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O APARTHEID O que foi? → Foi uma política racial de segregação implantada na África do Sul, em 1948, pelo pastor protestante Daniel François Malan, o então primeiro-ministro do país. → Apartheid, em africâner, significa "segregação", “separação”. Daniel François Malan Placa na Cidade do Cabo. Indicava uma região que só podia ser frequentada por brancos → O apartheid foi implementado por lei. As restrições a seguir não eram apenas sociais, mas obrigatórias pela força da lei. “For use by white persons" (em português: "Para uso de pessoas brancas") – placa da era do apartheid → O apartheid privilegiava a elite branca do país e excluía os negros dos espaços públicos, da educação e postos de trabalho. Como surgiu? → Do ponto de vista ideológico, o Apartheid nasceu a partir do conceito de superioridade racial defendido na Europa no século XIX. Como funcionava? → De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista. → O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. → Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos. A oposição ao movimento segregatório → A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Nelson Mandela em frente a uma bandeira do Congresso Nacional Africano. Manifestantes sul-africanos participando da campanha de desobediência civil, em junho de 1952, ocupando os lugares reservados para os brancos em um trem em Johanesburgo. → Em 1960, a polícia matou 69 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. 21 de março de 1960, Sharpeville, província de Gauteng, África do Sul. Apartheid. 69 pessoas assassinadas e 186 feridas. → Em 1966, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a data (21/03) como Dia Internacional contra a Discriminação Racial, em memória às vítimas do massacre. → Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. → Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. → Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. → O presidente Pieter Botha (primeiro-ministro da África do Sul entre 1978 e 1984 e Presidente-de-Estado de 1984 a 1989) promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista. Pieter Botha → Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição. → Em 1990, o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela. Klerk serviu como presidente da África do Sul de setembro de 1989 a maio de 1994, tendo sido o último branco a ocupar o cargo. Posse de Mandela, em 10/05/1994 Parte do discurso de Mandela em sua posse: Que haja justiça para todos. Que haja paz para todos. Que haja trabalho, pão, água e sal para todos. Que cada um de nós saiba que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertados para se realizarem. Nunca, nunca e nunca mais voltará esta maravilhosa terra a experimentar a opressão de uns sobre os outros, nem a sofrer a humilhação de ser a escória do mundo. Que reine a liberdade. → O líder político, que foi o primeiro presidente negro do país, chegou a ficar preso por quase 28 anos em razão das lutas que travava e, anos depois, recebeu o Prêmio Nobel da Paz (1993). Mandela e Klerk recebendo o Prêmio Nobel da Paz, em 1993
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