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O MAPA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DA GEOGRAFIA

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0 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CAMPUS CLÓVIS MOURA 
COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA 
LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MAPA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DA 
GEOGRAFIA 
 
 MARCUS AURÉLIO PESSOA LOPES 
 
 
 
 
 
TERESINA (PI) 
2009 
 
1 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CAMPUS CLÓVIS MOURA 
COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA 
LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
O MAPA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO 
DA GEOGRAFIA NO 6º ANO DO ENSINO 
FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE 
TERESINA-PI 
 
MARCUS AURÉLIO PESSOA LOPES 
 
 
. 
Monografia apresentada à Universidade Estadual do Piauí – 
UESPI, como um dos pré-requisitos para obtenção do grau 
de Graduando em Licenciatura Plena em Geografia, sob a 
orientação da Profª. Esp. Jucélia Pereira Monteiro. 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA (PI) 
2009 
 
2 
 
 
O MAPA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DA 
GEOGRAFIA 
 
 
 
Marcus Aurélio Pessoa Lopes 
 
 
Aprovada __/__/__ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
__________________________________________ 
 Profº Esp.Jucélia Pereira Monteiro 
Presidente 
 
 
___________________________________________ 
Profºª Msc. Teresinha de Jesus dos Santos Sousa 
Membro 
 
 
____________________________________________ 
 Profº Esp. David Meneses dos Santos e Silva 
Membro 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
A Deus que me proporcionou mais esta 
vitória em minha vida. Aos amigos e 
familiares que apoiaram-me nesta 
caminhada. 
 
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, pela sua mão protetora que me guarda a cada momento de minha 
vida, dando-me sabedoria para discernir entre o certo e o errado, ajudando-me a 
vencer os obstáculos de cada dia. 
 
A Universidade Estadual do Piauí pela contribuição nas sistematização dos 
conhecimentos adquiridos ao longo do curso. 
 
Aos professores do curso de Geografia que colaboram para a realização da 
minha formação acadêmica. 
 
A minha mãe Maria Aulete Rosa Pessoa Lopes pelo seu amor e 
companheirismo incondicional. 
5 
 
 
LISTA DE GRAFICOS 
 
 
 
Gráfico 01: Recursos didáticos mais utilizados. Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008 ................ 29 
Gráfico 02: Disponibilidade de mapas nas escolas.Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008............ 30 
Gráfico 03: Utilização do mapa nas salas de aula. Fonte: pesquisa direta nov/ 2008 ............. 31 
Gráfico 04: Utilização de Mapas e Atlas atualizados. Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008 ....... 32 
Gráfico 05: Contribuição da utilização de mapas para trabalhos com conceitos geográficos. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008 ......................................................................................... 33 
Gráfico 06: A utilização de mapas e a compreensão dos alunos. Fonte: pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 34 
Gráfico 07: Leitura e interpretação de mapas pelos alunos. Fonte: pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 35 
Gráfico 08 : A utilização do mapa e o ensino de geografia. Fonte: pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 36 
Gráfico 09: Relação entre a Geografia Crítica e a utilização de mapas. Fonte: Pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 37 
Gráfico 10: Confecção de mapas mentais durante as aulas. Fonte: pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 38 
Gráfico 11: Frequência da confecção de mapas mentais. Fonte: pesquisa direta, 
nov/2008 .............................................................................................................................. 39 
Gráfico 12: Não utilização do mapa e ideia de aulas de História. Fonte: pesquisa direta, 
nov/ 2008 ............................................................................................................................. 40 
Gráfico 13: O mapa como parte do cotidiano escolar dos alunos. Fonte: pesquisa direta, 
nov/ 2008 ............................................................................................................................. 41 
Gráfico 14: Subutilização do mapa no ensino da Geografia. Fonte: pesquisa direta, 
nov/ 2008 ............................................................................................................................. 43 
Gráfico 15: Conhecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) pelos professores, 
acerca do uso do mapa. Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008 .................................................... 44 
6 
 
 
RESUMO 
 
 
Os mapas têm um grande potencial para trazer mudanças significativas ao processo 
de ensino aprendizagem. Entretanto, vemos que o modelo de ensino tradicional 
ainda prevalece com peso em nossas salas de aula, um modelo que se encontra 
totalmente ultrapassado. O ensino precisa ter uma função estimulante, motivadora, 
que leve a bons resultados e os professores precisam adotar métodos para tal 
objetivo e estarem preparados para os desafios. Esta pesquisa representa uma 
análise acerca de como o mapa vem sendo utilizado nas aulas de geografia das 
escolas da rede pública municipal na Região Sudeste de Teresina-PI. O trabalho 
desenvolvido tem por base pesquisa em livros e artigos que norteiam o assunto. A 
divisão consistiu em dois capítulos que foram proporcionalmente elencadas de forma 
a proporcionar um atendimento harmonioso. O desenvolvimento histórico objeto do 
primeiro capítulo contribuíram para enaltecer a utilização do mapa ao longo dos 
tempos. No último capitulo, faz-se uma análise dos resultados obtidos na pesquisa 
de campo. Essa proposta contribuiu para que se façam algumas reflexões a respeito 
de como o mapa vem sendo utilizado, bem como ressalta a importância desse 
recurso para a construção do conhecimento geográfico. A realização da pesquisa de 
campo ocorreu em nove escolas da rede pública municipal da região Sudeste em 
Teresina-PI, a qual foram entrevistados sete professores de geografia das unidades 
de ensino. Na pesquisa constata-se que os professores reconhecem a importância 
dos mapas como um auxiliar no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, 
mas ao mesmo tempo, afirmam que há alguns problemas a serem enfrentados para 
aplicabilidade destes recursos, que vão desde a falta de habilidade em trabalhar os 
mapas, por parte dos próprios professores até a falta de material atualizado nas 
escolas. 
 
 
Palavras – chave: Mapas. Educação. Geografia. 
 
 
7 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
The maps have a great potential to bring significant changes to the process of 
education learning. However, we see that the model of traditional education still 
prevails with weight in our classrooms, a model that if finds exceeded total. 
Necessary education to have a function stimulant, motivadora, that has taken the 
good results and the professors need to adopt methods such objective and to be 
prepared for the challenges. This research represents an analysis concerning as the 
map comes being used in the lessons of geography of the schools of the municipal 
public net in the Southeastern Region of Teresina-PI. The developed work has for 
base searches in books and articles that guide the subject. The division consisted of 
two chapters that proportionally had been elencadas of form to provide a harmonious 
attendance. The historical development object of the first chapter had contributed to 
enaltecer the use of the map throughout the times. In the last one I capitulate,becomes an analysis of the results gotten in the field research. This proposal 
contributed so that some reflections become regarding as the map comes being 
used, as well as standes out the importance of this resource for the construction of 
the geographic knowledge. The accomplishment of the field research occurred in 
nine schools of the municipal net public of the Southeastern region in Teresina-PI, 
which had been interviewed seven professors of geography of the units of education. 
In research evidences that professors recognize importance of maps as one to assist 
in process of education and learning in Geography, but at the same time, they affirm 
that has some problems to be faced for applicability of these resources, that go since 
the lack of ability in working the maps, on the part of the proper professors until the 
lack of material brought up to date in the schools. 
 
 
 Key-Words: Maps. Education. Geography. 
8 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO 
ABSTRACT 
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09 
1. A IMPORTÂNCIA DO USO DO MAPA NAS AULAS DE GEOGRAFIA ........... 11 
1.1 A CONFIGURAÇÃO DA GEOGRAFIA COMO CAMPO DE CONHECIMENTO E 
SUA TRAJETÓRIA NO BRASIL .............................................................................. 11 
1.2 A GEOGRAFIA E A PRÁTICA DOCENTE ....................................................... 15 
1.3. O MAPA NO CONTEXTO HISTÓRICO .......................................................... 17 
1.4 O MAPA : FERRAMENTA QUE POSSIBILITA CONHECER E REPRESENTAR A 
TERRA ................................................................................................................... 19 
1.4.1 A QUALIDADE DE UM MAPA ....................................................................... 21 
1.4.2 A LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE UM MAPA .......................................... 22 
1.4.3 A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO MAPA .................................... 24 
 
2. DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DO MAPA NAS AULAS DE GEOGRAFIA 
DO 6º ANO DO ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL DE TERESINA-PI ................... 28 
CONCLUSÃO ......................................................................................................... 47 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 50 
ANEXOS .................................................................................................................. 52 
 
 
 
9 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Tendo em vista os estudos sobre o processo de ensino e aprendizagem de 
Geografia, procurou-se desenvolver um trabalho de pesquisa em que promove-se, 
como foco central, a utilização do mapa como recurso didático. 
 
A escolha dessa temática foi motivada durante o curso, no período em que foi 
ministrada a disciplina Projeto Interdisciplinar na Escola, onde um dos requisitos 
para a aprovação seria a confecção de um relatório, após acompanhar algumas 
aulas de Geografia de uma escola da rede estadual de ensino. 
 
No momento em que as aulas foram sendo acompanhadas, foi possível 
perceber que o mapa utilizado pelo professor estava em péssimas condições de uso 
e que sua visualização era um tanto quanto irrelevante. Aliado a esse episódio, 
ocorreu a oportunidade de serem feitas leituras de algumas das obras de Sousa, no 
V bloco, na disciplina Metodologia do Ensino em Geografia. 
 
Souza salienta que o uso do mapa está diretamente relacionado ao ensino da 
Geografia e é inconcebível ensinar, fazer entender as transformações sócio-
espaciais sem auxílio deste recurso. 
 
Para responder a problematização acerca de como o mapa está sendo 
utilizado e contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem da Geografia, 
foram traçados os seguintes objetivos: questionar o modo como se dá a utilização do 
mapa no ensino da Geografia no 6º ano do Ensino Fundamental, reconhecer a 
valorização do uso do mapa nas aulas de Geografia; despertar o reconhecimento do 
docente diante da importância do uso do mapa para a elaboração de conceitos e 
construção do conhecimento geográfico. 
 
O desenvolvimento deste trabalho foi proporcionado através de 
procedimentos metodológicos, tais como: pesquisa bibliográfica (livros e artigos), 
pesquisa de campo através da aplicação de questionário aos sete professores das 
nove escolas pesquisadas com perguntas fechadas e abertas. 
10 
 
 
Este trabalho teve como universo de pesquisa os docentes da rede municipal 
de ensino da região Sudeste de Teresina (PI). Dos quais foram entrevistados sete 
professores de Geografia do 6º ano do Ensino Fundamental do turno vespertino. 
Vale ressaltar que são nove escolas que ofertam 6º ano do Ensino Fundamental na 
região Sudeste de Teresina-PI e que dentre os sete professores entrevistados, dois 
(2) deles trabalham em mais de uma escola. 
 
Para melhorar a compreensão das idéias, a presente pesquisa divide-se em 
dois capítulos: o primeiro faz uma reflexão da Geografia como campo de 
conhecimento e sua trajetória no Brasil; a Geografia e a prática docente; o mapa no 
contexto histórico; o mapa como uma ferramenta que possibilita conhecer e 
representar a Terra; a qualidade de um mapa; a prática docente e a utilização do 
mapa. O segundo capítulo faz uma análise dos dados coletados nas escolas da rede 
pública municipal da região Sudeste de Teresina-PI. 
 
Assim, com simplicidade e buscando clareza, o trabalho em foco objetiva 
diagnosticar a formar como se dá a utilização do mapa no ensino geográfico, 
considerando os possíveis avanços teóricos metodológicos da ciência geográfica e 
seus reflexos sobre a prática docente. Tendo em vista que muitas vezes a utilização 
do mapa não contribui para a construção de um saber geográfico reflexivo, pois sua 
utilização às vezes se resume em uma simples localização e constatação de dados. 
 
Dessa forma, durante a pesquisa procurou-se relatar e despertar o 
reconhecimento do docente acerca da importância do uso do mapa para a 
elaboração de conceitos e construção do conhecimento geográfico, considerando 
que a utilização do mapa esteve e ainda está presente em vários momentos da 
história. 
 
11 
 
 
1. A IMPORTÂNCIA DO USO DO MAPA NAS AULAS DE GEOGRAFIA 
 
1.1. A configuração da Geografia como campo de conhecimento e sua 
trajetória no Brasil. 
 
Discutir sobre algumas práticas metodológicas da ciência geográfica é 
estimulante e permite encontrar a identidade de uma ciência e as conseqüências de 
sua aplicação e teorias junto à sociedade. 
 
Nesse sentido, ao se fazer uma reflexão a respeito do ensino geográfico, 
constata-se que os diversos entendimentos que atualmente podem ser dados à 
Geografia foram gestados por intensas discussões conceituais em distintos textos, 
que vão desde sua institucionalização como campo do conhecimento. Sendo assim, 
percebe-se que: 
 
os enunciados do pensamento geográfico são elaborados em diversos 
espaços, universidades, escolas e tornam-se discursos escolares no 
momento em que se inscrevem no ensino. Embora muitos desses 
enunciados estejam ausentes no ensino, por não terem conseguido obter 
efeito de verdade, ou seja, não foram autorizados. No entanto, os discursos 
presentes já possibilitam a existência de uma pluralidade de perspectivas 
geográficas (TONINI, 2003, p.14). 
 
Para a compreensão do processo de configuração da Geografia como campo 
de conhecimento é relevante ressaltar algumas considerações sobre os caminhos 
trilhados por essa ciência. Uma das primeiras dificuldades foi reconhecer seu objeto 
de estudo, considerando que: 
 
não é fácil definir nem estabelecer, com precisão, o que é a Geografia; este 
problema, porém é comum às outras ciências sociais, pois não existem 
ciências estanques, com objetivos bem delimitados, mas uma ciência única, 
que para facilitar o estudo de determinadas áreasfoi dividida, um pouco 
arbitrariamente em várias outras, compartimentando-se uma totalidade 
(ANDRADE, 1987, p.11). 
 
Após inúmeras discussões, levando em conta cada momento histórico, 
identifica-se qual seria o objeto de estudo dessa ciência, observando que “os 
significados não existem soltos no mundo, à espera de serem descobertos e 
formalizados linguisticamente”. Por conseguinte, chegou-se à conclusão de que a 
12 
 
 
Geografia é a ciência do espaço. Espaço esse, passivo de transformações, à medida 
que o homem amplia seu domínio sobre ele. 
 
Vale lembrar que antes mesmo do surgimento da escrita, em que o homem 
tirava seu sustento da terra, já se percebiam idéias geográficas. Mas foi na 
Alemanha, com o processo de unificação em meados do século XIX, que se deu o 
reconhecimento da Geografia como campo de conhecimento no sistema escolar. A 
Alemanha alcança um papel bastante relevante nesse contexto, pois foi nesse país 
que emergiram as primeiras cátedras nas Universidades, os primeiros cursos de 
graduação, durante o processo de criação do Estado Nacional. 
 
Não é ponderado, pois, falar em um pensamento geográfico autônomo antes 
da metade do século XIX, graças a contribuição dada pelos mestres alemães 
Alexander Von Humboldt, Karl Ritter e Frederic Ratzel, com o ensino da Geografia 
implantado em universidades européias; é que esta ciência passou a ter um 
desenvolvimento autônomo, formulando princípios que dariam a ela o 
reconhecimento e, dessa forma, a independência frente à História e às Ciências 
Naturais. 
 
Nos anos de 1950 e 1960, começa a aparecer uma nova estrutura teórica, 
que culminou com o uso de técnicas estatísticas e matemáticas para a análise dos 
dados. Aparecem obras de teorização e quantificação. Todavia Santos considera 
que: 
 
Por outro lado, se a geografia “tradicional” se fazia sob a influencia das 
chamadas “escolas nacionais”, a partir dos anos 50 e sobretudo a partir dos 
anos 60, encontramo-nos diante de uma escola metodológica que, tentando 
sobrepor-se ao exclusivismo locais, se manifesta, através de organizações e 
publicações próprias e busca difundir-se por meios de congressos, 
colóquios, intercâmbios de professores etc., cobrindo uma área geográfica 
que desconhecia os limites nacionais (2002, p. 61). 
 
Mercando a superação da Nova Geografia, começam a surgir as tendências: 
a Geografia Humana, Geografia Idealista e a Geografia Radical ou Crítica. 
 
A Geografia Humanista tem suas bases teóricas na Geografia da Percepção. 
Segundo Santos (1926) o fundamento desta abordagem considera que cada 
13 
 
 
indivíduo tem uma maneira específica de perceber o espaço. A tarefa básica do 
geógrafo humanista seria portanto, mostrar como são os espaços e lugares, através 
de uma estrutura coerente, com a valorização da percepção. 
 
Já a Geografia Crítica, Radical, de Relevância Social ou Marxista como é 
chamado, inicia na década de 1960, é uma corrente geográfica preocupada em ser 
crítica e atuante. Interessa-se pela análise dos modos de produção e das formações 
sócio-econômicas. 
 
No que diz respeito à institucionalização no Brasil, foi após a revolução de 
trinta (século XX) que o ensino e a pesquisa de Geografia passaram a ser 
reconhecidos de uma forma mais direta. No entanto, na República Velha já se tinha 
conhecimentos de algumas obras de interesses geográficos, obras essas que de 
certa forma sofreram influência, sobretudo de geógrafos alemães e franceses, porém 
as publicações eram desenvolvidas de um movimento sistematizado. 
 
As considerações feitas a respeito do pensamento e a produção geográfica 
brasileira revelam a necessidade de reconhecer seus próprios métodos e identificar 
o momento em que a Geografia passou a integrar um corpo disciplinar na academia, 
constituindo um ramo específico de pesquisa e do conhecimento científico. Dessa 
maneira, pode-se evidenciar que: 
 
a Geografia pode ser encontrada já num primeiro momento nos discursos 
do Estado do Exército, e mesmo como parte dos currículos escolares. A 
fundação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e a inclusão da Geografia 
como disciplina, foi parte importante de sua trajetória. O professor Delgado 
de Carvalho teve grande importância para garantir à Geografia um espaço 
no campo do saber escolar (PCN’s, 1998, p. 19). 
 
A Geografia passou por uma série de transformações com relação às 
concepções teórico-metodológicas e atualmente ainda percebe-se que no ensino da 
mesma, notadamente entre aquela parcela de docentes que se preocupa com o 
papel da escola e com a renovação de suas lições, vem ganhando consistência a 
ideia de passagem de um ensino tradicional de abordagem descritiva 
compartimentada para um ensino escolar crítico. 
 
14 
 
 
Dessa forma, podemos considerar que: a produção acadêmica em torno da 
concepção de geografia passou por diferentes momentos, gerando 
reflexões distintas acerca dos objetos e métodos de pensar e fazer 
geografia. De certa forma essas reflexões influenciaram e ainda influenciam 
muitas práticas de ensino (PCN’s, 1998, p. 19). 
 
Sem deixar de lado essas transformações que a Ciência e a Geografia 
passaram e vêm passando é necessário antes de tudo que se façam algumas 
reflexões a respeito do comprometimento do ensino geográfico. Sem dúvida alguma, 
podemos comungar com a ideia de que a prática docente tem como um dos seus 
objetivos tornar o mundo explicável e passível de transformações, compreensível 
para os alunos. Cabe lembrar que: 
 
a geografia tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico 
na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por 
meio da leitura do lugar do território, a partir de sua paisagem. Na busca 
dessa abordagem relacional, trabalha com diferentes noções espaciais e 
temporais, bem como os fenômenos sociais, culturais e naturais 
características de cada paisagem, para permitir uma compreensão 
processual e dinâmica de sua constituição, para identificar e relacionar 
aquilo que na paisagem representa as heranças das sucessivas relações no 
tempo entre a sociedade e a natureza em sua interação. 
 (PCN’s, 1998, p. 26). 
 
Todavia, no período de 1950 a 1970, o ensino de Geografia no Brasil foi 
influenciado por Aroldo de Azevedo através da sua produção sobre a Geografia dita 
descritiva ou tradicional, apresentada em suas obras e livros didáticos muito 
utilizados nas escolas na época. 
 
Nos anos 1980, teóricos de orientação marxista influenciam a produção 
geográfica, iniciando a década das transformações nos conteúdos e nas abordagens 
da Geografia. 
 
A Geografia Crítica, no Brasil, apresentou um grande crescimento nos últimos 
vinte anos. Segundo Oliveira (1997), a partir de 1989 esta Geografia começou a 
apresentar seus primeiros sinais de esgotamento diante da realidade em 
transformação, expondo seus limites teórico-metodológicos. 
 
Hoje, a partir dos trabalhos de José W. Vesentini, Douglas Santos, entre 
outros, os livros didáticos passaram a ter uma nova concepção para a qual a 
15 
 
 
Geografia Crítica trouxe algumas contribuições decisivas, tratando os conteúdos de 
forma mais dinâmica e contextualizada. 
 
1.2. A Geografia e a prática docente 
 
As relações da Geografia com a prática docente são íntimas e precisam de 
uma maior atenção, tanto pelos geógrafos como pelos estudiosos da questão 
escolar. E no contexto de uma Geografia de cidadãos críticos, capazes de atuar 
mais conscientemente na sociedade em que vivem, a discussão sobre o que deve 
se ensinar nas aulas de Geografia foi ampliada. Pode-se considerar que: 
 
o conhecimento a ser alcançado no ensino, na perspectiva de uma 
geografia crítica, não se localiza no professor ou na ciência a ser “ensinada” 
ou vulgarizada; e sim no real, no meio onde o aluno e professor estão 
situados e fruto da práxis coletiva dos grupos sociais. Integrar o educando 
no meio significa deixá-lodescobrir que pode tornar-se sujeito da história 
(VESENTINI, 1989, p. 37). 
 
No entanto, o que se evidencia em algumas práticas docentes, é que há uma 
grande distância entre o discurso de uma Geografia renovada e a realidade da 
Geografia que se pratica nas escolas. Inferi-se que: 
 
é necessário refletir criticamente sobre nossa prática enquanto professores, 
prática esta imersa numa sociedade contraditória e por isso permeada de 
conflitos. Não estamos, enquanto professores, numa redoma de vidro, 
isento de contradições, sendo impotente, portanto, momentos como esse, 
onde possamos trocar experiência e compreender melhor a sociedade em 
que vivemos e a nossa prática enquanto cidadãos que, conscientemente ou 
não ajudam a constituir esta sociedade (GONÇALVES, 1987, p. 9). 
 
 
Independente da perspectiva geográfica, o que pode ser observado nas 
escolas é que a maneira mais comum de se ensinar Geografia tem sido pelo 
discurso do professor ou livro didático. Este discurso parte de alguma noção ou 
conceito-chave que, em seguida, é explicado de forma descontextualizada. 
 
Portanto, as abordagens atuais da Geografia almejam que de fato os 
professores busquem práticas de ensino para fazer com que os alunos assimilem 
diferentes aspectos de um mesmo fenômeno em diferentes momentos da 
escolaridade. 
16 
 
 
 
É importante que os professores de Geografia percebam que, evidentemente, 
há certa necessidade e responsabilidade na hora de se combinar objetivos, 
conteúdos, métodos e formas de organização do ensino, objetivando-se a 
assimilação ativa, por parte dos alunos, de conhecimentos, habilidades e hábitos 
associados ao desenvolvimento de suas capacidades. 
 
As pretensas abordagens evidenciam a responsabilidade que o docente 
possui na hora de estimular e contribuir para o processo de ensino e aprendizagem. 
Assim, para Libâneo “a conclusão do processo de ensino requer uma compreensão 
clara e segura do processo de aprendizagem que consiste, como as pessoas 
aprendem quais as condições externas e internas que influenciam” (1994, p.81). 
 
Há vários caminhos a serem trilhados no que diz respeito às discussões que 
permeiam o campo de estudo da esfera geográfica e prática docente, entretanto, é 
bastante relevante fazer algumas considerações a respeito da chamada “escola” 
instituição, a qual está atrelada a certas ideologias e que, de certa forma, acaba 
moldando o ensino e a aprendizagem. Em virtude disso: 
 
Devemos estar atentos para o seguinte: a escola que parece ser uma 
instituição muito natural, como fenômeno social de massa é extremamente 
recente do final do século XIX. Até então as escolas estavam atreladas às 
instituições religiosas, à formação de sacerdotes e passavam um saber 
extremamente exclusivista e elitista. Só com a Revolução Industrial e com o 
advento da sociedade capitalista é que se vai ter a generalização da 
alfabetização. Assim, até o século XIX, a humanidade viveu em sua quase 
totalidade sem saber ler e escrever (GONÇALVES, 1997, p. 11). 
 
 
 Algumas instituições como a escola, são criadas para que a sociedade possa 
se legitimar através dela, contribuindo para que a figura do estado exerça influência 
sobre todos; através, inclusive, de currículos escolares, que há todo um sistema de 
controle para que se ensinem determinados valores e que de fato a escola sirva 
como instrumento de reprodução da sociedade. Segundo, Gonçalves (1987, p. 12), 
“a escola é um aparelho de reprodução da sociedade, ela é, ao mesmo tempo, um 
lugar contraditório de prática social”. Contudo, a escola não está isolada do seu 
contexto social. Consequentemente, essa instituição acaba sofrendo influência das 
angústias e contradições de toda uma sociedade. 
17 
 
 
 
No que diz respeito ao trabalho da educação geográfica na escola, tem como 
um dos objetivos contribuir para que as pessoas, em geral, tenham noção da 
especialidade das coisas, dos fenômenos que elas vivenciam direta ou 
indiretamente. 
 
Cavalcante (2000) salienta que as percepções espaciais são importantes para 
a realização de práticas sociais variadas já que essas práticas são socioespaciais. 
Sem esquecer um dos recursos que pode contribuir para que essas noções 
espaciais sejam percebidas e compreendidas - o mapa, o qual se faz presente em 
algumas escolas. 
 
1.3. O mapa no contexto histórico 
 
Ao se fazer uma historização a respeito desse modelo de comunicação visual 
que é o mapa, nota-se que ele foi e ainda é uma ferramenta bastante útil em vários 
momentos da história, lembrando que: 
 
o mapa já era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus 
deslocamentos e registrar as informações quanto às possibilidades de caça, 
problemas de terreno, matas, rios, etc. Eram mapas topológicos, sem 
preocupação de projeção e de sistema de signos ordenado (ALMEIDA; 
PASSINI, 2001, p. 16). 
 
 Diante de tais considerações, o mapa já era tido como um instrumento que 
propiciava um registro de informações que contribuíam para melhorar a 
sobrevivência humana; num contexto em que as técnicas eram bastante 
rudimentares, os homens utilizavam placas de argilas, madeiras, tecidos e 
pergaminhos para conservar a memória do lugar. Fica evidente que o mapa já era 
um instrumento de comunicação antes mesmo do surgimento da escrita. 
 
Os mapas primitivos mais antigos procuravam representar o espaço 
geográfico que o homem primitivo habitava. O traço das ruas e casas tem 
semelhança com as plantas das cidades modernas. Geralmente esses mapas eram 
usados em lugares sagrados, utilizados em rituais e sem a intenção de serem 
utilizados após o evento, o que dificulta a precisão da origem. 
18 
 
 
 
 A confecção de mapa naquela época não era determinada apenas pelas 
técnicas, os mapas expressavam ideias sobre o mundo criado por diversas culturas 
diferentes, o que leva a pensar que: 
 
os mapas só podem ser devidamente compreendidos se vistos no contexto 
histórico e cultural em que foram produzidos, o que significa entender 
também os limites técnicos e cada época evitando o equívoco de confundir 
essas limitações com intenções políticas (ALMEIDA, 2003, p. 13). 
 
 Voltando-se ao século IV a.C, seria possível encontrar uma Grécia que já 
admitia a esfericidade da Terra. E considerando que o uso do mapa sempre foi 
associado à ciência geográfica até mesmo antes de sua sistematização, Ptolomeu 
criou o mapa-múndi em sua obra Geografia, que foi considerado o mapa mais 
completo da antiguidade. 
 
Diante dos ensinamentos gregos, Ptolomeu estabeleceu uma síntese de toda 
a cosmografia de Geografia e corografia e posteriormente concebe a Terra como 
imóvel e centro do universo, ou seja, um sistema geocêntrico. Para Almeida: 
 
o mapa-múndi mais complexo da antiguidade foi feito por Ptolomeu. Em sua 
obra Geografia, composta por oito volumes, ele tratou das técnicas de 
construção de projeção e dos globos construiu um planisfério e 26 mapas 
mais detalhados (2003, p. 14). 
 
Sabe-se que no período da Idade Média ocorreu um retrocesso, por conta dos 
dogmas criados pela igreja, onde já não se admitia a esfericidade da Terra. E nesse 
contexto emergiram os mapas “T” e “O” que eram dominados pelo imaginário 
sobrenatural religioso, e não tinham nenhum compromisso com a representação da 
realidade. 
 
Em meados do século XVI os mapas procuravam representar fenômenos 
particulares com objetivos essencialmente prático. Eram os mapas hidrográficos, das 
florestas, das rotas marítimas, dos limites políticos e aqueles administrativos. Nesse 
sentido os europeus impulsionados pela exploração de novas terras, procuravam 
confeccionar mapas, onde os mesmos tinham uma idéia mais aproximada de como 
é a superfície terrestre. 
19 
 
 
Até o término da Primeira Guerra Mundial, a confecção dos mapas variou 
muito nos seus princípios, em relação ao que fora no século XVII. E atualmente esse 
recurso dispõe de um verdadeiroaparato tecnológico ao seu dispor, tais como: 
sensoriamento remoto, Sistemas de Posicionamento Global (GPS) e os satélites, 
etc., os quais possibilitam uma observação e registros à distância das características 
de determinado espaço geográfico. E, diferentemente dos mapas confeccionados no 
período da Idade Média, seu objetivo atual é representar o espaço geográfico com 
um total compromisso com a realidade. Com relação a isso, Almeida considera que 
“o uso de imagens de satélite, GPS e avanço de sistema de informação possibilitam 
produzir mapas com alta precisão” (2003, p. 16). 
 
1.4. O mapa: ferramenta que possibilita conhecer e representar a Terra 
 
A história da humanidade sempre foi marcada pela inquietude humana, no 
que diz respeito ao descobrimento e desbravamento a propósito da superfície 
terrestre, onde os homens sempre procuraram conservar a memória dos lugares e 
dos caminhos úteis às suas ocupações. No início, a imaginação supria a falta de 
informação, mas com o passar do tempo e a evolução das técnicas foi possível 
precisar a imagem global da Terra à medida que foi sendo descoberta. 
 
Os mapas foram sendo diversificados, especializados e simplificados, porém, 
eles ainda continuam conservando seu valor documental e sendo uma ferramenta 
que possibilita conhecer e representar a Terra. Foi nesse contexto de diversificação 
que surgiram os mapas de base que, de uma maneira ou de outra, deram um 
suporte para a confecção de outros tipos de mapas; nota-se que é no mapa de base 
que se deve encontrar todos os elementos visíveis do espaço topografado, 
possibilitando uma maior confiabilidade para quem vai ler e interpretar um mapa, 
levando em conta a necessidade de um elo de comunicação entre o recurso e quem 
vai se apropriar dele. 
 
E foi nesse contexto de descoberta que surgiram os primeiros mapas 
topográficos. A partir de então, o homem pôde representar o espaço em que ele 
estava inserido de uma forma mais precisa. Em decorrência disso, Joly acredita que 
“os mapas têm por objetivo a representação exata e detalhada da superfície terrestre 
20 
 
 
no que se refere à posição, à forma, às dimensões e a identificação dos acidentes 
do terreno” (1990, p. 54). 
 
 
O mapa topográfico é um recurso imprescindível nas aulas de Geografia, 
porque nele podem ser encontrados todos os elementos visíveis da paisagem, 
contribuindo assim, para que o aluno faça as devidas interpretações contidas em um 
determinado espaço. 
 
Outro recurso que pode contribuir para que alunos e professores possam 
analisar o espaço geográfico são os mapas temáticos, pois os mesmos podem fazer 
referências a diversos temas, ilustrando, assim, alguns fatos. Segundo Joliy (1990), 
o objetivo dos mapas temáticos é o de fornecer informações qualitativas e 
quantitativas, estabelecendo relações entre os mais variados temas. 
 
Essa cartografia temática, portanto, possibilita que o espaço geográfico seja 
percebido através dos objetos materiais visíveis e mensuráveis, dos quais podem 
fazer parte as rochas, montanhas, vales, rios, florestas, campos etc. 
 
Além dos mapas topográficos e temáticos que geralmente podem ser 
identificados nos livros didáticos, tem-se também o globo terrestre que não possui 
muita riqueza de detalhe. Por outro lado, permiti que o aluno tenha uma visão global 
da Terra, e que se façam algumas abstrações dessa visão global da superfície 
terrestre. Tornando possível se trabalhar alguns conceitos-chave da Geografia, 
como os limites de fronteiras, assim como outros conteúdos que ficam a cargo da 
ciência geográfica, dos professores de Geografia e das disciplinas afins. 
 
A utilização do globo em sala de aula possibilita ao professor mostrar fluxos 
espaciais de grandes distâncias para seus alunos. Sem um globo terrestre, o 
professor terá certa dificuldade para trabalhar temas que necessitam de uma 
posição clara de distâncias e posições no planeta, como transportes marítimos e 
aéreos. 
21 
 
 
1.4.1 A qualidade de um mapa 
 
Na confecção dos mapas é preciso ter cuidado e atenção às regras, a fim de 
que o professor não apenas possa se apropriar do recurso, mas também confiar 
nele. Partindo-se da premissa de que a qualidade de um bom mapa é medida por 
sua precisão, pela confiança que este recurso pode conceder no ambiente escolar e 
pela sua eficácia, deve-se observar que: 
 
um mapa é preciso quando a posição dos objetivos e dos lugares 
representados é rigorosamente semelhante a que esses objetos e esses 
lugares na realidade ocupam no terreno. Nessas condições e nos limites do 
sistema de projeção adotado, o mapa oferece ao leitor o máximo de 
garantidas para que nele sejam praticados raciocínios e medições nas 
melhores condições (JOLY, 1990, p. 117). 
 
Para que um mapa alcance uma precisão confiável, é aconselhável que se 
faça um estudo de campo, assim, vai ser possível fazer coleta de dados e 
informações que posteriormente serão transformadas em rede de coordenadas para 
que, à medida que o leitor se deparar com os símbolos, códigos, escalas e legenda 
este possa abstrair as informações de uma forma mais precisa. 
 
Crê-se que esse estudo de campo ganhou e vem ganhando certo auxílio do 
avanço tecnológico, considerando que com o surgimento do Sistema de 
Posicionamento Global e os Satélites ficou bem mais fácil coletar dados de 
determinadas áreas da superfície terrestre. 
 
Outro aspecto relevante está associado à qualidade didática e a legibilidade 
de um mapa. O mapa deve ser uma ferramenta atraente. Quem o confeccionar, 
deve ter a preocupação de transformá-lo em algo expressivo para os mais 
significados aspectos do tema a ser tratado. Joly aponta que é responsabilidade do 
cartógrafo “pesquisar os sinais e os símbolos, as cores e as tramas mais 
apropriadas e que correspondam a um mínimo de convenções que serão lembradas 
numa legenda completa e bem construída” (1990, p.120). 
 
 
22 
 
 
Em suma, a expressão junto com a legibilidade é uma parte importante da 
estética de um mapa. Porque, quando o leitor se depara com essa ferramenta, ele 
não deve ter de resolver um enigma complicado: deve sim se deixar guiar por suas 
próprias expressões visuais e pela própria lógica do sistema de representação. 
 
Com relação à eficácia, um mapa é eficaz quando é perfeitamente adaptado 
ao seu objeto, nesse caso é o ensino de Geografia que está em questão, então, ele 
deve conter todos os dados necessários ao tratamento que vai ser abordado, 
excluindo, dessa forma, qualquer informação supérflua ou fora de propósito. 
 
1.4.2 A leitura e interpretação de um mapa 
 
Fazendo-se um enfoque sobre a teoria da aprendizagem, a leitura e a 
interpretação de mapas, torna-se pertinente que essa temática tenha ganhado maior 
relevância, sobretudo com os trabalhos de Jean Piaget, na área de Psicologia 
Genética. 
 
Os trabalhos de Jean Piaget tiveram uma maior abrangência no Brasil, com 
maior intensidade a partir de meados da década de 1970, quando as propostas 
tecnicistas de ensino já apresentavam suas limitações (SOUZA, 2001, p. 58). 
 
O mapa possui várias funções, mas não podem ser discutidas suas funções e 
contribuições sem antes especificar o seu público alvo. Então, acredita-se que: 
 
pode-se depreender dessa observação, que o mapa, para um geógrafo, 
motorista, guia de turismo, agente publicitário, administrador, advogado, 
economista, professor de Geografia vai ter funções específicas, 
dependendo do tipo de informações que o profissional está procurando, 
analisando ou visando explicitar (SOUZA, 2001, p. 113). 
 
As reflexões feitas no presente trabalho, no tocante ao assunto abordado, diz 
respeito aos alunos e professores do 6º ano do Ensino Fundamental da rede pública 
de ensino. Com base disso, considera-se que o interesse desse público é 
estabelecer certo raciocínio geográfico, visando compreender osconceitos-chave da 
ciência geográfica. Por isso, é necessário considerar que: 
 
23 
 
 
É preciso lembrar, no entanto, que para que isso ocorra faz-se necessária a 
aprendizagem de noções habilidades e conceitos importantes para que a 
leitura do mapa seja profícua e sua utilização ultrapasse, assim, a 
reprodução dos contornos dos mapas políticos, como temos visto ocorrer 
inúmeras vezes (SOUZA, 2001, p. 113). 
 
É recorrente notar no cotidiano das escolas é que é irrisório o número de 
alunos que conseguem manusear essa ferramenta e perceber que através dela seria 
mais fácil identificar as transformações do espaço no âmbito de uma sociedade. 
Comunga-se a idéia de que: 
 
Mesmo que os alunos não tenham consciência de que a informação da qual 
necessitam seria mais facilmente obtida com o uso de mapas, isso não quer 
dizer que não reconhecem como instrumento, pois sua utilidade não se faz 
presente em atividades cotidianas realizadas por eles (SOUZA, 2001, p. 
114). 
 
A leitura e interpretação de um mapa requerem alguns procedimentos, em 
consoante, antes de se fazer qualquer tipo de interpretação utilizando o mapa, o 
leitor deve estar ciente de que ler um mapa não é apenas localizar um elemento 
cartográfico ou qualquer fenômeno, ler mapa significa dominar o sistema semiótico 
da linguagem cartográfica. Assim: 
 
Na verdade, ler um mapa não é apenas localizar seus elementos, cidades, 
rios, florestas, etc. O mapa é um modelo de comunicação codificada para 
representação de um espaço real que é decodificado através de uma 
linguagem cartográfica que se utiliza de três elementos básicos: simbologia, 
projeção e ração de redução (PORTO, 2004, p. 148). 
 
Para que o aluno tenha êxito na hora de abstrair algumas informações de um 
mapa é necessário que ele consiga codificar toda a simbologia e convenções que o 
mapa possui, iniciando pela leitura do título, pois com essa leitura ele vai identificar o 
espaço que está sendo representado. 
 
Com relação à legenda é importante que o aluno faça uma leitura atenta, pois 
a legenda irá propiciar a decodificação, relacionando os significantes (símbolos) e os 
significados (mensagens) dos signos representados. 
 
Outro item que faz parte das convenções de um mapa é a escala, item esse 
bastante pertinente, constatando-se que vai ser por meio desta que o aluno fará o 
24 
 
 
cálculo da distância, permitindo assim, que se faça uma série de confrontações e 
interpretações de acordo com o espaço representado no mapa. 
 
A interpretação é uma fase mais complexa que a leitura do mapa, a 
interpretação é um processo de síntese e exige habilidades e experiência, para 
extrair as idéias complexas deduzidas das observações. A leitura de mapas deve ser 
exercício constante para desenvolver o sentido de observação, descrição, e 
correlação dos elementos por parte do aluno, pois, somente assim, o discente que 
exercita sua leitura de mapas vai alcançar um bom nível de interpretação. 
 
A qualidade e complexidade de uma leitura e interpretação dependem do 
conhecimento sobre o assunto e dos objetivos. Para tanto, a atuação do professor 
em sala de aula vai ser de suma importância, pois vai ser ele quem vai mediar toda a 
situação, contribuindo, assim, para que o aluno se torne um bom leitor e, 
consequentemente, possa fazer as devidas interpretações do tema abordado no 
mapa. 
 
1.4.3 A prática docente e a utilização do mapa 
 
Ao ser feita uma reflexão a respeito da importância do uso do mapa no 
processo de construção do conhecimento geográfico, questiona-se em torno do 
trabalho docente e do ensino de Geografia com o auxílio de mapas, no sentido de 
que a qualidade formativa dos professores é um elemento chave para que se faça 
avançar reflexões diante de como o mapa vem sendo utilizado em sala de aula. 
 
Levando-se em consideração que o objeto de estudo da Geografia é o 
espaço geográfico e que esse espaço pode ser representado através de convenções 
cartográficas, entende-se que os conteúdos da Geografia somente podem ser 
compreendidos e ensinados por meio de metodologias que aproximem os alunos 
das diferentes realidades. A linguagem cartográfica nesse contexto possui um papel 
importantíssimo, considerando que: 
 
a linguagem cartográfica é a nosso ver, uma das que indubitavelmente 
devem ser utilizadas no ensino, pois representa a territorialidade dos 
diferentes fenômenos, razão de ser da própria ciência geográfica. Em outras 
25 
 
 
palavras, é inconcebível ensinar, fazer entender a realidade do ponto de 
vista de mapas bem elaborados (SOUZA, 2001, p. 61). 
 
 Antes de prosseguir com tais reflexões, é preciso atentar para o que se 
entende por mapa, pois dependendo da concepção que for adotada, algumas 
representações espaciais não poderão ser legitimadas como tal, em função de toda 
uma estrutura técnica. 
 
De acordo com Souza “um mapa é uma representação geométrica plana 
simplificada e convencional, do todo ou de parte da superfície terrestre, numa 
relação de similitude conveniente denominada escala” (1990, p. 7). 
 
Outro conceito de mapa é mencionado por Simielli, (1986, apud SOUSA, 
2001, p. 117), “o mapa é um instrumento comumente usado na escola para orientar, 
localizar e informar”. A importância de sua utilização consiste em permitir um contato 
mais direto que palavras entre o aluno e o mundo, embora exija um alto nível de 
abstração. 
 
Segundo Guerra, (1968, apud Sousa, 2001, p. 118), “as cartas geográficas 
constituem a primeira ferramenta do trabalho tanto para os geógrafos como para os 
alunos e professores de Geografia”. Nos mapas, tem-se a facilidade de ver, de 
imediato, qualquer porção da Terra. 
 
Para Keller, (1968, apud Sousa, 2001, p. 117). “O grande valor do trabalho 
com mapas é o de dar uma visão global e revelar as distribuições e interrelações 
que são o objetivo específico da Geografia”. A interpretação de um mapa 
compreende uma síntese, na qual idéias complexas são deduzidas e combinadas a 
partir de observações analíticas. 
 
Em face das considerações dos autores, é salutar afirmar que é impossível se 
trabalhar alguns conteúdos de Geografia sem o auxílio do mapa, considerando que 
o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico e este pode ser de fato 
representado através de um mapa. Na verdade, muitas vezes sua exposição em 
sala de aula acaba se transformando em um emaranhado de símbolos e códigos, 
desviando o foco central da prática docente. Acredita-se que essa dificuldade de 
26 
 
 
manuseio por parte do professor que vai utilizá-lo pode ser reflexo do seu processo 
de formação e até mesmo das transformações pelas quais passou o ensino de 
Geografia ao longo do tempo. 
 
Essas transformações talvez tenham contribuído para a formação de um 
professor descompromissado com a leitura e interpretação de mapas, privilegiando 
apenas um discurso que se tornou mais acentuado com a transição da Geografia 
tradicional para a dita Geografia Crítica, provocando até mesmo uma crise de 
identidade por parte dos alunos, que acabam muitas vezes confundindo as aulas de 
Geografia com as aulas de História. Todavia, não podemos contribuir para tal 
dicotomia, considerando que seria inviável trabalhar conteúdos de Geografia sem 
apoio do contexto histórico, em virtude de tudo acontecer no tempo e no espaço. 
 
Em razão disso, essa crise de identidade pode ter sido causada por conta da 
omissão do professor, que muitas vezes não se esforça no sentido de contribuir com 
a formação de consciência nos alunos, uma vez que a compreensão de alguns 
conteúdos trabalhados em sala de aula se tornaria mais compreensível com auxílio 
do mapa. Mas, essas considerações que estão sendo feitas, não implicam dizer que 
o mapa não seja utilizado nas salas de aulas, o que se observa muitas vezes no 
ambiente escolar é que os alunos não o enxergam como um recurso didático que 
poderia contribuir parao processo de ensino e aprendizagem do saber geográfico, 
sabe-se que: 
 
isso deve ficar bem claro para os professores da Geografia, pois eles correm o 
grande risco de valorizar esse meio de comunicação, ou seja, correm o risco de cair 
no oposto extremo de valorizar somente o instrumento, o recurso, em detrimento da 
ação. Dessa forma percebemos a responsabilidade de se utilizar bem o mapa, 
transformando num recurso didático essencial da sala de aula, que possibilite não 
apenas a localização, mas que contribua para o processo do conhecimento 
geográfico a partir de conhecimentos prévios do aluno possibilitando uma maior 
interação entre o recurso e o aluno (SOUZA, 2001, p. 115). 
 
 Ao se falar do mapa como um recurso didático que contribui para que o 
professor transforme as informações da ciência geográfica em conhecimento, não 
necessariamente tem-se que trabalhar com aquelas informações transmitidas por 
meio de uma linguagem cartográfica cheia de símbolos e códigos totalmente 
codificados. 
27 
 
 
O professor poderia exercitar nos alunos a construção de mapas mentais, que 
de certa forma iria contribuir para a compreensão de alguns temas geográficos que 
possui uma subjetividade considerável, como é o caso do estudo do lugar. Assim, a 
utilização e o exercício desse recurso em sala de aula seria uma peça chave que 
daria maior suporte para a compreensão do estudo do lugar e até mesmo iniciar 
estudos para se tentar responder o que seria um mapa. Provavelmente haveria um 
maior protagonismo na sala de aula, caberia ao aluno desfrutar desse recurso, 
possibilitando assim uma participação ativa nas aulas, auxiliando o professor a 
transformar informações em conhecimento, e contribuir para uma maior 
compreensão do lugar que esse aluno se encontra. 
 
 Segundo, Pontuschka (2006, p. 125) “Os mapas mentais nos revelam como 
os lugares estão sendo compreendidos”. É preciso rever conceitos, para que se 
possa perceber que há muito mais o que se resgatar na prática docente do ensino 
de Geografia, porque muitas vezes as práticas pedagógicas utilizadas em sala de 
aula não ajudam o aluno a perceber o mundo concreto em que ele está inserido. 
 
 É difícil admitir que o professor sem utilizar os recursos didáticos tais como, 
mapas, atlas e globo terrestre, consiga trabalhar as noções preliminares do que é o 
espaço geográfico e de como esse espaço vem sendo transformado pelo homem. 
Indubitavelmente, é importante que o professor e algumas instituições de ensino 
revejam suas práticas e políticas pedagógicas, lembrando que, em algumas escolas, 
vigoram estratégias de ensino centradas na voz do professor e na passividade do 
aluno e o livro didático ainda comanda a cena em sala de aula. Possibilitando, 
assim, uma abertura para que outros recursos de excepcional relevância tenham seu 
uso relegado. 
 
É compreensível, portanto, nesses casos que o conhecimento geográfico não 
seja construído, a memorização seja a forma habitual de mascarar esse 
conhecimento. 
 
 
 
 
28 
 
 
2. DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DO MAPA NAS AULAS DE GEOGRAFIA DO 
6º ANO DO ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL DE TERESINA-PI 
 
A análise diagnóstica deste trabalho foi realizada na rede urbana do município 
de Teresina (PI), a área escolhida foi a Região Sudeste, onde foram aplicados 
questionários para os docentes do 6º ano - tarde das seguintes escolas: Escolão do 
Parque Itararé, Escola Municipal Artur Medeiros Carneiro. Escola Municipal Bom 
Princípio, Escola Municipal João Porfírio de Lima, Escola Municipal São Sebastião, 
Escola Municipal Deputado Humberto Reis, Escola Municipal O.G. Rêgo de 
Carvalho. 
 
Este trabalho teve como universo de pesquisa os docentes da rede municipal 
de ensino da Região Sudeste de Teresina (PI). No qual foram entrevistados sete 
professores de Geografia do 6º ano do Ensino Fundamental no turno vespertino. 
 
Vale ressaltar que são nove escolas que ofertam 6º ano do Ensino 
Fundamental na Região Sudeste de Teresina-PI e que dentre os sete professores 
entrevistados, dois (2) deles trabalham em mais de uma escola. 
 
Para responder a problematização: de que forma a utilização do mapa 
contribui para o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Geografia, foi 
utilizado o método de documentação direta através de um questionário padronizado. 
 
A elaboração dos dados foi realizada com base na tabulação e levantamento 
percentual destes, adotando-se o método matemático-estatístico. Este procedimento 
permitiu a disposição dos dados coletados em tabelas e gráficos, aos quais se farão 
referências no decorrer da análise que se segue. Questionados acerca dos recursos 
didáticos mais utilizados em sala de aula 75% dos sujeitos pesquisados afirmaram 
ser o livro didático e 25% apontam para o mapa e atlas, conforme gráfico abaixo. 
 
29 
 
 
 
Gráfico 01: Recursos didáticos mais utilizados. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
A partir desses dados, fica evidente que boa parte dos professores 
pesquisados entende o trabalho docente como sendo o ato de passar a matéria, 
utilizando com maior frequencia o livro didático durante as aulas, deixando em 
segundo plano o mapa e até mesmo outros recursos que, sem dúvida, contribuiriam 
de forma positiva no processo de ensino-aprendizagem. 
 
Diante dessa amostra, pode-se ter uma base de como vem sendo a 
metodologia de ensino que professores da rede pública de ensino estão adotando, 
considerando que quando o professor defronta-se com a realidade de Geografia 
escolar e reflete sobre ela, consegue distinguir dois tipos de práticas, uma que é 
instituída tradicional; outra que são práticas alternativas. Isso leva à reflexão sobre a 
idéia de que quando o professor se apropria apenas do livro didático como o recurso 
mais utilizado nas aulas de Geografia ele está adotando uma postura considerada 
tradicional, que por muitos é considerada pouco produtiva. 
 
Evidencia-se que o sistema público de ensino muitas vezes enfraquecido e 
sem perspectivas, possui um quadro de professores que na prática são 
materialmente impossibilitados de buscar aperfeiçoamento e uma renovação de 
modo constante para que se possa romper de fato com esses paradigmas da prática 
docente. 
30 
 
 
Questionados sobre a disposição de mapas na escola para serem utilizados 
nas aulas de Geografia e nas matérias afins, 50% dos pesquisados afirmaram serem 
poucos os mapas; 25% responderam sim e 25% responderam não, conforme se 
verifica no gráfico a seguir: 
 
 
 
 
Gráfico 02: Disponibilidade de mapas nas escolas. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Analisando os resultados, fica notório que existe certa parcialidade no que se 
refere à disposição dessa ferramenta, que é o mapa, no ambiente escolar. No qual, 
o ideal seria que toda instituição de ensino tivesse à sua disposição e à do professor 
uma espécie de acervo com uma variedade de mapas de todos os tipos, tais como 
mapas topográficos, que procuram retratar o espaço com uma maior precisão; 
mapas temáticos, que iriam possibilitar ao aluno fazer comparações e perceber que 
inúmeras informações podem ser quantificadas e se transformar em mapas, assim 
como atlas, cartas e globo terrestre auxiliando o aluno na percepção relacionada aos 
tipos de escala, legenda e símbolos que contempla esse recurso, ajudando o 
discente a ter uma visão de conjunto do espaço geográfico e levá-lo a refletir sobre 
este. 
 
Questionados sobre a utilização do mapa em sala de aula, 75% afirmaram 
que utilizam; 12,5% utilizam frequentemente e 12,5 utilizam raramente. 
 
31 
 
 
 
 
Gráfico 03: Utilização do mapa nas salas de aula. 
Fonte: pesquisa direta nov/ 2008. 
 
Percebe-se que nenhum dos professores de geografia pesquisados deixa de 
utilizar o mapa nas aulas de Geografia, uns o utilizam com uma maior frequência, 
outros não. 
 
É importante salientar que quando o professor se dispuser a utilizaressa 
ferramenta ele perceba e procure fazer com que seus alunos compreendam que o 
mapa os permite ter um domínio espacial, assim como fazer a síntese dos 
fenômenos que ocorrem num determinado espaço e que o objetivo das 
representações dos mapas e desenhos é transmitir informações e não ser 
simplesmente objetos de reprodução. 
 
 Partindo-se do pressuposto de que essa pesquisa foi feita com os 
professores de Geografia do 6º ano do Ensino Fundamental, seria um descaso com 
o ensino de Geografia se o professor tivesse acesso a esse recurso e não utilizasse 
com alguma frequência em suas aulas. 
 
Questionados sobre a atualização dos mapas e atlas que são utilizados nas 
aulas de Geografia, 62,5% afirmam que estes não são atualizados; 27,5% afirmaram 
que os mesmos são atualizados, conforme se verifica no gráfico a seguir: 
 
32 
 
 
 
 
 
Gráfico 04: Utilização de Mapas e Atlas atualizados. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Observando os dados percentuais, fica claro que o material de apoio do 
professor de Geografia, que são os recursos didáticos do qual fazem parte os 
mapas, Atlas, globo terrestre e outros deixam a desejar, considerando que mais de 
50% dos entrevistados afirmaram que os mapas e Atlas não estão atualizados. 
 
Contudo, já foi mencionado neste trabalho a importância da qualidade de um 
mapa, qualidade essa que é percebida pela sua precisão e pela sua eficácia. Dessa 
forma, o mapa deve fornecer ao leitor o máximo de garantias para que nele sejam 
praticados raciocínios e medições nas melhores condições. 
 
Outro aspecto importante diz respeito à veracidade das informações, que 
deve manter-se dentro dos limites impostos pela documentação, com esse efeito, é 
possível advertir o leitor, nas margens do mapa ou numa nota, do valor real das 
informações fornecidas. 
 
Em resumo, a escola que disponibilizar desse recurso para o trabalho docente 
deve se preocupar com a veracidade das informações, sem contar que o mapa é um 
meio de comunicação e as informações contidas nesse recurso não podem ser 
informações obsoletas. No caso da utilização nas aulas de Geografia, esse recurso 
deve passar certa confiabilidade para o aluno, caso contrário, ele provavelmente 
perderá o interesse e o processo de ensino-aprendizagem pode ficar comprometido. 
33 
 
 
Indagados a respeito da utilização do mapa para se trabalhar certos 
conceitos-chave da Geografia, tais como: lugar, paisagem, território etc., 87,5% 
afirmaram ser ferramenta que contribui e 12,5% responderam que não; conforme o 
gráfico abaixo: 
 
 
 
 
 
Gráfico 05: Contribuição da utilização de mapas para trabalhos com 
 conceitos geográficos. 
 Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Constatou-se, a partir dessa amostra, que de fato essa ferramenta que é o 
mapa é um recurso imprescindível nas aulas de Geografia, partindo do princípio de 
que quando o professor de Geografia utiliza o mesmo em suas aulas ele tem em 
suas mãos a imagem retratada do objeto de estudo da Geografia, que é o “espaço 
geográfico” e, sem dúvida alguma, a utilização do mapa nas aulas de Geografia vai 
facilitar a assimilação de certos conteúdos dessa disciplina. 
 
Alguns tipos de mapas têm por objetivo a representação exata e detalhada da 
superfície terrestre no que se refere à posição, à forma, às dimensões e à 
identificação dos acidentes do terreno. Por isso, no momento em que o professor 
estiver planejando sua aula, deve considerar que é nessa hora que irão ser traçados 
os objetivos e metodologias, dependendo da aula que irá ministrar é importante que 
ele utilize o mapa. 
 
Diante do questionamento sobre a utilização do mapa nas aulas de Geografia 
em que se questionou se estes contribuem para que os alunos compreendam e 
utilizem essa ferramenta básica, como também, se estes desenvolvem capacidades 
34 
 
 
relativas à representação do espaço, 100% dos pesquisados responderam que sim, 
conforme se verifica no gráfico abaixo: 
 
 
 
 
Gráfico 06: A utilização de mapas e a compreensão dos alunos. 
Fonte: pesquisa direta, nov/2008. 
 
Observa-se unanimidade, à medida que a utilização do mapa no ensino de 
Geografia contribui para que os alunos não só compreendam e utilizem essa 
ferramenta básica como também passam a desenvolver capacidades relativas à 
representação do espaço. 
 
Assim, quando o professor utiliza o mapa com certa frequência, os alunos 
poderão se familiarizar com essa ferramenta e passar a utilizá-la para tirar dúvidas 
relacionadas a determinados conteúdos. 
 
Esse contato direto com o recurso irá possibilitar ao aluno desenvolver 
capacidades relativas à representação espacial, considerando que há uma 
necessidade de se preparar as pessoas para lerem mapas, assim como conhecer 
seu próprio espaço. Dessa maneira, a Geografia, aliada às convenções cartográficas 
contidas no mapa, é uma disciplina que envolve um conhecimento estratégico, o 
qual permite às pessoas que desconhecem seu espaço e sua representação, 
passarem a organizar e dominar esse espaço. 
 
35 
 
 
Questionados sobre a leitura, interpretação e representação do espaço por 
meio de mapas, 37% dos pesquisados afirmaram que os alunos dominam essas 
técnicas, 37% responderam que a metade da classe domina a técnica e 25% 
responderam que menos da metade dos alunos dominam essas técnicas, ver gráfico 
abaixo: 
 
 
 
 Gráfico 07: Leitura e interpretação de mapas pelos alunos. 
 Fonte: pesquisa direta, nov/2008. 
 
Os dados coletados permitem compreender que existe uma porcentagem 
considerável que consegue codificar e decodificar as convenções cartográficas. 
Sendo assim, verifica-se também, que existe uma amostra que não consegue ler e 
muito menos interpretar as informações contidas num mapa. 
 
Do exposto, conclui-se que ler mapas é um processo que começa com a 
decodificação, envolvendo algumas etapas metodológicas as quais devem ser 
respeitadas. É preciso também que o aluno alcance certa habilidade na hora de 
fazer uma leitura dos significantes e dos significados e procure refletir sobre aquela 
distribuição/organização. 
 
Aprender a ler mapas requer um processo que abrange diversos fatores, 
sendo um dos principais a forma como o aluno será alfabetizado na leitura 
cartográfica. O ideal seria que fossem professores de Geografia os responsáveis por 
essa alfabetização cartográfica, mas sabe-se que são professores da área de 
36 
 
 
pedagogia que ensinam Geografia no curso primário, os quais muitas vezes 
contribuem para que os alunos cheguem ao Ensino Fundamental Maior sem 
conhecimento de noção espacial. E, consequentemente, tem-se alunos que não 
conseguem ler e interpretar mapas. 
 
De acordo com as informações obtidas perante a pergunta nº. 08 (ver anexo); 
100% dos entrevistados afirmaram que a utilização do mapa está diretamente 
relacionando ao ensino de Geografia. Ver gráfico abaixo: 
 
 
Gráfico 08 : A utilização do mapa e o ensino de geografia. 
Fonte: pesquisa direta, nov/2008. 
 
De fato se pode conceber uma unanimidade diante da utilização do mapa e o 
ensino de Geografia. Em controvérsia, há uma divergência levando-se a admitir que, 
uma vez que a Geografia é uma ciência que se preocupa com a organização do 
espaço, para ela o mapa é utilizado tanto para investigação quanto para a 
constatação de seus dados. A cartografia, a Geografia e outras disciplinas como a 
Geologia, Biologia caminham paralelamente para que as informações colhidas sejam 
representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão “espacial” 
do fenômeno. 
 
De certo modo, o conhecimento geográfico se consagrou tradicionalmente 
fazendo uso do verbo e da grafia. Nesse sentido, não dá para imaginar aulas de 
Geografia sem a participação e contribuição do mapa, considerando que o mapa é 
de extrema importância para todos que se interessam por deslocamentos mais 
37 
 
 
racionais, assim comopela distribuição e organização do espaço, onde é possível se 
informar e se utilizar desse modelo propiciando aos alunos uma visão de conjunto do 
espaço geográfico. 
 
De acordo com as informações obtidas referentes à pergunta nº. 09 (ver 
anexo), 62,5% dos entrevistados afirmaram “sim”, que após ascensão da “geografia 
crítica” o mapa vem sendo negligenciado nas aulas de Geografia e 37,5% afirmaram 
que não, ver gráfico abaixo: 
 
 
Gráfico 09: Relação entre a ascensão da Geografia Crítica e a negligência na utilização 
 de mapas. 
Fonte: Pesquisa direta, nov/2008. 
 
Os dados coletados permitem compreender que por causa de entendimentos 
equivocados advindos do ensino “tradicional” e “crítico”, alguns recursos didáticos 
tais como mapas, globos, Atlas e livro didático entre outros, foram sendo 
marginalizados. Desse jeito, admiti-se que, com a criação da denominada e 
reconhecida por muitos como Geografia radical ou crítica, acabou por valorizar, num 
primeiro momento, o discurso sobre a questão dos métodos de entendimento da 
realidade. 
 
É ponderado tomar conhecimento de como as metodologias são aplicadas, 
porque dependendo da sua aplicabilidade as aulas de Geografia podem ter ou não 
um caráter tradicional. No caso da utilização do mapa, ele não deve ser utilizado 
apenas para auxiliar o professor a localizar e a descrever fenômenos geográficos, e 
sim contribuir para uma maior reflexão em detrimento desses fenômenos que são 
38 
 
 
modificados e influenciados pelo homem. Levando-se a admitir que cada professor 
reconstrói a Geografia à sua maneira. Não é utilizando um mapa nas aulas de 
Geografia que ele vai ser considerado um professor tradicional, e sim, como ele 
utiliza os recursos. 
 
Interrogados sobre a confecção de mapas mentais com os alunos, 75% dos 
pesquisados afirmaram sim, que costumam confeccionar mapas mentais com seus 
alunos, 25% dos entrevistados afirmaram não, que não têm o hábito de confeccionar 
mapas mentais com seus alunos, (ver gráfico abaixo). 
 
 
 
Gráfico 10: Confecção de mapas mentais durante as aulas. 
Fonte: pesquisa direta, nov/2008. 
 
Observou-se que a grande maioria dos entrevistados adota essa prática 
metodológica que é a confecção de mapas mentais nas aulas de Geografia. De fato 
essa prática docente é bastante pertinente nas aulas de Geografia do 6º ano do 
Ensino Fundamental e pode até contribuir para iniciar uma discussão do que seria 
um mapa, e iniciar as noções de cartografia, tendo em vista que alguns autores 
como Piaget, consideram que “todo conhecimento deve ser construído pela criança 
através de suas ações”. 
 
Percebe-se que a confecção de mapas mentais é muito eficaz, pois irá 
contribuir para que futuramente o aluno se torne um bom leitor de mapas, partindo 
do princípio de que para se chegar a um nível de interpretação mais profundo é 
39 
 
 
necessário que o aluno tenha passado por experiências para a construção das 
noções espaciais, a partir das relações elementares no espaço cotidiano. 
 
De acordo com as informações obtidas diante da pergunta nº 01 (ver anexo), 
37,5% dos pesquisados afirmam confeccionar mapas mentais frequentemente e 
62,5% dos entrevistados apontam que raramente confeccionam mapas mentais; ver 
gráfico abaixo: 
 
 
Gráfico 11: Frequência da confecção de mapas mentais. 
 Fonte: pesquisa direta, nov/2008. 
 
Constata-se que todos os professores entrevistados, pelo menos alguma vez, 
já procuraram confeccionar mapas mentais com seus alunos. Embora questionados 
sobre a frequência com que isso ocorre, ficou evidente diante dos dados percentuais 
que a grande maioria não utiliza essa prática de ensino com frequência, mas sim 
raramente. 
 
 O interessante seria que os professores se apropriassem desse método de 
ensino com certa frequência, até mesmo antes de iniciar o conteúdo proposto, 
possibilitando, assim, que o professor faça uma análise diagnóstica dos 
conhecimentos prévios dos alunos, considerando que o mapa mental revela como os 
lugares estão sendo compreendidos, a partir do olhar daquele que nele vive. Assim 
sendo, poderia se utilizar desse recurso para fazer um levantamento com os alunos 
frente aos problemas sociais e ambientais dos lugares em que estes estão inseridos, 
promovendo uma maior reflexão sobre a apropriação do espaço pelo homem. 
40 
 
 
Isso implica dizer que as aulas de Geografia iriam ter como ponto de partida o 
espaço vivido de cada aluno, podendo viabilizar um maior protagonismo entre o 
professor e o aluno, sem deixar de considerar que a partir de conhecimentos prévios 
que os alunos possuem através de determinados espaços, o professor pode 
provocar uma discussão em sala de aula, relacionando-os com os mais diversos 
conteúdos da Geografia. 
 
De acordo com as informações obtidas diante da pergunta nº 12 (ver anexo); 
50% dos pesquisados afirmam sim; que sem a utilização do mapa nas aulas de 
Geografia os alunos podem confundi-las com aulas de História e 50% dos 
entrevistados afirmaram que não, isso não ocorre (ver gráfico a seguir). 
 
50%50%
Sim
Não
 
Gráfico 12: Não utilização do mapa e ideia de aulas de História. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Observou-se, então, uma parcialidade no que se refere ao ensino de 
Geografia com ou sem a utilização do mapa. Em virtude disso, percebe-se que 
alguns professores admitem que ao deixar de utilizar o mapa nas aulas de Geografia 
os alunos podem confundi-las com as aulas de História. 
 
Talvez de fato essa falta de habilidade por parte dos alunos em reconhecer o 
objeto de estudo da Geografia sem o auxílio do mapa possa ocorrer, uma vez que, o 
ensino de Geografia sempre foi associado ao uso do mapa e que após a ascensão 
da Geografia Crítica se pode observar por parte de alguns professores uma super 
valorização do discurso, dos quais são repletos de denúncias políticas, de caráter 
41 
 
 
histórico, econômico e social, estimulando para que a Geografia perca sua 
especificidade. 
 
Não seria coerente contribuir para tal dicotomia no que concerne ao ensino de 
Geografia e História, considerando que o objeto de estudo da Geografia é o espaço 
geográfico e que os fatos históricos acontecem em determinados espaços. 
 
Cabe ao professor, portanto, ter a sensibilidade para se apropriar dos mais 
variados recursos possíveis, com intuito de fazer com que seus alunos, no caso do 
escopo em questão são os alunos do 6º ano de Ensino Fundamental, reconheçam e 
reflitam diante do objeto de estudo da Geografia. 
 
A respeito da utilização do mapa não apenas nos dias específicos das aulas 
de Geografia, mas também como parte do cotidiano escolar, 100% dos pesquisados 
disseram sim, que a utilização do mapa deveria fazer parte do cotidiano escolar, ver 
gráfico a seguir. 
 
 
100%
0%
Sim
Não
 
 
Gráfico 13: O mapa como parte do cotidiano escolar dos alunos. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Pode-se perceber a importância dos mapas na vida das sociedades, não 
somente através do ensino formal, mas também da observação de que eles se 
fazem presentes nos mais variados usos e atividades, aparecendo em revistas, 
jornais e noticiários de televisão; em gabinetes de políticos e empresários; e sendo 
42 
 
 
usados por economistas, urbanistas, engenheiros e militares além de geógrafos; 
servindo, também, para orientar pessoas em suas viagens. 
 
Os mapas nos permitem ter domínio espacial e fazer a síntese dos 
fenômenos que ocorrem num determinado espaço. No dia-a-dia do todo cidadão 
tem-se a leitura do espaço por meio de diferentes informações. Pode-se ainda ter 
diferentes produtos representando diferentes informações para diferentes 
finalidades, mapas de turismo, mapas de planejamento, mapas rodoviários, mapas 
de minerais, mapas geológicos, entre outros. 
 
O local, entretanto, onde o seu uso deve se fazer indispensável é a sala de 
aula, por ser nesse momento davida do cidadão que devem ser iniciados os 
processos de apreensão dos conhecimentos e da aquisição e representação da 
realidade. 
 
Para que o mapa possa cumprir sua tarefa, os alunos devem fazer a sua 
leitura. Com esse intuito, é necessária, além do domínio das técnicas de 
representação da linguagem específica cartográfica, uma sensibilidade geográfica. 
Torna-se producente que os mapas façam parte do cotidiano das escolas. De forma 
que eles iriam ser vistos como uma possibilidade admirável de comunicação e não 
apenas um instrumento que facilita a orientação e localização de determinados 
fenômenos geográficos. Conquanto, é necessário consciência e cuidado para não 
supervalorizar esse recurso em detrimento do saber geográfico. 
 
De acordo com as informações obtidas diante da pergunta nº.14 (ver anexo), 
50% dos pesquisados afirmaram que é a falta de habilidade do professor, 37,5% 
apontam a má qualidade dos documentos cartográficos e 12,5% consideram que é a 
compreensão enviesada do que seria a Geografia “crítica” (ver gráfico abaixo). 
 
43 
 
 
 
 
Gráfico 14: Subutilização do mapa no ensino da Geografia. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Questionados sobre os fatores que contribuem para a subutilização do mapa 
no ensino de Geografia, se observa que há uma porcentagem considerável de 
professores sem habilidade adequada para utilizá-lo. Segundo essa falta de 
habilidade, é notório que certas posturas adotadas em sala de aula podem ser 
reflexo do seu processo de formação. 
 
Quanto à aprendizagem e ao uso da linguagem cartográfica que são exibidas 
através dos mapas no ensino superior e básico, percebe-se que, no primeiro caso, 
este fica restrito às aulas de cartografia escolar. Posto que dever-se-ia auxiliar na 
formação de profissionais que não tenham, de fato, certa habilidade com o uso do 
mapa. Entende-se que grande parte das disciplinas do curso superior de Geografia 
deveria utilizar esse meio de comunicação que é o mapa, pois não é possível 
entender geograficamente paisagens, lugares, territórios e regiões, entre outros, sem 
o uso do mesmo. 
 
O aluno-mestre, futuro docente, deve, pois, procurar alcançar certa habilidade 
no que se refere ao uso do mapa, para que, assim, possa fazer uso adequado desse 
recurso no ensino básico, para ensinar seus alunos a entenderem a realidade de 
forma menos caótica e sincrética. 
 
Outro fator que merece ser mencionado diz respeito à qualidade desse 
recurso que, sem dúvida, deve estar em boas condições de uso e devidamente 
44 
 
 
atualizado, para que de fato os objetivos traçados pelo professor possam ser 
alcançados. Logo, é importante mencionar a participação da escola nesse processo, 
que deve se preocupar com o acervo e a qualidade desse recurso. 
 
Questionados sobre o que dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN’s) a respeito do uso do mapa, 50% dos pesquisados afirmaram saber o que 
está contido neles e 50% admitem não saber. Como se verifica no gráfico abaixo. 
 
 
Gráfico 15: Conhecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) 
pelos professores, acerca do uso do mapa. 
Fonte: pesquisa direta, nov/ 2008. 
 
Com relação ao questionamento feito aos professores que afirmaram saber o 
que dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais a respeito do uso do mapa, os 
mesmos responderam: 
 
Professor A: Segundo os PCN’s, a alfabetização cartográfica é fundamental 
para que os alunos possam continuar sua formação iniciada nas primeiras 
séries, eles precisam aprender os elementos básicos da representação 
gráfica/cartográfica, para que possam efetivamente ler mapas. 
 
Professor B: Os Parâmetros Curriculares Nacionais falam sobre a importância 
do mapa em todas as suas dimensões. 
 
Professor C: A teoria não caminha com a prática, há uma dificuldade enorme 
de compreensão tanto por parte do aluno quanto do professor. 
 
Professor D: Não quis tecer nenhum tipo de comentário. 
 
Professor E: Não quis tecer nenhum tipo de comentário. 
45 
 
 
Diante dessas considerações, percebe-se que embora alguns professores 
tenham confirmado o que dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) em 
detrimento do uso do mapa, é diagnosticada certa incoerência quando se analisa as 
respostas dos professores. 
 
Em contrapartida, sabe-se que os Parâmetros Curriculares Nacionais 
constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental, 
em todo o Brasil. Contudo, é de conhecimento de todos também que os PCN’s não 
são uma coleção de regras impostas do alto sobre o que os professores devem ou 
não fazer. São sim, uma referência consistente para a radical transformação dos 
objetivos, conteúdos e didática do Ensino Fundamental. 
 
É instigante que o professor de fato conheça a proposta dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais de acordo com o uso do mapa, os quais consideram que a 
prática do professor deve favorecer uma autonomia crescente na consulta e 
obtenção de informações por meio de mapas, atlas, globo terrestre e até mesmo de 
maquetes. 
 
Com base na pergunta nº. 16 (ver anexo), os professores se posicionaram da 
seguinte forma: 
 
Professor A: Não serve apenas para localizar os fenômenos espaciais, mas 
para entendê-los, pois devemos ir além das informações contidas no mapa, 
devemos entender as relações que um mapa apresenta. 
 
Professor B: Os mapas são importantes meios de acompanhamento do 
processo de ocupação, exploração e modificação da natureza, sendo eles 
agrário, industrial, climáticos, etc. 
 
Professor C: O mapa além de nos servir para a orientação e localização, nos 
fornece uma ampla possibilidade de partimos do local para o conhecimento 
mundial. 
 
Professor D: Faz-nos compreender os diferentes tipos de espaço e entender 
suas complexidades. 
 
Professor E: Não quis se manifestar. 
 
Professor F: O mapa é fundamental no ensino de Geografia, pois sem ele fica 
inviável fazer algumas reflexões a respeito do espaço. 
46 
 
 
Professor G: Não quis se manifestar. 
 
Partindo-se desses depoimentos, percebe-se que o mapa é uma ferramenta 
indispensável nas aulas de Geografia. Cabe ao professor refletir sobre suas 
metodologias de ensino, para que de fato o uso dessa ferramenta seja benéfico no 
processo de ensino-aprendizagem. 
47 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
Este trabalho tem como um dos seus objetivos contribuir para uma reflexão 
acerca de como o mapa vem sendo utilizado nas aulas de geografia, assim como o 
mesmo vem contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem, considerando 
que esse recurso sempre esteve relacionado à ciência geográfica e que nas ultimas 
décadas a geografia passou por uma série de transformações teórico metodológicas. 
 
Os mapas sempre fizeram parte dos recursos pedagógicos das escolas, 
assim como o quadro e o livro didático. Observou-se através dos dados coletados 
nesta pesquisa que o mapa se faz presente nas aulas de geografia, no entanto, o 
livro didático ainda é o protagonista principal nas aulas de geografia. 
 
No que diz respeito ao modo como se dá a utilização do mapa no ensino de 
geografia no 6◦ ano do ensino fundamental na rede pública municipal da Região 
Sudeste de Teresina – Pi, verificou-se que sua participação em sala de aula não 
vem alcançando os objetivos esperados, que correspondem a fazer com que os 
alunos façam uma leitura crítica do espaço representado no mapa. Os professores 
relatam que um número considerado de alunos, apesar de acharem importante que 
o professor utilize sempre este recurso, não consegue codificar e decodificar as 
informações contidas no mapa. 
 
Percebe-se que a leitura do mapa realizada pela maioria dos alunos é 
rudimentar, de forma descritiva, limitada aos símbolos mais conhecidos. As 
dificuldades dos alunos para lerem mapas são muitas; não realizam a leitura crítica 
do mapa, apenas olham, vêem como uma ilustração. Todavia, o professor muitas 
vezes contribui para que essa realidade

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