relacionados com o 
estado clínico do paciente. 
 Nota: 
- na maior parte dos casos os exames subsidiários não são necessários para 
diagnóstico e classificação dos doentes. Sempre interprete os resultados de 
exames laboratoriais associados ao quadro clínico do doente, para não correr 
o risco de cometer erro diagnóstico e de classificação. Havendo dúvidas 
quanto à classificação para fins de tratamento (PB ou MB), após a 
confirmação do diagnóstico pela história clínica e exame físico, sobretudo em 
adultos, descreva seus achados na ficha de notificação e trate o paciente 
como MB. 
 
- Baciloscopia de esfregaço intradérmico: 
Não pode ter sangue, pois não consegue se observar o bacilo 
(provocar isquemia). 
 
 
 
• Paciente paucibacilar (PB): 
1. H. ideterminada ou H.tuberculóide 
2. Baciloscopia é negativa. 
3. Baciloscopia positiva (reclassificar o doente como MB) 
• Paciente multibacilar 
1. H. dimorfa e H. virchowiana. 
2. Baciloscopia positiva se for negativa (levar em 
consideração o quadro clínico para diagnóstico e 
classificação do doente). 
 
 Nota: resultado negativo não exclui o diagnóstico clínico da 
hanseníase, e nem classifica o doente obrigatoriamente como PB. 
 
 
 Nota: O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história 
de evolução da lesão, epidemiologia e no exame físico (nervos periféricos 
espessados e/ou lesões de pele ou áreas de pele com alterações de 
sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil, alterações autonômicas 
circunscritas quanto à reflexia à histamina e/ou à sudorese). Em algumas 
situações, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser 
necessários para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos considerar 
as limitações desses exames, valorizando essencialmente os achados clínicos 
encontrados. 
 
 
- Exame histopatológico (biópsia de pele): 
 Resultados negativos para baciloscopia da biópsia NÃO 
excluem o diagnóstico clínico da hanseníase. Em pacientes 
com clínica de hanseníase multibacilar, desconsidere a 
baciloscopia da biópsia e trate-os como MB. 
 DISPONÍVEL NO SUS 
- Histopatológico de pele e nervos. 
- Eletroneuromiografia. 
 UTILIZADOS EM PESQUISA 
- Ultrassom de nervos. 
- Teste para pesquisa de antígenos. 
- Sorologia (IgM/IgG). 
 Nota: não existe teste de exame de sangue para diagnosticar 
hanseníase. 
- Paucibacilares (PB) H. INDETERMINADA/ H. TUBERCULÓIDE: 
• Defesa eficaz. 
• Presença de até 5 lesões de pele com baciloscopia de 
raspado intradérmico negativo. 
• Doença localizada em uma região anatômica e/ou tronco 
nervoso comprometido. 
 Nota: Os exames subsidiários raramente são necessários para o 
diagnóstico, pois sempre há perda total de sensibilidade, associada ou não à 
alteração de função motora, porém de forma localizada. 
- Multibacilares (MB) H. DIMORFA/ D. VIRCHOWIANA: 
• Defesa ineficaz. 
• Presença de seis ou mais lesões de pele OU baciloscopia 
de raspado intradérmico positiva (independe no número 
de lesões) 
• Doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou 
mais de um tronco nervoso comprometido. 
 
 
- HANSENÍASE INDETERMINADA 
 
• Todos os pacientes passam por essa fase no início da 
doença (pode ou não ser perceptível). 
• Fonte de infecção: paciente com h.multibacilar não 
diagnosticado. 
• Lesão na pele: 
1. Única 
2. Mancha branca sem relevo 
3. Bordas mal delimitada. 
4. Seca (não pega poeira). 
5. Perda da sensibilidade térmica e/ou dolorosa mais a tátil 
é preservada. 
• Prova de histamina incompleta. 
• Biópsia de pele frequentemente não confirma 
diagnóstico. 
• Não há espessamento neural e deformidades. 
• Baciloscopia: negativa. 
- HANSENÍASE TUBERCULÓIDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Incubação: 5 anos. 
• Lesão: placa (mancha elevada) totalmente anestésica. 
1. Placa com borda elevada, bem delimitada e com 
centro claro. 
2. Placa (anel ou círculo) 
• Baciloscopia: negativa. 
- HANSENÍASE DIMORFA 
 
 
• Múltiplas lesões: 
1. Manchas de pele avermelhada ou esbranquiçada 
com borda elevada, mal delimitada na periferia. 
2. Lesões pré-foveolares: eritematosas, planas com 
centro claro). 
3. Perda parcial ou total da sensibilidade. 
4. Diminuição de funções autonômicas (sudorese e 
vasorreflexia á histamina). 
5. Forma mais comum de apresentação da doença 
(mais de 70% dos casos). 
6. Ocorre, normalmente após um longo período de 
incubação. (10 anos ou mais). 
7. Baciloscopia: positiva, exceto em casos raros onde o 
bacilo está confinado nos nervos. 
- HANSENÍASE VIRCHOWIANA 
 
 
• Forma mais contagiosa da doença. 
• Pele avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros 
apresentam-se dilatador (aspecto de “casca de laranja”). 
• Caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e 
assintomáticos (hansenomas). 
• Faseavançada: perda da sobrancelha (madarose) e dos 
cílios, além de outros pelos, exceto do couro cabeludo. 
• Nariz congesto, pés e mãos arroxeados e edemaciados, e 
pele e olhos secos. 
• Suor diminuído ou ausente de forma generalizada. 
• Câimbras e formigamentos nas mãos e nós pés. 
• Dor nas articulações. 
• Pacientes jovens: dor testicular. 
• Idoso masculino: comprometimento do testículo 
(infertilidade), ginecomastia (crescimento das mamas) e 
impotência. 
• Nervos periféricos e seus ramos: simetricamente 
espessado. 
- Poliquimioterápico: associação de medicamentos. 
• Rifampicina (verificar alergia sulfa ou rifampicina) 
• Dapsona 
• Clofazimina 
 
 
 
 
 
- Hanseníase paucibacilar: 
dose mensal supervisionada 
• 600 mg de Rifampicina. 
• 100 mg de Dapsona. 
• 300 mg de Clofazimina. 
dose mensal domiciliar (diariamente) 
• 100 mg Dapsona 
• 300 mg de Clofazimina 
Obs: caso a Dapsona presice ser suspensa, deverá ser 
substituída pela Clofazimina 50 mg por dia e o paciente 
tomará 300 mg uma vez por mês na dose supervisionada. 
• Tempo de tratamento: 6 meses (6 cartelas). 
• Critério de alta: 6 doses supervisionada em até 9 meses. 
- Hanseníase multibacilar: 
dose mensal supervisionada 
• 600 mg de Rifampicina. 
• 100 mg de Dapsona. 
• 300 mg de Clofazimina. 
dose mensal domiciliar (diariamente) 
• 100 mg Dapsona 
• 50 mg de Clofazimina . 
Obs: Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser 
substituída pela Ofloxacina 400 mg (na dose supervisionada e 
diariamente) ou pela Minociclina 100 mg (na dose 
supervisionada e diariamente). 
• Tempo de tratamento: 12 meses (12 cartelas). 
• Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 
meses. 
- Caso de náuseas: administrar metoclopramida uma hora 
antes de tomar o medicamento. 
- As medicações devem ser tomadas 2 horas após o almoço, 
para evitar intolerância gástrica. 
- Tratamento (crianças): considerar peso corporal. 
• Superior a 50 kg: mesmo do adulto. 
• 30-50 kg: cartelas infantis (marrom/azul) 
Menor que 30 kg: ajustar dose. 
 
 
 
 
 
- Exame de todos os contatos. 
• De pessoas que conviveram ou convivem de forma 
prolongada com o caso novo de hanseníase 
diagnosticado. 
• Investigar a doença em estágio inicial. 
• Quebrar a cadeia de transmissão da doença. 
• Descobrir fonte de infecção familiar (5 anos anteriores) e 
social (contato próximo ou prolongado com pacientes 
não tratados). 
- Investigação epidemiológica: 
• Anamnese dirigida aos sinais e sintomas. 
• Exame dermatoneurológico. 
• Vacina BCG para contatos sem presença de sinais e 
sintomas da hanseníase, pois oferece proteção contra 
hanseníase e abrevia o tempo de incubação da doença. 
1. Crianças maiores de 1 anos vacinadas ao nascer recebem 
segunda dose. 
2. Doentes em tratamento ou já tratados para tuberculose 
não necessitam de vacinação profilática. 
3. 1 cicatriz: recebe mais uma dose. 
2 cicatrizes: não recebe dose. 
 Nota: Atenção especial deve ser dada aos familiares do doente 
(pais, irmãos, avós, netos, tios, etc.), por estarem inclusos no grupo de maior 
risco de adoecimento, mesmo que não residam no mesmo domicílio 
 
 Nota: Hanseníase não gera imunidade, assim pode ter também 
outra infecção, só que será mais tardio. 
 
 
 
- Preencher a ficha de avaliação neurológica. 
• Avalia as respostas e a data que foi realizado o exame. 
- Nariz: examinar se o paciente tem ressecamento na mucosa 
ou ferida no interior do nariz, com auxílio de cotonete. 
- Olhos: observar o fechamento dos olhos, observando se 
ocorre fendas ( caso ocorra, deve colocar em milímetro o 
tamanho da fenda). 
• Examinar pálpebras para observar presença de: 
1. Triquíase: cílios crescem com desvio dentro do globo 
ocular. 
2. Ectrópio: pálpebra se dobra para fora. 
3. Sensibilidade da córnea: fio dental na periferia 
observando se o piscar é demorado/imediato ou se o 
paciente não pisca. 
4. Opacidade da córnea: observar brilho e transparência da 
córnea. 
5. Catarata. 
6. Acuidade visual (cartela de snellen). 
• Membros superiores: 
1. Nervo ulnar: paciente com o braço no ângulo de 90°. 
2. Nervo mediano: 
3. Nervo radial: 
4. Força muscular nervo ulnar abdução do quinto dedo: 
aplicar uma força contrária e o paciente tenta abrir o 
dentro de fora para dentro. 
FOCOMELIA 
 
5. Abdução do polegar: o paciente tenta elevar em uma 
força perpendicular, enquanto se aplica uma força 
contrária. 
6. Extensão do punho (nervo radial): elevar o punho 
enquanto exercita força para baixo. 
7. Inspeção e avaliação sensitiva ( monofilamento dos tubos 
(verde): aplicando força até encurva-lo. Na ficha é 
aplicado a cor do monofilamento no qual o paciente 
sentiu o toque. 
• Membros inferiores: o ideal é que seja em uma maca, mas 
se não estiver a disposição, pode ser feito em uma 
cadeira. 
1. Palpação do nervo fibular 
2. Palpação do nervo tibial posterior 
3. Avaliação da força muscular: elevar o hálux, após uma 
força contrária aplicada. Elevação do pé (dorsoflexão) , 
após força contrária. 
4. Inspeção e avaliação sensitiva. 
 
- Fenômeno de aumento da atividade da doença, com piora 
clínica. 
- Reação de hipersensibilidade associado a resposta imune 
celular aos antígenos do M.leprae. 
 
- Ocorre: antes, durante ou após o tratamento. 
- Causa: inflamação aguda causada pela atuação do sistema 
imunológico do hospedeiro atacando o bacilo (lixo bacilar). 
- Sintomas: afeta pele e os nervos. 
• Calor 
• Rubor 
• Edema (pressão do nervo) 
• Perda de função sensitiva e/ou motora (inflamação do 
nervo) 
 
- Mais frequente em pacientes multibacilar. 
- Fatores precipitantes: 
• Gravidez. 
• Alteração hormonal. 
• Infecções intercorrentes. 
• Vacinação (Ex: BCG). 
• Cirurgias. 
• Alcoolismo. 
• Estresse físico e/ou psicológico. 
- TIPO 1: 
 
• Lesões de pele mais avermelhadas e inchadas. 
• Nervos periféricos dolorosos. 
• Piora dos sinais neurológicos (perda da sensibilidade ou 
perda da função muscular das mãos e pés). 
• Surgimento de novas lesões de pele em até 5 anos após 
a alta medicamentosa. 
• Edema de extremidades. 
• Tratamento: 
1. Prednisona 1 mg/kg/dia via oral (dose única diária) 
2. Dexametasona 0,15 mg/kg/dia em casos de doentes 
hipertensos ou cardiopatas. 
3. Manter dose inicial até regressão clínica. 
4. Reduzir a dose em intervalos fixos e quantidade 
predeterminada (10 mg/mês). 
- TIPO 2 (ERITEMA NODOSO HANSÊNICO): 
 
 
• Novas manchas ou “caroços” na pele, dolorosos e 
avermelhados, às vezes ulcerados. 
• Febre, mal-estar e dor nas articulações. 
• Dor nos nervos periféricos (mãos e pés) 
• Comprometimento dos olhos. 
• Comprometimento sistêmico. 
• Tratamento: 
1. Talidomida 100 a 400 mg/dia. 
2. Proibido para mulheres em idade fértil (efeito 
teratogênico) 
⇾ Excluir gravidez atual 
⇾ Uso no mínimo de 2 métodos contraceptivos 
onde 1 tem que ser de barreira. 
3. Mulheres idade fértil: pentoxifilinina 
400 mg 3 x ao dia.

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