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“Eu te proíbo de visitar uma igreja, um mosteiro, um mercado, um moinho, uma feira ou uma reunião de pessoas. Eu te proíbo de deixar sua casa sem as roupas ou sapatos apropriados. Eu te proíbo de lavar mãos ou outras coisas ou mesmo beber em rios ou fontes, a não ser que você use seu próprio vaso. Eu te proíbo de tocar algo durante uma compra ou troca que ainda não te pertença. Eu te proíbo de entrar numa pensão; e quando comprar ou receber vinho, ele tem de ser servido em seu próprio copo. Se conversarem com você na rua, eu te obrigo a responder de forma que esteja contra o vento. Eu te proíbo de entrar numa ruela para evitar contato com cidadãos. Eu te proíbo de tocar a beira ou a corda de um poço, a não ser que você use luvas. Eu te proíbo de tocar em crianças, ou mesmo lhe entregar-lhes algo com as mãos. Eu te proíbo de beber ou comer de outra vasilha que não seja a sua.” (Missa de separação, Inglaterra, Séc XIII) O doente com manchas suspeitas deveria ser analisado por alguns dias pelo sacerdote. Se constatada a doença, a regra dura. O doente seria declarado impuro, deveria usar roupas rasgadas, andará descabelado, cobrir a parte inferior do rosto e gritar: “Impuro!” Deveria viver separado, fora das aldeias. (Bíblia) - Características: • Diagnóstico: sacerdote. • Isolamento das pessoas diagnosticadas: 1. reclusão do resto da população 2. missa de separação 3. morte social. 4. uso do sino ou guizo para anunciar sua chegada. 5. veste específica: roupa rasgada. 6. lesões na pele: associado a impurezas. - Uso do termo lepra: termo proibido por lei, pois é um termo pejorativo. - Brasil: • Isolamento compulsório em leprosário colônia (decreto 16.300 de 1923): em 1949, o isolamento forçado dos hansenianos em leprosário virou lei federal, e em 1920 4 1950, foram inaugurados quarentas asilos-colônias (leprosários) no Brasil, na época do governo Getúlio Vargas. • Polícia sanitarista: havia inspetores de saúde que detectavam possíveis portadores da doença e os encaminhava ás vezes com uso da força para leprosários. • Filhos separados: a legislação permitia separar os filhos dos pacientes ainda bebês, que eram enviados em cestos a educandários e preventórios, lugar semelhante a creches e voltadas para crianças consideradas órfãs mesmo com pais vivos. • 1940: uso da sulfona como tratamento. • 1950: extingue-se a obrigatoriedade do isolamento compulsório. • Lei n° 9010 de 29 março de 1995: dispõe sobre a terminologia oficial relativa á hanseníase. Paciente, 65 anos, sexo feminino, 78kg, compareceu à consulta de Enfermagem, para dar início ao tratamento de hanseníase Multibacilar, prescrito pelo médico. Esta compareceu acompanhada do companheiro, e afirmou não possuir muito conhecimento sobre a doença, e que estava bastante assustada sem saber o que fazer. Sendo assim, o(a) Enfermeiro(a) pediu para que esta dissesse quais os pontos que está mais desconhecia, e temia. Dados clínicos: Hanseníase tuberculóide. Poliquimioterapia Multibacilar (PQT/MB) – 6 meses. Índice Baciloscópico 0 (zero). - Doença crônica infeciosa. - Agente etiológico: Mycobacterium leprae, que infecta nervos periféricos, mais espeficimanete as células de schawann. - Mycobacterium leprae: parasita intracelular obrigatório (células de Schwann e as células de Langerhans). - Fonte de infecção: homem - Transmissão: • Vias respiratórias superiores (tosse, espirro) e convívio prolongado com pessoas doentes sem tratamento. • Há pessoas sensíveis e pessoas resistente ao bacilo. 1. Sensíveis: déficit de macrófagos (condição genética), desenvolve a doença. Assim, familiares de pessoas com hanseníase tem maior chance de adoecer. 2. Resistente: regressão da doença de forma natural a ter contato com o bacilo. Nota: hanseníase ≠ tuberculose Hanseníase (não é letal mas incapacita) Tuberculose ( letal) - Acomete: nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos. - Tratamento poliquimioterápico: paciente deixa de transmitir a doença em poucos dias e se cura. - Características: • Evolução lenta e progressiva. 1. Multiplicação ocorre por divisão binária a cada 11 a 16 dias/ 12 a 21 dias. 2. Longo período de incubação: 2-10 anos. Figura 1 – Fotos de uma criança com hanseníase, na fase inicial da doença, e sua evolução lenta e progressiva. • Resulta em incapacidades físicas • Doença sistêmica (bacilo não está localizado somente na lesão). - Sinais: • Lesão(ões) e/ ou áreas da pele, com alteração da sensibilidade. • Acometimento de nervo (s) periférico (s) com espessamento associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. • Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico ou na biópsia de pele. 1. avalia as células da lesão na pele, porém caso não seja encontrado na pele, não significa necessariamente que não tem hanseníase. 2. Baciloscopia zero: sem transmissão, mas não significa que não está doente. - SUS: pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a tratamento gratuito com a poliquimioterapia, disponível em qualquer unidade de saúde. - Dermatológicos: • Lesão de pele com alteração de sensibilidade e/ou (dolorosa, calor, tato). • Machas esbranquiçadas (hipocrômicas). Penetração do bacilo no organismo Defesa eficaz Defesa parcialmente eficaz Defesa intermediária Ausência de defesa Cura espontânea Doença localizada Doença intermediária Doença genelarizada HI/HT HB HV - Anamnese. 1. Eliminar qualquer possibilidade de sentimento de preconceito. 2. Explicar sobre a doença (enfatizar que tem cura, tratamento gratuito pelo SUS). 3. Alertar a importância de adesão ao tratamento para evitar resistência e falência. 4. Informar sobre a transmissão. • Manchas discrômicas/ pigmentares (acastanhadas, avermelhadas) • Placa: única ou múltiplas formando aglomerados • Reação inflamatória com aumento da espessura e consistência da pele. 1. Pele dura e quente (sinal de inflamação). • Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não (mais palpável que visível). • Pele infiltrada: avermelhada, com diminuição ou ausência de suor no local. - Neurológico: • Dor e espessamento dos nervos periféricos. 1. Bacilo se aloja do nervo. 2. Edema (espessamento neural ): acúmulo de células imunológicas, assim o comando neural não passa. • Alteração da sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente (olhos, mãos, pés). • Diminuição ou perda da força muscular inervada pelos nervos, principalmente (pálpebras, MMSS e MMII). - Outras queixas: • Formigamento, choques e câimbras nos braços e nas pernas, que evoluem para dormência (pessoa se queima ou se machuca sem perceber). • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose). • Edema de mãos e pés, com cianose e ressecamento da pele. • Febre e artralgia associado a caroços doloroso de aparecimento súbito. • Entupimento, feridas e ressecamento do nariz. • Ressecamento e sensação de areia nos olhos. 5. Informar sobre as reações medicamentosas mais comuns. 6. Esclarecer que todos os focos da doença devem ser eliminados, e que o bacilo pode também estar presente em seus familiares (com ou sem sintoma) por isso todos devem ser examinados e acompanhados por no mínimo 5 anos. 7. O paciente será atendido uma vez no mês durante o tratamento, e em caso de dúvida relacionada á doença ou ao tratamento terá pronto atendimento na UBS, o que faz adquirirconfiança no paciente a fazer todo o tratamento, diminuindo o risco de abandono. - Inspeção da superfície corporal. • Avaliar todas as lesões (despir o paciente em partes) - Exame de sensibilidade na lesão Explicar o procedimento para o paciente com os olhos abertos (compreender o exame) e depois o exame deverá ser feito com os olhos fechados. Realiza-se o teste em áreas suspeitas (lesões). Evitar áreas calosas. Perda da sensibilidade térmica, dolorosa e/ou tátil , caracterizasse como hanseníase. • Térmica: 1. Utiliza-se tubos de ensaio com água aquecida e fria. 2. Fazer o teste na área com lesão e na área normal (se houver diferença de sensibilidade, é sinal de alteração). NÃO NECESSITANDO FAZER O TESTE DE SENSIBILIDADE DOLORSA E TÁTIL. 3. Perguntar o que o paciente sente (morno, frio ou quente). 4. Caso não se tenha tubo de vidro, pode-se utilizar algodão com éter para simular “frio” e um algodão seco para simular o “quente” • Álgica (dolorosa): 1. Uso de agulha (trocada a cada paciente). 2. Encostar a ponta da agulha na lesão com uma leve pressão, para não perfurar. 3. Alternar entre ponta da agulha e o cabo da agulha (parte plástica), para analisar se o paciente identifica diferença. 4. Anestesia (insensibilidade) ou hipoestesia (sensibilidade diminuída confirma diagnóstico de hanseníase. • Tátil: 1. Uso algodão, fio dental ou monofilamento verde 0,05g. 2. Permite avaliar sensibilidade protetora das mãos e pés. - Exame dos troncos nervosos - Prova da histamina exógena: • Avalia a resposta vasorreflexa a droga, indicando a integridade do SNA de dilatar os vasos cutâneos superficiais o que resulta em eritema. • Traça-se uma reta na pele do paciente utilizando um instrumento rombo (tampa de caneta, cotonete, chave, etc). O traçado deve ser aplicado com força moderada e de maneira contínua, iniciando na região normal, passando pela área de lesão (bacilo pode estar presente) e terminando distalmente sobre a área de normalidade. • Histamina: dilatam os vasos. • Sem eritema: sugestivo de hanseníase. • Normal: linha contínua vermelha (reação inflamatória) • Anormal: linha não fica contínua (linha falhada). • Teste deve ser feito em área da pele não comprometida, para controle positivo. - Avaliação da sudorese (teste do iodo-amido): • Hanseníase resulta em alteração da função sudoral (suor). • Percebido por achados de áreas secas que geralmente tornam-se mais evidentes porque não permitem acumular poeira. • Avalia a SNA simpático, responsável pela sudorese. Observa-se ilhas de anidrose e/ou hipoidrose. EXAMES SUBSIDIÁRIOS Os resultados desses exames devem ser relacionados com o estado clínico do paciente. Nota: - na maior parte dos casos os exames subsidiários não são necessários para diagnóstico e classificação dos doentes. Sempre interprete os resultados de exames laboratoriais associados ao quadro clínico do doente, para não correr o risco de cometer erro diagnóstico e de classificação. Havendo dúvidas quanto à classificação para fins de tratamento (PB ou MB), após a confirmação do diagnóstico pela história clínica e exame físico, sobretudo em adultos, descreva seus achados na ficha de notificação e trate o paciente como MB. - Baciloscopia de esfregaço intradérmico: Não pode ter sangue, pois não consegue se observar o bacilo (provocar isquemia). • Paciente paucibacilar (PB): 1. H. ideterminada ou H.tuberculóide 2. Baciloscopia é negativa. 3. Baciloscopia positiva (reclassificar o doente como MB) • Paciente multibacilar 1. H. dimorfa e H. virchowiana. 2. Baciloscopia positiva se for negativa (levar em consideração o quadro clínico para diagnóstico e classificação do doente). Nota: resultado negativo não exclui o diagnóstico clínico da hanseníase, e nem classifica o doente obrigatoriamente como PB. Nota: O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história de evolução da lesão, epidemiologia e no exame físico (nervos periféricos espessados e/ou lesões de pele ou áreas de pele com alterações de sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil, alterações autonômicas circunscritas quanto à reflexia à histamina e/ou à sudorese). Em algumas situações, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser necessários para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos considerar as limitações desses exames, valorizando essencialmente os achados clínicos encontrados. - Exame histopatológico (biópsia de pele): Resultados negativos para baciloscopia da biópsia NÃO excluem o diagnóstico clínico da hanseníase. Em pacientes com clínica de hanseníase multibacilar, desconsidere a baciloscopia da biópsia e trate-os como MB. DISPONÍVEL NO SUS - Histopatológico de pele e nervos. - Eletroneuromiografia. UTILIZADOS EM PESQUISA - Ultrassom de nervos. - Teste para pesquisa de antígenos. - Sorologia (IgM/IgG). Nota: não existe teste de exame de sangue para diagnosticar hanseníase. - Paucibacilares (PB) H. INDETERMINADA/ H. TUBERCULÓIDE: • Defesa eficaz. • Presença de até 5 lesões de pele com baciloscopia de raspado intradérmico negativo. • Doença localizada em uma região anatômica e/ou tronco nervoso comprometido. Nota: Os exames subsidiários raramente são necessários para o diagnóstico, pois sempre há perda total de sensibilidade, associada ou não à alteração de função motora, porém de forma localizada. - Multibacilares (MB) H. DIMORFA/ D. VIRCHOWIANA: • Defesa ineficaz. • Presença de seis ou mais lesões de pele OU baciloscopia de raspado intradérmico positiva (independe no número de lesões) • Doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou mais de um tronco nervoso comprometido. - HANSENÍASE INDETERMINADA • Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença (pode ou não ser perceptível). • Fonte de infecção: paciente com h.multibacilar não diagnosticado. • Lesão na pele: 1. Única 2. Mancha branca sem relevo 3. Bordas mal delimitada. 4. Seca (não pega poeira). 5. Perda da sensibilidade térmica e/ou dolorosa mais a tátil é preservada. • Prova de histamina incompleta. • Biópsia de pele frequentemente não confirma diagnóstico. • Não há espessamento neural e deformidades. • Baciloscopia: negativa. - HANSENÍASE TUBERCULÓIDE • Incubação: 5 anos. • Lesão: placa (mancha elevada) totalmente anestésica. 1. Placa com borda elevada, bem delimitada e com centro claro. 2. Placa (anel ou círculo) • Baciloscopia: negativa. - HANSENÍASE DIMORFA • Múltiplas lesões: 1. Manchas de pele avermelhada ou esbranquiçada com borda elevada, mal delimitada na periferia. 2. Lesões pré-foveolares: eritematosas, planas com centro claro). 3. Perda parcial ou total da sensibilidade. 4. Diminuição de funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia á histamina). 5. Forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos). 6. Ocorre, normalmente após um longo período de incubação. (10 anos ou mais). 7. Baciloscopia: positiva, exceto em casos raros onde o bacilo está confinado nos nervos. - HANSENÍASE VIRCHOWIANA • Forma mais contagiosa da doença. • Pele avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros apresentam-se dilatador (aspecto de “casca de laranja”). • Caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e assintomáticos (hansenomas). • Faseavançada: perda da sobrancelha (madarose) e dos cílios, além de outros pelos, exceto do couro cabeludo. • Nariz congesto, pés e mãos arroxeados e edemaciados, e pele e olhos secos. • Suor diminuído ou ausente de forma generalizada. • Câimbras e formigamentos nas mãos e nós pés. • Dor nas articulações. • Pacientes jovens: dor testicular. • Idoso masculino: comprometimento do testículo (infertilidade), ginecomastia (crescimento das mamas) e impotência. • Nervos periféricos e seus ramos: simetricamente espessado. - Poliquimioterápico: associação de medicamentos. • Rifampicina (verificar alergia sulfa ou rifampicina) • Dapsona • Clofazimina - Hanseníase paucibacilar: dose mensal supervisionada • 600 mg de Rifampicina. • 100 mg de Dapsona. • 300 mg de Clofazimina. dose mensal domiciliar (diariamente) • 100 mg Dapsona • 300 mg de Clofazimina Obs: caso a Dapsona presice ser suspensa, deverá ser substituída pela Clofazimina 50 mg por dia e o paciente tomará 300 mg uma vez por mês na dose supervisionada. • Tempo de tratamento: 6 meses (6 cartelas). • Critério de alta: 6 doses supervisionada em até 9 meses. - Hanseníase multibacilar: dose mensal supervisionada • 600 mg de Rifampicina. • 100 mg de Dapsona. • 300 mg de Clofazimina. dose mensal domiciliar (diariamente) • 100 mg Dapsona • 50 mg de Clofazimina . Obs: Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg (na dose supervisionada e diariamente) ou pela Minociclina 100 mg (na dose supervisionada e diariamente). • Tempo de tratamento: 12 meses (12 cartelas). • Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses. - Caso de náuseas: administrar metoclopramida uma hora antes de tomar o medicamento. - As medicações devem ser tomadas 2 horas após o almoço, para evitar intolerância gástrica. - Tratamento (crianças): considerar peso corporal. • Superior a 50 kg: mesmo do adulto. • 30-50 kg: cartelas infantis (marrom/azul) Menor que 30 kg: ajustar dose. - Exame de todos os contatos. • De pessoas que conviveram ou convivem de forma prolongada com o caso novo de hanseníase diagnosticado. • Investigar a doença em estágio inicial. • Quebrar a cadeia de transmissão da doença. • Descobrir fonte de infecção familiar (5 anos anteriores) e social (contato próximo ou prolongado com pacientes não tratados). - Investigação epidemiológica: • Anamnese dirigida aos sinais e sintomas. • Exame dermatoneurológico. • Vacina BCG para contatos sem presença de sinais e sintomas da hanseníase, pois oferece proteção contra hanseníase e abrevia o tempo de incubação da doença. 1. Crianças maiores de 1 anos vacinadas ao nascer recebem segunda dose. 2. Doentes em tratamento ou já tratados para tuberculose não necessitam de vacinação profilática. 3. 1 cicatriz: recebe mais uma dose. 2 cicatrizes: não recebe dose. Nota: Atenção especial deve ser dada aos familiares do doente (pais, irmãos, avós, netos, tios, etc.), por estarem inclusos no grupo de maior risco de adoecimento, mesmo que não residam no mesmo domicílio Nota: Hanseníase não gera imunidade, assim pode ter também outra infecção, só que será mais tardio. - Preencher a ficha de avaliação neurológica. • Avalia as respostas e a data que foi realizado o exame. - Nariz: examinar se o paciente tem ressecamento na mucosa ou ferida no interior do nariz, com auxílio de cotonete. - Olhos: observar o fechamento dos olhos, observando se ocorre fendas ( caso ocorra, deve colocar em milímetro o tamanho da fenda). • Examinar pálpebras para observar presença de: 1. Triquíase: cílios crescem com desvio dentro do globo ocular. 2. Ectrópio: pálpebra se dobra para fora. 3. Sensibilidade da córnea: fio dental na periferia observando se o piscar é demorado/imediato ou se o paciente não pisca. 4. Opacidade da córnea: observar brilho e transparência da córnea. 5. Catarata. 6. Acuidade visual (cartela de snellen). • Membros superiores: 1. Nervo ulnar: paciente com o braço no ângulo de 90°. 2. Nervo mediano: 3. Nervo radial: 4. Força muscular nervo ulnar abdução do quinto dedo: aplicar uma força contrária e o paciente tenta abrir o dentro de fora para dentro. FOCOMELIA 5. Abdução do polegar: o paciente tenta elevar em uma força perpendicular, enquanto se aplica uma força contrária. 6. Extensão do punho (nervo radial): elevar o punho enquanto exercita força para baixo. 7. Inspeção e avaliação sensitiva ( monofilamento dos tubos (verde): aplicando força até encurva-lo. Na ficha é aplicado a cor do monofilamento no qual o paciente sentiu o toque. • Membros inferiores: o ideal é que seja em uma maca, mas se não estiver a disposição, pode ser feito em uma cadeira. 1. Palpação do nervo fibular 2. Palpação do nervo tibial posterior 3. Avaliação da força muscular: elevar o hálux, após uma força contrária aplicada. Elevação do pé (dorsoflexão) , após força contrária. 4. Inspeção e avaliação sensitiva. - Fenômeno de aumento da atividade da doença, com piora clínica. - Reação de hipersensibilidade associado a resposta imune celular aos antígenos do M.leprae. - Ocorre: antes, durante ou após o tratamento. - Causa: inflamação aguda causada pela atuação do sistema imunológico do hospedeiro atacando o bacilo (lixo bacilar). - Sintomas: afeta pele e os nervos. • Calor • Rubor • Edema (pressão do nervo) • Perda de função sensitiva e/ou motora (inflamação do nervo) - Mais frequente em pacientes multibacilar. - Fatores precipitantes: • Gravidez. • Alteração hormonal. • Infecções intercorrentes. • Vacinação (Ex: BCG). • Cirurgias. • Alcoolismo. • Estresse físico e/ou psicológico. - TIPO 1: • Lesões de pele mais avermelhadas e inchadas. • Nervos periféricos dolorosos. • Piora dos sinais neurológicos (perda da sensibilidade ou perda da função muscular das mãos e pés). • Surgimento de novas lesões de pele em até 5 anos após a alta medicamentosa. • Edema de extremidades. • Tratamento: 1. Prednisona 1 mg/kg/dia via oral (dose única diária) 2. Dexametasona 0,15 mg/kg/dia em casos de doentes hipertensos ou cardiopatas. 3. Manter dose inicial até regressão clínica. 4. Reduzir a dose em intervalos fixos e quantidade predeterminada (10 mg/mês). - TIPO 2 (ERITEMA NODOSO HANSÊNICO): • Novas manchas ou “caroços” na pele, dolorosos e avermelhados, às vezes ulcerados. • Febre, mal-estar e dor nas articulações. • Dor nos nervos periféricos (mãos e pés) • Comprometimento dos olhos. • Comprometimento sistêmico. • Tratamento: 1. Talidomida 100 a 400 mg/dia. 2. Proibido para mulheres em idade fértil (efeito teratogênico) ⇾ Excluir gravidez atual ⇾ Uso no mínimo de 2 métodos contraceptivos onde 1 tem que ser de barreira. 3. Mulheres idade fértil: pentoxifilinina 400 mg 3 x ao dia.
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