Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Iôgo P. Torres, Med FAP | 2° Período, UC VI IMUNOLOGIA ▪ COMPREENDER O PROCESSO DE INTERAÇÃO MICROORGANISMO E HOSPEDEIRO (TRIADE EPIDEMIOLÓGICA) ▪ DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DA IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA ▪ DIFERENCIAR A IMUNIDADE HUMORAL E CELULAR ▪ DESCREVER A IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA ▪ ENTENDER COMO SE DÁ UMA RESPOSTA DE HIPERSENSIBILIDADE ▪ DIFERENCIAR OS TIPOS DE REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE (I, II, III e IV) ▪ DESCREVER OS MECANISMOS IMUNOLÓGICOS EFETORES DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE CONCEITOS IMPORTANTES O QUE É IMUNIDADE? Imunidade é definida como a resistência a doenças, mais especificamente às doenças infecciosas. O QUE É SISTEMA IMUNOLÓGICO? É o conjunto de células, tecidos e moléculas que mediam resistência às infecções. Tal sistema impede o crescimento de alguns tumores, e vários métodos para o tratamento de cânceres por meio da estimulação da resposta imunológica contra células tumorais estão em desenvolvimento. O QUE É RESPOSTA IMUNOLÓGICA? É a reação coordenada dessas células e moléculas aos microrganismos infecciosos. Essas respostas também participam da depuração de células mortas e da inicialização do reparo tecidual. Além disso, a resposta imunológica é a principal barreira para o sucesso dos transplantes para o tratamento de falência de um órgão. É importante salientar que respostas imunológicas ANORMAIS são responsáveis por diversas doenças inflamatórias com alto grau de morbidade e mortalidade. O QUE É IMUNOLOGIA? É o estudo do sistema imunológico, incluindo suas respostas aos patógenos microbianos e tecidos danificados e seu papel na doença. QUAL A PRINCIPAL FUNÇÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO? Prevenir infecções e erradicar as infecções estabelecidas. TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA ▪ COMPREENDER O PROCESSO DE INTERAÇÃO MICROORGANISMO E HOSPEDEIRO (TRIADE EPIDEMIOLÓGICA) Um dos primeiro modelos que passou a considerar o ambiente como parte determinante do processo saúde- doença. Segundo Pereira (2013), os dois principais modelos ecológicos são: a tríade ecológica (agente, hospedeiro e meio ambiente) e a dupla ecológica (hospedeiro e meio ambiente). As grandes diferenças da dupla para a tríade ecológica são: a ausência explícita do “agente” e a ampliação do conceito de ambiente e hospedeiro. Em muitos casos, temos também a presença de um quarto elemento: o vetor, isto é, insetos que transportam os agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a outro, até então sadio (não infectado). AGENTE O agente etiológico, ou infeccioso, é um ser vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, nele penetrar, desenvolver-se, multiplicar-se e, mais tarde, sair para alcançar novos Antígenos (Ag) → Substância estranha que induz uma resposta imune. Anticorpo (Ac) ou Imunoglobulina → Proteína do soro que foi induzida e reage especificamente a uma substância estranha (antígeno). 2 Iôgo P. Torres, Med FAP | 2° Período, UC VI hospedeiros. Os agentes infecciosos são também conhecidos pela designação de micróbios ou vermes, como as bactérias, protozoários, vírus, ácaros e alguns fungos. Existem também helmintos e alguns artrópodes, que são parasitos maiores e facilmente identificados sem a ajuda de microscópios. Entre os parasitos existe a classificação em: ▪ Endoparasitos: são aqueles que penetram no corpo do hospedeiro e aí passam a viver ▪ Ectoparasitos: que não penetram no hospedeiro, mas vivem externamente, na superfície do seu corpo, como os artrópodes, entre os quais se destacam as pulgas, piolhos e carrapatos. A patogenicidade dos agentes infecciosos depende de diversos fatores, tais como: virulência, dose infectante de exposição, fatores de virulência, porta de entrada, capacidade de multiplicação. HOSPEDEIRO Na cadeia de transmissão, o hospedeiro pode ser o homem ou um animal, sempre exposto aos microrganismos, parasito ou ao vetor transmissor, quando for o caso. Na relação parasito-hospedeiro, este pode comportar-se como um portador saudável (sem sintomas aparentes) ou com um indivíduo doente (com sintomas), mas ambos são capazes de transmitir o agente infeccioso. O hospedeiro pode ser chamado de: ▪ Intermediário: quando os agentes se reproduzem de forma assexuada. ▪ Definitivo: quando os agentes nele alojados se reproduzem de modo sexuado. Os hospedeiros podem mostrar-se resistentes ou vulneráveis aos agentes infecciosos dependendo de algumas características, como: idade, fatores genéticos, sexo, estado nutricional e condição do sistema imune/resposta imunológica. AMBIENTE O ambiente ocupa um papel determinante na disseminação das doenças infectocontagiosas no homem. O conceito de ambiente deve ser ampliado na tríade agente-hospedeiro- ambiente, apresentando diferentes facetas, que podem ser denominadas: ambiente físico, ambiente social, ambiente cultural e ambiente político. O ambiente físico é o espaço constituído pelos fatores químicos, biológicos e físicos que têm influência sobre o parasito e o hospedeiro. Como exemplos, podemos apontar: - Fatores químicos: gases atmosféricos (ar), pH, teor de oxigênio, agentes tóxicos, presença de matéria orgânica; - Fatores biológicos: água, nutrientes, seres vivos (plantas, animais) - Fatores físicos: temperatura, umidade, clima, luminosidade (luz solar). As relações que se estabelecem, a todo momento, entre os seres vivos e os agentes infecciosos (parasitos) não são estáticas, definitivas; pelo contrário, são dinâmicas e exigem constante adaptações de ambos os lados, tendendo sempre a se aproximarem do equilíbrio para o bem de ambas as partes envolvidas. Sabemos que um agente infecciooso, para sobreviver, deve superar e se adaptar a todos os fatores que existem no ambiente, para poder preservar a sua espécie. Popularmente, pode-se afirmar que a adaptação ao ambiente físico representa uma “corrida de obstáculos”. IMUNIDADE ▪ DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DA IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA Os mecanismos de defesa do hospedeiro são constituídos pela imunidade inata, responsável pela proteção inicial contra as infecções, e pela imunidade adquirida, que se desenvolve mais lentamente e proporciona uma defesa mais especializada e mais eficaz contra as infecções. A imunidade inata, também chamada de imunidade natural ou nativa, está sempre presente nos indivíduos saudáveis (por isso o termo inata), estando preparada para bloquear a entrada de microrganismos e eliminar rapidamente aqueles que conseguem entrar nos tecidos do hospedeiro. A imunidade adquirida, também chamada de imunidade específica ou imunidade adaptativa, requer a expansão e a diferenciação de linfócitos em resposta a microrganismos antes que ela possa oferecer uma defesa eficaz, isto é, ela se adapta à presença dos invasores microbianos. A imunidade inata é filogeneticamente mais antiga, e o sistema imunológico adaptativo mais especializado e poderoso evoluiu posteriormente. 3 Iôgo P. Torres, Med FAP | 2° Período, UC VI A primeira linha de defesa da imunidade natural é fornecida pelas barreiras epiteliais, células e antibióticos naturais presentes nos epitélios, que bloqueiam a entrada dos microrganismos. Se esses patógenos penetrarem no epitélio e entrarem nos tecidos ou na circulação, eles são atacados pelos fagócitos, linfócitos especializados chamados de células natural killer (NK), e diversas proteínas plasmáticas, incluindo as proteínas do sistema do complemento. Todos esses mecanismos da imunidade inata reconhecem e reagem especificamente contra microrganismos. Além de fornecer a defesa inicial contra as infecções, as respostas da imunidade inata estimulam as respostas da imunidade adquirida contra os agentes infecciosos. A defesacontra microrganismos infecciosos adicionalmente requer respostas imunológicas adquiridas, especialmente com microrganismos que sejam patogênicos para humanos (i.e., capazes de causar doença) e pode ter evoluído para resistir à imunidade inata. O sistema imunológico adquirido é formado pelos linfócitos e seus produtos, como os anticorpos. Enquanto os mecanismos da imunidade inata reconhecem estruturas comuns a classes de microrganismos, as células da imunidade adquirida (linfócitos) expressam receptores que reconhecem especificamente uma variedade muito maior de moléculas produzidas pelos microrganismos, assim como substâncias não infecciosas. Essas 22 substâncias são chamadas de antígenos. As respostas adquiridas geralmente usam células e moléculas do sistema imunológico inato para eliminar os microrganismos, e funções imunológicas adquiridas para aumentar acentuadamente esses mecanismos antibacterianos da imunidade inata. Por exemplo, os anticorpos (um componente da imunidade adquirida) se ligam aos microrganismos que, quando revestidos pelos anticorpos, ligam-se avidamente às células fagocitárias (um componente da imunidade inata) ativando-as, sendo ingeridos e destruídos por elas. ESQUEMATIZE OS DOIS TIPOS DE IMUNIDADE 4 Iôgo P. Torres, Med FAP | 2° Período, UC VI ▪ DIFERENCIAR A IMUNIDADE HUMORAL E CELULAR Existem dois tipos de imunidade adquirida, conhecidos como imunidade humoral e imunidade celular, que são mediados por células e moléculas diferentes e fornecem a defesa contra microrganismos extra e intracelulares, respectivamente. A imunidade humoral é mediada por proteínas chamadas anticorpos, produzidos pelos linfócitos B. Os anticorpos são secretados na circulação e nos líquidos das mucosas, neutralizando e eliminando os microrganismos e as toxinas microbianas presentes fora da célula do hospedeiro, no sangue e no lúmen dos órgãos mucosos, como os TGI e TR. Os anticorpos evitam que as infecções se estabeleçam, porém eles NÃO têm acesso aos microrganismos que vivem e se multiplicam DENTRO das células infectadas. A defesa contra os microrganismos INTRACELULARES é chamada de IMUNIDADE CELULAR, porque é mediada pelas células conhecidas como linfócitos T. Alguns linfócitos T ativam os fagócitos para destruir os microrganismos ingeridos pelas células fagocitárias nas vesículas fagocíticas. Outros linfócitos T destroem qualquer tipo de célula do hospedeiro que apresente microrganismos infecciosos em seu citoplasma. Assim, enquanto os linfócitos B reconhecem antígenos microbianos EXTRECELULARES, os linfócitos T reconhecem antígenos produzidos pelos microrganismos INTRACELULARES. Outra diferença importante entre os linfócitos B e T é que a maioria das células T reconhece apenas antígenos proteicos, enquanto células B e anticorpos são capazes de reconhecer muitos tipos diferentes de moléculas, incluindo proteínas, carboidratos, ácidos nucleicos e lipídios. ▪ DESCREVER A IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA → A imunidade pode ser induzida em um indivíduo pela infecção ou pela vacinação (imunidade ativa); ou → Conferida a um indivíduo pela transferência de anticorpos ou linfócitos de um indivíduo imunizado ativamente (imunidade passiva). Na imunidade ativa, um indivíduo exposto aos antígenos de um patógeno desenvolve uma resposta ativa para erradicar a infecção, criando uma resistência a infecções posteriores pelo mesmo microrganismo. Diz-se que tais indivíduos estão imunes àquele microrganismo, em contraste com o indivíduo virgem, que não teve nenhuma exposição prévia aos antígenos daquele patógeno. Na imunidade passiva, o indivíduo virgem recebe as células de outro indivíduo imune à infecção; o receptor é capaz de combater a infecção durante o tempo de vida limitado dos anticorpos ou células transferidos, é o caso, por exemplo, dos indivíduos que recebem SORO contra alguma substância estranha. Consequentemente, a imunidade passiva é útil para conferir imunidade rapidamente, antes mesmo que o indivíduo seja capaz de desenvolver uma resposta ativa, mas não produz uma resistência duradoura à infecção. O único exemplo fisiológico da imunidade passiva é visto nos recém-nascidos, cujo sistema imunológico não está maduro o suficiente para responder a muitos patógenos, mas que estão protegidos contra infecções pelos anticorpos maternos que foram transferidos através da placenta ou pelo leite materno.
Compartilhar