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1 Caro aluno Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe- ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção: No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en- contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. multimídia Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em seu dia a dia. vivenciando Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê- -las com tranquilidade. áreas de conhecimento do Enem Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria- mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque- les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza- ção dos estudos e até a resolução dos exercícios. diagrama de ideias Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela- borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina. Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio- logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive. conexão entre disciplinas Herlan Fellini De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo o território nacional. incidência do tema nas principais provas Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques- tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com- pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. teoria Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta- dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com- preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula. aplicação do conteúdo 2 © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020 Todos os direitos reservados. Autores Caco Basileus Herlan Fellini Felipe Filatte Kevork Soghomonian Diretor-geral Herlan Fellini Diretor editorial Pedro Tadeu Vader Batista Coordenador-geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica Hexag Sistema de Ensino Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Imagens Freepik (https://www.freepik.com) Shutterstock (https://www.shutterstock.com) ISBN: 978-65-88825-06-8 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis- posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre- sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2020 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br 3 SUMÁRIO FÍSICA ASTRONOMIA E ESTATÍSTICA HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA E FÍSICA MODERNA Aulas 45 e 46: Leis de Kepler 6 Aulas 47 e 48: Força gravitacional 17 Aulas 49 e 50: Estática de ponto material 29 Aulas 51 e 52: Estática de corpo extenso 36 Aulas 45 e 46: Hidrostática: conceitos iniciais 48 Aulas 47 e 48: Hidrostática: empuxo 59 Aulas 49 e 50: Hidrodinâmica 69 Aulas 51 e 52: Grandezas físicas 77 Aulas 45 e 46: Indução eletromagnética: conceitos iniciais 86 Aulas 47 e 48: Indução eletromagnética: Lei de Faraday 96 Aulas 49 e 50: Mecânica quântica 111 Aulas 51 e 52: Teoria da relatividade 125 4 Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade. H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos. H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, como correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas. H4 Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade. Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos. H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum. H7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida. Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen- tos ou ações científico-tecnológicos. H8 Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos. H9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos. H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. H11 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi- cos. H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios. Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais. H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos. H14 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros. H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos. H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos. Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. H17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam. H19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental. Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi- co-tecnológicas. H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. H22 Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. H23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi- co-tecnológicas. H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas H25 Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. H26 Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos. H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios. Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico tecnológicas. H28 Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em ambientes brasileiros. H29 Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais. H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente. 5 ASTRONOMIA E ESTÁTICA: Incidência do tema nas principais provas UFMG Dentre os temas deste livro, o que pode apa- recer com mais frequência é estática de corpos extensos, com questões mais objetivas. Estática de corpos extensos, mesmo com baixa incidência no vestibular, é o que pode aparecer com certa frequência, exigindo conhecimento de equilíbrio de corpos extensos. Dentre os assuntos mais abordados deste livro, pode aparecer com mais frequência questões sobre atrações gravitacionais, como entre satélites e a Terra, ou um certo planeta e o Sol. Dentre os temas abordados neste livro, podem aparecer estática de ponto material, exigindo conhecimento de montar o diagrama de forças no corpo estudado, e, possivelmente, alguma questão sobre força gravitacional entre planetas, a Terra e o Sol. A prova tem grande variação de temas, porém, podem aparecer questões relacionadas com forças gravitacionais. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, pode aparecer o conteúdo de força gravitacional. A prova tem uma grande variação de temas, porém, pode aparecer alguma questão relacionada à força gravitacional entre corpos e às leis de Kepler. Dentre os temas deste livro, o mais frequente é estática de um corpo material, com aplicações do cotidiano, diferenciando os tipos de alavanca e aplicando o conceito de equilíbrio do corpo. Dentre os assuntos mais abordados deste livro, pode aparecer com mais frequência questões sobre equilíbrio de corpos, que é o tema estática de corpos extensos, com questões mais objetivas. Eventualmente, podem aparecer questões sobre estática de um ponto material, exigindo conhecimento de forças aplicadas em um corpo em equilíbrio. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, podem aparecer questões so- bre força gravitacional, exigindo conhecimento básico da gravitação. A prova tem uma grande variação de temas, porém, podem aparecer questões relacionadas ao equilíbrio de forças em um corpo extenso, exigindo conceitos fundamentais do torque de forças. A prova tem uma grande variação de temas, porém, pode aparecer alguma questão sobre força gravitacional. A prova tem uma grande variação de temas, porém, podem aparecer questões sobre estática de ponto material, exigindo interpretação de desenhos. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, podemaparecer questões sobre problemas de mecânica relacionados ao equilíbrio de um corpo considerado ponto material. 6 Leis de KepLer CompetênCias: 1, 5 e 6 Habilidades: 1, 17 e 20 AULAS 45 e 46 1. As primeirAs teoriAs Na Antiguidade, diferentes povos fizeram observações dos movimentos dos astros e, com algumas das regularidades observadas, dividiram, por exemplo, o ano em aproximada- mente 365 dias. No entanto, essas civilizações apenas ob- servavam e descreviam o movimento dos astros, sem pro- por teorias que explicassem os movimentos observados. A partir do século VI a.C., os filósofos gregos propuseram as primeiras teorias para esses movimentos. As principais teorias propostas por eles se dividem em dois grupos: as geocêntricas e as heliocêntricas. Nas teo- rias geocêntricas, a Terra ocuparia uma posição que seria o centro do Universo (o prefixo geo vem do grego ge, que significa “terra”), e todos os demais astros estariam giran- do em torno da Terra. Nas teorias heliocêntricas, o centro do Universo seria ocupado pelo Sol (hélio vem do grego helios, que significa “Sol”), e a Lua, a Terra e os outros astros estariam girando em torno dele. As teorias heliocêntricas foram abandonadas, por terem pou- cos seguidores, uma vez que era muito difícil naquela época aceitar a ideia de que a Terra se movia. Outro fator impor- tante foi que Aristóteles (384-322 a.C.), o filósofo de maior prestígio da Antiguidade, defendia uma teoria geocêntrica. No século II, surgiu a teoria geocêntrica, que dominou o pensamento ocidental até o século XVI: a teoria de Cláudio Ptolomeu (d.C. 100-178). 2. o sistemA geocêntrico de ptolomeu A figura apresenta um dos modelos geocêntricos anteri- ores a Ptolomeu. Nesse modelo, a Lua, o Sol e os cinco planetas conheci- dos na época (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) teriam órbitas circulares em torno da Terra (que não era considerada planeta), com movimentos uniformes. A cir- cunferência mais externa seria uma casca esférica onde estariam fixadas as estrelas. Como o movimento da casca também seria uniforme, as estrelas se moveriam mantendo suas posições relativas, e, por isso, chamadas de estrelas fixas. Os outros astros teriam movimentos independentes uns dos outros, e cada um completaria uma volta em torno da Terra em tempos diferentes. 7 É importante notar que os telescópios ainda não tinham sido inventados (eles só apareceram no século XVII) e todas as observações eram feitas a olho nu. Assim, poucos astros eram conhecidos e divididos em dois grupos: as estrelas fixas e os planetas (o Sol e a Lua também eram considerados planetas), que se moviam independentemente uns dos outros (a pala- vra planeta vem do grego planetes, que significa “errante”). No entanto, verificou-se que o modelo da figura não expli- cava os então observados movimentos dos planetas. Ptol- omeu introduziu várias modificações na teoria existente, aprimorando esse modelo. Uma das modificações feita por Ptolomeu foi a introdução do epiciclo (figura abaixo) para alguns planetas. Com essa modificação, o planeta não orbitaria diretamente a Terra em uma trajetória circular, mas se moveria em uma órbita circular em torno do ponto A (chamado epicentro), e o epicentro por sua vez, teria uma órbita circular centrada na Terra. Para a órbita em torno do ponto A foi dado o nome epiciclo e à órbita do ponto A em torno da Terra foi dado o nome deferente. A figura a seguir (esquerda) ilustra um dos casos em que foi necessário recorrer a mais de um epiciclo para se expli- car o movimento do planeta. Em outros casos, foi necessário supor que o centro da def- erente fosse um ponto B, que não coincidia com o centro da Terra (figura anterior à direita). Além dessas, ainda out- ras modificações foram feitas por Ptolomeu em sua teoria, que não mencionaremos aqui. Esse modelo, proposto por Ptolomeu, apesar de complexo, explicava de forma aproximada os movimentos dos astros e, por isso, não foi contestado até meados do século XVI. 3. o modelo heliocêntrico de copérnico No século XVI, o monge polonês Nicolau Copérnico (1473- 1543) apresentou um modelo do movimento dos astros. A figura apresenta um esquema simplificado desse modelo proposto por Copérnico, com os planetas orbitando o Sol. Modelo siMplificado do sisteMa heliocêntrico de copérnico No modelo de Copérnico, a Lua tem órbita em torno da Terra, a qual, além de orbitar o Sol em um ano também teria um movimento de rotação com período de 24 horas. A esfera das estrelas fixas ficaria imóvel e o movimento observado das estrelas seria devido à rotação da Terra. Como mencionado, a figura ilustra simplificadamente o modelo. Como Ptolomeu, Copérnico também utilizou re- cursos mais complexos (epiciclos etc.) para explicar alguns dos movimentos e, assim, seu modelo era tão complexo quanto o de Ptolomeu. Outra característica comum aos dois modelos é que ambos explicavam apenas aproxima- damente os movimentos dos planetas. 8 4. As leis de Kepler O alemão Johannes Kepler (1571-1630) criou uma teoria mais precisa e simples que as teorias anteriores de Ptol- omeu e Copérnico. Essa teoria foi publicada na forma de três leis, entre 1609 e 1619. Hoje, sabemos que essas três leis estão corretas. 4.1. Primeira Lei de Kepler O sistema adotado por Kepler era heliocêntrico com a Lua girando em torno da Terra, a qual, juntamente com os ou- tros planetas, obedeceria à seguinte lei: Os planetas movem-se em trajetória elíptica, com o Sol na posição em um dos focos da elipse. O periélio é o ponto da órbita (trajetória) que está mais pró- ximo do Sol, e o afélio é o ponto que está mais afastado (figura acima). Quando a Terra está no periélio é verão no hemisfério norte e inverno no hemisfério sul. O oposto ocorre quando a Terra está no afélio, isto é, é verão no hemisfério sul e inverno no hemisfério norte. Apesar de ser elíptica, a órbita da Terra pos- sui pequena excentricidade, isto é, a trajetória é praticamente circular. Mas desse modo não deveria existir muita discrepân- cia entre diferentes épocas do ano. Porém, o eixo de rotação da Terra é inclinado em relação ao plano da órbita e essa in- clinação causa as diferentes estações do ano. As órbitas dos planetas estão aproximadamente contidas em um mesmo plano, sendo o plano da órbita da Terra chama- do plano da eclíptica. Como já mencionado para a órbita da Terra, as órbitas apesar de serem elipses têm pequenas excentricidades, isto é, são quase circunferências. A figura abaixo representa os oitos planetas conhecidos e o movi- mento que fazem em torno do Sol. Na época de Kepler, os planetas Urano e Netuno não eram conhecidos. Também, até o ano de 2006, admitia-se Plutão como um planeta do Sistema Solar. Porém, em um congres- so da União Astronômica Internacional realizado naquele ano, ficou decidido que, por ter características diferentes daquelas dos outros planetas, Plutão passaria à categoria de planeta-anão. 4.2. Segunda Lei de Kepler Como ilustrado pela figura, imagine uma linha ligando o Sol a um planeta. Após o movimento do planeta, por exemplo, entre P e P’, durante um intervalo de tempo Dt, essa linha percorre uma região do espaço caracterizando uma região de área A. Calculando a área A, “varrida pela linha” para vários intervalos de tempo, Kepler chegou à sua segunda lei: A linha que liga o Sol a um planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais. Uma consequência dessa lei é a velocidade variável do pla- neta. Para mostrar essa consequência, comparemos a área A1 com a área A2 da figura abaixo. Para as áreas serem iguais, o arco BC deve ser maior do que o arco DE. Porém, se o planeta percorrer esses arcos no mesmo intervalo de tempo, é preciso que a velocidade do planeta no trecho BC seja mais rápida que no trecho DE. Portanto: Primeira Lei de Kepler: Lei das Órbitas Elípticas fonte: Youtube multimídia: vídeo 9 a velocidade de uM planeta é variável. a velocidade auMenta à Medida que seaproxiMa do sol e diMinui à Medida que se afasta do sol. De modo equivalente, o movimento de um planeta é acele- rado à medida que vai do afélio para o periélio, e o movimen- to é retardado à medida que vai do periélio para o afélio. De acordo com essa lei, é fácil perceber que, se a trajetória fosse exatamente circular, o movimento seria uniforme. 4.3. Terceira Lei de Kepler Kepler também encontrou uma relação entre o período (T) de cada planeta, isto é, o tempo que cada planeta gasta para executar uma volta completa em torno do Sol e a me- dida do semieixo maior (R) da elipse da órbita. A relação obtida foi: SolA a a planeta A` T 2 __ R3 = constante Essa relação expressa que o cubo da média da distância do planeta do Sol e o quadrado do período da órbita de um planeta são diretamente proporcionais. Na tabela a seguir, apresentamos os valores de R, T e T 2 __ R3 para os oito planetas que giram em torno do Sol. Os dados da terceira Lei de Kepler para os planetas do Sistema Solar Planeta Período (anos) Distância média ao Sol (UA ≅ 15.1010m) Constante de Kepler Mercúrio 0,24085 0,387 1,001 Vênus 0,61520 0,723 1,001 Terra 1,00000 1,000 1,000 Marte 1,88071 1,524 0,999 Júpiter 11,85654 5,203 0,9981 Saturno 29,44750 9,537 0,9997 Urano 84,01697 19,191 0,9987 Netuno 164,79124 30,069 0,9989 Como podemos observar, o valor de T 2 __ R3 é praticamente o mesmo para todos os planetas. É interessante notar que as leis de Kepler valem para qual- quer sistema semelhante ao Sistema Solar. Essas relações são válidas sempre que um corpo de massa “grande” é or- bitado por corpos de massas “pequenas”, como na situação de um planeta e seus satélites. A Terra tem apenas um satélite natural, que é a Lua. O planeta Saturno, por exemplo, tem vinte satélites que giram em torno dele, obedecendo, aproximadamente, às três leis de Kepler. Es- sas leis aplicam-se também aos satélites artificiais que orbitam a Terra. Nesse caso, supõe-se, geralmente, que as órbitas são cir- culares e, assim, o raio médio coincide com o raio R da trajetória. Também é possível chegar a resultados próximos utilizan- do-se o raio médio, em vez do do semieixo maior. Segunda Lei de Kepler (Astronomia) fonte: Youtube multimídia: vídeo Física - Gravitação - Leis de Kepler fonte: Youtube multimídia: vídeo 10 Aplicação do conteúdo 1. Os semieixos maiores da órbita da Terra e da órbita de Marte em torno do Sol são 1,5 · 1011 m e 2,3 · 1011 m, respectivamente. Calcule o período de translação de Marte, isto é, o tempo gasto para o planeta completar uma volta em torno do Sol. Resolução: Resumindo as informações apresentadas acima, temos: TT = período de translação da Terra = 1 ano TM = período de translação de Marte = ? RT = medida de semieixo maior da órbita da Terra RM = medida do semieixo maior da órbita de Marte Pela terceira lei de Kepler, temos: RM 3 ___ TM 2 = RT 3 ___ TT 2 → RM 3 ___ RT 3 = TM 2 ___ TT 2 → ( TM __ 1 ) 2 = ( 2,3 · 1011 _______ 1,5 · 1011 ) 3 → TM < 1,9 ano 2. (UFG) As estações do ano devem-se basicamente à inclinação do eixo de rotação da Terra, a qual possui um período de precessão próximo de 26.000 anos. Na época atual, os solstícios ocorrem próximos ao afé- lio e ao periélio. Dessa maneira, o periélio ocorre no mês de dezembro, quando a distância Terra–Sol é de 145 · 106 km, e a velocidade orbital da Terra é de 30 km/s. Considere que, no afélio, a distância Terra–Sol é de 150 · 106 km. Nesse sentido, a velocidade de trans- lação da Terra no afélio e o momento astronômico que caracteriza o início da respectiva estação do ano devem ser: a) 28 km/s durante o solstício de verão do hemisfério norte. b) 29 km/s durante o solstício de inverno do hemisfério sul. c) 29 km/s durante o equinócio de outono do hemisfério sul. d) 31 km/s durante o equinócio de primavera do hemisfério sul. e) 31 km/s durante o solstício de verão do hemisfério norte. Resolução: Dados: rA = 150 · 10 6 km; rP = 145 · 10 6 km; vP = 30 km/s Considerando um intervalo de tempo bem pequeno na passagem da Terra pelo periélio e pelo afélio, os arcos (DSA e DSP) podem ser aproximados por segmentos de reta. Pela segunda lei de Kepler, as duas áreas triangulares de- marcadas (AA e AP), mostradas na figura, são iguais, de alturas aproximadamente iguais aos próprios raios. Aplicando, então, a segunda lei e dividindo membro a membro por Dt: AA = AP → DSA · rA = DSP · rP → DSA ___ Dt rA = DSp ___ Dt · rP → vA · rA = vP · rP → → vA = vP · rP ____ rA = 29 km/s A figura mostra que a passagem no afélio caracteriza o solstício de inverno no hemisfério sul. Logo, a resposta correta é a alternativa B. 3. (UFV) A figura ilustra dois satélites, S1 e S2, colocados em órbitas circulares, de raios R1 e R2, respectivamente, em torno da Terra. Após análisar a figura, é CORRETO afirmar que: a) a aceleração é nula para S1 e S2. b) a velocidade de S2 é maior que a velocidade de S1. c) a aceleração de S2 é igual à aceleração de S1. d) a aceleração de S2 é maior que a aceleração de S1. e) a velocidade de S1 é maior que a velocidade de S2. Resolução: Segundo as leis de Kepler vistas anteriormente, quanto mais afastado um planeta está de sua estrela, maior será o perío- do de revolução do mesmo, e menor sua velocidade. Dessa maneira, a velocidade de S1 é maior que a velocidade de S2. Alternativa E 11 4. (UFPI) Como ilustrado na figura, um planeta gira, em órbita elíptica, em torno do Sol. Considere as afirmações: I. Na posição A, a quantidade de movimento linear do planeta tem módulo máximo. II. Na posição C, a energia potencial do sistema (Sol + planeta) é máxima. III. Na posição B, a energia total do sistema (Sol + pla- neta) tem um valor intermediário, situado entre os cor- respondentes valores em A e C. Assinale a alternativa correta. a) I e III são verdadeiras. b) I e II são verdadeiras. c) II e III são verdadeiras. d) Apenas II é verdadeira. e) Apenas I é verdadeira. Resolução: A primeira afirmação é correta, pois, no periélio, o planeta possui velocidade máxima, e, por consequência, o momen- to linear tem valor máximo (momento linear é o produto da massa pela velocidade). A segunda afirmação é correta, pois é nessa posição (afé- lio) em que o planeta está mais afastado da estrela e pos- sui menor velocidade, e, por consequência, menor energia cinética. Por conservação da energia mecânica, quanto menor a energia cinética, maior será a energia potencial. A terceira afirmativa é falsa. A energia mecânica é constan- te quando existem apenas forças conservativas. Alternativa B Massas e períodos dos planetas em relação à Terra Planeta Massa Período (área territorial) Mercúrio 0,054 0,241 Vênus 0,814 0,815 Terra 1,000 1,080 Marte 0,107 1,881 Júpiter 317,45 11,865 Saturno 95,00 29,650 Urano 14,6 89,745 Neturno 17,6 165,951 Massa da Terra (M1) ≃ 5,98 ∙ 10 24 kg Massa do Sol ≃ 333.000 MT ≃ 1,99 ∙ 10 30 kg Massa da Lua ≃ 1 ____ 81,3 MT ≃ 7,3 ∙ 1022 kg Período da Terra (1 ano terrestre) ≃ 365,2 dias Período de rotação da Terra ≃ 23h 56 min 4s Período da Lua em torno da Terra ≃ 27,3 dias Aplicação do conteúdo 1. (Fuvest) O grande mérito do sábio toscano estava exatamente na apresentação de suas conclusões na for- ma de “leis” matemáticas do mundo natural. Ele não apenas defendia que o mundo era governado por essas “leis”, como também apresentava as que havia “desco- berto” em suas investigações. carlos Z. caMenietZki, Galileu eM sua órbita. 01/02/2014. www.revistadehistoria.coM.br. Considerando que o texto se refere a Galileu Galilei (1564-1642): a) identifique uma das “leis” do mundo natural proposta por ele; b) indique dois dos principais motivos pelos quais ele foi julgado pelo Tribunal da Inquisição. Resolução: a) Galileu é um dos proponentes do heliocentrismo, teoria que previa a movimentação dos planetas ao redor do Sol.Galileu, por meio da observação, foi capaz de reforçar o discurso de outros sábi- os, que estavam se tornando cientistas, no final da Idade Média e início da Idade Moderna. b) Galileu foi julgado pela Inquisição por alguns motivos, entre eles a proposta do heliocentrismo, o que contrariava a visão de mundo da Igreja católica – defensora do geocentrismo. Outro motivo que podemos apontar é a forma de produção do con- hecimento proposta por ele e seus pares. A noção de se produzir conhecimento a partir da observação (como o tempo de queda livre independer da massa) e usando instrumentos, tais como a luneta, e com um método próprio (o método científico), preocupava a Igreja católica que, naquele momen- to, ainda era a maior detentora de conhecimentos capazes de explicar o funcionamento do universo. 2. (IFSP) Os planetas do Sistema Solar giram em tor- no do Sol. A Terra, por exemplo, está a aproximada- mente 150 milhões de km (1u.a.) do Sol e demora 1 ano para dar uma volta em torno dele. A tabela a seguir traz algumas informações interessantes sobre o Sistema Solar. 12 Planeta Distância média ao Sol (u.a.) Diâmetro equatorial (km) Mercúrio 0,4 4.800 Vênus 0,7 12.000 Terra 1,0 13.000 Marte 1,5 6.700 Júpiter 5,2 140.000 Saturno 9,5 120.000 Urano 20,0 52.000 Netuno 30,0 49.000 De acordo com a tabela, a razão entre os diâmetros equatoriais de Júpiter e da Terra vale, aproximadamente: a) 10,8. b) 0,2. c) 0,9. d) 1,0. e) 5,2. Resolução: A razão (r) pedida é: r = DJ ___ DT = 140.000 ______ 13.000 = 140 ___ 13 ⇒ r ≅10,8 Alternativa A 3. (Udesc) Um satélite artificial, em uma órbita geoes- tacionária em torno da Terra, tem um período de órbita de 24 h. Para outro satélite artificial, cujo período de órbita em torno da Terra é de 48 h, o raio de sua órbita, sendo RGeo o raio da órbita geoestacionária, é igual a: a) 3 ∙ RGeo. b) 31/4 ∙ RGeo. c) 2 ∙ RGeo. d) 41/3 ∙ RGeo. e) 4 ∙ RGeo. Resolução: Aplicando a terceira lei de Kepler ao sistema Terra–satéli- tes, podemos relacionar os períodos de revolução às suas distâncias médias em relação ao centro da Terra. T 2 1 ___ R 3 1 = T 2 2 __ R 3 2 ⇒ (24 h) 2 ______ R 3 Geo = (48h) 2 ____ R 3 2 ⇒ R2 = 3 √ ______ (48 h) 2 ______ (24 h)2 · R3Geo ∴ R2 = 4 1/3 · RGeo Alternativa D TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. Em seu livro O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry imaginou haver vida em certo planeta ideal. Tal planeta teria dimensões curiosas e grandezas gravitacionais inimaginá- veis na prática. Pesquisas científicas, entretanto, continuam sendo realizadas e não se descarta a possibilidade de haver mais planetas no sistema solar, além dos já conhecidos. Imagine um hipotético planeta, distante do Sol 10 vezes mais longe do que a Terra se encontra desse astro, com massa 4 vezes maior que a terrestre e raio superficial igual à metade do raio da Terra. Considere a aceleração da gra- vidade na superfície da Terra expressa por g. 4. (FGV) Esse planeta completaria uma volta em torno do Sol em um tempo, expresso em anos terrestres, mais próximo de: a) 10. b) 14. c) 17. d) 28. e) 32. Resolução: Sabendo que: Rx = 10 . RT TT = 1 ano Tx = ? Utilizando a terceira lei de Kepler: Rx 3 ___ Tx 2 = RT 2 ___ TT 2 (10 . RT) 3 _______ Tx 2 = RT 3 ___ 12 1000 ____ Tx 2 = 1 Tx 2 = 1000 Tx = √ _____ 1000 Tx ≈ 32 anos Alternativa E multimídia: sites educacao.globo.com/fisica/assunto/mecani- ca/leis-de-kepler.html www.algosobre.com.br/fisica/Regime Milita- racao-universal.html 13 VIVENCIANDO O bilionário sul-africano Elon Musk tem um plano audacioso: transformar a humanidade numa raça multiplanetária. Parte desse projeto é tornar o planeta Marte habitável para seres humanos. Recentemente, Musk publicou um artigo descrevendo uma espaçonave gigantesca que transportaria 100 pessoas até o planeta vermelho, para daqui um século tornar Marte um planeta habitável e sustentável. A viagem interplanetária alimenta constantemente a imaginação de artistas e cientistas. Inspirado por um livro de ficção científica chamado Two Planets, e pela terceira lei de Kepler, o engenheiro alemão Walter Hohmann criou uma manobra para mover uma espaçonave entre duas órbitas diferentes, que é a rota mais eficiente para ir da Terra à Marte. As leis propostas por Kepler, apesar de serem criadas há muitos séculos, influenciam diretamente como enten- demos os objetos espaciais, sejam criados por nós ou não. órbita de transferência de hohMann (eM aMarelo): transferência entre duas órbitas aproxiMadaMente circulares. a órbita aZul é a da terra e a verMelha se refere à de Marte, aMbas coM o sol coMo centro. 14 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM 20 Habilidade Essa habilidade cobra do aluno que seja capaz de descrever o movimento de corpos celestes. Especificamente nesta aula, o aluno deverá compreender o funcionamento das Leis de Kepler e como elas regem o movimento dos astros, desde o sistema solar até um conjunto de satélites artificiais que orbitam a Terra, por exemplo. Modelo 1 (Enem) A característica que permite identificar um planeta no céu é o seu movimento relativo às estrelas fixas. Se obser- varmos a posição de um planeta por vários dias, verificaremos que sua posição em relação às estrelas fixas se modifica regularmente. A figura destaca o movimento de Marte observado em intervalos de 10 dias, registrado da Terra. Qual a causa da forma da trajetória do planeta Marte registrada na figura? a) A maior velocidade orbital da Terra faz com que, em certas épocas, ela ultrapasse Marte. b) A presença de outras estrelas faz com que sua trajetória seja desviada por meio da atração gravitacional. c) A órbita de Marte, em torno do Sol, possui uma forma elíptica mais acentuada que a dos demais planetas. d) A atração gravitacional entre a Terra e Marte faz com que este planeta apresente uma órbita irregular em torno do Sol. e) A proximidade de Marte com Júpiter, em algumas épocas do ano, faz com que a atração gravitacional de Júpiter interfira em seu movimento. Análise expositiva - Habilidade 20: Considerando órbitas circulares, a força gravitacional age como re- sultante centrípeta. Sendo m a massa do planeta, M a massa do Sol e r o raio da órbita do planeta:A 15 Essa expressão final mostra que a velocidade orbital é inversamente proporcional à raiz quadrada do raio da órbita. Como a Terra está mais próxima do Sol que Marte, sua velocidade orbital é maior, possuindo, em conse- quência, também maior velocidade angular e menor período. A figura mostra seis posições da Terra e as seis correspondentes posições de Marte, bem como a trajetória de Marte para um observador situado na Terra. Os intervalos de tempo entre duas posições consecutivas são, apro- ximadamente, iguais. Note que devido à maior velocidade orbital da Terra, da posição 1 até a 3, Marte parece avançar, de 3 a 5 ele parece regredir, tornando a avançar de 5 a 6. Aliás, esse fenômeno foi um dos grandes argumentos para que o heliocentrismo de Copérnico superasse o geocentrismo de Ptolomeu. Alternativa A Modelo 2 (Enem) Sabe-se que a posição em que o Sol nasce ou se põe no horizonte muda de acordo com a estação do ano. Olhando-se em direção ao poente, por exemplo, para um observador no Hemisfério Sul, o Sol se põe mais à direita no inverno do que no verão. O fenômeno descrito deve-se à combinação de dois fatores: a inclinação do eixo de rotação terrestre e a: a) precessão do periélio terrestre. b) translação da Terra em torno do Sol. c) nutação do eixo de rotação da Terra. d) precessão do eixo de rotação da Terra. e) rotação da Terra em torno de seu próprio eixo. Análise expositiva - Habilidade 20: O fenômeno descrito depende também da posiçãorelativa entre os corpos celestes, ou seja, do movimento de translação da Terra em torno do Sol. Alternativa B B 16 DIAGRAMA DE IDEIAS MODELOS/TEORIAS HELIOCENTRISMO Sol no centro: Copérnico GEOCENTRISMO Terra no centro: Ptolomeu KEPLER 2.a LEI lei das áreas 1.a LEI lei das órbitas 3.a LEI lei dos períodos Órbita elíptica Se A1 = A2, então ∆t1 = ∆t2 Sol em um dos focos vperiélio > vafélio R3 CTE =T 2 17 Força gravitacional CompetênCias: 5 e 6 Habilidades: 17 e 20 AULAS 47 e 48 1. Introdução Foi visto que a força-peso ou força gravitacional (da pala- vra latina gravitas, que significa “peso”) é a força exercida pela Terra sobre corpos próximos a ela. Newton, no século XVII, apresentou uma compreensão mais profunda dessa força com sua lei da gravitação universal. Depois de estudar as Leis de Kepler, Newton chegou a duas conclusões importantes: § As trajetórias dos planetas em torno do Sol são trajetó- rias elípticas, o que indica que o Sol exerce uma força de atração em cada planeta. § As três Leis de Kepler podem ser explicadas pela seguinte relação: Existe uma força de atração entre duas partículas de massa m1 e m2, cuja intensidade F é diretamente proporcional ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância R entre elas. F = G · m1 · m2 ______ R2 R Essa equação é a denominada lei da gravitação universal. A constante de proporcionalidade G é denominada cons- tante gravitacional universal e é determinada experi- mentalmente. Seu valor no SI é: G = 6,673 · 10-11 A unidade de G pode ser verificada a partir da equação: F = G · m1 · m2 ______ R2 G = F · R 2 ______ m1 · m2 No SI, a unidade da força F é o newton (N), a unidade da distância R é o metro (m) e a unidade das massas m1 e m2 é o quilograma (kg): Unidade de G = N · m 2 _____ kg2 Assim: G = 6,673 · 10–11 N · m 2 _____ kg2 Nota: A palavra "universal", na expressão “lei da gravita- ção universal” tem o sentido de indicar que a lei é válida para todos os corpos do Universo. Na época de Newton, essa ideia não era óbvia. Até o século XVII, a maior parte dos pensadores acreditava que os corpos celestes obedeciam a leis diferentes das que regem os corpos terrestres. 18 Pela lei da gravitação universal, tem-se: F = G · mA · mB ______ R2 = (6,7 · 10–11) · (8,0)(5,0) _______ (2,0)2 = = 6,7 · 10–10 N Ou seja: F = 0,00000000067 N Como é possível observar no exercício anterior, quando a massa dos objetos é pequena, a intensidade da força tam- bém é muito pequena, tornando-se difícil de ser observada. Esse cenário é o que ocorre com os objetos no cotidiano: pessoas, automóveis, pedras, etc., estão continuamente se atraindo, mas com forças de intensidade desprezíveis. Somente quando um dos corpos tem massa “grande”, a força de atração gravitacional tem efeitos perceptíveis, como é o caso dos planetas, da Lua e do Sol. Para massas pequenas, a força tem valor pequeno devido ao valor de G ser muito pequeno. Dessa forma, a determinação de G em laboratório não é fácil, e tal feito foi realizado apenas em 1798 pelo inglês Henry Cavendish (1731-1810), 71 anos depois da morte de Newton. 2. LeI da gravItação unIversaL e terceIra LeI de KepLer A seguir, será obtida a terceira Lei de Kepler, a partir da lei da gravitação universal de Newton, para o caso particular em que a órbita (trajetória) do planeta é circular. Como na figura a seguir, considere o movimento circular, de raio R, e uniforme, de um planeta de massa m em tor- no do Sol (supostamente em repouso), cuja massa é M. A figura indica apenas a força gravitacional __ › F exercida pelo Sol sobre o planeta; mas lembre-se de que também existe a força gravitacional – __ › F , que o planeta exerce sobre o Sol. R A lei também é válida para corpos extensos, ainda que o cálculo seja mais complicado. Entretanto, para dois corpos esféricos em que a massa esteja distribuída de forma simé- trica, a lei da gravitação universal pode ser utilizada, sendo R a distância entre os centros das esferas (figura a seguir). R Há duas considerações importantes sobre os movimentos dos planetas em torno do Sol: § De acordo com a lei da ação e reação, se o Sol exerce uma força de atração em um planeta, o planeta tam- bém exerce uma força de atração sobre o Sol. Assim, o Sol sofre uma força de atração de cada um dos planetas do sistema solar e, portanto, não fica em repouso. No entanto, a massa do Sol é muito maior que a dos planetas, e, consequentemente, o movi- mento do Sol é muito menor em comparação com o movimento dos planetas. Em geral, quando se tem um corpo de massa m girando em torno de um corpo de massa M, tais que M >> m (lê-se “M muito maior do que m”), admite-se que o corpo de massa M está praticamente em repouso. § Assim, os movimentos dos planetas também devem ser considerados com as forças de atração que existem entre cada par de planetas, além das forças que o Sol exerce em cada planeta. Aplicação do conteúdo 1. Calcule a intensidade das forças de atração entre duas bolas de aço A e B, homogêneas, de massa 8,0 kg e 5,0 kg, respectivamente, separadas por uma distância R = 2,0 m. Adote G = 6,7 ⋅ 10-11 Nm²/kg² R Resolução: Tem-se mA = 8,0 kg, mB = 5,0 kg, R = 2,0 m e G = 6,7 · 10-11Nm²/kg². 19 Pela lei da gravitação universal, sabe-se que: F = G · M · m _____ R2 Contudo, a força __ › F é a resultante centrípeta que atua no planeta. Então, sendo v o módulo da velocidade do plane- ta, tem-se: F = m · v 2 _____ R Igualando as duas equações, resulta: G · M · m _____ R2 = m · v 2 _____ R v = dXXXXX G · M _____ R Essa equação determina a velocidade com que o planeta orbita o Sol. Note que a velocidade do planeta não depen- de de sua massa, mas apenas de G, M e R. O período T do movimento pode ser calculado por: v = 2pR ____ T Das equações anteriores, obtém-se: dXXXXX G · M _____ R = 2pR ____ T → G · M _____ R = 4p 2R2 _____ T2 ou ainda: R 3 __ T2 = G · M _____ 4p2 A última expressão é a equação da terceira Lei de Kepler, uma vez que o termo G · M _____ 4p2 é constante para todos os planetas. As equações anteriores podem ser utilizadas para o mo- vimento de um corpo de massa pequena em torno de um corpo de massa M muito “grande”. Um exemplo dessa si- tuação são os satélites (naturais ou artificiais) girando em torno de um planeta. 2.1. Satélite geoestacionário Como foi visto, a terceira Lei de Kepler é válida para a órbi- ta circular, de raior R, de um satélite artificial S em torno da Terra, cuja massa é M: R 3 __ T2 = G · M _____ 4p2 = constante Essa equação determina que, independentemente da mas- sa do satélite, para cada valor de R existe um período bem definido, T, da órbita. Considere um satélite cuja órbita esteja no mesmo plano do equador da Terra e com movimento no mesmo sentido do movimento de rotação da Terra. Caso o período T do movi- mento do satélite seja igual ao período de rotação da Terra, ou seja, 24 horas, o satélite será denominado geoesta- cionário. Essa denominação se deve ao fato de que nessa situação um observador na Terra terá a impressão de que o satélite está parado no céu, ou seja, o satélite será visto sempre na mesma posição, como ilustra a figura a seguir. As telecomunicações (televisão, telefonia, etc.) utili- zam satélites geoestacionaários. Como ilustra a figura a seguir, um sinal enviado do ponto A para o satélite pode ser reemitido até o ponto B. Introdução à Gravitação - Física Geral - Mecânica Fonte: Youtube multimídia: vídeo 20 2.2. Imponderabilidade Uma nave espacial ou um satélite em órbita ao redor da Terra tem a velocidade dada pela equação: v = dXXXXX G · M _____ R Sendo R o raio da órbita e M a massa da Terra. Como foi visto, a velocidade não depende da massa do satélite(ou da nave espacial). No caso de uma nave espacial, a velocidade da nave e de todos os objetos dentro da nave, incluindo os astronau- tas, são as mesmas. Nessa situação, os astronautas têm a sensação de estarem flutuando. O que ocorre é chamado de imponderabilidade, ou seja, o peso de cada corpo faz o papel de força centrípeta, mantendo o movimento circular. Os astronautas são devidamente treinados para se acos- tumarem com a imponderabilidade. Eles são colocados dentro de um avião especial que, depois de atingir grande altitude, adquire a trajetória parabólica de queda livre, a mesma que seria seguida por um projétil sob ação apenas da gravidade. Obviamente, o experimento não dura muito tempo. Em geral, dura em torno de 20 segundos. 3. campo gravItacIonaL Qualquer massa possui um campo gravitacional em seu entorno. A intensidade do campo é determinada pela massa. Quanto maior for a massa, maior será a inten- sidade do campo. Nas proximidades da Terra, os corpos são atraídos para o centro do planeta devido ao cam- po gravitacional terrestre. A força de atração, ou força gravitacional, provoca a variação da velocidade (uma aceleração) nos corpos em queda livre. Essa aceleração é uma característica específica do planeta, diretamente relacionada à quantidade de matéria (massa) que ele possui. Essa aceleração é denominada aceleração da gravidade, indicada pela letra g. No caso do planeta Terra, de massa M e raio R, a força gravitacional __ › F pela qual um corpo é atraído é o próprio peso ___ › P do corpo. F = P G · M · m ______ (R + h)2 = m · g g = G · M ______ (R + h)2 Se o corpo está na superfície do planeta, então h = 0: gsuperficie = G · M _____ R2 Força gravitacional Fonte: Youtube multimídia: vídeo Observe na tabela a seguir o valor aproximado da aceleração da gravidade na superfície de alguns corpos celestes do sis- tema solar. Corpo celeste Lua Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Plutão g (m/s2) 1,7 3,8 8,5 9,8 3,7 24,9 10,4 10,3 13,7 8,1 21 A aceleração da gravidade de um planeta depende tan- to de sua massa quanto de seu raio. Por exemplo, a Lua possui massa 81 vezes menor que a massa da Terra e raio 3,7 vezes menor. Por esse motivo, na superfície da Lua a aceleração da gravidade é de aproximadamente 1/6 da aceleração da gravidade na superfície da Terra. Observe também que a aceleração da gravidade diminui com a altitutde, ou seja, à medida que se afasta da super- fície do planeta. Para a Terra, a variação de g é dada pela tabela a seguir, para alguns valores de altitude. Para o planeta Terra Altitude (km) g (m/s2) 0 9,83 20 9,75 60 9,63 100 9,51 200 9,22 b) Para 250 km = 0,25 · 106 m de altitude, a acele- ração vale: g = G · M · m/(R + h)2 = 6,67 · 10–11 · 5,98 · 10 24 ___________ (6,37 + 0,25)2 = 9,10 m/s2 Assim, o peso da nave é: P = m · g ä P = 120 · 103 · 9,10 ä ä P . 1092000 N ou P = 1,1 · 106 N 2. (UFSC) Quer subir de elevador até o espaço? Apesar de essa ideia já ter surgido há mais de 100 anos, um avanço em nanotecnologia pode significar que iremos de eleva- dor até o espaço com um cabo feito de diamante ou de carbono. A empresa japonesa de construção Obayashi in- vestiga a viabilidade de um elevador espacial, visando a uma estação espacial ligada ao equador por um cabo de 96000 quilômetros feito de nanotecnologia de carbono, conforme a figura abaixo. A estação espacial orbitaria a Terra numa posição geoestacionária e carros robóticos com motores magnéticos levariam sete dias para alcan- çar a estação espacial, transportando carga e pessoas até o espaço por uma fração dos custos atuais. 01) A estação espacial japonesa deve possuir movi- mento circular ao redor da Terra com velocidade line- ar igual à velocidade linear de rotação da superfície da Terra. 02) As pessoas que visitarem a estação espacial po- derão flutuar no seu interior porque lá não haverá atração gravitacional. 04) A velocidade angular da estação espacial deve ser igual à velocidade angular de rotação da Terra. 08) Um carro robótico terá, no trajeto da Terra até a estação espacial, vetor velocidade constante. 16) O período do movimento da estação espacial ao redor da Terra deve ser igual ao período de rotação diária da Terra. 32) A força de atração gravitacional da Terra será a força centrífuga, responsável por manter a estação espacial em órbita. 64) O valor da aceleração da gravidade (g) na posição da estação espacial terá um módulo menor que seu valor na superfície da Terra. Considerando G o valor do campo gravitacional da Terra Fonte: Youtube multimídia: vídeo Aplicação do conteúdo 1. Supondo-se que a Terra seja uma esfera homogênea de raio 6.370 km e massa igual a 5,98 · 1024 kg, calcule: a) a aceleração da gravidade na superfície da Terra; b) o peso de uma nave de 120 t que esteja a 250 km de altitude. Resolução: a) Dados: G = 6,67 · 10–11 · m2/kg2; R = 6,37 · 106 m; M = 5,98 · 1024 kg. A aceleração da gravidade na superfície é dada por: g = G · M __ R2 = 6,67 · 10–11 · 5,98 · 10 24 ________ 6,37 · 106 = 9,83 m/s2 22 Resolução: 01) Falsa. A velocidade linear varia com o raio; por- tanto, são as velocidades angular da estação e da superfície da Terra que seriam iguais. 02) Falsa. A atração gravitacional na estação espacial seria equivalente a 0,04g. Ainda haveria a sensação de imponderabilidade, mas com a gravidade reduzida. 04) Verdadeira. A velocidade angular seria a mes- ma, pois o local da Terra onde o cabo estivesse an- corado faria uma volta completa na sua rotação, no mesmo tempo da estação espacial. 08) Falsa. À medida que o carro subisse no cabo da Terra rumo à estação, mesmo que com velocidade de subida constante, a velocidade final seria a soma vetorial com a velocidade linear que aumenta com a altura. Com isso, a velocidade resultante também aumentaria. 16) Verdadeira. Como as velocidades angulares da estação espacial e da superfície da Terra são iguais, os períodos e frequências de rotação de ambos serão iguais entre si. 32) Falsa. A força responsável em manter a estação em órbita é a força centrípeta devido ao peso. 64) Verdadeira. Considerando o raio da Terra de aproximadamente 6.400 km, então a altura da esta- ção equivale, em raios da Terra, a: h(RT) = 96000 _____ 6400 = 15 RT Como o peso equivale à força gravitacional: P = Fg → mg = GMm _____ d2 → g = GM _________ (RT + 15RT) 2 g = GM ______ (16RT) 2 → g = GM _______ 256(RT) 2 ∴ gest. = gsup. ___ 256 ≈ 0,004gsup. Assim, a aceleração da gravidade sentida na estação es- pacial seria aproximadamente de 0,4% da aceleração da gravidade da superfície da Terra. 3. (IFBA) Considere que um satélite de massa = 5,0 kg seja colocado em órbita circular ao redor da Terra, a uma altitude h = 650 km. Sendo o raio da Terra igual a 6.350 km, sua massa igual a 5,98 · 1024 kg e a constante de gravitação universal G = 6,67 · 10-11 N · m2 /Kg2 , o módulo da quantidade de movimento do satélite, em kg · m/s, é, aproximadamente, igual a: a) 7,6 × 103. d) 2,8 × 1011. b) 3,8 × 104. e) 5,6 × 1011. c) 8,0 × 104. Resolução: A velocidade orbital é obtida igualando-se a força centrípe- ta e a força gravitacional: m · v2/R = G · M · m/R2 → v = √ _____ G · M _____ R A intensidade da quantidade de movimento linear é dada por: Q = m · v → Q = m · √ _____ G · M _____ R → Q = 5kg · √ ______ 6,67 10-11 N · m2/kg2 · 5,98 · 1024kg ______ (650000 m + 6350000m) Q = 37742,8 kg · m __ s = 3,8 · 10 4 kg · m __ s Alternativa B 4. (Acafe) A Nasa vem noticiando a descoberta de novos planetas em nosso sistema solar e, também, fora dele. Independente de estarem mais próximos ou mais afas- tados de nós, eles devem obedecer às leis da gravitação e da Física. Dessa forma,vamos imaginar um planeta (P) girando em volta de sua estrela (E), ambos com as características apresentadas na tabela a seguir. Objeto Característica Planeta (P) Estrela (E) Massa Dobro da massa da Terra Dobro da massa do Sol Raio do objeto Metade do raio da Terra Mesmo raio do Sol Raio da órbita (distância entre os centros de massa) Triplo do raio da órbita da Terra ao Sol --- Utilize o que foi exposto acima e os conhecimentos físicos para colocar V, quando verdadeiro, ou F, quando falso, nas proposições a seguir. ( ) A gravidade na superfície do planeta P é 8 vezes maior que a gravidade da superfície da Terra. ( ) A força gravitacional entre o planeta P e sua estre- la (E) é 4/9 da força gravitacional entre a Terra e o Sol. ( ) A gravidade na superfície do planeta P é 4 vezes maior que a gravidade da superfície da Terra. ( ) A velocidade orbital (linear) do planeta P em torno da estrela (E) é √ __ 2 __ 3 da velocidade orbital da Terra em torno do Sol. ( ) A força gravitacional entre o planeta P e sua estre- la (E) é maior que a força gravitacional entre a Terra e o Sol. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) F – F – V – V – V. b) V – V – F – V – F. c) F – V – V – F – F. d) V – F – V – F – V. Resolução: Verdadeira. Fazendo a razão entre as forças gravitacio- nais colocando os dados em função da Terra, tem-se: 23 Fp __ FT = 2MT ______ (0,5RT) 2 ______ MT ____ (RT) 2 → Fp __ FT = 8 Verdadeira. Fazendo a razão entre as forças gravitacionais dos planetas e sua estrela usando a referência da Terra: FPE __ FTS = 2Ms 2MT ______ (3R)2 ______ MS · MT ____ (R)2 → FPE __ FTS = 4 __ 9 Falsa. Essa razão já foi calculada na primeira afirmativa. Verdadeira. A velocidade orbital, quando aproximada a uma trajetória circular, fornece a seguinte expressão: v = √ _____ G · M _____ R Em que G é a constante de gravitação universal, M é a massa da estrela, R é a distância entre os centros de massa e v é a velocidade orbital. Assim, fazendo a razão entre as velocidades orbitais da Ter- ra e do planeta P, tem-se: vP __ vT = √ ____ 2MS ____ 3R ____ MS ___ R ∴ vP __ vT = √ __ 2 __ 3 Falsa. Foi determinado na segunda afirmativa. Alternativa B 5. (UPE-SSA 1) Em 16 de julho de 2015, a equipe da Nasa, responsável pela sonda New Horizons, que tirou fotografias de Plutão, publicou a seguinte mensagem: Uau! Acabamos de tirar mais de 1.200 fotos de Plutão. Vamos tentar ter mais algumas enquanto estamos na vizi- nhança. #PlutoFlyBy Disponível em: twitter.com, usuário: @nAsAnewHorizons. publicADo em 16 De julHo De 2015, trADuziDo e AcessADo em 19 De julHo De 2015. Uma das fotografias mostrava uma cadeia de montanhas em sua superfície. Suponha que você é um participante da missão aqui na Terra e precisa auxiliar a equipe no cálcu- lo da massa de Plutão. Assinale a alternativa que oferece o método de estimativa mais preciso na obtenção de sua massa. Para efeitos de simplificação, suponha que Plutão é rochoso, esférico e uniforme. a) Medir o seu raio e posicionar a sonda em órbita circu- lar, em torno de Plutão, em uma distância orbital conhe- cida, medindo ainda o período de revolução da sonda. b) Medir o seu raio e compará-lo com o raio de Júpi- ter, relacionando, assim, suas massas. c) Observar a duração do seu ano em torno do Sol, es- timando sua massa utilizando a terceira lei de Kepler. d) Medir a distância percorrida pela sonda, da Terra até Plutão, relacionando com o tempo que a luz do Sol leva para chegar a ambos. e) Utilizar a linha imaginária que liga o centro do Sol ao centro de Plutão, sabendo que ela percorre, em tempos iguais, áreas iguais. Resolução: Para estimar a massa de Plutão, deve-se utilizar a lei da gravi- tação universal de Newton e o seu princípio fundamental da dinâmica aplicada ao movimento circular uniforme do satélite: F = ma (1) F = G M m ______ r2 (2) Para o MCU, a aceleração é centrípeta: Substituindo (3) em (1) e igualando a (2), tem-se: 4π 2r ____ T2 = G M ____ r2 Isolando a massa de Plutão: M = 4π 2 r3 _____ GT2 Com isso, para determinar a massa de um planeta, é preciso obter apenas a distância entre o satélite e o planeta para uma órbita circular, em MCU, e o período de cada volta completa. Alternativa A 6. (Epcar (Afa)) Considere a Terra um planeta esférico, ho- mogêneo, de raio R, massa M concentrada no seu centro de massa e que gira em torno do seu eixo E com veloci- dade angular constante ω isolada do resto do universo. Um corpo de prova colocado sobre a superfície da Terra, em um ponto de latitude ϕ, descreverá uma trajetória circular de raio r e centro sobre o eixo E da Terra, conforme a figura abaixo. Nessas condições, o corpo de prova ficará sujeito a uma força de atração gravitacional F que admite duas componentes, uma centrípeta, Fcp, e outra que traduz o peso aparente do corpo, P. 24 Quando ϕ = 0º, então o corpo de prova está sobre a linha do equador e experimenta um valor aparente da acelera- ção da gravidade igual a ge. Por outro lado, quando o corpo de prova se encontra em um dos polos, experimentando um valor aparente da aceleração da gravidade igual a gp. Sendo G a constante de gravitação universal, a razão ge __ gp vale: a) 1 – ω 2R3 ____ GM . b) (GM – ω2r)R2 __________ GM . c) 1 – ω 2r ______ GM . d) GMR 2 – ω2r2 __________ GM . Resolução: A força resultante centrípeta representa a diferença entre a força gravitacional e o peso aparente em cada localização no globo terrestre. Fc = Fg – P Sendo, Fg = G · M · m ________ R2 Então: m · ω2 · r = G · M · m ________ R2 – m · g Para o corpo no equador, tem-se r = R: m · ω2 · R = G · M · m ________ R2 – m · ge Isolando ge e simplificando: ge = G · M _____ R2 – ω2 · R (1) Para o corpo localizado em um dos polos: r = 0, e: 0 = G · M · m ________ R2 – m · gp Isolando gp e simplificando: gp = G · M _____ R2 (2) Fazendo a razão (1) ___ (2) : ge __ gp = G · M _____ R2 – ω2 · R ___________ G · M _____ R2 → ge __ gp = 1 – ω 2 · R3 ______ G · M Alternativa A 4. marés Um dos fenômenos naturais mais conhecidos, a formação de marés, pode ser explicado pela força gravitacional. Newton foi capaz de explicar satisfatoriamente o fenôme- no: as marés são causadas pela atração gravitacional da Lua e do Sol sobre as águas. Observe na imagem a seguir como a força gravitacional atua sobre a água: as marés altas ocorrem nas regiões que estão mais próximas do Sol e da Lua; nas demais regiões, ocorrem marés baixas. Durante o dia, há uma alternância entre maré alta e baixa a cada 6 horas em média. Atração gravitacional da Lua Atração gravitacional do Sol Sol Lua Maré Alta Maré Alta Maré Baixa Maré Baixa multimídia: sites www.respondeai.com.br/resumos/5/capitulos/1 www.if.ufrgs.br/cref/?area=questions&id=886 www.phet.colorado.edu/sims/html/gravity-for- ce-lab/latest/gravity-force-lab_pt_BR.html 5. veLocIdade de escape Para conseguir escapar do campo gravitacional terrestre, é preciso atingir uma velocidade mínima, denominada velo- cidade de escape. Por conservação de energia, para escapar da Terra um objeto tem de ter energia cinética equivalente ao acréscimo de energia potencial resultante para mover-se para o infinito. A energia potencial gravitacional é dada por: EPg = G · MT · m _____ R 25 Em que G é constante universal da gravidade; MT é a massa da Terra; m é a massa do corpo; e R é o raio da Terra. Igualando com a energia cinética, calcula-se a velocidade de escape ve: Ec = EPg m · VE 2 _____ 2 = G · MT · m _____ R V E 2 = 2· G · MT _____ R Existe uma força que sempre pode ser observada no dia a dia: a força gravitacional. As pessoas estão “presas” à Terra devido a essa força. E a Terra está orbitando ao redor do Sol devido à interação gravitacional. Assim, tudo o que existe na Terra está o tempo todo sob a ação dessa força, que, curiosamente, é a força menos intensa da natureza. A força gravitacional é uma das quatro forças, ou interações, fundamentais do Universo. As outras são: a interação eletromagnética, que descreve os fenômenos elétricos e magnéticos; a força fraca, que descreve os processos de de- caimentos radioativos; e a força forte, que produz os fenômenos que ocorrem a curta distância no interior do núcleo atômico e são responsáveis pela estabilidade nuclear dos átomos. O surgimento do conceito de campo na Física mudou a concepção de como as forças agem. Cada partícula criava à sua volta uma perturbação, seu campo, que é sentido pelas outras partículas. Seguindo uma teoria quântica de campos (TCQ), cada uma das forças que existe na natureza é mediada pela troca de uma partícula, que é denominada mediado- ra. Nas TCQ, são as mediadoras que transmitem a força entre uma partícula e outra. A força eletromagnética é mediada pelo fóton, a força forte, pelos glúons, e a força fraca, pelas partículas W e Z, que são denominadas bósons fracos. As forças forte, fraca e eletromagnética são descritas pelo modelo padrão, que pode ser organizado como uma tabela peri- ódica das partículas elementares. Apenas uma equação governa as interações de quarks e léptons (partículas de matéria) e bósons (partículas de força). Esse modelo teórico, desenvolvido e parcialmente confirmado ao longo do último século, ainda não é capaz de compatibilizar a força gravitacional com as demais interações, uma vez que a relatividade geral e a mecânica quântica se contradizem. Uma possibilidade de incorporação da força gravitacional no modelo padrão seria entender as inte- rações gravitacionais como mediadas também por um bóson, chamado de gráviton. Uma dificuldade experimental da busca pelo gráviton seria a fraca intensidade da força gravitacional. Pode ser estranho afirmar que a força gravitacional é fraca, uma vez que ela é a força mais facilmente perceptível no dia a dia, mas isso só ocorre porque a Terra é gigantesca e possui uma quantidade incrível de massa. Em níveis atômicos, a gravidade é muitas ordens de grandeza menor do que as outras três forças. Força (ou interação) fundamental Intensidade relativa Teoria Mediador Forte 1 Cromodinâmica quântica glúon Eletromagnética 1/7 Eletrodinâmica quântica fóton Fraca 10–6 Teoria eletrofraca W± e Z0 Gravitacional 6 × 10–39 Relatividade geral gráviton (não confirmado) VIVENCIANDO V E = √ ________ 2 · G · MT ________ R Substituindo G = 6,67 · 10-11 N · m 2 _____ log , MT = 5,97 · 10 24 log, R = 6,37 · 106 m e calculando a ve- locidade de escape: VE ≅ 11,2 · 10 3 m/s VE ≅ 11,2 km/s 26 ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.20 Habilidade O aluno deverá ser capaz de compreender teoricamente a teoria gravitacional de Newton e o movimento dos corpos celestes, explicando, dessa forma, a conclusão empírica desenvolvida por Kepler graças às suas observações. Modelo 1 (Enem) Conhecer o movimento das marés é de suma importância para a navegação, pois permite definir com segu- rança quando e onde um navio pode navegar em áreas, portos ou canais. Em média, as marés oscilam entre alta e baixa num período de 12 horas e 24 minutos. No conjunto de marés altas, existem algumas que são maiores do que as demais. A ocorrência dessas maiores marés tem como causa: a) a rotação da Terra, que muda entre dia e noite a cada 12 horas; b) os ventos marítimos, pois todos os corpos celestes se movimentam juntamente; c) o alinhamento entre a Terra, a Lua e o Sol, pois as forças gravitacionais agem na mesma direção; d) o deslocamento da Terra pelo espaço, pois a atração gravitacional da Lua e do Sol são semelhantes; e) a maior influência da atração gravitacional do Sol sobre a Terra, pois este tem a massa muito maior que a da Lua. Análise expositiva 1 - Habilidade 20: As marés ocorrem devido às forças gravitacionais de atração entre a Terra e a Lua e entre a Terra e o Sol. Portanto, quando os centros desses astros estão na mesma linha, nos pontos da superfície da Terra que estão sobre essa linha, a maré é ainda mais alta, sendo mais baixa nos pontos a 90º. Ação DAs mArés, mostrADA De mAneirA exAgerADA pArA melHor entenDimento A – situAção isopotenciAl (sem mAré); b – mAré lunAr; c – mAré lunissolAr Alternativa C C 27 Modelo 2 (Enem) A lei da gravitação universal, de Isaac Newton, estabelece a intensidade da força de atração entre duas mas- sas. Ela é representada pela expressão: F = G m1m2 _____ d2 onde m1 e m2 correspondem às massas dos corpos, d é a distância entre eles, G é a constante universal da gravitação e F é a força que um corpo exerce sobre o outro. O esquema representa as trajetórias circulares de cinco satélites, de mesma massa, orbitando a Terra. Qual gráfico expressa as intensidades das forças que a Terra exerce sobre cada satélite em função do tempo? a) b) c) d) e) 28 Análise expositiva 2 - Habilidade 20: A intensidade da força de atração gravitacional é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre a Terra e o satélite. Como as órbitas são circulares, a distância para cada satélite é constante, sendo também constante a intensidade da força gravitacional sobre cada um. Como as massas são iguais, o sa- télite mais distante sofre força de menor intensidade. Assim: FA < FB < FC < FD < FE Alternativa B B DIAGRAMA DE IDEIAS LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL FORÇA DE ATRAÇÃO ENTRE CORPOS VELOCIDADE DA ÓRBITA NEWTON + KEPLER CAMPO GRAVITACIONAL VELOCIDADE DE ESCAPE |F| = GM⋅m R2 v = R G⋅M R3 G⋅M T2 4π2 = g = G⋅M (R+h)² VE = R 2⋅G⋅MT Relação constante Satélite estacionário 29 Estática dE ponto matErial CompetênCias: 5 e 6 Habilidades: 17 e 20 AULAS 49 E 50 1. Equilíbrio Estático Quando os objetos estão parados em relação à superfície da Terra, afirma-se que estão em uma condição de equi- líbrio estático. É possível verificar se um corpo está em equilíbrio estático a partir da primeira e da segunda lei de Newton. De acor- do com essas leis, se a força resultante sobre um objeto for nula, sua velocidade permanecerá constante, isto é, a velocidade não se modificará. Caso um objeto esteja em repouso, o corpo se movimentará apenas quando a soma de todas as forças que atuam no corpo não for nula. Nas situações em que mais de uma força atua sobre um corpo, uma vez que as linhas de ação de cada força se cruzam, o efeito final é equivalente a quando as forças são aplicadas num único ponto desse corpo. Assim, pode-se desconsiderar o tamanho do corpo, imaginando-o como um ponto sobre o qual todas as forças são aplicadas. Esse ponto é denominado ponto material. A seguir, como exemplo do estudo de equilíbrio estático, será analisado o sistema corda-equilibrista, ilustrado na fi- gura. Em cada instante, o equilibrista se apoia em um pon- to da corda que o sustenta. Para analisar o equilíbrio de forças, é preciso verificar cada uma das forças que atuam sobre a corda. Para isso, é necessário estabelecer um siste- ma de coordenadas cartesianas, o que permitirá decompor as forças nas direções de x e y e, em seguida, realizar a soma vetorial. Decompondo as forças de tração __ › T 1 e __ › T 2 nos eixos ortogo- nais, tem-se: T1X = T1 · cos a e T1y = T1 · sen α T2X = T2 · cos b e T2y = T2 · sen β Se o sistema está em equilíbrio, a soma das forças em cada direção também é nula, ou seja: FRx = SFx = 0 e FRy = SFy = 0 Para a direção x, a força resultante deve ser nula (FRx = 0): FRx = T2x – T1x = 0 Amesma condição deve ser válida para a direção y, ou seja, a força resultante também deve ser nula (FRy = 0): FRy = T2y – T1y – P = 0 Essas equações fornecem a relação entre as forças que atuam sobre o equilibrista na corda: FRx = 0 ä T2x = T1x FRx = 0 ä T2y – T1y = P Se o peso do equilibrista for conhecido, e os ângulos a e b entre a corda e o plano estiverem na posição horizontal, será possível determinar a intensidade da força de tensão que atua sobre a corda enquanto o homem se equilibra. 2. condição dE Equilíbrio dE um ponto matErial Foi visto que o equilíbrio de um ponto material ocorre quando a soma das forças que atuam sobre ele é nula. 30 Adotanto um sistema de eixos x e y com origem no ponto A, para que o ponto A fique em equilíbrio, tem-se: FR = 0 ä FRx = 0 e FRy = 0 Componentes na direção do eixo x: T1x = T1 · cos 30º = dXX 3 ___ 2 T1 T2x = T2 · cos 60º = T2 __ 2 Px = P · cos 90º = P = 0 Assim, a resultante na direção do eixo x é FRx: FRx = T1x – T2x FRx = dXX 3 ___ 2 T1 – T2 __ 2 Componentes na direção do eixo y: T1y = T1 · sen 30º = T1 __ 2 T2y = T2 · sen 60º = dXX 3 ___ 2 T2 Py = P · sen 90º = P · 1 = 100 N E, então, a resultante na direção do eixo y é FRy: FRy = T1y+ T2y– Py FRy = + T1 __ 2 + dXX 3 ___ 2 T2 – 100 Utilizando a condição de equillíbrio, FRx = 0 e FRy = 0: dXX 3 ___ 2 T1 – T2 __ 2 = 0 + T1 __ 2 + dXX 3 ___ 2 T2 – 100 = 0 Resolvendo o sistema formado pelas duas equações, ob- tém-se: T1 = 50 N e T2 = 50 dXX 3 N. 2.º modo: método do polígono Esse método de resolução será aplicado quando houver apenas três forças. Deve-se procurar construir um polígono fechado com as três forças; para isso, é preciso deslocar os pontos de apli- cação de P e T2: Assim, o equilíbrio pode ser classificado em: § equilíbrio estático: o ponto material está em repou- so ( __ › v = ___ › 0 ); § equilíbrio dinâmico: o ponto material está em movi- mento constante ( __ › v = constante ≠ ___ › 0 ). Dessa forma, independentemente do tipo de equilíbrio, se a velocidade vetorial for constante, a aceleração vetorial ___ › a será nula. Portanto, se um ponto material estiver em equilí- brio, será necessário e suficiente que a resultante de forças que atuam sobre ele seja nula. ponto material em equilíbrio ä FR = 0 Fisica - Estática - Estática do Ponto Material Fonte: Youtube multimídia: vídeo Aplicação do conteúdo 1. Um corpo de peso 100 N é mantido em equilíbrio pendurado por dois fios, como ilustra a figura. Deter- mine as intensidades das trações nos fios, admitindo-os ideais (inextensíveis e de massas desprezíveis). Resolução: É possível resolver o problema de dois modos. 1.º modo: isolando o ponto A Nesse caso, três forças atuam no ponto A: __ › T 1, __ › T 2 e ___ › P . 31 Aplicando a lei dos senos ao triângulo formado (em todo triângulo as medidas dos lados são proporcionais aos se- nos dos ângulos opostos), tem-se: T1 ______ sen 30° = T2 ______ sen 60° = T3 ______ sen 90° T1 __ 1 __ 2 = T2 ___ dXX 3 ___ 2 = 100 ___ 1 A partir dessa expressão, é possível obter duas igualdades: T1 __ 1 __ 2 = 100 ___ 1 T1 = 50 N e T2 ___ dXX 3 ___ 2 = 100 ___ 1 T2 = 50 dXX 3 N 3. cEntro dE massa O ponto no qual é possível considerar que toda a massa se concentra é denominado o centro de massa ou centro de gravidade de um corpo. Por exemplo, se um corpo é homogêneo, seu centro de massa (CM) coincide com o seu centro geométrico (GM). CG ⇒ CM cubo homogêneo Quando um corpo é lançado obliquamente, seu centro de massa descreve a mesma trajetória que uma partícula lan- çada com a mesma velocidade inicial, com o mesmo ângulo. Para o caso em que se tem um sistema de pontos materiais P1, P2, P3,...,Pn de massas m1, m2, m3,..., mn, respectivamente. P1 Pn P2 P3 y x Sejam as coordenadas do ponto P1 = (x1y1), de P2 = (x2, y3), até Pn = (xn, yn), segue que as coordenadas do centro de massa são: xCM = m1 . x1 + m2 . x2 + m3 . x3 + ... + mn . xn _____________________________ m1 + m2 + m3 + ... + mn yCM = m1 . y1 + m2 . y2 + m3 . y3 + ... + mn . yn ___________________________ m1 + m2 + m3 + ... + mn Estática do corpo rígido - Mãozinha em Física 023 Fonte: Youtube multimídia: vídeo 32 4. classificação dos difErEntEs tipos dE Equilíbrio O equilíbrio de um corpo pode ser estável, instável ou indi- ferente. Para exemplificar cada um desses tipos, considere uma placa com centro de gravidade indicado pela sigla “CG” e que esteja suspensa pelo ponto O. Se a placa estiver em uma posição de equilíbrio, as forças que agem na placa, que são o peso P, aplicado no centro de gravidade CG, e a força de suspensão F, aplicada em O, deverão ser opostas; para que isso seja possível, o ponto de suspensão O e o centro de gravidade CG deverão pertencer à mesma reta vertical. Caso a placa seja deslocada ligeiramente da posição de equilíbrio, girando-a em torno de O e abandonando-a em se- guida, a placa se movimentará de modo a retornar à posição de equilíbrio. Nesse caso, afirma-se que o equilíbrio é estável. No equilíbrio estável, o centro de gravidade CG está abai- xo do ponto de suspensão O. A figura anterior ilustra uma placa deslocada da posição de equilíbrio estável (indicado pelo retângulo tracejado). A placa girará em torno do pon- to O até se equilibrar novamente. Se o centro de gravidade estiver acima do centro de suspen- são, o equilíbrio será instável. Nesse caso, qualquer desvio da placa da posição de equilíbrio, girando-a em torno de O e abandonando-a em seguida, fará com que a placa se movi- mente e se afaste ainda mais da posição de equilíbrio. Se o centro de gravidade coincidir com o ponto de suspen- são, o equilíbrio será indiferente. Nesse caso, ao movimen- tar a placa, girando-a em torno do ponto O, ela permane- cerá em equilíbrio na nova posição, qualquer que seja a nova posição. As situações de equilíbrio podem ser compreendidas por meio dos exemplos de uma pequena esfera sobre três su- perfícies com características distintas: § No equilíbrio instável, ao retirar o corpo da sua posição de equilíbrio, o corpo se afasta ainda mais dela quando abandonado. § No equilíbrio estável, o corpo retorna à posição de equilíbrio ao ser deslocado e abandonado da posição de equilíbrio. § No equilíbrio indiferente, ao ser deslocado, o objeto permanece em equilíbrio na nova posição em que foi deslocado. Equilíbrio instável Equilíbrio estável Equilíbrio indiferente Equilíbrio instável Equilíbrio estável Equilíbrio indiferente Equilíbrio instável Equilíbrio estável Equilíbrio indiferente 33 Aplicação do conteúdo 1. (Espcex (Aman)) Um cilindro maciço e homogêneo de peso igual a 1.000 N encontra-se apoiado, em equi- líbrio, sobre uma estrutura composta de duas peças rígidas e iguais, DB e EA, de pesos desprezíveis, que formam entre si um ângulo de 90º e estão unidas por um eixo articulado em C. As extremidades A e B estão apoiadas em um solo plano e horizontal. O eixo divide as peças de tal modo que DC = EC e CA = CB, conforme a figura a seguir. Um cabo inextensível e de massa desprezível encontra-se na posição horizontal em relação ao solo, unindo as extre- midades D e E das duas peças. Desprezando o atrito no eixo articulado e o atrito das peças com o solo e do cilindro com as peças, a tensão no cabo DE é: Dados: cos 45º = sen45º = √ __ 2 __ 2 g é a aceleração da gravidade a) 200 N. b) 400 N. c) 500 N. d) 600 N. e) 700 N. Resolução: Decompondo as forças que estão atuando na bola, segue que: Em que, NDY = ND ⋅ sen(45º) – comp. vertical de ND NEY = NE ⋅ sen(45º) – comp. vertical de NE Sabe-se que, devido ao ângulo formado entre os apoios
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