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Aula 14
Direito Administrativo p/ ICMS/SP - 2017 (Com videoaulas)
Professores: Alfredo Alcure Neto, Herbert Almeida
Direito Administrativo p/ SEFAZ-SP (ICMS-SP) 
Agente Fiscal de Rendas 
Teoria e exercícios comentados 
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AULA 14: Estatuto dos Servidores de São Paulo 
(parte 2) 
Sumário 
DIREITOS E VANTAGENS .................................................................................................................................. 2 
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO .................................................................................................................................. 2 
VANTAGENS ........................................................................................................................................................... 8 
ACUMULAÇÃO ...................................................................................................................................................... 16 
FÉRIAS ................................................................................................................................................................. 18 
LICENÇAS ............................................................................................................................................................. 19 
ESTABILIDADE ....................................................................................................................................................... 27 
DISPONIBILIDADE ................................................................................................................................................... 31 
APOSENTADORIA ................................................................................................................................................... 32 
ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO ................................................................................................................................. 33 
DIREITO DE PETIÇÃO............................................................................................................................................... 34 
QUESTÕES LEI 10.261/1968 (DIREITOS E VANTAGENS) ................................................................................... 34 
REGIME DISCIPLINAR ...................................................................................................................................... 41 
DEVERES .............................................................................................................................................................. 41 
PROIBIÇÕES .......................................................................................................................................................... 42 
RESPONSABILIDADES .............................................................................................................................................. 44 
PENALIDADES DISCIPLINARES .................................................................................................................................... 47 
PRESCRIÇÃO ......................................................................................................................................................... 52 
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES .................................................................................................................................. 53 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA ............................................................................ 54 
SINDICÂNCIA ......................................................................................................................................................... 56 
PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................................................................................... 57 
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS.......................................................................................................................... 69 
QUESTÕES LEI 10.261/1968 (REGIME DISCIPLINAR E PAD) .............................................................................. 69 
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 81 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 89 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 89 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje, vamos continuar estudando o Estatuto dos Servidores 
de São Paulo. 
Sendo assim, estudaremos o seguinte tópico: “Estatuto do Servidor 
Público Estadual (Lei nº 10.261/68) (parte 2). Sindicância e 
processo administrativo disciplinar.”. 
Vamos lá? 
Aos estudos, aproveitem! 
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DIREITOS E VANTAGENS 
Vencimento e remuneração 
Os servidores públicos exercem sua atividade funcional 
profissionalmente e, por isso, recebem uma contraprestação em dinheiro. 
Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da 
Constituição Federal e da doutrina administrativista. Entretanto, o Estatuto 
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo utiliza significados 
bem diferenciados em relação ao que costumamos ver. Portanto, tome 
muito cuidado com os termos doutrinários ou utilizados em outros estatutos 
ou materiais, pois as designações da Lei Estadual 10.261/1968 são bem 
diferenciadas. 
Nessa linha, os artigos 108 e 109 apresentam as definições de 
vencimento e de remuneração, que são as formas de retribuição pecuniária 
que podem ser pagas aos servidores públicos pelo desempenho de suas 
atribuições. 
O vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo 
exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão fixado em 
lei, mais as vantagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais (art. 
108). Portanto, o vencimento é formado pelo valor padrão, somado das 
vantagens a ele incorporadas. 
Por outro lado, a remuneração é a retribuição paga ao funcionário 
pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 2/3 (dois terços) do 
respectivo padrão, mais as quotas ou porcentagens que, por lei, lhe 
tenham sido atribuídas e as vantagens pecuniárias a ela incorporadas 
(art. 109). 
 
Vencimento
Padrão
Vantagens
Remuneração
2/3 padrão
Quotas ou porcentagens
Vantagens
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Acrescenta-se ainda que se denomina de provento a retribuição 
pecuniária que recebe o servidor público aposentado. Portanto, fala-se em 
remuneração e vencimento para o servidor ativo e em provento para o 
servidor aposentado. 
Ademais, em que pese o Estatuto mencione apenas o vencimento e a 
remuneração, devemos observar que a Constituição Federal apresenta uma 
outra forma de retribuição pecuniária denominada de subsídio, que é a 
retribuição pecuniária fixada em parcela única, ou seja, sem o acréscimo de 
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou 
outra espécie remuneratória. Assim, enquanto a remuneração e o 
vencimento admitem uma série de gratificações “penduradas” à parcela 
padrão, o subsídio é fixado em uma única parcela, sem incidência desses 
adicionais. 
Dessa forma, dada a característica de norma geral (no âmbito 
estadual) daLei 10.261/1968, é possível que as leis específicas sobre cada 
carreira fixem a retribuição pecuniária em parcela única, por meio de 
subsídio, ainda que a Lei 10.261/1968 aborde apenas o vencimento e a 
remuneração. Feita essa ressalva, voltaremos ao texto do Estatuto. 
Como vimos, a remuneração e o vencimento são as formas de 
retribuição pecuniária, ou seja, de pagamento do servidor pelo efetivo 
exercício do cargo. Contudo, se o servidor faltar, chegar atrasado ou sair 
mais cedo poderá perder a retribuição ou sofrer descontos. Assim, em 
regra, o funcionário perderá o vencimento ou remuneração do dia quando 
não comparecer ao serviço, salvo as situações em que a falta seja 
abonada (art. 110, I). 
Da mesma forma, o servidor perderá um terço do vencimento ou 
remuneração diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte 
à marcada para o início do expediente (chegar atrasado) ou quando dele 
retirar-se dentro da última hora (sair mais cedo) – art. 110, II. 
Porém, o Estatuto permite que as faltas ao serviço, até o máximo de 
seis por ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia ou 
outro motivo relevante, poderão ser abonadas pelo superior imediato, a 
requerimento do funcionário, no primeiro dia útil subsequente ao da falta 
(art. 110, §1º). Assim, é possível que seja abonada até uma falta por mês, 
limitadas a seis por ano, desde que seja decorrente de moléstia ou outro 
motivo relevante, a requerimento do funcionário. 
No caso de faltas sucessivas, justificadas ou injustificadas, os dias 
intercalados – domingos, feriados e aqueles em que não haja expediente – 
serão computados exclusivamente para efeito de desconto do vencimento 
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ou remuneração (art. 110, §2º). Dessa forma, quando um servidor faltar, 
por exemplo, da quinta-feira de uma semana até a terça-feira da semana 
seguinte, o sábado e o domingo (dias não úteis) também serão contados 
no desconto do vencimento ou remuneração. 
Prosseguindo, os artigos 111 a 116 do Estatuto dos Funcionários 
Públicos Civis do Estado de São Paulo estabelecem regra a proteção do 
vencimento e da remuneração e sobre as formas de incidência de 
descontos. 
Inicialmente, o art. 111 dispõe que as reposições devidas pelo 
funcionário e as indenizações por prejuízos que ele causar à Fazenda Pública 
Estadual, serão descontadas em parcelas mensais não excedentes da 
décima parte do vencimento ou remuneração ressalvados os casos 
especiais previstos neste Estatuto. 
Podemos aproveitar este momento para discutirmos a possibilidade de 
restituição (repetição) de valores indevidamente recebidos pelo servidor 
público ativo ou aposentado. 
Existem três situações distintas: (a) recebimento em decorrência de 
decisão administrativa posteriormente revogada; (b) recebimento por força 
de decisão judicial precária posteriormente revogada; (c) recebimento em 
decorrência de decisão judicial transitada em julgado posteriormente 
desconstituída por meio de ação rescisória. 
Na primeira situação, isto é, quando o servidor recebe determinado 
valor em decorrência de decisão administrativa posteriormente 
revogada, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que é 
incabível a devolução em decorrência de errônea ou inadequada 
interpretação da lei por parte da Administração Pública. Tal entendimento 
fundamenta-se no caráter alimentício que possui a remuneração ou 
provento e também no princípio da legítima confiança ou da segurança 
jurídica e, por isso, pressupõe-se a boa-fé do servidor que recebeu os 
valores dos cofres públicos1. 
Com efeito, a Advocacia Geral da União apresentou orientação no 
mesmo sentido, conforme Súmula Administrativa 34, nos seguintes termos: 
“Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor 
 
1 RESp 1.244.182/PB, de 10/10/2012; o Tribunal de Contas da União possui entendimento semelhante, porém 
com exigência de erro escusável na interpretação de lei, conforme Súmula TCU 249ぎ さÉ dispensada a reposição 
de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude 
de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente 
investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do 
caráter alimentar das parcelas salariaisざく 
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público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por 
parte da Administração Pública”. 
Na segunda situação, ou seja, no caso de recebimento por força de 
decisão judicial posteriormente revogada, é devida a restituição dos 
valores por parte do servidor. Nesse caso, entende o STJ que não é 
possível alegar a boa-fé, uma vez que o servidor é sabedor da fragilidade e 
provisoriedade da decisão2. 
Por fim, na hipótese de recebimento em decorrência de decisão 
judicial transitada em julgado, mas que posteriormente foi 
desconstituída por ação rescisória, a devolução também é incabível. 
Assim, a jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de que 
“em virtude da natureza alimentar, não é devida a restituição dos valores 
que, por força de decisão transitada em julgado, foram recebidos de boa-
fé, ainda que posteriormente tal decisão tenha sido desconstituída em ação 
rescisória”3. 
Assim, podemos apresentar o seguinte resumo sobre os casos em que 
deve ou não ocorrer a devolução de valores recebidos indevidamente: 
 
SITUAÇÃO 
NECESSIDADE DE 
DEVOLUÇÃO 
Recebimento em decorrência de decisão administrativa 
posteriormente revogada 
Não 
Recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente 
revogada 
Sim 
Recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em 
julgado posteriormente desconstituída por meio de ação rescisória 
Não 
Na sequência do Estatuto, o art. 112 dispõe que só será admitida 
procuração para efeito de recebimento de quaisquer importâncias dos 
cofres estaduais, decorrentes do exercício do cargo, quando o funcionário 
se encontrar fora da sede ou comprovadamente impossibilitado de 
locomover-se. Explicando melhor, quando o funcionário estiver fora da sede 
ou impossibilitado de locomover-se, poderá designar alguém mediante 
procuração para receber valores que lhe são devidos dos cofres estaduais 
em decorrência do exercício do cargo. Obviamente que tal disposição, nos 
tempos atuais, praticamente não possui aplicação prática, pois 
 
2 EAREsp 58.820/AL, de 8/10/2014. 
33 AgRg no AREsp 2.447/RJ, de 17/4/2012; no mesmo sentido: AgR no AREsp 463.279/RJ, de 8/9/2014. 
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hodiernamente quase todos os pagamentos são efetuados por depósito 
bancário. Porém, se está na lei, pode cair na prova!  
Além disso, o vencimento, a remuneração e ou qualquer vantagem 
pecuniária atribuídos ao funcionário não serão objeto de arresto, 
sequestro ou penhora, exceto (art. 113): 
a) quando se tratar de prestação de alimentos, na forma da lei civil; e 
b) nos casos previstos no Capítulo II do Título VI do Estatuto – ou seja, 
nas situações em que o servidor for responsabilizado por causar, por 
dolo ou culpa, prejuízo à Fazenda Estadual. 
Em termos bem simples, o arresto, sequestro ou penhora são 
instrumentos que se destinam aexecução de dívidas ou a garantia da 
preservação do bem para fins de cobrança. Assim, se determinada pessoa 
tentar obter a execução de uma dívida com um servidor público, não será 
possível, por exemplo, penhorar a sua remuneração, ressalvadas as 
exceções que vimos acima. 
Ainda como forma de proteção ao vencimento e à remuneração, 
proíbe-se, fora dos casos expressamente previstos no Estatuto, ceder ou 
gravar vencimento, remuneração ou qualquer vantagem decorrente do 
exercício de cargo público (art. 114). 
Por fim, com exceção dos casos obrigatórios e os autorizados por lei, o 
vencimento ou remuneração do funcionário não poderá sofrer outros 
descontos (art. 115). Todavia, é possível efetuar consignações em folha, 
para efeito de desconto de vencimentos ou remuneração, conforme 
disciplinado regulamento (art. 116). São exemplos de consignações em 
folha os descontos para pagamento de contribuições sindicais ou de 
empréstimos bancários (o famoso crédito/empréstimo consignado). 
Do horário e do ponto 
O Estatuto também dispõe sobre o controle do horário de trabalho e 
do ponto (sistema utilizado para registrar o horário de entrada e saída do 
servidor). 
Nessa linha, o horário de trabalho nas repartições será fixado pelo 
Governo de acordo com a natureza e as necessidades do serviço (art. 117). 
Entretanto, esse horário não é totalmente rígido, uma vez que é 
possível que o chefe da repartição ou serviço antecipe ou prorrogue o 
período de trabalho nos casos de comprovada necessidade (art. 118). 
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Ocorrendo a antecipação ou prorrogação, será remunerado o trabalho 
extraordinário, na forma prevista no Estatuto. 
Ademais, a regra é que as repartições públicas e o expediente ocorram 
normalmente. Assim, somente por determinação do Governador poderão 
deixar de funcionar as repartições públicas ou ser suspenso o expediente 
(art. 119). 
Conforme vimos acima, o ponto é o registro pelo qual se verificará, 
diariamente, a entrada e saída do funcionário em serviço (art. 120). Tal 
registro deverá ocorrer, preferencialmente, por meios mecânicos. 
Exemplo de ponto eletrônico 
para registro do horário de 
entrada e saída do servidor em 
serviço.4 
 
É vedado dispensar o funcionário do registro do ponto, salvo os casos 
expressamente previstos em lei (art. 120, §2º). No caso de infringência 
dessa vedação, a autoridade que expediu a ordem será responsabilizada 
por isso, sem prejuízo da ação disciplinar cabível. 
Todavia, o registro do ponto não é uma regra absoluta, pois é possível 
dispensar o servidor do registro nos casos expressamente previstos em lei. 
Assim, o que não pode ocorrer é a dispensa de registro por simples ato 
administrativo, em situações sem previsão legal. Dessa forma, a frequência 
será apurada pelos seguintes modos (art. 123): 
a) pelo ponto; 
b) pela forma determinada, quanto aos funcionários não sujeitos a ponto. 
Seria possível, por exemplo, que uma lei dispensasse “de bater o 
ponto” os servidores que estão em uma auditoria no interior do Estado. 
Numa situação dessa, não seria plausível exigir que o servidor fosse até a 
sede, diariamente, fazer o registro do ponto para depois seguir para a 
auditoria. Assim, existindo previsão legal, é possível estabelecer outra 
forma de registrar o horário de trabalho desses servidores. 
 
4 Imagem retirada do seguinte endereço na internet: http://blogs.atribuna.com.br/ 
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Para o funcionário estudante, poderão ser estabelecidas normas 
especiais quanto à frequência ao serviço, na forma prevista em regulamento 
(art. 121). 
Por fim, o funcionário que comprovar sua contribuição para banco de 
sangue mantido por órgão estatal ou paraestatal, ou entidade com a qual o 
Estado mantenha convênio, fica dispensado de comparecer ao serviço no 
dia da doação (art. 122). 
Vantagens 
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes 
vantagens pecuniárias (art. 124): 
a) adicionais por tempo de serviço; 
b) gratificações; 
c) diárias; 
d) ajudas de custo; 
e) salário-família e salário-esposa; 
f) quota-parte de multas e porcentagens fixadas em lei; 
g) honorários, quando fora do período normal ou extraordinário de 
trabalho a que estiver sujeito, for designado para realizar investigações 
ou pesquisas científicas, bem como para exercer as funções de auxiliar 
ou membro de bancas e comissões de concurso ou prova, ou de 
professor de cursos de seleção e aperfeiçoamento ou especialização de 
servidores, legalmente instituídos, observadas as proibições atinentes 
a regimes especiais de trabalho fixados em lei; 
h) honorários pela prestação de serviço peculiar à profissão que exercer 
e, em função dela, à Justiça, desde que não a execute dentro do 
período normal ou extraordinário de trabalho a que estiver sujeito e 
sejam respeitadas as restrições estabelecidas em lei pela subordinação 
a regimes especiais de trabalho; e 
i) outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em leis especiais 
ou no Estatuto. 
Ademais, ressalvados os casos expressos, será vedado ao funcionário 
o recebimento, a qualquer título, seja qual for o motivo ou forma de 
pagamento, de nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos do serviço 
público, das entidades autárquicas ou paraestatais ou outras organizações 
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públicas, em razão de seu cargo ou função nos quais tenha sido mandado 
servir (art. 124, §1º). O não cumprimento disso, importará na demissão do 
funcionário, por procedimento irregular, e na imediata reposição, pela 
autoridade ordenadora do pagamento, da importância indevidamente paga. 
Além disso, todas as vantagens citadas nesse Estatuto somente serão 
pagas se houver crédito próprio, orçamentário ou adicional. 
Com efeito, o art. 125 menciona que as porcentagens ou quotas-
partes, atribuídas em virtude de multas ou serviços de fiscalização e 
inspeção, só serão creditadas ao funcionário após a entrada da importância 
respectiva, a título definitivo, para os cofres públicos. 
Por fim, na hipótese de o servidor deixar de perceber o vencimento ou 
a remuneração, não serão concedidas quaisquer vantagens pecuniárias a 
ele. Essa situação somente não se aplica ao salário-família nos casos 
disciplinares e penais, nem aos de licença por motivo de doença em pessoa 
da família. 
Adicionais por tempo de serviço 
Dispõe o art. 127 do Estatuto que o funcionário, após cada período de 
cinco anos, contínuos, ou não, terá direito à percepção de adicional por 
tempo de serviço – concedido pela autoridade competente, na forma que 
for estabelecida em regulamento –, calculado à razão de 5% (cinco por 
cento) sobre o vencimento ou remuneração, a que se incorpora para todos 
os efeitos. 
Deste modo, a apuração do quinquênio será feita em dias e o total 
convertido em anos – 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias (art. 128). 
Além disso, ao funcionário que completar 25 anos de efetivo exercício, 
será concedido mais a sexta-parte do vencimento ou remuneração. Da 
mesma forma que o adicional propriamente dito, a sexta-parte é 
incorporada para todos os efeitos (art. 130). 
Com efeito, caso o funcionário acumule cargos ou funções, ele 
continuará tendo direito aos adicionais, porém, nesse caso, os receberá 
isoladamente, para cada cargo ou função (art. 131). 
Por outrolado, ao ocupante de cargo em comissão ou ao funcionário 
em exercício de cargo em substituição, será concedido adicional, calculado 
sobre o vencimento que perceber no exercício desse cargo, enquanto nele 
permanecer (arts. 132 e 133). 
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Finalmente, o art. 134 enfatiza que para efeito desses adicionais, será 
computado o tempo de serviço prestado ao Estado e as suas autarquias, 
levando-se em conta os afastamentos considerados de efetivo exercício5. 
Gratificações 
Outra vantagem concedida aos servidores do Estado de São Paulo, são 
as gratificações, presentes no art. 135 da Lei 10.261/1968. 
Portanto, poderá ser concedida gratificação ao funcionário: 
a) pela prestação de serviço extraordinário; 
b) pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou científico ou de 
utilidade para o serviço público; 
c) a título de representação, quando em função de gabinete, missão ou 
estudo fora do Estado ou designação para função de confiança do 
Governador; 
d) quando designado para fazer parte de órgão legal de deliberação 
coletiva; e 
e) outras que forem previstas em lei. 
A Lei não abrangeu muito cada uma das gratificações, mas vejamos as 
poucas disposições vistas no Estatuto. 
Gratificação pela prestação de serviço extraordinário 
A gratificação pela prestação de serviço extraordinário é a famosa 
hora-extra. Assim, trata-se de um acréscimo pecuniário recebido pelo 
servidor que exercer suas atribuições além da carga-horária normal para o 
seu cargo, seja esse trabalho prorrogado ou antecipado. 
Nessa linha, a gratificação pela prestação de serviço extraordinário 
será paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado, na mesma razão 
percebida pelo funcionário em cada hora de período normal de trabalho a 
que estiver sujeito, não podendo exceder a duas horas diárias de trabalho 
(art. 136). 
Prosseguindo, é proibida a concessão de gratificação por serviço 
extraordinário com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos 
(art. 137). Por exemplo, imagine que um servidor tenha que desempenhar 
um trabalho muito complicado, em seu horário normal de expediente, sendo 
 
5 Verificar arts. 76 e 78. 
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que não existe previsão de pagamento de algum tipo de vantagem ou 
gratificação para isso. Nessa situação, o seu chefe não pode lhe pagar, 
indevidamente, hora-extra para “compensar” o desempenho dessa 
atividade complicada. 
Com efeito, o funcionário que perceber gratificação por serviço 
extraordinário não prestado, deverá restituir o valor de uma só vez, ficando 
ainda sujeito à punição disciplinar. Ademais, a autoridade que conceder 
gratificação por serviço extraordinário, com o objetivo de remunerar outros 
serviços ou encargos, também será responsabilizada. 
Outrossim, será punido com pena de suspensão e, na reincidência, com 
a de demissão, a bem do serviço público, o funcionário (art. 138): 
a) que atestar falsamente a prestação de serviço extraordinário; e 
b) que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço 
extraordinário. 
Por fim, não deverá receber a gratificação por serviço extraordinário, 
o funcionário que exercer cargo de direção (art. 139), excetuados os 
períodos em que seu subordinado venha a perceber, em consequência do 
acréscimo da gratificação por serviço extraordinário, quantia que iguale ou 
ultrapasse o valor do padrão do cargo de direção (art. 139, §1º). Nessa 
situação, o servidor que exercer cargo de direção terá direito de perceber a 
gratificação por serviço extraordinário correspondente à quantia a esse 
título percebida pelo subordinado de padrão mais elevado (art. 139, §2º). 
Em termos mais simples, para evitar que o ocupante de cargo de direção 
receba menos que seu subordinado, ele perceberá os mesmos valores da 
gratificação de serviço extraordinário do seu subordinado de padrão mais 
elevado. 
***** 
Dando continuidade ao texto da Lei, referente às gratificações, o art. 
140 dispõe que a gratificação pela elaboração ou execução de 
trabalho técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço, será 
arbitrada pelo Governador, após sua conclusão. 
Não obstante, a gratificação a título de representação, quando o 
funcionário for designado para serviço ou estudo fora do Estado, será 
arbitrada pelo Governador, ou por autoridade que a lei determinar, podendo 
ser percebida cumulativamente com a diária (art. 141). 
Já o art. 142 fixa que a gratificação relativa ao exercício em órgão 
legal de deliberação coletiva, será fixada pelo Governador; e o art. 143 
determina a fixação em regulamento para a gratificação de representação 
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de gabinete, que, além disso, não poderá ser percebida cumulativamente 
com a gratificação pela prestação de serviço extraordinário. 
Diárias 
Dispõe o art. 144 da Lei 10.261/1968 que o servidor que, a serviço, 
missão ou estudo, relacionados ao cargo, afastar-se da sede em caráter 
eventual ou transitório, fará jus a transporte e diárias destinadas a 
indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada e 
alimentação. Com efeito, entende-se por sede o município onde o servidor 
tem exercício (art. 144, §3º). 
Por exemplo, se um servidor de algum órgão de fiscalização afastar-se 
de sua sede para realizar uma auditoria em um município do interior, ele 
deverá receber o transporte e as diárias para indenizar eventuais despesas 
que vier a ter com pousada e alimentação no local da fiscalização. 
Deve-se notar que o afastamento da sede deve possuir caráter 
temporário. Caso esse deslocamento constitua uma exigência permanente 
do cargo, ou mesmo, ocorra que durante o período de trânsito o funcionário 
seja removido, ele não fará jus a diárias (art. 144, §§1º e 2º). 
 
A diária destina-se a custear as despesas 
extraordinárias para deslocamentos da sede 
em caráter temporário. 
Também não faz jus a diárias o servidor que se deslocar para estudo 
ou missão no exterior (art. 144, §4º). 
Ademais, serão fixadas por meio de decreto: (a) os valores das diárias 
(art. 145); (b) as diárias relativas aos deslocamentos de funcionários para 
outros Estados e Distrito Federal (art. 144, §5º); (c) a tabela de diárias e 
as autoridades que as concederem (art. 146). 
Se o servidor receber diárias, indevidamente, ficará obrigado a restituí-
las integralmente, ficando ainda sujeito à punição disciplinar (art. 147). 
Fechando o assunto, assim como vimos na gratificação por serviço 
extraordinário, é vedado conceder diárias com o objetivo de remunerar 
outros encargos ou serviços. Na ocorrência disso, será responsabilizada a 
autoridade que fez a concessão das diárias (art. 148). 
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Ajuda de custo 
Segundo o art. 149 da Lei 10.261/1968, a ajuda de custo destina-se 
a compensar as despesas de instalação do servidor6 que, no interesse do 
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio 
em caráter permanente. 
Imagine, por exemplo, que um servidor que exercia suas funções em 
uma unidade da Receita Estadual situada em São Paulo-SP seja removido, 
no interesse do serviço, para outra unidadeda Receita Estadual, porém 
situada em Campinas-SP. Nesse caso, ele fará jus à ajuda de custo para 
compensar as despesas de instalação decorrentes da mudança de sede em 
caráter permanente. 
Todavia, cabe frisar que a Lei deixa a concessão a juízo da 
Administração, ou seja, poderá ou não ser concedido o pagamento de ajuda 
de custo. 
Nessa linha, a ajuda de custo, desde que em território do País, será 
arbitrada pelos Secretários de Estado, não podendo exceder importância 
correspondente a três vezes o valor do padrão do cargo. O regulamento 
fixará o critério para o arbitramento, tendo em vista o número de pessoas 
que acompanham o funcionário, as condições de vida na nova sede, a 
distância a ser percorrida, o tempo de viagem e os recursos orçamentários 
disponíveis (art. 150). 
Com efeito, a Administração também se responsabiliza pelas 
despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo 
passagem e bagagem (art. 149, §2º). 
Além disso, o art. 151 dispõe expressamente que não será concedida 
ajuda de custo ao funcionário que se afastar da sede ou a ela voltar, em 
virtude de mandato eletivo, bem como ao que for afastado junto a outras 
Administrações. 
Assim sendo, o funcionário que recebeu ajuda de custo, se for obrigado 
a mudar de sede dentro do período de dois anos poderá receber, apenas, 
2/3 (dois terços) do benefício que lhe caberia. 
Outrossim, quando o funcionário for incumbido de serviço que o 
obrigue a permanecer fora da sede por mais de 30 dias, ele poderá receber 
ajuda de custo sem prejuízos das diárias que lhe couberem (art. 152). 
 
6 Inclusive aquele designado para serviço ou estudo no estrangeiro (art. 154). Entretanto, nessa situação, a ajuda 
de custo deverá ser arbitrada pelo Governador do Estado. 
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Nesse caso, a ajuda de custo não poderá exceder a quantia relativa a uma 
vez o valor do padrão do cargo. 
Prosseguindo, o art. 153 indica as situações em que o funcionário 
deverá restituir a ajuda de custo: 
a) quando o funcionário não seguir para a nova sede dentro dos prazos 
fixados, salvo motivo independente de sua vontade, devidamente 
comprovado sem prejuízo da pena disciplinar cabível; 
b) quando o funcionário que, antes de concluir o serviço que lhe foi 
cometido, regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar o 
cargo. 
A restituição, de responsabilidade exclusiva do funcionário, poderá ser 
feita parceladamente, a juízo da autoridade que houver concedido a ajuda 
de custo, salvo no caso de recebimento indevido, em que a importância por 
devolver será descontada integralmente do vencimento ou remuneração, 
sem prejuízo da pena disciplinar cabível. 
Isso não se enquadra, no entanto, no caso de regresso do funcionário, 
determinado pela autoridade competente ou por motivo de força maior 
devidamente comprovado. Nessa hipótese, ele não ficará obrigado a 
restituir a ajuda de custo. 
Salário-Família e Salário-Esposa 
Dispõe o art. 155 do Estatuto que será concedido salário família ao 
funcionário ativo e inativo: 
a) por filho menor de 18 anos ; 
b) por filho inválido7, de qualquer idade. 
Para fins de definição, a Lei 10.261/1968 considera como 
dependentes, aqueles que vivam total ou parcialmente às expensas do 
funcionário, os filhos de qualquer condição, os enteados e os adotivos, 
equiparando-se a estes os tutelados sem meios próprios de subsistência; e 
como pai e mãe, o padrasto e a madrasta e, na falta destes, os 
representantes legais dos incapazes. 
Com efeito, quando a mãe e o pai forem servidores públicos ativos ou 
inativos e: 
 
7 Considera-se a invalidez como a incapacidade total e permanente para o trabalho (art. 156). 
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a) viverem em comum: o salário família será concedido a um deles; 
b) não viverem em comum: será concedido ao que tiver dependentes 
sob a sua guarda; 
c) não viverem em comum e ambos tiverem dependentes sob sua 
guarda: será concedido a um e outro dos pais, de acordo com a distribuição 
dos dependentes. 
De mais a mais, fica assegurada, nas mesmas bases e condições, ao 
cônjuge supérstite ou ao responsável legal pelos filhos do casal, a percepção 
do salário-família a que tinha direito o funcionário ou inativo falecidos (art. 
158-A). 
Dando seguimento, na ocorrência de o funcionário não fazer jus, no 
mês, a nenhuma parcela a título de vencimento, remuneração ou provento, 
não será devido o salário família (art. 160). Em contrapartida, isso não se 
aplicará aos casos disciplinares e penais, nem aos de licença por motivo de 
doença em pessoa da família. 
Para finalizar, é preciso pontuar que é vedada a percepção de salário-
família por dependente em relação ao qual já esteja sendo pago este 
benefício por outra entidade pública federal, estadual ou municipal, ficando 
o infrator sujeito às penalidades da lei (art. 161). 
Outro ponto importante a ser destacado é que a concessão e a 
supressão do salário-família serão processadas na forma estabelecida em 
lei. 
Por outro lado, o salário esposa será concedido ao funcionário que não 
perceba vencimento ou remuneração de importância superior a duas vezes 
o valor do menor vencimento pago pelo Estado, desde que a mulher não 
exerça atividade remunerada (art. 162). 
Com efeito, esse último benefício será objeto de regulamento. 
Outras concessões pecuniárias 
Essa sessão do Estatuto tem a finalidade de dar diretrizes para os 
demais benefícios concedidos ao funcionário público no Estado de São 
Paulo. 
Desse modo, o art. 163 destaca a função do Estado de assegurar ao 
funcionário o direito de pleno ressarcimento de danos ou prejuízos, 
decorrentes de acidentes no trabalho, do exercício em determinadas zonas 
ou locais e da execução de trabalho especial, com risco de vida ou saúde. 
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Outra concessão permitida é a de transporte – quando possuir vínculo 
com a causa que gerou o benefício – ao funcionário licenciado, para 
tratamento de saúde, inclusive para pessoa de sua família (art. 164). 
Nesse sentido, também poderá ser concedido transporte à família do 
funcionário, quando este falecer fora da sede de exercício, ou do Estado, no 
desempenho de serviço (art. 165). Além disso, serão atendidos os pedidos 
de transporte formulados dentro do prazo de um ano, a partir da data em 
que houver falecido o funcionário. 
Dando continuidade, vemos no art. 168 que será concedido auxílio-
funeral, a título de benefício assistencial, de valor correspondente a um mês 
da respectiva remuneração, ao cônjuge, ao companheiro ou companheira 
ou, na falta destes, à pessoa que provar ter feito despesas em virtude do 
falecimento de funcionário ativo ou inativo. 
O pagamento do auxílio-funeral será efetuado pelo órgão competente, 
mediante apresentação de atestado de óbito pelas pessoas mencionadas 
acima, ou procurador legalmente habilitado, feita a prova de identidade. 
Entretanto, caso as despesas tenham sido custeadas por terceiros, em 
virtude da contratação de planos funerários, somente será efetivado o 
pagamento mediante apresentação de alvará judicial. 
Além disso, no caso de integrante da carreira de Agente de Segurança 
Penitenciária ou da classe de Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária, 
se ficar comprovado, por meiode competente apuração, que o óbito 
decorreu de lesões recebidas no exercício de suas funções, o benefício será 
acrescido do valor correspondente a mais um mês da respectiva 
remuneração, cujo pagamento será efetivado mediante apresentação de 
alvará judicial. 
Finalmente, o Governo do Estado poderá conceder prêmios em 
dinheiro, dentro das dotações orçamentárias próprias, aos funcionários 
autores dos melhores trabalhos, classificados em concursos de monografias 
de interesse para o serviço público (art. 169). 
Acumulação 
A acumulação já foi mencionada em várias partes de nosso curso. 
Contudo, vamos esmiuçar o assunto. 
De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação 
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de 
horários, a acumulação: 
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a) de dois cargos de professor; 
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas. 
Em contrapartida, o Estatuto, além de mencionar os casos retratados 
acima, ainda acrescenta outra situação. Assim, também será permitida a 
acumulação para o caso de um juiz e um cargo de professor (art. 171). 
Ademais, a proibição de acumular se estende a cargos, empregos e 
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades 
de economia mista (art. 171, §2º). 
Com efeito, a acumulação, ainda que lícita, deve possuir 
compatibilidade de horários e correlação de matérias (art. 171, §1º). 
Frisamos, no entanto, que a proibição de acumular proventos não se 
aplica aos aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo, cargo em 
comissão ou ao contrato para prestação de serviços técnicos ou 
especializados. 
Ademais, o funcionário ocupante de cargo efetivo, ou em 
disponibilidade, poderá ser nomeado para cargo em comissão, perdendo, 
durante o exercício desse cargo, o vencimento ou remuneração do cargo 
efetivo ou o provento, salvo se optar pelo mesmo (art. 172). 
Vale destacar que não se compreende na proibição de acumular, desde 
que tenha correspondência com a função principal, a percepção das 
vantagens enumeradas no início desse título8 (art. 173). 
Verificado, mediante processo administrativo, que o funcionário está 
acumulando ilegalmente, será ele demitido de todos os cargos e funções e 
obrigado a restituir o que indevidamente houver recebido (art. 174). 
A partir disso, devemos analisar duas situações distintas: 
a) se for provada a boa-fé do funcionário, deverá ele ser mantido no cargo 
ou função que exercer há mais tempo; 
b) em caso contrário, o funcionário demitido ficará ainda inabilitado pelo 
prazo de cinco anos, para o exercício de função ou cargo público, 
inclusive em entidades que exerçam função delegada do poder público 
ou são por este mantidas ou administradas. 
 
8 Ver relação de vantagens relacionadas na página 8. 
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De mais a mais, competirá às autoridades civis e aos chefes de serviço, 
bem como aos diretores ou responsáveis pelas entidades que exerçam 
função delegada do poder público ou são por este mantidas ou 
administradas, e aos fiscais ou representantes dos poderes públicos junto 
às mesmas, que tiverem conhecimento de que qualquer dos seus 
subordinados ou qualquer empregado da empresa sujeita à fiscalização está 
no exercício de acumulação proibida, fazer a devida comunicação ao órgão 
competente, para o devido processo disciplinar (art. 175). 
Enfim, cumpre indicar que qualquer cidadão poderá denunciar a 
existência de acumulação ilegal. 
Férias 
Acho que este é um assunto de interesse de todos!  
O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF, 
representando o período anual de descanso do servidor. Na Lei 
10.261/1968, esse direito encontra-se previsto nos arts. 176 a 180. 
As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser acumuladas 
somente no caso de absoluta necessidade do serviço, por até o 
máximo de dois períodos consecutivos. Nesse período, o servidor ficará 
afastado do exercício de suas atribuições, mas receberá sua remuneração 
– bem como terá direito a todas as vantagens, como se estivesse em 
exercício – somada do adicional de férias, contando o seu prazo como de 
efetivo exercício do cargo para todos os efeitos. 
O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois de doze meses 
de exercício (art. 178), sendo considerado para esse fim, o tempo de 
serviço prestado em outro cargo público, desde que entre a cessação do 
anterior e o início do subsequente exercício não haja interrupção superior a 
10 dias. 
O §1º do art. 176 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao 
serviço. Dessa forma, se o servidor faltar ao serviço injustificadamente, 
deverá ser descontada à sua remuneração correspondente aos dias de 
ausência, não se podendo descontar esses dias do período de férias. 
Nesse âmbito, o período de férias será reduzido para 20 dias, se o 
servidor, no exercício anterior, tiver, considerados em conjunto, mais de 10 
não comparecimentos correspondentes a faltas abonadas, justificadas e 
injustificadas ou às licenças por motivo de doença em pessoa de sua família, 
para tratar de interesses particulares, e para acompanhamento de cônjuge. 
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Ademais, o Estatuto permite que as férias sejam parceladas em até 
duas etapas iguais. Nesse caso, o requerimento deverá partir do servidor, 
mas a concessão do parcelamento ocorre no interesse da administração 
pública, ou seja, a administração decidirá de forma discricionária (art. 177). 
Com efeito, compete ao chefe da repartição ou do serviço, organizar, 
no mês de dezembro, a escala de férias para o ano seguinte, que poderá 
alterar de acordo com a conveniência do serviço (art. 179). 
Por fim, com base no art. 180 o funcionário transferido9 ou removido, 
quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes de 
terminá-las. 
Licenças 
De acordo com o art. 181 da Lei 10.261/1968, conceder-se-á ao 
servidor licença: 
a) para tratamento de saúde; 
b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou acometido por 
doença profissional; 
c) à funcionária gestante; 
d) por motivo de doença em pessoa da família; 
e) para o serviço militar; 
f) para tratar de interesses particulares; 
g) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
h) compulsoriamente, como medida profilática; 
i) prêmio, por assiduidade. 
Em contraponto, ao funcionário ocupante exclusivamente de cargo em 
comissão serão concedidas as licenças (a) por motivo de doença em pessoa 
da família, (b) para tratar de interesses particulares e (c) por motivo de 
afastamento do cônjuge ou companheiro. Já as licenças (i) para tratamento 
de saúde, (ii) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou 
acometido por doença profissional, e (iii) à funcionária gestante, serão 
concedidas pelo regime geral de previdência social. 
 
9 Conforme mencionado na primeira parte de nossa aula, a transferência é forma de provimento considerada 
inconstitucional. Todavia, é possível que a banca trabalhe uma questão com o texto literal, mencionando a 
transferência. 
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Dentre as licenças citadas, aquelas que dependerem de inspeção 
médica serão concedidas pelo prazo indicado pelos órgãos oficiais 
competentes (art. 182). A recusa em submeter-se à inspeção médica, 
quando julgada necessária, será punida com pena de suspensão do 
funcionário, que perdurará até o dia em que a inspeção se realizar (art. 
190). 
Outrossim, ao terminar da licença, o funcionário deverá reassumir, 
imediatamente, o exercício do cargo (art. 183). Entretanto, isso não se 
aplica às licenças para o serviço militar e por motivo de afastamento do 
cônjuge ou companheiro, quando em prorrogação. 
Além disso, o não retorno ao exercício ao final da licença, importará 
em perda total do vencimento ou remuneração correspondente ao período 
de ausência e, se esta exceder a 30 dias, ficará o funcionário sujeito à pena 
de demissão por abandono de cargo. 
Continuando, o art. 184 menciona que o funcionário licenciado para 
tratamento de saúde, quando acidentado no exercício de suas atribuições 
ou acometido por doença profissional, quando gestante, e por motivo de 
doença em pessoa da família, é obrigado a reassumir o exercício, se for 
considerado apto em inspeção médica realizada ex officio ou se não subsistir 
a doença na pessoa de sua família. Da mesma forma, caso a inspeção 
médica comprove que os motivos que determinaram a licença foram 
cessados, o funcionário poderá desistir da licença. 
Das licenças citadas acima, excetuando-se a licença concedida à 
funcionária gestante, as demais não serão concedidas em prorrogação, 
cabendo ao funcionário ou à autoridade competente ingressar, quando for 
o caso, com um novo pedido (art. 185). 
Antes de entrarmos nas especificações de cada licença, devemos 
destacar que o funcionário que obtiver licença para tratamento de saúde ou 
quando acidentado no exercício de suas atribuições ou acometido por 
doença profissional, não poderá dedicar-se a qualquer atividade 
remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser demitido por 
abandono do cargo, caso não reassuma o seu exercício dentro do prazo de 
30 dias (art. 187). 
Agora, vamos analisar cada uma das licenças. 
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a) Licença para tratamento de saúde 
Ao funcionário que, por motivo de saúde, estiver impossibilitado para 
o exercício do cargo, será concedida licença, a pedido ou de ofício10 e 
mediante inspeção médica oficial, até o máximo de quatro anos, com 
vencimento ou remuneração (art. 191). 
Como vimos, é necessária a realização de inspeção médica oficial na 
concessão da licença. Todavia, ela poderá ser dispensada, a critério do 
órgão oficial, quando a análise documental for suficiente para comprovar a 
incapacidade laboral, observado o estabelecido em decreto. Além disso, o 
funcionário poderá ser dispensado da inspeção médica em caso de licença 
para tratamento de saúde de curta duração, conforme estabelecido em 
decreto. 
Outrossim, neste tipo de benefício, ao findar do prazo concedido ao 
funcionário, deverá ele ser submetido à inspeção médica e aposentado, 
desde que verificada a sua invalidez, permitindo-se o licenciamento além 
desse prazo, quando não se justificar a aposentadoria. Assim, caso sejam 
cessados os motivos determinantes da aposentadoria, será obrigatória a 
reversão do aposentado. 
Cabe frisar que o mesmo se aplica ao ocupante de cargo em comissão, 
que contar mais de 15 anos de exercício ininterrupto nesse cargo, seja ou 
não ocupante de cargo de provimento efetivo (art. 192). 
b) Licença por acidente no exercício de suas atribuições ou acometimento 
por doença profissional 
A licença concedida ao funcionário acidentado no exercício de suas 
atribuições ou que tenha adquirido doença profissional, está disposta nos 
arts. 194 a 197 do Estatuto. 
Dessarte, terá direito à licença, com vencimento ou remuneração, o 
servidor que (art. 194): 
a) tenha sido acometido por doença profissional; 
b) tenha sofrido acidente no exercício de suas atribuições, 
compreendendo também: 
a. a agressão sofrida e não provocada pelo funcionário, no 
exercício de suas funções; 
 
10 A licença ex officio será concedida por decisão do órgão oficial quando as condições de saúde do funcionário 
assim o determinarem, ou a pedido do órgão de origem do funcionário (art. 193, §2º). 
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b. a lesão sofrida pelo funcionário, quando em trânsito, no 
percurso usual para o trabalho. 
Nessa situação, o funcionário poderá permanecer afastado de suas 
funções durante um período máximo de licença de quatro anos. Porém, no 
caso de acidente, verificada a incapacidade total para qualquer função 
pública, será desde logo concedida aposentadoria ao funcionário (art. 195). 
Em continuação, o art. 196 destaca que é indispensável a comprovação 
do acidente, que deverá ser feita através de procedimento próprio, iniciado 
no prazo de 10 dias, contados da data do acidente. Cabe frisar, que mesmo 
que a concessão não ocorra, o procedimento de comprovação do acidente 
deverá ser cumprido pelo órgão de origem do servidor. 
Nessa linha, caberá ao funcionário requerer a concessão da licença 
junto ao órgão de origem, que após o regular procedimento oficializará a 
decisão, através de órgão médico oficial. 
Ademais, para fins de conceituação, serão adotados os critérios da 
legislação federal de acidentes do trabalho para a ocorrência de acidente da 
doença profissional (art. 197). 
c) Licença à funcionária gestante 
A licença concedida à servidora gestante, remunerada – com 
vencimentos ou remuneração –, durará pelo prazo de 180 dias, e poderá 
ser concedida a partir da 32ª (trigésima segunda) semana de gestação, 
mediante documentação médica que comprove a gravidez e a respectiva 
idade gestacional (art. 198). 
Caso o nascimento ocorra sem que tenha sido requerida a licença, será 
esta concedida mediante a apresentação da certidão de nascimento e 
vigorará a partir da data do evento, podendo retroagir até 15 dias; 
Com efeito, na ocorrência de natimorto, será concedida a licença para 
tratamento de saúde, a critério médico. 
Por fim, é vedada a prática de qualquer atividade remunerada durante 
o período em que a funcionária estiver licenciada. O não cumprimento disso, 
acarretará em falta grave da servidora. Ademais, as mesmas diretrizes são 
válidas, para a funcionária que durante a licença mantiver a criança em 
creche ou organização similar. 
 
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d) Licença por motivo de doença em pessoa da família 
A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada 
no art. 199 da Lei 10.261/1968, poderá ser concedida ao servidor por 
motivo de doença do cônjuge e de parentes até o segundo grau, 
mediante comprovação em inspeção médica. 
Apesar de o texto da lei mencionar expressamente que a licença 
“poderá” ser concedida, o entendimento atual é que sua concessão é 
vinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, a 
Administração deverá conceder a licença. 
Na sequência, o §2º do art. 199 estabelece que a licença poderá ser 
concedida com vencimentos ou remuneração até um mês, e com os 
seguintes descontos: 
a) 1/3 (um terço), quando exceder a um mês até três;b) 2/3 (dois terços), quando exceder a três até seis; 
c) sem vencimento ou remuneração do sétimo ao vigésimo mês. 
Salientamos, que a contagem de tempo, mencionada acima, resultará 
da soma das licenças concedidas durante o período de 20 meses, contado 
da primeira concessão. 
e) Licença para o serviço militar 
Será concedida licença, comunicação do funcionário ao chefe da 
repartição ou do serviço, acompanhada de documentação oficial que prove 
a incorporação, ao servidor convocado para o serviço militar e outros 
encargos de segurança nacional, sem vencimento ou remuneração (art. 
200). 
Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente o 
exercício, sob pena de demissão por abandono do cargo, caso a ausência 
exceda a 30 dias. Isso não se aplica, no entanto, ao servidor que for 
desincorporado em lugar diverso do da sede. Nessa hipótese, o servidor 
terá o prazo de 30 dias, contados da data da desincorporação, para 
apresentar-se ao serviço (art. 200, §§2º e 3º). 
Enfim, ao funcionário que houver feito curso para ser admitido como 
oficial da reserva das Forças Armadas, será também concedida licença sem 
vencimento ou remuneração, durante os estágios prescritos pelos 
regulamentos militares (art. 201). 
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f) Licença para tratar de interesses particulares 
A licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida, 
a critério da Administração11, pelo prazo de até dois anos, sem 
vencimento ou remuneração, desde que o funcionário já tenha 
completado o prazo de cinco anos de efetivo serviço (art. 202). 
De mais a mais, enquanto aguarda a concessão da licença, o 
funcionário deverá permanecer em exercício. 
Outro detalhe que merece ser mencionado é que a licença poderá ser 
gozada parceladamente, a juízo da Administração, desde que dentro do 
período de três anos. 
Após a concessão do benefício, o servidor somente terá direito a uma 
nova licença depois de decorridos cinco anos do término da anterior (art. 
204). 
Em contraponto, o funcionário poderá desistir da licença, a qualquer 
tempo, reassumindo o exercício em seguida. 
Por fim, por força do art. 203, não será concedida licença para tratar 
de interesses particulares ao funcionário nomeado, removido ou 
transferido12, antes de assumir o exercício do cargo. 
g) Licença por motivo de afastamento do cônjuge 
Segundo o art. 205 da Lei 10.261/1968, poderá ser concedida licença 
à servidora para acompanhar cônjuge, funcionário estadual ou militar, 
que foi deslocado para outro ponto do Estado, do território nacional 
ou para o exterior13. 
Essa licença será pelo tempo que durar a comissão ou a nova 
função do marido (sendo concedida mediante pedido devidamente 
instruído) e sem remuneração (art. 205, parágrafo único). 
h) Licença compulsória 
A concessão da licença compulsória se enquadra ao funcionário ao 
qual se possa atribuir a condição de fonte de infecção de doença 
transmissível. Desse modo, a critério da autoridade sanitária competente, 
 
11 Podendo ser negada a licença quando o afastamento do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço 
(art. 202, §1º). 
12 Devemos lembrar novamente, a transferência é inconstitucional. 
13 O deslocamento mencionado deve ocorrer de ofício, ou seja, independentemente da vontade do servidor. 
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a licença ao funcionário que se encontra nessa situação, poderá durar 
enquanto essa condição se manter (art. 206). 
Com essa visão, caso seja verificada a procedência da suspeita, o 
funcionário será licenciado para tratamento de saúde, considerando-se 
incluídos no período da licença os dias de licenciamento compulsório (art. 
207). 
Em contrapartida, caso não se comprove a moléstia, o funcionário 
deverá retornar ao serviço, considerando se como de efetivo exercício para 
todos os efeitos legais, o período de licença compulsória (art. 208). 
i) Licença prêmio por assiduidade 
Como o próprio nome sugere, essa licença é concedida a título de 
prêmio, como incentivo à assiduidade, com direito à percepção do seu 
vencimento ou remuneração. 
Em vista disso, após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exercício, 
sem que tenha sofrido qualquer penalidade disciplinar, o servidor fará jus a 
90 dias de licença-prêmio, sendo esses dias considerados como de efetivo 
exercício para todos os efeitos legais (art. 209). 
Como vimos, o período de cinco anos deverá ser de exercício 
ininterrupto. Dessa forma, não se consideram interrupção de exercício (art. 
210): 
a) os afastamentos por: 
a. férias; 
b. casamento, até oito dias; 
c. falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até oito dias; 
d. falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto ou 
madrasta, até dois dias; 
e. serviços obrigatórios por lei; 
f. licença quando acidentado no exercício de suas atribuições ou 
atacado de doença profissional; 
g. licença à funcionária gestante; 
h. licenciamento compulsório; 
i. licença-prêmio; 
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j. missão ou estudo dentro do Estado, em outros pontos do 
território nacional ou no estrangeiro; 
k. para contribuição para banco de sangue mantido por órgão 
estatal ou paraestatal, ou entidade com a qual o Estado 
mantenha convênio; 
l. afastamento por processo administrativo, se o funcionário for 
declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão 
ou multa; e, ainda, os dias que excederem o total da pena de 
suspensão efetivamente aplicada; 
m. trânsito, em decorrência de mudança de sede de exercício, 
desde que não exceda o prazo de oito dias; 
n. provas de competições desportivas, sem prejuízo do 
vencimento ou remuneração, quando representar o Brasil, ou 
o Estado; e 
o. licença-paternidade, por cinco dias; e 
b) as faltas abonadas, as justificadas e os dias de licença para 
tratamento de saúde e por motivo de doença em pessoa da 
família, desde que o total de todas essas ausências não exceda o 
limite máximo de 30 dias, no período de cinco anos. 
Além disso, pelo texto do art. 212 vemos que a licença-prêmio será 
concedida mediante certidão de tempo de serviço, independente de 
requerimento do funcionário, e será publicada no Diário Oficial do Estado, 
nos termos da legislação em vigor. 
Dando seguimento ao assunto, o art. 213 determina que o funcionário 
poderá requerer o gozo da licença-prêmio (a) por inteiro ou em parcelas 
não inferiores a 15 dias ou (b) até o implemento das condições para a 
aposentadoria voluntária. 
Ademais, caberá à autoridade competente: 
 adotar, após manifestação do chefe imediato, sem prejuízo para o 
serviço, as medidas necessárias para que o funcionário possa 
gozar a licença-prêmio a que tenha direito; 
 decidir, após manifestação do chefe imediato, observada a opção do 
funcionário e respeitado o interesse do serviço, pelo gozo da licença-
prêmio por inteiro ou parceladamente. 
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A apresentação de pedido de passagem à inatividade, sem a prévia e 
oportuna apresentação do requerimento de gozo, implicará perda do direito 
à licença-prêmio. 
Em conclusão, como já vimos em outros pontos de nossa aula, o 
servidordeverá aguardar em exercício a apreciação do requerimento de 
gozo da licença-prêmio (art. 214). Outrossim, caso a licença não se inicie 
em até 30 dias contados da publicação do ato que a houver autorizado, a 
concessão dependerá de novo requerimento. 
Estabilidade 
A estabilidade é o direito de permanência no serviço público, 
destinado aos servidores detentores de cargo de provimento efetivo. Trata-
se de uma forma de assegurar a autonomia dos servidores públicos, 
evitando que eles fiquem reféns de ingerências de natureza política. Além 
disso, a estabilidade destina-se a promover a profissionalização dos 
servidores públicos, por meio do desenvolvimento de carreiras. 
As regras sobre a estabilidade estão disciplinadas no art. 41 da 
Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional 
19/1998 (Emenda da Reforma Administrativa). A redação anterior não 
apresentava nenhuma hipótese de exoneração do servidor por iniciativa da 
Administração e também era menos exigente nos requisitos para aquisição 
da estabilidade. 
O novo texto aumentou o tempo necessário de efetivo exercício para 
aquisição da estabilidade de dois para três anos. Além disso, o §4º, art. 
41, também acrescentado pela EC 19/98, passou a exigir como condição 
para a aquisição da estabilidade, a avaliação especial de desempenho 
por comissão instituída para essa finalidade. 
 
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A Lei 10.261/1968, art. 217, estabelece que o prazo para a 
aquisição da estabilidade é de 24 meses に mesma regra 
apresentada na Lei 8.112/199014 に, enquanto a Constituição 
estabelece o prazo como de 36 meses. 
Dessa forma, surgiu muita divergência na doutrina a respeito do prazo de duração 
do estágio probatório. Posteriormente, o prazo previsto na Lei 8.112/1990 foi 
modificado para 36 meses por meio da MP 431/2008. Todavia, essa medida foi 
convertida na Lei 11.748/2008, que não acatou a mudança do prazo, ou seja, no 
texto da Lei 11.748/2008 permaneceu o prazo de 24 meses para o estágio 
probatório. 
Com isso, a divergência tornou-se ainda maior, só sendo pacificada em 2010, quando 
o STF firmou o entendimento de que o art. 41 da Constituição Federal é 
autoaplicável, vinculando o prazo de estabilidade ao período do estágio probatório. 
Por conseguinte, automaticamente o prazo do estágio probatório foi dilatada para 
36 meses com a nova redação da EC 19/199815. 
Nesse mesmo sentido, o STJ também aplicou o prazo de três anos para o estágio 
probatório16: 
MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. PROCURADOR FEDERAL. 
PROMOÇÃO E PROGRESSÃO NA CARREIRA. CRITÉRIOS. PORTARIA PGF 
468/2005. 
ILEGALIDADES NÃO CONFIGURADAS. ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF. EC 
Nº 19/1998. PRAZO. ALTERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. 
OBSERVÂNCIA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA 1. A fixação 
de critérios e diretrizes para promoção e progressão funcional por meio 
de atos administrativos, não é, por si, ilegal, visto que encontra amparo 
no disposto no art. 10 da Lei n. 8.112/1990. 
2. Não atendido o requisito temporal de conclusão do estágio 
probatório, considerando que não verificado o interstício de 3 
(três) anos de efetivo exercício da impetrante no cargo de 
Procurador Federal, inexiste direito líquido e certo de figurar nas listas 
de promoção e progressão funcional, regulamentadas pela Portaria PGF 
nº 468/2005. Precedente: MS 12.523/DF, Rel. Min. Felix Fischer, DJe de 
18.8.2009. Segurança denegada. (MS 12665/DF, Rel. Ministra MARILZA 
MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 12/12/2012, DJe 24/04/2013) 
Apesar dessas considerações, devemos saber que o estágio probatório e a 
estabilidade não se confundem. Aquele é um período de testes do servidor no cargo, 
 
14 Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais, art. 
20. 
15STA 269 AgR. 
16MS 12665/DF. 
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ou seja, destina-se a avaliar a aptidão do servidor para o cargo, enquanto a 
estabilidade é adquirida no serviço público, ressalvando-se à Administração o direito 
de aproveitar o funcionário em outro cargo de igual padrão, de acordo com as suas 
aptidões. 
A diferença pode ser entendida com um exemplo. Pedro, servidor efetivo, adquiriu 
a estabilidade após preencher todos os requisitos previstos na Constituição Federal. 
Após isso, ele foi novamente aprovado em concurso público, para outro cargo. Nesse 
caso, ao tomar posse no novo cargo, Pedro será novamente submetido ao estágio 
probatório, uma vez que o estágio se refere ao cargo. Porém, ele já será servidor 
efetivo, pois a estabilidade ocorre no serviço público に ressalvando que essa 
estabilidade é para cada ente da federação, sendo que se ele trocar um cargo 
estadual por um federal, por exemplo, também não terá a estabilidade. 
A consequência disso é que, se Pedro reprovar no estágio probatório, terá 
assegurado o retorno ao cargo anterior. Vale dizer, Pedro será exonerado do novo 
cargo, mas poderá retornar ao antigo cargo, uma vez que ele já possui a estabilidade. 
Com efeito, outro requisito para aquisição da estabilidade é a prévia 
aprovação em concurso público de prova ou de provas e títulos. Dessa 
forma, podemos perceber que existem quatro requisitos para aquisição da 
estabilidade: 
a) aprovação em concurso público; 
b) o cargo deve ser de provimento efetivo; 
c) três anos de efetivo exercício; 
d) aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
Todavia, o servidor efetivo não possui uma “blindagem” contra 
qualquer forma de demissão. A Constituição Federal apresenta quatro 
hipóteses em que o servidor estável poderá perder o cargo de forma não 
voluntária: 
a) sentença judicial transitada em julgado; 
b) processo administrativo com ampla defesa; 
c) insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica, 
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa; 
d) excesso de despesa com pessoal, nos termos do art. 169, §4º. 
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Dessas, as duas primeiras hipóteses encontram previsão no art. 218 
da Lei 10.261/1968. Em contrapartida, as duas últimas hipóteses de perda 
do cargo não estão presentes no Estatuto e não estavam previstas no texto 
original da Constituição Federal, sendo incluídas pela EC 19/1998. 
Deve-se destacar que não se confunde a demissão com a 
exoneração. A primeira possui caráter punitivo, decorrendo de falta grave 
ou como efeito de sentença penal. Por outro lado, a exoneração é aplicável 
nos demais casos, em regra, sem caráter punitivo. Por exemplo, quando o 
servidor, voluntariamente, deseja parar de trabalhar na instituição, ele faz 
o pedido de exoneração. 
Assim, as duas novas hipóteses de perda do cargo são formas de 
exoneração. Entretanto, parte da doutrina considera, plausivelmente, que 
a perda do cargo por insuficiência de desempenho possui caráter punitivo, 
em que pese seja realizada por exoneração. Dessa forma, não mais é 
correto afirmar que a exoneração nunca possui caráter punitivo, pois no 
caso de insuficiência de desempenho ela terá. Com efeito, a maior prova do 
caráter punitivo é que a própria Constituição determina que seja 
oportunizado a ampla defesa ao servidor. Por fim, vale lembrar que a perda 
do cargo por insuficiência de desempenhodepende da edição de lei 
complementar, que estabelecerá as regras básicas para a avaliação. 
No caso de excesso de despesa, porém, é evidente que não existe 
caráter punitivo, pois não decorre de nenhuma ação do servidor. De acordo 
com o art. 169, §4º, da CF, em caso de excesso de despesa, “o servidor 
estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada 
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade 
administrativa objeto da redução de pessoal”. 
A exigência de limite de despesa com pessoal encontra-se prevista no 
art. 169, caput, da CF. Tal dispositivo foi regulamentado pela Lei 
Complementar 101/2000, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Os 
limites são calculados com base na receita corrente líquida, fixados em 50% 
para a União e 60% para os estados e municípios. Em seguida, a LRF 
estabelece limites para cada Poder (não vamos aprofundar esses limites, 
pois foge do campo do Direito Administrativo). 
Caso algum Poder ultrapasse o limite previsto na LRF, deverá tomar as 
medidas para reduzir os seus gastos. Entretanto, o art. 163 da Constituição 
estabelece regras que devem ser observadas antes da exoneração do 
servidor estável com a finalidade de cumprir os limites da LRF: 
a) redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; 
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b) exoneração dos servidores não estáveis. 
Portanto, a exoneração de servidor estável é medida de exceção, que 
só poderá ser tomada se as medidas acima não forem suficientes para 
reconduzir os gastos aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. 
O servidor estável que perder o cargo em decorrência de excesso de 
despesas com pessoal fará jus a indenização correspondente a um mês de 
remuneração por ano de serviço (CF, art. 169, §5º). Por fim, o cargo objeto 
da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, 
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou 
assemelhadas pelo prazo de quatro anos (CF, art. 169, §6º). 
Normalmente, só se fala na estabilidade relativa ao 
servidor ocupante de cargo efetivo, que foi essa que 
acabamos de estudar. No entanto, o art. 19 do 
ADCT apresentou uma outra forma de estabilidade, aplicável 
exclusivamente ao servidor admitido sem concurso público há pelo menos 
cinco anos antes da promulgação da Constituição. Todavia, esse 
servidor é estável, mas não é efetivo, e possui somente o direito de 
permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, todavia 
sem incorporação na carreira, não tendo direito a progressão funcional 
nela, ou a desfrutar de benefícios que sejam privativos de seus 
integrantes17. 
Disponibilidade 
Já tratamos da disponibilidade em alguns pontos da nossa aula. Agora 
acertaremos os seus últimos detalhes. 
Desse modo, dispõe o art. 219 que o servidor ficará em disponibilidade 
remunerada em duas situações: 
a) quando for determinada a reintegração do servidor que foi demitido, 
mas cujo cargo original foi extinto e não for possível reintegrá-lo em 
cargo equivalente (art. 219, I; c/c art. 31, §2º) – nesse caso, o servidor 
ficará em disponibilidade no cargo em que exercia; 
b) quando, tendo adquirido estabilidade, o cargo for extinto por lei (art. 
219, II). 
 
17RE 167.635/SP. 
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Em qualquer dos casos, o servidor ficará em disponibilidade somente 
até o seu obrigatório aproveitamento em cargo equivalente (art. 219, 
parágrafo único). 
Durante o período em que estiver disponível, o funcionário será 
remunerado. Entretanto, o provento da disponibilidade não poderá ser 
superior ao vencimento ou remuneração e vantagens percebidos pelo 
funcionário (art. 220). 
Ademais, qualquer alteração do vencimento ou remuneração e 
vantagens percebidas pelo funcionário em virtude de medida geral, será 
extensiva ao provento do disponível, na mesma proporção (art. 221). 
Aposentadoria 
O Estatuto apresenta uma série de situações em que o servidor público, 
inclusive aquele em disponibilidade, poderá ser aposentado. São elas (arts. 
222, 223 e 225): 
a) por invalidez permanente, mediante comprovação em inspeção de 
saúde realizada em órgão médico oficial; 
b) compulsoriamente, aos setenta anos de idade; 
c) voluntariamente, após 35 anos de serviço para homens e 30 anos 
para mulheres. 
Embora os limites estejam determinados, a Constituição do Estado de 
São Paulo (art. 94) pode alterá-los, reduzindo os limites de idade e de 
tempo de serviço para a aposentadoria. 
No caso da aposentadoria compulsória, a sua concessão é automática, 
ou seja, o funcionário se afastará no dia imediato àquele em que atingir a 
idade limite, independentemente da publicação do ato declaratório da 
aposentadoria (art. 224). 
Em contrapartida, a aposentadoria voluntária somente produzirá efeito 
a partir da publicação do ato no "Diário Oficial" (art. 228). 
Ao ocupante de cargo em comissão, que contar mais de 15 anos de 
exercício ininterrupto nesse cargo, seja ou não ocupante de cargo de 
provimento efetivo, também é possível a aposentadoria, seja por invalidez 
permanente ou de modo compulsório (art. 227). 
Em continuação, o art. 226 define que o provento da aposentadoria 
será: 
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a) igual ao vencimento ou remuneração e demais vantagens pecuniárias 
incorporadas para esse efeito: 
a. quando o funcionário, do sexo masculino, contar 35 anos de 
serviço e do sexo feminino, 30 anos; e 
b. quando ocorrer a invalidez. 
b) proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos. 
O pagamento dos proventos deverá se iniciar no mês seguinte ao em 
que cessar a percepção do vencimento ou remuneração (art. 299), não 
podendo ser superior ao vencimento ou remuneração e demais vantagens 
percebidas pelo funcionário (art. 231). 
Além disso, o provento do aposentado só poderá sofrer descontos 
autorizados em lei (art. 230). 
Por fim, caso ocorra alguma alteração do vencimento ou remuneração 
e vantagens percebidas pelo funcionário em virtude de medida geral, ela 
será extensiva ao provento do aposentado, na mesma proporção (art. 232). 
Assistência ao funcionário 
Começando nosso assunto, o art. 233 afirma a obrigação do Estado no 
fornecimento gratuito de equipamento de proteção à saúde para aqueles 
servidores que executarem trabalhos insalubres. Em contrapartida, no 
recebimento dos equipamentos aprovados pelo órgão competente, os 
funcionários recebem também a obrigação de uso desses equipamentos, 
sendo que o não cumprimento disto, acarretará em suspensão ao 
funcionário. 
Com efeito, vemos no art. 234 que é assegurado o direito de remoção 
para igual cargo no local de residência do cônjuge, se este também for 
funcionário e houver vaga. Ademais, caso haja vaga na sede do exercício 
de ambos os cônjuges, a remoção poderá ser feita para o local18 indicado 
por qualquer deles, desde que não prejudique o serviço (art. 235). 
Ainda nessa linha, para a concessão de uma nova remoção por união 
de cônjuges ao funcionário que for removido a pedido para outro local, 
deverá ser aguardado o período de cinco anos (art. 236). 
Por outro lado, quando a remoção for de funcionário estudante 
devemos observar algumas peculiaridades. Desse modo, o ato que remover

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