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1 Caro aluno Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe- ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção: No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en- contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. multimídia Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em seu dia a dia. vivenciando Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê- -las com tranquilidade. áreas de conhecimento do Enem Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria- mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque- les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza- ção dos estudos e até a resolução dos exercícios. diagrama de ideias Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela- borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina. Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio- logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive. conexão entre disciplinas Herlan Fellini De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo o território nacional. incidência do tema nas principais provas Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques- tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com- pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. teoria Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta- dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com- preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula. aplicação do conteúdo 2 © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020 Todos os direitos reservados. Autores Caco Basileus Herlan Fellini Felipe Filatte Kevork Soghomonian Diretor-geral Herlan Fellini Diretor editorial Pedro Tadeu Vader Batista Coordenador-geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica Hexag Sistema de Ensino Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Imagens Freepik (https://www.freepik.com) Shutterstock (https://www.shutterstock.com) ISBN: 978-65-88825-06-8 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis- posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre- sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2020 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br 3 SUMÁRIO FÍSICA MECÂNICA ONDULATÓRIA ELETROMAGNETISMO Aulas 35 e 36: Trabalho, potência e rendimento 6 Aulas 37 e 38: Energias cinética, potencial e mecânica 19 Aulas 39 e 40: Energia mecânica 29 Aulas 41 e 42: Impulso e quantidade de movimento 42 Aulas 43 e 44: Conservação da quantidade de movimento 49 Aulas 35 e 36: Movimento harmônico simples 62 Aulas 37 e 38: Introdução à ondulatória 72 Aulas 39 e 40: Fenômenos ondulatórios 83 Aulas 41 e 42: Acústica 98 Aulas 43 e 44: Tubos e cordas 112 Aulas 35 e 36: Leis de Kirchhoff 124 Aulas 37 e 38: Campo magnético: ímã 133 Aulas 39 e 40: Campo magnético gerado por uma corrente 140 Aulas 41 e 42: Força magnética em partículas 149 Aulas 43 e 44: Força magnética em fios 159 4 Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade. H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentescontextos. H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas. H4 Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade. Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos. H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum. H7 Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida. Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen- tos ou ações científico-tecnológicos. H8 Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos. H9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos. H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. H11 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi- cos. H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios. Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais. H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos. H14 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros. H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos. H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos. Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. H17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam. H19 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental. Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi- co-tecnológicas. H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. H22 Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. H23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi- co-tecnológicas. H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas H25 Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. H26 Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos. H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios. Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico tecnológicas. H28 Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em ambientes brasileiros. H29 Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais. H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente. 5 MECÂNICA: Incidência do tema nas principais provas UFMG O tema energia mecânica é recorrente na prova, relacionado com outros temas da Física. Dentre os temas abordados neste livro, os de maiores incidência na prova são conservação da quantidade de movimento e energia mecânica. Os temas conservação da quantidade de movimento e energia mecânica são recorrentes na prova. Dentre os temas abordados neste livro, pode aparecer energia mecânica relacionada com movimento uniformemente acelerado (MRUV), exigindo do candidato conhecimento das equações. A prova tem uma grande variação de temas, porém, os conteúdos impulso de uma força e conservação de energia podem aparecer. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, podem aparecer trabalho de uma força e conservação de energia mecânica, com questões bem objetivas. A prova tem uma grande variação de temas, porém, conservação da quantidade de movimento e energia aparecem com alguma frequência. A prova sempre explora o tema energia e suas aplicações, com questões interdisciplinares que envolvem diversos tipos de energia, como potencial e cinética. O tema energia mecânica é recorrente na prova. Eventualmente, podem aparecer questões sobre quantidade de movimento e energia cinética de corpos. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, podem aparecer trabalho de uma força e energia mecânica, com questões bem objetivas. A prova tem uma grande variação de temas, porém, podem aparecer questões sobre conservação de energia mecânica e trabalho de forças em um corpo. A prova tem uma grande variação de temas, porém, pode aparecer uma questão sobre conservação de energia. A prova tem uma grande variação de temas, porém, há certa frequência de questões sobre energia mecânica, com questões que exigem análise dos movi- mentos por meio de gráficos. A prova tem uma grande variação de temas. Eventualmente, podem aparecer questões sobre problemas de mecânica que relacionam energia, velocidade e posição dos corpos, exigindo um alto nível de manipulações em equações horárias de movimento. 6 Trabalho, poTência e rendimenTo CompetênCias: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23 AULAS 35 e 36 1. Trabalho de uma força consTanTe O corpo ilustrado na figura a seguirse desloca em uma trajetória retilínea. O deslocamento do corpo é ___ › d . Considere uma força __ › F constante atuando no corpo, isto é, o módulo, a direção e o sentido da força são constantes, ainda que essa força seja aplicada sob um ângulo q em relação ao deslocamento ___ › d . O trabalho da força __ › F é representado pela letra grega t (lê-se “tau”) e é definido por: t = F ∙ d ∙ cos q No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J. O fator cos q é adimensional, ou seja, não tem unidade. Assim: (unidade de t) = (unidade de F) ⋅ (unidade de d) J = N ⋅ m Dessa forma, 1 J é igual ao produto de 1 N por 1 m. O valor de cos q varia de –1 a 1, dependendo do ângulo q, de modo que é possível separar a equação do trabalho em duas situ- ações, uma delas considerando o ângulo q agudo, ou seja, 0 < q < 90º; nesse caso, cos q > 0, e, portanto, o trabalho será positivo. < Para um ângulo q obtuso, ou seja, 90º < q < 180º, tem-se cos q < 0, e o trabalho será negativo. Para os valores de q = 0, q = 90º e q = 180º, as situações são ainda mais simplificadas. Observe a imagem a seguir: 7 Em geral, quando 0 ≤ q < 90º, o trabalho é positivo, e a força age sobre o corpo de modo a aumentar sua veloci- dade, ou seja, a força “ajuda” o movimento. Nesses casos, afirma-se que se trata de um trabalho motor. Quando 90º < q ≤ 180º, o trabalho é negativo, e a força atua di- minuindo a velocidade do corpo, isto é, a força “se opõe” ao movimento. Nesses casos, afirma-se que se trata de um trabalho resistente. Quando o trabalho é nulo, o que ocorre para q = 90º, a for- ça não contribui para o movimento do corpo. Nesse caso, a força é perpendicular ao deslocamento. 1.1. O trabalho total Quando mais de uma força atua sobre um corpo, cada uma delas realiza trabalho. Por definição, o trabalho total ao longo de um deslocamento é a soma dos trabalhos de cada uma das forças: ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ... Considerando que a resultante dessas forças seja __ › F R, é pos- sível demonstrar que o trabalho total é igual ao trabalho da força resultante __ › F R: tFr = ttotal Aplicação do conteúdo 1. A figura a seguir mostra um bloco apoiado em uma su- perfície horizontal, sendo puxado para a direita por uma força __ › F de intensidade F = 100 N. Sob o bloco também atuam o peso ___ › P , a normal e a força de atrito ___ › FA . Supondo P = 90 N, FA= 20 N, sen q = 0,60 e cos q = 0,80, e que o deslocamento do bloco foi de ___ › d = 5 N, calcule o traba- lho de cada força e o trabalho total. Resolução: O trabalho da força F e o trabalho da força de atrito ____ › FA são: tF = F d ∙ cos q = (100)(5,0)(0,80) = 400 tF = 400 joules = 400 J tFA = FA ∙ d ∙ cos 180º = (20)(5,0)(–1) tFA = –100 joules = –100 J As forças ____ › FN e ___ › P são perpendiculares ao deslocamento e, portanto, seus trabalhos são nulos: tP = tFN = 0 Assim, o trabalho total é: ttotal = tF + tFA + tP + tFN = (400 J) + (–100 J) + 0 + 0 = 300 J Calcule o trabalho total novamente, mas através do traba- lho da força resultante FR. 8 Decompondo a força F nas componentes horizontal Fx e vertical Fy, tem-se: Fx = F ∙ cos q = (100N)(0,80) = 80 N Fy = F ∙ sen q = (100N)(0,60) = 60 N A força resultante é dada pelas duas componentes hori- zontais: FR = Fx – FA = (80 N) – (20 N) = 60 N tFR = FR ∙ d ∙ cos 0º = (60 N)(5,0 m) = 300 J Então, conclui-se que: ttotal = tFR Trabalho de um força - Mãozinha em Física 011 Fonte: Youtube multimídia: vídeo 2. Trabalho quando a força é variável ou a TrajeTória é curva No tópico anterior, o trabalho de uma força constante foi definido para o movimento de um corpo em uma trajetória retilínea. Caso a força não seja constante, ou a trajetória não seja retilínea, ainda em ambos os casos, faz-se a se- guinte aproximação: a trajetória é dividida em diversos se- guimentos bem pequenos, de modo que cada trecho possa ser aproximado por uma trajetória retilínea, em que a força é aproximadamente constante. Assim, para cada trecho, obtém-se o trabalho pela expressão: t = F ∙ d ∙ cos q O trabalho na força em questão, na trajetória curva, é obti- do pela soma do trabalho em cada trecho. O cálculo exato desse procedimento requer a aplicação do cálculo integral. Contudo, existem alguns casos particula- res que serão analisados a seguir. 2.1. Força variável Em primeiro lugar, considere o caso de deslocamento re- tilíneo de um bloco sob a ação de uma força __ › F constante (figura a seguir). A força __ › F pode ser decomposta nas com- ponentes tangencial ( __ › F t) e normal ( __ › F n) , e, assim, o trabalho é dado por: Ft = F ∙ cos q 9 tF = F ∙ d ∙ cos q = (F ∙ cos q) ∙ d = Ft ∙ d Dessa forma, o trabalho da força __ › F e o da sua componente tangencial __ › F t são iguais. O produto Ft ⋅ d é numericamente igual à área da região colorida na figura a seguir. tFt = Ft ∙ d Para uma força __ › F variável, e qualquer formato de trajetória, o trabalho pode ser obtido se o gráfico da componente tangencial da força pela posição for conhecido. Nesse caso, a área da região entre S1 e S2 e a curva da componente tangencial são numericamente iguais ao trabalho da força (como no caso anterior). Por convenção, quando o gráfico está acima do eixo hori- zontal, o trabalho é positivo ( __ › F t tem o mesmo sentido do movimento). Quando o gráfico está abaixo do eixo hori- zontal, o trabalho é negativo ( __ › F t tem sentido oposto ao do movimento). Trabalhar como área sob a curva | Trabalho e energia |... Fonte: Youtube multimídia: vídeo 2.2. Força-peso Como exemplo, considere o movimento da partícula na figura a seguir, de um ponto A para um ponto B, próximo à superfície da Terra, ao longo de uma trajetória qualquer. Devido ao movimento ser próximo à superfície, pode-se considerar que o valor do peso ___ › P da partícula é constante. Nesse caso, é possível demonstrar que o módulo do traba- lho do peso ___ › P durante o deslocamento é dado por: |tAB| = P ∙ h O valor de h é o desnível entre os pontos A e B (diferença de altura ao longo da direção vertical). Se a partícula se mover para baixo, ou seja, se o ponto A estiver mais alto que o ponto B, o trabalho será positivo, uma vez que o movimento da partícula ocorrerá no mesmo sentido da for- ça-peso. Se a partícula subir, ou seja, se o ponto A estiver abaixo do ponto B, o movimento da partícula será contrá- rio ao peso, e o trabalho será negativo. tAB = + Ph e tBA = – Ph 2.3. Forças conservativas No caso anterior, o trabalho da força-peso entre dois pon- tos A e B não depende da trajetória da partícula, apenas 10 das posições inicial e final que determinam o valor de h. As forças que têm essa característica são denominadas for- ças conservativas. Observe a seguir a razão disso. 2.3.1. Força centrípeta e força normal No caso da força centrípeta (resultante ou não) que atua sobre uma partícula em movimento circular, o trabalho pode ser obtido pelo método exemplificado anteriormente. A tra- jetória é dividida em pequenos trechos que podem ser consi- derados como aproximadamente retilíneos (figura a seguir). Como a força centrípeta é perpendicular ao deslocamento, o trabalho é nulo em cada trecho. O trabalho de uma força centrípeta é a soma do trabalho em cada trecho; portanto, o trabalho é nulo. A mesma situação ocorre para a força normal no movi- mento retilíneo ou curvo de um corpo em uma superfície. Em cada trecho, a força normal é perpendicular ao movi- mento; portanto, o trabalho é nulo. 3. Trabalho da força elásTica Nas academias de ginástica, é comum haver um apare- lho para fortalecer os músculos feito de um elástico bem resistente. Para realizar o exercício, o elástico pode ser puxado tanto pelas mãos quanto pelas pernas. Quando o elástico começa a ser esticado com uma força__ › F , o elástico exerce uma força elástica ____ › Fel de resistência, ou seja, essa força de resistência tenta impedir que o elástico seja ainda mais distendido. Assim, à medida que a força que puxa o elástico aumenta, maior é a força de resistência causada pelo elástico. Dessa forma, é cada vez mais difícil estender o elástico. Caso a força aplicada sobre o elástico diminua, a força elástica fará com que o elástico retorne à configuração inicial sem deformação. No caso do elástico, a constante elástica k é a propriedade relacionada à “resis- tência” do elástico, isto é, ela determina o quanto de força é necessário para esticá-lo de uma certa quantidade. O gráfico da força aplicada pela deformação é dado pela lei de Hooke (F = kx). Considerando o exemplo do alonga- mento do elástico e adotando o sentido da esquerda para a direita como positivo, tem-se o gráfico: O trabalho é obtido pela área do triângulo da figura, uma vez que, numericamente, a área desse triângulo é igual ao trabalho da força. Para o caso de uma força em uma mola, tanto ao comprimi-la quanto ao esticá-la, o raciocínio é o mesmo, mas, nesse caso, como o deslocamento da mola pode ocorrer nos dois sentidos, as forças de distensão e compressão na mola são variáveis. Contudo, o trabalho também é obtido pela área do triângulo, como indicado na figura. tF = 1 __ 2 kx2 e tFel = – 1 __ 2 kx2 No exemplo do elástico, o trabalho realizado pela força __ › F exercida pela pessoa corresponde à energia que fica arma- zenada na mola sob a forma de energia potencial elástica, como será visto adiante. A força elástica sempre se opõe à deformação da mola, tendendo a levá-la para a posição de equilíbrio (mola não deformada). Desse modo, a força elástica realizará trabalho positivo ou negativo. 11 Em geral, pode-se dizer que o trabalho exercido por uma mola durante um deslocamento, em que inicialmente sua deformação é x1 e depois x2, é dado por: tFel = – 1 __ 2 ∙ k ∙ (x2 2 – x1 2) Assim, se a deformação da mola aumentar (x2 > x1), o tra- balho da força elástica será negativo (tFel < 0). E se a mola tiver reduzida sua deformação (x2 < x1), o trabalho da força elástica será positivo (tFel > 0). Física - Introdução ao trabalho e energia (Khan Academy) Fonte: Youtube multimídia: vídeo 4. PoTência média de uma força A figura a seguir ilustra simplificadamente um motor que é usado para movimentar um elevador. Quando o elevador é erguido, a força __ › F aplicada sobre o elevador realiza trabalho. Dois motores diferentes podem ter desempenhos diferentes, isto é, a força aplicada por cada motor pode ser diferente e, nesse caso, o trabalho realizado por cada um, em um certo intervalo de tempo, será diferente. Nesse caso, considera- -se que aquele que realizar a maior quantidade de traba- lho nesse intervalo de tempo terá maior potência. Assim, a potência pode indicar com que rapidez um trabalho está sendo realizado. A potência média (Pm) de uma força, no intervalo de tempo (Dt), é a razão entre o trabalho dessa força (t) e o intervalo de tempo: Pm = τ ___ Dt Como exemplo, considere que, em 6 segundos, uma força tenha realizado trabalho de 30 joules. A potência média dessa força será: Pm = τ ___ Dt = 30 joules _________ 6 segundos = 5 joules/segundo = 5 J/s Assim, essa força terá realizado, em média, um trabalho de 5 joules a cada segundo. No Sistema Internacional, a unidade de potência é o watt, cujo símbolo é W. Da equação anterior: 1 W = 1 J/s No exemplo dado, a potência, em watts, é: Pm = 5 J/s = 5 watts = 5 W 5. PoTência insTanTânea A potência instantânea é uma potência para um instan- te de tempo específico. Geralmente, o cálculo da potência instantânea é complexo. No entanto, a potência instantâ- nea pode ser calculada pela mesma fórmula da potência média nos casos em que a potência é constante. 6. PoTência e velocidade Considere, como ilustrado na figura, uma força constante __ › F agindo sobre um bloco durante um intervalo de tempo Dt e causando o deslocamento ___ › d do bloco. 12 A potência média da força nesse intervalo de tempo é: Pm = t ___ Dt = F ⋅ d ⋅ cos u _________ Dt = F ∙ ( d ___ Dt ) ∙ cos q Pm = F ∙ vm ∙ cos u Em que vm é o módulo da velocidade média. No caso de valores instantâneos, sendo P a potência ins- tantânea e v a velocidade instantânea, tem-se: P = F ∙ v ∙ cos q Quando a força é paralela à velocidade, tem-se q = 0°, e, nesse caso particular, como cos 0° = 1, a potência é dada por: P = F ∙ v 7. ProPriedade gráfica Considere o gráfico a seguir da potência em função do tempo. Nesse caso, a potência é constante ao longo do tempo. A área da região colorida é numericamente igual ao trabalho t realizado no intervalo de tempo Dt: P = t ___ Dt ⇒ t = P ∙ (Dt) Essa propriedade também é válida quando a potência é va- riável. Assim, para a potência variável do gráfico da figura, a área da região colorida também é numericamente igual ao trabalho realizado no intervalo de tempo Dt. 8. PoTência e energia Foi considerado anteriormente o cálculo da potência por meio do trabalho de uma força. Entretanto, o conceito de potência aplica-se, em geral, a qualquer processo em que exista fluxo de energia. Se uma quantidade de energia DE for fornecida ou recebida por um sistema no intervalo de tempo Dt, a potência média fornecida (ou recebida) por esse sistema será: Pm = DE ___ Dt A potência instantânea também é definida do mesmo modo para um instante de tempo específico. Como anteriormente, nos casos em que a potência é constante, a fórmula é válida. A propriedade gráfica vista para potência também pode ser utilizada nesse caso mais geral da potência. Aplicação do conteúdo 1. Um ferro elétrico de passar roupas tem a especifica- ção de potência igual a 2.000 W. Caso esse ferro seja utilizado durante 3,0 horas, qual será a energia elétrica consumida? Resolução: A indicação 2.000 W significa que a potência consumida é 2.000 W, ou seja, lembrando que: 1 W = 1J / 1 s A cada segundo são consumidos 2.000 joules de energia elétrica (que é transformada em calor). Então: Dt = 3,0 horas = (3,0)(3.600 s) = 10.800 segundos Assim: P = DE ___ Dt ⇒ DE = P ⋅ (Dt) = (2.000 W) (10.800 s) = 2,16 ∙ 107 W ∙ s DE = 2,16 ⋅ 107 joules ≅ 20 milhões de joules 9. ouTras unidades de energia e de PoTência 9.1. O quilowatt-hora Na prática, a unidade joule é uma medida de energia muito pequena em comparação com a energia consumida pelos aparelhos comuns (como podemos perceber na resolução do exercício anterior). Assim, uma outra unidade de ener- gia, o quilowatt-hora, cujo símbolo é kWh, é utilizada. A energia correspondente à potência de 1 kW durante 1 hora é, por definição, igual a 1 kWh. Então: 13 1 kWh = (1 kW)(1 h) = (103 W)(3.600s) = 3,6 ⋅ 106 W ⋅ s = 3,6 ⋅ 106 joules = 3,6 ∙ 106 J 1 k Wh = 3,6 ∙ 106 J No exercício do ferro de passar roupas, a energia em kWh consumida pelo ferro de passar é: DE = P ⋅ (Dt) = (2.000 W) (3 horas) = (2 kW)(3 h) = 6 kWh 9.2. O horsepower e o cavalo-vapor Por razões históricas, duas unidades de potência que não pertencem ao SI ainda são utilizadas: o horsepower (po- tência de um cavalo), cujo símbolo é HP, e o cavalo-va- por, cujo símbolo é cv. As relações entre essas unidades e o watt são: 1 HP ≅ 746 W 1 cv ≅ 735 W 10. rendimenTo A figura a seguir ilustra uma máquina qualquer que recebe uma potência total (Pt). Para executar a tarefa especí- fica para a qual a máquina foi planejada, apenas uma par- te dessa potência total é utilizada. Essa parte é a potência útil (Pu). A outra parte da potência é perdida: trata-se da denominada potência dissipada (Pd). Pt = Pu + Pd O rendimento (h) é definido pela razão entre a potência útil e a potência total: h = Pu __ Pt Aplicação do conteúdo 1. (Unicamp) Músculos artificiais feitos de nanotubos de carbonoembebidos em cera de parafina podem su- portar até duzentas vezes mais peso que um músculo natural do mesmo tamanho. Considere uma fibra de músculo artificial de 1 mm de comprimento, suspensa verticalmente por uma de suas extremidades e com uma massa de 50 gramas pendurada, em repouso, em sua outra extremidade. O trabalho realizado pela fibra sobre a massa, ao se contrair 10% erguendo a massa até uma nova posição de repouso, é: Se necessário, utilize g = 10 m/s2. a) 5 ∙ 10-3 J. b) 5 ∙ 10-4 J. c) 5 ∙ 10-5 J. d) 5 ∙ 10-6 J. Resolução: Dados: L = 1 mm = 10-3 m; m = 50g = 50 ∙ 10-3 kg; h = 10% L = 0,1(10-3) m = 10-4; g = 10 m/s2 O trabalho realizado pela força tensora exercida pela fibra é igual ao ganho de energia potencial. tP = mgh = 50 ∙ 10 -3 ∙ 10 ∙ 10-4 ⇒ tF = 5 ∙ 10 -5 J. Alternativa C 2. (FMP) Um objeto de massa m, que pode ser tratado como uma partícula, percorre uma trajetória retilínea, e sua velocidade varia no tempo, de acordo com a função cujo gráfico está descrito na figura a seguir. Considere os três instantes assinalados na figura: o ins- tante t0, no qual a velocidade do objeto vale v0, o instan- te t1, no qual a velocidade vale -v0, e o instante t2, para o qual a velocidade do objeto continua valendo -v0. Os trabalhos realizados pela força resultante sobre o objeto entre os instantes t0 e t1 (t1), e entre os instantes t1 e t2 (t2), valem: a) t1 < 0 e t2 < 0. b) t1 > 0 e t2 < 0. c) t1 = 0 e t2 = 0. d) t1 > 0 e t2 = 0. e) t1 = 0 e t2 < 0. Resolução: Pela segunda Lei de Newton da dinâmica: FR = m ∙ a O trabalho de uma força para um deslocamento retilíneo é: t = F ∙ d 14 Para a força resultante: t = m ∙ a ∙ d De acordo com a figura a seguir, a área amarela é compos- ta de dois triângulos de mesma área, sendo uma negativa e outra positiva. Essas áreas correspondem ao desloca- mento do objeto de massa m. Assim, o trabalho da força resultante entre t0 e t1 (W1) será nulo devido aos deslocamentos opostos: t1 = m ∙ (- a) ∙ (d – d) = 0 Em que cada deslocamento refere-se à área de um triân- gulo, com os valores iguais em módulo, mas de sinais di- ferentes. Já em relação à área azul, tem-se um movimento com ve- locidade constante, ou seja, a força resultante é nula e a aceleração também, resultando em trabalho nulo. t2 = m ∙ (a) ∙ (d) = 0 (a = 0) Portanto, em todo o trecho, o trabalho realizado pela força resultante é nulo. Alternativa C 3. (IFBA) Uma campanha publicitária afirma que o veícu- lo apresentado, de 1.450,0 kg, percorrendo uma distân- cia horizontal, a partir do repouso, atinge a velocidade de 108,0 km/h em apenas 4,0 s. Desprezando as forças dissipativas e considerando g = 10 m/s2, podemos afir- mar que a potência média, em watts, desenvolvida pelo motor do veículo, nesse intervalo de tempo é, aproxi- madamente, igual a: a) 1,47 ∙ 105. b) 1,63 ∙ 105 . c) 3,26 ∙ 105. d) 5,87 ∙ 105. e) 6,52 ∙ 105. Resolução: A potência média é dada pelo produto entre o módulo da força e a velocidade escalar média: P = F ∙ vm = F ∙ Dv ___ 2 E pela segunda Lei de Newton: F = m ∙ a = m ∙ Dv ___ Dt Assim, P = m ∙ Dv ___ Dt ∙ Dv ___ 2 [ P = m ∙ (Dv) 2 ____ 2Dt Então, substituindo os valores: P = 1450 kg ∙ (30 m/s) 2 _______ 2 ∙ 4 s [ P = 163 ∙ 125 W = 1,63 ∙ 105 W Alternativa B 4. (Enem) Para irrigar sua plantação, um produtor rural construiu um reservatório a 20 metros de altura a par- tir da barragem de onde será bombeada a água. Para alimentar o motor elétrico das bombas, ele instalou um painel fotovoltaico. A potência do painel varia de acor- do com a incidência solar, chegando a um valor de pico de 80 W ao meio-dia. Porém, entre as 11 horas e 30 minutos e as 12 horas e 30 minutos, disponibiliza uma potência média de 50 W. Considere a aceleração da gra- vidade igual a 10 m/s2 e uma eficiência de transferência energética de 100%. Qual é o volume de água, em litros, bombeado para o reservatório no intervalo de tempo citado? a) 150. b) 250. c) 450. d) 900. e) 1.440. Resolução: A potência da bomba é usada na transferência de energia potencial gravitacional para água. Pm = Epot ___ Dt ⇒ Epot = PmDt ⇒ mgh = PmDt ⇒ m = PmDt _____ gh = 50 ∙ 3600 ________ 10 ∙ 20 = 1800 ____ 2 ⇒ m = 900 kg ⇒ V = 900 L Alternativa D 5. (UEL) Leia o texto a seguir. Um dos principais impactos das mudanças ambientais globais é o aumento da frequência e da intensidade de fenômenos extremos, que quando atingem áreas ou re- giões habitadas pelo homem, causam danos. Responsá- veis por perdas significativas de caráter social, econô- mico e ambiental, os desastres naturais são geralmente associados a terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, furacões, tornados, temporais, estiagens severas, ondas de calor etc. (Disponível em: <www.inpe.br>. Acesso em: 20 mAio 2015.) É possível relacionar o caos de um desastre natural com o fenômeno de um terremoto. O sismógrafo vertical, representado na imagem a seguir, é um dos modelos utilizados para medir a intensidade dos tremores. 15 A massa que está na ponta da haste tem 100 g e o com- primento da haste, da ponta até o pivô de articulação, é de 20 cm. Durante um tremor, a haste se move para baixo e isso causa um deslocamento de π __ 6 rad entre a sua posição de equilíbrio e a nova posição. Considerando que sen ( π __ 6 ) = 1 __ 2 , assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a energia despendida no processo. a) 0,01 J. b) 0,10 J. c) 1,10 J. d) 10,001 J. e) 100,10 J. Resolução: Usando a trigonometria, é possível obter a altura h (ca- teto oposto ao ângulo dado) com o cateto fornecido (cateto adjacente) através da tangente. tg π __ 6 = h _____ 20 cm ⇒ √ __ 3 ___ 3 = h/20 cm [ h = 11,5 cm = 0,115 m Com o deslocamento vertical h, pode-se calcular o trabalho da força peso tp = mgh ⇒ Ep = 0,100 kg ∙ 10 m/s 2 ∙ 0,115 m tp = 0,115 J Alternativa B 16 VIVENCIANDO Antes da Primeira Revolução Industrial, o processo industrial era artesanal, exigindo gasto energético do homem para produzir todos os objetos manufaturados. A revolução industrial impulsionou e foi impulsionada por invenções de máquinas capazes de realizar trabalhos de forma muito mais eficiente. CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS A palavra “trabalho”, quando utilizada no cotidiano, não possui o mesmo significado de quando é utilizada dentro do vocabulário técnico das ciências exatas. Os dicionários definem o trabalho como: 1. conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim; e 2. atividade profissional regular, remunerada ou assalariada. Entretanto, na Física o trabalho é definido como “uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento”. Por isso, deve-se tomar cuidado com a utilização das palavras a depender do contexto em que é empregada. 17 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implica- ções éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM 23 Habilidade A habilidade 23 é aqui empregada na identificação do tipo de trabalho, do cálculo da potência energética e do rendi- mento, uma vez que potência e rendimento são grandezas relevantes no cotidiano moderno, repleto de equipamentos eletrônicos. Modelo (Enem) Para reciclar um motor de potência elétrica igual a 200 W, um estudante construiu um elevador e verificou que ele foi capaz de erguer uma massa de 80 kg a uma altura de 3 metros durante 1 minuto. Considere a aceleração da gravidade 10,0 m/s2. Qual a eficiência aproximada do sistema para realizar tal tarefa? a) 10% b) 20% c) 40% d) 50% e) 100% Análise expositiva - Habilidade 23: Essa é uma questão rápida para os moldes do Enem, mas nem por isso é fácil. O aluno deve ser capaz de encadear as passagens matemáticas para resolver a questão sobre rendimento. Trabalhoda força-peso realizado pelo motor: t = mgh = 80 ⋅ 10 ⋅ 3 ⇒ t = 2400 J Potência necessária para produzir o trabalho por 1 min: P = t ___ Dt = 2400 _____ 60 ⇒ P = 40 W Portanto, a eficiência do sistema é de: h = 40 ____ 200 = 0,2 ∴ h = 20% Alternativa B B 18 DIAGRAMA DE IDEIAS TRABALHO POTÊNCIA FORÇA CONSTANTE FORÇA TOTAL FORÇA VARIÁVEL POTÊNCIA MÉDIA POTÊNCIA INSTANTÂNEA CONVERSÕES RENDIMENTO FORÇA - PESO FORÇA CENTRÍPETA FORÇA ELÁSTICA TRANSFORMA A ENERGIA MECÂNICA RAPIDEZ DE REALIZAÇÃO DO TRABALHO ÁREA DO GRÁFICO FXD P = F · v · cos q 1 HP j 746 W 1 CV j 735 W 1 kWh j 3,6 · 106 J t = F · D · COS q tTOTAL tTOTAL= tFR |t| = P · h t = 0 t = − kx2 2 PM = t Dt h = PU PT 19 EnErgias cinética, potEncial E mEcânica CompetênCias: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23 AULAS 37 E 38 1. EnErgia A energia é uma grandeza fundamental na Física. No en- tanto, o conceito de energia pode não ser muito claro. Um motivo para isso é o fato de existirem diversas formas de energia; daí a dificuldade de apresentar uma definição que abranja todas elas. Não obstante, existe uma característica importante envolvendo a energia: o total de energia do Uni- verso se mantém constante. Assim, ocorrem transformações de energia, ou seja, mudanças de uma forma de energia em outra, enquanto a energia total se mantém constante. A definição de energia a seguir, embora não seja totalmen- te satisfatória, serve para um grande número de situações do dia a dia. Quando um conjunto formado por um ou mais corpos pode produzir, de algum modo, o movimento de obje- tos, esse conjunto tem energia. 1.1. Exemplos de transformação de energia Na figura, existem duas bolas de aço, A e B, sobre uma superfície plana. A bola A se move com velocidade vA em direção à bola B, que está em repouso. Depois da colisão, a bola B passa a se movimentar com velocidade vB, enquanto a bola A passa a ter outra velocidade, v’A. Esse exemplo ilustra o fato de que, por estar em movimento, a bola A foi capaz de movimentar a bola B; ou seja, a bola A possui energia de movimento, também denominada energia cinética (a palavra “cinética” vem do grego kin- neticos, que significa “movimento”). O caso de um automóvel em movimento é outro exemplo que ilustra a transformação de energia. Para se movimen- tar, o automóvel necessita de algum tipo de combustível (álcool, gasolina, gás ou óleo diesel). O motor do automó- vel funciona devido à queima do combustível em uma câ- mara de combustão. A energia da explosão do combustível nessa câmara é transformada em movimento, que é trans- mitido para as rodas. Assim, o combustível possui energia, pois é capaz de produzir movimento. A energia armazena- da no combustível é denominada energia química, pois sua liberação ocorre por meio de reações químicas entre as moléculas do combustível e do oxigênio (esse tema é estudado em detalhes nas aulas de Química). No caso do automóvel, parte da energia química do com- bustível transforma-se em calor. Por essa razão, os automó- veis se aquecem quando estão em funcionamento. Além disso, parte da energia também é transformada em ener- gia elétrica e é consumida pelos faróis e por outros equi- pamentos elétricos instalados no veículo (rádio, limpadores de parabrisa, etc.). Energia – nerdologia Fonte: Youtube multimídia: vídeo 2. TEorEma da EnErgia cinéTica Considere o movimento de uma partícula ao longo de uma trajetória qualquer, como na figura a seguir. No ponto A, a velocidade da partícula é ____ › vA , e, depois de certo intervalo de tempo, a velocidade no ponto B é ____ › vB . 20 A vA B Pela equação, pode-se observar que, no SI, a unidade de energia cinética e trabalho é a mesma, o joule (J). Aplicação do conteúdo 1. Um automóvel tem massa de 800 kg e se move a 10 m/s. A energia cinética Ec do automóvel é (utilizando a equação anterior): Resolução: EC = mv2 ___ 2 = (800)(10) 2 ________ 2 = 4,0 ∙ 104 EC = 4,0 ∙ 10 4 joules = 4,0 ∙ 104 J Considere o caso particular do movimento de um corpo em uma trajetória retilínea sob a ação de uma força resultante constante. Será demonstrado o teorema da energia cinéti- ca para esse caso. A figura a seguir ilustra o deslocamento de um corpo por uma força __ › F entre os pontos A e B. No ponto A, a velocida- de do corpo é ____ › vA , e, no ponto B, a velocidade é ____ › vB . O trabalho total tAB realizado pelas forças sobre a partícula, entre os pontos A e B, é: tAB = mv 2 B ___ 2 – mv 2 A ___ 2 Na equação, é importante observar que o trabalho depen- de das velocidades apenas do início e do fim do trajeto. A energia cinética (Ec) de uma partícula de massa m e velocidade v é dada por: EC = mv2 ___ 2 Assim, é possível calcular a energia cinética da partícula nos pontos A e B. No ponto A, a energia cinética é: ECA = mv 2 A ___ 2 De modo semelhante, no ponto B: ECB = mv 2 B ___ 2 Assim, o teorema da energia cinética pode ser expresso com: tAB = ECB – ECA = DEC Em que a variação de energia cinética entre os pontos A e B é igual DEC. vA d F vB F Pela equação de Torricelli, a aceleração do corpo e as velocidades nos ponto A e B estão relacionadas por: v 2 B = v 2 A + 2ad Pela segunda Lei de Newton, a aceleração é dada por a = F __ m . Assim, substituindo na equação anterior, obtém-se: v 2 B = v 2 A + 2 F __ m d Nesse caso, porém, o trabalho da força entre os pontos A e B (tAB) é igual a F ∙ d. Assim, a equação anterior pode ser escrita: F ∙ d = mv 2 B ___ 2 – mv 2 A ___ 2 21 Então: tAB = mv 2 B ___ 2 – mv 2 A ___ 2 Essa última expressão é a fórmula que foi vista anterior- mente do teorema da energia cinética. Se o trabalho tAB for positivo, significa que mv 2 B ___ 2 > mv 2 A ___ 2 , ou seja, a energia cinética aumentará entre os pontos A e B. Se o trabalho tAB for negativo, então mv 2 B ___ 2 < mv 2 A ___ 2 , e nesse caso a energia cinética entre os pontos A e B diminuirá. 2. Um bloco de massa m = 4,0 kg é abandonado do alto de um tobogã. Ao passar pelo ponto A, a velocidade do bloco é vA = 3,0 m/s. No final do tobogã, no ponto B, a velocidade do bloco é vB = 8,0 m/s. A força-peso, a força normal e a força de atrito agiram sobre o corpo durante o movimento. Sendo g = 10 m/s2, calcule o trabalho da força de atrito no trecho AB. B vB vA A h = 5 m Resolução: Como a trajetória é curva, a força normal não se mantém constante durante o movimento do corpo. Mesmo se o co- eficiente de atrito m fosse conhecido, o trabalho não pode- ria ser calculado pela fórmula t = F . d . cos q, pois a força de atrito não seria constante. Nesse caso, deve-se utilizar o teorema da energia cinética. FN FA P Nos pontos A e B, as energias cinéticas do bloco são: ECA = mv 2 A ___ 2 = (4,0)(3,0) 2 ________ 2 = 18 ECA = 18 J ECB = mv 2 A ___ 2 = (4,0)(8,0) 2 ________ 2 = 128 ECB = 128 J O trabalho de ____ › FN é nulo (sempre perpendicular ao movi- mento) e o trabalho do peso é: tP = P ∙ h = mgh = (4,0)(10)(5,0) = 200 J Então: tFR = tP + tN + tFat ECB – ECA = tP + tN + tFat 128 – 18 = 200 + 0 + tFat tFat = – 90 J 3. A figura ilustra o movimento de um bloco e o gráfico da força que age sobre o bloco em função da distância. A massa do bloco é m = 6,0 kg e __ › F é a resultante de todas as forças que atuam no bloco. No ponto s = 0, a velocidade do bloco é v0 = 5 m/s. v0 F v 0 2 4 6 8 s (m) 2 4 6 8 s (m) 30 60 F(N) Calcule a velocidade do bloco ao passar pela posição s = 8 m e a força média no percurso. Resolução: O trabalho da força resultante __ › F é, numericamente, igual à área da região colorida na figura. O cálculo da área pode ser feito, simplificadamente,dividindo a região em um re- tângulo e em um triângulo. Assim, esse é o trabalho da força entre a posição inicial s = 0 m até a posição s = 8 m. tF = (8)(30) + 4 ∙ (30) ______ 2 = 300 ⇒ tF = 300 J 2 4 6 8 s (m) 30 60 F(N) Aplicando o teorema da energia cinética, obtém-se a velo- cidade em s = 8 m: tF = mv2 ___ 2 – mv 2 0 ___ 2 ⇒ 300 = (6,0) ∙ v 2 _______ 2 – (6,0) ∙ (5) 2 ________ 2 ⇒ v = 5 √ __ 5 m/s A intensidade da força média ( ___ › Fm) corresponde a uma força constante agindo sobre o corpo que realizaria o mesmo 22 trabalho nesse percurso. Sendo Fm constante e paralela ao deslocamento, tem-se: Fm ∙ d = tF → Fm ∙ (8,0) = 300 → Fm = 37,5 N O Brasil que o Brasil Quer – ENERGIA SUS- TENTÁVEL Fonte: Youtube multimídia: vídeo 3. EnErgia poTEncial graviTacional Considere, como na figura a seguir, que um objeto de massa m é solto, a partir do repouso, de uma altura h em relação à superfície da Terra. Na posição inicial, de onde é solto, o objeto não possui energia cinética, uma vez que sua veloci- dade é nula. Entretanto, ao cair, a velocidade do objeto au- menta como consequência da aceleração causada pela ação da força-peso. Assim, no ponto inicial (ponto A), apesar de não possuir energia cinética, o objeto possui energia po- tencial, ou seja, o objeto possui energia que pode ser trans- formada em energia cinética, caso o objeto possa se mover pela ação da força-peso. Pelo teorema da energia cinética, o trabalho da força-peso é igual à energia potencial. h A v0 = 0 g energia potencial = tP = Ph = mgh Representando a energia potencial por Epg, tem-se: Epg = mgh O valor exato da energia potencial depende da diferença de energia potencial entre dois pontos. Nesse caso, o va- lor foi calculado em relação ao ponto A, distante de h em relação à superfície (solo). Contudo, outro plano de refe- rência poderia ter sido escolhido. Na análise de um mo- vimento, depois que um plano de referência for escolhido, ele deverá ser mantido até o fim da análise do movimento. Aplicação do conteúdo 1. Uma partícula de massa m = 5,0 kg está 6,0 m acima de um plano a paralelo ao solo. O plano a, por sua vez, está distante 3,0 m do solo. Calcule a energia potencial gravitacional da partícula. m 6,0 m α 3,0 m solo g a) em relação a a; b) em relação ao solo. Resolução: m 6,0 m 3,0 m solo 9,0 m α a) A partícula está a uma altura h = 6,0 m acima de a. Assim, em relação a a, a energia potencial gravita- cional da partícula é: Ep = mgh = (5,0 kg)(10 m/s 2)(6,0 m) ⇒ Ep = 3,0 ∙ 10 2 joules = 3,0 ∙ 102 J b) A particular está a uma altura h’ = 3,0 + 6,0 = 9,0 m em relação ao solo. Portanto, a energia potencial gravitacional da partícula em relação ao solo é: E’p = mgh’ = (5,0 kg)(10 m/s 2) (9,0 m) ⇒ E’p = 4,5 ∙ 10 2 J A energia potencial associada ao peso é denominada energia potencial gravitacional, pois o peso é a força exercida pela massa da Terra, a força de gravidade. 23 A energia potencial gravitacional de um corpo é cal- culada pelo trabalho da força-peso sobre o corpo no movimento de um certo ponto até um referencial. Uma característica importante é que o trabalho inde- pende da trajetóri; dessa forma, em um dado ponto, o valor da energia potencial é único em relação a esse referencial. Isso não ocorreria caso o trabalho do peso dependesse da trajetória. Ao longo do curso, serão analisadas outras forças, cujo trabalho entre dois pontos também não depende da trajetória. Para cada uma delas é possível definir uma energia potencial. O livro apresenta as formas de geração de energia comuns ao mundo atual, dando ên- fase aos impactos sociais e ambientais acu- sados pelas fontes de energia não renováveis e às vantagens do uso de fontes de energia não convencionais. Geração de energia elétrica: fundamentos, de Paulo Cesar Marques de Carvalho e Manuel Rangel Borges Neto multimídia: livros 4. EnErgia poTEncial ElásTica O trabalho da força elástica não depende da trajetória. Assim, a força elástica é uma força conservativa. Em consequência, a energia potencial elástica é a energia potencial associada à força elástica. O referencial para calcular a energia potencial elástica será a posição na qual a mola não tem deformação. Na figura a seguir, um corpo está preso em uma mola de constante elástica k, inicialmente na posição (O) de equilí- brio, ou seja, a deformação x da mola é nula. Em seguida, a mola está em uma configuração contraída e a deformação é negativa (xB < 0). Na terceira situação, a mola está esti- cada e a deformação é positiva (xA > 0). No entanto, a força elástica tenta restaurar o sistema para a posição de equilíbrio, e, assim, o sentido da força elástica aponta para a posição O, tanto quando a deformação é positiva (na posição xA) como quando é negativa (na posi- ção xB). Assim, os trabalhos para ir de A ou de B até O serão positivos em qualquer uma das situações. Pela Lei de Hooke, a força elástica e a deformação se rela- cionam por: | ___ › FE | = k|x| Assim, o trabalho da força elástica para ir de xA até O (tA → 0) é dado pela área da região colorida na figura a seguir. Sendo EPA a energia potencial em A, tem-se: EPA = tA → 0 = (xA)(kxA) ______ 2 ⇒ EPA = kx 2 A ___ 2 EP = kx2 ___ 2 Aplicação do conteúdo 1. (IMED) Em uma perícia de acidente de trânsito, os pe- ritos encontraram marcas de pneus referentes à frena- gem de um dos veículos, que, ao final dessa frenagem, estava parado. Com base nas marcas, sabendo que o 24 coeficiente de atrito cinético entre os pneus e o asfal- to é de 0,5 e considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2, os peritos concluíram que a velocidade do veículo antes da frenagem era de 108 km/h. Considerando o atrito dos pneus com o asfalto como sendo a única força dissipativa, o valor medido para as marcas de pneus foi de: a) 30 m. b) 45 m. c) 60 m. d) 75 m. e) 90 m. Resolução: Pelo teorema da energia cinética, sabe-se que o trabalho realizado pela força de atrito é igual à variação da ener- gia cinética desenvolvida pelo corpo. Nesse caso, a força é resistiva, ou seja, é contrária ao movimento do corpo e, portanto, tem sinal negativo. t = DEC ⇒ - Fat ∙ d = mv2 ___ 2 – mv 2 0 ___ 2 Como a velocidade final é nula, vem: –Fat ∙ d = – mv 2 0 ___ 2 ⇒ d = mv 2 0 ________ 2µC∙ m ∙ g [ d = mv 2 0 ______ 2 µC ∙ g Utilizando os dados do problema com a velocidade no SI, tem-se que a distância medida da frenagem será: d = v 2 0 _____ 2µC ∙ g ⇒ d = ( 108 km/h ∙ 1 m/s _______ 3,6 km/h ) _________________ 2 ∙ 0,5 ∙ 10 m/s2 2 ⇒ d = 900 m 2/s2 _______ 10 m/s2 [ d = 90 m Alternativa E 2. (Fepar) Um barco movido à energia solar tem gran- des limitações para transportar passageiros e cargas. O maior dos problemas é o baixo rendimento das células solares, que em sua maioria atingem 25% – convertem em energia elétrica apenas 25% da energia solar que absorvem. Outro grande problema é que a quantidade de energia solar disponível na superfície da Terra de- pende da latitude e das condições climáticas. Considere um barco movido a energia solar, com massa de 1.000 kg e um painel de 2 m2 de células solares, com rendimento de 25% localizado em sua proa. Desconsi- dere as perdas por atrito de qualquer espécie. Admita 1 cal = 4 J e a aceleração da gravidade = 10 m/s2. Com base nos dados, julgue as afirmativas. ( ) Se a quantidade de energia solar absorvida por esse painel em 2 minutos for de 20 kcal/cm2, a potência ge- rada por ele será inferior a 200 W. ( ) A energia necessária para que o barco, partindo do re- pouso, atinja a velocidade de 20 m/s é superior a 3 . 105 J. ( ) Supondo-se que o painel de células solares forne- cesse 200 W para que o barco fosse acelerado a partir do repouso até atingir a velocidade de 72 km/h seriam necessários mais de 15 minutos.( ) Para uma potência de 400 W gerada pelas células solares, teremos uma energia correspondente de 100 cal por segundo. ( ) O rendimento do painel solar prevê que, para cada 10 J de energia solar, 2,5 J são convertidos em energia elétrica. Resolução: Falsa. A potência é dada pela razão entre a energia e o tempo: P = E __ t Assim: P = E/t ⇒ P = 20 kcal ____ cm2 ∙ 103 cal ______ 1 kcal ∙ ( 102 cm ______ 1 m ) 2 ∙ 2m2 ∙ 4 J ____ 1cal _____________________________ 2 min ∙ 60s _____ 1 min ∙ 0,25 [ P = 3,33 ∙ 106 W Falsa. Desconsiderando os atritos: EC = mv 2/2 ⇒ EC = 1000 kg ∙ (20 m/s)2 ______________ 2 [ EC = 2 ∙ 10 5 J Verdadeira. A velocidade final no SI será: v = 72 km/h ∙ 1 m/s _______ 3,6 km/h = 20 m/s Usando a energia para esse valor de velocidade já calcu- lado: t = E/P ⇒ t = 2 ∙ 10 5 J _______ 200 W [ t = 1000 s = 16,67 min = 16 min 40s Verdadeira. P = 400 W = 400 J/s ∙ 1 cal ____ 4 J [ P = cal/s Verdadeira. 25% de 10 J é 2,5 J 3. (Unisc) Um corpo de massa m1 e animado de uma ve- locidade V1 possui uma energia cinética EC1 = 1 __ 2 m V 2 1 . Se a massa inicial for quadruplicada enquanto que a velo- cidade inicial for reduzida pela metade, a nova energia cinética EC2 em relação à primeira, vale: a) o dobro; b) o triplo; c) a metade; d) a mesma; e) o quádruplo. 25 Resolução: O aumento da massa em quatro vezes é justamente o in- verso do que acontece com o quadrado da velocidade e, portanto, não haverá mudança alguma. Outra forma de resolução seria dividir as duas energias cinéticas entre si: EC2 ___ EC1 = 1 __ 2 4 m ( V1 __ 2 ) 2 ________ 1 __ 2 mV 2 1 ⇒ EC2 ___ EC1 = 1 __ 2 4 m V 2 1 __ 4 _______ 1 __ 2 m V 2 1 [ EC2 ___ EC1 = 1 Alternativa D Por que a energia solar não está em todos os telhados? Fonte: Youtube multimídia: vídeo 4. (UFPR) Um objeto de massa m está em movimento cir- cular, deslizando sobre um plano inclinado. O objeto está preso em uma das extremidades de uma corda de com- primento L cuja massa e elasticidade são desprezíveis. A outra extremidade da corda está fixada na superfície de um plano inclinado, conforme indicado na figura a seguir. O plano inclinado faz um ângulo u = 30º em relação ao plano horizontal. Considerando g a aceleração da gravi- dade e µ = 1 ____ π √ __ 3 o coeficiente de atrito cinético entre a superfície do plano inclinado e o objeto, assinale a alternativa correta para a variação da energia cinética do objeto, em módulo, ao se mover do ponto P, cuja velocidade em módulo é vP ao ponto Q, onde sua velo- cidade tem módulo vQ. Na resolução desse problema, considere sen 30º = 1 __ 2 e cos 30º = √ __ 3 ___ 2 . a) mgL. b) 1 __ 2 mgL. c) 2 __ 3 mgL. d) 3 __ 2 mgL. e) 2 mgL. Resolução: Pelo teorema da energia cinética, tem-se que t = DEC. Analisando a questão, verifica-se que existem 3 forças atu- ando no sistema: tração, peso e atrito. A tração faz a função da força centrípeta, portanto, não executa trabalho. O peso realiza trabalho e o seu módulo é exatamente a variação da energia potencial do movimento. O atrito também realiza trabalho. Assim: DEC = - (tpeso + tatrito) Visualizando o plano inclinado de lado, tem-se: Do triângulo, sen(30º) = h/2L = 1/2 h = L Assim: tpeso = m ∙ g ∙ h tpeso = m ∙ g ∙ L e tatrito = Fat ∙ d ∙ µ ∙ N ∙ d Por ser um plano inclinado → N = P ∙ cos (30º) = m ∙ g ∙ cos (30º) Por ser uma trajetória circular (meia volta) → d = π ∙ L Assim, tatrito = 1 ____ π √ __ 3 ∙ m ∙ g ∙ √ __ 3 ___ 2 ∙ π ∙ L tatrito = 1 __ 2 ∙ m ∙ g ∙ L Por fim, DEc = – ( m ∙ g ∙ L + 1 __ 2 m ∙ g ∙ L ) DEc = – 3 __ 2 m ∙ g ∙ L 26 Como a questão pede somente a variação, pode-se assu- mir o módulo do valor encontrado. Alternativa D Como gerar energia só com água (Gerador Termoelétrico) Fonte: Youtube multimídia: vídeo multimídia: sites www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/ Dinamica/energia2.php www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/ Dinamica/energia.php www.coladaweb.com/fisica/mecanica/ener- gia-cinetica-potencial-e-mecanica VIVENCIANDO A busca por fontes renováveis de energia é uma das grandes preocupações do século XXI e tema de discussão entre os acadêmicos de todo o mundo, pois a obtenção de energia não renovável está relacionada ao alarmante aquecimento global. Boa parte da matriz energética mundial funciona à base de combustíveis fósseis que, quando utilizados, geram os chamados gases do “efeito estufa”. Existe uma intensa pesquisa científica para a obtenção de uma matriz energética mais sustentável. O Brasil, em comparação ao restante do mundo, possui uma matriz energética das mais sustentáveis. 27 Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéti- cos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos. ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM 8 Habilidade A habilidade 8 é empregada na identificação correta do tipo de energia envolvida, podendo tratar dos diferentes tipos de energia, como mecânica, química, elétrica, magnética, eólica, solar, etc. Modelo 1 Modelo 2 (Enem) A energia elétrica nas instalações rurais pode ser obtida pela rede pública de distribuição ou por dispositi- vos alternativos que geram energia elétrica, como os geradores indicados no quadro. Tipo Geradores Funcionamento I A gasolina Convertem energia térmica da queima da gasolina em energia elétrica. II Fotovoltaicos Convertem energia solar em energia elétrica e armazenam-na em baterias. III Hidráulicos Uma roda-d’água é acoplada a um dínamo, que gera energia elétrica. IV A carvão Com a queima do carvão, a energia térmica transforma-se em energia elétrica. Os geradores que produzem resíduos poluidores durante o seu funcionamento são: a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) III e IV. (Enem) A usina termelétrica a carvão é um dos tipos de unidades geradoras de energia elétrica no Brasil. Essas usinas transformam a energia contida no combustível (carvão mineral) em energia elétrica. Em que sequência ocorrem os processos para realizar essa transformação? a) A usina transforma diretamente toda a energia química contida no carvão em energia elétrica, usando reações de fissão em uma célula combustível. b) A usina queima o carvão, produzindo energia térmica, que é transformada em energia elétrica por dispositivos deno- minados transformadores. c) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para transformar água em vapor. A energia contida no vapor é transformada em energia mecânica na turbina e, então, transformada em energia elétrica no gerador. d) A queima do carvão produz energia térmica, que é transformada em energia potencial na torre da usina. Essa energia é então transformada em energia elétrica nas células eletrolíticas. Análise expositiva - Habilidade 8: Somente há formação de resíduos poluidores nos processos em que ocorrem reações químicas como subprodutos da combustão, como no caso da queima da gasolina e do carvão. Alternativa C C 28 Análise expositiva - Habilidade 8: Nas usinas termelétricas (a diesel ou a carvão), é usada a energia térmica produzida na queima do combustível para aquecer água, gerando vapor a alta pressão, movimentando as turbi- nas acopladas aos geradores de energia elétrica. Alternativa C C e) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para aquecer água, transformando-se novamente em energia química, quando a água é decomposta em hidrogênio e oxigênio, gerando energia elétrica. ENERGIA ENERGIA POTENCIAL ASSOCIADA AO MOVIMENTO ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA INTERAÇÃO COM UMA MOLA OU ELASTÔMERO ENERGIA CINÉTICA PODE SE TRANSFORMAR EM ENERGIA CINÉTICA PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DAENERGIA ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL INTERAÇÃO GRAVITACIONAL TEC – TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA DIAGRAMA DE IDEIAS 29 EnErgia mEcânica CompetênCias: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23 AULAS 39 E 40 1. PrincíPio da conservação da energia Os diversos tipos de movimentos e atividades observados no dia a dia ocorrem devido à transformação de uma for- ma de energia em outra. “A energia não é criada, a energia não é perdida, a energia apenas se transforma de um tipo em outro, em quantidades iguais.” Antoine LAvoisier Quando uma pessoa corre, nada ou levanta determinado peso, uma energia armazenada pelo corpo é transformada em calor e movimento. Essa energia é proveniente dos ali- mentos ingeridos. Por sua vez, a energia armazenada em alimentos como os vegetais verdes é obtida pelo processo de fotossíntese. No corpo, essa energia é retirada dos ali- mentos e armazenada nas células, podendo ser utilizada para a realização de atividades musculares. A energiA dos ALimentos é trAnsformAdA em cALor e energiA químicA e permite que os múscuLos se movimentem. A energia elétrica é obtida de diversas maneiras por meio das transformações de energia. Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água é utilizada para movimentar turbinas acopladas a geradores elétricos. Assim, a energia cinética é transformada em energia elétrica. Nas usinas ter- moelétricas, as turbinas são movimentadas por um fluxo de vapor de água. A energia necessária para aquecer a água e obter o fluxo de vapor provém da queima de combustí- veis derivados do petróleo ou carvão. Nas usinas nucleares, o elemento químico urânio é utilizado como combustível. Depois de a energia elétrica ser gerada por alguma dessas usinas, seu uso é bastante diversificado, e novas transfor- mações de energia ocorrem. Em uma residência, o liquidi- ficador transformará a energia elétrica em energia cinética; uma lâmpada, em energia térmica e luminosa; um rádio, em energia sonora, etc. A energia solar é uma fonte vital de energia para o planeta. A radiação do Sol é responsável pela produção dos alimen- tos vegetais, pelo ciclo da água, dos ventos, etc. o soL é fundAmentAL no cuLtivo de fLores. Mas qual é a origem da energia solar? A energia do Sol existe devido às reações exotérmicas de fusão nuclear. Esses exemplos ilustram a afirmação inicial de que a ener- gia total no Universo é sempre conservada, sendo esse um dos princípios básicos da Física. Minigerador eólico - transforme vento em energia elétrica! fonte: Youtube multimídia: vídeo 30 2. Forças conservativas Uma força é conservativa quando o trabalho realizado por ela não depende da trajetória descrita pelo objeto, mas apenas dos pontos inicial e final. A força gravitacional, a força elástica e a força elétrica são exemplos de forças con- servativas. Na figura a seguir, pode-se observar que, inde- pendentemente da trajetória descrita pelo corpo I ou II, o trabalho realizado pela força-peso depende não da trajetó- ria, mas da altura h, que, por sua vez, depende apenas do ponto inicial e do ponto final. II I B P A h Quando o corpo está sujeito apenas à ação de forças con- servativas, pode-se afirmar que o trabalho da força resul- tante é igual à variação da energia cinética. No caso ante- rior, a única força que atua no corpo é a força-peso, então o trabalho da resultante é o trabalho da força-peso. τFr = Ec – Ec0 τp= Ec – Ec0 As diferentes formas de produção de ener- gia elétrica e o impacto ambiental fonte: Youtube multimídia: vídeo Também é possível dizer que o trabalho da força-peso é igual à diferença da energia potencial inicial e final. τp = Epg0 - Epg Assim, igualando as equações e manipulando, tem-se: Ec – Ec0 = Epg0 – Epg Ec0 + Epg0 = Ec + Epg Analisando a expressão, é possível perceber que a soma da energia cinética inicial com a energia potencial gravitacional inicial resulta no mesmo valor que a soma da energia cinéti- ca final com a energia potencial gravitacional final. De modo geral, essa ideia pode ser aplicada sempre que existam ape- nas forças conservativas atuando sobre o corpo estudado. 3. energia mecânica A energia mecânica (EM) de um corpo é igual à soma da energia cinética com todas as energias potenciais do corpo: EM = EC + EP Na equação, Ec é a energia cinética do corpo e Ep é a ener- gia potencial desse corpo (incluindo-se todas as energias potenciais). Energia Mecânica - Sistema Dissipativo de Energia fonte: Youtube multimídia: vídeo É possível demonstrar a seguinte propriedade: A energia mecânica de um corpo é constante se, dentre todas as forças que atuam nesse corpo, as forças conser- vativas forem as únicas a realizarem trabalho não nulo. Essa proposição é denominada princípio da conserva- ção da energia mecânica. Aplicação do conteúdo 1. No tobogã, sem atrito, ilustrado na figura a seguir, um bloco de massa m = 6,0 kg é abandonado do topo 31 numa região onde g = 10 m/s2. Ao passar pelo ponto A, a velocidade vA do bloco é 4,0 m/s. Calcule a velocidade do bloco ao passar pelo ponto B, sabendo que a altura h, entre o pontos A e B é igual 0,60 m. Resolução: Como não existe atrito, as únicas forças que atuam no bloco são o peso e a força normal. No entanto, a força normal não realiza trabalho e, desse modo, o trabalho é realizado apenas pela força-peso, que é uma força conservativa. Nessa situação, pode-se aplicar o princípio da conservação da ener- gia mecânica: a energia mecânica em A é igual à energia mecânica em B. ECA + EPA = ECB + EPB Para calcular a energia potencial, pode-se usar tanto o ponto A como o ponto B como referência. No entanto, esse é um caso em que é mais vantajoso considerar o referencial da figura (altura do ponto B). Em relação a esse referencial, as alturas dos pontos A e B são hA = 0,60 m e hB = 0, res- pectivamente. Assim, aplicando o princípio da conservação da energia mecânica: ECA + EPA = ECB + EPB ⇒ m · v2A __ 2 + m · g · hA = m · v2B __ 2 + m · g · hB ⇒ (4,0)2 + 2 · (10)(0,60) = v2B + 2 · (10)(0) v2B = 28 ⇒ vB = 2 dXX 7 m/s Para as forças conservativas, o trabalho entre dois pon- tos não depende da trajetória. Quando essas forças são as únicas que realizam trabalho sobre um corpo, a energia mecânica do corpo se conserva. Observe o bate-estaca da figura a seguir. A energia poten- cial do bloco ao cair é transformada em energia cinética. Quando ocorre a colisão do bloco com a estaca, a energia mecânica não se conserva, pois, nesse caso, ocorre defor- mação permanente do chão ao ser penetrado pela estaca, e as superfícies que se chocam sofrem aquecimento, além dos ruídos produzidos no instante do choque. Nessa transformação de energia, a variação da energia potencial gravitacional e a variação da energia cinética não são iguais. A energia cinética do bloco que caiu foi transformada em energia sonora, energia térmica e em deformação permanente do solo e da estaca; portanto, a energia mecânica do sistema não é conservada. De modo semelhante, quando um garoto desce escorre- gando por um tobogã, não ocorre conservação da energia mecânica. A energia potencial gravitacional é transforma- da em calor e em energia cinética. O calor é devido à dissi- pação, em forma de calor, da energia térmica pelo atrito do garoto com a superfície do tobogã. Se as forças de atrito não existirem, a conservação da ener- gia mecânica se torna possível. Nesse caso, afirma-se que o sistema é conservativo, ou seja, a variação de energia cinética deve-se apenas ao trabalho realizado por forças conservativas. Por exemplo, no vácuo, um corpo em queda livre está sujeito apenas à ação da força-peso, que é uma força conservativa. O trabalho da força-peso, no trecho AB da trajetória, indica- do na figura a seguir, pode ser calculado em função da va- riação da energia cinética e da variação potencial do corpo. 32 tAB = ECB – ECA ou tAB = EPA – EPB Como os trabalhos são iguais, tem-se: EMA =EMB Assim, nos dois instantes da queda, no ponto A e no ponto B, a energia mecânica do corpo é a mesma. Depois dessa demonstração, o princípio da conservação da energia me- cânica pode ser reafirmado como: Num sistema conservativo, a energia mecânica total permanece constante qualquer que seja a transfor- mação do sistema. Aplicação do conteúdo 1. Um trecho de uma montanha russa, representada na figura a seguir, foi projetado para que os ocupantes de cada carrinho não experimentem uma força normal contra seu assento de intensidade maior do que 3,5 ve- zes seu próprio peso. Considerando que a velocidade dos carrinhos no início da descida é de 5 m/s e que os atritos sejam desprezíveis, qual o menor raio de curva- tura R (em m) que o trilho deve ter no seu ponto mais baixo para satisfazer a condição acima? a) 25. b) 5. c) 3,5. d) 40. e) 10. Resolução: Considerando o nível de referência indicado na figura para calcular a energia potencial e as forças que agem sobre o ocupante de um carrinho. A energia mecânica é conservada, então: EMA = EMB ⇒ m · v2A __ 2 + m · g · hA = m · v2B __ 2 + m · g · hB ⇒ m · 5 2 _____ 2 + m · 10 · 30 = m · v 2 _____ 2 v = 25 m/s No ponto mais baixo: FCp = N – P = m v2 __ R Como o limite da força normal é N = 3,5P, então: 3,5P – P = m 25 2 ___ R 2,5m · g = m 25 2 ___ R R = 25 m Alternativa A 33 2. Na figura a seguir, o carrinho de uma montanha russa tem velocidade igual a zero na posição 1, e desliza pelo trilho, sem atrito, até a posição 3, depois de passar pelo círculo. Qual a menor altura h, em metros, em que o carrinho deve iniciar o movimento para não perder contato com o trilho na posição 2? a) 36. b) 48. c) 60. d) 72. Resolução: A menor altura h é aquela que permitirá que o carrinho passe pela posição (2) com a velocidade mínima permitida para um círculo vertical (no limite de perder contato com a pista), ou seja, a força normal que a pista aplica no carri- nho é nula. Assim, a força resultante centrípeta ( ___ › R c ) nessa posição (2) é o próprio peso do carrinho. Fcp = P m · v 2 _____ R = m · g v2 = R · g Pela conservação da energia mecânica entre as posições (1) e (2): E(1)POT = E (2) CIN + E (2) POT m · g · h = m · v 2 _____ 2 + m · g · 2R 2gh = v2 + 4Rg Substituindo, 2h = R + 4R h = 5R ___ 2 h = 2,5 · (24) h = 60 m Alternativa C 3. (CFTMG) A figura a seguir exibe uma bola que é abandonada de uma rampa curva de 1,25 de altura que está sobre uma mesa nas proximidades da Terra. Após liberada, a bola desce pela rampa, passa pelo plano horizontal da mesa e toca o solo 1,00 s após passar pela borda. Desprezando-se qualquer tipo de atrito, avalie as afir- mações a seguir e assinale (V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas. ( ) O alcance horizontal da bola a partir da saída da mesa é de 5,00 metros. ( ) Abandonado-se a bola a partir do repouso da borda da mesa, o tempo de queda até o solo é também de 1,00 s. ( ) Para se calcular o tempo de queda da bola a partir da saída da mesa, é necessário conhecer a massa da bola. ( ) Para se calcular o alcance da bola a partir da saída da mesa, é necessário conhecer a altura da mesa. A sequência correta encontrada é: a) F, F, V, V. b) V, V, F, F. c) F, V, F, V. d) V, F, V, F. Resolução: (Verdadeira) Cálculo da velocidade de saída, pela con- servação da energia mecânica, tomando como referência a superfície da mesa. E fin mec = E in mec ⇒ mv2 ___ 2 = mgh ⇒ v = √ ____ 2gh = √ ________ 2 · 10 · 1,25 ⇒ v = 5 m/s. Como a componente horizontal da velocidade não varia e o tempo de queda é 1 s, o alcance horizontal é: DS = vt = 5 · 1 = DS = 5 m (Verdadeira) Para a queda livre, tem-se: h = 1 __ 2 gt2 t = √ ___ 2h ___ g Portanto, o tempo de queda depende apenas da altura de queda e da intensidade do campo gravitacional local. En- tão, o tempo de queda também é igual a 1 s. (Falsa) Conforme demonstrado acima. (Falsa) Quando se conhece o tempo de queda, não é ne- cessário conhecer a altura de queda para determinação do alcance horizontal, como confirma a primeira afirmativa. Alternativa B 4. (UPE-SSA) Desejando ampliar seus conhecimentos sobre conservação da energia mecânica, um estudante observa o movimento de um pequeno carro, de massa 34 250 g, ao longo de uma trajetória que é descrita pela equação x 2 ___ 25 + y2 __ 4 = 1, onde x e y são medidos em metros. Se no ponto A de coordenada horizontal x = RA = – 3,0 m o carro foi arremessado com velocidade inicial de módulo vA = 3,0 m/s, qual é a velocidade do carro no ponto B de coordenada horizontal xB = 0,0 m? Considere que o carro pode ser tratado como partí- cula e despreze os efeitos do atrito. a) 0,0 m/s b) 1,0 m/s c) 3,0 m/s d) 6,2 m/s e) 8,4 m/s Resolução: Por conservação da energia mecânica, tem-se: EM(A) = EM(B) Assim, m · g · yA + m . vA 2 _____ 2 = m · g · yB + m· vB 2 _____ 2 Simplificando a massa e isolando vB: VB = √ ______________ 2g . (yA – yB) + VA 2 Determinando as posições verticais nos pontos A e B: x 2 ___ 25 + y2 __ 4 = 1 → y = √ ________ 100 – 4x 2 _______ 25 Para o ponto A: yA = √ ________ 100 – 4(-3) 2 _______ 25 ∴ yA = 1,6 m Para o ponto B: yB = √ ________ 100 – 4(0) 2 _______ 25 ∴ yB = 2 m Substituindo os valores de g, de yA e de yB na equação de vB, tem-se: vB = √ ________________ 2 . 10 . (1,6 - 2) + 32 = √ _____ –8 + 9 = √ __ 1 = VB = 1 m/s Alternativa B 4. diagramas de energia Nos exercícios anteriores, a energia mecânica permane- ceu constante durante todo o tempo, enquanto a energia cinética e a energia potencial (gravitacional e elástica) va- riaram. No entanto, a quantidade que a energia cinética aumentava ou diminuía era a mesma quantidade que a energia potencial diminuía ou aumentava, respectivamen- te. Graficamente, é possível representar essa transforma- ção de energia da seguinte maneira. multimídia: sites www.resumoescolar.com.br/fisica/teore- ma-da-energia-mecanica-sistemas-conser- vativo-e-nao-conservativo-e-atrito/ www.colegioweb.com.br/energia-mecani- ca/sistema-nao-conservativo.html www.infoescola.com/fisica/forcas-conserva- tivas-e-nao-conservativas/ 4.1. Primeiro caso: energia cinética e energia potencial gravitacional No caso em que um corpo cai em queda livre, tem-se a transformação de energia potencial gravitacional em ener- gia cinética. E E E E A0 B C v M PG C E E E E C ou 0 B A h M PG C Seja em função da velocidade ou da altura, a energia me- cânica permanece constante durante toda a queda. A ener- gia potencial gravitacional começa com seu valor máximo caindo até o mínimo, e a energia cinética começa com seu valor mínimo até atingir seu máximo. Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a ener- gia potencial estão em função da velocidade v; como a energia cinética varia com v², fica fácil perceber que o diagrama corresponde a um trecho de uma parábola. No segundo diagrama, as energias variam com a altura; como a energia potencial gravitacional varia com h, fica fácil perceber que o diagrama corresponde a um trecho de uma reta. 35 4.2. Segundo caso: energia cinética e energia potencial elástica Muito parecido com o caso anterior, tem-se a transforma- ção de energia cinética em energia potencial elástica, mas de tal modo que a energia mecânica do sistema permane- ça constante. E E E E A0 B C v x M PEI C E E E C0 B A M EPEI C ou Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a ener- gia potencial elástica estão em função da velocidade v; como a energia cinética varia com v², fica fácil perceber que o diagrama corresponde a um trecho de uma pará- bola. No segundo diagrama, as energias variam com a deformação x; uma vez que a energia potencial elástica varia com x², o
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