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Entre Letras_VOLUME5

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1
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
2
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Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Lucas Limberti
Murilo Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
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Imagens
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ISBN: 978-65-88825-04-4
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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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3
SUMÁRIO
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA
Aulas 35 e 36: Concordância verbal I 6
Aulas 37 e 38: Concordância verbal II 10
Aulas 39 e 40: Concordância nominal 13
Aulas 41 e 42: Regências nominal e verbal 17
Aulas 43 e 44: Crase 22
Aulas 35 e 36: Pré-modernismo  64
Aulas 37 e 38: Vanguardas europeias do século XX  76
Aulas 39 e 40: Modernismo em Portugal  88
Aulas 41 e 42: Heterônimos de Fernando Pessoa  95
Aulas 43 e 44: Modernismo no Brasil: 1.ª fase  102
LITERATURA
ENTRE TEXTOS: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Aula 18: Leitura de imagens III: da arte barroca à neoclássica 26
Aula 19: Leitura de imagens IV: da arte romântica ao Pós-impressionismo 33
Aula 20: Leitura de imagens V: arte moderna: primeira metade do século XX 40
Aula 21: Leitura de imagens VI: arte contemporânea 46
Aula 22: Leitura de imagens VII: fotografia 57
4
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora 
da identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da reali-
dade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como intimidação, sedução, comoção, chan-
tagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias de comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.
5
 GRAMÁTICA: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
Dentre os temas deste livro, os que se referem 
à concordância de verbos e de nomes são 
os de maior incidência, além de fenômenos 
gramaticais que condicionem o uso da crase.
Concordância de verbos na voz passiva 
e as especificidades do uso da crase são 
frequentes. Também, são constantes exercícios 
de concordância verbal.
É bastante comum encontrar os temas 
abordados neste livro como caminho para 
compreensão textual, embora seja incidente a 
necessidade de conhecimentos mais pontuais, 
como usos específicos de crase e de regên-
cias nominal e verbal.
Dos assuntos expostos neste livro, questões 
sobre as especificidades das regências nomi-
nal e verbal são bastante frequentes, assim 
como abordagens que exijam conhecimentos 
sobre concordância.
Embora todos os assuntos abordados neste 
livro sejam muito comuns na prova, a inci-
dência maior é de questões com abordagens 
sobre concordância e uso da crase.
Há uma incidência de abordagem que se 
relaciona à função das regências nominal e 
verbal – no cerne de um texto e como isso 
pode ser relevante para interpretá-lo – e aos 
fenômenos gramaticais específicos, isto é, em 
uma condição mais isolada de 
seu contexto.
Estabelece relações de compreensão entre 
os fenômenos gramaticais aqui expostos e 
o sentido textual que eles podem produzir. 
É conveniente compreender os aspectos 
específicos de uso do acento grave e das 
ocorrências de concordância e de 
regência.
Os temas deste livro são aplicados como com-
petência para interpretação de texto, tanto 
por vias de pressuposição, quanto por vias de 
inferência. Isto é, os assuntos expostos aqui 
são abordados como suporte para apreensão 
de sentido de um texto.
Todos os assuntos deste livro são muito 
abundantes na Fuvest, principalmente aqueles 
que se referem à regência e concordâncias 
nominal e verbal, abordando, em ambos os 
casos, ocorrências bastante específicas de 
preposição e de concordância.
Esta prova, dentre os temas deste livro, 
propõe que sejam reconhecidas ocorrências 
específicas sobre concordância de verbos e de 
nomes, além das ocasiões em que a regência 
pode figurar como um mecanismo relevante 
para mudança de sentido de um 
texto.
São uma constante exigências relativas às 
regras de concordância e de regência. A 
abordagem pode se dar para vias de interpre-
tação ou de reconhecimento de ocorrências 
específicas dos fenômenos gramaticais.
Esta prova exige, com frequência, aspectos 
pontuais no que diz respeito às concordâncias 
nominal e verbal. Também é exigido com-
preender as condições textuais que motivam 
o uso da crase.
Acerca do conteúdo deste livro, concordância 
e regência são assuntos frequentes. Essa 
ocorrência incide nos graus de interpretação e 
nos de especificidades gramaticais.
A incidência de temas dentre aqueles que 
compõem este livro está relacionada às con-
cordâncias nominal e verbal. Paralelamente,são frequentes assuntos como o uso correto 
ou não de preposições, o que configura 
uma exigência de conhecimento 
acerca de regência.
Ocorrem com frequência regências nominal e 
verbal e concordância. Muito amparados em 
textos verbais e não verbais, as questões exi-
gem, como via de interpretação, compreensão, 
principalmente sobre reconhecimento de 
fenômenos gramaticais.
6
 ConCordânCia verbal i
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULAS 
35 e 36
1. ConCordânCia verbal
Observe estas frases:
O autor aprovou a biografia.
Os autores aprovaram as biografias.
No primeiro exemplo, o verbo “aprovar” encontra-se na 
terceira pessoa do singular, concordando com o seu sujeito, 
“o autor”, também no singular. No segundo exemplo, o su-
jeito, “os autores”, está concordando em número (plural) 
com o verbo. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa e 
número correspondem-se.
A concordância verbal ocorre quando o verbo está flexio-
nado para concordar com seu sujeito.
a) Concordância de sujeito 
simples e casos especiais
Regra geral
O sujeito simples (com apenas um núcleo) concordará com 
o verbo em número e pessoa.
Exemplos: A promotora divulgou o evento.
As promotoras divulgaram o evento.
Casos particulares:
Há casos em que o sujeito simples é constituído por formas 
que provocam dúvidas para estabelecer a concordância 
com o verbo. Às vezes, a concordância gramatical é con-
taminada pelo significado de expressões que transmitem 
noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-
-versa. Portanto, convém analisar com cuidado estes casos.
1. Sujeito formado por uma expressão partitiva (parte de, 
uma porção de, metade de, a maioria de, a maior parte de, 
grande parte de.), seguida de um substantivo ou pronome 
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Exemplos: A maioria dos deputados aprovou / apro-
varam a proposta.
Metade dos candidatos não atingiu / atingiram nenhu-
ma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos 
coletivos, se especificados:
Exemplo: Um bando de pássaros sobrevoou / sobre-
voaram o recinto.
2. Sujeito formado por expressão que indica quantidade 
aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) 
seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda 
com o substantivo.
Exemplos: Cerca de cinco mil pessoas participaram 
da votação.
Perto de quinhentos candidatos compareceram à prova.
Mais de um aluno atingiu o resultado esperado.
Observação: Se a expressão “mais de um” associar-se a 
verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:
Exemplo: Mais de um colega ofenderam-se na tumul-
tuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro.)
3. Sujeito formado por nomes que só existem no plural 
(plural aparente), a concordância deve ser feita levando em 
conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo 
deve ficar no singular. Se houver artigo no plural, o verbo 
deve ficar no plural.
Exemplos: 
Os Estados Unidos possuem grandes entidades de pesquisa. 
Minas Gerais impressiona pela be leza da paisagem.
4. Sujeito formado por pronome interrogativo ou indefinido 
plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, 
vários) seguido dos pronomes pessoais “nós” ou “vós”, o 
verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira 
pessoa do plural) ou com o pronome pessoal.
Exemplos: Quais de nós são / somos capazes de persistir?
Vários de nós propuseram / propusemos novas medidas.
Observação: a opção por uma ou outra forma indica inclu-
são ou exclusão da coisa ou pessoa mencionada. Se alguém 
disser ou escrever “alguns de nós sabíamos de tudo e nada 
fizemos”, essa pessoa está se incluindo no grupo dos omis-
sos. Isso não ocorre, no entanto, se alguém disser ou escrever 
“alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram”, frase que 
soa como uma denúncia.
Casos em que os pronomes interrogativo ou indefinido es-
tiverem no singular, o verbo ficará no singular.
7
Exemplos: Qual de nós é capaz?
Algum de vocês fez isso.
5. Sujeito formado pelo pronome relativo “que”: a concor-
dância em número e pessoa é feita com o antecedente do 
pronome.
Exemplos: Fui eu que paguei e saí mais cedo.
Fomos nós que compramos o carro.
6. Sujeito formado pela expressão “um dos que”: o verbo 
deve assumir a forma plural.
Exemplo: 
A globo foi uma das emissoras que cobriram o evento.
Atenção:
Admite-se a concordância com verbo no singular quando 
se deseja dar destaque ao indivíduo do grupo:
Exemplo: Pedro foi um dos executivos que permaneceu 
na empresa.
7. Sujeito formado pelo pronome relativo quem: o verbo 
vai par a terceira pessoa do singular ou concorda com o 
antecedente do pronome.
Exemplos: 
Fui eu quem saiu mais cedo. / Fui eu quem saí mais cedo. 
Fomos nós quem comprou o carro. / Fomos nós quem 
com pramos o carro. 
8. Sujeito formado por pronome de tratamento: o verbo 
fica na terceira pessoa do singular ou do plural, conforme 
o caso. 
Exemplos: 
Vossa Excelência está bem? 
Os senhores podem aguardar aqui na sala ao lado.
9. Sujeito constituído por numeral percentual seguido de 
substantivo: embora o numeral seja o núcleo, recomenda-
-se que verbo concorde com o substantivo que o acompa-
nha. Caso o numeral percentual seja um por cento (1%), o 
verbo deve ir para o singular.
Exemplo:
Vinte por cento do petróleo é exportado.
Quinze por cento dos funcionários participam dos trei-
namentos.
Somente um por cento dos produtos apresentar algum 
defeito.
Observação: Caso o numeral esteja adjacente ao verbo, 
este deve obrigatoriamente concordar com o numeral.
Exemplo:
Oitenta e cinco por cento acham difícil escolher deputados 
e senadores.
10. Sujeito constituído por numeral fracionário seguido de 
substantivo: recomenda-se que o verbo concorde com o 
numeral fracionário, que é núcleo do sujeito.
Exemplo:
Um quarto dos soldados saiu ferido.
Dois terços da população apoiam o plano econômico.
Observação: Caso o numeral fracionário esteja em uma 
oração de voz passiva, a concordância pode ser feita com o 
complemento desse número por conta da possibilidade de 
harmonizar o gênero.
Exemplo:
Apenas um quarto das ruas da cidade são pavimentadas.
11. Sujeito formado pela locução “um ou outro”: verbo fica 
no singular, pois a alternância indica a exclusão de um item.
Exemplo:
Um ou outro ganhará o prêmio de melhor do mundo.
12. Locuções verbais realizam concordância flexionando o 
verbo auxiliar.
Exemplos:
Os políticos não conseguem cumprir suas promessas 
de campanha.
As pessoas podem viver em segurança nesse bairro.
b) Concordância com sujeito composto
1. Sujeito anteposto ao verbo, este irá para o plural
Exemplo:
O frio e a tempestade atrapalharam o deslocamento 
do grupo.
2. Sujeito posposto ao verbo, com núcleos no singular, au-
toriza o verbo a ficar no plural (concordando com os dois 
núcleos) ou no singular (concordando com o mais próximo)
Exemplo:
Virão à festa Jorge e meu primo. / Virá à festa Jorge e 
meu primo.
3. Sujeito formado por pronomes demarcando pessoas 
gramaticais diferentes, o verbo irá sempre para o plural, 
obedecendo o seguinte esquema de regras:
I. Se houver primeira pessoa (eu/nós) entre os núcleos, pre-
valece o plural da primeira pessoa.
Exemplo:
Eu tu e ele viajaremos no final do ano.
8
Este livro aborda os procedimentos facul-
tados pela língua e que, conscientizados, 
colaboram na clareza e eficiência da ca-
pacidade de comunicação.
Concordância verbal – 
Maria Aparecida Baccega
multimídia: livros
II. Se houver segunda pessoa (tu/vós) ou terceira pessoa 
(ele/eles) entre os núcleos, pode-se usar qualquer plural de 
segunda ou terceira pessoa.
Exemplo:
Tu e ela desconheceis / desconhecem os perigos em 
que irão se meter.
4. Núcleos de sujeito composto formados pela conjunção 
“ou”:
I. Se não houver ideia de exclusão, o verbo vai para o plural
Exemplo:
Ou eu ou você seremos designados para o trabalhos (pre-
valece verbo na primeira pessoa do plural).
II. Se houver ideia de exclusãoou alternância, o verbo con-
corda com o núcleo de sujeito mais próximo.
Exemplos:
Ou o médico ou o assistente conduzirá a cirurgia.
5. Núcleos de sujeito composto formados pela conjunção 
“nem”:
I. Se não houver ideia de exclusão, o verbo vai para o plural
Exemplo:
Nem o prefeito nem o governador abandonaram o povo.
II. Se houver ideia de exclusão ou alternância, o verbo vai 
fica no singular.
Exemplo:
Nem o Pedro nem Paulo é pai de Marta.
6. Núcleos de sujeito composto ligados pelas conjunções 
“não só... mas também”, “tanto... como”, “tanto... quan-
to”, etc. prevalece o uso do verbo no plural.
Exemplo:
Não só a mídia mas também o público odiaram o filme.
Tanto ele quanto a namorada gostam de séries.
7. Núcleos de sujeito composto conectados pela preposi-
ção “com” fazem com que o verbo fique no plural.
Exemplo:
O ministro com os assessores abandonaram a reunião.
Observação: Admite-se o verbo no singular quando se 
deseja realçar o primeiro elemento do sujeito composto
Exemplo:
O treinador com os jogadores deixou o campo rapidamente.
8. Se o sujeito for resumido por pronome indefinido (apos-
to resumidor), o verbo ficará no singular.
Exemplo:
Carinho, atenção, dedicação, nada fez com que ele mudasse.
Observação: 
Não podemos nos esquecer da existência do fenô-
meno da Silepse (já estudado em figuras de lingua-
gem), que consiste em um processo de realização 
de concordância que quebra o sistema de regras e 
se sustenta em uma base ideológica (em função 
do contexto). Para avaliarmos a Silepse em relação 
à concordância verbal normativa, devemos estar 
atentos às instruções do exercício a ser realizado 
(se ele admite, ou não, avaliações coloquiais).
Exemplo de Silepse:
O elenco voltou ao palco e agradeceram os 
aplausos (concordância realizada com a ideia de 
que a palavra “elenco” designa um grupo de ar-
tistas. Não é normativa, mas se admite no campo 
coloquial ou estilístico das figuras de linguagem).
A assembleia designaram um novo síndico (con-
cordância realizada com a ideia de que a palavra 
“assembleia” designa um grupo de pessoas. Não 
é normativa, mas se admite no campo coloquial ou 
estilístico das figuras de linguagem).
9
 DIAGRAMA DE IDEIASDIAGRAMA DE IDEIAS
CONCORDÂNCIA VERBAL
Verbo estabelece
 concordância com o sujeito
Concorda em 
número e pessoa
SUJEITO VERBO
Ex.: Pablo e Ana 
dormiram cedo
Possíveis
complementos
10
 ConCordânCia verbal ii
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULAS 
37 e 38
1. A pAlAvrA ”se”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas de 
particular interesse para a concordância verbal.
 § o “se” como índice de indeterminação do sujeito; e
 § o “se” como partícula apassivadora.
Como índice de indeterminação do sujeito, o “se” acom-
panha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de li-
gação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira 
pessoa do singular.
Exemplos: Precisa-se de vendedores com prática.
Confia-se demais em pesquisas de opinião.
Como pronome apassivador, o “se” acompanha verbos 
transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos na for-
mação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve 
concordar com o sujeito da oração.
Exemplos: Construiu-se um enorme edifício onde ficava 
a velha casa.
Construíram-se novos edifícios onde ficava a velha casa.
Aluga-se quarto para estudantes.
Alugam-se quartos para estudantes.
2. O verbo “ser”
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o su-
jeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância 
pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do su-
jeito. O verbo ser concorda com o predicativo do sujeito:
a) “se” o sujeito for representado pelos pronomes isto, 
isso, aquilo, tudo, o e o predicativo estiver no plural.
Exemplos: Isso são lembranças que devem ser esquecidas.
Aquilo eram problemas urgentes.
b) “se” empregado na indicação de horas, dias e distân-
cias, o verbo ser concorda com o numeral.
Exemplo: É uma hora.
São três da manhã.
Eram 13 de setembro quando partimos.
Daqui até o shopping são dois quarteirões.
Importante 
Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes 
concordâncias:
1. No singular, concordando com a palavra explícita dia.
Exemplo: Hoje é dia quatro de junho
2. No plural, concordando com o numeral (sem a palavra 
dia).
Exemplo: Hoje são quatro de junho.
c) Se o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for se-
guido de palavras ou expressões como pouco, muito, me-
nos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplo: Cinco quilos de arroz é mais do que suficiente.
Três metros de tecido é pouco para fazer o vestido.
Duas semanas de férias é pouco para viajar.
d) Se o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou 
coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo “ser” con-
corda com o predicativo.
Exemplo: A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes impensadas.
3. O verbo “parecer”
Se seguido de infinitivo, o verbo parecer admite duas con-
cordâncias:
a) flexão do verbo parecer apenas.
Exemplo: Alguns amigos pareciam sorrir naquele mo-
mento.
b) flexão do verbo no infinitivo apenas.
Exemplo: Alguns amigos parecia sorrirem naquele 
momento.
Observação: A primeira construção é considerada corren-
te e a segunda, literária.
11
4. A expressão “haja vista”
Essa expressão admite as seguintes construções:
a) Ou é invariável (seguida ou não de preposição).
Exemplos: Haja vista as lições dadas pelo professor 
(com sentido de por exemplo).
Haja vista aos fatos explicados por este cientista (com o 
sentido de atenção para).
b) Ou é variável (não seguida de preposição), cujo termo 
seguinte é considerado sujeito de haja.
Exemplo: Hajam vista os exemplos de seu comprometi-
mento. (com o sentido de vejam-se)
5. A concordância dos verbos “bater”, 
“dar” e soar, indicando horas, 
ocorre de acordo com o numeral
Exemplos: 
Deu uma hora no relógio.
Deram três horas no relógio.
6. Verbos impessoais não se referem 
a nenhum sujeito, por isso são usados 
sempre na terceira pessoa do singular
São verbos impessoais:
I. “Haver” no sentido de existir, acontecer ou ocorrer.
Exemplos:
Há problemas nos encanamentos.
Haverá novos funcionários já na próxima semana.
II. “Haver” no sentido de existir, acontecer ou ocorrer, 
formando locução.
Exemplos:
Deve haver coisas interessantes para se ver nesta loja.
Pode haver produtos mais baratos que esses.
Observação 1: Caso haja opção pelo uso do verbo “exis-
tir” ao invés do “haver no sentido de existir”, tal verbo deve 
ser flexionado para o plural, pois é considerado pessoal.
Exemplo:
Existem problemas nos encanamentos.
Devem existir coisas interessantes para se ver nesta loja.
Observação 2: Caso o ver “haver” seja usado no sentido 
de “ter”, em uma locução verbal, ele estabelecerá concor-
dância com o sujeito.
Exemplos
O garoto havia virado a casa do avesso.
Os garotos haviam virado a casa do avesso.
III. “Haver e “fazer” indicando tempo decorrido.
Exemplos:
Não ia ao trabalho havia semanas.
Faz dias que as noites ficaram mais geladas.
Fazia anos que não víamos um problema tão sério.
IV. Verbos que indicam fenômenos meteorológicos.
Exemplo:
Choveu ontem à noite.
No inverno, neva em algumas regiões ao sul do país.
Estando sempre atentos à questão do 
preconceito linguístico, a leitura de O 
Brasil das placas pode ser de grande valia 
para entendermos o modo como os bra-
sileiros articulam a linguagem em seu uso 
cotidiano. O autor José Eduardo Camar-
go circulou mais de 200 mil quilômetros 
Brasil afora, durante sete anos, clicando 
placas. As 89 fotos mais divertidas e mais 
inusitadas (em 72 cidades de 17 Estados 
brasileiros) estão reunidas neste livro. O 
cordelista L. Soares fez as legendas das 
fotos com muito humor. O resultado 
deste trabalho é um livro feito para quem 
enxerga o surpreendente no banal.
O Brasil das placas: viagem por um país ao pé 
da letra – José Eduardo Camargo; L. Soares
multimídia: livros
12DIAGRAMA DE IDEIASDIAGRAMA DE IDEIAS
CONCORDÂNCIA VERBAL
Verbo estabelece
 concordância com o sujeito
Concorda em 
número e pessoa
SUJEITO VERBO
Ex.: Pablo e Ana 
dormiram cedo
Possíveis
complementos
13
 ConCordânCia nominal
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULAS 
39 e 40
1. ConCordânCia nominal
A concordância nominal baseia-se na relação entre um 
substantivo e as palavras que a ele se referem para carac-
terizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais 
adjetivos, locuções adjetivas e particípios). Em suma, a con-
cordância nominal verifica os elementos que estabelecem 
concordância com o nome (o substantivo).
Exemplo geral:
Crianças barulhentas (concordância entre o substantivo 
feminino crianças, no plural, e seu qualificador “barulhen-
tas” também no plural e no feminino). 
A criança está agitada (concordância feita entre o subs-
tantivo feminino criança, no singular, e seus qualificadores 
“a” e “agitada”, também no singular e feminino).
Observação: 
Em geral, o substantivo funciona como núcleo de um termo 
da oração e o adjetivo, o artigo, o pronome, o numeral e as 
locuções adjetivas funcionarão como adjunto adnominal. 
Dessa forma, é o núcleo que determina se as palavras relacio-
nadas a si devem ficar no singular ou no plural, no feminino 
ou no masculino.
1.1. Casos particulares de 
concordância nominal
a) Muito, pouco e bastante
Podem variar em uma sentença, funcionando como advér-
bios ou adjetivos.
Ex: As questões da prova estão bastante complicadas 
(bastante é advérbio pois intensifica o adjetivo “compli-
cadas” e, nesse caso, permanece invariável).
Ex: Compramos bastantes roupas na liquidação do sho-
pping (bastante é adjetivo pois acompanha o substantivo 
“roupas” e, nesse caso, varia em número, ficando no plu-
ral).
b) Anexo e incluso
São adjetivos e devem concordar com os substantivos que 
os acompanham.
Ex: Enviarei uma cópia anexa ao documento (anexa con-
corda com o substantivo “cópia”).
Ex: Os certificados inclusos devem ser assinados (incluso 
concorda com o substantivo “certificados”).
Nota 1
A construção em anexo é considerada adverbial. Por esse 
motivo, não estabelece concordância com substantivos.
Ex: As revistas trouxeram em anexo alguns encartes in-
teressantes.
Nota 2
O termo anexado(a) apresenta a mesma base de concor-
dância que “anexo(a)”.
Ex: Enviarei uma cópia anexa ao documento.
c) Meio
Pode variar em uma sentença, funcionando como advér-
bios ou numeral.
Ex: Ela estava meio desconfiada do vizinho (meio é advér-
bio pois intensifica o adjetivo “desconfiada” e, nesse caso, 
permanece invariável). 
Ex: Todos os dias eu bebo meia taça de vinho (meio é nu-
meral pois acompanha o substantivo “taça” e, nesse caso, 
varia em número e gênero).
d) É proibido, é permitido, é necessário, é bom, é 
preciso, etc.
São expressões predicativas com valor adjetival e vão apre-
sentar variação quando o substantivo a que se referem vier 
determinado por artigo ou outro elemento determinante. 
Caso não apareça nenhum artigo ou outro determinante 
junto do substantivo, essas construções ficarão invariáveis. 
Ex: É proibido pichação em espaços públicos (o subs-
tantivo “pichação” não tem artigo ou qualquer outro de-
terminante, portanto a expressão é proibido permanece 
invariável) ).
Ex: É proibida a pichação em espaços públicos (o subs-
tantivo “pichação” tem artigo, portanto a expressão é 
proibido varia).
14
e) Mesmo e próprio
Concordam com o substantivo ou o pronome que os 
acompanha.
Ex: Ela mesma resolveu o problema (o termo mesmo 
concorda com o pronome “ela”).
Ex: Foram os jogadores mesmos que pediram quebra 
de contrato (o termo mesmo concorda com o subs-
tantivo “jogadores”).
f) Caro e barato
Podem variar em uma sentença, funcionando como advér-
bios ou adjetivos.
Ex: Os quadros de Picasso são caros (o termo caro está 
em posição predicativa, ou seja, funciona aqui como um 
adjetivo que se refere à palavra “quadros”).
Ex: As viagens para o exterior custam caro (caro é um 
advérbio que modifica o sentido de “custam”).
g) Menos e alerta
Nas gramáticas mais tradicionais de língua portuguesa, 
são palavras consideradas como advérbios, portanto são 
invariáveis.
Ex: Nas madrugadas, há menos pessoas na rua (menos é 
um advérbio que modifica o sentido de “custam”).
Ex: Os bombeiros permaneceram alerta devido ao risco 
de desabamento (alerta é um advérbio que modifica o 
sentido de “permaneceram”).
Nota
Algumas gramáticas mais recentes aceitam a flexão de 
alerta, equiparando-o ao adjetivo “atento”.
Ex: As pessoas devem ficar alertas ao viajarem sozinhas.
h) Pseudo
Quando utilizado na formação de palavras, o termo pseu-
do permanece invariável.
Ex: A polícia prendeu a pseudomédica.
Ex: O morango é um tipo de pseudofruto.
i) Só
Pode variar em uma sentença, funcionando como advérbio 
ou adjetivo.
Ex: Os rapazes estavam sós na academia (o termo só se 
refere ao substantivo “rapazes” e funciona aqui como um 
adjetivo)
Ex: Ocorrerão mudanças só em algumas das linhas. (só 
é um advérbio que modifica o sentido de “ocorrerão”).
j) Obrigado
É considerado um adjetivo e deve concordar com o subs-
tantivo a que se refere.
Ex: O rapaz disse obrigado ao enfermeiro.
1.2. Um substantivo para 
dois ou mais adjetivos
I. SUBSTANTIVO COM DETERMINANTE 
ANTEPOSTO A DOIS ADJETIVOS:
a) o substantivo fica no singular e acrescenta-se um artigo 
antes do segundo adjetivo:
Ex: O garoto aprendeu a língua francesa e a alemã.
b) o substantivo vai para o plural e retiramos o artigo do 
segundo adjetivo:
Ex: O garoto aprendeu as línguas francesa e alemã.
II. SUBSTANTIVO POSPOSTO A 
ADJETIVOS OU NUMERAIS:
a) o substantivo fica no singular e são colocados artigos 
diante dos adjetivos ou numerais:
Ex: O primeiro e o quarto andar estão em reforma
Ex: A tradicional e a moderna literatura agradam a todos.
b) o substantivo fica no plural e é colocado um artigo ante-
posto ao primeiro adjetivo ou numeral :
Ex: O primeiro e quarto andares estão em reforma
Ex: A tradicional e moderna literaturas agradam a todos.
1.3. Um adjetivo para dois 
ou mais substantivos
I. ADJETIVO ANTEPOSTO AOS SUBSTANTIVOS
a) se o adjetivo for adjunto adnominal, concorda com o 
substantivo mais próximo:
Ex: No bairro havia velhos monumentos e prédios.
b) se for predicativo do objeto, concorda com o substantivo 
mais próximo ou vai para o plural (em caso de substantivos 
com gêneros diferentes, a escolha de plural obriga o uso de 
masculino plural):
Ex: O calor intenso deixou abafada a noite e o dia.
Ex: Ele deixou trancados a vidraça e o portão.
II. SENDO PREDICATIVO QUE SE REFERE A SUJEITO 
COMPOSTO COM GÊNEROS DIFERENTES
a) sentença em ordem direta: o adjetivo fica no mascu-
lino plural:
Ex: A batedeira e o liquidificador continuavam 
estragados.
15
b) sentença em ordem indireta: o adjetivo concorda com 
o substantivo mais próximo:
Ex: continuava estragada a batedeira e o liquidificador.
III. ADJETIVO POSPOSTO AOS SUBSTANTIVOS
a) dois substantivos com mesmo gênero: singular ou plural.
Ex: Entregamos aos alunos uniforme e material novos 
(ou novo):
b) dois substantivos de gênero diferente: concorda com o 
substantivo mais próximo ou vai para o plural:
Ex: Nós bebemos guaraná e soda gelados (ou gelada).
16
SUBSTANTIVO
ARTIGO NUMERAL
PRONOME ADJETIVO
ADJETIVO/
LOCUÇÃO ADJETIVA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
CONCORDÂNCIA NOMINAL
17
 Regências nominal e veRbal
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULAS 
41 e 42
1. Noções prelimiNares
Para compreender o conceito de regência é fundamen-
tal entender que as palavras, ao ocuparem suas posi-
ções nas estruturas sintáticas da língua, podem esta-
belecer vínculos de subordinação com outras palavras. 
Nas estruturas subordinadas, há sempre um termo que 
subordina outro. O primeiro chama-se subordinante, 
termo que determina e do qual depende o segundo, 
seu subordinado.
Essa relação em que uma palavra funciona como comple-
mentoda outra chama-se regência. Diz-se que as palavras 
que dependem de outras são por elas regidas. As palavras 
que regem as outras são chamadas de regentes.
Esses vínculos de subordinação vêm, por vezes, marcados 
por preposições, semanticamente escolhidas por determi-
nados nomes e verbos para marcar a relação que eles 
estabelecem com os complementos nominais e verbais 
que regem.
Exemplos
a) Gosto de viajar. (O verbo gostar rege um objeto indireto, 
a ele subordinado no interior do predicado-verbal. A prepo-
sição de marca a regência desse verbo).
b) Tenho medo de avião. (O substantivo medo rege um 
complemento nominal, a ele subordinado. A preposição de 
marca a regência desse substantivo).
Portanto, o estudo que segue refere-se às relações que se es-
tabelecem entre nomes e seus complementos (regência no-
minal) e entre verbos e seus complementos (regência verbal).
1.1. Regência nominal
É a denominação dada à relação semântica que se estabe-
lece entre substantivos, adjetivos e determinados advérbios 
e seus respectivos complementos nominais. Essa relação 
vem sempre marcada por preposição.
Alguns nomes listados a seguir costumam vir acompanha-
dos de um complemento nominal e exigem o uso de de-
terminadas preposições para que o enunciado construído 
tenha sentido enquanto estrutura do Português.
Observação:
Muitos nomes apresentados têm exatamente a mes-
ma regência de verbos dos quais são derivados. Desse 
modo, a regência do verbo está automaticamente 
ligada à regência do nome cognato.
a) Duvidava da capacidade dele.
b) Tinha dúvida da capacidade dele.
Tanto o verbo duvidar como o substantivo dúvida regem 
a preposição da (contração de + a (artigo)).
1.1.1. Regência de alguns substantivos
 § admiração a, por
 § devoção a, para, com, por
 § medo de
 § aversão a, para, por
 § doutor em
 § obediência a
 § atentado a, contra
 § dúvida acerca de, em, sobre
 § ojeriza a
 § bacharel em
 § horror a
 § proeminência sobre
 § capacidade de, para
 § impaciência com
 § respeito a, com, para com, por
1.1.2. Regência de alguns adjetivos
 § acessível a
 § entendido em
 § necessário a
 § acostumado a, com
 § equivalente a
 § nocivo a
 § agradável a
 § escasso de
 § paralelo a
18
 § alheio a, de
 § essencial a, para
 § passível de
 § análogo a
 § fácil de
 § preferível a
 § ansioso de, para, por
 § fanático por
 § prejudicial a
 § apto a, para
 § favorável a
 § prestes a
 § ávido de
 § generoso com
 § propício a
 § benéfico a
 § grato a, por
 § próximo a
 § capaz de, para
 § hábil em
 § relacionado com
 § compatível com
 § habituado a
 § relativo a
 § contemporâneo a, de
 § idêntico a
 § satisfeito com, de, em, por
 § contíguo a
 § impróprio para
 § semelhante a
 § contrário a
 § indeciso em
 § sensível a
 § descontente com
 § insensível a
 § desejoso de
 § liberal com
 § suspeito de
 § diferente de
 § natural de
 § vazio de
1.1.3. Regência de alguns advérbios
 § longe de
 § perto de
1.2. Regência verbal
É a denominação dada à relação semântica que se esta-
belece entre verbos e seus respectivos complementos (ob-
jetos direto e indireto). No caso dos objetos indiretos, essa 
relação vem sempre marcada por uma preposição.
Atenção
Para melhor compreender os principais aspectos envolvi-
dos na questão da regência verbal, é fundamental relem-
brarmos a noção de transitividade (argumentação) verbal.
 § Quanto à predicação, os verbos podem ser classi-
ficados em intransitivos e transitivos.
 § Verbos intransitivos apresentam sentido completo 
e não necessitam de complemento (objeto direto 
ou indireto).
 § Verbos transitivos necessitam de um complemen-
to de valor substantivo (objeto direto ou indireto) 
para integrar-lhes o sentido. Nesse caso, a tran-
sição entre o verbo e seu complemento pode ser 
direta (caso dos verbos transitivos diretos, que re-
gem objetos diretos) ou indireta (caso dos verbos 
transitivos indiretos, que regem objetos indiretos).
Exemplos:
A garota comprou uma maçã. (verbo transitivo dire-
to rege um objeto direto).
A garota gosta de maçã. (verbo transitivo indireto 
rege um objeto indireto).
Observação: Para que seu sentido fique completo, 
alguns verbos exigem um objeto direto e um objeto 
indireto, sequencialmente. A esses verbos chamamos 
bitransitivos.
A garota deu uma maçã de presente ao amigo. (uma 
maçã é objeto direto do verbo dar e ao amigo é ob-
jeto indireto do mesmo verbo, introduzido pela pre-
posição a).
Nesse exemplo, a preposição de, que aparece diante 
do termo “presente”, não apresenta relação com a 
noção de transitividade verbal, mas introduz um ad-
junto adnominal do objeto direto, qualificando-o ape-
nas. Assim, para a discussão de regências nominal e 
verbal são relevantes apenas aquelas preposições que 
ligam complementos a um verbo (objetos indiretos) 
ou a um nome (complementos nominais).
O principal objetivo do tópico de regência verbal é realizar 
o estudo de verbos que, ou possuam alguma transitividade 
que costume gerar dúvidas entre o uso coloquial e o uso nor-
mativo, ou que, por apresentar variação de sentido, exijam 
mudanças de transitividade. Vejamos os casos mais comuns:
a) Agradar 
É transitivo direto no sentido de “acariciar” ou “mimar”. 
Exemplo: Sempre agrada a criança quando a vê. 
19
É transitivo indireto no sentido de “satisfazer”, “ser agra-
dável” (preposição a). 
Exemplo: A peça de teatro não agradou aos espectadores.
b) Aspirar
É transitivo direto no sentido de “sorver”, “inspirar (o ar)”, 
“inalar”.
Exemplo: Aspirava o suave aroma do perfume.
É transitivo indireto no sentido de “desejar”, “ter como 
ambição” (preposição a).
Exemplo: Aspirávamos a uma viagem para a Europa.
c) Assistir
É transitivo direto no sentido de “ajudar”, “prestar assistência”.
Exemplo: O governo deve assistir os menos favorecidos.
É transitivo indireto no sentido de “ver”, “presenciar”, “es-
tar presente” (preposição a).
Exemplo: Assistiremos ao filme hoje à tarde.
É transitivo indireto no sentido de “caber”, “competir”.
Exemplos: Assiste aos pais a educação dos filhos.
É intransitivo no sentido de morar ou residir e, em geral, 
vem acompanhado de adjunto adverbial de lugar introdu-
zido pela preposição “em”.
Exemplo: Assistimos em Campinas.
d) Atender
É transitivo direto no sentido de “acolher com atenção”.
Exemplo: O porteiro atendeu os visitantes.
É transitivo indireto no sentido de “dar solução”, “realizar” 
(preposição a).
Exemplo: O governo atendeu às solicitações dos 
manifestantes.
e) Chamar
É transitivo direto no sentido de convocar, “solicitar a aten-
ção” ou “a presença de”.
Exemplo: Por gentileza, vá chamar o próximo candidato.
No sentido de “denominar”, “apelidar” (pode apresentar 
objeto direto ou indireto e geralmente vem acompanhado 
de predicativo do objeto, preposicionado ou não).
Exemplos: 
A torcida chamou o jogador pipoqueiro.
A torcida chamou ao jogador pipoqueiro.
A torcida chamou o jogador de pipoqueiro.
A torcida chamou ao jogador de pipoqueiro.
f) Custar
É intransitivo no sentido de “ter determinado valor ou pre-
ço”, e vem acompanhado de marcador adverbial.
Exemplo: O caviar custa caro.
É transitivo direto no sentido de “ser obtido pelo preço de”
Exemplo: A obra custou milhões de reais.
É transitivo indireto no sentido de “ser difícil”.
Exemplo: Custa a ele reconhecer o problema.
g) Esquecer / lembrar / recordar
São transitivos diretos se não forem pronominalizados.
Exemplos: 
Ele esqueceu os documentos.
Lembrei o endereço de minha avó.
Recordo esses fatos incríveis.
São transitivos indiretos se forem pronominalizados.
Exemplos: 
Ele se esqueceu dos documentos.
Lembrei-me do endereço de minha avó.
Recordo-me desses fatos incríveis.
Observação:
Os verbos “lembrar” e “recordar” podem ser bitransitivos.
Exemplo: Lembrei ao professor a tarefa.
h) Implicar
É transitivo direto ou indireto no sentido de “causar, envol-
ver ou resultar”.
Exemplos:
Todo esse trabalho implica maiores gastos.
Todo esse trabalho implica em maiores gastos.
É transitivo indiretono sentido de “mostrar antipatia”.
Exemplo:
O valentão implica com os mais velhos.
É bitransitivo no sentido de “comprometer”.
Exemplo:
O depoimento do policial implicou o senador no ocorrido.
i) Obedecer / desobedecer
São transitivos indiretos (Preposição a).
Exemplos: 
Ele desobedeceu às ordens do médico.
20
j) Preferir
É transitivo direto no sentido de “preferência direta, sem 
escolha”.
Exemplo: Eu prefiro restaurantes baratos.
É transitivo indireto no sentido de “preferência com esco-
lha” (preposição a).
Exemplo: Eu prefiro frutas a doces.
Observação:
A gramática normativa não admite que o verbo “preferir” 
venha seguido de “mais... do que”, “menos... do que” ou 
“antes”. O verbo em si já comporta o sentido de “prefe-
rência”, sendo desnecessário elementos intensificadores.
k) Querer
É transitivo direto no sentido de “desejar”.
Exemplo: Eu quero um carro novo.
É transitivo indireto no sentido de “ter afeto” (preposição a).
Exemplo: A avó queria muito a seu netinho.
l) Visar 
É transitivo direto, nos sentidos de “mirar”, “fazer ponta-
ria” e também “vistar” ou “rubricar”. 
Exemplos: 
A garota visou o alvo. 
O gerente visou o cheque. 
É transitivo indireto no sentido de “ter como meta”, “ter 
como objetivo” (preposição a).
Exemplo: Nem sempre o ensino deve sempre visar ao fu-
turo profissional.
Observação: não esquecer que a regência dos verbos pode 
exercer influência em uma construção sintática que apresenta 
pronome relativo, por isso é importante estar atento às pos-
síveis mudanças de sentido em relação à sua transitividade:
Exemplos:
Aquela é donzela que aspirava as flores do campo (aspirar 
no sentido de “inalar” não exige preposição)
A posição a que aspirava na empresa era a de diretor (as-
pirar no sentido de “desejar” exige preposição “a” que 
deve ser encaixada diante do pronome relativo).
Fruto de um trabalho minucioso do grande le-
xicógrafo Celso Pedro Luft, é uma obra de con-
sulta indispensável para todos os que desejam 
escrever de acordo com a gramática normativa:
 § Resolve todas as dúvidas suscitadas pela 
complexa regência dos verbos na língua 
portuguesa. 
 § Soluciona um dos problemas que mais 
afligem aos que se expressam na nossa 
língua: o uso da preposição adequada 
ao verbo.
Dicionário prático de regência verbal – 
Celso Pedro Luft
multimídia: livros
Esta obra finaliza o estudo sobre regência inicia-
do com o Dicionário prático de regência verbal.
Documentando de forma didática todas as 
possibilidades de regência nominal, sempre 
oferecerá a preposição que complementa o 
substantivo ou adjetivo procurado.
Dicionário prático de regência nominal – 
Celso Pedro Luft
multimídia: livros
21
 DIAGRAMA DE IDEIASDIAGRAMA DE IDEIAS
REGÊNCIA NOMINAL
Ocorre com substantivos, 
adjetivos e advérbios
REGÊNCIA VERBAL
Ocorre com os verbos
REGÊNCIA
Processo de argumentação 
nominal / verbal
EX.: Temos capacidade para mudar isso.
EX.: Agrotóxicos são nocivos à saúde.
EX.: Moramos perto da capital.
EX.: Nós necessitamos de uma nova chance.
para
a
de
de
substantivo
adjetivo
advérbio
verbo
22
 Crase
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULAS 
43 e 44
1. Crase
Crase é o nome que se dá à junção de duas vogais idênticas. 
A junção que ocorre com maior frequência é da preposição 
“a” com o artigo feminino “a(s)”. Também há outros tipos 
de ocorrência que são determinantes para inserção da crase.
Na escrita, a crase é indicada pelo acento grave ( ̀ ). É impor-
tante salientar que, embora seja conhecido como “acento” 
grave, é uma marcação gráfica que não depende de elemen-
tos fonológicos (sonoros), e, por esse motivo, não estudamos 
esse conteúdo junto com acentuação. A aplicação da crase 
depende, em geral, de relações sintáticas de regência nomi-
nal e verbal. Vejamos um exemplo geral:
Exemplo: 
Eu irei à praia = Eu irei a + a praia.
Nesse exemplo, há ocorrência da preposição “a”, exigida 
pelo verbo ir (que exige preposição “a”) e a ocorrência 
do artigo a que está determinando o substantivo femi-
nino “França”. A fusão desses dois “as” é indicada pelo 
acento grave.
Exemplos: Conheço a estudante.
Refiro-me (a + a) à estudante.
No primeiro exemplo, o verbo “conhecer” é transitivo direto 
(não exige preposição). Temos apenas o “a” artigo de “estu-
dante”. Desse modo, não teremos crase.
No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (o verbo 
pronominalizado “referir-se” exige preposição “a”) e sua 
preposição se une ao “a” artigo de “estudante”. Portanto, 
a crase é necessária.
Há duas maneiras básicas de verificar a existência de 
um artigo feminino seguido de preposição “a”.
1. Substitua o termo feminino por um termo masculi-
no. Se antes dele a forma for ao, ocorrerá crase antes 
do termo feminino.
Exemplos: 
Conheço a menina. Conheço o menino.
Refiro-me ao menino. Refiro-me à menina.
2. Substitua o termo regente acompanhado da prepo-
sição “a” por outro acompanhado de uma preposição 
diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas pre-
posições não se contraírem com o artigo, ou seja, se 
não surgirem novas formas – na(s), da(s), pela(s) –, 
não haverá crase.
Exemplos: Penso na menina. / Apaixonei-me pela 
menina.
Atenção!
Não basta provar a existência somente da preposição 
“a” ou somente do artigo “a”. É necessária a junção 
dos dois itens para demarcar a crase. 
1.1. Casos em que a crase é proibida
a) Diante de substantivos masculinos.
Exemplos: Andamos a cavalo. 
 Fomos a pé.
b) Diante de verbos no infinitivo.
Exemplos: A criança começou a andar.
Ele não tem nada a declarar.
Observação:
Como os verbos não admitem artigos, o “a” antepos-
to a eles nos exemplos anteriores é apenas preposi-
ção, razão pela qual não ocorre crase.
c) Antes de pronomes que rejeitam artigo, como os pesso-
ais, de tratamento, demonstrativos, indefinidos, interrogati-
vos e relativos.
Exemplos: Diga a ela que não voltarei mais. 
Entreguei a todos a ata da reunião.
Ele fez referência a Vossa Excelência, assim que chegou.
23
Peço a Vossa Senhoria que aguarde no saguão.
Mostrarei a vocês nossos novos produtos.
Quero informar a algumas pessoas o que foi planejado.
As exceções ficam por conta dos pronomes de tratamento 
senhora, senhorita e dona, e de casos pontuais em que 
a regra de substituição da palavra feminina por masculina 
consegue ser fundamentada.
Exemplos:
Ele se reportou à dona Cláudia.
Refiro-me à mesma garota (Refiro-me ao mesmo garoto).
d) Diante de artigo indefinido “uma”.
Exemplo: Daqui a uma semana começam as Olimpíadas.
e) Com o “a” no singular diante de palavras no plural.
Exemplo: Refiro-me a pessoas fofoqueiras.
f) Com palavras repetidas.
Exemplo: cara a cara.
face a face.
g) Diante das palavras “terra” e “casa” quando não forem 
determinadas. Ocorre especificamente quando “casa” tem 
o sentido de “próprio lar” e “terra” tem o sentido de “ter-
ra/chão firme” (em geral, oposto a mar).
Exemplos:
Meus primos voltam a casa amanhã.
Os barcos voltaram a terra por conta da tempestade.
1.2. Casos em que a 
crase é obrigatória
a) Em locuções adverbiais formadas por preposição e pa-
lavra feminina.
Exemplo: Gosto de ficar à toa em casa. 
Outras locuções adverbiais
• à tarde
• à noite
• à esquerda
• à direita
• à tona
• às pressas
• às claras
• às vezes
• às escondidas
• às avessas
b) Em locuções prepositivas femininas (em geral, a estrutu-
ra é a(s) + substantivo + de)
Exemplo: Ele está à espera de uma nova oportunidade.
Outras locuções prepositivas
• à procura de
• à beira de 
• às custas de
Atenção!
As construções em que é pressuposta a estrutura “à 
moda (de)” devem ser craseadas.
Exemplos: 
Pedimos um espaguete à parisiense (à moda de Paris 
ou à moda parisiense)
c) Em locuções conjuntivas femininas (Em geral, a estrutura 
é a(s) + substantivo + que)à beira de;
Exemplo: Todos iam se revoltando à medida que ele dis-
cursava. 
Obs: Além de “à medida que”, a outra locução conjuntiva 
que temos é “à proporçãoque”
1.3. Casos em que a 
crase é facultativa
a) Diante de pronomes possessivos femininos.
Exemplos: O professor destinou verbas à (a) nossa pesquisa.
O gerente se dirigiu à (a) minha sala.
b) Diante de substantivos próprios femininos
Exemplo: Ofereci à (a) Edna minhas saudações.
Obs: Alguns contextos podem não admitir uso de crase caso 
não haja familiaridade com a detentora do nome feminino.
Exemplo: Eu me refiro a Clarice Lispector, autora muito 
frequente em vestibulares.
c) Na locução prepositiva “até a”
Exemplos: Caminhou até a orla marítima.
1.3. Casos especiais de uso de crase
a) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aque-
la(s), aquilo
Exemplos: Refiro-me a + aquele episódio. / Refiro-me 
àquele episódio.
24
b) “A” com valor de pronome demonstrativo “aquele/
aquela/aquilo”
Exemplos: Faça uma reta paralela a + aquela do centro. / 
Faça uma reta paralela à do centro.
c) Diante de nomes de lugares
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do ar-
tigo a. Outros, entretanto, admitem esse artigo, de modo 
que diante deles haverá crase, desde que o termo regente 
exija a preposição a. 
Para saber se um nome de lugar admite ou não a antepo-
sição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo re-
gente por um verbo que exige a preposição de ou em. A 
ocorrência da contração da ou na, nesses casos, prova que 
o nome desse lugar admite o artigo e, por isso, haverá crase.
Exemplos: Vou à Espanha. (Confirmação da crase: vim da 
 Espanha; permanecerei na Espanha).
Vou a Curitiba. (Confirmação da crase: vim de 
 Curitiba; permanecerei em Curitiba).
d) Transições temporais
A crase entre transições temporais depende da devida de-
terminação do elemento temporal. Por esse motivo está 
sujeita a três parâmetros:
I. DE... A... (NÃO HÁ CRASE)
Exemplos: Ficarei na cidade de terça a sexta.
A reunião vai demorar de duas a três horas.
II. DA(S)... A(S)... (HÁ CRASE)
Exemplos: A bienal vai da próxima segunda à próxima sexta.
A reunião será das duas às quatro.
III. DO... A... (HÁ CRASE)
Ficarei aqui do meio-dia à meia-noite.
A bienal vai do próximo domingo à próxima sexta.
 DIAGRAMA DE IDEIAS
CRASE
JUNÇÃO DE 
A PREPOSIÇÃO + A ARTIGO
EX.: ELE SE DIRIGIU À SECRETÁRIA.
A
A
25
 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: Incidência do 
tema nas principais provas
UFMG
Na prova da Unesp, os conhecimentos sobre 
os modos de se ler imagens podem ser 
determinantes para a aprovação. Além disso, 
as aulas deste livro abordam, sumariamente, 
a história da arte, servindo de aliança para a 
frente de literatura.
Para a Unifesp, uma leitura precisa e objetiva 
dos conceitos que as imagens carregam é 
essencial. Ademais, a história da arte é extre-
mamente complementar para o desenrolar 
da prova.
A prova da Unicamp pode exigir do candidato 
conhecimentos sobe a história da arte, uma 
vez que o vestibular pode usar as imagens 
definidoras da humanidade através dos 
tempos como elemento de intertextualidade 
para as questões.
Textos não verbais são bastante comuns nos 
exames de vestibular. Assim, o material deste 
livro irá prepará-lo para que tenha as bases 
para uma boa análise de imagens.
Ler imagens nem sempre é fácil. Por isso, este 
livro apresentará, de uma perspectiva histórica, 
estratégias para a leitura de imagens artísticas.
Compreender os contextos de produção de 
uma imagem que possa remeter a um período 
artístico é essencial. Por isso, ter noção do 
campo que se abre ao ter contato com este 
material será fundamental para o desempe-
nho do candidato.
Imagens costumam aparecer nos mais 
variados vestibulares, por isso, as aulas deste 
livro serão pertinentes para que o candidato 
afine seu olhar para a leitura de textos não 
verbais, em especial os que tratam da história 
da humanidade, de maneira 
artística.
Como matéria da prova do Enem, a história 
da arte pode ser vista através da interpretação 
de imagens.
Saber interpretar um texto não verbal é essen-
cial em todo vestibular. As aulas deste livro, 
portanto, fazem-se fundamentais para que 
o candidato possa fomentar conhecimentos 
sobre a história da arte e, também, os modos 
de se interpretar imagens.
A leitura e interpretação de textos não verbais 
é essencial para qualquer prova. Por isso, 
neste livro, você encontrará os subsídios para 
melhorar a sua análise de imagens que se 
relacionam com a história da arte.
Textos não verbais podem aparecer a qualquer 
momento. Por isso, este livro apresenta as 
ferramentas necessárias para dominar a 
interpretação de imagens, ao longo da história 
da humanidade.
Não basta interpretar textos verbais, pois 
textos não verbais podem aparecer também. 
Assim, o conteúdo deste livro servirá de base 
para que as habilidades referentes ao tópico 
sejam alcançadas.
Somado à leitura de prosas e poemas, os 
textos não verbais podem compor de forma 
significativa a prova. Portanto, as aulas sobre 
leitura de imagens serão fundamentais para o 
bom desempenho.
A prova lida com a leitura de imagens, de ma-
neira bastante objetiva, por isso, compreender 
as formas de analisar um texto não verbal 
pode ser uma ferramenta útil ao candidato.
É importante que o candidato tenha em mãos 
as ferramentas necessárias para entender 
como funciona a interpretação de um texto 
não verbal. Somado a isso, o livro apresenta 
um panorama da história da arte.
26
 Leitura de imagens iii: da 
arte barroca à neocLássica 
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULA
18
1. Introdução
Neste capítulo colocaremos nosso foco sobre expressões 
artísticas que ocorreram entre os séculos XVII e XVIII, mais 
especificamente o Barroco, um espaço de transição conheci-
do como Rococó e também a arte neoclássica. Vale a pena 
ressaltar também que já teremos as primeiras experiências 
artísticas feitas em território brasileiro (ainda que estejamos 
falando daquelas que possuem matrizes europeias).
1.1. Barroco
A arte barroca se desenvolveu no século XVII dentro de um 
período em que ocorreram grandes mudanças na Europa 
da Idade Moderna. Sem dúvida, o mais importante dos 
eventos foi a Reforma Protestante, que teve início na Ale-
manha, mas logo se expandiu por outros países. Lembre-
mos que esse movimento se sucedeu aos questionamentos 
feitos por Martinho Lutero a respeito das leituras bíblicas 
realizadas pela igreja católica em momentos anteriores (as 
teses de Martinho Lutero indagavam o modo como a igreja 
católica manipulava as leituras bíblicas para justificar, por 
exemplo, a venda de indulgências).
Num segundo momento, temos uma agressiva reação por 
parte da igreja católica, que aproveitando-se de incertezas 
que permeavam a experiência dos indivíduos no período, 
reativou o Tribunal do Santo Ofício (a santa inquisição), 
além de ter dado origem ao Índex (o índice de livros proi-
bidos) e à Companhia de Jesus (uma ordem religiosa que 
tinha como objetivo difundir de modo mais ativo a fé cristã 
pela Europa e colônias). Toda essa pressão católica que re-
cai sobre os indivíduos se torna visível na arte barroca, que 
volta a explorar com maior incidência os temas religiosos. 
No que diz respeito à parte estética, como resquício do 
Renascimento, há o aprofundamento do realismo das for-
mas corporais, com um trabalho mais frequente de arre-
dondamento dos traços, o que dava uma sensação maior 
de movimento às figuras que compunham a obra. Por fim, 
intensifica-se o trabalho com a técnica do Chiaroscuro, que 
consistia na elaboração de técnicas de projeção e entra-
da de luz em relação a espaços mais escurecidos da obra, 
criando um contraste que foi usado até como elemento de 
diálogo com o tema religioso em voga.
a) O Barroco na Itália
A arte barroca surge especificamente na Itália, mas irá 
irradiar-se por outros países da Europa e chegar ao con-
tinente americano, colonizado por portugueses e espa-
nhóis. Trata-se de uma estética que não irá se desenvolver 
de maneira homogênea,apresentando algumas distin-
ções entre as produções italianas e as que vemos, por 
exemplo, nos Países Baixos. Ainda assim, é possível en-
contrarmos alguns princípios gerais, como o rompimento 
do equilíbrio entre sentimento e razão ou entre arte e 
ciência, muito comuns na arte do Renascimento. Na arte 
barroca haverá o predomínio das emoções.
1.1.1. A pintura barroca na Itália
Do ponto de vista estético, a pintura barroca na Itália apre-
sentava características muito marcantes como a disposição 
dos elementos no quadro de modo diagonal, figuras de 
formas arredondadas que favorecem a ideia de movimen-
tação na obra e uso acentuado da técnica do claro-escuro, 
o que intensifica a expressão dos sentimentos. Além disso, 
costuma apresentar uma abordagem que é realista, do 
ponto de vista da figuração (abordando com frequência 
a vida de pessoas comuns), mesclada a uma temática de 
ordem religiosa. Vejamos alguns exemplos:
 
Caravaggio – voCação de São MateuS (1599) - óleo Sobre tela.
27
Caravaggio (1573 – 1610) não costuma seguir tão à risca 
os parâmetros da beleza clássica vista no Renascimento, 
pelo menos no que diz respeito aos modelos de suas obras. 
Costumava trazer para suas telas vendedores, ciganos, mú-
sicos ambulantes, entre outras pessoas simples. A pintura 
acima evidencia as técnicas anteriormente comentadas: 
temática religiosa, figuras altamente realísticas de traços 
mais arredondados (criando sensação de movimento) e o 
trabalho com a entrada de luz artificial em espaços escuros 
da imagem.
 
tintoretto – CriSto eM CaSa de Maria e Marta (1578) - óleo Sobre tela.
Tintoretto (1515 – 1549) foi um artista que pintou te-
mas variados, desde religiosos até mitológicos e retratos. 
Apresenta como características marcantes a ideia de os 
corpos das figuras serem mais expressivos que os rostos, 
além de um trabalho mais intenso com luzes e cores. Na 
pintura acima, vemos um tema religioso, mais comum à 
estética barroca. É possível notarmos uma espécie de li-
nha diagonal que vai da mulher agachada até as duas 
figuras ao fundo. 
 
andrea Pozzo – a glória de Santo ináCio (1691 – 1694) - 
afreSCo no teto da igreja de Santo ináCio, eM roMa.
Andrea Pozzo foi outro importante artista barroco, que fi-
cou conhecido por suas pinturas nos tetos das igrejas. Sua 
obra mais conhecida é o afresco A glória de Santo Inácio, 
apresentado acima. Esse tipo de pintura explora intencional-
mente a técnica da perspectiva, dando ao espectador uma 
sensação de que as colunas se emendam ao teto e, com 
isso, cria-se uma espécie de espaço celestial superior amplo, 
cujo objetivo seria criar uma intimidação de ordem religiosa 
no espectador. Esse intenso caráter religioso fez com que as 
pinturas em tetos de igrejas, que já aconteciam no Renasci-
mento, passassem a ser ainda mais frequentes no período 
Barroco, sendo realizadas, inclusive, em igrejas brasileiras.
1.1.2. A escultura barroca na Itália
Como já comentamos, a arte do Renascimento era carac-
teriza por equilibrar aspectos intelectuais e emocionais. Já 
nas obras barrocas, esse equilíbrio desaparece e passa a 
existir uma maior exaltação dos sentimentos. Também, as 
formas da escultura prezam a ideia de movimento e, para 
isso, se valem de linhas curvas e formas arredondadas. São 
comuns os detalhamentos em vestimentas e também, no 
que diz respeito à coloração, o uso frequente do dourado.
 
bernini – o êxtaSe de Santa tereSa. (1645 – 1652) – MárMore.
A escultura acima é uma das mais conhecidas do perío-
do barroco. Marcada por intensa dramaticidade, registra o 
momento em que Santa Teresa recebe a visita de um anjo 
que, portando uma flecha, fere seu peito com vários gol-
pes. Alguns estudiosos de arte comentam que o gesto do 
anjo poderia denotar, em alguma medida, a ideia do amor 
místico de Deus, marcado por uma mescla de sentimentos 
de prazer e dor.
28
1.1.3. A arquitetura barroca na Itália
A arquitetura do século XVII esteve centrada em palácios 
e igrejas, sendo que a Igreja Católica desejava proclamar 
com cada vez mais força o trunfo da fé cristã, realizando 
obras que tinham a intenção de impressionar pelo seu es-
plendor. Os arquitetos deixam de lado qualquer perspectiva 
de racionalidade e passam a valorizar efeitos decorativos. 
Também, passa a haver uma preocupação com o entorno 
da obra arquitetônica, o que fez com passassem a ser de-
senvolvidas estruturas paisagísticas.
 
 
várioS artiStaS – baSíliCa de San lorenzo (SéC xvii)
 
bernini (Projeto) - Praça de São Pedro (SéC. xvii)
 – viSão da baSíliCa de São Pedro.
Acima, vemos todo o detalhamento na forma da Basílica, 
que passa receber mais cúpulas, além de ornamentações 
em seu interior. Também há a ideia de se realizar estruturas 
paisagísticas no entorno das basílicas, a fim de se ampliar 
a grandiosidade do monumento principal, como vemos na 
imagem da Praça de São Pedro, que fica ao lado da Basí-
lica.
b) O Barroco na Espanha e nos Países Baixos
Entre os séculos XVII e XVIII, o estilo barroco expandiu-se 
pela Europa e foi adquirindo feições variadas a partir das 
particularidades existentes em cada nação. Surgem algu-
mas marcas mais particulares na arquitetura, que trabalha 
com um maior uso de ornamentação, especialmente os 
pórticos decorados em relevo nos edifícios civis e religiosos.
 
 
Catedral de Santiago de CoMPoStela (aCiMa – Parte frontal 
/ abaixo – uM doS PórtiCoS CoM detalheS eM alto relevo).
O maior destaque fica por conta da arte pictórica, que 
apresentou obras que abordavam temáticas mais amplas, 
em relação ao que se costumava ver no barroco italiano. 
Vejamos algumas pinturas importantes.
I. Na Espanha
el greCo – eSPólio (1579) – óleo Sobre tela.
29
O artista El Greco (1541 – 1614) ficou conhecido por suas 
obras que traziam o tema religioso com personagens em 
alinhamento mais verticalizado, como vemos na obra aci-
ma. Essas figuras esguias e alongadas apresentam uma 
tentativa de se afastar do dado mais realístico, comum ao 
Renascimento, tentando recuperar o traço religioso dos 
mosaicos bizantinos.
 
veláSquez – aS MeninaS (1656 – 1657) – óleo Sobre tela.
Velásquez ficou famoso por retratar a corte espanho-
la do século XVII. Dentre esses retratos está a famosa 
pintura As meninas, na qual o artista faz uso da técnica 
do chiaroscuro para dar destaque à figura da infanta 
Margarita no centro do quadro. Essa obra também nos 
mostra as relações entre artistas e as cortes absolutistas 
do século XVII.
II. Nos Países Baixos
 
Peter Paul rubenS – a dePoSição da Cruz 
(1610 – 1611) – óleo Sobre tela
A pintura acima, de Peter Paul Rubens, segue a linhagem 
religiosa, valendo-se da técnica do claro-escuro para ilu-
minar um cristo que, mesmo crucificado, apresenta uma 
postura e corpo em postura heroica.
 
reMbrandt – a lição de anatoMia do doutor 
tulP (1632) – óleo Sobre tela.
Em suas obras, Rembrandt apresentava uma técnica de 
usos de luz bastante sofisticada, que explorava não só os 
claros e os escuros da obra, mas várias sobreposições de 
figuras (na obra acima vemos como cada um dos homens 
se coloca por trás e por cima dos outros para poder acom-
panhar a lição de anatomia) e tonalidades de luz. Vemos 
também que o tema não é religioso, mas de ordem científi-
ca, mostrando, em alguma medida, avanços em pesquisas 
de área médica.
johanneS verMeer – a leiteira (1658) – óleo Sobre tela.
Acima, a pintura de Vermeer nos mostra o interesse dos 
artistas barrocos dos Países Baixos em realizar registros 
também de pessoas que não fossem ligadas à aristocracia. 
Além disso, temos um trabalho aqui mais delicado com a 
luz, que parece prenunciar algumas abordagens que en-
contraremos nas escolas posteriores.
1.2. O Rococó
O Rococó foi um estilo decorativo e leve que surgiu como 
uma evolução e também uma reação ao caráter sombrio e 
pesado visto no Barroco. Surgiu na França na virada do sécu-
lo e floresceu por toda Europa durante boa parte do Século 
XVIII, permanecendo popular até a década de 1770, quan-
do,aos poucos, foi cedendo espaço ao Neoclassicismo.
30
Tratava-se de um estilo que misturava elegância, charme, 
graça e algum erotismo divertido. Há um interesse por uma 
frágil decoração profusamente colorida, e por temas que 
fossem mais triviais e simples do que edificantes. As cores 
sombrias e pesadas do barroco e também suas dourações 
excessivas dão lugar a claros rosas, azuis e verdes, desta-
cando-se também, com frequência, o branco. Há também 
personagens que vivem em um clima de forte hedonismo.
Acredita-se que o nome do estilo seja oriundo de uma brin-
cadeira pejorativa feita por um aluno do famoso pintor Jac-
ques-Louis David, que misturou a palavra francesa “rocaille” 
– que era usada para se referir a um estilo extravagante e 
bobo feito com pedras e muito usado para ornamentação 
em fontes– com a palavra “barocco”, (com um “r” e dois 
“cês”, de origem italiana, e que fazia referência ao estilo 
Barroco que estudamos). A brincadeira ficava por conta de 
os artistas neoclássicos considerarem o Rococó um estilo 
bobo e ornamentado que degradava de maneira cômica o 
Barroco. Com o passar do tempo a palavra perdeu o tom 
de deboche. Vejamos algumas obras:
françoiS bouCher – PaStor toCando flauta Para uMa 
PaStora (C.1747 – 1750) – óleo Sobre tela.
Vemos que a temática da pintura de François Boucher se 
aproxima muito do que veríamos na estética literária árca-
de (que começava a ser colocada em prática no período), 
trazendo para o centro da pintura a figura do pastor em um 
ambiente tranquilo e bucólico.
 
jean-honoré fragonard – o balanço (1767) - óleo Sobre tela.
Na obra acima vemos as características das obras do Rococó, 
como o apego às tonalidades claras, com uso de verde e rosa, 
expressões da natureza (cuja imagem lembra a temática do 
carpe diem e sua ideia de afastamento do espaço urbano).
1.3. Neoclassicismo
O Neoclassicismo foi um estilo dominante na arte ociden-
tal do fim do século XVIII até meados de 1830. Em sua 
forma mais básica, foi um movimento artístico que seguia 
a tendência de reaproximação com o espírito racional das 
grandes civilizações da Grécia e de Roma antigas e rea-
gir ao hedonismo e à frivolidade do Rococó. Após o longo 
período de controle religioso do Barroco, os valores ilumi-
nistas colocam em cena o desejo de retomada de um pen-
samento mais racional. Vejamos algumas obras do período.
jaCqueS louiS david – a Morte de SóCrateS (1787)
Na obra acima, de Jacques Louis David, constatamos uma 
nova retomada de temáticas relacionadas à Antiguidade 
Clássica, algo que marcou o período Neoclássico da pintu-
ra. O autor resgata a história em que Sócrates foi acusado 
de corromper a juventude de Atenas e introduzir falsos 
deuses e, portanto, foi condenado a morrer tomando cicu-
ta (um tipo de veneno). Sócrates usa sua morte como uma 
lição final para seus pupilos, ao invés de fugir quando a 
oportunidade surgiu, e encara a morte calmamente.
1.4. O Barroco e o Rococó no Brasil
Antes de iniciarmos as primeiras discussões sobre arte no 
Brasil, vale ressaltar que o título desse tópico fala apenas de 
Barroco e Rococó justamente pelo fato de não termos uma 
experiência neoclássica declarada, como ocorreu na Europa. 
Aqui no Brasil, as marcas da estética neoclássica surgirão 
como um modelo de influência já dentro do Romantismo, 
que estudaremos na próxima aula. No que diz respeito ao 
Barroco, desenvolveu-se do século XVII ao início do sécu-
lo XIX (quando já havia sido praticamente abandonado na 
Europa). Sua maior expressão ocorreu na arquitetura e na 
escultura, com predominância da temática religiosa. Já a pin-
tura, em geral, foi realizada em afrescos dentro das igrejas, 
seguindo, evidentemente, o tema religioso.
31
No que diz respeito ao Rococó, algumas linhas desse estilo 
foram absorvidas pelos arquitetos de igrejas e escultores 
do período, mas sem que se bloqueassem por completo 
as influências barrocas. Nesse sentido, o Rococó no Brasil 
era trabalhado quase que simultaneamente ao Barroco na 
ornamentação de algumas catedrais e na tonalidade de 
cores de algumas esculturas.
igreja de noSSa Senhora do CarMo (reCife – PernaMbuCo)
igreja de São franCiSCo de aSSiS (ouro Preto – MinaS geraiS)
Em regiões mais desenvolvidas do Brasil, especialmente 
naquelas que enriqueceram por conta das atividades de 
cultivo de açúcar e de trabalhos com mineração (Pernam-
buco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro) vemos igrejas 
mais bem ornamentadas no estilo barroco, com talhes dou-
rados, esculturas refinadas e produções feitas por artistas 
de renome. Além, é claro, da imponência ligada às grandes 
dimensões de verticalidade que as construções possuíam. 
As igrejas de São Francisco de Assis, em Minas Gerais; e 
São Pedro dos Clérigos, em Pernambuco – são exemplos 
de igrejas imponentes, marcadas pela surpreendente ver-
ticalidade. A primeira mencionada, chegou a virar tema de 
um poema de Carlos Drummond de Andrade em que o eu 
lírico confessa o seu espanto diante da grandiosidade da 
parte externa da igreja, além de se mostrar surpreendido 
pelo modelo de pintura da parte interna, que parece trazer 
o céu para perto do espectador.
São Francisco
Não creio em vós para vos amar.
Trouxestes-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo.
Senhor, não mereço isto.
 
Não entrarei, senhor, no
templo, seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins
são matéria de muito amar.
Dai-me, senhor, a só beleza
destes ornatos. E não a alma.
Pressente-se dor de homem
Paralela à das cinco chagas.
Mas entro e, senhor, me perco
na rósea nave triunfal.
Por que tanto baixar o céu?
Por que esta nova cilada?
Senhor, os púlpitos mudos
entretanto me sorriem.
Mais que vossa igreja, esta
sabe a voz de me embalar.
Perdão, senhor, por não amar-vos.
(CarloS druMMond de andrade. Claro enigMa, 1951).
frei jeSuíno do Monte CarMelo – teto da CaPela-
Mor da igreja do CarMo (itu – São Paulo)
32
 
MeStre ataíde – teto da igreja de São franCiSCo 
de aSSiS (ouro Preto – MinaS geraiS)
As imagens acima foram realizadas no teto de importantes 
igrejas barrocas brasileiras. Destaca-se o trabalho de Manuel 
da Costa Ataíde, mais conhecido como Mestre Ataíde, ce-
lebrado artista do Barroco-Rococó mineiro, e que teve uma 
grande influência sobre os pintores da sua região através de 
numerosos alunos e seguidores, os quais, até a metade do 
século XIX, continuaram a fazer uso de seu método de com-
posição, particularmente em trabalhos de perspectiva no teto 
de igrejas.
1.4.1. As esculturas de Antônio 
Francisco Lisboa (o Aleijadinho)
Além de arquiteto e decorador de igrejas, Antônio Francis-
co Lisboa foi um importante escultor do período Barroco 
no Brasil. Embora tenha produzido grandes trabalhos na 
região de Ouro Preto, seu conjunto escultórico de maior 
destaque fica no santuário do Bom Jesus de Matosinhos, 
em Congonhas do Campo, no qual vemos um conjunto de 
estátuas que narra o percurso da paixão de Cristo. A seguir, 
vemos algumas das imagens que compõem o conjunto.
 
CriSto no horto daS oliveiraS
CriSto Carregando a Cruz
Para finalizarmos, vale a pena reiterar que a estética neo-
clássica surgirá no Brasil já no século XIX, como um modelo 
de influência da arte romântica, Será, em alguma medida, 
um modelo artístico que será implantado após a formação 
das primeiras academias de arte no Brasil. 
33
 Leitura de imagens iV: da arte 
romântica ao Pós-imPressionismo
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 3, 4, 18, 19, 25 e 27
AULA
19
1. Romantismo
O Romantismo surge como uma reação ao Neoclassicismo e 
está situado historicamente entre os anos de 1820 e 1850. 
A estética romântica também tem conexão com a Revolução 
Francesa, mas já com uma certa decepção em torno do movi-
mento: isso porque os pensadores iluministas – que tiveram 
importante papel influenciador dos movimentos – tentaram 
em suas teorias buscar uma ordem mais racional que substi-
tuísse ideais religiosos, no entanto a tal racionalidade condu-
ziu a burguesia a um conjunto

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