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A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NO ENSINO DE GEOGRAFIA

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1 
 
JARDILSON SILVA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), 
apresentado à Universidade Estadual do Piauí 
– UESPI, Campus Clóvis Moura, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
licenciado em Geografia. 
Orientador: Prof. Msc. Antônio Eusébio de 
Sousa. 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA-PI 
2013 
 
2 
 
JARDILSON SILVA FERREIRA 
 
 
A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
 
Aprovado em ____/____/____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_________________________________________________________ 
Prof. Msc. Antônio Eusébio de Sousa 
(Presidente) 
Mestre em Geografia 
Universidade Estadual do Piauí 
 
_________________________________________________________ 
Prof. Francisco Gomes Ribeiro Filho 
(Membro) 
Mestre em Geografia 
Universidade Estadual do Piauí 
 
_________________________________________________________ 
Prof. Carlos Rerisson da Costa 
 (Membro) 
Mestre em Geografia 
Universidade Estadual do Piauí 
 
 
TERESINA-PI 
2013 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha avó, Maria do 
Socorro Aragão Silva (in memoriam), que se 
dedicou e sempre quis o melhor para este seu 
neto. 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por estar presente em todos os 
momentos de minha vida. 
In memoriam, à minha avó, Maria do Socorro, que mesmo não estando materialmente 
jamais deixará de fazer parte dos meus pensamentos, como também da minha vida. 
Ao meu avô, Antônio Pereira, pelos seus incentivos e conselhos que me 
proporcionaram amadurecer e crescer como pessoa. 
Á minha mãe, Dinar, que ao longo da minha vida me incentivou e me apoiou nas 
minhas escolhas (particularmente em relação ao curso de Geografia). 
Á minha outra mãe, Edileusa, por estar presente em todos os momentos da minha 
vida, a quem devo muita gratidão. 
Ao meu pai, José Vicente, pela força que me deu ao longo da minha vida. 
Aos meus tios, Thiara e Thiago, pelo apoio e incentivo. 
Ao meu amigo companheiro, Francisco Carlos Lima da Cunha, que me acompanha 
desde o ensino fundamental, demonstrando uma amizade verdadeira. 
Ao professor Especialista Libonato de Carvalho Rocha, pela amizade, pela confiança 
e pelo gesto de carinho e ajuda durante meus estudos (na educação básica). 
Aos professores e amigos, Ariosto Martins e Igo Thiago, pelo gesto carinhoso que 
tiveram por mim. 
Ao professor Mestre Francisco Gomes Ribeiro Filho, a quem devo muita gratidão 
pelas sugestões e críticas construtivas que me proporcionaram enriquecer o presente trabalho. 
Ao professor Mestre e orientador Antônio Eusébio de Sousa, que colaborou de forma 
decisiva na construção e conclusão deste trabalho. 
Á professora Especialista Francisca Alene do Nascimento Silva, a quem sou muito grato 
pelas diversas formas de ajuda e principalmente pela amizade. Uma pessoa especial para mim! 
Á Professora Especialista Rosana Marques de Sousa Pimentel, pela amizade, pelo 
incentivo e pelas dicas para que os objetivos do presente trabalho fossem alcançados. 
Aos meus alunos do 1° ano A e B do Colégio Copérnico, pelo incentivo e por terem 
me propiciado a reflexão da importância da docência. 
Ao núcleo gestor da Unidade Escolar Modestina Bezerra, em especial à diretora 
Josinete Silva Cruz, pela amizade e por me ajudar no período de estágio supervisionado. 
Muito obrigado! 
Aos alunos, professores, coordenadores e gestores do CEFTI- Professor Milton 
Aguiar, pela atenção e auxílio na concretização do presente estudo. 
A todos, que de forma direta e indiretamente, contribuíram para a concretização 
desta pesquisa. 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O mundo é uma escola, nós somos os alunos, 
a vida é uma sala de aula e cada dia é uma 
matéria a ser aprendida”. 
(Oliverique) 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
 
O presente estudo representa uma análise acerca da utilização do Google Earth no ensino de 
geografia. Definimos como objetivo geral para esta investigação: analisar as vantagens e as 
limitações da inserção do Google Earth como instrumento de ensino e aprendizagem 
relacionado à geografia no ensino fundamental. Como objetivos específicos, buscamos: 
caracterizar o processo de inserção das Novas Tecnologias de Informação e comunicação 
(NTIC’S) no ensino de geografia das escolas brasileiras; descrever vantagens e limitações da 
inserção dessas tecnologias no ensino de Geografia das escolas públicas em Teresina; e, 
finalmente, identificar a importância atribuída pelos professores e alunos à inserção do 
Google Earth como mecanismo favorecedor do ensino e da aprendizagem da Geografia pelo 
Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral (CEFTI) Professor Milton Aguiar. 
Realizamos aqui, desse modo, um estudo de caso, servindo-nos do ambiente de trabalho 
representado pelo CEFTI Professor Milton Aguiar, localizado no bairro Dirceu Arcoverde II, 
em Teresina-PI. As turmas utilizadas como amostra foram representadas por turmas do ensino 
fundamental da referida escola, sendo que, de um total de oito turmas, selecionamos, 
aleatoriamente, quatro delas para a nossa pesquisa, de tal modo que o número total de alunos 
investigados correspondeu a 100 e ao professor das referidas turmas. No que diz respeito ao 
referencial teórico consultado a respeito do tema, apoiamo-nos, entre outros, em teóricos 
como Canto (2009), Ely (2009), Facincani (2011), Joly (2007), Morran (2000), Pontuschka 
(2009), Ramos (2005). O modelo de pesquisa que tomamos como referência apresenta caráter 
quali-quantitativo. O método de pesquisa adotado foi o materialismo histórico e dialético. 
Esta pesquisa foi dividida em três etapas. A primeira etapa foi representada pela pesquisa 
bibliográfica, a partir da qual buscamos fundamentação teórica capaz de amparar as análises 
relacionadas ao problema que motivou esta investigação. A segunda etapa implicou na 
realização da pesquisa de campo, procedendo-se à aplicação de questionários junto aos alunos 
e ao professor das turmas. Nessa etapa realizamos também uma entrevista direcionada ao 
diretor adjunto e outra ao coordenador pedagógico, com o objetivo de compreender suas 
concepções a respeito da temática do estudo em questão. Na pesquisa de campo ministramos 
também uma aula aos alunos de cada turma. Nessa aula, o principal recurso pedagógico 
utilizado foi representado pelo Google Earth. Após a aula, com o objetivo de conhecermos as 
reações dos alunos acerca da lida com o Google Earth, realizamos uma atividade escrita, que 
havia sido previamente construída. A terceira etapa desta pesquisa foi definida pela 
organização, tabulação e análise dos dados primários obtidos por meio da pesquisa de campo, 
o que nos possibilitou a estruturação deste relatório, resultante das relações que construímos 
entre a bibliografia utilizada e os dados primários colhidos na escola objeto da nossa 
investigação. Os achados desta pesquisa nos mostraram que o Google Earth é de fato uma 
ótima ferramenta para o ensino e o aprendizado de Geografia. No entanto, verificamos que o 
seu uso esbarra em vários empecilhos, tais como: a falta de preparo do professor, com vistas 
ao uso de ferramentas da computação, a aparente falta de vontade dos mesmos em inserir a 
tecnologia no ensino e, como usuais justificativas para essa situação, a falta de equipamentos 
pedagógicos na escola (internet, computadores etc.). 
 
PALAVRAS-CHAVE: Geografia, Ensino e Aprendizagem, Google Earth. 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
 
The present study is an analysis on the use of Google Earth in geography teaching. We define 
the general objective for this research: to analyze the advantages and limitations of the 
insertion of Google Earth as a teaching and learning related to geographyin elementary 
school. Specific objectives we seek: to characterize the process of inserting the New 
Technologies of Information and Communication (NITC's) in teaching Geography of 
Brazilian schools; describe advantages and limitations of the insertion of these technologies in 
the teaching of geography in public schools in Teresina, and finally identify the importance 
attributed by the teachers and students to the insertion of Google Earth as a mechanism which 
facilitates the teaching and learning of geography in the Center Elementary School Full Time 
(CEFTI) teacher Milton Aguiar. Conducted here, thus a case study, using the work 
environment represented by the Center Elementary School Full Time (CEFTI) Teacher Milton 
Aguiar, located in the neighborhood Dirceu Arcoverde II in Teresina-PI. Classes used as 
sample were represented by classes of elementary school of that school, and, a total of eight 
groups, selected at random, four of them for our research, so that the total number of students 
surveyed corresponded to 115 and the teacher of these classes. Regarding the theoretical 
consulted on the subject, we rely, among others, in theoretical as Corner (2009), Ely (2009), 
Facincani (2011), Joly (2007), Morran (2000), Pontuschka (2009), Ramos (2005). The 
research model we control presents qualitative and quantitative character. The research 
method was dialectical and historical materialism. This research was divided into three stages. 
The first step was represented by the literature, from which we seek theoretical foundation 
capable of supporting the analyzes related to the problem that motivated this research. The 
second step involved in conducting field research, proceeding to the questionnaires to the 
students and the teacher of the class. At this stage we also do an interview directed to the 
Deputy Director and other pedagogical coordinator, in order to understand their views on the 
theme of the study. In the field research also ministered a lecture to students in each class. In 
this class, the main teaching resource used was represented by Google Earth. After class, in 
order to know the reactions of the students about dealing with Google Earth, we conducted a 
writing activity, which had been previously built. The third stage of this research was defined 
by the organization, tabulation and analysis of primary data obtained through field research, 
which enabled us to structure this report, resulting from the relationships we build between 
the bibliography used and the data collected in primary school object of our research. The 
findings of this research showed us that Google Earth is indeed a great tool for teaching and 
learning of geography. However, we found that its use was hampered by several obstacles, 
such as lack of teacher preparation, with a view to the use of computing tools, the apparent 
unwillingness of the same in insert technology in teaching and as usual justifications for this 
situation, the lack of teaching equipment in school (internet, computers etc..). 
 
 
Keywords: Geography, Teaching and Learning, Google Earth. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Imagem 01 – Fachada do CEFTI – Professor Milton Aguiar ................................................ 38 
Imagem 02- Fotografia da Sala de informática ...................................................................... 52 
Imagem 02 - Mapa utilizado na aula com os alunos .............................................................. 53 
Imagem 03 - Alunos assistindo aula com a mediação do Google Earth ................................ 54 
Imagem 04 - CEFTI – Professor Milton Aguiar (Google Earth) ........................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – Coleta de Dados – resumo de coletas de dados da pesquisa ............................... 38 
Quadro 2 – Resumo do esquema didático da atividade com o Google Earth ........................ 51 
Quadro 3 – Depoimento de alunos acerca da aula com mediação do Google Earth .............. 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 01 - Faixa etária dos alunos do CEFTI – Professor Milton Aguiar .......................... 40 
Gráfico 02 - Meio de comunicação mais utilizado pelos alunos para se informar ................. 40 
Gráfico 03 - Recursos metodológicos utilizados pelo professor ............................................ 41 
Gráfico 04 - Frequência do uso da sala de informática .......................................................... 42 
Gráfico 05 - O uso do computador nas aulas de Geografia .................................................... 42 
Gráfico 06 - O estimulo do professor ao uso de outros meios de informação associados ao 
livro ............................................................................................................................. ............ 43 
Gráfico 07 - Relação da aprendizagem dos alunos com o uso das ferramentas de 
informação .............................................................................................................................. 44 
Gráfico 08 - O conhecimento ou uso do Google Earth pelos alunos ..................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 01 – Finalidade do uso do Google Earth ............................................................... 45 
TABELA 02 – O que chamou mais atenção no uso do Google Earth ................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CCM - Campus Clóvis Moura 
CEFTI - Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral 
DVD - Disco Digital Versátil 
FRM - Fundação Roberto Marinho 
NTIC’s - Novas Tecnologias de Informação e comunicação 
PROINFO - Programa Nacional de Informática na Educação 
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso 
TIC’s – Tecnologias da Informação e Comunicação 
UESPI – Universidade Estadual do Piauí 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTA DE APÊNDICES 
 
 
APÊNDICE A - Questionário para o aluno ........................................................................... 65 
APÊNDICE B - Questionário para o professor ...................................................................... 67 
APÊNDICE C – Entrevista: Diretor Adjunto ........................................................................ 69 
APÊNDICE D- Entrevista: Coordenador Pedagógico ........................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 16 
1 A TECNOLOGIA COMO AUXILIADORA NO PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZADO NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO ........................................... 19 
1.1 Desenvolvimento tecnológico ........................................................................................ 19 
1.1.1 A tecnologia numa perspectiva histórica .................................................................. 19 
1.1.2 A aplicação das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino 
contemporâneo ...................................................................................................................... 20 
1.2 A inserção e os desafios das NTIC’s no ensino no Brasil ........................................... 23 
1.2.1 Um breve histórico da inserção das NTIC’s no ensino brasileiro ............................... 23 
1.2.2 Os frequentes desafios para a implementação das NTIC’s no sistema educacional 
brasileiro .................................................................................................................................25 
2 O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA (CARTOGRAFIA) ........... 28 
2.1 A evolução na confecção de mapas .............................................................................. 28 
2.2 O desenvolvimento de softwares educacionais: o caso do Google Earth ....................... 31 
3 A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA NO 
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS AULAS DE GEOGRAFIA: 
EXPERIÊNCIA COM OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO CEFTI - 
PROFESSOR MILTON AGUIAR ................................................................................ 36 
3.1 Percurso Metodológico .................................................................................................... 37 
3.2 Descrições do ambiente de trabalho: aspectos gerais do CEFTI- Professor Milton Aguiar 
..................................................................................................................................... 38 
3.3 A representatividade para os alunos do uso de tecnologia no processo de ensino e 
aprendizagem em Geografia ................................................................................................. 39 
3.4 A concepção do professor acerca da introdução da tecnologia (Google Earth) no ensino e 
aprendizagem de Geografia .......................................................................................... 46 
3.5 A percepção do núcleo gestor do CEFTI - Milton Aguiar sobre o uso de tecnologia 
(Google Earth) no ensino e aprendizagem de Geografia ................................................... 47 
3.6 A opinião da coordenação pedagógica acerca da introdução da tecnologia como proposta 
metodológica no processo de ensino e aprendizagem ...................................................... 49 
15 
 
3.7 Google Earth como mediação ao ensino de Geografia numa perspectiva avaliativa pelos 
alunos do ensino fundamental do CEFTI- Professor Milton Aguiar .................................. 50 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 60 
APÊNDICES .......................................................................................................................... 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A inserção da tecnologia no ensino constitui numa temática que caracteriza as novas 
formas de se fazer educação em pleno século XXI. Dentre as evoluções tecnológicas, a 
criação de hardwares e softwares sofisticados passa a se fazer presente nas mais variadas 
atividades do dia a dia. 
O uso da tecnologia na educação, como uma fonte auxiliadora e capaz de propiciar 
um melhor ensino e um melhor aprendizado, passa a ser motivo de reconfiguração do 
planejamento da escola e das ações de ensino do professor, em particular. Nesse sentido, 
motivados por experiências que marcaram a nossa vida acadêmica, especialmente quando nos 
reportamos ao uso da tecnologia computacional, percebemos que muitos alunos apresentam 
grandes dificuldades de se servir dessas ferramentas para, em Geografia, realizar a leitura e a 
interpretação de mapas. 
É necessário então mais reflexão acerca dessa situação de desencontro, pois a cada 
dia amplia-se mais a possibilidade da elaboração e concretização de um mapa a partir do uso 
do computador. Nessas condições, considerando-se as relações cada vez mais estreitas entre 
as ferramentas computacionais e o ensino de Geografia, a presente pesquisa procurou 
investigar algumas vantagens e alguns problemas da inserção do Google Earth nas ações de 
ensino dessa disciplina. 
O Google Earth é software caracterizado pela riqueza de detalhes na lida com as 
informações espaciais, podendo proporcionar a visualização de lugares que muitas vezes não 
nos têm sido acessíveis por nenhum outro meio. Sua riqueza varia desde a visão 
bidimensional até a leitura tridimensional dos espaços que por ele são representados. Conta 
ainda com um acervo fotográfico e de imagens em movimento relacionadas a um conjunto 
bem amplo de localidades representativas de todos os continentes. Assim, o uso dessa 
tecnologia no ensino e na aprendizagem pode proporcionar um melhor trabalho no campo da 
disciplina de Geografia. 
Nesse sentido, a problemática que norteia a presente pesquisa configura-se em um 
estudo que tem como objetivo analisar as vantagens e as limitações da inserção do Google 
Earth como instrumento de ensino e da aprendizagem da Geografia no ensino fundamental do 
Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral (CEFTI) Professor Milton Aguiar. 
17 
 
Foram definidos como objetivos específicos para o presente estudo: caracterizar o 
processo de inserção das Novas Tecnologias de Informação e comunicação (NTIC’S) no 
ensino de Geografia das escolas brasileiras; descrever as vantagens e limitações da inserção 
dessas tecnologias no ensino de Geografia das escolas públicas em Teresina e identificar a 
importância atribuída pelos professores e alunos à inserção do Google Earth como mecanismo 
favorecedor do ensino e aprendizagem da Geografia no CEFTI - Professor Milton Aguiar, em 
Teresina-PI. 
Diante disto, a amostra que compreendeu o universo da presente pesquisa foi 
representada pelos alunos, pelos professores de Geografia, pelo núcleo gestor da escola e pela 
coordenação pedagógica da mesma. O método de investigação científica que norteou o 
presente trabalho foi o materialismo histórico e dialético. Através dele procuramos não apenas 
observar e descrever a realidade, mas principalmente refletir acerca dos caminhos que nos 
permitam modificar as situações que inviabilizam o desenvolvimento do potencial de trabalho 
dos professores junto aos alunos em nossas escolas, particularmente em relação ao trabalho de 
ensino e de aprendizagem na disciplina de Geografia. 
A coleta de dados teve por base a aplicação de questionários aos alunos e aos 
professores, além de entrevistas feitas junto ao núcleo gestor e à coordenação pedagógica da 
escola em questão. Em um primeiro momento, aplicamos aos alunos do ensino fundamental 
um questionário que buscava saber a relação deles com a tecnologia, como também os modos 
como se dá a utilização de tecnologia pelo professor de Geografia. Numa segunda etapa, 
aplicamos um questionário junto ao professor, que visava identificar a concepção do mesmo 
acerca do uso da tecnologia, em particular o uso do Google Earth no ensino e na 
aprendizagem da Geografia. 
 Noutros momentos da nossa pesquisa de campo entrevistamos o núcleo gestor e a 
coordenação pedagógica, dois segmentos de extrema importância para o ambiente escolar. 
Finalmente, como desdobramento ainda da nossa pesquisa de campo, ministramos uma aula 
contando com o apoio do Google Earth. Iniciamos a aula abordando os conceitos 
fundamentais da cartografia, de tal sorte que pudéssemos compreender, por meio desses 
conceitos, os elementos necessários à construção de um mapa. Foi exatamente nesse momento 
que nos foi possível perceber as dificuldades dos alunos no que diz respeito aos fundamentos 
da linguagem cartográfica e, como consequência, ao uso dela como recurso indispensável 
para as análises de caráter geográfico. A partir daí fizemos um experimento apoiado no uso do 
18 
 
software em questão, o que nos permitiu perceber as vantagens que ele proporciona à lida 
com os fundamentos da linguagem cartográfica. 
O itinerário deste relatório obedece ao seguinte esquema: o primeiro capítulo analisa 
a introdução da tecnologia no ensino e no aprendizado dos alunos da escola básica, levando 
em consideração a sua aplicabilidade, como também o histórico dessa relação e os empecilhos 
que caracterizam a sua inserção no ambiente escolar no Brasil; o segundo capitulo aborda o 
uso da tecnologia no ensinode Geografia, identificando as suas repercussões para o processo 
de construção de mapas e o desenvolvimento de softwares educacionais, como é o caso do 
Google Eath; e, finalmente, no terceiro capítulo, apresentamos uma análise dos resultados 
obtidos a partir do trabalho de campo realizado junto alunos, ao professor, ao núcleo gestor e 
à coordenação pedagógica da escola investigada. Por fim, apresentamos algumas 
considerações, como também sugestões a respeito da utilização do Google Earth no ensino de 
Geografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
1 A TECNOLOGIA COMO AUXILIADORA NO PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZADO NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO. 
 
 1.1 Desenvolvimento tecnológico 
 
 1.1.1 A tecnologia numa perspectiva histórica 
 
As tecnologias são um “conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se 
ampliam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado 
tipo de atividade” (KENSKI, 2012, p.24). Assim, nos últimos tempos os avanços tecnológicos 
têm sido a causa de várias mudanças ocorridas na sociedade, sendo considerados como 
indispensáveis na atualidade, fazendo presença nos mais variados ambientes. 
De acordo com Llano; Adrián (2006, p. 17), 
 
Os computadores, e outras tecnologias relacionadas com as telecomunicações e a 
Internet, encontram-se em muitíssimos dos ambientes nos quais o ser humano está 
presente. Os bancos desenvolveram importantes infra-estruturas [sic] de informática 
para fornecer por este meio os serviços financeiros que tradicionalmente oferecem a 
seus clientes; os médicos, hoje mais do que nunca, utilizam a tecnologia da 
informação para o diagnóstico e o tratamento de seus doentes; também os religiosos, 
estão empregando essas tecnologias como recursos para evangelização e para 
construção de um mundo melhor. 
 
No entanto, desde o surgimento do homem, a ideia de tecnologia já se faz presente. 
Segundo Kenski (op. cit.) o ser humano, na origem da espécie, simplesmente só pôde contar 
com as suas capacidades naturais de seu corpo: pernas, braços, músculos, cérebro. Assim, o 
cérebro desde o início é considerado uma tecnologia, pois a sua capacidade de colaborar para 
a sobrevivência da espécie constitui um elemento primordial para a evolução das sociedades. 
Segundo Altoé; Silva (2005, p. 14 e 15): 
 
A história também registra que, desde o período Paleolítico (conhecido como a 
Idade da Pedra Lascada) os homens pré-históricos se agrupavam em hordas 
nômades, ou seja, mudavam constantemente de um lugar para outro em busca de 
alimentos. Também fabricavam instrumentos de pedra lascada, destinados à caca 
[sic] de animais e a coleta de frutos e raízes, porque nessa época eles não conheciam 
a agricultura. No período Neolítico (conhecido como a Idade da Pedra Polida), eles 
organizavam-se em clãs e aldeias. Foi um período que marcou profundamente o 
relacionamento entre o homem e a natureza, em virtude de sua intervenção na 
mesma. 
 
20 
 
Assim, a evolução social do ser humano acaba por se confundir com os avanços 
tecnológicos. Todavia, à medida que existia a necessidade na aquisição e na melhoria da 
qualidade de vida, o homem procurava criar novos meios, ou seja, “novas tecnologias”. 
No século XVIII, com a Revolução Industrial e, consequentemente, o advento da 
máquina a vapor e a sua incorporação na produção, isso provocou mudanças significativas na 
sociedade. Então, à medida que a tecnologia avançava ela também atuava decisivamente na 
relação e no comportamento da sociedade, provocando alterações culturais, algo que 
permanece na sociedade atual. 
Llano; Adrián (op. cit., p. 17) explicam que: 
 
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados 
equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização 
do uso de determinada tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não 
apenas o comportamento individual, mas o de todo o grupo social. 
 
Na atualidade, com os avanços das tecnologias digitais ocorridos nas áreas da 
comunicação e informação e na microeletrônica, há uma alteração em termos de qualificação 
profissional. Logo, as relações entre a sociedade e o espaço também mudam, pois o que 
norteava as sociedades anteriores não é mais possível para uma sociedade agora também 
caracterizada pela condição informacional. 
 
 1.1.2 A aplicação das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino 
contemporâneo 
 
A capacidade no desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias no contexto da 
globalização é algo inquestionável. Nesse sentido, em pouco tempo uma determinada 
tecnologia acaba se tornando ultrapassada, proporcionando uma expressiva mudança na 
relação existente entre as pessoas e o espaço, como também no campo de trabalho, abarcando 
o que Santos; Silveira (2001) chamam de Meio-Técnico-Científico-Informacional
1
. Logo, 
através das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) a aquisição de 
informações passa a fluir de forma rápida, onde até mesmo os lugares mais remotos são 
capazes de se tornar “celebridades” em um piscar de olhos. 
 
 
1
 Santos; Silveira (op.cit., p. 55) explicam que “nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças e 
função de acréscimos técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, 
dos processos econômicos e sociais em curso”. 
21 
 
 
Segundo Ely (2009, p. 151): 
 
Os meios de comunicação possuem um lugar de destaque em nosso cotidiano. 
Coloca as pessoas em contato com acontecimentos mundiais e locais, com 
significativo poder de persuasão e de mudanças de comportamento, podendo 
provocar alterações em nossa cultura, uma vez queesta não é estática, pois incorpora, 
a todo momento, novos hábitos e padrões de consumo ditados pela lógica do 
consumo. 
 
Assim, nasce uma sociedade que necessita se adaptar à realidade informacional. 
Nesse sentido, Bagio, apud Matuda (2008, p. 32), explica que “o mundo da tecnologia 
também se configura como uma forma de inclusão social. A aprendizagem da informática e o 
acesso às novas linguagens de comunicação e informação não só possibilitam oportunidades 
econômicas, de geração de renda, como também representam um capital social”. Porém, 
fazendo-se uso do pensamento desse autor, devemos mencionar que somente uma pequena 
parcela da sociedade mundial possui condições de adquirir tecnologia aprimorada (ponta), 
pois mesmo existindo a facilidade no financiamento de produtos pelas lojas, há a 
caracterização do que podemos chamar de exclusão informacional. 
De acordo com Matuda (op.cit., p.16): 
 
Ao mesmo tempo em que as tecnologias trazem avanço também proporcionam a 
emergência de uma nova forma de exclusão – a Exclusão Digital. Muitas vezes esse 
tipo de exclusão está ligado à exclusão social, com forte vinculo no valor da renda 
familiar. Isso porque o acesso às tecnologias ainda tem um custo muito alto para boa 
parte da população mundial. 
 
No entanto, com o passar do tempo, as NTIC’s começam a ganhar espaço nos mais 
variados seguimentos ligados à pesquisa cientifica e aos setores do comércio e indústria, 
chegando a serem cogitadas como aliadas no processo de ensino e aprendizagem, na forma de 
ferramentas metodológicas. Assim, o uso de tecnologia na educação passa a proporcionar um 
enriquecimento na aquisição de conhecimento pelos alunos, isso por meio de vários 
caminhos, como, por exemplo, através da mídia impressa, da televisão, do computador, da 
internet entre outros. Como explica Morran (2000, p. 13) “[...] aprendemos com cada coisa, 
pessoa ou ideia que vemos, ou ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos, 
compartilhamos e sonhamos [...]”. 
22 
 
A mídia impressa apresenta como ponto positivo a capacidade de instigar e 
proporcionar ao aluno concordar ou nãocom o que está sendo apresentado na mesma. Assim, 
a capacidade no aprimoramento dos mesmos em analisar os acontecimentos mundiais, 
nacionais e locais, de forma crítica, constitui um dos pontos principais da educação. Segundo 
Coccia et al. (2009, p. 172): 
 
O jornal impresso costuma apresentar de modo atual os acontecimentos e informações 
nas mais variadas escalas, pois ao confrontar tais informações às do livro didático, 
os estudantes poderão elaborar suas interpretações diante dos acontecimentos, o que 
auxiliará em suas atuações no mundo contemporâneo. Neste contexto que 
certamente os arranjos espaciais por eles vivenciados passarão a ter significados 
 
No que diz respeito à televisão, devemos elencar que sua associação com outros 
elementos como, por exemplo, o DVD, culminando na apresentação de filmes
2
, permite aos 
alunos relacionar o conteúdo apresentado em sala de aula com a realidade. Aqui, através das 
imagens associadas ao som, os alunos são levados, em muitos momentos, a aprender de uma 
forma totalmente diferente das aulas de caráter tradicional, tendo a linguagem audiovisual 
como um elemento instigador e capaz de chamar a atenção do aluno para o que está sendo 
apresentado. 
Nesse sentido, Morran (2000, p. 39) reforça a nossa ideia, ao destacar que a 
linguagem audiovisual é capaz de: 
 
[...] permitir o desenvolvimento de múltiplas atitudes perceptivas: solicita 
constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação 
primordial do mundo, enquanto a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a 
organização, abstração e a análise lógica. 
 
O computador e a Internet
3
 são instrumentos de valores indiscutíveis no campo 
pedagógico. Assim, a aquisição de informações acerca de um determinado conteúdo torna-se 
fácil, algo que outrora não seria possível (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE 2009). 
Logo, se analisarmos as aplicabilidades do computador em sala de aula, teremos uma série de 
 
2
Pontuschka; Paganelli; Cacete (2009, p.265) explicam que não devemos “esquecer que um filme se compõe de 
múltiplas linguagens integradas na constituição de um todo. É, portanto, uma produção cultural importante para 
a formação do intelecto das pessoas, porque com ele aparecem questões cognitivas, artísticas e afetivas de 
grande significado”. 
3
Araújo (2008, p. 34) explica que “os instrumentos tecnológico-educativos, de natureza virtual, completam a 
simultaneidade do ensino, não necessariamente centrado no principio ativo, aproximando-se de constituir um 
novo verbalismo, associado à imagem, em substituição ao velho verbalismo presente no método tradicional”. 
23 
 
possibilidades de seu uso, como, por exemplo, os programas computacionais, onde recursos 
multimídia
4
, juntos com a animação digital, são auxiliadores na aquisição de conhecimento. 
Assim, o auxílio dessas e de outras tecnologias apresentam-se como elementos 
pedagógicos capazes de auxiliar no desenvolvimento do ensino-aprendizado. No entanto, o 
papel de intervenção do professor na utilização dessas tecnologias é algo imprescindível e 
necessário. Nessa questão, Pontuschka; Paganelli; Cacete (op. cit., p. 263) explicam que: 
 
Outro aspecto problema é que amiúde o aluno imprime material de pesquisa sobre 
algum assunto solicitado pelo professor sem ter lido ou analisado o que foi impresso. 
Portanto, é importante que o professor acompanhe os alunos e os oriente sobre a 
melhor maneira de utilizar as informações, evitando o que vem sendo comum nos 
trabalhos de pesquisa que se utilizam da internet [...] 
 
Outra questão diz respeito à escolha da tecnologia a ser empregada em sala de aula 
pelo professor. Essa escolha vai variar tanto pelo conteúdo, que será ministrado, como 
também pelos objetivos que o professor pretende que seus alunos atinjam. Nesse sentido, 
Carvalho (2008, p. 40) explica que: 
 
[...] cabe ao professor saber integrar as TIC’s com moderação e muita 
responsabilidade, tendo em conta o objetivo a que se propõe com a sua utilização. 
[...]. Deve definir quais competências pretende desenvolver e que métodos 
tecnológicos serão mais eficazes para esse fim. 
 
Assim, há um variado leque de tecnologias que podem ser utilizadas no ensino. 
Contudo, a necessidade de pensar e repensar sobre o uso de tecnologia no âmbito escolar é 
algo de suma importância, já que a educação, como muitos autores afirmam, deve “seguir” essa 
tendência revolucionária que marca a sociedade atual. Partindo desse pressuposto, faz-se 
necessário também a formação do professor para a utilização dessas tecnologias, pois 
compreendemos que elas só agora estão chegando com maior intensidade, o que mostra que 
os mesmos não tiveram a formação adequada nesse campo ocasionando graves problemas 
para sua utilização. 
 
 
 
 
4
Para Vaughan, apud Ramos (2005, p. 50), multimídia é qualquer combinação de texto, arte gráfica, som, 
animação e vídeo transmitida pelo computador. 
24 
 
 1.2 - A inserção e os desafios das NTIC’s no ensino no Brasil 
 
 1.2.1 Um breve histórico da inserção das NTIC’s no ensino brasileiro 
 
O uso de tecnologia na educação brasileira esteve voltado, primeiramente, para o 
ensino à distância. Assim, através do uso do rádio
5
, tinha-se a ideia de promover a criação de 
programas educacionais, e que por desse meio de comunicação poderiam atingir, 
principalmente, as regiões Norte e Nordeste. Regiões nas quais, até então, o nível de 
escolarização se encontrava em um patamar mais baixo do que o das demais regiões 
brasileiras. Logo, a criação de outros programas voltados para os fins educativos começam a 
surgir, para atender à crescente demanda. 
Segundo Altoé; Silva (op.cit., p. 21): 
 
Outro projeto importante transmitido pelo rádio MEC foi o projeto Minerva. De 
1967 a 1974 foi desenvolvido, em caráter experimental, o Sistema Avançado de 
Comunicações Interdisciplinares (Projeto Saci) com a finalidade de usar o satélite 
doméstico, utilizando o rádio e a televisão como meios de transmissões com fins 
educacionais. 
 
Após esse período, há criação da primeira televisão brasileira: a TV TUPI. No 
entanto, a TV Cultura foi a pioneira na criação de programas educativos pela televisão, 
transmitindo o curso “Madureza Ginasial” (ALTOÉ; SILVA, op. cit.). Porém, o objetivo dos 
elaboradores desse curso televisivo era de provar que, por meio da televisão, seria possível de 
transmitir informações importantes e capazes de promover a melhoria na educação brasileira. 
Posteriormente, mais precisamente em 1978, surge o Telecurso 2° grau, 
implementado pela Fundação Roberto Marinho (FRM), que em 1995 ganha uma nova 
roupagem, passando a ser chamado de Telecurso 2000, que tinha "uma proposta de ação 
tendencialmente caracterizada pela instrução, transmissão de conhecimentos, pelas 
informações e pelo treinamento de pessoas para o universo do trabalho" (BARROS, apud 
ALTOÉ; SILVA, op. cit.). 
Já com a introdução da Internet no Brasil, o governo criou vários programas que 
visavam proporcionar a qualificação dos professores e a aparelhamento das escolas, algo que 
 
5
 Segundo Brasil (2010, p. 30), no Brasil, foi pelas mãos do médico e antropólogo Edgard Roquette-Pinto que 
teve início a história da parceria entre rádio e educação. Ele ajudou a fundar, em 1923, a primeira rádio brasileira 
– a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – e já tinha na cabeça a função educativa da nova tecnologia. 
25 
 
até os dias de hoje vem tendendo a acontecer, como é o caso do Programa Nacional de 
Informática na Educação (PROINFO). 
Assim, a inserção da tecnologia na educação brasileira ocorreu por etapas, porém não 
segue uma sequência lógica das mesmas, com programas que foram apenas lançados e não 
desenvolvidos, ocasionandona atualidade a existência de problemas que abrangem os mais 
variados aspectos. Uma realidade caracterizada por contradições, como, por exemplo, a 
existência de alguns lugares onde a tecnologia não se encontra inserida no ambiente escolar, 
mesmo com a existência de programas governamentais voltados para essa questão. 
 
 1.2.2 Os frequentes desafios para a implementação das NTIC’s no sistema 
educacional brasileiro 
 
O uso das NTIC’s na educação não tem como objetivo se tornar um substituto de 
aulas, mas um recurso que, ao se unir à proposta curricular das escolas, possa proporcionar 
aos alunos a capacidade de pensar, investigar e de solucionar problemas, diante dos conteúdos 
apresentados, ou seja, a formação de alunos críticos capazes de compreender o espaço em que 
estão inseridos. Assim, a tecnologia surge como uma colaboradora e não como solução dos 
problemas da educação. 
Segundo Morran (op.cit., p. 12): 
 
Como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas tecnologias nos trarão 
soluções rápidas para o ensino. Sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o 
conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer 
pontes novas entre o presencial e o virtual [...]. Mas se ensinar dependesse só de 
tecnologias já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. Elas são 
importantes, mas não resolvem as questões de fundo. 
 
Porém, não devemos esquecer que para a inserção da tecnologia no ambiente escolar 
deve-se desenvolver primeiramente um projeto técnico-pedagógico, que vai desde a compra 
de equipamentos até o treinamento de professores. Na realidade, isso tudo não é fácil, se 
levarmos em consideração os baixos recursos financeiros e estruturais das escolas, 
principalmente as públicas (FACINCANI, 2011). No entanto, a questão da formação dos 
docentes para com o uso de tecnologia é considerada como um dos grandes desafios, já que 
muitos deles nunca participaram de cursos especializados nessa área, tendo que se 
“confrontar” com alunos que se encontram a uma certa distância de seus “mestres”, no que 
diz respeito ao manuseio da parafernália tecnológica. 
26 
 
No entanto, Gouvêa, apud Facincani (op. cit., p. 4), explica que: 
 
O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se apropriar dessa 
tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma forma que um 
professor que, um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a 
lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de 
comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, 
pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora 
também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em 
janelas que vão se aprofundando às nossas vistas [...]. 
 
Miranda (2007) questiona que não existe só uma razão para a não adoção da 
tecnologia nas escolas, mas várias. Assim, essa autora elenca, dentre as principais: a falta de 
proeminência existente na maioria dos professores em relação ao uso das tecnologias, e a 
questão da inovação tecnológica exigir dos mesmos uma maior reflexão e de modificação em 
suas concepções e práticas de ensino, o que grande parte não está disponível a fazer. Outros 
pontos que a autora não suscitou, mas que são bastante importantes e que condizem com a 
realidade dos profissionais da educação, é a baixa renumeração e a excessiva carga horária, 
que constituem em um dos porquês para a não preocupação em inserir a tecnologia na 
educação, mas também com a qualidade do ensino oferecido a seu alunos. 
A necessidade da mudança é cada vez mais premente. Dessa forma, de acordo com 
Dowbor, apud Garcia (2005, p. 3): 
 
O universo de conhecimento está sendo revolucionado tão profundamente que 
ninguém vai se quer perguntar a educação se ela quer atualizar-se. A mudança é hoje 
uma questão de sobrevivência e a contestação não virá de “autoridades”, e sim do 
crescente e insustentável “saco cheio” dos alunos, que diariamente comparam os 
excelentes filmes e reportagens científicas que surgem na televisão e nos jornais 
com as mofadas apostilas e repetitivas lições na escola. 
 
A falta de infraestrutura nas escolas é outro desafio para a implantação de tecnologia 
no ensino. Não devemos deixar de mencionar que vários programas governamentais surgiram 
com intuito de favorecer a criação e o aparelhamento de salas de informática nas escolas 
públicas como, por exemplo, o Programa Nacional de Informática na Educação Integrado 
(PROINFO Integrado) 
6
, tendo como um de seus objetivos proporcionar a “alfabetização 
digital” dos alunos. 
 
6 Brasil (op.cit) explica que o Proinfo Integrado, além de fornecer infraestrutura para a escola, também oferece 
cursos de capacitação para os professores e conteúdos digitais para incrementar as aulas. 
27 
 
No entanto, os programas ficam a desejar em muitos pontos, já que os mesmos não 
conseguem alcançar, ao “pé da letra”, os seus objetivos, ou seja, mesmo havendo a criação 
desses programas, ainda existem escolas que se quer possuem computadores conectados à 
internet, e, em outros casos, há salas de informáticas aparelhadas, mas não possuem 
professores especializados na área tecnológica. Vlander; Silva, apud Gomes (2008, p. 15), 
explicam que é: 
 
[...] importante, também, que toda escola tenha, no início do processo, uma pessoa 
responsável pela informática educativa que atue junto aos professores estimulando-
os a novas práticas, auxiliando-os no planejamento e no processo de criação de 
softwares na sua área de atuação, para utilização no laboratório de informática e 
dando-lhes, também, suporte nas aulas com recursos multimídia. 
 
 
Contudo, podemos perceber que existem vários desafios para que de fato haja a 
introdução da tecnologia no ensino. Porém, a superação desses problemas que foram 
mencionados, assim como os demais que não foram aqui elencados, torna-se algo necessário. 
Nesse sentido, precisa-se pensar e analisar a real situação da educação brasileira, para que se 
proponha a criação de políticas que não sejam caracterizadas pelo distanciamento entre as 
propostas apresentadas e o acontecido, favorecendo aos alunos uma educação que contemple 
a realidade vivida pela sociedade contemporânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
2 O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA (CARTOGRAFIA) 
 
 2.1 A evolução na confecção de mapas 
 
A linguagem cartográfica constitui um elemento essencial no ensino da Geografia. 
Sobre esta questão vários autores, como Lessan (2009); Fonseca; Oliva (2005), Almeida 
(2008); Simielli (2009) elencam a importância dos elementos cartográficos na representação 
do espaço. 
Assim, o mapa como um produto cartográfico sempre foi um elemento utilizado no 
ensino, onde o desenvolvimento na sua construção, a partir da evolução das tecnologias, 
possibilitou o enriquecimento dos mesmos, facilitando a leitura e a interpretação do espaço 
nele representado. Nesse sentido, é importante elencarmos a evolução sofrida pelos mapas, 
sob uma perspectiva histórica, associando à mesma a criação de softwares capazes de auxiliar 
na apresentação de informações, instrumentos capazes de elevar a qualidade do ensino e 
aprendizagem da Geografia. 
“A cartografia é a arte de conceber, de levantar, de redigir e de divulgar mapas” 
(JOLY 2007, p.7). Sua função vai além de apresentar informações para análise e interpretação 
da realidade espacial, mas também interfere nesta, por meio do planejamento de ações. Assim, 
a cartografia está inserida em um processo evolutivo, tendo um considerável e expressivo 
desenvolvimento com o passar dos tempos. 
Os primeiros registros cartográficos datam da pré-história, sendo de origem 
babilônica o mais antigo mapa conhecido pelahumanidade. O mapa está inscrito num tablete 
de argila cozida, contendo a representação de duas cadeias montanhosas com um rio 
entremeando-as (provavelmente o Eufrates). Assim, o ato de criar mapas surgiu anteriormente 
à escrita, sendo eles uma das mais antigas comunicações gráficas (OLIVEIRA, 1993). 
Segundo Joly (op. cit., p. 31): 
 
Os homens sempre procuraram conservar a memória dos lugares e dos caminhos 
úteis às suas ocupações. Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila, 
madeira ou metal, ou a desenhá-los nos tecidos, nos papiros e nos pergaminhos. 
Assim, apareceram no Egito, na Assíria, na Fenícia e na China os primeiro esboços 
cartográficos. 
 
Na Idade Média, por questões religiosas, ocorreu uma relativa estagnação do 
conhecimento cartográfico. Nessa época, os mapas eram confeccionados de acordo com a 
29 
 
concepção religiosa, assim a representação do mundo, não podia fugir das ideias propostas e 
defendidas pela igreja. No entanto, no fim da Idade Média, a cartografia tem um considerado 
desenvolvimento, passando a fazer uso das coordenadas geográficas, proporcionando uma 
evolução e um aprimoramento na confecção de mapas da época e um aperfeiçoamento destes, 
através das cartas de navegar (OLIVEIRA, 1993). 
Lunkes; Martins (2012, p. 5) afirmam que: 
 
[...] durante a Idade Média, os conhecimentos geográficos e cartográficos foram 
abandonados, pois eram tidos como não verdadeiros, pois discordavam da visão de 
mundo de quem detinha o poder (a Igreja Católica), no entanto, a partir do século 
XII, devido à necessidade de registrar e localizar as rotas marítimas, bem como 
terras descobertas, a Geografia e as questões cartográficas voltaram a ser discutidas. 
 
Na Idade Moderna, os mapas ganham mais importância, isso devido à reabertura do 
comércio do Mar Mediterrâneo. No entanto, o momento determinante da cartografia, nesse 
período, se deu em 1559, onde o belga Gerhard Kremes, conhecido como Mercator, construiu 
a famosa projeção que conserva o seu nome. A referida projeção retratava a Terra na forma de 
um cilindro, sendo bastante utilizada por ser a única em que as direções podiam ser traçadas 
em linha reta. Assim, ela consistiu em uma das influenciadoras da cartografia seguinte. 
Na atualidade, mais precisamente nas últimas décadas do século XX e no inicio do 
século XXI, as técnicas cartográficas foram marcadas por um expressivo desenvolvimento 
tecnológico, o que proporcionou, e vem proporcionando ainda, uma melhor elaboração e 
confecção de mapas, além da construção de hardwares e softwares. Assim, os softwares 
propiciam o processamento de informações contidas em imagens captadas por satélites, onde 
a prospecção de mapas pelo mundo tornou-se algo possível, através de uma simples pesquisa 
virtual. 
Para Canto (2009, p. 28): 
 
Os mapas que encontramos hoje nos meios digitais são de uma diversidade muito 
grande, tanto nos seus conteúdos, como nos formatos. Isso se deve à própria 
evolução das tecnologias desenvolvidas com a Internet e os computadores. No início 
do surgimento da Internet, por exemplo, os mapas que começaram a circular na rede 
ainda eram muito parecidos com aqueles que encontrávamos em livros didáticos e 
atlas escolares. 
 
Assim, o desenvolvimento ocorrido mais precisamente na área da informática, fez 
com que todas as etapas na confecção de um mapa sejam realizados por intermédio do 
computador. Logo, por meio dessa revolução tecnológica, impulsiona-se o surgimento de 
30 
 
sistemas computacionais, conhecidos nos dia de hoje como Sistemas de Informações 
Geográficas (SIGs) (FITZ, 2008). 
Sobre esta questão Fitz (op. cit., p. 99) explica que: 
 
O surgimento dos sistemas COMPUTER AIDED DESIGN (CAD) ou COMPUTER 
AIDED DESIGN AND DRAFTING (CADD), em português, PROJETOS 
ASSISTIDOS POR COMPUTADOR, que utilizam programas de confecção de 
desenhos em meio digital, alavancou essas transformações. Essa tecnologia originou 
a chamada CARTOGRAFIA ASSISTIDA POR COMPUTADOR – COMPUTER 
ASSISTED / AIDED CARTOGRAPHY (CAC) – ou MAPEAMENTO ASSISTIDO 
POR COMPUTADOR – COMPUTER ASSISTED MAPPING (CAM) -, que se 
baseiam no uso da computação (hardware e software) para a geração de mapas. 
 
Através dessas questões tecnológicas, os mapas passaram a possuir elementos que 
favorecem as pessoas no sentido de que possuam uma melhor compreensão do espaço 
representado nesse documento, como, por exemplo, a associação de multimídias
7
, onde a 
ideia de mapa estático e não interagível passa a constituir algo ultrapassado. Sobre esta 
questão Moreira; Ulhôa (2009, p. 73) afirmam que o “uso de recursos de multimídia tem 
favorecido o ‘diálogo’ entre o leitor e o mapa, uma vez que torna possível selecionar as 
informações de acordo com seus interesses e necessidades”. 
Assim, os produtos cartográficos aprimorados por meio dos avanços tecnológicos 
passam a ser questionados como um enriquecedor de informações no ensino de Geografia, 
como, por exemplo, os mapas digitais, nos quais constam muitos elementos (como citados 
anteriormente) a mais do que naqueles disponíveis na forma de simples mapas estáticos, que, 
muitas vezes, já se encontram desatualizados, mas que ainda constam em muitas escolas. No 
entanto, desde já não temos o objetivo de menosprezar os mapas impressos, mas de considerar 
que existem tecnologias capazes de chamar a atenção e assim favorecer uma maior 
participação dos alunos, algo que nos dias de hoje é difícil não só de fazer parte da realidade 
do ensino da Geografia, mas de vários outros campos disciplinares. 
Segundo Ramos (op. cit., p. 54): 
 
Por meio da estruturação de um banco de dados geográficos, que pode incluir não só 
dados alfanuméricos, como também animações, fotos, áudio, vídeos, links para 
endereços da internet, acesso a e-mails e outras informações relevantes, associado a 
uma base cartográfica, podem-se elaborar atlas que contenham mapas que não sejam 
apenas animações pictóricas da realidade, mas instrumentos de pesquisa, fornecendo 
ao leitor acesso a um produto cartográfico interativo. 
 
7
 Canto (op. cit., p.29) explica que apesar de o conceito de multimídia focar especialmente a combinação de 
diferentes mídias num mesmo suporte, o conjunto de projetos cartográficos que não só utiliza várias linguagens 
para representar as informações geográficas, mas também permite que essas sejam acessadas através de links de 
acordo com o interesse do usuário, ficou conhecido pelo nome de Cartografia Multimídia. 
31 
 
A capacidade de a tecnologia auxiliar na superação das dificuldades dos alunos, no 
que diz respeito às questões cartográficas, torna-se possível. Porém, devemos destacar que 
muitas pesquisas comprovam que, de modo geral, a população brasileira não possui 
conhecimentos cartográficos satisfatórios, implicando em situações constrangedoras, quando, 
já na fase adulta, demonstram não saber se localizar a partir de um mapa rodoviário 
(OLIVEIRA; WANKLER 2008). 
Dessa forma, percebe-se a necessidade de uma maior preocupação em relação a essas 
dificuldades. Pois, em sua maioria, elas são oriundas das séries iniciais da educação básica, 
onde o processo de alfabetização cartográfica, muitas vezes, não ocorre de forma objetiva, ou 
seja, capaz de promover uma aprendizagem dos elementos necessários para a leitura e 
interpretação de mapa. 
 
 2.2 O desenvolvimento de softwares educacionais: o caso do Google Earth 
 
Os softwares consistem em programas computacionais, ou seja, um “subsistema de 
um sistema computacional” (RESENDE 2005, p. 1), que surgiram e que foram ampliados 
através da evolução tecnológica. Assim, a sua inserção na sociedade começa a ocorrer com o 
tempo, sendo, nos dias de hoje, úteis nas mais variadas áreas, como: na arquitetura, economia 
e também na educação. No entanto, a produção de softwares deve ser realizada de formacuidadosa, seguindo um ciclo de vida, que vai desde o seu planejamento até a sua manutenção. 
Segundo Tonsig, apud Gomes (2008, p. 23): 
 
Os fundamentos científicos para a engenharia de software envolvem o uso de 
modelos abstratos e precisos que permitem ao engenheiro especificar, projetar, 
implementar e manter sistemas de software, avaliando e garantindo suas qualidades. 
Além disso, a engenharia de software deve oferecer mecanismos para se planejar e 
gerenciar o processo de desenvolvimento. 
 
Assim, dentre os diversos tipos de softwares, destacam-se os softwares educacionais. 
Segundo Tajra (2001), os softwares educacionais são programas voltados especificamente 
para a educação, ou até mesmo qualquer programa que não tendo sido desenvolvido para fins 
educativos possa ser útil na aquisição de conhecimentos, facilitando o alcance dos objetivos 
educacionais. 
32 
 
Todavia, é importante mencionarmos que, inicialmente, a inserção de softwares 
educativos na educação brasileira constituiu um problema, pois até então existia essa 
tecnologia no país, mas não voltada para as questões educacionais, havendo a necessidade de 
buscar em outros países que já se encontravam à frente em relação à construção dos mesmos. 
Assim, com a crescente necessidade dessa tecnologia no mercado, isso passou a interessar a 
várias empresas do ramo informacional, que consideravam fácil a construção desse tipo de 
programa (GEBRAN, 2009). 
No entanto, a construção desses programas requer um nível técnico considerável, 
como também a necessidade de um apoio pedagógico, algo que até esse período as empresas 
não estavam aptas a oferecer. Assim, diversos softwares foram produzidos, mas no momento 
em que chegavam para serem analisados por especialistas da educação eram rejeitados, pois 
não atingiam o mínimo dos elementos pedagógicos exigidos. Contudo, através da evolução no 
campo da informática, essas dificuldades começaram a serem superadas, havendo nos dias de 
hoje a existência de vários programas que, dependendo do conteúdo e dos objetivos propostos 
pelo professor, podem ser utilizados como recursos na obtenção e enriquecimento de 
informações. 
No entanto, os softwares educacionais devem possuir certas características e 
elementos que permitam auxiliar de fato o ensino e a aprendizagem. Sob esta questão ,Passini, 
apud Gomes (op.cit. p. 32) explica que: 
 
As características metodológicas desejáveis em um software é semelhante [sic] ao 
requerido em materiais impressos: motivar a investigação, não conter todas as 
informações, permitir mais de uma leitura (diferentes perspectivas) de um fato ou de 
uma representação, permitir interação entre usuário e o programa para atualização, 
colocação de opinião, mudança de classificação, mudança de soluções gráficas. 
 
Em termos de classificação dos softwares educacionais existem vários autores que 
apresentam ideias acerca dos mesmos. Dentre tantas classificações, nos deteremos naquela 
elaborada por Seabra, apud Behrens (2006, p. 97), que classifica os programas educacionais, 
de acordo com os objetivos pedagógicos, em: exercitação, programas tutoriais, aplicativos, 
programas de autoria, jogos e simulações. 
O primeiro programa indicado na classificação em questão diz respeito à 
exercitação. Os programas pertinentes a essa classificação caracterizam-se pela busca de 
proporcionar o treinamento de habilidades, podendo ser considerados como o lado mais pobre 
33 
 
do ensino programado. Porém, quando são bem elaborados e usados de forma adequada 
podem ser uma importante fonte de treinamento. Como exemplo dessa classificação podemos 
situar o ABC- Blocks, utilizado na disciplina de português. 
O segundo elemento da classificação são os programas tutorias, que transmitem as 
informações de forma organizada, como se fosse um livro animado, um vídeo ou um 
professor eletrônico. No entanto, são pouco interativos. Como exemplo dessa classificação de 
software, podemos citar a introdução ao Micro do SENAC. 
O terceiro elemento são os aplicativos, que condizem com programas voltados para 
funções especificas, mas que, embora não tenham sido criados para fins educativos, podem 
ser perfeitamente utilizados nos projetos dos alunos. É o caso do Microsoft Word. 
O quarto elemento são os “programas de autoria”, onde a possibilita-se a capacidade 
dos professores e alunos em criar seus protótipos de programas, mas sem que haja a 
necessidade de um conhecimento profundo acerca de programação. Assim, a capacidade no 
desenvolvimento de apresentações midiáticas associadas a textos, gráficos, sons e animações 
é possível. Dentre esses programas, podemos citar o Toolbook ou o Visual Basic. 
O quinto elemento diz respeito aos jogos, que são programas construídos para fins de 
lazer. Logo, pode vir a favorecer o seu uso como recurso educacional, desde que haja a 
intervenção do professor, na forma de um proponente de atividades. Os softwares das 
séries Whereis Carmen Sandiego e Sim City são exemplos dessa classificação. 
E, por fim, o sexto elemento da classificação são os programas de simulações, que 
possibilitam ao usuário interagir com situações complexas e de risco produzidas em sala de 
aula, permitindo, por exemplo, a realização de procedimentos com experiências químicas, 
como aquelas relacionadas à balística. Um exemplo desse tipo de software são os simuladores 
de voo. 
Assim, por meio dessa classificação, percebe-se a existência de uma grande 
variedade de softwares educacionais. Dessa forma, no meio destes encontra-se o Google 
Earth
8
. Um programa caracterizado pela sua riqueza de detalhes, tendo o seu uso para fins 
educativos crescido nos últimos anos, como é o caso no ensino de Geografia. 
Segundo Facincani (op. cit., p. 19), o Google Earth: 
 
8
 Segundo Andrade; Medina (2007, p. 3) o Google Earth “anteriormente conhecido como Earth Viewer, [...] foi 
desenvolvido pela empresa Keyhole, Inc., uma companhia que a Google adquiriu em 2004. O nome do produto 
foi alterado para Google Earth em 2005 e têm-se tornado uma febre desde seu lançamento. O programa permite 
navegar por imagens de satélite de todo o planeta, girar uma imagem, marcar e salvar locais, medir distâncias 
entre dois pontos e ter uma visão tridimensional de uma determinada localidade”. 
34 
 
 
[...] é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa norte-
americana Google, cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo 
terrestre, construído a partir de um mosaico de imagens de satélite obtidas de fontes 
diversas. 
 
Nesse sentido, o Google Earth pode ser utilizado como um elemento gerador de 
mapas, assim como um simulador de paisagens, onde os elementos constituintes do mesmo 
são capazes de auxiliar na exposição de vários conteúdos geográficos. Logo, as associações 
das imagens com a intermediação do professor podem promover a capacidade dos alunos de 
comparar, analisar e tirar conclusões sobre os fenômenos que eles estão estudando. O que 
permite que os conteúdos geográficos sejam ministrados de forma mais dinâmica, 
possibilitando a aplicação de conceitos, algo que constitui um problema nas séries iniciais 
(principalmente, no terceiro ciclo do ensino fundamental). 
Como explica Thimmig (2012, p.5): 
 
A simples identificação dos locais, com a visualização dos edifícios e das casas, dos 
parques e estádios, das praças e avenidas, permite uma maior memorização dos 
locais. Dessa forma, o discente passará a memorizar novos fatos e relações, ao invés 
de simplesmente memorizar nomes de locais geográficos. 
 
Assim, o Google Earth pode ser útil na representação da realidade dos locais, algo 
que é dificilmente abordado pelos livros didáticos, promovendo a interatividade e um maior 
enriquecimento de informações, já que ele possibilita ao aluno ter informações de locais 
relacionados à sua vidacotidiana, assim como também aqueles que não fazem parte das suas 
experiências diretas. 
Como explica Canto (op.cit., 32): 
 
[...] o Google Earth também traz mais informações complementares sobre os 
lugares. A partir de um enorme banco de dados, atualizado periodicamente e 
acessado através da seleção de camadas, muitos autores defendem que este 
aplicativo é um grande Atlas virtual do mundo. 
 
A expressividade de um recurso como esse, de acordo com Saussen; Machado, apud 
Sarante; Silva (2008, p. 5 e 6) está no fato de que: 
 
[...] o uso de imagens de satélite no estudo da geografia em sala de aula contribui 
para uma didática mais significativa na educação escolar, porque esse recurso 
promove a realização de aulas mais diversificadas e atrativas, nas quais o aluno 
poderá se sentir mais motivado, pois é possível estudar o espaço geográfico da 
própria região com imagens de satélite que permitem identificar o uso e cobertura do 
solo, o desenho urbano, os impactos ambientais, entre outros aspectos e, a partir 
35 
 
disso, propor possíveis soluções, dando ao aluno maior compreensão dos processos 
atuantes na sociedade em que vive. 
 
 
Na verdade, os professores de geografia possuem valiosos instrumentos tecnológicos 
nas “mãos”, “mas a metade dos professores só usa o manual para preparar e tornar dinâmica 
as suas aulas” (FOUCHER, 1989, p. 16), pois recai-se novamente no que foi mencionado na 
seção anterior, os obstáculos relacionados ao uso de tecnologias na educação, que ainda 
marcam um ambiente de muita carência no ensino. 
De nada vai adiantar ter nas mãos tecnologias como, por exemplo, o Google Earth, 
que podem promover uma melhor aprendizagem dos alunos, se os problemas relacionados ao 
domínio de manuseio por parte dos professores, a falta de infraestrutura nas escolas não sejam 
superados. Assim, a falta de compromisso dos professores, como também a superação da 
precariedade na implantação de programas governamentais que de fato propiciem subsídios 
para que haja mudança na realidade educacional, tudo isso implica decisivamente na 
qualidade do ensino oferecido, tendo, no final de tudo, como maior prejudicado a figura do 
educando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3 A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH COMO FERRAMENTA 
METODOLÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS AULAS 
DE GEOGRAFIA: EXPERIÊNCIA COM OS ALUNOS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL DO CEFTI - PROFESSOR MILTON AGUIAR 
 
Na sociedade atual, percebe-se constantemente o uso de tecnologias nas mais 
variadas situações do dia a dia. Assim, as crianças e os adolescentes encontram-se cada vez 
mais cedo ligados ao uso do computador, uma ferramenta que acaba por constituir um 
elemento capaz de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando um maior 
enriquecimento na transmissão de informações. Desse modo, ferramentas interativas são uma 
aliadas capazes de propiciar uma aprendizagem de fato expressiva. 
Dentre essas ferramentas encontra-se o Google Earth, um programa que permite 
visualizar os mais variados ambientes da Terra. Assim, suas imagens em 3D permitem que os 
conteúdos de Geografia sejam ministrados através da visualização da representação do real, 
tendo como características de cunho importantíssimo a sua riqueza de detalhes e a 
interatividade. Nesse contexto, o manuseio dos alunos associado à explicação do professor é 
considerado por muitos alunos algo inovador. 
Segundo Palmeira; Tenório; Lopes (2010, p. 6) 
 
O ambiente científico está sujeito a constantes transformações provocadas 
principalmente pela introdução de TICs, mudando também os recursos e formas de 
produção científica em vista do aparecimento de formatos documentários variados, 
fruto de digitalização em meios eletrônicos. Além disso, os processos de busca e uso 
da informação encontram na virtualidade maior propensão à recuperação da 
informação rápida e efetiva, principalmente na intercomunicação entre os pares, 
como por exemplo, através do correio eletrônico (e-mail), listas de discussão, 
boletins eletrônicos, vídeo-conferências, entre outros. 
 
No entanto, para que o Google Earth, como também várias outras tecnologias, 
possam de fato ser utilizados são necessários laboratórios de informática equipados e com um 
profissional da área, que auxilie os professores e os alunos na operação das máquinas. Nesse 
sentido, outro ponto que deve ser mencionado é o apoio e a capacitação dos professores, que 
necessitam se atualizar sob o ponto de vista tecnológico. Tal capacitação em muitos 
momentos acaba esbarrando em questões burocráticas, como a implantação de programas de 
inclusão digital, pois ao analisarmos perceberemos que em muitos momentos há um 
distanciamento entre as propostas apresentadas (objetivos) pelos programas e o acontecido. 
 
 
37 
 
 3.1 Percurso Metodológico 
 
Através do presente estudo pretendeu-se analisar a utilização do Google Earth no 
ensino e aprendizagem de Geografia. Assim, a amostra corresponde às turmas do Ensino 
Fundamental, do CEFTI- Professor Milton Aguiar. Logo, empregou-se a técnica da 
documentação direta, fazendo-se uso do questionário (aluno e professor), entrevista e 
depoimentos dos alunos para a coleta de dados que possibilitaram a tabulação e a consequente 
apresentação na forma de gráficos e tabelas. Quadro abaixo. 
 
QUADRO 01: Coleta de Dados – resumo de coletas de dados da pesquisa 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/Junho2013 
Etapas Instrumental Descrição Data de execução 
 
Aplicação de 
questionário para 
os alunos 
Questões com 
perguntas fechadas, 
com algumas 
pedindo comentário. 
Após explicar o 
objetivo da pesquisa, 
pediu-se que os 
alunos 
respondessem. 
 
27 a 31 de maio 
de 2013 
 
Aplicação do 
questionário ao 
professor 
 
Questões com 
perguntas fechadas 
O questionário teve 
como objetivo 
analisar a relação da 
educadora titular das 
turmas a respeito do 
referido tema de 
pesquisa. 
 
 
28 de maio 
de 2013 
Entrevista com o 
vice-diretor 
Gravação em áudio; 
Entrevista com 
questões abertas 
Apuração da 
percepção do vice-
diretor 
 
28 de maio 
de 2013 
Entrevista com a 
coordenação 
pedagógica 
 
Gravação em áudio; 
Entrevista com 
questões abertas 
Concepção da 
coordenação 
pedagógica acerca do 
referido tema de 
pesquisa 
 
 
28 de maio 
de 2013 
38 
 
Aula com a 
mediação do Google 
Earth 
 
Gravação em diário 
de bordo 
Foram realizadas 
algumas aulas com o 
auxilio do Google 
Earth. 
 
3 de junho 
de 2013 
 
Atividade 
Avaliativa 
 
Atividade realizada 
por dissertações 
Atividade com o 
intuito de perceber a 
opinião dos alunos 
após a aula com 
intermediação do 
Google Earth 
 
 
3 de junho 
de 2013 
 
 3.2 Descrições do ambiente de trabalho: aspectos gerais do CEFTI- Professor Milton 
Aguiar 
 
O CEFTI – Professor Milton Aguiar encontra-se localizado na Rua n° 54 – Bairro 
Dirceu Arcoverde II, zona sudeste de Teresina (PI), compreendendo um espaço de 5.271,75 
m
2
 (cinco mil, duzentos e setenta e um metros e setenta e cinco centímetros quadrados), de 
área construída. Composta por alunos de classe média e classe baixa, a escola oferece a 
modalidade de Ensino Fundamental, anos finais, funcionando em regime de tempo integral, 
em uma jornada de 08 horas por dia. 
 
Imagem 01: Fechada do CEFTI – Professor Milton Aguiar 
Fonte: Google Earth 
39 
 
A escola foi fundada em 11 de março de 1981, pelo governador Dr. Lucídio Portela, 
constituindo uma homenagem ao então Professor Milton Aguiar, que prestou relevantes 
serviços à educação piauiense. Assim, a estrutura da escola consta de cerca de 225 alunos 
matriculados e 41 funcionários (14 professores efetivos, 01 diretor titular, 01 diretor adjunto, 
01 coordenadora pedagógica, 01 coordenadora do Programa Mais Educação, 01 secretário 
titular, 01 secretário adjunto, 03 auxiliaresde secretaria). 
Em relação à infraestrutura, apresenta-se dividida em 24 dependências compostas 
por: 01 diretoria, 01 secretaria, 01 coordenação, 08 salas de aula, 01 sala dos professores, 01 
sala de vídeo, 01 sala de leitura, 01 laboratório de informática, 01 sala de teatro e dança, 01 
pátio, 01 quadra de esportes, 01 refeitório, 02 banheiros para os alunos, 02 banheiros para os 
funcionários e 01 depósito para merenda. Dessa maneira, a escola descrita acima constitui o 
recorte espacial para o presente estudo, a partir da qual buscamos responder a seguinte 
problemática: Quais as vantagens e limitações da utilização do Google Earth como 
instrumento de ensino e aprendizagem da Geografia no Ensino Fundamental?. 
 
 3.3 A representatividade para os alunos do uso de tecnologia no processo de ensino e 
aprendizagem em Geografia 
 
A primeira etapa de coleta de dados foi realizada de 27 de maio a 31 de maio de 
2013. A mesma constituiu na aplicação de questionário aos alunos de quatro turmas do 
Ensino Fundamental (6° ao 9° ano “A”), cujas perguntas constam no apêndice A. As 
perguntas trataram dentre outros aspectos, da faixa etária, das ferramentas que mais utilizam 
para se informar, do uso do computador pelo professor de Geografia em sala de aula e do 
conhecimento dos alunos acerca do Google Earth. Assim, através das respostas obtidas 
pudemos analisar e mencionar os resultados acerca da relação entre alunos, NTIC’s e Google 
Earth. 
Em relação à faixa etária em que os alunos encontram-se inseridos, observa-se que 
predomina entre os pesquisados a faixa etária de 11 a 13 anos (69%), em segundo lugar, com 
31%, aparece à faixa etária entre 14 e 16 anos, enquanto a faixa etária de 18 a 20 anos e de 20 
a 25 anos não foi mencionada (dados no gráfico a seguir). 
 Por meio da presente constatação, nota-se que alunos encontram-se de fato entre a 
faixa etária correspondente ao Ensino Fundamental. Nesse sentido, é importante frisarmos que 
40 
 
encontrar alunos na faixa etária correspondente ao seu ano escolar é difícil nas escolas 
públicas, pois os índices de reprovação associados a outros fatores são causas que permeiam 
para a não adequação do ano escolar para com a sua faixa etária correspondente. 
 
Gráfico n° 01: Faixa etária dos alunos do CEFTI – Professor Milton Aguiar 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/2013 
 
 
No que se refere aos meios de comunicação que os alunos costumam utilizar com 
maior frequência para se informar, constatou-se que a televisão e a internet são apontadas 
como as mais utilizadas, com 42% cada, Jornal e Revistas 10% e o Rádio com 6% dos alunos 
pesquisados. Percebe-se que a televisão e a internet vêm ganhando cada vez mais espaço na 
sociedade, enquanto o rádio, jornal e revistas, que são meios de comunicação mais antigos, 
encontram-se cada vez mais em desuso com o passar do tempo. 
 
Gráfico n° 02: Meio de comunicação mais utilizado para se informar 
Fonte: Pesquisa Direta, Maio/2013 
 
69% 
31% 
0% 
11 a 13 anos 
14 a 16 anos 
16 a 18 anos 
18 a 20 anos 
20 a 25 anos 
42% 
6% 10% 
42% 
Televisão 
Rádio 
Jornal e Revistas 
Internet 
41 
 
Sobre os recursos metodológicos utilizados em sala de aula pelo professor, os alunos 
afirmaram que o livro constitui o principal recurso para a promoção do ensino e aprendizagem 
(56%), Mapas e Globos ficaram em segundo lugar com 35%, as NTIC’s vêm logo após com 
20%. 
A respeito do uso da sala de informática, para ensino o de Geografia, os alunos nos 
apresentaram que a mesma era utilizada, mas apenas para o fim da disciplina de informática 
oferecida pela escola. Já a adoção do livro didático como praticamente o único aparato 
metodológico, como os dados nos comprovam, é explicada por Lessan (op.cit) ao alerta da 
necessidade de uma preocupação sobre esta questão, pois muitos professores ficam tão presos 
ao livro que ao invés de adotar o mesmo eles acabam se tornando reféns, onde o ensino e 
aprendizado acabam se baseando numa verdadeira mesmice. 
 
Gráfico n° 03: Recursos metodológicos utilizados pelo professor 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/2013 
 
 
No que se refere à existência de sala de informática na escola, constata-se que todos os 
alunos entrevistados afirmam a sua existência. Já quanto à frequência do seu uso, observou-se 
que 63% dos alunos mencionaram que a sala de informática é utilizada uma vez por semana, 
36% afirmam que somente às vezes é utilizada, enquanto 1% mencionou que a mesma nunca 
é utilizada. No entanto, devemos mencionar que a informática na escola faz parte de sua grade 
curricular, pois se trata de uma escola de tempo integral e que os alunos responderam 
baseados na disciplina em questão e não na de Geografia. As informações acerca desse 
aspecto estão representadas no gráfico abaixo. 
 
 
45% 
35% 
20% 
Livro 
Mapas e Globos 
NTIC's 
42 
 
 
Gráfico n° 04: Frequência do uso da sala de informática 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/2013. 
 
Acerca do uso do computador nas aulas de Geografia, os dados coletados apresentam 
que 78% dos alunos afirmam que o computador não é utilizado, 16% responderam às vezes, 
4% sim e somente 2% responderam que nunca houve o uso do computador na aula de 
Geografia. Percebe-se que mesmo o computador sendo um instrumento de suma importância 
nos dias de hoje, ainda se pode notar a não utilização dessa ferramenta no ensino. Para 
Libâneo (2011, p. 18) a “vida cotidiana, cada vez maior número de pessoas são atingidas 
pelas novas tecnologias, pelos novos hábitos de consumo e indução de novas necessidades. 
Pouco a pouco, a população vai precisando se habituar a digitar teclas, ler mensagens no 
monitor, atender instruções eletrônicas”. Os dados podem ser identificados no gráfico a 
seguir. 
 
Gráfico n° 05: O uso do computador nas aulas de Geografia 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/2013 
36% 
63% 
1% 
Ás vezes 
Uma vez por semana 
Nunca é utilizada 
2% 
43% 
9% 
46% 
Sim 
Não 
Ás vezes 
Nunca utilizou 
43 
 
 
Questionados sobre o estímulo do professor ao uso de outros meios de 
informação por parte dos alunos associado ao livro didático, 59% dos alunos 
responderam que sim, às vezes; 26% afirmam que há um estimulo constante e 15% apontaram 
que não existe qualquer estímulo pelo professor em relação a esse aspecto (Conforme gráfico 
a seguir). 
De acordo com o que foi apresentado, cremos que a melhoria na educação passa com 
certeza pelas mãos dos professores. Não existe ninguém melhor para explicar a realidade 
vivida, aquela que realmente perpassa dentro das salas de aula. Nesse sentido, o estímulo para 
com o aluno sobre o estudo também deve ser visto como uma ”responsabilidade” do 
professor, que se encontra em muitos momentos cansado e insatisfeito, algo presente nos dias 
de hoje. Logo, ao invés de somente estimular ao aluno a procurar uma dentre diversas formas 
de aprender, eles também devem receber um olhar especial. 
 
Gráfico n° 06: O estimulo do professor ao uso de outros meios de informação associados ao livro 
Fonte: Pesquisa direta, Maio/2013 
 
Indagados a respeito da relação da aprendizagem com o uso de ferramentas 
informacionais, os dados indicam que cerca de 72% dos alunos afirmam que o uso de tais 
ferramentas propicia uma melhor aprendizagem, 27% não souberam informar, enquanto a 
minoria, 1%, respondeu que não faz nenhuma diferença o uso de ferramentas informacionais 
no seu aprendizado (verificar gráfico a seguir). 
Essa questão deve ser vista de forma especial, já que como apresentamos no primeiro 
capitulo da presente pesquisa, não é apenas com o uso de tecnologia que haverá um melhor 
59% 
15% 
26% 
Sim, ás vezes 
Sim, constantemente 
Não 
44 
 
ensino e uma melhor aprendizagem. Nesse sentido, o com uso de tecnologia não significa o 
fim do tradicionalismo. Cysneiros (1999, p. 18) explica que 
 
A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons softwares, não

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