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Aula vetores biologicos I Fármacia Ana Bahia 2017 2

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Parasitologia 
Entomologia Médica
Profs. Ana Bahia e Ednildo Machado 
Esta aula está dividida em: 
 
Artropodologia Médica 
Anatomia interna 
Anatomia externa 
Tipos de vetores 
Vetores contaminativos 
Vetores biológicos 
Adaptações 
Características importantes para a veiculação de agente etiológico 
 Hábito alimentar 
 Órgãos sensoriais 
 Saliva 
 Microbiota 
 Imunidade do vetor 
Vetores importantes 
 Hemípteros (Cimicídeos, Barbeiros) 
 Dípteros (Flebótomos, Mosquitos, Simulídeos, Mosca Tse-Tse) 
 Sifonápteros 
 
 
 
Artropodologia Médica 
 
É a parte da Parasitologia que estuda a morfologia e a 
biologia de artrópodes parasitos e daqueles que estejam 
relacionados com a transmissão e veiculção de doenças 
do homem ou produção de acidentes devido à sua 
peçonha. 
 
Entomologia Médica 
Anatomia externa 
Anatomia interna 
Anatomia interna 
Gusmão et al. 2007 
Vetores 
Diptera 
Anoplura 
Hemiptera 
Siphonaptera 
Acari 
Hospedeiros 
vertebrados 
Patógenos 
Nematódeo 
Protozoários 
Rickettsia 
Bactérias 
Vírus 
Mamíferos (homem) 
Aves 
Répteis 
Anfíbios 
14.000 espécies de 
artrópodes hematófagos 
Interação entre patógenos, hospedeiros e vetores 
  
Tipos de vetores 
 
1.  MECÂNICO ou CONTAMINATIVO: são geralmente insetos que 
funcionam como transportadores de agentes patogênicos em 
seus apêndices locomotores, probóscide, asas ou trato 
gastrointestinal contaminados, sem que haja multiplicação ou 
modificação desses agentes. Ex: moscas, baratas, formigas e 
outros. 
 
2. BIOLÓGICO ou PROPAGATIVO: funcionam tanto como abrigo 
biológico onde ocorre a replicação e diferenciação do agente 
patogênico para a forma infectiva, a qual é capaz de infectar um 
novo hospedeiro. 
Vetores: são seres vivos que veiculam o agente patogênico 
desde o reservatório até o hospedeiro potencial. 
VETOR MECÂNICO 
Vetor Mecânico: carrega o patógeno sem permitir a 
sua diferenciação 
Moscas, baratas e formigas 
Atuam como vetores contaminativos de agentes 
patogênicos como: Vírus, bactérias, protozoários 
(coccídios) e ovos de helmintos. 
 
- ingestão de patogênos e eliminação nas fezes Mecanismos		
									de	
contaminação	
- regurgitação 
- dispersão com auxílio de patas e labela 
Mecanismos de contaminação 
1. Ingestão de patogênos e eliminação na fezes 
2. Regurgitação 
Glandula	salivar	
substrato	
Mosca 
3. dispersão com auxílio das patas ou pernas 
VETOR BIOLÓGICO 
Quais são os requisitos essenciais dos insetos que atuam como 
VETORES BIOLÓGICOS?
Hematofagia
Transmissor essencial entre 
o portador e receptor 
Evolução e multiplicação 
do agente etiológico
•  A hematofagia supre necessidades nutricionais dos insetos 
crescimento
reprodução
Hemimetábolo Holometábolo
Tipos de adaptações refletem o grau de parasitismo
•  Comportamentais - Antropofílico ou zoofílico
 - Endofílico ou exofílico
•  Fisiológicas - secreção de substâncias pela glândula salivar e a 
compartimentação do sistema digestivo que oferece sítios fisiológicos 
favoráveis a multiplicação e diferenciação do agente patogênico. 
 
Adaptações dos insetos vetores à hematofagia 
Comportamento	hematofágico	
	
Antropofilia,	do	Grego	ἅνθρωπος	(anthrōpos,	"ser	humano")	e	φιλία	
(philia,	"amizade"	ou	"amor"),	é	uma	preferência	de	um	parasita	ou	
dermatófitos	para	os	seres	humanos	sobre	outros	animais.	
	
Zoofilia	descreve	animais	que	preferem	animais	não	humanos	para	
alimento.	
	
	
Endofilia	se	refere	especificamente	a	uma	preferência	para	estar	em	
habitats	humanos,	especialmente	no	interior	das	residências.	
	
Exofilia	descreve	a	preferência	por	por	ambientes	silvestres.	Só	
invadindo	as	residências	humanas	quando	a	sua	densidade	está	muito	
elevada.	
Reação do hospedeiro
defesa
Processo hemostático
Hematofagia HOSPEDEIRO	X	VETOR	
Como encontrar o hospedeiro vertebrado? 
Sensilas	
•  Mecanoreceptoras	
•  Higroreceptoras	
•  Termoreceptoras	
•  GustaVvas	
•  OlfaVvas	
Pistas	
•  Amônia	
•  CO2	
•  Ácido	láVco	
•  Octenol,…	
•  Temperatura	
Hematofagia sob o ponto de vista parasitológico
•  Transmissão de inúmeros microrganismos patogênicos que utilizam 
os insetos hematófagos para a continuidade de seu ciclo de vida. 
•  É o local da hematofagia é um ponto de entrada de patógenos no 
hospedeiro.
•  Mecanismos de transmissão:
 a) Fluxo salivar - Vírus
 b) Excreção de fezes – T. cruzi
 c) Bloqueio mecânico do canal alimentar - Leishmania e Y. pestis 
 d) Rompimento do aparelho bucal - Microfilárias
Fatores determinantes para incidência de doenças 
transmitidas por vetores
1) Fatores do Hospedeiro – imunidade, idade, genética, ...
2) Fatores do Agente Etiológico – patogenicidade, genética, ...
3)  Fatores do Vetor – competência, idade, comportamento, taxa de sobrevivência, ...
4)  Fatores ambientais – temperatura, umidade, pluviosidade, ....
•  Competência vetorial é a habilidade do vetor suportar o 
desenvolvimento e a propagação do patógeno.
X
•  Capacidade vetorial é o conjunto de características 
fisiológicas e comportamentais intraespecíficas que, associadas às 
condições ambientais, favorecem a transmissão natural de 
determinada doença.
Fatores do Vetor 
competência, idade, comportamento, taxa de sobrevivência, ...
Competência Vetorial 
Capacidade Vetorial
Ronald Ross (1952)
Garret-Jones (1964)
Mecanismos de defesa do inseto
•  Barreiras e órgãos imunes – tecidos e matriz peritrófica
Mecanismos de defesa em insetos: barreiras e órgãos imunes
Compartimentos e evolução ou multiplicação do agente 
patogênico no inseto vetor
Glândula salivar
Hemocele
Adesão à células do epitélio
matriz
 peritrófica
Ampola retal
Matriz Peritrófica 
Fibrilas de quitina mergulhadas em uma matriz glico-proteíca
Amadurecimento : ~ 4-12h
Desintegração : ~ 36h
Invasão dos oocinetos : ~ 22-30h
Funções:
- Evitar a abrasão do epitélio durante a passagem 
do bolo alimentar
- Compartimentalização do processo digestivo
- Proteção contra os parasitos – barreira mecânica
•  o parasita se liga e/ou atravessa o intestino 
em direção a hemolinfa, antes da sua 
formação
•  o parasita se desenvolve primeiro na luz 
intestinal e atravessa a MP madura para 
então, atingir o epitélio intestinal
•  o parasita se dirige para o epitélio intestinal 
após a MP se desintegrar
Oocinetos	de	Plasmodium	secretam	quiVnase	para	penetrar	na	matriz	peritrofica	
Langer	and	Vinetz	2001	
Valanne et al. (Dev Comp Immunol., 2012) 
•  Sistema imune – celular e humoral
Midgut	
Epithelial	
Immunity	
Hemocytes	
Cellular	
Immunity	
Fat	body	
Systemic	
Immunity	
Immune		
elicitaHon	
Immune	response:		
anH-pathogenic	
effectors	
•  Microbiota
Dong et al. (PLoS Pathogens, 2006) 
Cirimotchi et al. (Trends in Parasitology 2011) 
Vetores biológicos
1) Hemíptera
a) Cimex sp.
b) Triatomíneos (Doença De Chagas)
2) Díptera
a) Flebotomíneos (Leishmanioses)
b) Culicídeos –
Anofelinos (Malária), 
Aedes aegypti (Dengue, Chinkungunya, Zika, Febre Amarela)
Culex sp. (Filarioses)
c) Simulídeos (oncocercoses)
3) Outros insetos
a) Pulga (Peste bubônica, Ricketisioses)
4) Outros artrópodes
a) Carrapatos (Ricketisioses, Doença De Lyme)
b) Ácaros
Hábito alimentar
 Fitófago Predador Hematófago
Hemípteros de importância médica
Triatomíneos
Barbeiros
Cimicídeos
Percevejos de cama
Cimicídeos
Ciclo evolutivo: hemimetábolo
A família apresenta cerca de 40 espécies, das 
quais duas do gênero Cimex, vivem 
habitualmente no domicílio humano, C. 
hemipterus e C. lectularis.
Suas picadas causam irritação, prurido intenso, inflamação e infecção. 
Não parecem ter uma importância epidemiológica, apesar de já terem 
sido encontrados infectados com Rickettisia rickettsi e Trypanosoma 
cruzi. 
Cimicídeos 
 
 
Triatomíneos
São insetos hematófagos da família Reduviidae que trasmitem ao 
homem o Trypanosoma cruzi, agente etiológicoda Doença de Chagas
Filo: Arthropoda
 Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Família: Reduviidae
Sub-família: Triatominae
Gênero: Rhodnius
Panstrongylus
Triatoma
•  Foi descoberta em 1909 pelo médico brasileiro Carlos Chagas;
•  É causada pelo um protozoário flagelado T. cruzi;
•  70-90 milhões de pessoas vivem em áreas com risco infecção por esta enfermidade;
•  Acomete oito milhões de pessoas no mundo (OMS, 2013).
A doença de Chagas
Rubem Figueiredo
São encontrados em uma gama de configurações 
ambientais, geralmente próximos a fonte 
sanguínea.
•  Dentro de habitações humanas precárias
•  Ambientes ao ar livre:
- Rochas, madeira, pilhas da escova, debaixo 
de casca
- Ninhos de roedores ou tocas de animais
- Canil
- Galinheiro
São principalmente noturnos e se alimentam do 
sangue de mamíferos (incluindo os humanos), aves 
e répteis. 
Triatomíneos
•  Principais espécies vetoras
Distribuição de espécies de triatomíneos de maior relevância epidemiológica (Gourbière et al. 2012) .
- Existem cerca de 142 espécies 
conhecidas
- Três gêneros de importância médica
•  Panstrongylus
•  Rhodnius
•  Triatoma
Ciclos:
1 – silvestre 
2 - peridoméstico
3 - doméstico
Preferência alimentar: 
Zoofílico x Antropofílico
Animais domésticos como cabras, galinhas, 
porcos e cachorros destacam-se entre as 
principais fontes alimentares
Endofílico x Exofílico
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAenycAB/doenca-chagas?part=2
Menezes de Souza
Transmissão da doença de Chagas
1	
2
3
Ciclo de vida do vetor
Os três gêneros de importância médica
Garcia et al. (2010) 
Ciclo de vida de T. cruzi dentro dos triatomíneos
Controle
Transmisssão pode ser interrompida com 
sucesso através:
- Melhoria das habitações humanas;
- controle vetorial.
T. infestans foi erradicado do Brasil com a 
utilização de controle químico.
Flebotomíneos
São insetos hematófagos da família Psychodidae. São vetores do 
parasito Leishmania, agente etiológico das Leishmanioses.
Filo: Arthropoda
 Classe: Insecta
Ordem: Díptera
 Família: Psychodidae
 Gênero: Phlebotomus
 Lutzomyia
São insetos hematófagos encontrados em áreas tropicais/temperadas de 
todo o mundo.
Cerca de 70 espécies já estão incriminadas ou consideradas suspeitas de 
transmitir Leishmania (Marcondes 2001).
População sob risco: 350 milhões
Prevalência estimada: 12 milhões
2 milhões de casos novos/ano
Leishmanioses
O ciclo de vida dos flebotomíneos 
ovo	
larva	
pupa	
adulto	
Ciclo de vida do vetor
Modificado de Ramalho-Ortigão et al. 2010 
Ciclo de vida da Leishmania dentro do inseto vetor
Kamhawi	2006	
Vasta 2009 
Alimentação sanguínea 
Apirase e hialuronidase 
•  Ação imunomoduladora da saliva: Lutzomya longipalpis / Leishmania major (Titus e Ribeiro, 1988). 
•  Ação quimiotática da saliva (Teixeira et al. 2005). 
Proteofosfoglicano 
 (Promastigota) 
Fonte: Rogers, 2012 in Frontiers in Microbiology, London 
Andrade et al. 2007 
Controle 
 
•  Diagnóstico precoce e tratamento das pessoas infectadas; 
•  Controle do vetor 
 - Controle químico de vetores adultos 
 - Mosquiteiros e telas 
 - Repelente 
 
 
 
 
Profa. Ana Cristina Bahia Nascimento 
e-mail: anabahia@biof.ufrj.br 
Laboratório de Bioquímica de Insetos e Parasitos, sala 
D13, bloco D 
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ 
Vetores biológicos
1) Hemíptera
a) Cimex sp.
b) Triatomíneos (Doença De Chagas)
2) Díptera
a) Flebotomíneos (Leishmanioses)
b) Culicíneos –
Anofelinos (Malária), 
Aedes aegypti (Dengue, Chinkungunya, Zika, Febre Amarela)
Culex sp. (Filarioses)
c) Simulídeos (oncocercoses)
3) Outros insetos
a) Pulga (Peste bubônica, Ricketisioses)
4) Outros artrópodes
a) Carrapatos (Ricketisioses, Doença De Lyme)
b) Ácaros
Vetores biológicos
1) Hemíptera
a) Cimex sp.
b) Triatomíneos (Doença De Chagas)
2) Díptera
a) Flebotomíneos (Leishmanioses)
b) Culicídeos –
Anofelinos (Malária), 
Aedes aegypti (Dengue, Chinkungunya, Zika, Febre Amarela)
Culex sp. (Filarioses)
c) Simulídeos (oncocercoses)
3) Sifonápteros
a) Pulga (Peste bubônica, Ricketisioses)
4) Outros artrópodes
a) Carrapatos (Ricketisioses, Doença De Lyme)
b) Ácaros
Como esta aula está estruturada 
 
I)  Díptera 
 Culicídeos 
 - Anopheles 
 - Aedes 
 - Culex 
 
II) Simulídeos 
 
III) Sifonápteros 
 
Mosquitos / Pernilongos (Culicídeos) 
O que são mosquitos? Mosquitos e pernilongos são termos gerais para designar um 
grupo de insetos que possuem duas asas e antenas longas. 
 
Classe Insecta 
Ordem Diptera (2 asas) 
Sub-Ordem Nematocera (antenas longas) 
Família: Culicidae 
Subfamília: Toxorhynchitinae 
 Culicinae – Aedes e Culex 
 Anophelinae- Anopheles

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